Morcegos Guia Orientacao e Manejo No Ambiente Urbano

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Prezado leitor,

O conteúdo desse material foi elaborado para


orientar e esclarecer as dúvidas mais frequentes
dos munícipes que aparecem no cotidiano dos
serviços de Vigilância em Saúde da Secretaria
Municipal de Saúde de Campinas.

Ao contrário do que muita gente pensa,


morcegos não são pragas urbanas como os ratos,
por exemplo. Eles são animais silvestres de
extrema importância para o meio ambiente!

Com uma linguagem simples e mais acessível, a


equipe técnica da Unidade de Vigilância de
Zoonoses responde:

1. Morcegos, quem são estes animais?


GUIA DE ORIENTAÇÃO E
MANEJO DOS MORCEGOS NO 2. Do que se alimentam?

MEIO URBANO 3. Eles podem atacar pessoas ou animais de


estimação?

4. Por que os morcegos são importantes para o


meio ambiente?

5. Por que encontramos morcegos nas cidades?

6. Como evitar a presença desses animais nas


casas, imóveis comerciais ou edificações
públicas?

7. Passo a passo para retirar morcegos de


imóveis residenciais, comerciais e edificações
públicas.

8. Quais os riscos para a saúde?

9. Medidas de prevenção.

10. Encontrei um morcego em situação anormal.


O que fazer?

E se ficar com dúvidas?


Fale com a gente!
Boa leitura!

EDIÇÃO 1:
Atualizada em JULHO/2019
I – CONHECENDO OS MORCEGOS

Quem são estes animais?


Os morcegos são os únicos mamíferos que possuem
capacidade de voo verdadeiro. Estes animais pertencem à
Ordem Chiroptera. Palavra adaptada do idioma grego,
“Cheir” significa mão e “Pteron” asa, ou seja, mãos
transformadas em asas.
De modo geral, têm hábitos noturnos e permanecem em
seus abrigos durante o dia, saindo à noite em busca de
alimento. Nesta foto ao lado, um morcego fêmea carrega
Foto: R Novaes

seu filhote junto ao corpo enquanto voa para obter o


alimento. Há também espécies em que as mães deixam os
filhotes no abrigo enquanto saem em busca de alimento.
Figura 1: morcego fêmea da espécie
Rhynchonycteris naso.

Do que se alimentam?
No mundo, existem mais de 1.300 espécies de morcegos, mas apenas três se alimentam de
sangue (hematófagos) e uma única de sangue de mamíferos; as demais espécies de morcegos
hematófagos se alimentam do sangue de aves.
A espécie que se alimenta de sangue de mamíferos, Desmodus rotundus, está amplamente
distribuída pelo território brasileiro, sendo encontrada também em Campinas. Os animais dessa
espécie habitam normalmente as áreas rurais e de mata, mas já há registros no Brasil da
ocorrência destes animais em centros urbanos.

Nas áreas urbanas, os morcegos mais comuns são os que se alimentam de frutos (frugívoros), de
néctar (nectarívoros) e de insetos (insetívoros). Estes morcegos não “mordem ou picam” o ser
humano e nem os animais, uma vez que sangue não faz parte de suas dietas.

Atacam as pessoas e os animais de estimação?


Os morcegos não são animais agressivos e nem atacam as pessoas e os animais de estimação. Os
que comem frutos buscam o alimento realizando voos rasantes próximo das árvores, dando
impressão às pessoas de que as estão atacando.
Mesmo os hematófagos, que não são comuns nas áreas urbanas, raramente mordem as pessoas
para se alimentar. Isso porquê eles têm preferência pelo sangue de animais domésticos de
produção como bois, porcos, cavalos etc.

MAS, ATENÇÃO!
Qualquer morcego pode morder por defesa se for diretamente manipulado.

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Importância ecológica!
Ao contrário do que muita gente pensa, morcegos não são pragas Os morcegos são
urbanas, como os ratos. Eles são animais silvestres de extrema protegidos por lei e
importância para o meio ambiente, uma vez que: sua captura ou
• Controlam a população de insetos. extermínio é crime
• Polinizam flores. ambiental
• Dispersam sementes, sendo os maiores reflorestadores naturais do (Lei Nº 9.605/98).
planeta.

II – POR QUE ENCONTRAMOS MORCEGOS NA CIDADE?

