Mo00502.2011 01 19 14 42 28
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M.A.C. Torres
Centro Brasileiro de Pesquisas Fı́sicas – CBPF/MCT
Rua Dr. Xavier Sigaud, 150
22290-180 – Rio de Janeiro, RJ – Brasil
∗
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Fı́sica, Tese de Mestrado
defendida em abril de 2002, sob orientação de Clóvis José Wotzasek.
Prefácio
Namastê.
M. A. C. Torres.
Resumo
Introdutory study of Bosonic String Theory. Classical String and its internal
symmetries. Light Cone, Covariant and Conformal quantization methods exposure.
Conformal Field Theory on String world-sheet. Polyakov’s Path Integral formalism.
Non critical String and its application in quark confinement problem.
Conteúdo
1 Introdução 1
2 A Ação de Polyakov 5
2.1 A Partı́cula Corda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Dinâmica da Corda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.3 Quantização da Corda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3.1 Quantização no Cone de Luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3.2 Quantização Covariante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
ii
CBPF-MO-005/02 iii
4.6 A Matriz S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.6.1 Superfı́cies topológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.7 Operadores de Vértice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
4.8 Cordas no espaço-tempo curvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6 Considerações Finais 77
Bibliografia 79
Lista de Figuras
iv
Capı́tulo 1
Introdução
A Ação de Polyakov
∆x∆p ≥ h̄ (2.1)
tornar não locais as interações entre partı́culas, conforme veremos na seção (4.7).
A partı́cula, sendo uma corda, pode existir em duas formas, corda aberta ou
fechada (Fig. 2.1) e a sua propagação no espaço-tempo forma uma superfı́cie bidi-
mensional comumente chamada de folha de universo, em analogia a linha de universo
da partı́cula pontual no espaço de Minkowski.
Para construirmos a dinâmica da corda e posteriormente quantizar seus esta-
dos, precisamos determinar a ação da corda, que faremos por uma analogia nos
reportando ao caso de uma partı́cula pontual.
Uma partı́cula pontual que se desloca no espaço-tempo de D dimensões descreve
uma linha de universo. A distância ∆l entre 2 pontos ao longo deste caminho é
invariante sob transformações de Lorentz (Fig.2.2). A linha de universo possui um
parâmetro interno de varredura da linha que seria a escala de tempo de determinado
observador. O comprimento ∆l da linha independe da parametrização interna τ da
linha de universo, ou seja, independe do observador externo e de sua escala de tempo.
Portanto a invariância de Lorentz do espaço tempo está imersa na invariância por
reparametrização:
a única restrição para τ (τ ) é que seja apenas uma função monótona. A simetria de
reparametrização é maior que a de Lorentz porque inclui no espaço externo as trans-
formações de coordenadas entre referenciais não inerciais. Poderemos considerar a
simetria de Lorentz equivalente a de reparametrização se aplicarmos o conceito de
referenciais inerciais instantâneos.
A ação invariante de Lorentz e por reparametrização interna mais simples que
podemos obter é o comprimento desta linha no espaço de Minkowski que nada mais
é senão a medida do tempo próprio :
S = lim (∆X 0 )2 − (∆X µ )2 (2.3)
∆t→0
∆t
∆X µ → Ẋ µ dτ µ = 0, 1, ..., D − 1 (2.4)
e a ação se torna,
S= dτ (−Ẋ µ Ẋµ )1/2 (2.5)
Para o caso da corda, existem 2 parâmetros internos que identificam todos os pon-
tos da folha de universo. Podemos associa-los inicialmente às coordenadas temporal
τ e de posição relativa σ dentro da corda. Mas de fato, temos a liberdade de escol-
her para a folha de universo qualquer reparametrização difeomórfica (transformação
isométrica e infinitamente diferenciável) a esta, preservadas as coordenadas espaço-
tempo X µ , pois são estas as grandezas com realidade fı́sica de interesse. A ação
da corda também deve preservar a simetria de Poincaré para campos de partı́culas
no espaço-tempo. Y. Nambu e T. Goto [6, 7] propuseram que a ação mais simples
que poderı́amos escrever seria proporcional a área da folha de universo. Partindo
do elemento de linha invariante de Lorentz:
1
T = , onde α é a inclinação de Regge,
2πα
α = lP2 ∼ 10−66 cm2 , lP comprimento de Planck (2.8)
σ 1,2 → σ 1,2 (σ 1 , σ 2 )
X µ (σ 1 , σ 2 ) = X µ (σ 1 , σ 2 )
∂σ a ∂σ b
gab (σ 1 , σ 2 ) = gcd (σ 1 , σ 2 ) (2.11)
∂σ c ∂σ d
gab (σ 1 , σ 2 ) = exp(2ω(σ 1 , σ 2 ))gab (σ 1 , σ 2 )
X µ (σ 1 , σ 2 ) = X µ (σ 1 , σ 2 ) (2.12)
X µ (σ 1 , σ 2 ) = Λµν X ν (σ 1 , σ 2 ) + aµ
gab (σ 1 , σ 2 ) = gab (σ 1 , σ 2 ) (2.13)
g ab = e−2ω g ab
g = det(e2ω gab ) = e4ω g, e portanto,
T √
S =− −ge2ω g ab e−2ω ηµν ∂a X µ ∂b X ν = S (2.14)
2
2√ δS 1
Tab = − −g ab = ∂a X µ ∂b Xµ − gab g cd∂c X µ ∂d Xµ = 0 (2.15)
T δg 2
as três equações acima tem como solução gab = hab . Aplicando esta solução na ação
de Polyakov,chega-se a ação de Nambu-Goto, confirmando a equivalência clássica.
A nı́vel quântico, até hoje não foi provado a equivalência entre tais ações.
