Agricultura Digital 2nd Edition Aluizio Borém Full Chapter Download PDF

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Agricultura digital 2nd Edition Aluizio

Borém
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© Copyright 2022 Oficina de Textos

Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em


vigor no Brasil desde 2009

Conselho editorial Cylon Gonçalves da Silva; Doris C. C. K. Kowaltowski; José


Galizia Tundisi; Luis Enrique Sánchez; Paulo Helene; Rozely
Ferreira dos Santos; Teresa Gallotti Florenzano; Aluízio Borém

Capa e projeto gráfico Malu Vallim


Preparação de figuras Victor Azevedo
Diagramação Luciana Di Iorio
Preparação de textos Hélio Hideki Iraha
Revisão de textos Renata de Andrade Sangeon

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Agricultura digital / organização Aluizio


Borém... [et al.]. -- 2. ed. -- São Paulo : Oficina de Textos, 2021.
Outros organizadores: Daniel Marçal Queiroz,
Domingos Sárvio M. Valente, Francisco de Assis Carvalho Pinto.

Bibliografia.
eISBN 978-65-86235-55-5

1. Agricultura e tecnologias relacionadas


2. Geoprocessamento 3. Geotecnologia 4. Inovações
tecnológicas 5. Robótica I. Borém, Aluizio.
II. Queiroz, Daniel Marçal. III. Valente, Domingos
Sárvio M. IV. Pinto, Francisco de Assis Carvalho.

21-94204 CDD-631.52
Índices para catálogo sistemático:
1. Agricultura digital 631.52

Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380

Todos os direitos reservados à Oficina de Textos


Rua Cubatão, 798
CEP 04013-003 São Paulo SP Brasil
Fone: (11) 3085-7933
www.ofitexto.com.br
ofitexto@ofitexto.com.br
APRESENTAÇÃO
A maior parte da população urbana possui uma visão
romantizada e distorcida das empresas rurais, outrora
chamadas de fazendas. Se perguntadas, muitas dessas
pessoas vão responder descrevendo suas férias de infância na
fazenda do avô, onde se produzia quase tudo de que a família
precisava à mesa: arroz, feijão, milho, verduras, carne, leite,
ovos, frutas etc. Essa imagem das fazendas é coisa do
passado. Hoje, geridas como empresas, as propriedades
agrícolas evoluíram e estão focadas na produção tecnificada
de alimentos, buscando a sustentabilidade econômica.
Para muitas indústrias, a Era Digital trouxe mudanças
nesse início do século XXI, decorrentes da alta capacidade de
processamento dos computadores, dos smartphones, do
sistema de geolocalização, da robotização e de outros avanços
da tecnologia da informação. A Era Digital traz novas formas
de organizar a produção e de otimizar as operações e a
logística, além de oferecer melhores meios para atender às
demandas dos consumidores. Essa onda tecnológica levou à
modernização dos processos de informação e comunicação,
tornando-se a força motriz que já transformou as indústrias
da saúde e de medicamentos, de telecomunicações e
automotiva, assim como as atividades bancárias e comerciais,
entre outras. A agricultura está iniciando sua transformação
digital. A adoção da automação, de sensores de alta
tecnologia, da computação em nuvem, de algoritmos nas
tomadas de decisão e da internet das coisas está criando a
agricultura digital, na qual dados coletados são usados para
aumentar a eficiência dos recursos utilizados pela agricultura:
terras, água, mão de obra e insumos, que são finitos. Grande
parte da coleta desses dados está sendo realizada por
sensores instalados em máquinas agrícolas, drones, satélites e
outras plataformas. Esses dados, muitas das vezes
disponibilizados em tempo real, são utilizados tanto para
monitoramento como para a tomada de decisões na
agricultura. Alguns estão dizendo que os dados são o novo
petróleo do século XXI, tamanha a importância que estão
ganhando em todos os setores produtivos, e na agricultura
não é diferente. Essa revolução agrícola introduz o conceito de
propriedades rurais inteligentes, com a interconexão de
máquinas, equipamentos e sensores agrícolas.
Com a agricultura digital, o produtor pode monitorar 24 h
por dia e sete dias por semana, no seu smartphone ou no seu
tablet, todos os processos em sua propriedade, otimizando as
decisões conforme a variabilidade espacial e temporal,
levando a uma nova revolução na produção de alimentos.
Este livro, Agricultura digital, é uma excelente oportunidade
de atualização para todos que estão envolvidos com a
agricultura, pois mostra como a tecnologia está
transformando a ciência e a arte de produzir alimentos. Que
caminho a agricultura agora está trilhando? Esse é o foco
deste livro.
A UFV se sente honrada de ter agrupado um seleto grupo
de professores e pesquisadores neste livro para apresentar o
estado da arte da gestão das empresas rurais usando as
tecnologias da agricultura digital, em sua segunda edição.
Use-o para lhe ajudar a construir uma agricultura capaz de
suprir a demanda mundial de alimentos, de forma
ambientalmente responsável e sustentável. Boa leitura!

