O Priorado Da Laranjeira Volume Integral 1st Edition Samantha Shannon Full Chapter Download PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 57

O Priorado da Laranjeira Volume

Integral 1st Edition Samantha Shannon


Visit to download the full and correct content document:
https://ebookstep.com/product/o-priorado-da-laranjeira-volume-integral-1st-edition-sa
mantha-shannon-2/
More products digital (pdf, epub, mobi) instant
download maybe you interests ...

O Priorado da Laranjeira Volume Integral 1st Edition


Samantha Shannon

https://ebookstep.com/product/o-priorado-da-laranjeira-volume-
integral-1st-edition-samantha-shannon-2/

O Priorado da Laranjeira 1 O Priorado da Laranjeira A


Maga 1st Edition Samantha Shannon

https://ebookstep.com/product/o-priorado-da-
laranjeira-1-o-priorado-da-laranjeira-a-maga-1st-edition-
samantha-shannon/

O Priorado da Laranjeira A Maga 1st Edition Samantha


Shannon

https://ebookstep.com/product/o-priorado-da-laranjeira-a-
maga-1st-edition-samantha-shannon/

O Priorado da Laranjeira A Maga 1 1st Edition Samantha


Shannon

https://ebookstep.com/product/o-priorado-da-laranjeira-a-
maga-1-1st-edition-samantha-shannon/
Bone Season tome 4 Le masque tombe Samantha Shannon

https://ebookstep.com/product/bone-season-tome-4-le-masque-tombe-
samantha-shannon/

Le Prieuré de l Oranger tome 1 Samantha Shannon

https://ebookstep.com/product/le-prieure-de-l-oranger-
tome-1-samantha-shannon/

Bone Season tome 1 Saison d os Samantha Shannon

https://ebookstep.com/product/bone-season-tome-1-saison-d-os-
samantha-shannon/

Bone Season tome 3 Le chant se lève Samantha Shannon

https://ebookstep.com/product/bone-season-tome-3-le-chant-se-
leve-samantha-shannon/

Bone Season tome 2 L ordre des mimes Samantha Shannon

https://ebookstep.com/product/bone-season-tome-2-l-ordre-des-
mimes-samantha-shannon/
THE PRIORY OF THE ORANGE TREE
© 2019 Samantha Shannon-Jones
Publicado originalmente em inglês por Bloomsbury, Londres, sob o título The Priory of the
Orange Tree (volume integral).
Edição brasileira © 2022 VR Editora S.A.
Plataforma21 é o selo jovem da VR Editora
Direção editorial Marco Garcia
Edição Thaíse Costa Macêdo
Preparação Laura Pohl
Revisão Fabiane Zorn e João Rodrigues
Diagramação Gabrielly Alice da Silva
Ilustrações e mapas © 2019 Emily Faccini
Arte de capa Isabelle Hirtz, Inkcraft, baseado na arte original de Bloomsbury Publishing
Plc.
Design de capa Ivan Belikov
Adaptação de capa Gabrielly Alice da Silva
Adaptação para eBook Hondana
Modificações no eBook Garamont

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Shannon, Samantha
O priorado da laranjeira [livro eletrônico]: vol. I: a maga | Vol. II: a rainha / Samantha
Shannon; tradução Alexandre Boide. – Cotia, SP: Plataforma21, 2022.
ePub
Título original: The priory of the orange tree
ISBN 978-65-88343-31-9
ISBN 978-65-88343-35-7
1. Ficção inglesa I. Título. II. Título.
22-109828 | CDD-823

Índices para catálogo sistemático:


1. Ficção: Literatura inglesa 823
Cibele Maria Dias – Bibliotecária – CRB-8/9427

Todos os direitos desta edição reservados à


VR EDITORA S.A.
Via das Magnólias, 327 – Sala 01 | Jardim Colibri
CEP 06713-270 | Cotia | SP
Tel.| Fax: (+55 11) 4702-9148
plataforma21.com.br | [email protected]
Sumário

Página de título
Créditos
Nota da autora
Mapas

Parte I: Histórias de tempos antigos


Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22

Parte II: Não ouso declarar


Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37

Parte III: Uma bruxa viva


Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48

Parte IV: O Rainhado é seu


Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57

Parte V: Que venham os dragões


Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Parte VI: As chaves do Abismo
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76

Personagens da trama
Glossário
Linha do tempo
Agradecimentos
Nota da autora

Os lugares fictícios desta obra literária são inspirados em acontecimentos e


lendas de diversas partes do mundo. Nenhum deles tem intenção de ser uma
representação fiel de qualquer país ou cultura, em qualquer momento
histórico.
PARTE I
Histórias de tempos antigos

Vi um anjo descer das alturas dos céus,


com a chave do Abismo e segurando nas mãos
uma grande corrente. Capturou o dragão, aquela
antiga serpente, que é o demônio, ou Satanás, e
aprisionou-o por mil anos.
Ele arremessou-o no Abismo, e trancou-o com
chave e selo, para impedi-lo de enganar os povos
outra vez quando os mil anos se passassem.
— Revelação 20.1–3
1
Leste