CBPF-MO-005/02 11
τ2
∂L ∂L
δS = dτ dσ δX + δ Ẋµ
τ1 σ ∂Xµ µ
∂ Ẋµ
Pelo princı́pio da ação mı́nima, a variação de S deve ser nula, o que nos leva a dois
tipos de equação:
δL δL
as equações de movimento ∂σ
+ ∂τ =0 (2.17)
δXµ δ Ẋµ
σ=l σ=0
∂L ∂L
e as condições de contorno nas bordas = (2.18)
∂Xµ ∂Xµ
δL δL
pµτ = , e pµσ = (2.19)
δ Ẋµ δXµ
CBPF-MO-005/02 12
(Ẋ · X )X µ − (X )2 Ẋ µ
pµτ = T (2.23)
(Ẋ · X )2 − (X )2 (Ẋ)2
(Ẋ · X )Ẋ µ − (Ẋ)2 X µ
pµσ = T (2.24)
(Ẋ · X )2 − (X )2 (Ẋ)2
de integração.
Pelo outro lado, o método de quantização covariante visa preservar a invariância
de Lorentz do inı́cio ao fim. Para que isso se concretize, é preciso ignorar a existência
de vı́nculos (simetrias) na teoria e realizar o procedimento canônico de quantização.
Porém, a relação de comutação de variáveis covariantes envolve a métrica do espaço-
tempo que é de tipo indefinida (nem positiva, nem negativa em todos os seus termos).
A métrica do espaço de Hilbert correspondente será também indefinida, o que implica
na perda de unitariedade (conservação da probabilidade) e na existência de estados
de norma negativa (fantasmas). Para sanar este problema, resta restabelecer os
vı́nculos existentes na teoria. Os vı́nculos são impostos posteriormente nos estados,
uma vez que estes não são compatı́veis com as relações de comutação da teoria.
Impostos os vı́nculos, é preciso checar se os estados fantasmas estão desacoplados
para se recuperar a unitariedade. Novamente a condição para que isso ocorra será
quando a dimensão do espaço-tempo for menor ou igual a 26.
Embora consigamos realizar a quantização da corda bosônica mantendo a uni-
tariedade e a invariância de Lorentz, um sério percalço surge na quantização: o
estado fundamental da corda é taquiônico (velocidade acima da luz ou m2 < 0). Tal
obstáculo só é sanado acrescentando supersimetria à teoria de cordas.
T01 = T10 = Ẋ · X = 0
1 2
T00 = T11 = (Ẋ 2 + X ) = 0 (2.27)
2
pµσ = −T X
µ
pµτ = T Ẋ µ , (2.28)
(∂σ2 − ∂τ2 )X µ = 0 (2.29)
µ
X µ (σ, τ ) = XD (τ − σ) + XEµ (τ + σ) (2.30)
que nos permite escrever a solução geral periódica de X µ na forma de série expo-
nencial de Fourier
1 1 i 1
µ
XD (τ − σ) = xµ + (τ − σ)pµ + √ αnµ exp(−in(τ − σ))
2 4πT 2 2πT n=0 n
1 1 i 1
XEµ (τ + σ) = xµ + (τ + σ)pµ + √ αnµ exp(−in(τ + σ)) (2.32)
2 4πT 2 2πT n
n=0
∂σ X µ (σ = 0) = ∂σ X µ (σ = 2π) = 0
que obriga αnµ = αnµ e vincula os movimentos esquerda/direita da corda. Neste caso,
temos como solução
1 µ i 1 µ
X µ (σ, τ ) = xµ + p τ+√ αn exp(−inτ ) cos(nσ) (2.33)
2πT 2πT n=0 n
∂X ∂X ∂ τ ∂X ∂ σ
= +
∂τ ∂ τ ∂τ ∂ σ ∂τ
∂2 ∂2 ∂2 ∂2
− σ=0 e − τ =0 (2.34)
∂τ 2 ∂σ 2 ∂τ 2 ∂σ 2
Este resultado poderı́amos ter visto de outra forma: os vı́nculos (2.27) colocam
gab no calibre conforme, e portanto as transformações de σ ± = τ ± σ são sempre
holomórficas, onde se verifica sempre
∂2 ∂2
∂+ ∂− σ ± (σ+ ,σ− ) = − σ ± (σ+ ,σ− ) = 0
∂τ 2 ∂σ 2
CBPF-MO-005/02 17
1 +
X + = x+ + p τ (2.35)
2πT
pτ · X = p+
τ X
−
+ p−
τ X
+
− piτ X i = 0, i = 2, ..., D
mas X + = 0, p+ + i i
τ = p /2π e de (2.29) pτ = T Ẋ . Logo,
2πT i i
X − = Ẋ X (2.36)
p+
pτ · pτ + T 2 X · X = 0 = 2p+ − i i 2 + −
τ pτ − pτ pτ + T (2X X − X i X i )
e portanto
p− πT
Ẋ − = τ
= + (X i X i + Ẋ i Ẋ i ) (2.37)
T p
πT
X − + Ẋ − = (X i + Ẋ i )2 (2.38)
p+
CBPF-MO-005/02 18
e
√ √
− 2πT i i − 2πT i i
αm = αn αm−n ; αm = αn αm−n para a corda fechada (2.42)
p+ n
p+ n
j
observando que para os operadores α−n = (αnj )† como conseqüência da relação
clássica (2.33). Semelhante a uma série de osciladores harmônicos, αnj são os oper-
adores de criação (n < 0) e aniquilação (n > 0) de modo |n| de vibração da corda,
o mesmo valendo para os operadores antiholomórficos αnj .
