A DOUTRINA SOCIAL

DA IGREJA
Pe. Vinícius Ponciano – Missionário Redentorista –

Basílica de São Pedro, no Vaticano

Caríssimas Religiosas e Caríssimos Religiosos da CRB-Goiânia “Pax Dómini

sit semper vobiscum”.

Após esta fraterna e cristã saudação informo-lhes que em breve nos

encontraremos. Nosso encontro será marcado com momentos intensos de convívio,
espiritualidade e estudo. Sob a proteção do Divino Pai Eterno e da Mãe do Perpétuo
Socorro debruçaremos com atenção e postura profética sobre a Doutrina Social da Igreja
(DSI).

1
 Mas, o que é Doutrina Social da Igreja (DSI)? The textbook (Wikipédia
definition) informa-nos que Doutrina Social da Igreja “é o conjunto de ensinamentos
contidos na doutrina da Igreja Católica e no Magistério da Igreja Católica, constante
de numerosas encíclicas e pronunciamentos dos Papas inseridos na tradição
multissecular, e que tem suas origens nos primórdios do Cristianismo” 1. Mediante tal
informação ainda faz-se necessário formular uma segunda questão. A saber, qual é a
finalidade da Doutrina Social da Igreja? Segundo a mesma fonte acima citada a
Doutrina Social da Igreja “tem por finalidade fixar princípios, critérios e diretrizes
gerais a respeito da organização social e política dos povos e das nações. É um convite
a ação”2. Sendo assim, A finalidade da Doutrina Social da Igreja, não é outra, senão,
“levar os homens a corresponderem, com auxílio também da reflexão racional e das
ciências humanas, à sua vocação de construtores responsáveis da sociedade terrena”3.

Ainda a respeito da Doutrina Social da Igreja é importante recordar que ela foi
enriquecida não somente pelos “Padres da Igreja, teólogos e canonistas da Idade
Média”4, mas também, “pelos pensadores e filósofos católicos dos tempos modernos” 5.
Quanto ao desenvolvimento da Doutrina Social da Igreja ele se deu no “século XIX por
ocasião do encontro do Evangelho com a sociedade industrial moderna, suas novas
estruturas para a produção de bens de consumo, sua nova concepção da sociedade, do
Estado e da autoridade, suas novas formas de trabalho e de propriedade” 6. A Doutrina
Social da Igreja considera que “a norma fundamental do Estado deve ser a prossecução
da justiça e que a finalidade de uma justa ordem social é garantir a cada um, no
respeito ao princípio da subsidiariedade, a própria parte nos bens comuns”7.

Através das numerosas encíclicas e pronunciamentos dos Papas, a Doutrina

Social da Igreja aborda vários temas fundamentais “a pessoa humana, sua dignidade,
seus direitos e suas liberdades; a família, sua vocação e seus direitos; inserção e
participação responsável de cada homem na vida social; a promoção da paz; o sistema
econômico e a iniciativa privada; o papel do Estado; o trabalho humano; a comunidade
política; o bem comum e sua promoção, no respeito dos princípios da solidariedade e

1
Doutrina Social da Igreja – Wikipédia, a enciclopédia livre, p. 1.
2
Ibidem, p. 1.
3
Ibidem, p. 1.
4
Ibidem, p. 1.
5
Ibidem, p. 1.
6
Ibidem, p. 1.
7
Ibidem, p. 1.

2
subsidiariedade; o destino universal dos bens da natureza e cuidado com a sua
preservação e defesa do ambiente; o desenvolvimento integral de cada pessoa e dos
povos; o primado da justiça e da caridade”8.

Papa Leão XIII, o Papa da Encíclica Rerum Novarum

A Doutrina Social da Igreja, embora aborde vários temas fundamentais, não

favorece ou estimula a “participação do clero na política, que é expressamente
proibida pela Igreja, exceto em situações urgentes” 9. Isto se dá “porque a missão de
melhorar e “animar as realidades temporais”, normalmente através da participação
cívico-política, é destinada aos leigos. A hierarquia eclesiástica não está no negócio de
formar ou dirigir governos nem de escolher regimes políticos, ela está apenas no

8
Doutrina Social da Igreja – Wikipédia, a enciclopédia livre, p. 1.
9
Ibidem, p. 1.

3
negócio de formar o tipo de pessoa que consegue formar e dirigir governos nos quais a
liberdade leva à genuína realização humana”10.

