A Atividade Física Na Adolescência

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A atividade física na adolescência

Valéria Cristina Ribeiro Vieira (1) Sílvia Eloiza Priore (2) Mauro Fisberg (3)

Resumo

A atividade física auxilia no desenvolvimento do adolescente e na redução dos riscos de


futuras doenças, além de exercer importantes efeitos psicossociais. Ainda existem, porém,
vários mitos acerca da prática de exercícios físicos na adolescência e inúmeras dúvidas quanto
à influência exata da mesma em fenômenos como o crescimento esquelético e a maturação
biológica. Por outro lado, ao contrário do que se pode pensar, a atividade física nesta faixa
etária não é isenta de riscos, sendo que estes envolvem desde lesões corporais até deficiências
nutricionais. Esta revisão objetivou reunir informações acerca dos efeitos da atividade física no
adolescente, das especificidades da atividade física dirigida a esta parcela da população, do
panorama atual da prática de atividade física entre adolescentes e do papel da Educação Física
para os mesmos.

Unitermos: Adolesc Latinoam 2002; 3(1): Atividade física na adolescência, importância da


atividade física; educação física.

Sumario

La actividad física ayuda al desenvolvimiento del adolescente y en la reducción de los riesgos


de enfermedad futura, además de ejercer importantes efectos psico-sociales. No obstante,
todavía existen varios mitos sobre la práctica de actividades físicas durante la adolescencia y
muchas dudas con respecto a la real influencia de la misma sobre fenómenos como
crecimiento esquelético y maduración biológica. Por otro lado, al revés de lo que se puede
pensar, la actividad física en ésta edad no está libre de riesgos que incluyen desde lesiones
corporales hasta deficiencias nutricionales. Esta revisión buscó reunir informaciones sobre los
efectos de la actividad física en el adolescente, los aspectos específicos de la actividad física
dirigida a ésta parte de la población, el panorama actual de la actividad física entre
adolescentes y el papel de la Educación física para los mismos.

Palabras claves: Adolesc Latinoam 2002; 3(1) : Actividad fisica en la adolescencia; importancia
de la actividad fisica, educación física.
Efeitos da atividade física no adolescente

A atividade física é um importante auxiliar para o aprimoramento e desenvolvimento do


adolescente, nos seus aspectos morfofisiopsicológicos, podendo aperfeiçoar o potencial físico
determinado pela herança e adestrar o indivíduo para um aproveitamento melhor de suas
possibilidades (4) Paralelamente à boa nutrição, a adequada atividade física deve ser
reconhecida como elemento de grande importância para o crescimento e desenvolvimento
normal durante a adolescência, bem como para diminuição dos riscos de futuras doenças (10) .

A prática do exercício físico, associada a uma oferta energética satisfatória, permite um


aumento da utilização da proteína da dieta e proporciona adequado desenvolvimento
esquelético (28) . Várias outras influências positivas estão relacionadas à atividade física
regular, entre eles o aumento da massa magra, diminuição da gordura corporal (38) (39),
melhora dos níveis de eficiência cardiorrespiratória, de resistência muscular e força isométrica
(29) , além dos importantes efeitos psicossociais.

Especificamente para o adolescente, Barbosa(6)coloca as seguintes vantagens do esporte:


estimula a socialização, serve como um "antídoto" natural de vícios, ocasiona maior empenho
na busca de objetivos, reforça a auto-estima, ajuda a equilibrar a ingestão e o gasto de calorias
e leva à uma menor predisposição a moléstias.

O estudo de Durant et al. (17) mostrou que quanto melhor o condicionamento cardiovascular
e físico, menor é o nível de lipídeos plasmáticos em crianças. Realizando testes de
condicionamento físico em crianças, Harsha(25) também constatou que aquelas que obtinham
melhores resultados apresentavam perfil lipídico e composição corporal, mais compatíveis
com a boa saúde.

Tucker & Friedam(50) afirmam que a inatividade física constitui-se no fator mais importante
para o desenvolvimento da obesidade. Estudos recentes envolvendo indivíduos jovens
confirmam que o nível de atividade física está inversamente relacionado à incidência de
sobrepeso e obesidade (2) (34) .