Demetrius David da Silva


Reitor da UFV
SUMÁRIO
1 Nova Revolução Verde
Referências
2 Sistemas de localização por satélites
2.1 Sistemas de projeções e coordenadas no posicionamento
2.2 Como funcionam os sistemas de posicionamento por satélites
2.3 Erros no posicionamento por satélites
2.4 Sistemas para melhoria da precisão/exatidão do posicionamento
por satélites
2.5 Tipos de levantamento utilizando sistemas de posicionamento
por satélites
Referências
3 Análise da variabilidade espacial e temporal
3.1 Fontes de variabilidade espacial e temporal
3.2 Fatores que afetam a produtividade das culturas
3.3 Variabilidade temporal da produtividade
3.4 Determinação da variabilidade espacial e temporal dos solos e
das culturas
3.5 Manejo da variabilidade
Referências
4 Imagens e sensoriamento remoto aplicado à gestão agrícola
4.1 Sensoriamento remoto
4.2 Imagens digitais
4.3 Escolha da plataforma de sensoriamento remoto
4.4 Aplicações
Referências
5 Geoprocessamento aplicado ao gerenciamento de lavouras
5.1 Sistema de Informações Geográficas
5.2 Processamento digital de imagens
5.3 Integração de dados e SIG
Referências
6 Amostragem e interpretação de mapas
6.1 Um breve histórico
6.2 O que não se pode deixar de saber sobre a amostragem
6.3 Estratégias amostrais
6.4 Geração de mapas
Referências
7 Aplicações de drones na agricultura
7.1 Legislação
7.2 Sensores
7.3 Planejamento de voo
7.4 Processamento de imagens
7.5 Aplicações das RPAs na agricultura
Referências
8 Sensores e atuadores
8.1 Mapeamento de atributos do solo
8.2 Mapeamento de atributos das plantas
8.3 Mapeamento de produtividade
8.4 Atuadores na agricultura digital
Referências
9 Máquinas agrícolas: seus sistemas de controle e automação
9.1 Sistemas de aplicação à taxa variada
9.2 Sistemas de auxílio à direção em máquinas agrícolas
9.3 Sistemas de monitoramento de operações das máquinas
agrícolas
9.4 Robótica na agricultura
9.5 Agricultura digital e de precisão para pequenos agricultores
Referências
10 Irrigação digital
10.1 Projeto e sistemas de irrigação
10.2 Manejo da irrigação
Referências
11 Zootecnia digital
11.1 Sensoriamento remoto em pastagens
11.2 Sistemas automatizados para alimentação
11.3 Sistemas automatizados para pesagem corporal
11.4 Sistemas automatizados de ordenha voluntária
11.5 Sensores vestíveis ou implantáveis nos animais
11.6 Bolus de temperatura, pressão e pH ruminais
11.7 Coleiras de rastreamento utilizando Sistema de Posicionamento
Global (GPS)
11.8 Visão computacional na produção pecuária
11.9 Termografia infravermelha na produção pecuária
11.10 Classificação digital de carcaças
11.11 Considerações finais
Referências
12 Internet das coisas para a agricultura
12.1 Dispositivos IoT
12.2 Comunicação e conectividade em sistemas IoT
12.3 Aplicações IoT na agricultura
12.4 Considerações finais
Agradecimentos
Referências
13 Transmissão de dados, computação em nuvem e big data
13.1 Transmissão de dados
13.2 Computação em nuvem
13.3 Big data
13.4 Observações finais
Referências
14 Machine learning
14.1 Linguagens de programação
14.2 Ferramentas básicas
14.3 Pré-processamento de dados
14.4 Machine learning desde o início
14.5 Algoritmos de machine learning
Referências
15 Plataformas, aplicativos e softwares
15.1 Sistemas de Informação de Gestão Agrícola
15.2 Coleta de dados com VANT
15.3 Aplicativos desenvolvidos pela Embrapa
15.4 Os desafios e o futuro das ferramentas para agricultura digital
Referências
16 Dados digitais: ciclo, padronização, qualidade, compartilhamento
e segurança
16.1 Big data, Ciência de Dados e ciclo de vida de dados
16.2 Padronização de dados e comunicação na agricultura
16.3 Qualidade de dados
16.4 Compartilhamento e segurança de dados
16.5 Considerações finais
Referências
17 Estudo de caso: SLC Agrícola
17.1 Agricultura digital na SLC Agrícola
17.2 Planejamento para a adoção da agricultura digital
17.3 Implantação de projetos de agricultura digital
17.4 Resultados
17.5 Gestão de indicadores
17.6 Dos dados à predição
17.7 Gestão de pessoas
17.8 Perspectivas de médio e longo prazos
Referências
GLOSSÁRIO
1 NOVA REVOLUÇÃO VERDE

Aluízio Borém
Engenheiro Agrônomo, M.S., Ph.D. e Professor da Universidade Federal de
Viçosa.
E-mail: [email protected]