O estranho saiu do mar como um fantasma d’água, descalço e mostrando as


cicatrizes da jornada. Caminhou como se estivesse embriagado por entre a
névoa que se agarrava como seda de aranha ao ar de Seiiki.
As histórias de tempos antigos diziam que os fantasmas d’água eram
condenados a viver em silêncio. Diziam que suas línguas haviam secado,
junto com a pele, e que os ossos eram revestidos apenas por algas marinhas.
Diziam que vigiavam as águas rasas, onde ficavam à espreita para puxar os
incautos para o coração do Abismo.
Tané não tinha mais medo das lendas desde que era garotinha. Sua adaga
reluzia diante dela, curva como um sorriso, e ela cravou os olhos no vulto que
emergira no meio da noite.
Quando a figura a chamou, ela se retraiu.
As nuvens libertaram o luar que haviam escondido. O suficiente para que
ela pudesse vê-lo como era de fato. E para que ele a visse.
Não era um fantasma. Era um forasteiro. Ela o tinha visto, e não poderia
voltar atrás.
Ele estava queimado de sol, com cabelos cor de palha e uma barba
ensopada. Os contrabandistas deviam tê-lo abandonado na água e o mandado
nadar o restante do trajeto. Era óbvio que ele não conhecia o idioma local,
mas ela entendia o dele o suficiente para saber que estava pedindo ajuda, que
queria ver o Líder Guerreiro de Seiiki.
O coração de Tané retumbava como um trovão. Ela não ousou falar, pois
se mostrasse que conhecia o idioma, isso acabaria forjando um elo entre os
dois, o que a denunciaria. Denunciaria o fato de que ela era a testemunha do
crime dele, e ele, do seu.
Ela deveria estar reclusa. Em segurança atrás dos muros da Casa do Sul,
pronta para emergir, purificada, no dia mais importante de sua vida. Agora
estava contaminada. A alma manchada além da redenção. Tudo porque quis
mergulhar no mar uma última vez antes do Dia da Escolha. Havia boatos de
que o grande Kwiriki favoreceria quem tivesse a coragem para dar uma
escapadela a fim de ver o mar durante o recolhimento. Em vez disso, ele a
mandou para aquele pesadelo.
Durante toda sua vida, ela teve sorte demais.
Aquele era seu castigo.
Ela manteve o forasteiro à distância brandindo a adaga. Diante da morte,
ele começou a estremecer.
A mente de Tané se transformou em turbilhão de possiblidades, uma mais
terrível que a outra. Se entregasse o desconhecido às autoridades, teria de
revelar que violara o recolhimento.
O Dia da Escolha poderia não seguir como era devido. O honorável
Governador de Cabo Hisan — esta província de Seiiki — jamais permitiria a
presença dos deuses em um lugar que poderia estar maculado com a doença
vermelha. Poderia levar semanas até que a cidade fosse proclamada segura, e
a essa altura já se teria concluído que a chegada do forasteiro era um mau
presságio, e que os aprendizes da geração seguinte, não a de Tané, é que
deveriam receber a oportunidade de se tornarem ginetes. Ela perderia tudo.
Denunciá-lo estava fora de questão. Tampouco poderia abandoná-lo.
Caso ele fosse mesmo portador da doença vermelha, permitir que vagasse
livremente colocaria a ilha inteira em perigo.
Só havia uma opção.
····
Ela enrolou um pedaço de tecido em torno do rosto dele para evitar que
exalasse a doença. As mãos dela tremiam. Quando terminou, Tané o
conduziu pela areia preta da praia na direção da cidade, mantendo-se o mais
próxima que sua coragem permitia, com a lâmina pressionada contra as
costas dele.
Cabo Hisan era um porto que nunca dormia. Ela guiou o forasteiro pelos
mercados noturnos, passando por altares entalhados com madeira de
naufrágios, sob as fileiras de lamparinas azuis e brancas penduradas para o
Dia da Escolha. Seu prisioneiro observava tudo em silêncio. A escuridão
obscurecia as feições dele, mas mesmo assim ela bateu com a parte plana da
lâmina em sua cabeça, obrigando-o a abaixá-la. Durante todo o trajeto,
manteve-o tão distante das demais pessoas quanto possível.
Tinha uma ideia de como isolá-lo.
Havia uma ilha artificial no cabo. Chamava-se Orisima, e era considerada
uma curiosidade pelos residentes locais. O entreposto comercial fora
construído para abrigar alguns mercadores e estudiosos do Estado Livre de
Mentendon. Além dos lacustres, que ficavam do outro lado cabo, os
mentendônios eram os únicos com permissão para continuar fazendo
negócios em Seiiki depois que a ilha fora fechada para o mundo.
Orisima.
Era para lá que ela levaria o forasteiro.
A ponte iluminada por tochas do entreposto comercial era protegida por
sentinelas armadas. Poucos seiikineses tinham permissão para entrar, e Tané
não era uma dessas pessoas. A única outra entrada disponível era o portão de
desembarque, que se abria uma vez por ano para receber as mercadorias
trazidas pelas embarcações mentendônias.
Tané conduziu o forasteiro pelo canal. Não tinha como levá-lo a Orisima
sozinha, mas conhecia uma mulher que poderia fazer isso. Alguém que sabia
exatamente onde escondê-lo dentro do entreposto comercial.
····
Fazia muito tempo que Niclays Roos não recebia visitas.
Ele estava se servindo de um pouco de vinho — uma parcela da cota
miserável que recebia — quando bateram na porta. O vinho era um dos
poucos prazeres que ainda lhe restavam no mundo, e ele estava concentrado
em absorver o aroma, saboreando aquele momento glorioso antes de levá-lo à
boca.
Agora, vinha a interrupção. Claro. Com um suspiro, ele se levantou,
resmungando ao sentir o latejar repentino no tornozelo. A gota estava
voltando mais uma vez para atormentá-lo.
Outra batida.
— Ah, já chega disso — ele resmungou.
A chuva batucava o telhado enquanto ele tateava em busca da bengala.
Chuva fértil, era como os seiikineses a chamavam nessa época do ano,
quando o ar ficava úmido e carregado, e as nuvens se acumulavam no céu e
as frutas nas árvores. Ele manquejou por cima das esteiras, praguejando
baixinho, e abriu uma pequena fresta na porta.
Na escuridão do lado de fora estava uma mulher. Tinha cabelos escuros
até a cintura, e usava uma túnica estampada com flores de sal. A chuva não
poderia tê-la deixado tão encharcada quanto estava.
— Boa noite, eminente Doutor Roos — falou ela.
Niclays ergueu as sobrancelhas.
— Eu tenho uma aversão forte a visitantes a esta hora. Ou a qualquer hora
— respondeu ele. Deveria fazer uma mesura, mas não viu nenhum motivo
para querer causar uma boa impressão à desconhecida. — Como sabe o meu
nome?
— Me disseram. — Nenhuma outra explicação foi fornecida. — Estou
com um compatriota seu. Ele vai passar a noite aqui, e eu volto para buscá-lo
amanhã ao anoitecer.
— Um compatriota meu.
A visitante mexeu a cabeça um pouco para o lado. Um vulto apareceu de
trás de uma árvore próxima.
— Ele foi deixado por contrabandistas em Seiiki — a mulher falou. —
Vou levá-lo ao honorável Governador amanhã.
Quando a figura se aproximou da luz da casa, Niclays sentiu seu sangue
gelar.
Era um homem de cabelos dourados, ensopado como a mulher. Um
homem que ele nunca tinha visto em Orisima.
Apenas vinte pessoas moravam no entreposto comercial. Ele conhecia a
fisionomia e o nome todos. E nenhuma embarcação mentendônia viria com
um recém-chegado assim tão cedo.
De alguma forma, aqueles dois conseguiram entrar sem serem vistos.
— Não. — Niclays a encarou. — Em nome do Santo, mulher, está
tentando me envolver em uma operação de contrabando? — Ele estendeu a
mão para fechar a porta. — Eu não posso esconder um invasor. Se alguém
souber…
— Uma noite.
— Seja uma noite ou um ano, nossa cabeça seria separada dos ombros da
mesma forma. Tenha uma boa noite.
Quando ele fez menção de fechar a porta, a mulher enfiou o cotovelo na
abertura.
— Se fizer isso — ela falou, agora tão próxima que Niclays conseguia
sentir seu hálito —, vai receber uma recompensa em prata. Tanto quanto for
capaz de carregar.
Niclays Roos hesitou.
A prata era, sim, uma tentação. Ele havia exagerado na bebedeira e nos