Fripp et al. (21) observaram que, adolescentes com boa aptidão física apresentavam menor
Índice de Massa Corporal (IMC), menor pressão sanguínea sistólica e diastólica e maior
concentração plasmática de HDL-colesterol do que adolescentes sedentários. Um estudo de
caracterização de fatores de risco para aterosclerose realizado com universitários de São
Paulo, entre 17 e 25 anos, mostrou associação entre um estilo de vida sedentário e níveis
elevados de LDL-colesterol e triglicerídeos(42) .

Estudando 391 adolescentes do Rio de Janeiro, Fonseca et al. (19) constataram que as horas de
TV e/ou vídeo game estavam significantemente associadas com o IMC. Dietz & Gortmaker(15)
também demonstraram que o ato de assistir TV possui relação linear com a prevalência de
obesidade na infância e adolescência. Rocket et al. (45) realizaram um estudo prospectivo em
pré-adolescentes e adolescentes dos sexos feminino e masculino, em que avaliaram duas
vezes o IMC no intervalo de um ano. Ao final desse período, os que referiram mais tempo
dedicado à TV e vídeo game e menos à atividade física, tiveram aumento significantemente
maior no IMC.

Denadai et al(14) estudaram os efeitos do exercício moderado e da orientação nutricional


sobre a composição corporal de adolescentes obesos avaliados por densitometria óssea. Os
resultados deste estudo sugeriram que o exercício aeróbio e a orientação nutricional podem
promover importantes adaptações sobre a composição corporal destes indivíduos, atenuando
os efeitos adversos decorrentes da obesidade.

Em um estudo com 104 adolescentes obesas, Sousa(48), constatou que exercício físico e
controle alimentar combinados e adotados de forma gradual proporcionaram redução dos
níveis séricos de LDL-colesterol e aumento de HDL-colesterol, além de aumento da massa
magra e redução da gordura corporal.

Mesmo que, isoladamente, o exercício possa não ser capaz de promover rápida perda de
gordura, ele apresenta diversas vantagens sobre outros tipos de tratamento, como
conservação da massa magra - a qual ocorre devido ao efeito anabólico da atividade física - e
estabelecimento de melhor estilo de vida(47).

Quanto à adoção de melhor estilo de vida, um estudo de Valois et al(51) envolvendo 4800
adolescentes americanos, mostrou que níveis mais elevados de atividade física relacionavam-
se a menor uso de cigarro e maconha, falando a favor dos efeitos psicossociais positivos da
atividade física nesta faixa etária.

O estudo de Dearwwater(13) et al., por outro lado, mostrou resultados conflitantes em relação
a esse aspecto. Eles realizaram um estudo prospectivo com 1245 adolescentes entre 12 e 16
anos, durante três anos, visando avaliar a associação entre atividade física e adesão a
comportamentos de risco à saúde. Foram encontradas associações significantes em relação ao
uso de álcool e cigarro, com importante diferença entre os sexos. Os adolescentes do sexo
masculino mais ativos e aqueles que participavam de competições esportivas aderiram mais ao
uso de álcool do que os inativos. Por outro lado, as adolescentes mais ativas tiveram menor
adesão ao tabagismo do que as inativas. Esses resultados indicam que, pelo menos em relação
ao uso de álcool por adolescentes do sexo masculino, nem sempre a prática de esportes estará
atuando como um "fator protetor".

Brownell(8) afirma que, além dos benefícios fisiológicos, o exercício físico gera efeitos
psicológicos positivos, tais como melhora do humor, redução do estresse, aumento da auto-
estima devido à melhora da auto-eficiência e esquemas cognitivos que favorecem o raciocínio
otimista.

Segundo Fench et al. (20) a prática de esportes pode representar fator de proteção para o
desenvolvimento de transtornos alimentares, como a anorexia e a bulimia, talvez devido ao
fato de elevar a auto-estima e o apoio social e diminuir a sensação de depressão e estresse.
Esses autores identificaram em seu estudo que a prática de atividade física estava relacionada
a um padrão e preferências alimentares mais adequados.
Com relação ao comportamento alimentar, o estudo de Heide(26) com atletas adolescentes
mostrou que, apesar da eutrofia predominante, havia um padrão alimentar inadequado, com
baixa ingestão de praticamente todos os grupos de alimentos, sobretudo grãos e vegetais e,
simultaneamente, alto consumo de doces, salgados, salgadinhos e bebidas alcóolicas.
Armstrong et al. (3) constataram que somente 27% dos indivíduos avaliados, maiores de 18
anos e fisicamente ativos, responderam ter modificado em grande parte seu padrão alimentar,
em função da prática esportiva.

