Sociologia

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Bullying escolar na

perspectiva clássica
Trabalho Sociologia
Professor Paulo Niccoli Ramirez

Giovana Ohl, Luiza Bettini, Manoela Basiches, Manuela Melgar,


Marina Drummond e Michele Hasbani
Introdução:

O bullying escolar pode ser considerado uma forma de comportamento


negativo em que um ou mais alunos acabam intimidando, maltratando e excluindo
com frequência outro aluno, causando problemas emocionais ou físicos em
determinado indivíduo. Podemos perceber que os crueis padrões de beleza e de
comportamento são ditados pela sociedade, por exemplo. Um grupo de alunos
populares geralmente impõe esses padrões, e quem não se encaixa neles acaba
sendo tratado de forma ruim e acaba sendo excluído. Os “populares” se sentem no
direito de maltratar os que são diferentes. O bullying pode começar com palavras
ruins e chegar até a violência física. Portanto, tendo em vista o ambiente escolar, é
demasiadamente importante que os professores estejam sempre atentos para evitar
esse tipo de situação.
A relevância do bullying escolar é enorme, pois afeta profundamente o bem
estar emocional, social, e acadêmico dos estudantes. O mesmo pode causar danos
psicológicos duradouros, prejudicar o desempenho acadêmico e acarretar em
consequências graves, como depressão, ansiedade ou até mesmo suícidio. Além
disso, cria um ambiente escolar negativo, onde o medo e a intimidação prevalecem,
dificultando o aprendizado e o desenvolvimento saudável dos alunos. Portanto,
combater tal violência é fundamental para promover um ambiente escolar seguro,
inclusivo e propício ao crescimento pessoal e acadêmico de todos os estudantes.
Pode-se identificar a existência de vítimas de bullying nas instituições
escolares, a partir do desempenho da sala de aula, por exemplo, onde os sinais
mais comuns são: falta de frequência nas aulas, queda de rendimento na escola,
isolamento nas salas de aula, irritabilidade entre outros muitos fatores. Diante do
exposto, cabe à instituição identificá-las e fazer algo a respeito que acabe com esse
tipo de opressão na escola e os estudantes possam, dessa forma, viver em
harmonia e de forma saudável.
A imagem acima, com estatísticas trazidas pelo Programa Laboratório de
Vida (LIV), exemplifica todas as noções tratadas durante a “Introdução” à respeito
do Bullying praticado nas escolas. Fica claro, a partir dos dados expositivos, o quão
recorrente essas práticas são e como são impactantes na vida de jovens que ainda
estão iniciando seu processo acadêmico e de formação intelectual. Dessa forma,
para maior estudo e compreensão sociológica em torno do bullying, segue as
relações interpretativas feitas através do olhar dos três pensadores clássicos sobre
tal pauta: Marx, Weber e Durkheim.
Bullying escolar na visão de Marx:

Karl Marx analisou a sociedade a partir de uma perspectiva materialista,


argumentando que as relações de produção determinam as estruturas sociais e
políticas. Ele viu o capitalismo como um sistema econômico que aliena os
trabalhadores, explorando-os para lucro da classe dominante. Também, na teoria do
conflito, escrito pelo mesmo, ele fala sobre a divisão de sociedade existente. A partir
da análise feita em sua teoria, podemos fazer uma comparação, com o bullying
escolar existente atualmente.
Por meio de um estudo das relações no poder, feito por Marx, podemos
entender o surgimento da raiz do bullying, que nada mais é do que um espelho do
capitalismo. Para Marx, dentro do capitalismo existe uma estrutura de classe e uma
competição por recursos que cria um ambiente propício para o bullying
especialmente nas instituições como escolas. Ademais, a busca pelo poder, dos
fortes e dominantes, gera a exploração dos mais fracos e vulneráveis. Portanto, o
sintoma de desigualdade e alienação dentro da sociedade capitalista gera o
bullying.
A abordagem marxista pode levar a uma compreensão do bullying como um
sintoma de desigualdade e alienação dentro de uma sociedade capitalista, onde a
competição e a busca por poder podem levar à marginalização. Além disso, a
opressão pode surgir da relação entre o capital e o trabalho, perpetuando
desigualdades e hierarquias que se manifestam nas relações sociais. No entanto, é
importante notar que o bullying não é exclusivo do capitalismo e pode ocorrer em
diferentes contextos sociais e econômicos.
Portanto é necessário repensar as estruturas sociais e econômicas que
perpetuam a violência, para que se possa construir uma sociedade mais justa e
igualitária, em que o respeito às diferenças e a solidariedade prevaleçam.