A destruição pelo ser humano dos habitats e abrigos onde os morcegos naturalmente viviam fez
com que várias espécies se adaptassem ao meio urbano.

Nos centros urbanos, estes animais encontram alimento em abundância, principalmente insetos
atraídos pela iluminação urbana e frutos que são encontrados nas árvores que compõe a
arborização das cidades. Além do mais, as cidades acabam sendo um refúgio para os morcegos
contra predadores naturais.

É comum estes animais


se abrigarem nos forros
das edificações ou copas
das árvores presentes
nas cidades.

Em algumas situações, os morcegos podem gerar incômodos às pessoas, principalmente, pelos


transtornos ocasionados por suas fezes.

III – COMO EVITAR A PRESENÇA DOS MORCEGOS EM IMÓVEIS


RESIDENCIAIS, COMERCIAIS E EDIFICAÇÕES PÚBLICAS?

Cada espécie tem uma forma específica de se alimentar e de se abrigar. Por isso, as medidas
para evitar a presença dos morcegos em imóveis residenciais, comerciais ou públicos
podem ser diferentes para cada uma dessas espécies.

Sempre que possível, faça o contato telefônico com a equipe da Unidade de Vigilância de Zoonoses
(UVZ) para relatar o caso e receber as orientações sobre as medidas para evitar a presença de
morcegos direcionadas para cada espécie. Nas próximas páginas, você vai conhecer um pouco
mais de cada uma delas:
• Morcegos Frugívoros
• Morcegos Nectarívoros
• Morcegos Insetívoros
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MORCEGOS FRUGÍVOROS:
Se alimentam de frutas!
Os morcegos frugívoros mais comuns na área urbana de Campinas são os da espécie Artibeus
lituratus (Figura 2) e o Platyrrhinus lineatus (Figura 3).

Foto: V. B. Mello
Foto: R. Pires

Figura 2: morcegos da espécie Figura 3: morcegos da espécie


Artibeus lituratus. Platyrrhinus lineatus.

Como identificar os morcegos frugívoros?


• Possuem listras claras na face e apresentam uma
prega em forma de folha ou lança sobre as narinas.
• Repousam em grupo, mantendo contato corporal
entre si e de ponta-cabeça, presos com o auxílio das

Foto: A. Nitsche
unhas dos pés. Observe na Figura 2 os morcegos
repousando sob a folha de uma palmeira plantada no
quintal de um imóvel na região central de Campinas.
Figura 4: fezes de morcego frugívoro,
• Buscam o alimento (frutos) dando rasantes próximos observe que a casca do fruto foi desprezada.

às árvores causando a impressão equivocada de que


estão atacando as pessoas.
• Presença de sementes nas fezes. Desprezam as cascas
dos frutos (Figura 4).
• Voam em bandos e, por apresentarem rápida
Foto: A. Nitsche

digestão, acabam defecando durante o voo, o que


ocasiona grandes incômodos, uma vez que as fezes
mancham as paredes dos imóveis e os veículos
Figura 5: divisa de um galpão com manchas
(Figuras 5 e 6).
ocasionadas pelas fezes dos morcegos
frugívoros.

Principais abrigos dos morcegos frugívoros:


Foto: A. Nitsche

• Copas das árvores, beirais das edificações e


coberturas como galpões, garagens, vãos livres de
escadas, etc.
Figura 6: batente da porta com manchas
ocasionadas pelas fezes dos morcegos
frugívoros.
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C OMO EVITAR A PRESENÇA E DESALOJAR OS M ORCEGOS F RUGÍVOROS
DOS IMÓVEIS RESIDENCIAIS , COMERCIAIS E EDIFICAÇÕES PÚBLICAS ?

1. Eliminando os abrigos
• Podar a árvore de forma que a copa receba maior incidência de
luz solar (Figura 7).
• Pendurar objetos que reflitam a luz, o que é muito bom para
afastar e impedir o pouso dos morcegos. Exemplos: fitas de papel

Foto: V. B. Mello
laminado, CDs ou balões metalizados (de ar ou gás hélio) colocados
no local que os morcegos utilizam como abrigo (Figuras 8, 9 e 10).
• Manter aceso durante a noite um refletor de luz direcionado para
Figura 7: poda das
o local onde os morcegos estejam se abrigando (Figura 11). árvores.

