Material6 ProbabI 2024 1-2
Material6 ProbabI 2024 1-2
Material6 ProbabI 2024 1-2
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I
Esperança de variáveis aleatórias
➢ No estudo de variáveis aleatórias e suas f.d.p.’s, associamos números aos pontos
do espaço amostral, ou seja, o resultado é sempre uma variável quantitativa.
➢ Sendo assim, faz sentido perguntar “qual é o valor médio da v.a. 𝑋?” ou ainda
“qual a variância da v.a. 𝑋?”
➢ Uma forma de caracterizar e resumir uma v.a. é calcular sua média e sua
variância.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 2
Esperança de variáveis aleatórias
➢ Definição 6.1: Seja 𝑋 uma v.a. discreta com f.d.p. dada por 𝑝𝑋 𝑥 , então, a
esperança, ou valor esperado, ou média da v.a. 𝑋, representada por 𝐸 𝑋 , é
definida por:
𝐸 𝑋 = 𝑥 𝑝𝑋 𝑥 .
𝑥
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 3
Esperança de variáveis aleatórias
➢ Exemplo 6.1: Suponha uma v.a. que assume os valores −2, 0, 1, 4 e que
𝑃 𝑋 = −2 = 0,1; 𝑃 𝑋 = 0 = 0,4; 𝑃 𝑋 = 1 = 0,3; 𝑃 𝑋 = 4 = 0,2. Então,
➢ Essa medida não define uma única v.a.. Ou seja, duas diferentes distribuições
podem ter o mesmo valor esperado.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 4
Esperança de variáveis aleatórias
➢ Quando a imagem de 𝑋, 𝐼𝑚 𝑋 , é um conjunto finito, 𝐸 𝑋 é definida por um
somatório com um número finito de parcelas que, portanto, sempre converge. Logo
𝐸 𝑋 existe e 𝐸 𝑋 ∈ ℝ.
➢ Sempre que essa série convergir para um número real, dizemos que 𝐸 𝑋 existe.
Caso contrário, dizemos que 𝐸 𝑋 não existe.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 5
Esperança de variáveis aleatórias
➢ Proposição 6.1: Seja 𝑋 uma v.a. discreta, 𝑥𝑚𝑖𝑛 = min 𝐼𝑚 𝑋 e 𝑥𝑚𝑎𝑥 =
max 𝐼𝑚 𝑋 . Se 𝐸 𝑋 ∈ ℝ então, 𝑥𝑚𝑖𝑛 ≤ 𝐸 𝑋 ≤ 𝑥𝑚𝑎𝑥 .
➢ Definição 6.2: Se 𝑋 é uma v.a. contínua com função densidade dada por 𝑓𝑋 𝑥 ,
então a esperança, ou valor esperado, ou média de 𝑋 é dada por:
+∞
𝐸 𝑋 =න 𝑥 𝑓𝑋 𝑥 𝑑𝑥.
−∞
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 6
Esperança de variáveis aleatórias
➢ Exemplo 6.2: Suponha que a f.d.p. de uma v.a. 𝑋 seja dada por 𝑓𝑋 𝑥 =
2𝑥 𝐼 0,1 𝑥 . Então,
1 2 1
2
𝐸 𝑋 = න 𝑥 𝑓𝑋 𝑥 𝑑𝑥 = න 2𝑥 𝑑𝑥 = .
0 0 3
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 8
Esperança de funções de v.a.
➢ Proposição 6.2: Seja 𝑋 uma v.a. e seja 𝑌 = 𝑔 𝑋 .
(a) Se 𝑋 for uma v.a. discreta com f.d.p. 𝑝𝑋 𝑥 = 𝑃 𝑋 = 𝑥 teremos
𝐸 𝑌 =𝐸 𝑔 𝑋 = 𝑔 𝑥 𝑝𝑋 𝑥 .
𝑥
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 9
Propriedades da Esperança
➢ Suponha que 𝑋 é uma v.a. e sua esperança 𝐸 𝑋 existe.