Bullying escolar na visão de Durkheim:

Durkheim, durante todo seu estudo sociológico, buscou compreender as


relações e interações sociais de modo a entender como afetam o comportamento
humano. Desse modo, o Bullying nas escolas, na visão desse sociólogo, pode ser
caracterizado a partir de vários conceitos trazidos por ele. Dentre tantos, a
Solidariedade Social é demasiadamente relevante, já que é a responsável pela
coesão social entre os indivíduos. Nesse sentido, o Bullying apresenta-se como uma
falha, ou até mesmo a falta de solidariedade e consonância entre as pessoas,
fazendo com que leve à exclusão de um grupo e, posteriormente, ao preconceito
que alimenta as provocações .
Além disso, outro conceito tratado por Durkheim e de nítida relação com tal
temática são os Fato Sociais, visto que esse termo evidencia o caráter amplo,
externo e independente dessa violência escolar. O Bullying, nesse ponto de vista, é
exterior, já que não depende das vontades individuais de cada um para ser
praticado e são independentes à existência humana, coercitivo, tendo em vista que
tal atitude é definida a partir da pressão exercida pela sociedade para que tal
preconceito ocorra e geral, pois atinge todos os indivíduos em um grupo sem
nenhuma particularidade.
Ademais, o último conceito a se relacionar com o bullying trata-se da Anomia.
Tal termo, muito utilizado pelo autor clássico ao longo de todo seu estudo na
Sociologia, caracteriza-se como a ausência ou desorganização de regras e normas
em um determinado campo social. Desse modo, as humilhações escolares podem
surgir a partir desse contexto, já que as determinações de conduta não são claras o
suficiente para evitar que tal atitude ocorra e, assim, os comportamentos de
intimidação podem se estender no ambiente escolar.

Bullying escolar na visão de Weber:

O bullying pode ser analisado sob a perspectiva da ação social, conforme


proposto por Max Weber. Sob essa ótica, o fenômeno pode ser interpretado como
uma manifestação de dominação legítima, onde o agressor busca exercer poder
sobre a vítima. Esse poder pode ser relacionado à burocracia, especialmente na
hierarquia escolar, onde há uma estrutura de autoridade formal que pode ser
explorada para subjugar outros.
Além disso, o bullying também pode ser entendido como um fenômeno
cultural, refletindo valores e normas sociais internalizados pelos agressores e pelas
vítimas. Esses padrões culturais podem ser reproduzidos tanto no ambiente familiar,
onde há a transmissão de comportamentos opressivos de geração em geração,
quanto na escola, onde os alunos replicam dinâmicas de poder e dominação
presentes em suas vidas cotidianas.
Sob a motivação dos agressores, observamos a busca por poder e a
influência das normas sociais, como destacado por Weber em sua teoria da ação
social. Os agressores muitas vezes são impulsionados pela necessidade de se
destacar ou afirmar sua posição na hierarquia social, o que pode levá-los a adotar
comportamentos agressivos como forma de alcançar seus objetivos.
Já para as vítimas, a experiência do bullying está intimamente ligada à
internalização dos comportamentos agressivos, o que pode resultar em baixa
autoestima, ansiedade e outros problemas psicológicos. Essa internalização reflete
a influência do meio social na construção da identidade e no desenvolvimento
emocional dos indivíduos, conforme os princípios da ação social de Weber, que
destaca a importância dos significados subjetivos atribuídos pelos indivíduos às
suas ações e interações sociais.

Relação entre as diferentes visões dos pensadores sobre o bullying escolar:

Diante das informações expostas, fica claro que os três pensadores clássicos
possuem formas muito particulares de pensar a respeito de tal temática. Entretanto
tangem no que refere-se ao bullying escolar como consequência de uma grande
dominação de poder na mão de um determinado grupo social, que oprimem um
certo conjunto de vítimas, já que todos pensam dessa mesma maneira.
Bibliografia:

- “Bullying”; Francisco Porfírio ; n/a ; Brasil Escola


https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying.htm; Acesso em 25 de março de
2024

- “Bullying: a importância da intervenção do professor em sala de aula”; João Batista


de Jesus Fazan e Eliane Terezinha Tulio Ferronato; n/a; Brasil Escola;
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/bullying-a-importancia-da-inter
vencao-do-professor-em-sala-de-aula.htm#:~:text=%E2%80%9CN%C3%A3o%20sof
rem%20consequ%C3%AAncias%20apenas%20na,at%C3%A9%20nas%20decis%C
3%B5es%20a%20tomar ; Acesso em 25 de março de 2024

- https://loja.ibrath.com/blogs/244-significado/como-weber-teria-estudado-o-bullying#:~
:text=Entendendo%20o%20bullying%20através%20da,pelos%20agressores%20qua
nto%20pelas%20vítimas.

- “ Da concepção do bullying ao fenômeno da violência como manifestação da


alienação: uma análise onto-histórica” ; Érico Ricard Lima Cavalcante Mota e
Kildilene Carvalho Matos Mota; n/a ; Pesquisa ;
https://cepedgoias.com.br/edipe/viedipe/PDF/GT12%20Sociologia%20PDF/GT12%2
0DA%20CONCEPCAO%20DO%20BULLYING.pdf ; Acesso em 25 de março de
2024

- “Bullying na escola: saiba como identificar” ;


- https://sae.digital/bullying-na-escola/

- https://www.significados.com.br/anomia/#:~:text=Anomia%20%C3%A9%20um%20c
onceito%20que,social%20que%20rege%20determinada%20sociedade.

- “Fato Social: o que é, visão de Durkheim e exemplos” ; Natália Cruz ; n/a ;


https://querobolsa.com.br/enem/sociologia/fato-social ; Acesso em 25 de março de
2024

- http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=167

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