O estado fundamental da corda aberta é tal que
enquanto que a corda fechada tem números quânticos a mais relativo aos modos
anti-holomórficos
√
onde α0i = pi / 2πT . Se aplicarmos o ordenamento criação-aniquilação no Hamilto-
niano, afim de evitarmos ambiguidades, temos
+∞
pi pi
H= i
: α−m i
αm :+ −a
m=1
4πT
para a corda aberta e
+∞
pi pi
H=2 i i i i
: α−m αm : + : α−m αm : + − 2a
m=1
2πT
D−2
∞
para a corda fechada, com a = − n (2.50)
2 n=1
d −nλ
∞ ∞
n → lim n exp(−nλ) = − e
n=1
λ→0
n=1
dλ
−2 1 1
= lim e−λ 1 − e−λ = lim 2
− + O(λ) (2.51)
λ→0 λ→0 λ 12
∞
n2 λ exp(−2nλ)
n=1
D−2
a= (2.52)
24
+∞
+∞
i i i i
N= : α−m αm : e N= : α−m αm : (2.53)
m=1 m=1
Podemos obter as massas dos estados da corda a partir dos autovalores do oper-
ador M 2 . Utilizando (2.48)
À primeira vista, gostarı́amos de impor a < 0, mas este valor será determinado na
recuperação da simetria de Lorentz e infelizmente a < 0 não se sucederá. Por isso
enquanto estivermos falando de cordas bosônicas teremos de conviver com partı́culas
de massa quadrática negativa, o que significa que as cordas são partı́culas com
velocidade acima da luz em seu estado fundamental. Estes tipos de partı́culas,
denominadas táquions, até hoje nunca foram encontrado na natureza e sua existência
invalidaria a Relatividade Geral. A eliminação dos táquions do espéctro das cordas
se resoverá nas supercordas, que está além do escopo deste trabalho.
O estado fundamental da corda é freqüentemente referenciado como estado de
vácuo. Esta designação faz sentido no contexto em que notadamente existe uma
teoria de campos de 2 dimensões na folha de universo da corda. Nesta teoria de
campos , os operadores alfa realizam a criação e destruição de partı́culas em seus
respectivos modos e os números quânticos deste estado descreveriam a quantidade
de partı́culas em cada modo n. Nesse aspecto, o estado fundamental da corda
descreveria um vácuo (ausência de partı́culas) com sua energia residual.
Por outro lado, não podemos nos confundir com a realidade fı́sica que é expressa
CBPF-MO-005/02 22
no espaço-tempo. Neste, a corda nunca deixa de existir e não há criação ou de-
struição de cordas. Os operadores alfa atuam somente nos modos de vibração da
corda e cada estado da corda possui propriedades distintas e por isso associamos a
cada diferente estado da corda uma partı́cula diferente encontrada na natureza. Por
enquanto ainda não existe uma teoria de campos de corda consistente, portanto at-
enção é necessária ao significado da palavra vácuo designando o estado fundamental
da corda.
Realizada a quantização no calibre do cone de luz, precisamos verificar as con-
dições para a existência da invariância de Lorentz, verificando se a álgebra de Lorentz
é satisfeita para os geradores de Lorentz da teoria. Vamos agora trabalhar somente
com a corda aberta, pois o resultado final é idêntico ao obtido com a corda fechada.
Os geradores de Lorentz são as cargas conservadas das correntes de simetria obtidas
pelo Teorema de Noether:
l l
M µν
= dσ xµ pντ − xν pµτ =T dσ xµ ẋντ − xν ẋµτ (2.58)
0 0
[M µν , M ζρ ] = iη νζ M µρ − iη µζ M νρ − iη νρ M µζ + iη µρ M νζ (2.59)
∞
1 µ ν
M µν
=x p −x p −i
µ ν
(α−n αn − α−n
ν µ ν
αnµ ) (2.60)
n=1
n
1
M −i = √ (M 0i − M 1i ) (2.61)
2
[M −i , M −j ] = 0 (2.62)
CBPF-MO-005/02 23
a=1 e D = 26 (2.64)
q
i
X = X iα
α=1
24
D =2+
q
CBPF-MO-005/02 24
i
α−1 |0; p (2.65)
i
Cij α−1 j
α−1 |0, 0; p (2.66)
que possui massa zero. Existem 242 estados que combinados pelos coeficientes Cij
podem gerar estados de partı́culas de 3 tipos: grávitons, dı́latons e o estado tensor
antisimétrico. Uma matriz (C)24×24 pode ser decomposta em 3 termos:
i
Gij α−1 j
α−1 |0, 0; p (2.68)
são os grávitons, por serem de spin 2, simétricos e sem massa, tal como é requerido
pela gravitação quântica para a quantização da métrica do espaço-tempo.
O estado definido por um único escalar
i
Φα−1 i
α−1 |0, 0; p (2.69)
i
Bij α−1 j
α−1 |0, 0; p (2.70)
[xµ , pν ] = −iη µν µ
[αm , αnν ] = −mδm+n η µν (2.73)
e em adicional para a corda fechada,
µ
[αm , αnν ] = −mδm+n η µν µ
[αm , αnν ] = 0 (2.74)
Porém o comutador dos operadores com ı́ndice covariante zero possui o sinal inver-
tido que leva ao surgimento de estados de norma negativa, ditos fantasmas. Por
exemplo, numa corda aberta (m > 0),
0 0 0 0
0; p |αm α−m | 0; p = 0; p |[αm , α−m ]| 0; p = −m (2.75)
µ
µ
(∂τ + ∂σ )XD = 0 → ẊD
µ
= −XD (2.76)
(∂τ − ∂σ )XEµ = 0 → ẊEµ = XEµ (2.77)
2
Podemos expandir ẊD em série exponencial,
1
∞
2
ẊD =− Lm e−im(τ −σ) (2.79)
4πT m=−∞
O lado esquerdo da equação acima pode ser refeito substituindo X µ pela sua ex-
pansão (2.32). Os coeficientes Lm ficam portanto determinados
1
∞
Lm = − αn · αm−n (2.80)
2 n=−∞
CBPF-MO-005/02 27
1
∞
ẊE2 =− Lm e−im(τ −σ) (2.81)
4πT m=−∞
1
∞
Lm = − αn · αm−n (2.82)
2 n=−∞
onde
pµ
α0µ = √ (2.83)
2 2πT
O caso m < 0 está considerado na equação acima uma vez que Lm = L†−m atua
sobre o bra de (2.72), compondo a mesma equação acima, em outra forma:
1 ∞
p2 ∞
L0 = − α02 − α−n · αn = − α−n · αn (2.87)
2 n=1
8πT n=1
por conseguinte,
∞
∞
M 2 = −8πT a+ α−n · αn = −8πT a+ α−n · αn (2.88)
n=1 n=1
Note que a equação acima oferece o mesmo espectro de massa que em (2.55) para
a = 1.