(P1) Se 𝑌 = 𝑎𝑋 + 𝑏 com 𝑎 e 𝑏 constantes, então
𝐸 𝑌 = 𝐸 𝑎𝑋 + 𝑏 = 𝑎 ∗ 𝐸 𝑋 + 𝑏
⇒ 𝐸 𝑏 = 𝑏 e 𝐸 𝑎𝑋 = 𝑎 ∗ 𝐸 𝑋 .
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 10
Exercícios
➢ Exercício 6.1: Seja 𝑋 uma v.a. que pode assumir os valores −1,0,1 com respectivas
probabilidades
𝑃 𝑋 = −1 = 0,2 ; 𝑃 𝑋 = 0 = 0,5 ; 𝑃 𝑋 = 1 = 0,3
Calcule 𝐸 𝑋 2 por meio da função de probabilidade de 𝑋 2 e da função de
probabilidade de 𝑋.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 13
Exercícios
➢ Exercício 6.2: Seja 𝑋 uma v.a. cuja função de distribuição é definida por:
0 , 𝑥<2
𝑥−2
, 2≤𝑥<4
4
1
𝐹𝑋 𝑥 = , 4≤𝑥<6
2
𝑥−4
, 6≤𝑥<8
4
1 , 𝑥≥8
(a) Diga qual é a imagem de 𝑋 e a classifique.
(b) Encontre a função densidade de 𝑋 e calcule 𝐸 𝑋 .
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 14
Exercícios
➢ Exercício 6.3: O tempo de vida em horas de um certo tipo de tubo de rádio é uma
100
v.a. com função densidade 𝑓𝑋 𝑥 = 2 𝐼 100,∞ 𝑥 .
𝑥
(a) Qual a probabilidade de um tubo desse tipo durar mais que 150h?
(b) Qual a probabilidade de exatos 2 entre 5 desses tubos terem que ser trocados
antes de 150h de operação?
(c) Calcule o tempo de vida médio desse tipo de tubo.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 15
Exercícios
➢ Exercício 6.4: Seja 𝑋 v.a. com f.d.p. definida por:
0 , 𝑥 < −1
𝑓 𝑥 = 𝑥+1 2 , −1 < 𝑥 < 0
1 − 𝑥2 , 0≤𝑥 <1
0 , 𝑥>1
(a) Verifique as propriedades da função densidade e esboce seu gráfico.
(b) Calcule 𝐸 𝑋 .
(c) Se 𝑌 = 1/(𝑋 + 1), calcule 𝐸(𝑌).
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 16
Exercícios
➢ Exercício 6.5: Um homem possui quatro chaves em seu bolso. Como está escuro,
ele não consegue ver qual a chave correta para abrir a porta de sua casa, que se
encontra trancada. Ele testa uma chave de cada vez mas não tem controle das
chaves que já foram experimentadas e por isso a cada nova tentativa ele escolhe,
de forma aleatória, uma entre as quatro chaves.
(a) Defina um espaço amostral para esse experimento.
Defina a variável aleatória 𝑋 = número de chaves experimentadas até conseguir abrir
a porta (inclusive a chave correta).
(b) Encontre a função de probabilidade de X e esboce o seu gráfico.
(c) Calcule 𝐸(𝑋).
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 17
Variância e desvio-padrão de v.a.
➢ Já vimos que a esperança de uma v.a. 𝑋 é o centro gravidade da distribuição de
probabilidade, logo uma medida de posição.
➢ No entanto, é possível que duas v.a.’s bem diferentes tenham a mesma esperança,
o que nos mostra que a esperança não é uma medida que descreva completamente
a v.a..
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 18
Variância e desvio-padrão de v.a.
0,05 , 𝑥 = 1,2,8,9
0,1 , 𝑥 = 3,7 0,1 , 𝑥 = 3,7
𝑝𝑋1 = 0,15 , 𝑥 = 4,6 𝑝𝑋2 𝑥 = 0,3 , 𝑥 = 4,6
0,3 , 𝑥 = 5 0,2 , 𝑥 = 5
0 , 𝑐. 𝑐. 0 , 𝑐. 𝑐.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 19
Variância e desvio-padrão de v.a.’s
➢ Uma diferença que pode ser notada de imediato é a dispersão dos valores de
cada variável aleatória.