Barbosa(6) tem a preocupação de enumerar algumas idéias acerca da prática de esportes na


adolescência, definindo-as como "mitos": o esporte faz o adolescente crescer, atrasa a
menarca e altera a menstruação, prejudica os estudos, não deve ser praticado por portadores
de moléstias crônicas como asma, diabetes, epilepsia e, principalmente, o esporte é isento de
riscos.

Quanto ao efeito "estimulador" do crescimento, ainda é bastante difícil determinar a definição


exata da influência que os programas de treinamento tem sobre o crescimento. Beunen et al.
(5) investigaram os efeitos da atividade física sobre o crescimento físico, maturação e
performance em adolescentes belgas seguidos longitudinalmente dos 13 aos 18 anos,
verificando que os indicadores de crescimento somático e esquelético não foram diferentes
entre os grupos. Malina(33) sugere que o treinamento intensivo tem pouco ou nenhum efeito
no crescimento infantil. Cooper(11) considera que as diferenças físicas observadas entre
jovens atletas refletem, provavelmente, uma seleção de indivíduos que sejam mais aptos às
demandas de determinados esportes. Baxter Jones et al. (7) concluíram em seu estudo com
atletas jovens do sexo masculino que o treinamento regular parece não ter alterado os
padrões de crescimento. Alves et al. (1) consideram que a influência da atividade física tanto
nos índices de maturação biológica (idade esquelética, idade de pico de crescimento) quanto
no crescimento esquelético ainda é objeto de discussão. O treinamento físico regular parece
ser apenas um dos fatores que pode afetar o crescimento.

Segundo Tourinho & Tourinho, não se tem explicação adequada para inúmeros
questionamentos relacionados com os efeitos da prática da atividade física envolvendo
integrantes da população jovem, sendo que, as lacunas existentes, têm a ver com o fato de
alguns programas de atividade física induzirem modificações morfológicas e funcionais na
mesma direção do que é esperado para o próprio processo de maturação biológica. Para
Guedes & Guedes(24), em se tratando de crianças e adolescentes, as modificações que
ocorrem até que atinjam o estágio de maturidade podem ser tão grandes ou maiores até do
que as próprias adaptações resultantes de um programa de atividade física.

Quanto ao suposto "mito" de atraso na menarca e alteração na menstruação, o estudo de


Merzenich et al. (36) mostrou que, em situações específicas, tais eventos podem realmente
ocorrer. Eles estudaram durante um período de 6 anos um grupo de 261 meninas entre 8 e 15
anos, constatando que ao final do período de acompanhamento 79% das meninas tinham
experimentado a menarca. As dançarinas de balé e as atletas apresentaram um início
retardado da menstruação e uma elevada incidência de ciclos irregulares e amenorréia.
Menarca retardada, relacionada com treinamento intensivo, foi atribuída ao elevado dispêndio
de energia, diminuição da gordura corporal e estresse psicológico, que perturba a liberação do
hormônio liberador de gonadotrofina pulsátil hipotalâmica. Os dados mostraram ainda que um
retardamento da menarca é devido não apenas ao treinamento intensivo, mas também à
atividade esportiva moderada.

Estudando 583 atletas adolescentes participantes dos Jogos da Juventude Brasileiros,


Heide(26) constatou que os níveis séricos de hemoglobina, em ambos os sexos, eram
semelhantes aos da população brasileira geral da mesma idade, mas inferiores aos observados
em países desenvolvidos. Segundo Raunikar & Sabio(43), o efeito do exercício na deficiência de
ferro e anemia varia muito, mas a maioria dos estudos, indica que exercícios não causam ou
exacerbam a anemia. Rowland(46) coloca que a baixa hemoglobina é incomum, mas entre 40 e
50% das atletas adolescentes apresentam algum grau de depleção (deficiência sem anemia).
De acordo com Lyle et al. (32) a comparação entre estudos com atletas é complexa, uma vez
que estes variam muito em relação à idade, intensidade, duração e tipo de exercício praticado,
bem como em relação ao indicador do estado nutricional do ferro utilizado.