Trabalhando-se com a relação de comutação dos operadores alfa, pode-se chegar
a álgebra de Virasoro com extensão central
D 3
[Lm , Lm ] = (m − n)Lm+n + (m − m)δm+n (2.89)
12
¯ µ=0
∂ ∂X (3.4)
De (3.4) concluı́mos que os campos X µ (z, z̄) são a soma de funções holomórficas e
antiholomórficas de z, conforme vimos em capı́tulo anterior (2.17). Rearranjando
¯
as derivações parciais, percebe-se que ∂X(z) e ∂X(z̄) são funções holomórficas e
anti-holomórficas de z respectivamente e por isso omitiremos a notação (z, z̄) de
parâmetros.
A quantização na folha de universo segue da substituição das variáveis clássicas
por operadores. Tais operadores poderão compor uma ação conformalmente invari-
ante e possuir determinados pesos sob transformação conforme. Para encontrar as
propriedades dos operadores precisamos fazer um estudo sobre os geradores do grupo
de simetria conforme.
Veremos a seguir que o grupo de simetria conforme age segundo o espaço de
transformações holomórficas e anti-holomórficas
Logo, o traço do tensor energia-momento da corda precisa ser nulo. Isso se traduz
em coordenadas do plano complexo:
T a a = Tz z̄ = Tz̄z = 0 (3.7)
∇·j = 0
A função analı́tica f (z) pode ser escrita numa espansão da série de Laurent em
CBPF-MO-005/02 33
torno da origem:
+∞
fn
f (z) =
n=−∞
z n−1
O operador F (z) é na verdade uma combinação de infinitos termos que são a base
do grupo de operadores de transformação conforme,
Ln = z 1−n ∂ (3.10)
1
Tab = ∂a X µ ∂b Xµ − δab ∂c X µ ∂ c Xµ (3.12)
2
Há um porém: o tensor acima não está bem definido quanticamente devido a
um problema de ordenamento de operadores atuando no mesmo ponto e que será
tratado adiante. Mesmo assim o resultado é correto por haver cancelamento por
subtração dos termos de ordenamento do tensor quântico.
δA = [G, A] (3.13)
onde R é a região onde a corrente não se anula e C seu contorno. O resultado (3.16)
assim exposto deve ser zero, pela conservação da corrente de simetria ∇j = 0 e
esperamos que isso se realize quanticamente, com δS = 0, mas não necessariamente
AδS se anula. Trabalhando com as equações (3.15) e (3.16), obtemos:
1
δA(z0 ) = dzf (z) T (z)A(z0 )
2πi C
sendo (z0 ) no interior do contorno C. Caso (z0 ) estivesse fora do contorno, poderı́amos
considerar variações infinitesimais tal que um novo contorno C em torno de z0 es-
tivesse completamente exterior a C. Nessa região a corrente de simetria se anula
e terı́amos δA = 0. Considerando que a equação acima é válida para quaisquer
inserções de operadores, ela também deve ser válida no espaço de operadores
1
δA(z0 ) = dzf (z)T (z)A(z0 ) (3.17)
2πi C
O resultado em (3.18) não deve ser alterado se fizermos inserções em pontos distintos
de (z, z̄).
δ
0= [dX] [exp(−S)X ν (z , z̄ )]
δXµ (z, z̄)
δS
= − [dX] exp(−S) X (z , z̄ ) + [dX] exp(−S)η µν δ 2 (z − z , z̄ − z̄ )
ν
δXµ (z, z̄)
1 ¯ µ !
=
∂ ∂ X (z, z̄)X ν (z , z̄ ) + η µν δ 2 (z − z , z̄ − z̄ )
πα !