➢ Veja que 𝑋1 tem valores mais dispersos em torno da média que 𝑋2, isto é, mais
espalhados. Ou seja, os valores de 𝐼𝑚 𝑋2 estão mais concentrados em torno da
média do que os valores de 𝐼𝑚 𝑋1 .
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 20
Variância e desvio-padrão de v.a.’s
➢ Definição 6.3: Seja 𝑋 uma v.a. tal que 𝐸 𝑋 ∈ ℝ. A variância é definida como
2
σ𝑥 𝑥 − 𝐸 𝑋 𝑝𝑋 𝑥 , se 𝑋 é v.a. discreta
2
𝑉𝑎𝑟 𝑋 = 𝐸 𝑋−𝐸 𝑋 =
∞ 2
−∞ 𝑥 −𝐸 𝑋 𝑓𝑋 𝑥 𝑑𝑥 , se 𝑋 é v.a. contínua
2
➢ Veja que 𝑉𝑎𝑟 𝑋 é definida como 𝐸 𝑔 𝑋 , com 𝑔 𝑋 = 𝑋 − 𝐸 𝑋 . O termo
𝑋 − 𝐸(𝑋) é chamado de desvio em torno da média.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 22
Variância e desvio-padrão de v.a.’s
➢ Da definição de variância, resulta que sua unidade de medida é o quadrado da
unidade de medida da variável em estudo, sendo assim, uma unidade sem
significado físico.
➢ Para se ter uma medida de dispersão na mesma unidade dos dados, define-se o
desvio-padrão como a raiz quadrada da variância.
𝐷𝑃 𝑋 = 𝑉𝑎𝑟 𝑋 .
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 23
Variância e desvio-padrão de v.a.’s
➢ Proposição 6.3: Seja 𝑋 uma v.a. tal que 𝐸 𝑋 ∈ ℝ e 𝐸 𝑋 2 ∈ ℝ. Então,
𝑉𝑎𝑟 𝑋 = 𝐸 𝑋 2 − 𝐸 𝑋 2
➢ Propriedades:
(P1) Seja 𝑋 uma v.a. tal que 𝑃 𝑋 = 𝑐 = 1. Então 𝑉𝑎𝑟 𝑋 = 0, ou seja, 𝑉𝑎𝑟 𝑐 = 0.
(P2) 𝑉𝑎𝑟 𝑋 ≥ 0 e 𝐷𝑃 𝑋 ≥ 0
(P3) 𝑉𝑎𝑟 𝑎𝑋 + 𝑏 = 𝑎2𝑉𝑎𝑟 𝑋
(P4) 𝐷𝑃 𝑎𝑋 + 𝑏 = 𝑎 𝐷𝑃 𝑋
(P5) Se 𝑋 e 𝑌 são v.a.’s independentes, então 𝑉𝑎𝑟 𝑋 + 𝑌 = 𝑉𝑎𝑟 𝑋 + 𝑉𝑎𝑟(𝑌).
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 24
Exercícios
➢ Exercício 6.7: Calcule 𝑉𝑎𝑟 𝑋1 , 𝐷𝑃 𝑋1 , 𝑉𝑎𝑟(𝑋2) e 𝐷𝑃 𝑋 2 para as variáveis
definidas no Exemplo 6.5.
➢ Exercício 6.8: Suponha 𝑋 uma v.a. com f.d.p. dada a seguir. Calcule 𝑉𝑎𝑟 𝑋 .
𝑓𝑋 𝑥 = 1 + 𝑥 𝐼 −1,0 𝑥 + 1 − 𝑥 𝐼 0,1 𝑥
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 25
Exercícios
➢ Exercício 6.10: Um lojista mantém extensos registros das vendas diárias de certo
aparelho. O quadro a seguir dá a distribuição de probabilidades do número de
aparelhos vendidos em uma semana. Se o lucro por unidade vendida é de
R$500,00, qual o lucro esperado em uma semana? Qual é o desvio-padrão do
lucro?
