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Revista Rede de Cuidados em Saúde ISSN-1982-6451

A HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE EXPOSIÇÃO


BIOLÓGICA: IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM DO
TRABALHO

THE HISTORY OF BRAZILIAN LEGISLATION ON BIOLOGICAL EXPOSURE:


IMPLICATIONS FOR THE NURSING OF WORK

CRISTIANE DE OLIVEIRA HENRIQUES1


1
Supervisora Centro de Terapia Intensiva Hospital São Lucas e Professora da
Universidade Severino Sombra- UNIFESO.

E-mail:[email protected]

RESUMO
Este trabalho é uma revisão bibliográfica cujo objetivo foi identificar a legislação
brasileira relacionada à exposição ocupacional a material biológico entre os
trabalhadores de saúde; e também, discutir as implicações para o enfermeiro do
trabalho no contexto de agente educador. Trata-se de uma pesquisa descritiva
exploratória de abordagem qualitativa, realizada através de levantamento
bibliográfico, onde a fonte primária de busca foram os sites do governo oficiais. Este
estudo possibilitou o reconhecimento das legislações específicas vigentes que
preconizam a exposição ocupacional a material biológico; e também, fortalece o
papel educador do enfermeiro do trabalho na prevenção e promoção da saúde do
trabalhador.

PALAVRAS CHAVE: Acidente de Trabalho. Risco Biológico. Enfermagem do


Trabalho. Legislação como assunto.

ABSTRACT
This work is a bibliographical review whose objective was to identify Brazilian
legislation related to occupational exposure to biological material among health
workers; And also, discuss the implications for the nurse practitioner in the context of
educator agent. This is an exploratory descriptive exploratory qualitative approach,
carried out through a bibliographic survey, where the primary source of search was
the official government websites. This study allowed the recognition of specific
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legislation in force that advocates occupational exposure to biological material; And


also, strengthens the educator role of the work nurse in the prevention and promotion
of workers' health.
KEYWORDS: Accident at Work. Biological risk. Nursing work. Legislation as subject

INTRODUÇÃO
Este trabalho a fim de demonstra que não é de hoje que sempre há
preocupação em editar normas jurídicas que respaldassem as atividades
laborativas. Segundo Amado (2013) é direito dos trabalhadores desenvolverem suas
atividades com segurança, pois a empresa é responsável pela adoção de medidas
coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, ante o
reconhecimento constitucional da existência do meio ambiente de trabalho.
Diante do que foi exposto, a equipe de enfermagem no desenvolver de suas
atividades diárias está exposta a riscos. Dentre eles, destacamos os: químicos,
físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e os psicossociais. Nos quais, o risco
biológico é o mais relacionado e incidente à prática dos profissionais de saúde, pois
há constante contato com fluídos biológicos que trazem para esses trabalhadores
grande probabilidade de adquirirem doenças como as hepatites B e C e a Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Há um longo caminho percorrido de legislações até chegarmos Portaria GM
nº 485 de 11 de novembro de 2005 que trata a Norma Regulamentadora N. 32 que
evidencia a prevenção da exposição aos riscos biológicos. No entanto, mesmo com
esforços existentes jurídicos, ainda são alarmantes os registros de acidentes de
trabalho e doenças profissionais no Brasil, com graves consequências para as
vítimas e seus familiares, sensibilizando negativamente a estrutura familiar nos
aspectos emocionais, sociais e econômicos.
Contudo, além de saber dos riscos a que está exposto no ambiente de
trabalho, o trabalhador também precisa conhecer as legislações trabalhistas no
sentido de identificar seus direitos e deveres e se integrar efetivamente no campo da
Saúde do Trabalhador. Evidenciamos o enfermeiro do trabalho como figura ativa e
atuante na proteção e prevenção dos possíveis agravos a saúde dos trabalhadores.
Para realização deste estudo foram traçados os seguintes objetivos:
Identificar as legislações brasileiras concernentes à exposição ocupacional a

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material biológico; E, discutir as implicações para a enfermagem do trabalho no


contexto de agentes educadores.
Os objetivos acima levantados para nortear este trabalho dão-se devido
valor as legislações mencionadas no decorrer desse estudo. Partiu também da
premissa que o profissional de enfermagem do trabalho faz parte deste processo de
veiculação da informação legal e é qualificado para colaborar com a prevenção a
partir de seu amadurecimento politico intelectual com as questões que nem sempre
são enfatizadas, mas que dão o alicerce a sua prática assistencial.

MÉTODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, realizada
através de levantamento bibliográfico, onde a fonte primária de busca são os sites
do governo oficiais. Adicionalmente, as fontes secundárias serão os artigos
científicos e os livros jurídicos que discutam as políticas de saúde no campo de
enfermagem do trabalho.
Esta busca dos artigos foi realizada através de levantamento bibliográfico no
site da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), sendo utilizado a base de Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), considerando as
literaturas referentes aos últimos cinco anos.
Os critérios de inclusão dos artigos foram: 1) artigos que versavam sobre
acidente biológico ou que trouxessem de forma explícita as implicações de tal
cuidado para a assistência de enfermagem; 2) artigos que abordavam questões
pertinentes às legislações brasileiras que versassem sobre acidente de trabalho.
Obedeceu a uma abordagem qualitativa que, segundo Santos et al. (2007),
são os estudos onde o pesquisador observa os fatos de forma direta, privilegiando o
contexto estudado. Geralmente procura pesquisar e representar a qualidade dos
discursos pesquisados.
Este trabalho foi construído detalhadamente, em três fases a seguir:
 Na primeira fase foi levantada da literatura, que de acordo com Santos
et al. (2007), o instrumento ideal de investigação é estipulado pelo pesquisador de
acordo com os resultados que pretende atingir. Assim, neste trabalho dentre os
materiais e instrumentos mais utilizados estão os endereços eletrônicos para busca
nos sites oficiais das normatizações das diversas legislações. Os descritores

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utilizados para busca foram: ACIDENTE DE TRABALHO; RISCO BIOLÓGICO;


ENFERMAGEM DO TRABALHO; LEGISLAÇÃO COMO ASSUNTO.
 Já na segunda fase foi realizada a leitura exploratória ou pré-leitura.
Conforme Lakatos (2003) é uma leitura de sondagem, tendo em vista localizar as
informações, uma vez que já se tem conhecimento de sua existência. Parte-se do
princípio de que um capítulo ou tópico trata de assunto que nos interessa, mas pode
omitir o aspecto relacionado diretamente com o problema que nos preocupa. A
leitura dos artigos possibilitou a identificação da temática envolvida, já as portarias
auxiliaram na correlação da idade cronológica do surgimento da legislação brasileira
referente a proteção da saúde do trabalhador. Ressalta-se que os livros auxiliaram
na melhor composição do trabalho.
 Na terceira e última fase, há a elaboração da correlação dos materiais
portarias, leis e decretos com suas designações.
Dessa forma, observa-se que há um vasto campo de trabalho e rico em
informações pertinentes a temática do estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Das Legislações Específicas, Acidente de Trabalho com Exposição Biológica e
Atuação do Enfermeiro do Trabalho
Conceituando Acidente de Trabalho
Para falar sobre a legislação de acidente trabalho, é necessário conceituar
primeiramente o que vem a ser tal evento. Segundo a definição legal da Lei
8.213/91, acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do
artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.
Assim, a definição legal define que o acidente de trabalho é uma abordagem
que pode causar dano a qualidade de vida do colaborador e de sua respectiva
família que enfrentam problemas associados a esta exposição.
Conceituando Acidente de Trabalho frente ao Risco Biológico
Miranda et al. (2011) diz que o risco da exposição está presente em
diferentes ambientes de trabalho, como Unidades Básicas de Saúde, hospitais,
clínicas, ambulatórios, consultórios odontológicos ou médicos e em serviços de
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saúde. No entanto, o ambiente hospitalar apresenta maior complexidade,


principalmente porque concentra pacientes com doenças infecciosas,
infectocontagiosas e parasitárias e, ainda, porque concentra um grande número de
trabalhadores.
Histórico das Legislações Brasileiras sobre Exposição Ocupacional frente ao
Risco Biológico
As normatizações das exposições ocupacionais através das portarias
ministeriais assumem um forte instrumento de regulação nesta área, definindo
assim, instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos.
Assim, é importante salientar, que oficialmente, no Brasil, em 1919 foi
aprovada a Lei 3.724, que é a primeira norma geral sobre acidentes de trabalho no
Brasil. Segundo Amado (2013), essa Lei considerava como acidente de trabalho “o
produzido por uma causa súbita, violenta, externa e involuntária no exercício do
trabalho, determinado de lesões coporaes ou perturbações funccionaes, que
constituam a causa única da morte ou perda total, ou parcial, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho ou a moléstia contrahida exclusivamente
pelo exercício do trabalho, quando este for de natureza a só por si causal-a, e desde
que determine a morte do operário, ou perda total, ou parcial, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.”.
Quanto ao risco biológico, listamos as leis e atos normativos infralegais que
tratam este assunto com grande ocorrência entre os trabalhadores da área de
saúde. Considera-se como risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional
a agentes biológicos (microrganismos, geneticamente modificados ou não; as
culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons).
Começa tratando o assunto pelo Artigo 200, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), com redação dada pela Lei n. 6.514, de 22 de Dezembro de 1977.
No que diz respeito a essa Lei, temos a Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 –
um ato que garante a fiel execução da Lei - . Dentro desta, temos as seguintes
normas regulamentadoras que tratam sobre a proteção e segurança do trabalho no
que tange ao risco biológico. São elas:
 A NR (Norma Regulamentadora) de número 4 define os Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT), cuja finalidade é promover a saúde e proteger a integridade do