A agricultura está passando por uma transformação nunca


dantes vista. Nos últimos séculos ela tem se reinventado para
atender à crescente demanda mundial de alimentos. Na sua
história é possível identificar quatro fases ou eras (Figs. 1.1 a
1.4). A agricultura rudimentar, que tem sido designada de
Agricultura 1.0, compreende desde o seu início, há cerca de
10.000 anos, até meados de 1920, quando era baseada na força
física – no trabalho manual e na tração animal. Essa
agricultura demandava muita mão de obra e, portanto,
limitava o tamanho das áreas cultivadas e era voltada
principalmente para a subsistência, gerando poucos
excedentes comercializáveis. A fase subsequente refere-se ao
início da agricultura mais tecnificada, também denominada
Agricultura 2.0, correspondendo ao período de 1920 a 1990,
em que a adoção de pacotes tecnológicos, tais como
máquinas, fertilizantes e variedades melhoradas, tornou-se
mais generalizada. Produzir mais por unidade de área era o
objetivo, com o uso de boas práticas de gestão agronômica e
novos insumos, como defensivos agrícolas e fertilizantes
químicos. Fez parte dessa era a Revolução Verde, comandada
por Norman Borlaug, com suas variedades semianãs. O
sucesso da agricultura nesse período foi tão grande, gerando
enormes excedentes de alimentos, que a sociedade perdeu o
senso de essencialidade da agricultura para a vida humana.
Antes do seu início, o homem passava a maior parte do dia na
busca de alimentos na natureza. No início do século passado,
ainda na Agricultura 1.0, um agricultor produzia alimentos
para cerca de quatro pessoas. Em 1960, ainda na Agricultura
2.0, produzia para 26 pessoas e, atualmente, na Agricultura
3.0, alimenta mais de 150 pessoas (Kirschenmann, 2020).
Assim é que, hoje, muitos moradores do meio urbano não
possuem a menor ideia de como é a produção dos alimentos
que chegam à sua mesa. Para a maioria deles, o alimento é
simplesmente algo constantemente disponível nas prateleiras
dos supermercados.
Para ilustrar como a agricultura é essencial ao homem,
considere-se, por exemplo, que ela está sendo reinventada
pela Agência Espacial Americana (NASA) para fazer parte do
planejamento de viagens espaciais de longa duração não só
para produzir alimentos, mas também para renovar o
oxigênio. No entanto, não se trata de um processo simples,
haja vista que, por exemplo, foi possível produzir sorvete no
espaço antes de alface, conforme relatado por Khodadad et al.
(2020). Muitos desafios permanecem a ser solucionados para
se viabilizar a produção de alimentos no espaço, como
mostrou esse estudo realizado na Estação Espacial
Internacional (ISS). A agricultura é essencial à vida humana!
FIG. 1.1 Agricultura 1.0, caracterizada pela força física – homens e animais
eram força motriz da agricultura até 1920

FIG. 1.2 Agricultura 2.0, cujo início se deu com a mecanização

FIG. 1.3 Agricultura 3.0, com aplicação de variedades melhoradas e outros


insumos

FIG. 1.4 Agricultura 4.0, com drone sobrevoando lavoura e robô navegando
sob dossel de cultura de milho, coletando informações sobre a fitossanidade e
componentes de produção, de forma autônoma, por meio de sensores RGB,
LiDAR e outros
Fonte: Steve Long (CC BY 2.0, https://flic.kr/p/Ef31ia) (segunda imagem).
Subsequentemente, atrelada ao incremento tecnológico no
campo, uma nova fase surgiu, devido à Engenharia Genética,
levando dos laboratórios para os campos variedades
melhoradas jamais pensadas pelos produtores, reduzindo o
uso de defensivos agrícolas e facilitando o manejo das
lavouras. Essa fase, chamada de Agricultura 3.0, compreende
o período de 1990 a 2020 e gerou novas e surpreendentes
variedades a cada ano, avançando com o objetivo de
maximizar o aproveitamento dos recursos naturais.
Uma nova fase na agricultura está começando, a
Agricultura 4.0, que inclui, entre muitas outras mudanças, o
maior uso de produtos biológicos, a inclusão de novas
espécies ainda em domesticação na produção de alimentos e
a transformação digital. Este livro está focado na
transformação digital da agricultura.
A Era Digital começou no início no século XXI,
caracterizando-se pela rápida mudança da indústria
tradicional com a adoção da tecnologia da informação. Essa
nova era criou novas formas de organizar a produção,
otimizar as operações e a logística e oferecer melhores meios
para atender às demandas dos consumidores. Essa onda
tecnológica levou à modernização dos processos de
informação e comunicação, tornando-se a força motriz que já
transformou muitas indústrias, tais como as de
telecomunicações, bens de capital, saúde, serviços,
automóveis e transporte, entre outras (Clay; Kitchen, 2018).
A transformação digital está avançando a passos largos, e
certamente sua aplicação na agricultura é essencial para se
atender à demanda alimentar de nove bilhões de habitantes
em 2050 (FAO, 2019) de forma sustentável. Está na base dessa
nova revolução agrícola, criando o que muitos acreditam ser
uma Nova Revolução Verde, a adoção da automação e da
robótica; dos mais variados tipos de sensores de solo, planta e
clima; do processamento e da armazenagem de dados em
nuvem; da inteligência artificial; e da conectividade. Volumes
de dados gigantescos, da ordem de terabytes ou petabytes, são
coletados para promover o uso mais eficiente e sustentável
dos recursos finitos da agricultura, tais como terras, água,
mão de obra e insumos. Grande parte da coleta desses dados
está sendo realizada por drones, satélites e outras plataformas.
No Quadro 1.1, é apresentada uma comparação relativa de
diferentes tipos de plataformas. A primeira pergunta feita
pelo empresário que está adotando as tecnologias digitais em
sua propriedade, em geral, é que tipo de plataforma usar, qual
é a melhor opção. As plataformas apresentadas no quadro
estão no mercado porque cada uma se adéqua melhor a uma
determinada situação. Algumas propiciam grande cobertura,
mas as imagens geradas possuem menor resolução, como os
satélites, enquanto outras, como os drones, dão menor
cobertura, mas as imagens em geral possuem melhor
resolução e acurácia. Assim, a melhor alternativa para o
proprietário é consultar um técnico especializado.
Nessas plataformas, têm sido utilizados os mais variados
tipos de sensores, conforme os objetivos do monitoramento
(Quadro 1.2). Sensores que capturam o espectro luminoso do
visível são utilizados para a avaliação de arquitetura,
morfologia, maturação, população de plantas e características
secundárias associadas com a produtividade (cobertura e
temperatura do dossel vegetativo, conteúdo de clorofila das
plantas, número de vagens, número de sementes por vagem
etc.) e para a identificação de pragas e doenças em lavouras.
LiDAR, do inglês Light Imaging Detection and Ranging, é a
sigla usada para os radares que enviam pulsos rápidos de
laser sobre a superfície a ser escaneada. Um sensor no
instrumento mede a quantidade de tempo que leva para cada
pulso voltar, mapeando a topografia da superfície e criando
modelos 3D dos objetos ou do ambiente. Essa é uma
tecnologia que detecta o tamanho e a posição exata dos
objetos e que ajuda veículos autônomos a identificar
obstáculos, volumes das culturas, linhas de cultivo, e pessoas.
Tecnologias como o LiDAR, entre outros sensores, como
giroscópio, bússola eletrônica e acelerômetro, podem ser
fundidas com o Sistema de Navegação Global por Satélites
(Global Navigation Satellite System, GNSS), utilizando, por
exemplo, filtro de Kalman, e produzir sistemas de orientação
mais robustos, precisos e seguros. Elas têm grande potencial
no monitoramento remoto agrícola. Por sua vez, sensores
térmicos podem medir parâmetros fotossintéticos, enquanto
scanners podem avaliar características das raízes. Já
armadilhas integradas a câmeras podem identificar pragas
pelo tipo e quantidade de batida de asas. A Agricultura 4.0
está dando os primeiros passos do que promete ser uma
longa e produtiva jornada de aprendizado contínuo.