→ ∂ ∂¯ X µ (z, z̄)X ν (z , z̄ ) = −πα η µν δ 2 (z − z , z̄ − z̄ ) (3.20)
α µν
X µ (z, z̄)X ν (w, w̄) = − η ln |z − w|2 (3.21)
2
o que confirma o resultado anterior. Isso mostra que a função correlação de 2 pontos
não é bem definida quando esses 2 pontos coincidem. É um problema conhecido da
teoria de campos que é corrigido por um ordenamento dos operadores na função de
Green. No caso, definimos o ordenamento normal:
α µν
: X µ (z, z̄)X ν (w, w̄) := X µ (z, z̄)X ν (w, w̄) + η ln |z − w|2 (3.22)
2
e conseqüentemente,
ordenados para que eles estejam bem definidos. Em variáveis do plano complexo,
temos:
1
T (z) = − : ∂X µ (z)∂Xµ (z) : (3.26)
α
1 1 ∂X ν
T (z)X ν (0, 0) = − : ∂X µ
∂Xµ : X ν
(0, 0) = − : ∂X µ
(z)∂X µ (z)X(0, 0) : +
α α z
Lembramos que f (z) deve ser regular em torno da origem e podemos decompô-lo
em série de Taylor. Aplicando o resultado acima em (3.17):
" #
∞
1 (n) ∂X ν
δX ν = (X (2f (z)) − X(z))z→0 = 2Resz→0 f (0)z n = 2f (0)∂X ν
n=0
n! z
z → z = w(z), z̄ → z̄ = w̄(z̄)
φ(z, z̄) → φ (w, w̄) = (∂z w)−h (∂z̄ w̄)−h̄ φ(z, z̄) (3.28)
onde (h, h̄) é o peso conforme de φ e h + h̄ sua dimensão de escala. Pode-se verificar
pela identidade de Ward, que o seu produto com o tensor energia-momento deve ser
h ∂φ(0, 0)
T (z)φ(0, 0) = φ(0, 0) + + termos regulares (3.29)
z2 z
D 2 1
T (z)T (0) = 4
+ 2 T (0) + ∂T (0)+ : T (z)T (0) : (3.31)
2z z z
CBPF-MO-005/02 40
∞
Ln
T (z) = (3.32)
n=−∞
z n+2
α
1/2
∞
αmµ
α
1/2
∞
αmµ
∂X µ (z) = −i ¯ µ (z̄) = −i
, ∂X (3.37)
2 z m+1 2 z̄ m+1
m=−∞ m=−∞
CBPF-MO-005/02 42
Em especial verificamos que α0µ = α0µ e que correspondem a carga conservada com re-
speito a corrente de simetria por translação i∂a X µ /α na folha de universo. Tal carga
é o momento linear. Considerando contribuições holomórficas e anti-holomórficas,
1/2
1 2
µ
p = (dzj µ − dz̄ j̄ µ ) = α0µ (3.39)
2πi C α
Integrando 3.37,
1/2
∞
α α 1 µ
αm αm µ
X (z, z̄) = x − i pµ ln |z|2 + i
µ µ
+ . (3.40)
2 2 m zm z̄ m
m=−∞
m=0
µ
[αm , αnν ] = [αm
µ
, αnν ] = mδm+n η µν (3.41)
µ µ
A relação de comutação mostra que estes operadores αm e αm são exatamente os
operadores de criação e aniquilação de estados de corda com modo de vibração |m|,
para m < 0 e m > 0 respectivamente. É interessante notar que na quantização
conforme realizada não foi preciso estabelecer, isto é, impor a relação de comutação
(3.41). Isto ocorre porque a passagem das relações clássicas para a quantização
foi feita anteriormente quando definimos o ordenamento normal de operadores, que
assim como a relação de comutação e os colchetes de Poisson, tende para o limite
clássico quando os operadores se afastam e a influência da singularidade evanesce.
Utilizando (3.41) e (3.39),
i
[xµ , pν ] = [X µ , pν ] = − Res (dz∂X ν
− dz̄ ¯ ν )X µ = iη µν
∂X (3.42)
α
como já o fizemos nos processos de quantização anteriores (seção 2.3). Agora
µ
podemos calcular os geradores de Virasoro Lm em função dos operadores αm . Obten-
hamos primeiramente o tensor energia-momento,
1 1 αm µ
αµn
T (z) = − : ∂X µ
∂Xµ := : : (3.44)
α 2 m,n z m+n+2
1 αµ αµn
∞
αµ αµj−m
m
Lj = Res : m+n−j+1 := : m : (3.45)
2 n,m
z m=−∞
2
1 ∞
∞ µ
2 µ ◦ α−m αµm ◦
L0 = (α0 ) + (α−n αµn ) + a = ◦ ◦ +a (3.46)
2 n=1 m=−∞
2
1
L0 |0, 0; 0 = [L1 L−1 − L−1 L1 ]|0, 0; 0 = 0 (3.47)
2
CBPF-MO-005/02 44
concluimos que
a=0 (3.48)
◦◦
Logo os dois tipos de ordenamento, normal :: (3.45) e criação-aniquilação ◦◦ (3.46),
são equivalentes.
0 2π
(a) (b)
0 π
(a) (b)
Figura 3.2: Plano complexo da corda aberta com linhas equitemporais. (a) Em
coordenadas w. (b) Em coordenadas z.
αm |I = 0 e αm |I = 0, m>0 (3.52)
|I = |0, 0 (3.53)
¯
e por ∂X(z) (∂X(z̄)) ser (anti-)holomórfico nesse vértice, podemos expandi-lo em
série de Taylor em torno deste. Daı́ encontramos os operadores α como resı́duos
CBPF-MO-005/02 47
dessa expansão
1/2 1/2 $
2 dz −m 2 i
µ
α−m |I = z ∂X µ (z)|I = m µ
α 2π α (m − 1)! ∂ X (z0 ) , m>0
(3.54)
1/2
2 i
µ
α−m → ∂ m X µ (z0 ), m>0 (3.55)
α (m − 1)!
um atuando sobre o estado e o outro sobre o vértice. A equação acima mostra que
µ
α−m (m > 0) correspondem a campos primários de peso (m, 0). correspondência
acima se mantém para outros estados |A com operador de vértice A(z0 ) com or-
µ
denamento normal. O operador local correspondente a α−m atuando no estado |A
será o ordenamento normal do produto de ambos operadores locais
1/2
2 i
µ
α−m |A → : ∂ m X µ (z0 )A(z0 ) : (3.56)
α (m − 1)!
onde um estado inicial dado pelo operador de vértice A no ponto (z0 ) evolui para um
estado com a configuração de campos Xfµ (coordenadas espaciais). Este funcional
é a função de onda na representação X de determinado estado na formulação de
Schrödinger. A condição de fronteira Xjµ = Xfµ acontece para um dado tempo τ = τ0
que no plano z se expressa por uma circunferência fechada em torno do centro z0 =
(0, 0). Os campos Xjµ (τ, σ) estão sujeitos a condição de causalidade. Esse conceito
de funcional integral como um propagador não deve valer somente para estados
iniciais assintóticos representados por operadores de vértice. Podemos expandir
sua definição para estados inicial e final definidos pelas respectivas configurações
de campos Xiµ e Xfµ , que serão as condições de borda inicial e final dos caminhos
possı́veis de Xjµ nos tempos τi e τf .