jogos de azar com os sentinelas, e estava devendo provavelmente mais do que
conseguiria ganhar durante toda sua vida. Por ora, vinha evitando as ameaças
com promessas de joias que chegariam no próximo carregamento de
Mentendon, mas sabia que, quando as mercadorias viessem, não haveria uma
joia sequer entre elas. Não para alguém como ele.
O ímpeto juvenil dentro dele o incentivou a aceitar a proposta, senão por
outra coisa, no mínimo pela emoção do perigo. Antes que sua sabedoria mais
madura pudesse intervir, a mulher já estava indo embora.
— Voltarei amanhã à noite — disse ela. — Não deixe que ninguém o
veja.
— Espere aí — Niclays sibilou, irritado. — Quem é você?
Ela já havia desaparecido. Com uma olhada de um lado ao outro da rua e
um grunhido de frustração, Niclays arrastou o homem de olhar assustado para
dentro de sua casa.
Aquilo era loucura. Se os vizinhos descobrissem que estava abrigando um
invasor, ele seria levado ao furioso Líder Guerreiro, que não era conhecido
por sua clemência.
Ainda assim, lá estava Niclays, naquela situação.
Ele trancou a porta. Apesar do calor, o recém-chegado tremia sobre as
esteiras. Sua pele marrom-clara estava queimada nas bochechas, e seus olhos
azuis, vermelhos por causa do sal. Tentando se acalmar, Niclays encontrou
um cobertor que trouxera de Mentendon e entregou para o homem, que o
pegou sem falar nada. Ele tinha bons motivos para estar com medo.
— De onde você vem? — Niclays perguntou, seco.
— Perdão — o hóspede sussurrou. — Eu não entendo. Está falando
seiikinês?
Inysiano. Uma língua que Niclays não escutava havia um bom tempo.
— Isso não é seiikinês — Niclays respondeu no idioma do homem. — É
mentendônio. Pensei que também fosse um.
— Não, senhor. Sou de Ascalon — disse ele, a resposta tímida. — Posso
perguntar o nome de quem eu devo gratidão por ter me acolhido?
Um inysiano típico. As boas maneiras vinham sempre em primeiro lugar.
— Roos — Niclays resmungou. — Doutor Niclays Roos. Mestre
cirurgião. A pessoa cuja vida no momento está em perigo por sua causa.
O jovem o encarou.
— Doutor… — Ele engoliu em seco. — Doutor Niclays Roos.
— Muito bem, rapaz. A água do mar não danificou seus ouvidos.
O hóspede soltou um suspiro trêmulo.
— Doutor Roos, só pode ser a providência divina — disse ele. — A
Cavaleira da Confraternidade ter me trazido justamente até você…
— Justamente até mim. — Niclays franziu a testa. — Já nos
conhecemos?
Ele vasculhou a memória para relembrar o tempo que passou em Inys,
mas estava certo de que nunca tinha posto os olhos naquele indivíduo. A não
ser que estivesse embriagado na ocasião, claro. Era algo que fazia
frequentemente em Inys.
— Não, senhor, mas um amigo mencionou seu nome para mim. — O
homem enxugou o rosto com a manga da roupa. — Eu tinha certeza de que
morreria no mar, mas ver você me trouxe de volta à vida. Graças ao Santo.
— Seu santo não tem poder aqui — Niclays murmurou. — Pois bem, e
por qual nome você atende?
— Sulyard. Mestre Triam Sulyard, senhor, ao seu dispor. Eu era
escudeiro da casa de Sua Majestade, Sabran Berethnet, Rainha de Inys.
Niclays cerrou os dentes. Aquele nome atiçou as chamas da ira em suas
entranhas.
— Um escudeiro — disse ele, se sentando. — Sabran se cansou de você,
assim como se cansa de todos os súditos?
Sulyard endureceu.
— Se insultar minha rainha, eu…
— Você o quê? — Niclays o encarou por cima da armação dos óculos. —
Talvez eu deva chamá-lo de Triam Toloyard. Você tem ideia do que fazem
com os estrangeiros por aqui? Sabran o mandou para cá a fim de lhe dar uma
morte especialmente cruel?
— Sua Majestade não sabe que estou aqui.
Interessante. Niclays serviu uma taça de vinho para ele.
— Aqui — disse ele, a contragosto. — Beba tudo.
Sulyard virou a taça de um gole.
— Pois bem, Mestre Sulyard, isto é importante — continuou Niclays. —
Quantas pessoas viram você?
— Fui obrigado a nadar até a praia. Cheguei a uma enseada primeiro. A
areia era preta. — Sulyard tremia. — Uma mulher me encontrou e me guiou
pela cidade, apontando uma faca para mim. Ela me deixou sozinho em um
estábulo… então uma outra mulher chegou e me mandou segui-la. Ela me
levou até o mar, e nadamos juntos até um atracadouro, onde havia um portão.
— E estava aberto?
— Sim.
A mulher provavelmente conhecia um dos sentinelas. Deve ter pedido
para deixarem o portão de desembarque aberto.
Sulyard esfregou os olhos. O tempo que passou no mar maltratara seu
corpo, mas Niclays agora estava vendo que se tratava de um jovem que não
chegava a ter 20 anos.
— Doutor Roos, eu vim para cá com uma missão da maior importância
— ele disse. — Preciso falar com o…
— É melhor parar por aí, Mestre Sulyard — interrompeu Niclays. — Não
me interessa o motivo de estar aqui.
— Mas…
— Sejam quais forem seus motivos, está aqui sem permissão das
autoridades, o que é tolice. Se o Oficial-Chefe descobrir sua presença e eu for
interrogado, quero pelo menos poder dizer com toda honestidade que não
faço a mínima ideia do que o trouxe à minha porta no meio da noite,
imaginando que seria bem-vindo em Seiiki.
Sulyard piscou.
— Oficial-Chefe?
— O oficial seiikinês encarregado deste ferro-velho flutuante, embora
pareça se considerar uma espécie de semideus. Você sabe que lugar é este,
pelo menos?
— Orisima, o último entreposto ocidental no Leste. É a existência do
entreposto que me deu a esperança de ser recebido pelo Líder Guerreiro.
— Garanto a você que em nenhuma circunstância Pitosu Nadama vai
receber um invasor em sua corte — disse Niclays. — O que ele vai fazer, se
ficar sabendo da sua presença, é dar fim à sua vida.
Sulyard não respondeu.
Niclays cogitou brevemente a ideia de contar a seu hóspede que a pessoa
que o resgatara voltaria em breve, talvez para alertar as autoridades de sua
presença, mas optou por não dizer nada. Sulyard poderia entrar em pânico, e
não havia para onde fugir.
No dia seguinte. Ele iria embora no dia seguinte.
Naquele momento, Niclays ouviu vozes do lado de fora. Passos subindo
pelos degraus de madeira das outras habitações. Ele sentiu um frio na barriga.
— Esconda-se — ele disse, pegando a bengala.
Sulyard se abaixou atrás de uma divisória. Niclays abriu a porta com as
mãos trêmulas.
Séculos antes, o Primeiro Líder Guerreiro de Seiiki assinou o Grande
Édito e fechou a ilha para todos, com exceção dos lacustres e dos
mentendônios, para proteger seu povo da peste dragônica. Mesmo depois que
a praga arrefeceu, o isolamento permaneceu. Qualquer forasteiro que
chegasse sem permissão era executado. Assim como qualquer um que lhe
oferecesse abrigo.
Na rua, não havia sinal de sentinelas, mas vários de seus vizinhos
estavam reunidos. Niclays se juntou a eles.
— Em nome de Galian, o que está acontecendo? — ele perguntou ao
cozinheiro, que olhava para um ponto acima de suas cabeças, com a boca
aberta a ponto de ser capaz de engolir uma borboleta. — Eu recomendaria
não repetir essa expressão facial no futuro, Harolt. As pessoas podem achar
que você é abobalhado.
— Veja, Roos — o cozinheiro murmurou. — Veja!
— É melhor que isso seja…
Ele interrompeu o que dizia quando viu.
Uma cabeça enorme pairava acima do muro de Orisima. E pertencia a
uma criatura nascida de pedras preciosas e do mar.
Vapores se elevavam de suas escamas — escamas de pedras-da-lua, tão
resplandecentes que seu brilho parecia emanar de dentro. Uma crosta com
gotas que pareciam joias reluzia sobre cada uma. Os olhos eram como
estrelas flamejantes, e os chifres eram como mercúrio, fulgurando sob a luz
pálida da lua. A criatura fluía com a elegância de uma peça ondulante de
cetim por sobre a ponte e subiu aos céus, leve e silenciosa como uma pipa.
Um dragão. No momento em que ele decolava de Cabo Hisan, outros
emergiam da água, deixando uma névoa gelada em seu rastro. Niclays levou
a mão ao peito e ao coração disparado.
— Ora — murmurou ele. — O que eles estão fazendo aqui?
2
Oeste