Quadro 1.1 Plataformas para coleta de dados na empresa rural

1+,menos atributos; +++++, mais atributos; $, mais econômico;


$$$$$, menos econômico;
2sensoriamento remoto por satélite.

Quadro 1.2 Algumas aplicações e custo de diferentes sensores na


agricultura
1RGB, câmeras fotográficas; NIR, infravermelho próximo; RS, Radar
Set;
2$, mais econômico; $$$$$, menos econômico.

Os desafios da gestão agrícola são grandes e complexos, e


a rentabilidade da agricultura está cada vez menor, não
permitindo erros ou desperdícios. Assim, métodos precisos de
geolocalização e dados agronômicos de qualidade, com
precisão e acurácia, são essenciais para que o agrônomo faça
recomendações técnicas de forma otimizada e
ambientalmente responsável. Nesse contexto, o Sistema de
Informações Geográficas (SIG) foi projetado para capturar,
armazenar, manipular, analisar, gerenciar e apresentar dados
espaciais ou geográficos. Os aplicativos de SIG permitem aos
usuários fazer buscas interativas, analisar informações
espaciais e editar dados em mapas de importância para a
gestão agrícola. No SIG, informações de campo são
georreferenciadas, o que permite aos produtores, por
exemplo, estratificar o campo em zonas de manejo que
podem ser tratadas como homogêneas, para as prescrições do
técnico. Os Caps. 2, 4 e 5 tratam desses temas na gestão
agrícola.
Variações nas lavouras podem ser de natureza espacial ou
temporal e ocorrem devido a um grande espectro e
complexidade de fatores que afetam o desenvolvimento
vegetal e a produtividade agrícola. Essas variações refletem
padrões de crescimento da cultura, das plantas daninhas e de
outros organismos que coabitam a mesma área. A
variabilidade temporal, que diz respeito às alterações ao
longo do ano, está associada a mudanças na radiação solar,
na temperatura, na pluviosidade, na nebulosidade etc. Já a
variabilidade espacial está relacionada à localidade, pois cada
local possui fertilidade, textura do solo, pressão de pragas e
doenças e topografia particulares. Portanto, é importante
analisar as variações da produtividade e dos aspectos que a
controlam, no tempo e no espaço, em nível de propriedade,
lavoura e, em alguns casos, talhões ou glebas, para que a
gestão dos fatores que afetam a agricultura possa ser mais
bem executada. O Cap. 3 faz uma análise da variabilidade
espacial e temporal na agricultura.
O levantamento de pragas, doenças e plantas daninhas
hoje realizado, na maioria das lavouras, por meio de
amostragens feitas por técnicos percorrendo os campos em
zigue-zague está dando lugar ao uso de imagens aéreas que
avaliam toda a área, permitindo ao gestor estabelecer
prioridades e recomendações específicas para cada ponto da
lavoura. Com essas imagens, pode-se criar mapas de
infestação de pragas e de plantas daninhas, de fertilidade e de
textura do solo, de aplicação de insumos e de produtividade,
entre vários outros. O gestor pode analisar a produtividade
por variedade, solo, talhão e data de maturação e determinar
prioridades de colheita, bem como diagnosticar flutuações de
produtividade em função de variações decorrentes do tipo de
solo, adubação, população de plantas, defensivos agrícolas
utilizados e manejo adotado, entre outros fatores, para
melhor planejar a safra seguinte (Ping; Dobermann, 2005). O
Cap. 6 discorre sobre o uso desses mapas para uma melhor
gestão da produção (Fig. 1.5).
FIG. 1.5 Diferentes mapas digitais utilizados em recomendações agronômicas