Foto: MAR Silva


Foto: MAR Silva

Foto: MAR Silva


Figura 8: fitas de papel laminado Figura 9: uso de CDs pendurados para Figura 10: uso de balão metalizado
para afastar e impedir o pouso. afastar e impedir o pouso. para afastar e impedir o pouso.

2. Eliminado fontes de alimento


• Podar a árvore ou retirar de forma manual de maneira a remover as flores, brotos e
frutos reduzindo a oferta de alimentos.
• Podar as árvores antes do período de frutificação ou floração é a forma mais efetiva para
reduzir a fonte de alimento para os morcegos.
• Não deixar frutas à noite nos comedouros para pássaros. As frutas atraem morcegos
frugívoros (Figura 12).
• Evitar o plantio, muito próximo das residências, de árvores cujos frutos, flores ou folhas
atraiam os morcegos. Confira a lista destas árvores na Tabela 1, página 16.
Foto: MAR Silva

Foto: R. Pires

Figura 11: uso do refletor de luz Figura 12: Alerta! frutas deixadas durante a noite
para afastar os morcegos a noite. no comedouro para pássaros, atraem morcegos.

Em Campinas, a poda das árvores em vias públicas pode ser solicitada


à prefeitura por meio do serviço 156. 5
MORCEGOS NECTARÍVOROS:
Se alimentam de néctar!
Os morcegos nectarívoros mais comuns na área urbana de Campinas são da espécie
Glossophaga soricina (Figuras 13 e 14).
Foto: R. Pires

Foto: R. Pires
Figuras 13 e 14: Glossophaga soricina se alimentando em bebedouro para beija-flor deixado durante a noite em uma
residência em munícipio vizinho à Campinas.

Como identificar os morcegos nectarívoros?


• São de porte pequeno (18 cm de envergadura: comprimento de ponta a ponta das asas).
• A língua é comprida e possui uma prega em forma de folha ou lança sobre as narinas
(Figura 15).
• Em seus principais abrigos, são frequentemente encontrados sozinhos ou em casais.
• Tendem a voar em círculos quando pessoas entram no local onde estão se abrigando.
• Repousam de ponta-cabeça presos com o auxílio das unhas dos pés (Figuras 16).
Foto: A. Nitsche

Foto: MAR Silva


Foto: MAR Silva

Figura 15: destaque para a Figuras 16: morcego nectarívoro em repouso. Observe como as unhas dos pés
língua comprida do auxiliam o repouso de ponta-cabeça.
morcego nectarívoro.

Principais abrigos dos morcegos nectarívoros:


• Porões, sótãos, edículas, galpões ou cômodos isolados e de pouco uso.
• Costumam acessar o abrigo através de aberturas maiores como vidraças quebradas,
janelas e portas abertas, buracos no forro etc.

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C OMO EVITAR A PRESENÇA E DESALOJAR OS M ORCEGOS N ECTARÍVOROS
DOS IMÓVEIS RESIDENCIAIS , COMERCIAIS E EDIFICAÇÕES PÚBLICAS ?

1. Eliminando os abrigos
• Manter alçapões e claraboias das edificações fechados. Impedir o acesso ao abrigo
vedando os pontos de entrada (Figuras 17).

Foto: A. Nitsche

Foto: MAR Silva


Figuras 17: a imagem da esquerda mostra o alçapão aberto que favorece a entrada e
abrigo para os morcegos. Mantenha corretamente fechado, como no exemplo da imagem
à direita.

2. Eliminado fontes de alimento


• Remover durante a noite os bebedouros contendo solução açucarada ou néctar para beija-
flor (Figura 18).
Foto: R. Pires (editada)

Figura 18: Alerta! remova os


bebedouros todas as noites.

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MORCEGOS INSETÍVOROS:
Se alimentam de insetos!

Foto: A. Nitsche
No meio urbano de Campinas, temos a ocorrência de
várias espécies de morcegos insetívoros que variam
bastante de tamanho e coloração. A foto ao lado
mostra uma das espécies encontradas no município, o
Nyctinomops laticaudatus (Figura 19).

Figura 19: morcego da espécie


Nyctinomops laticaudatus. Nesta foto o morcego
está pronto para se defender e morder devido ao
contato do ser humano.

Como identificar os morcegos insetívoros?