Ele estava mascarado, é claro. Sempre estavam. Apenas um tolo invadiria a


Torre da Rainha sem garantir seu anonimato e, se conseguiu acesso à Câmara
Privativa, então aquele degolador certamente não era um tolo.
Na Grande Alcova logo adiante, Sabran estava em sono profundo. Com
os cabelos soltos e os cílios escuros em contraste com a pele do rosto, a
Rainha de Inys era a imagem do repouso. Naquela noite, era Roslain Crest
quem dormia ao seu lado.
Ambas ignoravam que uma sombra movida pelo desejo de matança
espreitava por perto naquele instante.
Quando Saban se recolheu, a chave de seu espaço mais íntimo foi
confiada a uma de suas Damas da Alcova. Katryen Withy estava encarregada
de sua posse, na Galeria dos Chifres. Os aposentos reais eram protegidos
pelos Cavaleiros do Corpo, mas a porta da Grande Alcova nem sempre era
vigiada. Afinal, só havia uma chave.
O risco de invasão era nulo.
Na Câmara Privativa — a última barreira entre o leito real e o mundo
exterior — o assassino olhou por cima do ombro. Sir Gules Heath voltara a
seu posto do lado de fora, ignorante da ameaça que havia se instalado em sua
ausência. Ignorante também que Ead, escondendo-se entre os caibros do
telhado, observava tudo enquanto o assassino chegava à porta que o levaria
até a rainha. Em silêncio, o invasor tirou a chave do manto e colocou na
fechadura.
A chave virou.
Por um bom tempo, ele ficou imóvel. Esperando pela oportunidade ideal.
Aquele era bem mais cauteloso que os demais. Quando Heath teve um de
seus acessos de tosse, o invasor abriu a porta da Grande Alcova. Com a outra
mão, desembainhou uma lâmina. Era do mesmo tipo que os outros tinham
usado.
Quando ele se mexeu, Ead entrou em ação. Ela saltou em silêncio da viga
onde estava.
Seus pés descalços aterrissaram no mármore. Quando o assassino entrou
na Grande Alcova, empunhando a adaga, ela cobriu a boca dele e cravou a
lâmina entre suas costelas.
O peso do assassino cedeu. Ead segurou firme, tomando cuidado de não
deixar nem uma gota de sangue respingar nela. Quando o corpo ficou imóvel,
ela o baixou até o chão e levantou a anteface forrada com seda, a mesma que
todos os outros usavam.
O rosto sob o tecido era jovem demais, mal acabara de sair da infância.
Os olhos da cor da água de um lago estavam voltados para o teto.
Não era ninguém que ela reconhecia. Ead o beijou na testa e o deixou
caído no chão de mármore.
Quase no mesmo momento em que se ocultou novamente nas sombras,
ouviu um grito de socorro.
····
Quando o dia raiou, ela ainda se encontrava nas dependências palácio. Seus
cabelos estavam presos com uma trama de fios de ouro, adornado com
esmeraldas.
Todas as manhãs, ela mantinha a mesma rotina. Previsibilidade era
sinônimo de segurança. Primeiro ia até o Mestre dos Correios, que
confirmava não haver nenhuma carta para ela. Depois, seguia até os portões
para observar a cidade de Ascalon, imaginando que algum dia poderia
atravessá-la e continuar andando até chegar a um porto e encontrar uma
embarcação que a levasse de volta para a Lássia, sua casa. Às vezes, via
alguém que conhecia no percurso, com quem trocava um discretíssimo aceno
de cabeça. Por fim, dirigia-se até o Pavilhão de Banquetes para fazer o
desjejum com Margret, e então, às oito, seus deveres começavam.
Naquele dia, sua primeira tarefa era encontrar a Lavadeira Real. Ead logo
encontrou a mulher atrás da Grande Cozinha, em um recesso coberto de hera.
Um ajudante dos estábulos parecia estar contando as sardas em seu colo com
a língua.
— Um bom dia para vocês — Ead falou.
O casal se afastou com respirações ofegantes. Com os olhos arregalados,
o ajudante dos estábulos saiu em disparada como um de seus cavalos.
— Mestra Duryan! — A lavadeira ajeitou as saias e flexionou os joelhos
em uma mesura, vermelha até a raiz dos cabelos. — Ah, por favor, mestra,
não conte para ninguém, ou vai acabar em minha ruína.
— Não precisa me fazer mesuras. Eu não sou uma lady. — Ead sorriu. —
Pensei que seria útil lembrar-lhe que é preciso servir à Sua Majestade todos
os dias. Você anda mostrando certo desleixo ultimamente.
— Ah, Mestra Duryan, eu confesso que minha cabeça tem estado
distraída, mas é que estou muito ansiosa. — A lavadeira retorceu os dedos
calejados. — Os criados andam comentando, mestra. Dizem que um
wyvernin pegou uns animais de rebanho nos Lagos menos de dois dias atrás.
Um wyvernin! Não é assustador que os lacaios do Inominado estejam
despertando?
— Ora, exatamente por essa razão que você deve se dedicar ainda mais
ao seu trabalho. Os lacaios do Inominado querem Sua Majestade fora do
caminho, pois a morte dela traria o senhor deles de volta a este mundo —
disse Ead. — É por isso que seu papel é crucial, boa mulher. Você deve
verificar os lençóis todos os dias em busca de veneno, e manter as roupas de
cama limpas e cheirosas.
— Sim, é claro. Prometo que vou prestar mais atenção aos meus deveres.
— Ah, não é a mim que você precisa prometer. Você precisa prometer ao
Santo. — Ead apontou com o queixo para o Santuário Real. — Vá ter com
ele agora. Talvez devesse pedir perdão também por sua… indiscrição. Vá
com seu amante e rogue por clemência. Agora mesmo!
Enquanto a lavadeira se afastava às pressas, Ead conteve um sorriso. Era
quase fácil demais constranger os inysianos.
O sorriso logo se desfez. Um wyvernin de fato chegara ao ponto de
roubar animais dos humanos. Embora as criaturas dragônicas estivessem aos
poucos despertando de seu longo sono há anos, suas aparições continuavam
incomuns — mas, nos últimos meses, houve várias. Era um sinal de
problemas que aquelas feras estivessem ficando ousadas o suficiente para
caçar em áreas colonizadas.
Mantendo-se nas sombras, Ead percorreu o longo caminho até os
aposentos reais. Passou pela Biblioteca Real, desviou de um dos pavões
brancos que circulavam por lá e entrou no claustro.
O Palácio de Ascalon — um triunfo colossal de pedra calcária clara —
era a maior e mais antigas das residências da Casa de Berethnet, a linhagem
de rainhas que governava o Rainhado de Inys. O dano sofrido durante a Era
da Amargura no palácio, quando o Exército Dragônico travara sua guerra
contra a humanidade durante um ano, não era mais visível havia tempos. As
janelas exibiam vidros em todas as cores do arco-íris. Dentro de seus limites
ficavam o Santuário das Virtudes, jardins com extensos gramados
sombreados, e a imensa Biblioteca Real, com sua torre do relógio revestida
em mármore. Era o único lugar onde a corte de Sabran se instalava durante
todo o verão.
Havia uma macieira no meio do pátio. Ead parou ao vê-la, sentindo um
aperto no peito.
Fazia cinco dias que Loth desaparecera do palácio na calada da noite,
junto com Lorde Kitston Glade. Ninguém sabiam para onde foram, ou por
que deixaram a corte sem pedir permissão. Sabran não escondia sua
inquietação, mas Ead mantinha a sua apenas para si.
Ela se lembrava do cheiro da fumaça que se desprendia da lenha em seu
primeiro Festim da Confraternidade, onde conhecera Lorde Arteloth Beck.
No outono, a corte se reunia para trocar presentes e celebrar sua união na
Virtandade. Fora a primeira vez que se viram pessoalmente, mas Loth contou
a ela depois que já estava curioso fazia tempo em relação à nova dama de
companhia da rainha. Tinha ouvido boatos sobre uma sulina de 18 anos que
não era nobre ou plebeia, recém-convertida às Virtudes da Cavalaria. Vários
cortesãos estiveram presentes quando fora apresentada à rainha pelo
Embaixador do Ersyr.
Não trago joias nem ouro para celebrar o Novo Ano, Sua Majestade. Em
vez disso, trago uma dama para o Alto Escalão de Serviço, Chassar dissera.
A lealdade é o maior dos presentes.
A rainha, na época, tinha apenas 20 anos. Uma dama de companhia sem
sangue nobre era um presente peculiar, mas a cortesia a forçara a aceitar tal
oferta.
O evento poderia até ser chamado de Festim da Confraternidade, mas a
camaradagem que esse nome sugeria tinha seus limites. Ninguém abordara
Ead para convidá-la para uma dança naquela noite — a não ser Loth, com
seus ombros largos, pelo menos uma cabeça mais alto que ela, pele negra
retinta e um sotaque nortista caloroso. Todos na corte o conheciam. O
herdeiro da propriedade de Goldenbirch — o local de nascimento do Santo
— e amigo próximo da Rainha Sabran.
Mestra Duryan, dissera ele, com uma mesura, se me der a honra desta
dança para que eu possa me desvencilhar da conversa bastante tediosa da
Chanceler do Tesouro, ficaria em dívida. Em troca, posso buscar um jarro
do melhor vinho de Ascalon, e metade é seu. O que me diz?
Ela precisava de um amigo. E de uma bebida mais forte. Então, apesar de
ele ser o Lorde Arteloth Beck, e de ela ser uma desconhecida, os dois
dançaram três pavanas e passaram o resto da noite ao pé da macieira,
bebendo e conversando sob a luz das estrelas. Quando Ead se deu conta, uma
amizade sincera havia nascido.
No entanto, agora ele estava desaparecido, e só havia uma explicação.
Loth jamais deixaria a corte por iniciativa própria — e muito menos sem
avisar à irmã ou pedir a permissão de Sabran. A única explicação era que ele
fora forçado a isso.
Tanto ela como Margret haviam tentado alertá-lo. Disseram que sua
amizade com Sabran — que vinha desde a infância — em algum momento o
tornaria uma ameaça aos olhos de futuros pretendentes da rainha. Ele
precisava demonstrar menos intimidade com ela agora que estavam mais
velhos.
Loth nunca ouvia a voz da razão.
Ead interrompeu seu devaneio. Ao sair do claustro, abriu passagem para
um grupo de atendentes a serviço de Lady Igrain Crest, a Duquesa da Justiça.
Eles levavam a insígnia dela bordada em seus tabardos.
O Jardim do Relógio Solar estava resplandecente pela luz da manhã. Seus
caminhos eram adornados pelo sol, e as roseiras que ladeavam os gramados
exibiam uma coloração vermelha suave. O local era guardado pelas estátuas
das Cinco Rainhas da Casa de Berethnet, que ficavam em um lintel sobre a
entrada da Torre da Solidão. Sabran gostava de fazer caminhadas em dias
como aquele, de braços dados com uma de suas damas de companhia, mas os
caminhos estavam desertos. A rainha não estaria disposta a um passeio
depois de um cadáver ser encontrado tão próximo de sua cama.
Ead se aproximou da Torre da Rainha. As trepadeiras na superfície da
pedra estavam cobertas de flores roxas. Ela subiu os muitos degraus internos
até chegar aos aposentos reais.
Doze Cavaleiros do Corpo, vestidos com armaduras douradas e mantos
verdes para o verão, ladeavam as portas da Câmara Privativa. Padrões
floridos ornamentavam seus braços, e a insígnia da Casa Berethnet era
ostentada orgulhosamente no peito. Eles se voltaram todos na direção de Ead
quando ela se aproximou.
— Um bom dia — disse ela.
A postura de precaução foi abandonada, e eles abriram caminho para a
Dama da Câmara Privativa.
Ead logo encontrou Lady Katryen Withy, sobrinha do Duque da
Confraternidade. Aos 24 anos, era a mais jovem e mais alta entre as três
Damas da Alcova, e tinha uma pele marrom uniforme e bonita, lábios grossos
e cabelos cacheados de um ruivo tão intenso que era quase preto.
— Mestra Duryan — disse ela. Como todo mundo no palácio, estava
vestida de verde e amarelo para o verão. — Sua Majestade ainda está deitada.
Encontrou a lavadeira?
— Sim, milady. — Ead fez uma mesura. — Ao que parece… os deveres
familiares a distraíram de sua função.
— Nenhum dever pode estar acima de nosso serviço à Coroa. — Katryen