Nos silos, sensores espalhados no meio dos grãos


armazenados emitem, em tempo real, leituras de umidade,
temperatura, teor de CO2 e outros parâmetros de forma
remota a painéis que ajustam automaticamente a aeração e
retransmitem esse monitoramento para o celular do gestor. O
Cap. 8 aborda o uso de diferentes dispositivos e sensores na
gestão agrícola, enquanto o Cap. 9 discute as máquinas
agrícolas e seus sistemas de controle e automação.
Para gerir esse conjunto de informações, o agrônomo
precisa ter acesso a elas de maneira facilmente interpretável.
Além disso, se as informações não forem precisas ou
estiverem temporalmente ultrapassadas, a recomendação
técnica será anacrônica e poderá não gerar o efeito corretivo
esperado. Por exemplo, com a agricultura digital o produtor
pode monitorar, durante 24 horas por dia e 7 dias por semana,
em seu smartphone, a lâmina de água aplicada a cada fatia
pelo pivô, por meio de sensores de umidade do solo que
constantemente enviam leituras de diferentes profundidades
do seu perfil. O pivô pode ainda ser ajustado para aplicar a
lâmina de água a uma taxa variável, conforme o
desenvolvimento da cultura, a desuniformidade do solo, a
variação na topografia etc. Esse tema será detalhadamente
descrito no Cap. 10.
A automação e os sensores têm sido utilizados para
melhorar a eficiência e o bem-estar na produção animal.
Sistemas de alimentação automática, com controle de
crescimento e consumo pelos animais, reduzindo
desperdícios, têm diminuído a necessidade da presença do
gestor nas granjas, conforme aborda o Cap. 11, sobre
zootecnia digital.
Pode-se considerar como um dos maiores benefícios da
agricultura digital o suporte ao agrônomo na definição de
suas recomendações, em tempo real, de forma precisa e à luz
de informações relevantes. Com os dados pertinentes em um
único painel e com algoritmos de interpretação, torna-se mais
seguro, rápido e preciso definir as recomendações para cada
ponto da lavoura. Por exemplo, a prescrição correta de um
determinado inseticida depende não somente de dados
técnicos da cultura e da infestação das pragas, mas também
do custo adicional da aplicação, da perspectiva de preço do
produto agrícola no mercado futuro, da previsão de chuvas e
da proximidade da colheita, entre outros fatores.
Similarmente, um plano de adubação deve considerar não
apenas os dados da análise do solo, como muitos hoje em dia
ainda fazem, mas também levar em conta outras variáveis
pertinentes e a possibilidade de aplicação a uma taxa variável
para cada nutriente recomendado e cada ponto do talhão.
Assim, a função da agricultura digital é dar suporte ao
agrônomo para suas recomendações, e não substituí-lo.
No mundo hiperconectado, onde pessoas, computadores e
objetos físicos estão interconectados para resolver tarefas
complexas, surgiu o conceito da internet das coisas (internet of
things, IoT). É, portanto, a interconexão via internet de
dispositivos de computação integrados em máquinas,
instrumentos, sensores e outros dispositivos, permitindo que
recebam e enviem dados, em um processo similar a um
diálogo, mimetizando uma conversa entre eles. A IoT promete
transformar nos próximos anos os setores financeiro, de
educação, saúde, comércio, serviços, instituições
governamentais e, inclusive, agricultura. Na agricultura, a IoT
facilitará o gerenciamento agronômico, o sensoriamento
remoto (Maes; Steppe, 2019) e o processo de tomada de
decisão, pois permitirá que os gestores monitorem, por meio
de seus dispositivos pessoais, de forma remota e em tempo
real, os equipamentos, as máquinas e os sensores agrícolas, e
que estes interajam entre si. Assim, por exemplo, os
produtores poderão acompanhar continuamente a irrigação,
monitorando possíveis obstruções nos aspersores, os quais
são acionados automaticamente por meio de sinais emitidos
por sensores de umidade do solo (Castrignano et al., 2020).
Dessa maneira, os gestores poderão determinar os requisitos
em tempo real e específicos de cada local do talhão,
maximizando o uso eficiente da água, além de obter dados
para o planejamento do uso de insumos agrícolas de forma
diferenciada no tempo e no espaço, em conformidade com as
previsões do clima e com o desenvolvimento da cultura, a
qual também é monitorada por outros sensores. A IoT tornará
a agricultura mais eficiente: i) reduzindo os custos
operacionais, ii) aumentando a produtividade e iii) criando
oportunidades para o desenvolvimento de novos produtos e
serviços. Estima-se que, mundialmente, já existam 50 bilhões
de dispositivos interconectados, sendo que 24 bilhões são
pertencentes à IoT (Monsreal et al., 2019; Ayaz et al., 2019).
Para facilitar o entendimento de como a IoT funciona na
agricultura, o infográfico apresentado na Fig. 1.6 ilustra parte
das aplicações. Essas e outras oportunidades da IoT para a
agricultura são examinadas no Cap. 12.
Entretanto, o que de fato é a agricultura digital? Seria o
mesmo que agricultura de precisão? Para a maioria dos
especialistas, a agricultura digital é uma evolução da
agricultura de precisão e integra as tecnologias digitais na
gestão dos processos produtivos da agropecuária, incluindo,
portanto, a zootecnia. Assim, a agricultura digital é uma
estratégia de gestão que reúne, processa e analisa dados
temporais, espaciais e individuais e os combina com outras
informações para orientar a gestão agrícola, melhorando sua
eficiência, produtividade, qualidade, rentabilidade e
sustentabilidade, reduzindo custos e riscos e também
viabilizando a gestão de grandes áreas de forma remota e em
tempo real. A agricultura digital depende, principalmente, da
implementação de ferramentas de coleta de dados, as quais
podem acelerar e aprimorar as decisões na adoção de boas
práticas agronômicas (Heege, 2013; Molin; Amaral; Colaço,
2015).
FIG. 1.6 Infográfico ilustrando a aplicação da IoT na agricultura, com a
intercomunicação de diferentes sensores e dispositivos agrícolas