• Os morcegos da família Molossidae são os mais
comuns na área urbana de Campinas e são
identificados pela cauda livre, ou seja, não contidas
em uma membrana (círculo vermelho na Figura 20).

• Os morcegos pertencentes a esta família têm por


Foto: A. Nitsche

característica comum a não capacidade de alçar voo


do chão, por isso quando caem, caminham até
Figura 20: em destaque a cauda livre do encontrar um “esconderijo” e ali tendem a
morcego insetívoro. Ao lado do morcego, permanecer. Existem exceções a esta regra.
observa-se as fezes (parecida com a de rato).

• As várias espécies de morcegos insetívoros têm


algumas características em comum:
o Presença de fezes que se assemelham as fezes
de lagartixas e de ratos. O tamanho das fezes
varia conforme o tamanho do morcego (Figuras
20 e 21)
Foto: A. Nitsche

o Não repousam de ponta cabeça e pendurados


pelos pés como os morcegos frugívoros e
nectarívoros, mas sim com os quatro membros
Figura 21: fezes de morcego insetívoro caídas no
quintal de um imóvel com uma colônia de em contato com algum substrato.
morcegos morando no forro.

Principais abrigos dos morcegos insetívoros:


Forros, cumeeiras, calhas, rufos, chaminés, caixas de persianas, juntas de dilatação dos prédios
entre outros.
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C OMO EVITAR A PRESENÇA E DESALOJAR OS M ORCEGOS I NSETÍVOROS
DOS IMÓVEIS RESIDENCIAIS , COMERCIAIS E EDIFICAÇÕES PÚBLICAS ?

Eliminando os abrigos
• Manter vedados os vãos e frestas existentes nos telhados e as cumeeiras (Figuras 22).
• As chaminés devem possuir telas galvanizadas nas aberturas de saída de fumaça (Figura
23).
• Manter alçapões e claraboias fechados.

Foto: MAR Silva


Foto: MAR Silva

Figuras 22: observe na figura da esquerda a fresta do telhado, ela pode se tornar abrigo para os morcegos.
A imagem da direita é um exemplo de vão da cumeeira bem vedado com cimento.
Foto: MAR Silva

Figura 23: destaque para a vedação com tela


galvanizada.

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ORIENTAÇÕES PARA A FORMA CORRETA DE
DESALOJAMENTO DE MORCEGOS
INSETÍVOROS.

O desalojamento é a inviabilização como abrigo do local onde os morcegos se encontram


instalados, sem causar a morte ou realizar a captura desses animais.

Vale lembrar que o desalojamento é opcional e a convivência harmoniosa com a colônia no


imóvel é possível. O desalojamento realizado de forma inadequada pode gerar grandes
transtornos e riscos à saúde.

Importante!
Nem sempre o desalojamento dos morcegos insetívoros será uma tarefa simples.
Esses morcegos são animais fiéis ao abrigo e irão tentar retornar durante o desalojamento, o
que exigirá uma vedação minuciosa de todos os pontos de acesso existentes. Em situações de
maior complexidade, recomenda-se a contratação de um profissional habilitado.

Também é importante ter a consciência de que, no período do desalojamento, é possível que


os morcegos adentrem ou caiam nas dependências ou no entorno do imóvel aumentando as
chances de contato direto com pessoas ou animais.

Recomendações gerais
• Não realizar o desalojamento nas estações de
primavera e verão, pois é o período reprodutivo e poderá
haver filhotes no abrigo, os quais ainda não estão aptos a
voar.

• O desalojamento deve garantir que os morcegos


consigam sair, mas não sejam capazes de retornar ao
abrigo.

• A vedação definitiva de todas as entradas poderá ser


feita somente após todos os morcegos terem saído do
abrigo.

• Não realizar o desalojamento em noites de chuva ou


com temperaturas abaixo de 18 °C porque são condições
climáticas desfavoráveis à saída dos morcegos do abrigo.

• Nunca utilizar venenos ou produtos químicos! Nunca!

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PASSO A PASSO PARA O DESALOJAMENTO
CORRETO E SEGURO DE MORCEGOS
INSETÍVOROS

PASSO 1: Identificar o Ponto de Entrada e Saída


(PES) dos morcegos do abrigo
• Realizar a observação a partir do entardecer para identificar o PES e o horário de saída dos
morcegos.
Dicas: Em alguns casos, pode ser observada na parede uma mancha gordurosa ao redor do
PES. Algumas espécies emitem um som “chiado” ao saírem do abrigo.