olhou na direção das portas. — Houve outra invasão. Dessa vez, o maldito
não era só um trapalhão. Não só conseguiu chegar à Grande Alcova como
tinha uma chave.
— A Grande Alcova! — Ead torceu para que de fato parecesse chocada.
— Então alguém do Alto Escalão de Serviço traiu Sua Majestade.
Katryen assentiu.
— Nós acreditamos que ele veio pela Escada Secreta. Isso deve ter
possibilitado que se esquivasse da maioria dos Cavaleiros do Corpo e
chegado diretamente à Câmara Privativa. E considerando que a entrada da
Escada Secreta está lacrada desde… — Ela soltou um suspiro. — O Sargento
Porter foi demovido do posto por desleixo. De agora em diante, a porta da
Grande Alcova nunca ficará desprotegida.
Ead assentiu com a cabeça.
— O que há para nós hoje?
— Tenho uma tarefa especial para você. Como já sabe, o embaixador
mentendônio, Oscarde utt Zeedeur, chega hoje. A filha dele anda bastante
descuidada em sua maneira de se vestir ultimamente — disse Katryen,
franzindo os lábios. — Lady Truyde sempre se mostrava impecável quando
chegou à corte, mas agora… ora, ela estava com uma folha no cabelo nas
rogatórias de ontem, e se esqueceu do cintilho no dia anterior. — Ela deu
uma boa olhada em Ead. — Você parece saber como se paramentar de acordo
com sua posição. Certifique-se de que Lady Truyde esteja pronta.
— Sim, milady.
— Ah, Ead, e não fale sobre a invasão. Sua Majestade não que causar
preocupações na corte.
— É claro.
Quando passou pelos guardas pela segunda vez, Ead examinou seus
rostos inexpressivos.
Fazia um tempo que sabia que alguém da casa estava deixando assassinos
entrarem no palácio. E agora alguém tinha dado uma chave para que
chegassem à Soberana de Inys enquanto ela dormia.
Ead descobriria quem era o responsável.
····
A Casa de Berethnet, como a maioria das casas reais, sofrera sua cota de
mortes prematuras. Glorian I bebera de uma taça de vinho envenenada. Jillian
III só governara durante um ano antes de ser esfaqueada no coração por um
de seus criados. A própria mãe de Sabran, Rosarian IV, fora morta com
vestido embebido em veneno de basilisco. Ninguém nunca descobriu como o
traje foi parar no Guarda-Roupa Privativo, mas se desconfiava que tinha sido
uma trama dos yscalinos.
Agora, os assassinos estavam atrás da última descendente da Casa de
Berethnet. Chegavam mais perto da rainha a cada atentado contra sua vida.
Um deles fora descoberto ao esbarrar em um busto. Uma outra fora vista
entrando na Galeria dos Chifres, e um terceiro gritara palavras odiosas diante
das portas da Torre da Rainha até que os guardas chegassem até ele. Não
parecia haver nenhuma ligação entre os candidatos a assassinato, mas Ead
estava certa de que respondiam à mesma pessoa. Alguém que conhecia bem o
palácio. Alguém que podia ter roubado a chave, feito uma cópia e devolvido
dentro de um dia. Alguém que sabia como abrir a Escada Secreta, que estava
trancada desde a morte da Rainha Rosarian.
Se Ead fosse uma das Damas da Alcova, uma pessoa íntima e de
confiança, proteger Sabran seria mais fácil. Ela esperava por uma chance de
assumir essa posição desde sua chegada a Inys, mas estava começando a
aceitar que nunca aconteceria. Uma convertida sem título de nobreza não era
uma candidata aceitável.
Ead encontrou Truyde na Câmara Lacunar, onde dormiam as damas de
companhia. Havia doze camas posicionadas lado a lado. Seus aposentos eram
mais espaçosos ali do que em outros palácios, mas desconfortáveis para
moças nascidas em famílias nobres.
As mais jovens estavam brincando com os travesseiros, rindo, mas
pararam assim que viram Ead entrar. A dama que procurava ainda estava na
cama.
Lady Truyde, Marquesa de Zeedeur, era uma jovem séria, sardenta,
branca como leite e com olhos bem pretos. Tinha sido mandada para Inys aos
15 anos, havia dois verões, para aprender os modos da corte até herdar o
Ducado de Zeedeur do pai. Havia algo em seu jeito atento que lembrava a
Ead um pardal. Era vista com frequência na Sala de Leitura, pendurada em
escadas ou folheando livros com páginas que já estavam se desmanchando.
— Lady Truyde — Ead falou, fazendo uma mesura.
— O que foi? — a garota respondeu com um tom de tédio. Seu sotaque
ainda era pesadíssimo.
— Lady Katryen me pediu para ajudá-la a se vestir — explicou Ead. —
Se me permite.
— Eu tenho 17 anos, Mestra Duryan, e inteligência o suficiente para me
vestir sozinha.
As outras damas de companhia prenderam a respiração.
— Infelizmente, Lady Katryen não compartilha dessa opinião — Ead
falou, sem se alterar.
— Lady Katryen está enganada.
Mais respirações se prenderam. Ead se perguntou se por acaso havia
acabado o ar dentro do recinto.
— Ladies, encontrem uma criada e peçam para encherem o lavatório, por
favor — ela disse para as meninas.
Ela se foram, mas sem mesuras. Ead estava acima delas na hierarquia da
casa, mas aquelas jovens eram nobres de nascença.
Truyde ficou olhando para os vitrais da janela por alguns instantes antes
de se levantar. Ela se sentou no banco ao lado do lavatório.
— Perdoe-me, Mestra Duryan — ela falou. — Estou mal-humorada hoje.
Não tenho dormido bem ultimamente. — Ela colocou as mãos sobre o colo.
— Se Lady Katryen assim deseja, pode me ajudar a me vestir.
Ela de fato parecia cansada. Ead foi esquentar algumas toalhas junto ao
fogo. Quando a criada trouxe a água, ela ficou em pé atrás de Truyde e juntou
seus cachos abundantes, que chegavam até a cintura e eram de um vermelho
vivo. Esse tipo de cabelo era comum no Estado Livre de Mentendon, do outro
lado do Estreito do Cisne, mas pouco habitual em Inys.
Truyde lavou o rosto. Ead esfregou seus cabelos com cremegralina,
enxaguou e penteou até desembaraçar todos os nós. Durante todo esse tempo,
a garota ficou em silêncio.
— Está tudo bem, milady?
— Está, sim. — Truyde girou o anel que usava no polegar, revelando a
mancha esverdeada por baixo. — É que… estou irritada com as outras damas
e suas fofocas. Me diga, Mestra Duryan, você ouviu falar alguma coisa sobre
o Mestre Triam Sulyard, que era escudeiro de Sir Marke Birchen?
Ead enxugou os cabelos de Truyde com a toalha aquecida junto ao fogo.
— Não muito — respondeu ela. — Apenas que ele deixou a corte no
inverno sem permissão, e que tinha dívidas de jogo. Por quê?
— As outras garotas ficam falando sem parar da ausência dele,
inventando histórias absurdas. Eu queria que elas parassem com isso.
— Sinto muito por não poder ajudar.
Truyde a encarou por entre os cílios ruivos.
— Você já foi dama de companhia.
— Sim. — Ead pendurou a toalha. — Por quatro anos, depois que o
Embaixador uq-Ispad me trouxe para a corte.
— E então foi promovida. Quem sabe a Rainha Sabran não pode me
nomear como Dama da Câmara Privativa um dia também — especulou
Truyde. — Assim eu não precisaria dormir nesta jaula.
— O mundo inteiro é uma prisão aos olhos de uma jovem menina. — Ead
pôs a mão no ombro dela. — Vou pegar seu vestido.
Truyde foi se sentar ao lado do fogo, passando os dedos nos cabelos. Ead
a deixou se secando.
Do lado de fora, Lady Oliva Marchyn, Matrona das Damas, estava
distribuindo os afazeres com sua voz de trombone. Quando viu Ead, falou
com uma voz tensa:
— Mestra Duryan.
Ela pronunciou seu nome como se fosse o de uma doença. Ead já
esperava aquilo de certas pessoas da corte. Afinal, era uma sulina, nascida
fora da Virtandade, o que a tornava suspeita para os inysianos.
— Lady Oliva — ela falou sem se alterar. — Lady Katryen me mandou
ajudar a vestir Lady Truyde. Pode me entregar as roupas dela?
— Hum. Venha comigo. — Oliva a conduziu por um outro corredor.
Uma mancha grisalha escapava de sua coifa. — Eu queria que essa menina
comesse. Ela vai definhar como uma flor no inverno.
— Há quanto tempo está sem apetite?
— Desde o Festim do Início da Primavera. — Oliva lançou para ela um
olhar de desdém. — Faça parecer que ela está bem. O pai dela vai ficar
furioso se achar que a filha está sendo mal alimentada.
— Ela não está doente?
— Eu conheço os sinais de doença, mestra.
Ead abriu um sorrisinho.
— O problema é o coração, então?
Oliva franziu os lábios.
— Ela é uma dama de companhia. E eu não admito fofocas na Câmara
Lacunar.
— Perdão, milady. Foi uma brincadeira.
— Você é uma dama de companhia de nossa Rainha Sabran, não a boba
da corte.
Fungando alto, Oliva pegou a roupa do armário e entregou para Ead, que
fez uma mesura e se afastou.
Ela abominava aquela mulher com as profundezas da alma. Os quatro
anos que passou como dama de companhia foram os mais infelizes de sua
vida. Mesmo depois de sua conversão pública às Seis Virtudes, sua lealdade à
Casa de Berethnet continuou a ser questionada.
Ela se lembrava de ficar deitada na cama dura na Câmara Lacunar, com
os pés doloridos, e ouvir as outras garotas zombarem de seu sotaque sulino e
especular que tipo de heresia ela praticara no Ersyr. Oliva nunca moveu uma
palha para fazê-las parar. No fundo, Ead sempre soube que aquilo passaria,
mas ser ridicularizada feria demais seu orgulho. Quando uma vaga se abriu
na Câmara Privativa, a Matrona das Damas ficou mais do que contente por se
livrar dela. Em vez de dançar para a rainha, Ead passou a esvaziar seu
lavatório e limpar os aposentos reais. Tinha direito a um quarto só seu e
recebia um pagamento melhor.
Na Câmara Lacunar, Truyde estava com uma bata limpa. Ead a ajudou a
vestir o espartilho e a anágua de verão, e por cima um vestido de seda preta
com mangas bufantes e uma gorjeira de renda no pescoço. Um broche com o
escudo de seu padroeiro, o Cavaleiro da Coragem, brilhava sobre seu
coração. Todos os filhos da Virtandade escolhiam um cavaleiro padroeiro
quando chegavam aos 12 anos de idade.
Ead também usava um. Um feixe de trigo para representar a
generosidade. Ganhara o seu quando fizera sua conversão.
— Mestra, as outras damas de companhia dizem que você é uma herege
— Truyde comentou.
— Eu recito todas as rogatórias no santuário, ao contrário de certas damas
de companhia — Ead respondeu.
Truyde a observou por um instante.
— Ead Duryan é seu nome de verdade? — ela perguntou de forma
repentina. — Não parece um nome muito ersyrio para mim.
Ead pegou um rolo de fita dourada.
— Então você sabe falar ersyrio, milady?
— Não, mas já li histórias sobre o país.
— Leituras — Ead falou em um tom de leveza. — Um passatempo
perigoso.
Truyde a encarou, estreitando os olhos.
— Você está zombando de mim.
— De forma alguma. As histórias têm grande poder.
— Todas as histórias ganham corpo a partir de uma semente da verdade
— Truyde falou. — Existe conhecimento por trás da representação figurada.
— Então acredito que usará o seu conhecimento para o bem. — Ead
passou os dedos entre os cachos ruivos da garota. — E, como perguntou: não,
esse não é o meu nome verdadeiro.
— Achei que não mesmo. E qual é o seu nome de verdade?
Ead pegou duas mechas de cabelo e as trançou com a fita.
— Ninguém aqui nunca ouviu.
Truyde levantou as sobrancelhas.
— Nem mesmo Sua Majestade?
— Não. — Ead virou o rosto da garota para ela. — A Matrona das Damas
está preocupada com a sua saúde. Tem certeza de que está tudo bem?
Truyde hesitou. Ead pôs a mão no braço dela, em um gesto de irmã para
irmã.
— Você conhece um segredo meu — disse Ead. — Estamos unidas por
um voto de silêncio. Você está esperando um bebê, não é?
Truyde endureceu os ombros.
— Não estou, não.
— Então o que é?
Another random document with
no related content on Scribd:
sibb-el-qutt.tt (el-Ar. A.) ⎰ Astragalus kahiricus D.C.

