Formação Do Diácono
Formação Do Diácono
Formação Do Diácono
DISCIPLINA:
FORMAÇÃO DO DIÁCONO:
1 - A NATUREZA DO DIACONATO
O teólogo Aquilino de Pedro afirmou que o diaconato é o ministério por excelência: o serviço é sua razão
primária. A diaconia não é outra coisa senão um serviço incondicional e amoroso a Deus e à sua igreja.
O Diácono que não serve para servir a Igreja de Deus, não serve para viver como ministro de Cristo. A
essência do diaconato é o serviço que ele faz, sem este serviço seria impossível a diaconia.
Ele era Senhor e servia a todos; era Rei, mas se fazia servo de todos; deveria está à mesa, mas Ele lavava os
pés dos discípulos.
É a palavra mais usada no Novo Testamento para se referir ao serviço diaconal. O termo δουλος ( doulos)
vem da palavra δεω (deo) que significada “atar um laço, prender, atar, prender com cadeias, lançar em
cadeias.” A palavra δουλος (doulos), então, significa “escravo, servo, homem de condição servil, alguém que
se rende à vontade de outro”.
2 - A INSTITUIÇÃO DO DIACONATO
O diaconato é o único ministério cristão que surgiu de um fator social, de uma necessidade da igreja
primitiva: o socorro às viúvas.
(At 6.1-7): “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas
contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária, e os doze,
convocando a multidão dos discípulos, disseram: não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e
sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”.
Assim, cabe uma pergunta: Quais as razões que levaram os apóstolos a instituírem o diaconato?
A) O crescimento da igreja (At.2.41; 4.4): a igreja crescia de maneira vertiginosa, de aproximadamente três
mil convertidos, logo, passou a cinco mil, a parti daí, não parou mais de crescer. Crescendo o número de
fiéis, cresciam também os problemas. O maior problema da igreja primitiva naquele momento era o clamor
das viúvas helenistas, que nas distribuições diárias estavam ficando em segundo plano em relação às
hebreias.
B) O Descontentamento social: Os relatos dizem haver uma murmuração dos helenistas contra os hebreus,
porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas. O problema não podia esperar, exigia solução
imediata, para que não houvesse uma divisão nos dois principais segmentos culturais da igreja em
Jerusalém, os hebreus e os helenistas, (um grupo específico de judeus que viviam fora da Palestina e que falavam
o grego como língua principal). A queixa era pertinente, parecia ter sério fundamento, deixando os apóstolos
preocupados, e deveriam remediar urgentemente esta situação, pois a desigualdade social era intolerável
aos olhos de Deus, (Dt.15.7,11). Infelizmente, essa questão social continua a ser negligenciada por muitos
ministros, achando que é um problema do governo, porém, a Bíblia nos ensina que, embora a igreja seja
um organismo vivo e espiritual, ela é vista como uma comunidade administradora de uma justiça que tem
que exceder a do mundo (Mt 5.20). Por isso, ao constituírem o diaconato, os apóstolos tinham em mente a
administração da justiça entre o povo de Deus. A partir dessa ordenação, os apóstolos puderam dedicar-se
com mais zelo ao seu ministério: ensino da Palavra e o exercício da oração.
C) O Comprometimento do ministério apostólico (At 6.2-4): “Não é razoável que nós deixemos a Palavra de
Deus, e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do
Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e
no ministério da palavra”. Os apóstolos estavam colocando em primazia a Palavra de Deus, fato este que
não deveriam abandonar, pois isso fortaleceria as doutrinas bíblicas que seriam posteriormente ensinadas a
toda a igreja.
Preste atenção: Você é importante na sua função, quando a exerce com lealdade e responsabilidade, pois, o
pastor local precisa que seus serviços sejam bem realizados para que ele possa se dedicar a oração e ao
estudo da Palavra.
D) A organização ministerial da igreja: Até a constituição dos diáconos, a igreja conhecia apenas o
ministério apostólico, pois eram os apóstolos que faziam todo trabalho, inclusive servindo os irmãos
materialmente. Isso impedia o crescimento eficaz da igreja local. Por isso, a nova estrutura, por intermédio
da instituição dos diáconos, permitia a qualidade dos ensinos e a estruturação da base do ministério da
Igreja.
3 - A NATUREZA DO DIACONATO
O que é o diaconato? Um ofício ou um ministério? Podemos dizer que o diaconato tanto é um ofício quanto
um ministério.
A) Diaconato como ofício: É uma ocupação que exige um grau de habilidade, sua função é claramente
definida: Suprir as necessidades dos santos. Basicamente o ofício do diácono é assistencial, se ele não se
presta a servir, não pode ser um diácono.
B) Diaconato como ministério: o ministério é um trabalho ou uma função eclesiástica exercida por alguém
biblicamente ordenado conforme Atos 6.6: "e os apresentaram antes aos apóstolos e estes, orando, lhes
impuseram as mãos".
Porque é um ministério?
*A instituição dos diáconos foi inspiração do Espírito Santo.
*A instituição dos diáconos foi aprovada em assembleia (At 6.3).
* Foram ordenados com imposição de mãos (At.6.6). Cabe observar que o diácono não foi chamado para
receber honrarias, mas para servir a Deus e a igreja: “escolhei, pois, irmãos, dentre vós, aos quais
constituiremos sobre este importante negócio” (At 6.3). Servi a igreja deve ser considerado um serviço
importante, devemos nos conscientizar de nossas responsabilidades.
A recomendação de Paulo
I Tm 3.10: “E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis”
(gr: dokimazesthosan) sig: aprovar depois do teste. A provação não deve ser feita por meio de um teste
formal, pelo contrário, deve ser aprovado antes mesmo de ocuparem o cargo. Neste caso cabe a avaliação
da igreja local ao candidato pelos seus feitos já realizados, em outras palavras, não somos chamados para
servir, servimos para sermos chamados, antes que o candidato seja ordenado, Deus já o fez, bem como as
observações e julgamento dos outros foram consideradas.
O sucesso do colegiado apostólico na convocação dos setes diáconos foi justamente porque eles já
exerciam a piedade e somente foram reconhecidos no ofício.