𝒙 =nº de 0 1 2 3 4 5
aparelhos
𝑝𝑋 (𝑥) 0,1 0,1 0,2 0,3 0,2 0,1
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 26
Desigualdades
➢ Se conhecemos a distribuição de probabilidade de uma v.a. 𝑋, podemos calcular
𝐸 𝑋 e 𝑉𝑎𝑟(𝑋), se existirem. Contudo, a reciproca não é verdadeira.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 27
Desigualdades
➢ Proposição 6.4: (Desigualdade de Markov) Se 𝑋 é uma v.a. que apresenta apenas
valores não negativos, então, para qualquer 𝑎 > 0,
𝐸 𝑋
𝑃 𝑋≥𝑎 ≤ .
𝑎
Demonstração: Em aula.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 29
Desigualdades
1
➢ Exercício 6.12: Seja 𝑋 uma v.a. com f.d.p. 𝑓𝑋 𝑥 = 𝐼 0,10 𝑥 . Obtenha um limite
10
superior para 𝑃 𝑋 − 5 > 4 e o seu valor exato. Os resultados são próximos?
➢ Corolário 6.1: Seja a v.a. 𝑋 com esperança e variância finitas. Então, ∀ 𝑘 > 0,
𝑉𝑎𝑟 𝑋
𝑃 𝑋 −𝐸 𝑋 <𝑡 ≥ 1−
𝑘2
Demonstração: Em aula.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 30
Desigualdades
➢ Proposição 6.6: (Desigualdade de Chebyshev unilateral) Se 𝑋 é uma v.a. com
média 0 e variância 𝑉𝑎𝑟 𝑋 , então para qualquer 𝑎 > 0,
𝑉𝑎𝑟 𝑋
𝑃 𝑋≥𝑎 ≤ 2 .
𝑉𝑎𝑟 𝑋 + 𝑎
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 31
Desigualdades
➢ Proposição 6.7: (Desigualdade de Jensen) Se 𝑓 𝑥 é uma função convexa, então
𝐸𝑓 𝑥 ≥𝑓 𝐸 𝑋
1 1 1
(iii) é convexa em ℝ∗+ ⇒ 𝐸 ≥
𝑋 𝑋 𝐸 𝑋
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 32
Momentos
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 33
Momentos
➢ Definição 6.5: Sejam 𝑋 uma v.a. e 𝑘 ∈ ℕ.
(i) O momento (natural) de ordem 𝑘 (ou 𝑘-ésimo momento) de uma v.a. 𝑋, se existir,
é dado por
𝜇𝑘 = 𝐸 𝑋 𝑘
(ii) O momento central de ordem 𝑘 (ou 𝑘-ésimo momento central) de 𝑋, se existir, é
dado por
𝑘
𝜇𝑘𝑐 =𝐸 𝑋−𝐸 𝑋
(iii) O momento fatorial de ordem 𝑘 (ou 𝑘-ésimo momento fatorial) de 𝑋, se existir, é
dada por
𝜇(𝑘) = 𝐸 𝑋 𝑋 − 1 … 𝑋 − 𝐾 + 1 .
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 34
Momentos
➢ Observação: Note que
𝜇0 = 1 𝜇0𝑐 = 1
𝜇1 = 𝐸 𝑋 = 𝜇 𝜇1𝑐 = 0
2
𝜇2 = 𝐸 𝑋 2 𝜇2𝑐 = 𝐸 𝑋−𝐸 𝑋 = 𝑉𝑎𝑟 𝑋 = 𝜎 2
𝜇2𝑐 = 𝐸 𝑋 2 − 𝐸2 𝑋 = 𝜇2 − 𝜇12
𝜇(1) = 𝐸(𝑋)
𝜇 2 =𝐸 𝑋 𝑋−1 = 𝜇2 − 𝜇1
𝜇 3 =𝐸 𝑋 𝑋−1 𝑋−2 = 𝜇3 − 3𝜇2 + 2𝜇1
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 35
Momentos
➢ Considere uma v.a. com f.d.p. simétrica. Como a esperança de uma v.a. é o centro
de massa da f.d.p., assim, se a distribuição é simétrica, a esperança será o ponto de
simetria.