Astragalus Forsskalii B.
sijēta. sujēte (Nilt., C., Fumaria densiflora D.C.
el-Ar. A.)
sijēta. sujēta (el-Ar. A.) Ononis serrata F.
simbil (As. Forsk.) Polianthes tuberosa L.
!sommēr (Nilt. D., S.) Panicum geminatum F.
sommēr (Nilt. Forsk.) Avena fatua L.
sommēr (ar. W. M.) Avena Wiestii St.
soqēm (Faraskur, Pistia Stratiotes L.
Osman-Bey-Ghaleb
S.)
sorret-el-kabsch (Mar.) Centaurea glomerata V.
subb-el-ardd (Al., C. Cynomorium coccineum L.
Drog. Fig.)
sūfa (C. Drog. Forsk.) Hyssopus officinalis L. (Blätter)
sujan (C. Syr.) Lolium temulentum L.
surbēh (Nilt. A., Sq.) Chenopodium murale L.
sumbul (C. S.) Polianthes tuberosa L.

sch
‫ش‬

scha'araïsch (ar. W. Kl.) Aristida plumosa L.


scha'arān (ar. W. M.) Agathophora alopecuroides Bge.

scha'ar-el-'agūse (Ros. ⎰ Urtica urens L.


A.) ⎱ Urtica pilulifera L.

scha'ar-el-fār (Nilt.) Panicum glaucum L.


scha'ar-el-qird (Dam.) Scirpus parvulus R. S.
schafschūf (Unt. A. Aristida lanata F.
Forsk.)
schahhtrag. schahtereg Fumaria officinalis L. (Kraut).
(C. Drog. Fig., Forsk.)
schāï (C. Drog., S., Thea sinensis L.
Forsk.)
scha'īr (Nilt.) Hordeum vulgare L.
scha'īr-béledi (Nilt.)
scha'īr-gennāri (Nilt.) ⎫

scha'īr-hommēra (Nilt.) ⎪
scha'īr-jémeni (Nilt.) ⎪ Hordeum vulgare L. var. tetrastichum
⎬ Kcke. f. pallidum Sér. (verschiedene
scha'īr-nebbaūi (Nilt.) ⎪ Formen)
scha'īr-ra'raūi (Nilt.) ⎪

scha'īr-schirqaūi (Nilt.) ⎭
scha'īr-sseba'aūi (Nilt.)
scha'īr-el-fār (Ros. A.) Phalaris minor Retz.
scha'īr-hindi (C. Drog., Terminalia Chebula Rtz. (Frucht).
S., Fig.)
scha'īr-inglīsi (Mar.) Hordeum vulgare L. var. distichum
Alef.
scha'īr-náëga (Nilt., C.) Hordeum vulgare L. var. hexastichum
L.
schakúrija (Nilt., C. S., Cichorium Endivia L.
Forsk., D.)
schámar (Nilt.) Foeniculum capillaceum Gil.
schambar Cassia Fistula L.
schammām (Nilt.) ⎱ Cucumis Melo L. var. Dudaim Naud.
schemmām (Nilt.) ⎰ forma

schammām-frengi (Dam. Cucumis Melo L. var. Dudaim Naud.


S.) forma
schanāreq (C.) Cannabis sativa L.
schaqājiq (C. Drog. Papaver Rhoeas L. (Blüte).
Forsk.)
schaqāqel (Al. Forsk.) Eryngium campestre L.
scharāneq (C. Forsk.) Cannabis sativa L.
schātreg (Nilt.) Fumaria parviflora Lam.
schatta (Ob. A., Lqs.) Capsicum conicum Mey.
schauārib-'Antar (Nilt.) Carthamus lanatus L.
schebb-el-lēl (C. Forsk.) Mirabilis Jalapa L.
schebbet (Unt. A.) Hibiscus Trionum L.
!schebbet. schibit (Nilt.) Anethum graveolens L.
schēba (C. Forsk.) Artemisia arborescens L.
!schēbe (C. Drog., S., Parmelia furfuracea Ach.
Forsk., Fig.)
schechāch (Ob. A. ⎰ Schanginia hortensis Mq.T.
Qene) ⎱ Schanginia baccata Mq.T.

schechschāch (Si.) Papaver somniferum L.


schedīd (Nilt.) Ceruana pratensis F.
schefscháf (Mar. S.) Chenolea arabica B.
schehtareg (Nilt., ar. W. Fumaria parviflora Lam.
Forsk.)
schégeret-el-'agūs (Nilt. Emex spinosa Camp.
D., Forsk.)
schegeret-el-balassān Sambucus nigra L.
(Nilt. Al.)

schegeret-el-barqūq ⎰ Prunus domestica L.


(Nilt.) ⎱ Prunus divaricata Led.

schegeret-el-chōch Prunus Persica Sieb.


(Nilt.)
schegeret-el-erneb (ar. Arnebia tinctoria F.
W. Forsk.)

schégeret-el-filfil (Nilt. C. ⎰ Schinus terebinthifolia L.


Al.) ⎱ Schinus molle L.

schegeret-el-gerch Nicotiana glauca Grah.


(Ros.)
schegeret-el-gōs (Al. C.) Juglans regia L.
schegeret-el-hhanasch Euphorbia Paralias L.
(Brll. A.)
schegeret-el-hhōr (Nilt.) Populus alba L.
schegeret-el-laōs (Nilt.) Prunus Amygdalus Stokes
schegeret-el-mischmisch Prunus Armeniaca L.
(Nilt.)
schegeret-en-n'aege (ar. Aerva javanica Juss.
W. Forsk.)
schegeret-en-ned.de (C. Cetraria islandica Ach.
Drog. Forsk.)
schegeret-et-tūt (Nilt.) Morus alba L.
scheibe (C. Drog. Artemisia arborescens L.
Forsk.)
schelīl (Rotes Meer Statice axillaris F.
Abde.)
schéltam (Mar. S.) Enarthrocarpus strangulatus B.
schemīn (Unt. A. Sq.) Ceratophyllum muricatum Cham.
scheqār (Isth. A.) Matthiola livida D.C.
scheqāra (Mar. A., S.) Matthiola acaulis D.C.
scherauna (Al.) Senecio Cineraria D.C.
scherk-fālek (Nilt. C.), Passiflora caerulea L.
scherk-el-felak (C.
Forsk.)
schermaschīk (C.) Lonicera chinensis Wats.
schertēm (Ob. A., Si.) Enarthrocarpus lyratus D.C.
schi'ahh-koressani (C. Artemisia santonica L.
Drog. Fig.)
!schíbrik. schúbruk (ar. Convolvulus Hystrix V.
W. Abde., lib. W.,
Esne.)
schibrīn. schibrīm (ar. W. Convolvulus Hystrix V.
M.)
schīhh (ar. W. M.) Artemisia herba-alba Asso.
schikórija. schikúrije Cichorium Endivia L.
(Nilt., C. S., Forsk., D.)
schillá'ch (Dam. Mens.) Oryza australis A.Br.
!schiltam. schirtām (Nilt.) Enarthrocarpus lyratus D.C.
schimām. schinān. (Rot. Arthrocnemum glaucum Ung.St.
Meer. S. Kl.)
schimschim (ar. W. M.) Matthiola livida D.C.
schinār (C. Forsk.) Platanus orientalis L.
schiqra (el-Ar. A.) Echiochilon fruticosum Df.
schirtām (Mar. A.) Enarthrocarpus strangulatus B.
schischim (C. Drog. Fig.) Cassia Absus L.
schischm. schischim- Abrus precatorius L. (Same)
ahhmar (C. Drog. Fig.
Forsk.)
schittēta (Ob. A., Lqs., Capsicum conicum Mey.
Ssudān.)
schka'ā (ar. W. Haut.) Fagonia glutinosa D.
schobb (Mens.) Scirpus litoralis Schrad.
schōk-ahhmar (Dam. A.) Salsola Kali L.
schokān (ar. W. M.) Fagonia arabica L.
schōk-'Antar (Brll. A.) Carthamus glaucus M.B.
schōk-'antar (Machsama Notobasis syriaca Cass.
A.)
schōk-bulti (Mansura S.) Silybum Marianum Gaertn.
schōk-ed-ddabb (ar. W. Blepharis edulis Pers.
Schimper)
!schōk-ed-ddabb (ar. W. Trichodesma africanum R.Br.
Abde.)

schōk-el-gemel (ar. W. ⎰ Echinops spinosus L.