Fazem parte da era digital: inteligência artificial (IA),


machine learning, blockchain, big data, computação em nuvem,
telemetria, realidade aumentada, deep learning, sensoriamento
remoto, mineração de dados, robotização, automação e
Sistemas de Informações Geográficas (SIG), entre outras
tecnologias. A IA, uma imitação da inteligência humana,
capacita máquinas, especialmente sistemas de
computadores, com recursos como autocorreção, aprendizado
e raciocínio. Essa tecnologia é utilizada no reconhecimento
facial e de voz, em veículos autônomos, na recomendação de
itens pelo perfil do usuário, na autocorreção de textos em
digitações e em assistentes virtuais, como a Alexa, da
Amazon, a Siri, da Apple, e a assistente virtual do Google, que
executam tarefas como realizar ligações, mandar mensagens,
abrir ou fechar um portão, acender ou apagar as luzes,
pesquisar na internet e, ainda, “conversar” com o usuário. Na
agricultura, a IA é utilizada para melhorar a qualidade e a
precisão da colheita e para detectar e decidir quais defensivos
agrícolas aplicar no controle de pragas, doenças e plantas
daninhas, evitando a aplicação excessiva de produtos e o
desenvolvimento de resistências. Também permite aos
agricultores analisar uma série de variáveis em tempo real,
como condições climáticas, temperatura, uso da água ou
condições do solo, para dar suporte às suas decisões. Essa
tecnologia facilitará praticamente todas as atividades do
produtor.
Em baixas densidades de semeadura, as variedades
modernas de soja exibem mecanismos compensatórios por
meio do aumento da ramificação, com tendência de
manutenção da produtividade. Menor distância entre linhas e
maior densidade de semeadura têm o benefício de melhorar a
interceptação da radiação solar no início do ciclo, diminuir a
competição por plantas daninhas e, consequentemente,
aumentar a produtividade. Entretanto, entrelinhamento
maior e menor densidade de semeadura têm o benefício de
melhorar o controle de doenças e reduzir o custo com
sementes. Assim, a decisão das taxas de semeadura e
entrelinhamento ideais não é simples, pois depende da
variedade e da severidade de ocorrência de doenças, da
infestação de plantas daninhas, da prevalência de dias com
elevada luminosidade (sem nuvens) etc. Como tomar essa
decisão? Uma das aplicações do machine learning é ajudar a
minimizar o número de variáveis sem comprometer os
modelos preditivos (algoritmos), tornando a escolha da
melhor combinação de variedade, adubação e
entrelinhamento para cada talhão mais fácil para o gestor.
As técnicas de IA surgiram após os grandes avanços na
capacidade de processamento dos computadores e o acúmulo
de grandes quantidades de dados. Por exemplo, já existem
celulares que conseguem realizar um trilhão de operações por
segundo. Essas técnicas se tornaram essenciais para a
indústria de tecnologia, ajudando a resolver muitos
problemas decorrentes de funções multivariadas em tempo
real. O uso inteligente dos dados é uma das importantes
características da Agricultura 4.0, a exemplo da telemetria no
monitoramento de tratores, pulverizadores e colheitadeiras,
aprimorando o controle das operações. Os Caps. 13 e 14
descrevem a computação em nuvem e diversas aplicações da
IA na agricultura.
Essa quarta revolução agrícola introduz o conceito de
propriedades rurais inteligentes, com a interconexão de
máquinas, equipamentos e sensores agrícolas. É a agricultura
evoluindo, permitindo que os seus gestores contem com
ferramentas que coletam, armazenam e analisam dados com
relevância agronômica para recomendações práticas e
precisas. Esse é o cenário da agricultura global, onde o tempo
é escasso e ter informações precisas, acuradas e em tempo
real na palma da mão é essencial para a lucratividade do
negócio. Assim, as ferramentas digitais se tornaram
imprescindíveis na gestão do agronegócio. Plataformas e
painéis estão sendo aprimorados para que haja
compatibilidade de intercomunicação entre os vários
equipamentos agrícolas, e destes com a enorme quantidade
de dados históricos de cada área, que precisam ser
interpretados de forma rápida e ser facilmente aplicáveis na
prática (Baio; Molin; Povh, 2018). Com o uso das ferramentas
digitais, está sendo possível monitorar a agricultura e detectar
problemas em tempo real, à medida que a operação agrícola é
realizada ao longo do ciclo das lavouras. Um exemplo é o
plantio com taxa variável de sementes, fertilizantes,
defensivos agrícolas e irrigação, controlada conforme cada
ponto do talhão; outros exemplos são o monitoramento da
velocidade de colheita, do tempo remanescente para sua
conclusão, do teor de água dos grãos armazenados etc.
(Molin; Amaral; Colaço, 2015). Todas essas informações
podem ser obtidas de forma remota, permitindo o
acompanhamento das operações de campo mesmo quando o
gestor está fora da propriedade. O Cap. 15 descreve o uso
dessas plataformas no gerenciamento da produção.
A gestão dos empreendimentos agrícolas está passando
por grande modernização por meio da automação, do
monitoramento remoto, da realidade aumentada e do uso de
dados acumulados. Para organizar, processar, analisar e
interpretar esse volume gigantesco de dados disponíveis,
convencionou-se utilizar o termo big data. Assim, esse termo
trata das maneiras de utilizar conjuntos de dados muito
grandes ou complexos de forma que o usuário possa analisá-
los e, a partir deles, gerar conhecimentos relevantes para
tomadas de decisões. O big data possibilita maior poder de
resolução e confiança do agrônomo nas suas decisões e está
relacionado a três aspectos: volume, variedade e velocidade.
Entretanto, dados com maior complexidade podem levar a
conclusões errôneas. Entre os desafios do big data, incluem-se:
captura, armazenamento, análise, interpretação,
compartilhamento, transferência, segurança e visualização
desses grandes conjuntos de dados, além, é claro, de sua
adaptação a particularidades regionais, mudanças climáticas,