Ψ[Xfµ , τf ] = [dXjµ ]Xfµ ,Xiµ exp(−S[Xjµ ])Ψ[Xiµ , τi ] (3.59)
A integração funcional acima é feita no plano z numa coroa circular τf > τ > τi
ou ri < |z| < rf . A região |z| < ri não tem influência na equação acima, quando se
conhece o estado da partı́cula para |z| = ri . Mas poderı́amos substituir esta condição
de borda por uma superposição de operadores de vértice que aplicados isoladamente
em pontos fixos z s distintos no interior do disco (|z0 | < ri ) produzissem na fronteira
desse disco a mesma configuração de campo Xiµ por evolução temporal.
Pelo mesmo princı́pio, o produto de 2 operadores de vértice atuando em pontos
distintos tem efeito na borda que contém estes pontos |z| = 1, por exemplo, idêntico
a uma superposição de efeitos de operadores de vértice isolados na região |z| < 1
que, por propriedade dos operadores conformes (3.28), podem ser transportados
para atuarem no ponto z = (0, 0) , cujo efeito é o de um único operador de vértice
dual do estado inicial assintótico que evolui para o estado |Ψ(Xi ) na borda |z| = 1
CBPF-MO-005/02 49
Ai (z, z̄)
Aj (0, 0)
|Ψij,z,z̄
Aij,z,z̄ (0, 0)
j❅
❅
❅
❅❅ k
k
A Integral de Caminho de
Polyakov
4.1 Introdução
Já apresentamos anteriormente (3.58) a formulação de integral de caminho no plano
complexo. Neste capı́tulo, voltamos ao assunto discutindo problemas na folha de
universo tais como fixação de calibre, anomalia de Weyl e operadores de vértice.
Por fim acrescentaremos complexidade a ação de Polyakov considerando a métrica
Gµν do espaço-tempo dependente dos campos de coordenada X µ (modelo sigma não
linear) que induzirá ao aparecimento de grávitons.
aberto↔ fechado
aberto↔ aberto
aberto↔ fechado+aberto
fechado↔ fechado+fechado
aberto+aberto↔ aberto+aberto
A constante λ não é um parâmetro livre. Seu papel será desvendado quando trabal-
harmos com a métrica do espaço-tempo. Mas por ora podemos destacar seu efeito
na interação entre cordas. A ação S pode ser reagrupada em 2 termos:
S = SP ol + λχ (4.4)
ξ ∂σ c ∂σ d
ĝab (σ1 , σ2 ) = exp(2ω (σ1 , σ2 )) ĝcd(σ 1 , σ 2 ) (4.7)
∂σ a ∂σ b
onde escrevemos Z em funcão da métrica fiduciária por razões que ficarão clara na
seção seguinte. Integrando primeiramente em g, observando a existência da função
δ:
[dXdξ]
Z(ĝ) = ∆F P (ĝ ξ ) exp(−S(X, ĝ ξ )) (4.10)
V oldif ×W eyl
onde
1
(P1 δσ)ab = (∇a δσb + ∇b δσa − gab ∇c δσ c ) (4.13)
2
com β sendo a restrição de traço nulo sobre as funções β. Para simplificar, podemos
inverter ∆−1
F P substituindo campos bosônicos por campos fermiônicos
δσ a → ca
δβab → bab , com b também de traço nulo. (4.15)
Numa observação aa nı́vel clássico (na próxima seção se seguirá o estudo quântico),
o funcional Z deve possuir peso conforme nulo para que este seja invariante à trans-
formações de Weyl. Essa condição já era satisfeita para a ação de Polyakov e a
medida de integração dX (3.3, 3.30). Precisamos checar agora a nulidade do peso
conforme para a ação fantasma e seus campos b e c. Admitindo estes como op-
CBPF-MO-005/02 57
eradores conformes de pesos correspondentes aos seus graus tensoriais, bab (2,0) e
ca (-1,0) vemos que o peso conforme da ação Sg é (0,0) e da medida de integração
também é (0,0).
Para o caso da corda aberta, precisamos limitar as transformações ξ tais que as
bordas se transformem nelas mesmas para que este grupo de simetria (espaço das
transformações ξ) represente a mesma folha de universo. Isto implica no requeri-
mento
T a a = a1 R (4.23)
Para nos compatibilizarmos com comentários anteriores (seção 3.5), temos que
encontrar a1 ∼ c, sendo c a carga central.
No cálculo de a1 , estaremos trabalhando com a parametrização de coordenadas
complexas. A condição (3.7) se traduz em
a1
Tz z̄ = gz z̄ R (4.24)
2
CBPF-MO-005/02 59
a1
∇z̄ Tz z̄ = ∂z R (lembrete: ∇a gbc = 0) (4.25)
2
a1
∇z Tzz = −∇z̄ Tz z̄ = − ∂z R (4.26)
2
Agora vamos calcular a variação de ambos os lados da equação acima sob uma
transformação infinitesimal de Weyl: g = (1 + 2δω(z))g. Vamos partir de uma
métrica inicial plana: g = 1 e R = 0. Sabendo que o escalar de Ricci se modifica
em transformações de Weyl segundo
1/2
g R = g 1/2 (R − 2∇2 δω) (4.27)
a1 a1
δW (∂z R) = ∂z (δW R) −a1 ∂z ∇2 δω = −4a1 ∂z2 ∂z̄ δω (4.28)
2 2
c
δTzz (z) = − ∂z2 δω(z) − 4δω(z)Tzz (z) − f (z)∂Tzz (z) (4.29)
6
c
δW Tzz = − ∂z2 δω (4.30)
6
c
δW (∇z Tzz ) = − ∂z̄ ∂z2 δω = 4∂z2 ∂z̄ δω (4.31)
3
CBPF-MO-005/02 60
Logo,
c c
a1 = − ; T aa = − R (4.32)
12 12
c = cX + cg = D − 26 (4.33)
4.6 A Matriz S
Conforme vimos no estudo da teoria de campos conformes, a soma sobre os variados
tipos de folha de universo na integração funcional é bastante simplificada quando
consideramos os estados inicial e final da corda assintóticos, que se tornam pontos de
singularidade no plano z. A amplitude de probabilidade de transição entre estados
assintóticos dados constitui um elemento da Matriz S de espalhamento de partı́culas.