PASSO 2: Identificar e vedar outras aberturas

• Verificar a existência de outras aberturas maiores que um centímetro (> 1cm) e vedá-las de
forma definitiva (com cimento ou espuma expansiva). Mas atenção, neste passo deixe aberto
o Ponto de Entrada e Saída (PES) dos morcegos.

PASSO 3: Vedação provisória do Ponto de


Entrada e Saída (PES) dos morcegos

Opção 1: vedação provisória


• Após a saída dos morcegos, vedar de forma provisória o PES utilizando espuma, panos, etc.
(Figuras 24 e 25).
Foto: MAR Silva

Foto: MAR Silva

Foto: MAR Silva

Figura 24: exemplo de materiais para Figuras 25: vedação provisória dos pontos de entrada e saída do morcego no abrigo
vedação provisória: pano e espuma. do telhado: pano e espuma.

• No dia seguinte, um pouco antes do horário identificado da saída dos morcegos, remover o
material usado para obstruir a entrada e aguardar a saída de eventuais morcegos que possam
ter ficado no local.
• Vedar novamente de forma provisória o PES utilizando espuma, panos, etc.
• Repetir a operação por no mínimo cinco dias consecutivos.

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ou
Opção 2: vedação provisória
• Manter no ponto de entrada e saída do
morcego, por no mínimo cinco dias
consecutivos, um cano de PVC com um
plástico liso e resistente (com
aproximadamente 40 cm) preso na ponta,

Foto: MAR Silva


conforme mostrado nas Figuras 26 e 27.
• Caso fique um vão entre o cano e a telha,
preencher o mesmo com espuma ou pano.
Figura 26: neste exemplo, um pedaço de saco plástico
As demais aberturas também devem ser de ração foi recortado e fixado no cano de PVC com
vedadas com pano ou espuma (Figuras 27). fita adesiva.

Foto: MAR Silva


Foto: MAR Silva

Figuras 27: vedação provisória do ponto de entrada e saída do morcego no abrigo do telhado:
cano de PVC com um plástico preso na ponta.

Dica: O cano com o plástico vai permitir a saída dos morcegos que estiverem no abrigo, mas
não permite que eles voltem.
Observação: uma garrafa pet com o fundo e a ponta cortados pode ser utilizada no lugar do
cano de PVC.

PASSO 4: Vedação definitiva do Ponto de


Entrada e Saída (PES) dos morcegos

• Após 5 dias, retirar o material provisório utilizado (espuma, tecido, cano de PVC ou garrafa
pet) e realizar a vedação definitiva do PES com material permanente e resistente como por
exemplo cimento (Figura 28) ou espuma expansiva.
Foto: MAR Silva

Figura 28: vedação definitiva com cimento. 12


IV – QUAIS OS RISCOS PARA A SAÚDE?

Os morcegos podem transmitir várias doenças. Vamos destacar aqui, duas das mais relevantes
para a saúde pública: a raiva e a histoplasmose.

RAIVA
A principal doença transmitida pelos morcegos é a raiva, mas apenas uma parcela desses animais
desenvolve a doença e a transmite.
A raiva é uma doença fatal para o ser humano e os animais. É causada por um vírus presente na
saliva de animais mamíferos infectados (morcego, cão, gato, macaco, gambá, boi, cavalo, cabra,
porco etc.) Até o momento, não existe tratamento eficaz, portanto a prevenção é muito
importante.
Importante saber: Todos os morcegos podem se infectar e transmitir a raiva, inclusive os que se
alimentam de insetos, frutos e néctar!

Medidas de Prevenção
• Nunca toque em um morcego estando ele vivo ou morto!

• Vacine anualmente cães e gatos contra a raiva, inclusive os que não têm
acesso à rua, uma vez que morcegos voam e podem adentrar ou cair
nas casas e apartamentos.

• Evite dormir com as janelas dos quartos e dos banheiros abertas, principalmente se houver a
presença de morcegos no local ou se estiver providenciando o desalojamento destes animais.
Uma alternativa é colocar tela milimétrica nas aberturas de lareiras e janelas (Figuras 29 e 30).
Foto: MAR Silva
Foto: MAR Silva

Figura 29: fechamento da lareira com tela Figura 30: fechamento da janela com tela
milimétrica. milimétrica.