O contexto histórico que inspirou e provocou os eclesiásticos católicos nos

finais do século XIX foi marcado pelo “surgimento da sociedade industrial”11. Durante
este período registrou-se uma modificação expressiva do comportamento social.
Estruturas sociais antigas e perenes ruíram. Com a industrialização surge como um
rebento os “proletários assalariados”12. As estruturas de produção e o capital tornaram-
se o novo poder. Nas mãos de poucos este poder privou de direitos a massa operária. A
“justa estrutura social”13 foi dizimada. A pobreza logo se expandiu. E com ela, veio a
galope as doenças e as “carências de serviços de saúde e educação”14. Neste período de
expansão da pobreza e do sofrimento humano merecem nossas atenção leigos,
religiosos, religiosas e clérigos. “Dentre eles destacou-se o Bispo de Mongúcia, von
Kettler”15 (Pioneiro da Doutrina Social católica, citado por Bento XVI na encíclica
Deus caritas est).

Wilhelm Emmanuel von Ketteler, 1865.

10
Doutrina Social da Igreja – Wikipédia, a enciclopédia livre, p. 1.
11
Ibidem, p. 2.
12
Ibidem, p. 2.
13
Ibidem, p. 2.
14
Ibidem, p. 2.
15
Ibidem, p. 2.

4
 A Igreja Católica, com a sua Doutrina Social da Igreja apresentada de modo
sistematizado e orgânico em 2004 no Compêndio da Doutrina Social da Igreja, “não
entra em questões técnicas e não institui e nem propõe sistemas ou modelos de
organização social: isto não faz parte da missão que Cristo lhe confiou (Compêndio, n.
3, 7 e 68)”16. Entretanto, mesmo tendo conhecimento de tal fato, “a Igreja não pode
ficar indiferente às vicissitudes sociais”17. É da responsabilidade da Igreja, pela
relevância pública do Evangelho, “anunciar sempre e por toda parte os princípios
morais”18. Por causa do seu compromisso amplo com o Evangelho de Jesus (Lc 4, 18-
19) a Igreja Católica se interessará e pronunciará, sempre que for necessário, “a
respeito de qualquer questão humana”19. A Igreja Católica tem um papel relevante no
campo social. Ela, sempre e incansavelmente, priorizará uma “ordem social justa”20.
Ontem e hoje podemos perceber que há uma infinidade de erros que promovem o mal
social. Mal social este, que não raramente, atenta contra o “direito dos mais fracos,
sobre a dignidade dos pobres”21 (Cf. encíclica Rerum Novarum). A Doutrina Social da
Igreja, a partir dos princípios da encíclica Rerum Novarum (Leão XIII) sobre a questão
social, “exclui o socialismo como remédio e rejeita as ideologias totalitárias e atéias
associadas, nos tempos modernos, ao comunismo ou ao socialismo. Além disso combate
o capitalismo selvagem e o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado
sobre o trabalho humano”22.

São nove os princípios básicos que corroboram e condensam a Doutrina Social

da Igreja: “1) A dignidade da pessoa humana, como criatura à imagem de Deus e a
igualdade de todas as pessoas; 2) respeito à vida humana; 3) princípio de associação;
4) princípio da participação; 5) opção preferencial pelos pobres; 6) princípio da
solidariedade; 7) princípio da subsidiariedade; 8) princípio do bem comum; 9)
princípio universal dos bens”23. Somam-se a estes princípios básicos “valores
fundamentais”24. A saber, “Verdade, Liberdade e Justiça”25.

16
Doutrina Social da Igreja – Wikipédia, a enciclopédia livre, p. 2.
17
Ibidem, p. 2.
18
Ibidem, p. 2.
19
Ibidem, p. 2.
20
Ibidem, p. 2.
21
Ibidem, p. 2.
22
Ibidem, p. 2.
23
Ibidem, p. 2.
24
Ibidem, p. 2.
25
Ibidem, p. 3.

5
 De forma breve, com um propósito mais indicativo, vejamos agora os
principais documentos sociais da Igreja e seus respectivos contextos:

RERUM NOVARUM (RN):

Carta encíclica do Papa Leão
XIII sobre a condição dos
operários, publicada no dia 15 de
maio de 1891. Contexto: A
situação de miséria dos
operários por ocasião da
primeira industrialização que
conhece o seu apogeu no final do
século XIX26.

QUADRAGESIMO ANNO (QA): Carta encíclica do Papa

Pio XI sobre a restauração da ordem social e seu
aperfeiçoamento, publicada no dia 15 de maio de 1931.
Contexto: A grande crise econômica de 1929 que joga milhões
no desemprego, primeiro nos Estados Unidos e, em seguida, na
Europa, repercutindo pouco a pouco nos demais países27.

26
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.
27
Ibidem, p. 201-255.

6
 MATER ET MAGISTRA (MM):
Carta encíclica do Papa João XXIII
sobre a evolução contemporânea da
vida social à luz dos princípios
cristãos, publicada no dia 15 de maio
de 1961. Contexto: Há uma grande
produção de riqueza, introdução de
técnicas modernas, o que leva os
desníveis sociais a proporções
maiores, sobretudo entre os países
industrializados e os países em via de
desenvolvimento, com um atraso preocupante no desenvolvimento da agricultura nestes
últimos28.