novos cultivares etc. O volume de dados cresce
exponencialmente com o desenvolvimento de dispositivos e
sensores cada vez mais acessíveis e poderosos (MAPA, 2019;
Viscarra Rossel; Lobsey, 2016). Sua manipulação muitas vezes
excede a capacidade de um computador normal (hardware)
ou, até mesmo, ainda não se desenvolveram softwares para o
seu processamento, gerando desafios. Deve-se lembrar que a
agricultura é um sistema complexo e de difícil análise
holística, pois possui inúmeras variáveis inter-relacionadas,
tais como fertilidade do solo, clima, variedades, incidência e
severidade de pragas, doenças e plantas daninhas, práticas
agronômicas, entre outras. É preciso reconhecer, ainda, que a
agricultura se caracteriza por riscos e incertezas. Cada
propriedade rural, cada talhão, cada ano agrícola é diferente,
e os mesmos equipamentos trabalhando em talhões distintos
geram resultados diferentes.
Os dados hoje disponíveis para a gestão agrícola incluem
variedade escolhida, época de plantio, densidade de
semeadura, fertilidade do solo e condições climáticas, além
de quantos, quando, onde e quais insumos agrícolas foram
usados, entre vários outros parâmetros. Como gerenciar esse
sistema diverso e complexo? Por exemplo, a escolha da
variedade para um talhão depende da época de plantio, da
densidade de semeadura, do tipo de solo e sua fertilidade, da
previsão das condições climáticas e de muitas outras
informações e registros históricos da área. Quando um desses
fatores é alterado, a escolha pode recair sobre outra
variedade, que, por sua vez, exige uma densidade de
semeadura diferenciada, implicando, assim, uma
recomendação de adubação diferente, um manejo
agronômico específico etc. Como tomar a decisão correta e
em tempo real diante de tantas variáveis (big data)? Somente
com o auxílio das tecnologias digitais! Analisar, interpretar e
estabelecer recomendações específicas e monitorar sua
implementação é um dos muitos benefícios da era digital
para a agricultura. O Cap. 16 trata da coleta, da
sistematização, do compartilhamento e da segurança do big
data.
A agricultura digital também traz novos desafios para as
empresas e os produtores rurais, os quais, com o tempo, vão
sendo superados. Alguns deles incluem: treinamento dos
recursos humanos da empresa, atualização tecnológica,
melhoria da conectividade em áreas rurais, aumento da
velocidade de conexão com a internet, substituição de
sensores com pequeno raio de cobertura e com limitado
espectro de características monitoradas, maior frequência e
velocidade na captura e automação da interpretação dos
dados (Bramley, 2009). O Cap. 17 apresenta um estudo de caso
da adoção da agricultura digital, abordando os desafios e as
oportunidades na sua implantação em uma empresa agrícola
brasileira.
Ao contrário do que alguns alegam – que a era digital
acabaria com as oportunidades de trabalho no campo –, a
maioria dos especialistas entende que, em uma empresa
verdadeiramente digital, semelhante a uma fábrica que adota
robôs, o uso da mão de obra é que se tornará mais
especializado. Os serviços repetitivos anteriormente
realizados pelo homem serão deixados para sistemas
automatizados, dando espaço para o melhor aproveitamento
do intelecto humano. Liberada, a mente poderá se dedicar aos
processos de tomada de decisão, como a escolha das
melhores práticas agronômicas, com o suporte das
ferramentas digitais. Na agricultura, nenhum algoritmo ou IA
substituirá a prática e o bom senso do agrônomo de campo.
De maneira geral, US$ 2,1 trilhões foram os gastos globais em
2019 em tecnologias e serviços da transformação digital – o
dobro de 2016 (Zastupov, 2019).
Para dar suporte a essa revolução agrícola, muitas startups,
chamadas de agtechs, vêm sendo criadas e aceleradas por
fundos de investimento e grandes multinacionais,
vislumbrando toda a importância e potencial econômico
desse negócio. Essas agtechs têm focado áreas como as de
sensores, consultoria agronômica digital, drones (Cap. 7),
robótica, automação, processamento e análise de big data etc.
Sob o ponto de vista de carreira profissional, já há uma
grande demanda no mercado por profissionais treinados
nessas áreas.
De forma detalhada, porém com linguagem acessível, nos
próximos capítulos são discutidos os principais tópicos da
agricultura digital. Por meio de sua implementação, uma
Nova Revolução Verde ocorrerá na agropecuária. Seja você
também parte dessa transformação e contribua para um
mundo com maior fartura de alimentos e com menos danos
ao meio ambiente. A era digital está mudando a prática da
agricultura, mas não sua essência. Use-a para uma eficiente e
responsável produção de alimentos!
REFERÊNCIAS
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Based Smart Agriculture: Toward Making the Fields Talk. IEEE Access,
Aug. 2019. Disponível em:
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Things_IoT-
Based_Smart_Agriculture_Toward_Making_the_Fields_Talk>. Acesso
em: 22 jul. 2021.
BAIO, F. H. R.; MOLIN, J. P.; POVH, F. P. Agricultura de precisão na adubação
de grandes culturas. In: PRADO, R. M.; CAMPOS, C. N. S. Nutrição e
adubação de grandes culturas. 1. ed. Jaboticabal: Unesp, 2018. p. 351-379.
BRAMLEY, R. G. V. Lessons from Nearly 20 Years of Precision Agriculture
Research, Development, and Adoption as a Guide to its Appropriate
Application. Crop & Pasture Science, v. 60, p. 197-221, 2009.
CASTRIGNANO, A.; BUTTAFUOCO, G.; KHOSLA, R.; MOUAZEN, A.;
MOSHOU, D.; NAUD, O. Agricultural Internet of Things and Decision Support
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DOI: 10.3389/fpls.2020.00199.
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ZASTUPOV, A. V. Innovation Activities of Enterprises of the Industrial
Sector in the Conditions of Economy Digitalization. In: ASHMARINA, S.;
MESQUITA, A.; VOCHOZKA, M. Digital Transformation of the Economy:
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462 p. DOI: 10.1007/978-3-030-11367-4.
2 SISTEMAS DE LOCALIZAÇÃO POR SATÉLITES