A premissa de que o esporte para adolescentes é isento de riscos, realmente pode ser
considerada um mito. Jobin et al. (27) estudaram atletas adolescentes de alto nível,
constatando que este grupo está freqüentemente sujeito a deficiências cuja origem mais
freqüente é de natureza alimentar.

Dentre os riscos que o esporte pode oferecer na adolescência, são relatados também: morte
súbita (para adolescentes portadores de patologias como cardiopatia congênita e hipertensão
arterial, ou para adolescentes sadios expostos a contusões fatais, choque térmico ou
superesforço); contusões variadas por características específicas de cada esporte ou por super
uso das estruturas corporais; além de distúrbios da conduta, como agressividade no esporte e
anorexia (6).

A desequilíbrio nutricional pode ocorrer quando treinos excessivos não são acompanhados de
aumento compatível dos nutrientes ingeridos. Devido aos horários dos treinos, os
adolescentes podem adotar dietas inadequadas, com omissão de refeições ou sua
substituição, principalmente por líquidos que repõe apenas parte das calorias e dos eletrólitos
(Poskitt; Wardley et al. (40) (52) a, b). A realização de exercícios prolongados ou vigorosos que
excedam a 10 horas semanais sem uma correta reposição nutricional e de calorias pode
acarretar sérios riscos ao organismo do adolescente (18) .

De acordo com Meredith(35), treinos muito rigorosos durante a adolescência podem levar à
desidratação, em função do aumento da temperatura corporal, a problemas ósseos e na
musculatura esquelética, a desordens alimentares e alterações psicológicas.

Especificidades da atividade física dirigida ao adolescente

Para o organismo que se encontra em processo de crescimento e desenvolvimento, é


importante que a realização de atividades físicas se dê de forma sistemática e
metodologicamente organizada, dirigida a cada grupo etário (41).
Tourinho & Tourinho(49) ressaltam a importância da diferenciação entre idade biológica e
idade cronológica no planejamento de um programa de atividade física para uma população
de adolescentes. Para tal, é necessária a avaliação dos estágios de maturação sexual. A
classificação em função da idade biológica possibilita distinguir, de forma mais clara, as
adaptações morfológicas e funcionais resultantes de um programa de treinamento das
modificações observadas no organismo decorrentes do processo de maturação,
principalmente intensificado durante a puberdade. Além disso, possibilita evitar que
adolescentes com as mesmas idades cronológicas, mas com diferentes graus de maturidade,
sejam colocados lado a lado em atividades esportivas. Isso geraria um sentimento de
frustração no adolescente derrotado que poderia influenciar todo seu relacionamento com os
demais do seu grupo ou faixa etária(4).

Uma dúvida comum entre os pais, de acordo com Carazzato(9) , é se o esporte deve ser
executado competitiva ou recreativamente. Segundo o autor, o esporte competitivo ajuda a
desenvolver as aptidões e o esporte recreativo a eliminar as inaptidões, desde que o esporte
escolhido seja o correto, iniciado na idade certa e que haja um equilíbrio entre "benefício" e
"performance", ou seja, que o organismo não seja prejudicado na busca por melhores
resultados.

Barbosa(6) considera que o esporte em nível de competição, com dedicação aos treinamentos
e aumento da carga horária a isto dedicada, pode contribuir para o adolescente se fixar no
esporte de uma maneira definitiva, com repercussões positivas para sua vida. Por outro lado,
pode fazer com que ele desanime da atividade, por não alcançar os resultados almejados por
ele ou seus familiares. Esta busca por resultados pode, inclusive, levar a um aumento dos
riscos envolvidos no treinamento. A prática de esportes, segundo o autor, não deveria impedir
o desenvolvimento de outras potencialidades do adolescente no campo da cultura, da música,
das artes e da comunicação social. O esporte encarado como única ou como principal atividade
do adolescente pode ser maléfico, devido à desmesurada pressão no sentido de esforço físico
exagerado, provocando ansiedade resultante das competições e treinamentos, que pode levá-
lo a um desequilíbrio com relação a suas satisfações físicas e emocionais.