➢ Proposição 6.8: Seja 𝑋 uma v.a. com f.d.p. simétrica em torno de E X = 𝜇. Então,
𝐸 𝑋−𝜇 𝑘 = 0
sempre que 𝑘 for ímpar.
➢ Definição 6.6: Seja 𝑋 v.a. com 𝐸 𝑋 = 𝜇 e 𝑉𝑎𝑟 𝑋 = 𝜎 2 . O coeficiente de
assimetria de 𝑋, denotado por AS, é definido por:
𝐸 𝑋−𝜇 3
𝐴𝑆 =
𝜎3
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 36
Momentos
➢ Note que o numerador do coeficiente de assimetria pode ser escrito em função
dos momentos de ordem 1, 2 e 3. Lembrando que 𝜇 = 𝐸 𝑋 = 𝜇1.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 37
Momentos
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 38
Momentos
➢ Definição 6.7: Curtose mede o quão pesadas são as caudas de uma distribuição.
Uma distribuição com curtose 3 (distribuição normal) é tomada como padrão.
𝜇4𝑐 𝜇4𝑐
𝑘 = 𝑐 2 = 4.
𝜇2 𝜎
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 39
Momentos
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 40
Função Geratriz de Momentos
➢ A função geratriz (ou geradora) de momentos (fgm) é uma função que caracteriza
a distribuição de uma variável aleatória.
➢ Definição 6.8: Seja 𝑋 uma v.a. qualquer. A função geratriz de momentos (fgm) de
𝑋, denotada por 𝑀𝑋 , é definida por
𝑀𝑋 𝑡 = 𝐸 𝑒 𝑡𝑋
desde que essa esperança exista para todo 𝑡 em alguma vizinhança de 0.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 41
Função Geratriz de Momentos
σ𝑥 𝑒 𝑡𝑥 𝑝𝑋 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑋 𝑓𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑟𝑒𝑡𝑎
𝑀𝑋 𝑡 =
∞
−∞ 𝑒 𝑡𝑥 𝑓𝑋 𝑥 𝑑𝑥 , 𝑠𝑒 𝑋 𝑓𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑡í𝑛𝑢𝑎
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 42
Função Geratriz de Momentos
➢ Teorema 6.1: Se 𝑋 é variável aleatória com função geratriz de momentos 𝑀𝑋 ,
então
𝑑𝑘
𝐸 𝑋𝑘 = 𝑘 𝑀𝑋 𝑡 ቚ
𝑑𝑡 𝑡=0
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 43
Função Geratriz de Momentos
➢ O Teorema 6.2 nos diz que, se duas variáveis aleatórias têm a mesma função
geradora de momentos, então estas variáveis aleatórias são identicamente
distribuídas.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 44
Função Geratriz de Momentos
➢ Exercício 6.15: Seja 𝑋 uma v.a. com f.d.p. dada por 𝑓𝑋 𝑥 = 𝜆𝑒 −𝜆𝑥 𝐼 0,∞ 𝑥 .
Obtenha a fgm de 𝑋 para 𝜆 = 2 e mostre que 𝐸 𝑋 = 1/2 e 𝑉𝑎𝑟 𝑋 = 1/4.
➢ Propriedades da fgm:
(P1) 𝑀𝑋 0 = 1.
➢ Definição 6.9: Seja 𝑋 uma v.a.. A função geratriz de cumulantes (fgc) de 𝑋 é dada
pelo logaritmo natural da fgm, se existir, isto é,
𝑐𝑋 𝑡 = ln 𝑀𝑋 𝑡 .
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 46
Função Geratriz de Momentos
➢ Então,
𝑑 𝑀𝑋′ 𝑡
𝑐𝑋 𝑡 =
𝑑𝑡 𝑀𝑋 𝑡
2
𝑑2 𝑀𝑋′′ 𝑡 𝑀𝑋 𝑡 − 𝑀𝑋′ 𝑡
2 𝑐𝑋 𝑡 = 2
.