Vamos primeiramente considerar processos de espalhamento conexos, isto é, nen-
huma corda permanece livre de interação, e simples, sem a existência de partı́culas
virtuais. Para as cordas abertas, as superfı́cies da folha de universo equivalem a um
disco com pequenos dentes abertos na borda correspondentes aos estados assintóticos
das cordas.
CBPF-MO-005/02 61
f i ∈ C∞ : M → N z = f i(z i )
i
(4.34)
χ = 2 − 2g − b (4.35)
S(k1 , ..., kn ) =
[dXdg] 'n (
exp(−SX − λχ) d2 σi g(σi )1/2 Vi (ki , σi ) .
Vdif × W eyl i=1
topol. f. u.
(4.36)
norte da esfera (4.4). Através de um segmento de reta que parte do polo norte da
esfera e corta esta e o plano complexo, associa-se a todo ponto do plano complexo
um ponto da esfera. Este método chama-se projeção estereográfica. Apenas o polo
norte da esfera não possui correspondência, e pela equivalência, vemos que o plano
complexo é uma superfı́cie não compacta aberta equivalente a esfera menos o polo
norte S 2 − {N},e o seu fecho C + {∞} equivale a esfera compacta. Na seção (3.7)
mostramos a equivalência entre uma folha de universo simples de uma corda fechada
e o plano complexo. A inclusão dos estados assintóticos transforma o plano complexo
numa esfera complexa, conforme a figura (4.2b).
O fecho do plano complexo C + {∞} com um cı́rculo retirado e sem bordas
equivale a um disco aberto. Para mostrar isso, seja esse furo um cı́rculo de raio
unitário aberto no plano complexo. Do centro O desse cı́rculo, centro de coordenadas
polares, associamos a cada ponto de coordenada z exterior ao cı́rculo, um ponto
interior ao cı́rculo de coordenada 1/z e por fim, o infinito {∞}, pertencente ao
fecho, associamos ao centro O.
Formações topológicas mais complexas são construı́das adicionando-se furos, ou
ligando tais furos em formação de rosca (fig.4.5).
CBPF-MO-005/02 65
...
g=2 g=3
g=0 g=1
α k 2 4
= 1 =⇒ m2 = −k 2 = − (4.39)
4 α
vértice será:
2gc
d2 z : ∂X µ ∂X
¯ ν eikX(z) : (4.40)
α
α k 2
O peso conforme do integrando agora é: h = 1+ 4
e a massa quadrática
correspondente será
α k 2
+ 1 = 1 =⇒ m2 = 0 (4.41)
4
Portanto, por respeito a invariância conforme, o estado é sem massa, de acordo com
resultados anteriores.
Podemos ver que por inserção de operadores de vértice representante de diferentes
estados de corda na matriz S e preservação da simetria conforme, obtém-se um
espectro discreto de massa para tais estados. Porém o primeiro estado massivo é da
ordem da massa de Planck (MP l ) de 1019 GeV. Uma interpretação fı́sica inicial na
teoria de cordas é que todos as partículas massivas que conhecemos seriam partı́culas
não massivas e que teriam suas massas geradas por quebras de simetria e transições
de fase em perı́odos remotos do universo.
com 2ab sendo um tensor antisimétrico, sµν e aµν respectivamente matrizes simétrica
e antisimétrica e φ um campo escalar.
Novamente a condição da invariância de Weyl sobre o operador de vértice deve
ser imposta :
δW V1 = 0 (4.46)
CBPF-MO-005/02 68
sµν −→ sµν + ξµ kν + ξν kµ
aµν −→ aµν + ξµ kν − ξν kµ
γ
φ −→ φ + k · ξ (4.47)
2
com ζµν (X) bem pequeno. O termo exponencial da integral de caminho de Polyakov
pode ser reescrito através de uma expansão de Taylor
1
exp(−S) = exp(−SP ol ) 1 − d2 σg 1/2 g ab ζµν (X)∂a X µ ∂b X ν + termos o. sup.
4πα M
(4.50)
onde vemos que surge um operador de vértice no termo em ζ. Para que este seja
CBPF-MO-005/02 69
um gráviton, temos
de tal maneira que a ação numa exponencial com o espaço-tempo curvo termina por
escrever um estado coerente de grávitons.
Podemos partir agora para uma situação mais geral em que a ação não só possui
o operador de vértice do gráviton como também de outros estados não massivos da
corda fechada:
1 ) *
S=
d2 σg 1/2 (g ab Gµν (X) + i2ab Bµν (X))∂a X µ ∂b X ν + α Φ(X)R (4.52)
4πα
onde Bµν (X) é um tensor antisimétrico e Φ(X) um escalar que junto a parte diagonal
de Gµν descreve o dı́laton. Uma teoria de campos com uma ação do tipo (4.52) com
os coeficientes do termo quadrático dependente do campo é chamada de modelo
sigma não linear.
Como em (4.47), a ação possui a liberdade de calibre
Gµν (X) = ηµν + χµν (X), χµν (X) = −4πgc sµν eik·X
Bµν (X) = −4πgc aµν eik·X
Φ(X) = −4πgc φeik·X (4.55)
1 G ab i B ab 1 Φ
T aa = − β g ∂a X µ
∂b X ν
− β 2 ∂a X µ
∂b X ν
− β R (4.56)
2α µν
2α µν
2
α
G
βµν ≈ α Rµν + 2α ∆µ ∆ν Φ − Hµλω Hν λω
4
α ω
B
βµν ≈− ∆ Hωµν + α ∆ω ΦHωµν
2
D − 26 α 2 α
βΦ ≈ − ∆ Φ + α ∆ω Φ∆ω Φ − Hµνλ H µνλ (4.57)
6 2 24
βG = βB = βΦ = 0 (4.58)
Φ(X) = Φ0
Cordas não crı́ticas são cordas definidas num espaço de dimensão D<26. A perda
aparente da invariância de Weyl é contornada pelo surgimento de um campo escalar
extra, o campo de Liouville.