Daniel Marçal de Queiroz


Engenheiro Agrícola, M.S., Ph.D. e Professor da Universidade Federal de
Viçosa. E-mail: [email protected]

Domingos Sárvio Magalhães Valente


Engenheiro Agrícola e Ambiental, M.S., D.S. e Professor da Universidade
Federal de Viçosa. E-mail: [email protected]

Andre Luiz de Freitas Coelho


Engenheiro Mecânico, M.S., D.S. e Professor da Universidade Federal de
Viçosa. E-mail: [email protected]

Saber a localização de onde estamos na superfície da Terra,


com exatidão, foi um problema que a humanidade carregou
por muito tempo e que demandou muito estudo e muito
investimento. Esse problema se transformou num desafio
para o desenvolvimento da navegação marítima séculos atrás.
Os militares buscaram o desenvolvimento de sistemas de
posicionamento para navios, submarinos e aviões, e criaram
sistemas com base em estações localizadas em terra que
transmitiam sinais em determinadas frequências. A partir do
lançamento do primeiro satélite, ocorrido em 1957, abriu-se a
oportunidade para o desenvolvimento de sistemas de
posicionamento por satélites. Até que, em 1995, dois sistemas
de posicionamento por satélites, o GPS (Global Positioning
System, em português Sistema de Posicionamento Global),
implantado pelo Departamento de Defesa dos Estados
Unidos, e o GLONASS (Global Orbiting Navigation System, em
português Sistema Global de Navegação por Satélites),
implantado pela Rússia, tornaram-se totalmente disponíveis
para uso civil. Até essa época, ambos os sistemas tinham
finalidade militar e continham ruídos que inviabilizavam seu
uso para fins civis.
Por algum tempo adotou-se o termo GPS para designar os
sistemas de posicionamento por satélites, porque o sistema
americano foi o primeiro a tornar-se totalmente operacional e
disponível. Com o aparecimento de outros sistemas, passou-
se a utilizar o termo GNSS (Global Navigation Satellite
Systems, em português Sistemas Globais de Navegação por
Satélites). Na Tab. 2.1 são apresentados todos os GNSS
implantados ou em implantação.
O sistema indiano NAVIC (Navegação com Constelação
Indiana) e o japonês QZSS (Sistema de Satélites Quase
Zenital) são sistemas de posicionamento regionais e
fornecem a localização no país de origem e no seu entorno. O
QZSS, que atualmente tem quatro satélites em órbita, terá
sete satélites em 2024. O sistema europeu Galileo se
caracteriza por ter sido concebido para uso civil, por isso é
dotado de uma série de recursos voltados para esse tipo de
uso.
O desenvolvimento dos sistemas de posicionamento por
satélite teve e vem tendo um papel importante no
desenvolvimento da agricultura de precisão e agora na
agricultura digital. Pode-se dizer que a implementação da
agricultura de precisão só foi possível após o desenvolvimento
desses sistemas de posicionamento. Isso porque, na
agricultura de precisão, para a maioria das operações, é
preciso saber onde a máquina está a cada instante. Até então,
não se dispunha de uma ferramenta que fornecesse essa
informação a um custo razoável e com elevada exatidão. Os
sistemas de posicionamento por satélite tornaram possível
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