Forsk.) ⎱ Ech. galalensis Schf.

schōk-ghenem (Unt. A. Abutilon Avicennae Gaert. (conf. abu-


Mens.) tīl = Abutilon)
schōk-el-hhanesch Onopordum Sibthorpianum B. Hldr.
(Mar.)

schōk-el-hhomār (Brll. ⎰ Echinops spinosus L.


A.) ⎱ Echinops galalensis Schf.

schōk-turki (Ros.) Rubus sanctus Schreb.


schōra (Rotes Meer) Avicennia officinalis L.
schortam (ar. W. Kl.) Enarthrocarpus lyratus D.C.
schqāra (Mar. A., S.) Matthiola acaulis D.C.
schtenāra (Ab. A., Al. D.) Posidonia oceanica D.
!schubbēt (Ros.) Panicum verticillatum L.
schubbēt (Al. Forsk.) Anchusa aegyptiaca D.C.
schubbēt (Unt. A. S. A.) Xanthium strumarium L.
schudschara (ar. W. Matthiola livida D.C.
Forsk.)
schuēka (ar. W. M.) Fagonia arabica L.
schultān (Ob. A. Si.) Enarthrocarpus lyratus D.C.
schumra (Al.) Phytolacca dioica L.
schūsch (Ob. A. Ssudān Panicum turgidum D.
S., Kl.)

ss
‫س‬

ssa'ād. ss'adān (ar. W. Neurada procumbens L.


Haut., Forsk.)
!ss'aād (Nilt., F.) Cyperus longus L.
ss'aād-el-hhomār (Nilt. Cyperus rotundus L.
Ehrenberg)
Suaeda pruinosa Lge.

ssábach (Mar.) ⎨ Suaeda vera F.

Suaeda vermiculata F.
ssabarīna (C. Drog. Smilax medica Schl. (Wurzel).
Forsk.)
ssabat (ar. W. Forsk.) Pulicaria crispa Cass.
ssabat (Dam. A.) Aristida scoparia Tr. Rupr.
ssabbāgha (Al.) Phytolacca decandra L.
ssabbarūss (Si.) Avena fatua L.
ssabta (Mar.) Carlina involucrata Poir.
Suaeda pruinosa Lge.

!ssabta (Al. A.) ⎨ Suaeda vera F.

Suaeda vermiculata F.
ssabūss (Nilt. Forsk., A., Avena fatua L.
S.)
ssacham (ar. W. S.) Aristida acutiflora Tr. Rupr.
ssacham (Dam. S.) Aristida lanata F.
ssacham (el-Ar. A.) Sporobolus spicatus Kth.
ssachas-edh-dhakkar Aspidium filix-mas Sw. (Wurzelstock).
(C. Drog. Syrien)
ssadād (C. Drog. Fig.) Ruta chalepensis L.
ssādeg-hindi (C. Drog. Melastoma malabathricum L.
Forsk.)
ssafárgel (Nilt.) Cydonia vulgaris Pers.
ssáfia (C. Forsk.), Panicum glaucum L.
ssáfuā (Nilt.)
ssagúhh (ar. W. Haut.) Pituranthos tortuosus Bth. Hk.
ssahlābi (Ros. A.) Calendula officinalis L.
ssalīcha Cinnamomum zeylanicum Breyn.
(Rinde).
ssamat (ar. W. M.) Elionurus hirsutus Munro.
ssamhh (ar. W. M., Mesembryanthemum Forsskalii H.
Abde.)
ssamjūk (ar. W. Kl.) Ficus pseudosycomorus Dcne.
ssamma (Nilt. Forsk.) Sporobolus spicatus Kth.
ssammāh (el-Ar. A.) Scleropoa memphitica Parl.
!ssammah (Nilt. S., el-Ar. Lolium perenne L.

A., Mar. S.), nussēle
⎱ Lolium rigidum Gaud.
(Ros.)
!ssammār (Al., lib. W., ⎰ Juncus acutus L.
ar. W.) ⎱
Juncus maritimus Lam.
ssammār (Unt. A., Sq.), Cyperus alopecuroides Rottb.
ssammār-helu (Mens.
A.)
ssámor. ssamr. (ar. W. Acacia spirocarpa H.
Abde.)
ssándab (C. Drog. Ruta chalepensis L.
Forsk.)
ssanīna (C. Drog. Juniperus Sabina L.
Forsk.)
ssanta maría (Al.) Chrysanthemum Balsamita B. var.
tanacetoides B.
ssāq-el-hamām (C. Anchusa officinalis L. (Wurzel).
Drog. Forsk.)
ssaqúhh (ar. W. M.) Pituranthos tortuosus Bth. Hk.
ssārad (Al.) Carex divisa Huds.
ssarakōn (Dam.) Cyperus alopecuroides Rottb.
ssaraks-dhakkar (C. Aspidium filix-mas Sw. (Rhizom.)
Drog. Fig.)
ssarauānd (C. Drog. Aristolochia rotunda L. (Wurzelstock)
Forsk.)
ssaru (C., Al.) Cupressus sempervirens L.
ssassafrāss (C. Drog. Sassafras officinale Nees.
Forsk.)
ssauāss (ar. W. M.) Atraphaxis spinosa L.
!ssédeb (Nilt. C.) Ruta chalepensis L.
ssefān (Mar. S.) Chenolea arabica B.
sseférgel (Nilt.) Cydonia vulgaris Pers.
ssefūn (Brll. A.) Agropyron junceum P.B.
ssefūn (Sq.) Andropogon annulatus F.
!ssefūn (Unt. A. A., S.) Diplachne fusca P.B.
ssejāl (ar. W. M. Abde. Acacia tortilis Hne.
Ass.)
ssekrān. ssekkerān Hyoscyamus muticus L.
(Nilt., ar. W. M.)
sselgam (Nilt., Ob. A., Brassica Napus L.
Si.)
ssellem. ssélem (ar. W. Acacia Ehrenbergiana Hne.
M. O. Ob. A. Ass.
Lqs.)
ssellīch (ar. W. M.) Reboudia microcarpa Coss.
sselq (Nilt.) Beta vulgaris L. var. foliosa A. Sf.
ssemma-lekka (Lqs. S.) Blumea senegalensis D.C.
ssem-es-ssámak (C. Anamirta cocculus W. Arn. (Frucht).
Drog. Fig.)
ssembil (C. Drog. Valeriana celtica L. (Wurzelstock)
Forsk.)
ssemēssema (el-Ar. A.) Glaucium corniculatum Curt.
ssemhh (ar. W. M., Mesembryanthemum Forsskalii H.
Abde.)
ssemm-el-ferūch (Nilt.) Withania somnifera Dun.
ssemssēk (C. Forsk.) Artemisia camphorata Vill.
ssenā (ar. W., Ass.) Cassia obovata Coll.
ssenā-hhegāsi (C. Cassia acutifolia D.
Forsk.), ssenā-mekki
(Ob. A.)
sséndeb (Nilt. C.) Ruta chalepensis L.
ssenēme (Al. Forsk.) Plantago decumbens F.
sseragha (ar. W. Forsk.) Crepis radicata F. (= Cr. senecioides
D.)
sserakōn (Mens. A.) Cyperus auricomus Sieb.
sserīss (Ros.) Cichorium divaricatum Schousb.
sserr (ar. W. M.) Asparagus stipularis F.
ssessebān (Nilt.) Sesbania aegyptiaca Pers.

⎰ Spinacia glabra Mill.


ssibānach (Nilt. Al. C.)
⎱ Spinacia oleracea Mill.

ssidr (ar. W. M., Ssudan) Ziziphus Spina-Christi W.


ssifūn (Nilt. A.) Andropogon annulatus F.
ssill (Dam. A.) Imperata cylindrica P.B.
ssilla. ssille (ar. W. M. Zilla myagroides F.
Forsk.)
ssīllet (O. A.) Imperata cylindrica P.B.
ssilq (Nilt.) Beta vulgaris L. var. foliosa A. Sf.
ssilīss. ssilēss (Nilt. A.) Urospermum picroides Desf.
ssímbil Triticum vulgare Lam. (die Ähre).
!ssimbil (C.) Iris florentina L.
ssímbil (C.) Canna indica L.
ssímssim. ssémssem Sesamum indicum L.
(Nilt.)
ssinnet-el-'agūs (Mar.) Onobrychis Crista-galli Lam.
ssirr. ssirrāja Zilla myagroides F.
(Machssama A.)
ssirr-el-uard (Mansura) Sphaeranthus suaveolens D.C.
ssissām (C.) Dalbergia Sissoo Roxb.
ssitt-el-hhosn (Nilt., Al. Ipomoea cairica Webb.
C.)
ssiuān (el-Ar. A.) Cephalaria syriaca Schrad.
ssletēni (Mar.) Fagonia cretica L.
sslī. sslībet-el-gemāl (el- Zollikoferia angustifolia Cass.
Ar. A.)

⎰ Andropogon Schoenanthus L.
ssómbul (C. Drog. Fig.)
⎱ Andropogon Nardus L.

ssorumbāt (C. Drog. Aristolochia rotunda L. (Wurzelstock).