PACEM IN
TERRIS (PT):
Carta encíclica do
Papa João XXIII
sobre a paz,
publicada no dia 11
de abril de 1963.
Contexto: A
guerra fria está em
alta acelerando a
corrida
armamentista e
apontando para a
ameaça de guerra
nuclear; cresce, ao
mesmo tempo, o fenômeno da socialização, o movimento de independência de muitos

28
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.

7
países do Terceiro Mundo, a presença da mulher na vida pública e atuação das classes
trabalhadoras29.

GAUDIUM ET SPES (GS): Constituição pastoral do Concílio Vaticano II sobre a

Igreja e o Mundo de hoje, publicada no dia
7 de dezembro de 1965. Contexto: Numa
busca de diálogo com o mundo moderno,
o Concílio traça o perfil da presença da
Igreja no mundo de hoje, buscando
atualizar-se (aggiornamento), numa
atitude pastoral e suas conquistas. A
Igreja compreende-se como um “dom” de
Deus à “serviço” da humanidade30.

POPULORUM PROGRESSIO (PP):

Carta encíclica do Papa Paulo VI sobre o

desenvolvimento dos povos, publicada no dia 16
de março de 1967. Contexto: Cresce a
consciência da gravidade da fome, da miséria,
das doenças endêmicas, da ignorância, enfim, do
problema do desenvolvimento; a independência
dos países não está significando independência
econômica, nem um justo acesso aos próprios
recursos, aumentando a disparidade entre
riqueza e pobreza e a dependência entre as
nações ricas e as nações pobres31.

OCTOGESIMA ADVENIENS (AO): Carta

apostólica do Papa Paulo VI, endereçada ao
29
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.
30
Ibidem, p. 201-255.
31
Ibidem, p. 201-255.

8
cardeal Maurice Roy, presidente da Comissão Justiça e Paz e do Conselho dos Leigos,
no dia 14 de maio de 1971. Contexto: A urbanização rápida e até abrupta provoca o
inchaço das cidades e consequente empobrecimento de grandes parcelas da população.
Verifica-se mudança de costumes ante a emergência da civilização urbana. Cresce a
força dos meios de comunicação, em especial da televisão. As ideologias, construídas
no século XIX, dão sinais de inadequação. O quadro é de incertezas e interrogações
face às rápidas e profundas mudanças que estão ocorrendo32.

32
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.

9
 A JUSTIÇA NO
MUNDO: Documento
do Sínodo dos Bispos
sobre o Sacerdócio e a
Justiça no mundo,
publicado no dia 24 de
novembro de 1971.
Contexto: Milhões de
pessoas sofrem com as
guerras, com a fome,
nas prisões e com o
racismo; 75% dos recursos são obsorvidos por um terço da humanidade, o desemprego
aumenta, bem como o fosso que separa ricos e pobres33.

EXIGÊNCIAS CRISTÃS DE UMA ORDEM POLÍTICA: Documento

aprovado pela XV Assembleia Geral da CNBB, realizada nos dias 8 a 17 de fevereiro de
1977. Contexto: A Igreja, no Brasil, partilha com o povo os momentos difíceis da
repressão do regime militar, sendo acusada de intromissão indevida nos assuntos do
governo e de subversão porque denuncia o Estado autoritário de segurança nacional34.

33
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.
34
Ibidem, p. 201-255.

10
 LABOREN EXERCENS (LE): Carta
encíclica sobre o trabalho humano do Papa
João Paulo II, publicada no dia 14 de
setembro de 1981. Contexto: Grandes,
profundas e rápidas transformações se fazem
sentir no mundo do trabalho. Tecnologias
avançadas e modernas suscitam mudanças na
estrutura e nas relações do trabalho,
particularmente com a introdução da
informática. Há necessidade de aprofundar o
sentido do trabalho neste novo contexto35.

POR UMA NOVA

ORDEM
CONSTITUCIONAL:
Declaração pastoral da
CNBB, aprovada na
Assembleia Geral,
reunida em Itaici, SP, nos
dias 9 a 18 de abril de
1986. Contexto: O Brasil
se prepara para escolher,
naquele ano, a
Assembléia Constituinte
que irá elaborar a nova Constituição do país36.

35
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.
36
Ibidem, p. 201-255.

11
SOLLICITUDO REI SOCIALIS (SRS): Carta
encíclica do Papa João Paulo II sobre a solicitude
social da Igreja, publicada no dia 30 de dezembro de
1987. Contexto: A situação agravou-se em termos
de “produção e distribuição de víveres, higiene,
saúde e habitação, disponibilidade de água potável,
condições de trabalho, especialmente feminino,
duração da vida e outros índices sociais”, como
apresenta a própria encíclica no parágrafo 14. Há
velocidades diferentes de desenvolvimento; em
alguns casos, verifica-se uma verdadeira estagnação,
deixando uma impressão prevalentemente negativa37.

ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO E O ENSINO DA DOUTRINA SOCIAL DA

IGREJA NA FORMAÇÃO SACERDOTA: Documento da Congregação para a
Educação Católica, publicado no dia 30 de dezembro de 1988. Contexto: Sente-se a
necessidade de continuar na linha do decreto Optatam Totius, do Concílio Vaticano II,
que tratou da formação, propondo orientações sobre o estudo e o ensino da Doutrina
37
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.

12
Social da Igreja nos Seminários. “Coloca-se em evidência os pontos que no estudo
desta disciplina são fundamentais e, portanto, indispensáveis para uma sólida
formação teológica e pastoral dos futuros sacerdotes”38. Como dirá João Paulo II, logo
depois, a “doutrina social, por si mesma, tem o valor de um instrumento de
evangelização”39. Contexto: Após um longo período de regime militar, o país está
passando por um processo de redemocratização. Com a promulgação da nova
Constituição, no ano anterior, há um desejo do povo brasileiro em participar mais
ativamente nos destinos do país40.

CENTESIMUS ANNUS (CA): Carta encíclica por ocasião do centenário da Rerum

Novarum, publicada no dia 1º de maio de 1991.
Contexto: Revela-se, nesta encíclica, uma
preocupação com o crescente consumismo, com o
empobrecimento de muitos países e a miséria de
seus povos, com a questão ecológica, com a
opulência e a miséria que separam ricos e pobres.
Insere-se também o contexto da queda dos regimes
marxistas do Leste europeu e do capitalismo que
se apresenta como o vencedor41.

38
Cf. CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA, op. cit., nº 66, in C. BOMBO (org.), op. Cit., p. 523.
39
Cf. JOÃO PAULO II, Carta encíclica ‘Centesimus Annus’, op. Cit., nº 54, in C. BOMBO (org.), op. Cit. , p.
631.
40
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.
41
Ibidem, p. 201-255.

13
A FOME NO MUNDO –
UM DESAFIO PARA
TODOS: O
DESENVOLVIMENTO
SOLIDÁRIO: Texto
preparado pelo Pontifício
Conselho “Cor Unum”, por
indicação do Papa João Paulo
II, apresentado e levado ao
conhecimento público pelo
Cardeal Ângelo Sodano,
Secretariado de Estado do
Vaticano, no dia 4 de outubro
de 1996. Contexto: Na apresentação deste documento aparece muito bem o contexto,
ao contar o que segue: “A multidão de famintos, constituída por crianças, mulheres,
idosos, imigrantes e desempregados, eleva para nós o seu grito de dor. Eles imploram-
nos, à espera de ser escutados”42.

PARA UMA MELHOR

DISTRIBUIÇÃO DA TERRA – O
DESAFIO DA REFORMA AGRÁRIA:
Documento do Pontifício Conselho de
“Justiça e Paz”, publicado em Roma no dia
23 de novembro de 1997. Contexto: Há
uma consciência clara dos dramáticos
problemas humanos, sociais e éticos,
advindos do fenômeno da concentração e
apropriação indevidas da terra. Isto atenta

42
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.

14
contra a dignidade humana de milhões de seres humanos, torna-se obstáculo à paz
pelas inaceitáveis injustiças que acarreta43.

Os documentos acima mencionados e ilustrados configuram o corpo social da

Igreja. Este conjunto de documento é indicativo de um vasto patrimônio documental
que discursa em favor do bem estar social, religioso e político. Outros discursos e
alocuções, como por exemplo, Medellín (1968), Puebla (1979) e Santo Domingo
(1992), poderiam ser aqui citados. O fato de não o fazê-lo não significa que eu não
reconheça o aporte de cada um deles e a importância da Doutrina Social da Igreja que
emana de suas palavras. Meu objetivo, não é outro, senão, despertar em vossos corações
e mentes um forte desejo de reler os documentos acima mencionados, afim de que cada
uma e cada uma possam perceber com maior clareza as belezas e a riquezas que brotam
da Doutrina Social da Igreja (DSI). Para tal fim proponho dois caminhos: A) Revisar o
Concílio Vaticano II. B) Em seguida vamos voltar a nossa atenção para a Carta
Encíclica do Papa João Paulo II: Sollicitudo Rei Socialis (SRS). Desejo a todas e a
todos um bom estudo e uma boa reflexão. Que a nossa reflexão seja realmente fecunda e
eficaz.

Pe. Vinícius Ponciano – Missionário Redentorista

43
AGOSTINI, Prof. Dr. Nilo. A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo. In: Ética cristã e
desafios atuais. Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255.

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E-MAIL: [email protected]

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