O que fazer em caso de acidente com um morcego?


Procure o Centro de Saúde imediatamente nos seguintes casos:
• Se houver contato direto com um morcego, como por exemplo toque, mordedura,
lambedura ou arranhão.
• Se houve risco de contato com o animal, mesmo que não tenha certeza, como por
exemplo acordar com um morcego no mesmo ambiente que dormiu.
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HISTOPLASMOSE
Outra doença associada aos morcegos é a histoplasmose, uma enfermidade que acomete os
pulmões e é transmitida ao se respirar partículas do fungo Histoplasma capsulatum presentes
nas fezes e que se espalham pela poeira. Observe o ciclo de transmissão na Figura 31.
O fungo se desenvolve principalmente em fezes de morcegos e aves acumuladas em locais
escuros e úmidos como sótãos, galinheiros, pombais e cavernas.
Vale destacar que nem todos os morcegos eliminam o fungo nas fezes.

Figura 31: imagem ilustrando o ciclo de transmissão da histoplasmose.


Fonte: https://minutosaudavel.com.br/histoplasmose

Medidas de Prevenção
• Evite entrar em locais confinados onde haja o acumulo de fezes destes animais.

• Para a limpeza de locais com acúmulo de fezes de morcegos ou aves, use máscaras faciais
descartáveis tipo PFF2, também conhecida como “máscara de pintor” e luvas de borracha
para limpeza (Figura 32).
• Antes da limpeza, molhar as fezes antes da removê-las, pois evita a formação de poeira
contendo partículas do fungo.
Foto: A. Nitsche

Figura 32: máscara facial PFF2 e luvas de


borracha para limpeza.

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V – O QUE FAZER AO ENCONTRAR UM MORCEGO EM SITUAÇÃO
ANORMAL?

O que é um morcego em situação anormal?


Os morcegos podem adoecer e morrer em decorrência da raiva. Portanto os morcegos
encontrados nas seguintes situações são suspeitos para raiva:
• Mortos;
• Caídos;
• Voando durante o dia;
• Pendurados em locais baixos ou expostos à claridade .

O que fazer ao encontrar um morcego em situação anormal?


• Coloque uma caixa ou balde em cima do morcego e isole o local, a fim de evitar o contato com
crianças e animais (Figura 33).
• Ligue para a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) para o recolhimento do animal. (Figura
34). Após as 17h, finais de semana e feriados, ligue 199 para acionar o plantão da UVZ.
• Se o seu cão ou gato teve contato ou possibilidade de contato com um morcego, comunique à
UVZ, pois os mesmos deverão receber dose de reforço da vacina antirrábica e serem
monitorados.
Foto: A. Nitsche

Foto: A. Nitsche

Figura 33: morcego caído sendo isolado Figura 34: morcego em situação anormal
com o auxílio de um balde. sendo recolhido pela equipe da UVZ para
análise da raiva.

VI – QUER APRENDER UM POUCO MAIS SOBRE OS MORCEGOS?