Fig.)
ssrēga (Mar.) Globularia arabica J. Sp.
ssrēga (Si.) Lotus arabicus L.
ssuchēt (C. Drog. Fig.) Cyperus rotundus L.
Suaeda pruinosa Lge.

ssuēd (Al.) ⎨ Suaeda vera F.

Suaeda vermiculata F.
ssuēdi (Faraskur S.) Eclipta erecta L.
ssuei (el-Ar. A.) Asphodelus microcarpus Viv.
ssugé'hh (ar. W. M.) Pituranthos tortuosus Bth. Hk.
ssugget (ar. W. Abde.) Lindenbergia sinaica Bth.
ssurr. ssurret-el-kebsch Anacyclus alexandrinus W.
(Mar. A.)
ssumāq. ssimāq (C. Rhus Coriaria L. (Frucht)
Drog. Fig., Forsk.)
ssumbul, pl. ssenābil Triticum vulgare Lam. (die Ähre)
(Nilt.)
ssumbul (C.) Iris florentina L.

!ssummār (Nilt., lib. W., ⎰ Juncus acutus L.


ar. W.) ⎱ Juncus maritimus Lam.

summār (Nilt. S., D.) Panicum geminatum F.


ssummār-daker (Dam.) Panicum geminatum F.
ssummār-entāja (Dam.) Panicum repens L.

ssunbul-hindi (C. Drog. ⎰ Andropogon Schoenanthus L.


Forsk.) ⎱ Andropogon Nardus L.

ssurret-el-kebsch (Brll. Hedypnois rhagadioloides W.


A.)
ssurret-en-na'qe (Al. Centaurea glomerata V.
Forsk.)
ssūss (Nilt., C., O.) Glycyrrhiza glabra L.
ssussān-abjadd (C. Iris florentina L. (Wurzelstock).
Drog., S., Fig.)
!ssussēn (Al. C.), Pancratium aegyptiacum S.

ssussān. ssussann (C.
⎱ Pancratium maritimum L.
Forsk.)
t
‫ت‬

ta'assōnah (el-Ar. A.) Aerva javanica Juss.


tabschanqíq (Ass. nub.) Tephrosia apollinea D.
tácham (ar. W. Mterat.) Chenopodium murale L.
ta'ēlbe (Mar.), tha'álaba Salvia lanigera Poir.
(Al. A.)
táfua (Mar. S.) Gymnocarpos decander F.
tagār (Ob. A.) Pulicaria crispa Cass.

⎰ Schanginia baccata Mq.T.


tahama (Rotes Meer Kl.)
⎱ Schanginia hortensis Mq.T.

tamalīka (Nilt. A.) Pedicellaria pentaphylla Schr.


tamr (Nilt. F. O.) Phoenix dactylifera L. (die trockene
Frucht).
tamr-hendi (C. Al.) Tamarindus indica L. (Frucht).
tamr-el-hhinna (Nilt.), Lawsonia inermis L. (die Blüte).
tamrahhenne (C.
Forsk.)
tamr-el-hhina-frengi (el- Reseda odorata L.
Ar. A.)
taqba. taqda (Mar.) Noaea mucronata A. Sf.
tarathīth (ar. W. M.) Cistanche lutea Lk. Hoffm.
tarbūsch-el-ghorāb Convolvulus arvensis L.
(Dam. A.)

⎰ Schanginia baccata Mq.T.


tartīr (Al. A.)
⎱ Schanginia hortensis Mq.T.

tartūr-el-bascha (C. S.) Tropaeolum majus L.


tartúf (C. Al.) Helianthus tuberosus L.
tartúth (Mar.) Terfezia Leonis Sal.
telghūdi. telaghūdi (Mar. Malabaila pumila B.
A., S.)
térmiss (Nilt. F. O.) Lupinus Termis F.
tiffáhh (Nilt.) Pyrus Malus L.
tiffáhh-el-uard (C.) Eugenia Jambos L.
tīl (Nilt.) Hibiscus cannabinus L.
tīl-schettāni (Unt. A. Hibiscus Trionum L.
Maire)
timmēr (ar. W. M., el-A. Erodium hirtum W.
A.)
!timmēr (ar. W. Huetāt) Erodium arborescens W.
tīn (Nilt. C. Al. O. el-Ar.) Ficus Carica L.
tīn-schōk (Nilt.) Opuntia Ficus indica Haw. (die
Frucht).
tirjāq-abjadd (C. Drog. Arum maculatum L. (Wurzelstock)
Forsk.)
tírmiss (Nilt. F. O.) Lupinus Termis F.
tirmiss-esch-schettān ⎰ Lupinus angustifolius L.
(Nilt. F. S., Forsk.) ⎱
Lupinus digitatus F.
tischq-el-almāss (C.) Asparagus officinalis L.
tomātem (Nilt. Al. C.) Lycopersicon esculentum Mill.
truff (C. Al.) Helianthus tuberosus L. (Knolle).
tschāï (C. Al. Nilt.) Thea sinensis L. (Blätter).
tūm (Nilt. O.) Allium sativum L.
tundub (Nilt., ar. W.) Capparis Sodada R.Br. (= C. decidua
Pax.)
turschēqa (Mar.) Trigonella stellata F.
turfāss (O. A.) Cistanche lutea Lk. Hoffm.
tūt-schāmi (Nilt. D.) Morus nigra L.

th
‫ث‬

thāghar (ar. W. M.) Morettia philaeana D.C.


thamām. eth-thamām Panicum turgidum D.
(ar. W. M., el-Ar. A.)
thirr (Al.) Noaea mucronata A. Sf.

tss
‫ص‬
tssabbār (Nilt.) Opuntia Ficus indica Haw.
tssabr. tssabbāra (Nilt.) Aloe vera L.
tssabūn-'afrīt (Nilt. A.) Gnaphalium luteoalbum L.
tssabūn-ghētt (Nilt., C., Euphorbia peploides L.
F.)
tssāfira (ar. W. M.) Cleome chrysantha Dcne.
tssaftssāf (Nilt.) Salix Safsaf F.
tssaftssāf-schar-el-bint Salix babylonica L.
(Unt. A. S.)
!tssamgh. tssamch (C. Acacia Seyal D. (Gummi).
Nilt.)
tssamgh (C.) Acacia arabica W. v. nilotica D.
(Gummi).
tssamgh-hhaschāb (C. Acacia Senegal W. (Gummi).
Drog.)
tssamch-neschaderi (C. Ferula tingitana L. (Harz).
Drog. Fig.)
tssandal-abjadd (C. Santalum album L. (Holz).
Drog. Forsk.)
tssandal-ahhmar (C. Pterocarpus santalinus L.fil. (Holz).
Drog. Forsk.)
tssantt. ssunt (Nilt.) Acacia arabica W. var. nilotica D.
tssferatān. tssferāt-edd- Cleome chrysantha Dcne.
ddān (ar. W. Kl.)
tssirr (el-Ar. A.) Noaea mucronata A. Sf.
tssnābar (C. Drog. Pinus Pinea L. (Fruchtzapfen).
Forsk.)
tssnōbar. tssenūbar (Al. Pinus halepensis Mill.
C.)
tssubbēr (Nilt.) Opuntia Ficus indica Haw.
tssufēr (C. Forsk.) Cassia Sophera L.

tt
‫ط‬

ttalch. ttalhh (Ob. A. Acacia Seyal D.


Ass.)
ttárfa (Nilt., ar. W.) Tamarix nilotica Bge.
ttartīr (el-Ar. A.) Mesembryanthemum Forsskalii H.

!ttarttīr (ar. W. Mterat- ⎰ Zygophyllum coccineum L.


Arab. Isth. A.) ⎱ Zygophyllum album L.

ttoróng (Nilt., C.), tturúng Citrus medica Risso.


(Nilt., C.)

u
‫و‬

uadda (C.) Solanum Gilo Raddi


uard (Nilt.) ⎰ Rosa damascena L.

Rosa gallica L.
uard-béledi (Nilt. F.) Rosa gallica L. var. aegyptiaca S.
uard-sseba'aūi (Nilt. C.) Rosa damascena Mill. var. corymbosa
Schf.
!'ūd (C. Drog.)

'ūd-en-ned.d (C. Drog.)
⎬ Aquilaria Agallocha Roxb. (Holz).
'ud-qaqaji (C. Drog. ⎭
Forsk.)
'ūd-etss-tssalīb (C. Paeonia officinalis Rtz. (Wurzel).
Drog.)
udhēna (Ros. A.) Plantago Coronopus L.
uudhēne (Nilt. F.) Scorpiurus muricatus L.

⎰ Plantago amplexicaulis Cav.


udhne (Al. S., A., Sq. S.)
⎱ Plantago Lagopus L.

uēhe (C. Forsk.) Reseda luteola L.


uēka (Nilt.) Hibiscus esculentus L.
uēqet-iblīss (Unt. A.) Epilobium hirsutum L.
uiddn (Nilt.) Kalanchoe deficiens A. Sf.
uīdhne (Nilt. F.) Scorpiurus muricatus L.
uidhnet-esch-schetān Ottelia alismoides Pers.
(Dam. D.)
uirk-edh-dhubb (ar. W. Euphorbia cornuta Pers.
Haut.)
uknah (Abq. A.) Colchicum Ritchii R.Br.
umm-leben (Nilt.) Anagallis arvensis L.

Você também pode gostar