De acordo com Carazzato(9), caso a decisão seja pela prática recreativa, o adolescente deve
exercê-la conforme suas necessidades e preferências, dentro de certas exigências, como:
freqüência (mínimo de três vezes por semana), intensidade (mínimo de 120 passos por
minuto) e continuidade (a vida toda). Já a opção pelo esporte competitivo, geralmente vem
acompanhada da dúvida sobre a idade ideal para o início da atividade; esta deve ser
determinada mediante quatro fatores: sexo, tipo de esporte, vida útil (período de treinamento
intensivo) e ápice esportivo (momento de desempenho máximo do atleta). Os dois últimos
fatores são características específicas de cada esporte.

Na visão de Barbosa(6), respeitando-se as aptidões naturais e condições biopsíquicas, além da


própria situação sócio-econômica, quase todos os esportes podem ser praticados pelos
adolescentes. Existem dúvidas, segundo este autor, sobre a prática de musculação antes que o
adolescente tenha atingido o estágio final do crescimento. Esta prática poderia impedir o
processo normal que se desenvolve nas placas de crescimento ao nível das epífises ósseas.
De acordo com Barros(4), como a musculação visa aumentar a célula muscular, deve ser
indicada somente após uma avaliação do estágio puberal dos adolescentes, evitando assim
uma diminuição do crescimento ósseo em extensão em conseqüência da vigorosa força no
sentido do crescimento lateral.

Esportes que envolvem maior grau de risco (alpinismo, canoagem, esportes motorizados)
também não deveriam ser estimulados, considerando inclusive a imaturidade emocional
presente muitas vezes no adolescente. Um motivo para as contusões no esporte serem
bastante freqüentes na adolescência é que o arcabouço ósseo e as estruturas a ele ligadas,
como músculos e tendões, também estão em mudança nesta fase e são mais facilmente
lesionados. Além disso, costuma ser um período em que se empenha com grande volúpia e
destemor nas atividades, favorecendo a ocorrência de contusões. O superuso das estruturas
(excesso de treinamento) por si só é um grande predisponente de contusões, o que reforça a
importância da prática de esporte sob supervisão técnica adequada, com exames médicos
completos antes do início e manutenção periódica desses exames. Também se deve tomar
cuidado para não apressar a escolha do esporte a ser praticado, baseando-se apenas no
biotipo. Alta estatura, por exemplo, não determina que o adolescente deva praticar voleibol
ou basquete, se ele não tiver prazer com a prática de tais esportes(6).

Carazzato(9) considera que, até os 10 anos, o indivíduo não deve selecionar um "esporte ideal"
para praticar, mas deve envolver-se com a iniciação a várias modalidades. Para a seleção,
alguns itens devem ser considerados: orgânico global, cardiocirculatório, neuromotor,
característica muscular, psíquico, imunológico, biométrico e inclusive a "aptidão nata". Se a
intenção for praticar um esporte de competição, esses itens devem ser bem estudados; se for
apenas atividade física recreativa, o peso dessas características é desequilibrado pela
preferência do próprio adolescente.

Barros(4) reforça a importância de se ter em mente o significado psicossocial do esporte para


os adolescentes, já que todo atleta tenta atingir os quatro elementos fundamentais para uma
atuação esportiva: personalidade ajustada, carga agressiva equilibrada, resistência às
frustrações e estabilidade emotiva.

Panorama atual da prática de atividade física entre adolescentes

Segundo Barbosa(6) ,14% dos adolescentes brasileiros praticam esportes. Para Tourinho &
Tourinho(49), tem havido um aumento no número de jovens engajados em atividades físicas.
Priore(41) salienta que os modelos estéticos preconizados pela mídia podem estar acarretando
aumento da procura por este tipo de atividade. Kuntlezman & Reiff(30), contrariamente,
afirmam que as crianças e adolescentes de hoje estão mais sedentários. Alguns fatores
relacionados à redução na prática de exercícios nessa faixa etária são citados por Harsha(25):
uso da televisão, computador e vídeo games como forma de diversão; preocupação dos pais
em relação à segurança dos filhos e desinteresse das escolas em promover esse tipo de
atividade.
Segundo Barros(4) , os adolescentes praticam exercício por várias razões, que se diferenciam
de acordo com a idade. Os principais fatores podem ser assim agrupados: para adquirir
autoconfiança e satisfação pessoal, para sair da rotina das atividades curriculares, para se
sociabilizar e para simular objetivos de vida, já que o esporte pode ser um palco de situações a
serem vivenciadas na idade adulta. O interesse na promoção da saúde é citado por Wardley et
al. (53) a, b) como um dos motivos pelos quais os adolescentes buscam a atividade física em
academias, clubes e outros. Segundo Priore(41), a grande preocupação com a imagem corporal
geralmente é o estímulo que leva muitos adolescentes a buscar atividades desportivas,
sobretudo extracurriculares.