Referências:
Bat conservation international
http://www.batcon.org
Cartilha de Educação Ambiental: desmitificando os morcegos
http://docs.wixstatic.com/ugd/053d6e_46d7574055254273b9c1638ec503fcad.pdf
Casa dos morcegos
https://casadosmorcegos.wordpress.com/
Sociedade brasileira para estudo dos quirópteros
http://www.sbeq.net 15
VII – TABELA 1: LISTA DE ÁRVORES CUJOS FRUTOS, FLORES OU
FOLHAS ATRAEM OS MORCEGOS
Espécies Fruto Flor Folha
Abacateiro (Persia americana) x x
Abieiro (Pouteria caimito) x
Alecrim de Campinas (Holocalyx glaziovii) x
Amendoeira 1 (Terminalia catappa) x
Amoreira (Morus nigra) x
Areca-bambú (Chrysalidocarpus lutescens) x
Legenda:
Ateira (Annona squamosa) x
Bananeira (Musa spp.) x
1. chapéu-de-sol, chapéu-de-praia,
Biribazeiro (Annona reticulata) x sete-copas, chapéu-chinês.
Bombax (Bombax aquaticum) x
Café (Coffea arabica) x 2. pau-de-seda.
Cajueiro (Anacardium occidentale) x x
Calabura 2 (Muntigia calabura) x 3. árvore-santa, jasmim-azul,
Caquizeiro (Diospyros kaki) x jasmim-de-soldado, lilás-da-índia,
Caramboleira (Averrhoa carambola) x lírio-da-índia.
Cinamomo 3 (Melia azedarach) x
Embaúba (Cecropia spp.) x 4. tulipeira.
Espatodea 4 (Spathodea campanulata) x
Esponjeira (Acacia farnesiana) 5. jambolão, azeitona.
Ficus benjamina (Ficus retusa) x x
Ficus italiano (Ficus elastica) x 6. flor de coral.
Figo (Ficus carica) x
Gameleira (Ficus sp.) x 7. ameixeira.
Goiabeira (Psidium guajava) x
Gomeira (Vochysia spp.) x 8. pau de jangada, morcegueira,
Gravioleira (Annona muricata) x árvore do morcego.
Guimelina (Gmelina arborea) x
Ingazeiro-mirim (Inga fagifolia) x
Ingazeiro (Inga spp.) x
Jabuticabeira (Myrciaria jaboticaba) x
Jambeiro amarelo (Eugenia jambos) x x
Jambeiro vermelho (Eugenia malaccensis) x x
Jamelão 5 (Syzigium jambolanum) x
Jaqueira (Artocarpus integrifolia) x
Jatóba (Hymenaea stilbocarpa) x
Landim (Calophyllum brasiliense) x
Mangueira (Mangifera indica) x x x
Mamoeiro (Carica papaya) x
Maracujazeiro (Passiflora mucronata) x Tabela 1:
Merindiba (Lafoensia glyptocarpa) x Informações Extraídas do Livro:
Mongubeira (Pachira aquatica) x Morcegos em Áreas Urbanas e
Mulungú 6 (Erythrina sp.) x Rurais: Manual de Manejo e
Nespereira 7 (Eryobotria japonica) x Controle. Elaborado por Angelika
Oitizeiro (Mochilea tomentosa) x Bredt ... [et al]; Colaboração:
Pacarí (Lafoensia pacari) x Delma Moreira da Silva...[et al]
Paineira (Chorisia speciosa) x Brasília: Fundação nacional de
Palmeira gerivá (Cocos romanzoffiana) x Saúde, 1996. 117p.il.
Palmeira-gerivá-açu (Arecastrum romanzofianum) x
Palmeira livistona (Livistona chinensis) x
Pau-de-balsa 8 (Ochroma pyramidale) x
Pequizeiro (Caryocar brasiliense) x
Pessegueiro (Prunus persica) x
Pitangueira (Eugenia uniflora) x
Saboneteira (Sapindus saponaria) x
Sapotizeiro (Achras sapota) x
Sapucaia (Lecythis sp.) x
Seriguela (Spondias purpurea) x
Uva-do-pará (Hovenia dulcis) x
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Videira (Vitis vinifera) x
Departamento de Vigilância em Saúde
Andrea Paula Bruno von Zuben – Diretora

Coordenadoria de Vigilância de Agravos e Doenças


Tessa Roesler – Assessora Técnica e Articuladora

Unidade de Vigilância de Zoonoses


Elen Fagundes Costa Telli - Coordenadora

ELABORAÇÃO
Aline Nitsche
Médica Veterinária - Unidade de Vigilância de Zoonoses

REVISÃO TÉCNICA
Cláudio Luiz Castagna
Médico Veterinário - Unidade de Vigilância de Zoonoses
Elen Fagundes Costa Telli
Bióloga – Coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses - UVZ

FOTO DA CAPA
Rodrigo Pires (Departamento de Proteção e Bem Estar Animal DPBEA/PMC)

FOTOS
Aline Nitsche; Vladson Barbi de Mello; Milena A R Silva
Rodrigo Pires
Roberto Novaes (publicação: Desmitificando os Morcegos)

CONCEITO GRÁFICO E ARTE DA CAPA


Camila M. Fernandes
Tainan Freitas
Departamento de Publicidade - Secretaria Municipal de Comunicação

APOIO E DIAGRAMAÇÃO
Milena A. Rodrigues da Silva
Articuladora Área Comunicação - Coordenadoria de Informações e Análise
Epidemiológica

CONTATO DA UVZ
e-mail: [email protected]
Telefone: (19) 3245-1219

Edição 1 – atualizado em julho/2019

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