𝑑𝑡 𝑀𝑋 𝑡
Como 𝑀𝑋 0 = 1, temos
𝑑
𝑐𝑋 𝑡 ቚ = E(X)
𝑑𝑡 t=0
𝑑2 2 2
2 𝑐𝑋 𝑡 ቚ = 𝐸 𝑋 − 𝐸 𝑋 = 𝑉𝑎𝑟 𝑋 .
𝑑𝑡 𝑡=0
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 47
Função Geratriz de Momentos
➢ Exercício 6.17: Suponha que o tempo de vida de um transistor em um circuito é
uma v.a. com f.d.p. 𝑓𝑌 𝑦 = 0,001 𝑒 −0,001𝑦 𝐼 0,∞ 𝑦 .
0,001
(a) Prove que a fgm de 𝑌 é 𝑀𝑌 𝑡 = , 𝑡 < 0,001.
0,001−𝑡
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 48
Função Geratriz de Momentos
➢ Definição 6.10: Seja 𝑋 uma v.a.. A função geratriz de momentos fatoriais de 𝑋 é
dada por
𝜓𝑋 𝑡 = 𝐸 𝑡 𝑋 = 𝐸 𝑒 𝑋 ln 𝑡 = 𝑀𝑋 ln 𝑡 .
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 49
Função Geratriz de Momentos
➢ Portanto,
𝐸 𝑡 𝑋 = 𝜓𝑋 𝑡
2 3
𝑡−1 𝑡−1
= 1+𝐸 𝑋 𝑡−1 +𝐸 𝑋 𝑋 −1 +𝐸 𝑋 𝑋−1 𝑋−2 +⋯
2! 3!
➢ Dessa forma é fácil ver que
𝑑
𝜓𝑋 𝑡 ቚ =𝐸 𝑋
𝑑𝑡 𝑡=1
𝑑2
𝜓 𝑡 ቚ =𝐸 𝑋 𝑋−1 = 𝐸 𝑋2 − 𝐸 𝑋
𝑑𝑡 2 𝑋 𝑡=1
𝑑3 3 2
3 𝜓𝑋 𝑡 ቚ = 𝐸 𝑋 𝑋 − 1 𝑋 − 2 = 𝐸 𝑋 − 3𝐸 𝑋 + 2𝐸 𝑋
𝑑𝑡 𝑡=1
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 50
Função Geratriz de Momentos
➢ Então, 𝜓𝑋 𝑡 é chamada função geratriz de momentos fatoriais por causa da
estrutura fatorial da esperança gerada pelas derivadas avaliadas em 𝑡 = 1.
𝜓𝑋 𝑡 = 𝐸 𝑡 𝑋 = 𝑡 𝑥 𝑝𝑋 𝑥 = 𝑝𝑋 0 + 𝑡𝑝𝑋 1 + ⋯ + 𝑡 𝑛 𝑝𝑋 𝑛
𝑥=1
e é fácil ver que
𝑑 𝑘 𝜓𝑋 𝑡
𝑘
ቚ = 𝑘! 𝑝𝑋 𝑘 , 𝑘 = 0,1, … , 𝑛.
𝑑𝑡 𝑡=0
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 51
Função Geratriz de Momentos
➢ Então, as derivadas de 𝜓𝑋 𝑡 avaliadas em 𝑡 = 0 fornece uma constante
conhecida vezes a f.d.p. de 𝑋.
➢ Exercício 6.18: Uma moeda honesta é lançada até que cara ocorra. Se 𝑊 é o
número de lançamentos necessários, a f.d.p. de 𝑊 é
1
𝑝𝑊 𝑤 = 𝑤 , 𝑤 = 1, 2, 3, …
2
(a) Obtenha a fgp de 𝑊.
𝑑 𝑘 𝜓𝑊 𝑡
(b) Mostre que ȁ𝑡=0 = 𝑘! 𝑝𝑊 𝑘 .
𝑑𝑡 𝑘
(c) Calcule 𝐸 𝑋 e 𝑉𝑎𝑟 𝑋 a partir da fgp.
MATERIAL 6 – PROBABILIDADE I 52