Estudando 2088 adolescentes do sexo masculino com idade de 18 anos, Kurth et al. (31)
constataram que 46% gostariam de ganhar peso e 32% gostariam de perder, sendo que a
atividade física era mais utilizada do que a dieta, para ambos os objetivos.

Avaliando 461 adolescentes do sexo masculino, entre 17 e 19 anos, que estavam se


apresentando na Junta de Alistamento Militar do Ibirapuera em São Paulo, Alves et al. (1)
encontraram 81% referindo prática atual ou pregressa de algum tipo de atividade física,
independentemente da educação física compulsória nas escolas. Entre estes jovens,
considerados ativos, 58% realizavam atividades esportivas sob a forma de treinamento, ou
seja, obedecendo a horários fixos e orientados por um profissional. Os demais ou praticavam
esporte como recreação ou combinavam o treinamento com a prática recreativa. Dentre as
modalidades esportivas, as mais citadas foram a de prática coletiva. Segundo os autores, este
resultado reflete a influência dos padrões sócio-culturais nos diversos aspectos da vida diária.

Alves(1) verificaram ainda que 42,5% dos adolescentes começaram a desenvolver algum tipo
de atividade física antes dos 12 anos de idade, 51% entre 12 e 16 anos e 6,5% após os 16 anos.
47% mencionaram interrupção na prática de atividade física, sendo que esta ocorreu
predominantemente após os 15 anos. Segundo os autores, o início da atividade esportiva, na
maioria dos casos, provavelmente coincidiu com o estirão de crescimento. É nesta fase que os
garotos adquirem habilidades físicas, motoras e sociais que os tornam cada vez mais aptos e
envolvidos com a prática de esportes. Segundo Furter(22) "é o esporte que manifesta o
movimento centrífugo da atividade juvenil, enquanto o universo lúdico da criança é
essencialmente centrípeto".

Alves(1) não observaram correlação significativa entre padrão sócio-econômico e prática de


atividade esportiva. Entretanto, melhores condições sociais estavam associadas à maior
freqüência de prática sob a forma de treinamento. Em um estudo representativo da população
de Barcelona, abrangendo indivíduos acima de 13 anos, Dominguez-Berjón et. Al (16) também
observaram uma relação direta entre classe social e prática usual de atividade física, entre os
indivíduos do sexo masculino; ou seja, o hábito de fazer exercícios era menos comum nas
classes sociais mais baixas.

Melhores condições sócio-econômicas podem facilitar o acesso à instituições organizadas de


prática de esporte (academias, clubes, entre outros); além disso, jovens pertencentes a classes
sociais mais elevadas, em geral, limitam-se ao desenvolvimento de atividades estudantis, o
que poderia justificar um maior tempo disponível para lazer; associando-se melhores
condições sociais com melhor nível cultural, pode-se pensar que tais indivíduos estariam mais
preocupados em desenvolver atividades físicas de forma regrada, visando a promoção da
saúde (1).

Gambardela(23) estudou 273 adolescentes estudantes do período noturno, verificando que a


prática esportiva era mais prevalente entre os indivíduos do sexo masculino e, destes, entre os
que trabalhavam, sendo que estes últimos relataram dedicar de 9 a 15 horas por semana a
esta atividade. Foi verificado também que, proporcionalmente, os adolescentes do sexo
masculino assistiam menos televisão que as meninas, mas a diferença encontrada não foi
estatisticamente significante. As adolescentes, trabalhando ou não, mostravam pouco
interesse por esportes, dedicando-se mais aos afazeres domésticos. A autora considera que o
tempo diferente destinado a práticas esportivas para meninos e meninas, pode ser indicativo
de questão cultural. Os meninos desde pequenos são estimulados a praticar esportes, subir em
árvores, andar de bicicleta e, principalmente, jogar bola, enquanto as meninas são encorajadas
ao desenvolvimento de atividades tipicamente sedentárias.