No estudo que se segue, expomos cordas não crı́ticas, segundo o trabalho de
Polyakov [10] e Polchinski [1], e com o intuito de alcançar um entendimento quali-
tativo da aplicação desta teoria em confinamento de quarks, revisamos o critério de
Wilson [20] para confinamento e apresentamos razões para que o operador laço de
Wilson possa ser interpretado como um funcional integral cuja ação é do tipo corda
não crı́tica.
verso de tal maneira que a integração sobre a métrica g ocorra segundo a forma:
não são nulas uma vez que quanticamente o tensor energia-momento não tem mais
traço nulo:
D − 26
T aa = − R (5.6)
12
R = −e−ϕ ∂a ∂a ϕ (5.7)
Isto significa que para a anomalia de Weyl não nula (D = 26), o funcional integral
da corda equivale ao funcional de uma teoria de cordas Weyl-invariante acrescido de
um campo escalar extra. Substituindo (5.8) em (5.3):
Z= [dϕdX] exp (−S[ϕ, X]) onde,
1 26 − D
S= d2 σ α (∂ϕ)2 + (∂X µ )2 (5.9)
4πα 12
A métrica da folha de universo acima é plana e não existe mais simetria de Weyl
nesta ação. Isso nos dá a liberdade de considerar outros termos não Weyl-invariante
a serem acrescentados a ação.
A teoria de cordas não crı́ticas é autoconsistente e seus resultados e interpre-
tação fı́sica não são necessariamente equivalentes ao modelo de cordas crı́ticas com
compactação. Em outras palavras, no caso de D = 4 o campo extra de Liouville na
teoria não crı́tica talvez não seja capaz de gerar o mesmo comportamento fı́sicos tais
quais os aspectos da não-comutatividade espaço-tempo que surgem da compactação
das dimensões extras na teoria crı́tica.
onde j µ é uma função nula exceto ao longo do caminho C. Tal função pode ser
vista como uma corrente externa de quarks a induzir campos de calibre. Num
caminho espaço-temporal C, a corrente externa de quarks na integral (5.11) descreve
a criação de um par quark-antiquark, sua propagação e seu aniquilamento num
tempo subseqüente. A integral (5.11) escrita numa exponencial em W (C) assume
o valor do termo de interação entre quarks e campos de calibre na ação. Portanto,
interpretamos W (C) como a amplitude de probabilidade de criação, propagação e
destruição de um par quark-antiquark ao longo de um laço C. Vide fig.5.1.
Para que quarks existam em estados não ligados, é preciso que caminhos de
propagação quark-antiquark afastados como em C1 na fig.5.1 tenham uma prob-
abilidade significativa. Para que haja confinamento de quarks, isto é, quarks só
existam em estado ligado, é preciso que só caminhos estreitos de propagação quark-
antiquark como em C2 tenham probabilidade significativa. O critério de Wilson
relaciona a possibilidade de confinamento com 2 tipos de comportamento do laço de
Wilson W (C):
,
e−KL(C) ⇒ sem confinamento
W (C) ∼ (5.12)
e−KΣ(C) ⇒ há confinamento
onde L(C) é o perı́metro de C e Σ(C) é a área contornada por C. De posse desse con-
hecimento, vamos ilustrar situações de confinamento e liberdade assintótica quark-
antiquark utilizando o caminho C3 que traça um retângulo de lados como percursos
apenas no eixo temporal e espacial separadamente. Relevemos a invariância de
Lorentz.
No caso de confinamento :
W (C) ∼ e−2KLT
E(L) = 2KL
e a força entre quark e antiquark é constante, para qualquer distância entre eles,
dentro do limite de acoplamento forte em baixas energias referentes a medições de
espalhamento em distâncias hadrônicas onde o confinamento se realiza.
No caso de liberdade assintótica que se realiza a altas energias/curtas distâncias,
imaginando o percurso C3 com T>>L, o laço de Wilson tem o seguinte comporta-
mento:
W (C) ∼ e−2KT
onde temos a situação E = 2K, isto é, as partı́culas percorrem uma superfı́cie
equipotencial, livres.
de teoria de cordas que descreve o laço de Wilson, pois conforme interpretação acima,
o operador de Wilson pode ser visto como um funcional integral e por outro lado
ação de uma corda é uma integração de área limitada pelas bordas da corda, que
por difeomorfismo interno podem se transformar na curva C. Tal é a conjectura de
A. Polyakov [22], ou seja, que a forma
W (C) = [dϕ][dX]e−S(ϕ,X) (5.13)
com S descrevendo a ação da corda não crı́tica, é solução das equações de Yang-Mills
no espaço de laços que fornecem a dinâmica do operador de Wilson [23, 24]:
- (C) = g 2
LW dsduċ(s)ċ(u)δ(c(s) − c(u))W (C)W (C) (5.14)
0
- valendo
com o operador laço L
- = lim
ε
δ2
L ds dt (5.15)
ε→0 −ε δc(s + t)δc(s − t)
Considerações Finais
[1] J. Polchinski. String theory. Vol. 1 and 2. Cambridge Univ. Pr., UK, 1998.
[2] B. Hatfield. Quantum field theory of point particles and strings. Redwood City,
USA: Addison-Wesley (1992) 734 p. (Frontiers in physics, 75).
[13] Farhad Ardalan and Freydoon Mansouri. Quantum theory of dual relativistic
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79
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[16] R. C. Brower. Spectrum-generating algebra and no-ghost theorem for the dual
model. Phys. Rev., D6:1655, 1972.
[21] K. Huang. Quarks, Leptons and Gauge Fields. Singapore, Singapore: World
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[25] A. M. Polyakov and V. Rychkov. Gauge fields - strings duality and the loop
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