No estudo de Gambardela(23) adolescentes que trabalhavam apresentaram gasto energético


inferior (no caso dos meninos) ou similar (meninas) quando comparados aos que não
trabalhavam. A autora justifica esse fato em função do tipo de atividades ocupacionais
exercidas, predominando empregos em que permanecem sentados a maior parte do tempo,
favorecendo o sedentarismo dos trabalhadores.

Priore(41), em seu estudo com adolescentes de 12 a 18 anos estudantes da rede pública do


município de São Paulo, encontrou que cerca de 93% participavam de aulas de educação física.
Destes, 24,8% também desenvolviam outras atividades desportivas. Do total de estudados,
24,4% realizavam atividades físicas extracurriculares; destes, 93,6% realizavam duas ou mais
vezes por semana e 5,1% as mantinham nos finais de semana. Também foi constatado que
23,4% realizavam duas ou mais modalidades desportivas diferentes durante a semana. Os
estudantes que não participavam de aulas de educação física alegaram como motivo a falta de
disposição do responsável pela aula e/ou da escola em integrá-los com o conteúdo da prática
esportiva e com os demais colegas. Frente ao descompasso verificado entre as aulas de
educação física e o desejo dos adolescentes com relação a este tipo de atividade, a autora
reforça a necessidade de maior integração entre a escola e o aluno neste aspecto.

O papel da Educação Física para o adolescente

No adolescente, especificamente, a Educação Física engloba um esforço de adaptação ao


corpo e uma reflexão de comportamento corporal. Assim, ela não deve se limitar ao
desenvolvimento muscular, e sim levar ao reconhecimento da importância da forma, da
dinâmica e do estilo do movimento. O corpo não pode ser considerado apenas um conjunto de
ossos e músculos a serem treinados, mas como a totalidade do indivíduo que se expressa
através de movimentos, sentimentos e atuações no mundo. Assim, a Educação Física deve
levar o adolescente a um dispêndio de energia em atividades prazerosas e recreativas,
permitindo o relaxamento, a possibilidade de perceber o corpo e saber controlá-lo, a
convivência em grupo e um relacionamento intenso com seus pares. As atividades devem ser
motivantes e participativas e o corpo um instrumento de contato com os outros. A Educação
Física deve permitir, além disso, a aprendizagem sistemática dos esportes, que lhe será útil
inclusive na sua vida em sociedade, ajudando-o a descobrir a pluralidade e a riqueza de
movimentos que o seu corpo lhe possibilita. Por fim, deve aliar o cognitivo ao afetivo-vivencial,
permitindo a continuidade de seu desenvolvimento global. (12)

Em relação aos adolescentes que trabalham, Daolio(12) argumenta que a prática da Educação
Física pode contribuir com aspectos que o trabalho e outras matérias escolares quer
isoladamente, quer conjuntamente - não desenvolvem. Desta forma, estes adolescentes não
só não devem se privar dessa prática, com podem beneficiar-se intensamente dela.

Além de propiciar o desenvolvimento físico e mental e assegurar o equilíbrio orgânico,


melhorando a aptidão física, os exercícios adequados podem estimular o espírito comunitário,
a criatividade e outros aspectos que concorrem para completar a formação integral da
personalidade do indivíduo (Monetti & Carvalho(37), Ribeiro & Eisenstein(44) Neste sentido,
Barros(4) alerta para a importância de se recuperar o sentido educativo da atividade
física/esporte e estimular as iniciativas comunitárias voltadas para o esporte como lazer.

Em um país onde muitos não podem freqüentar clubes ou academias, a valorização da


Educação Física - ainda secundarizada em relação às demais atividades curriculares da escola –
e o estímulo à promoção do esporte a nível comunitário, figura-se como estratégia
fundamental na busca pela saúde integral do adolescente.

Abstract

The physical activity helps the development of adolescents and the reduction of risks of
futures diseases, besides it exerts important psycho-social effects. Still exists, however, a lot of
myths about the practise of physical exercises during the adolescence and countless doubts
about the exactly influence in phenomenons like skeletal growth and the biological maturity.
Although, contrary of it could be thought, the physical activity in this age is not exempt of risks,
which involve from corporal lesions until nutritionals deficiencies. This review had the
objective of to unite informations about the effects of physical activity adressed to people in
this age, the actual situation of the practise of physical activity among adolescents and the role
of the Physical Education to them.

Key Words: Adolesc latinoam 2002; 3 (1): Physical activity in adolescence, value of physical
activity; physical education.

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