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trabalhador no ambiente laboral, com a atuação de profissionais


especializados;
 A CIPA, Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, regulamenta na NR 5
a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, e suas ações
envolvem a elaboração do Mapa de Riscos e a organização anual da
Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho – SIPAT;
 Os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) são acessórios utilizados
usados pelo trabalhador como recomendação da NR 6 para assegurar a
proteção aos riscos susceptíveis no ambiente de trabalho;
 Já a Norma Regulamentadora de número 7, traz a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional – (PCMSO). em suas ações
focalizadas no trabalhador, contemplando desde a avaliação dos riscos até
as medidas necessárias frente aos mesmos;
 A NR 9, esta norma atua através da antecipação, reconhecimento, avaliação
e controle dos riscos ambientais que existem ou que possam existir no
ambiente de trabalho, visando a preservação da saúde dos profissionais.
estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);
 A NR 26 que estabelece a sinalização a sinalização de segurança que deve
ser usada no ambiente de trabalho para indicar diferentes locais/riscos, no
sentido de prevenir a ocorrência de acidentes.

Tem-se ainda, a Portaria nº 2616/GM de 12 de maio de 1998 que trata sobre


as questões relacionadas a diretrizes e normas para a prevenção e o controle das
infecções hospitalares. Tal instrumento legal destaca as ações mínimas necessárias
que devem ser desenvolvidas deliberada e sistematicamente com o intuito de reduzir
a carga de infecções hospitalares. Uma das medidas relacionadas é a lavagem das
mãos que é o ato frequente do serviço de enfermagem dentre outros profissionais de
saúde.

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Na Portaria nº 1339/GM de 18 de novembro de 1999, encontra-se a listagem


dos agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional, com suas respectivas
doenças que podem estar com eles relacionadas. Dentre os agentes etiológicos
identificados temos a categoria “Microrganismos e parasitas infecciosos vivos e seus
produtos tóxicos (Exposição ocupacional ao agente e/ou transmissor da doença, em
profissões e/ou condições de trabalho especificadas)”. Reforçando a contaminação
de acidentes biológicos por HIV, e também, hepatites virais.
Além dessas portarias mencionadas, temos a 1679/GM de 19 de setembro
de 2002 que dispõe sobre a estruturação da rede nacional de atenção integral à
saúde do trabalhador no SUS (Sistema Único de Saude). Que trata também sobre
os agravos provocados pela exposição a agentes biológicos: vírus, bactérias,
fungos, entre outros.
Reforçando a proteção dos trabalhadores, a Portaria nº 777/GM de 28 de
abril de 2004 traz a rede de serviços sentinela específica do SUS que objetiva
realizar os procedimentos técnicos de notificação compulsória de agravos à saúde
do trabalhador. Dentre os agravos de notificação compulsória, está no Inciso I na
terceira enumeração acidente com exposição a material biológico.
Diante das legislações e normatizações aqui expostas, ainda temos que
tratar sobre o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (GRSS). A
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) N. 306, de 7 de Dezembro de 2004 delimita
o que deve ser observado em âmbito nacional sobre o descarte de resíduos,
inclusive o biológico que está em nossa temática.
O gerenciamento dos RSS constitui-se em um conjunto de
procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de
bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de
minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos
gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à
proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos
recursos naturais e do meio ambiente.

Analisa-se essa RDC quanto à exigência em seu anexo Capítulo 4 –


Responsabilidades no item 2.4 – “Prover a capacitação e o treinamento inicial e de
forma continuada para o pessoal envolvido no gerenciamento de resíduos, objeto
deste Regulamento”.

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Veja que um dos objetivos deste trabalho é enfatizar uma das atribuições do
enfermeiro do trabalho de instruir os trabalhadores no uso de equipamento de
proteção individual (EPI), na prevenção de doenças do trabalho em harmonia,
complementabilidade e concordância com os outros profissionais de saúde do
trabalho e segurança do trabalho.
Seguindo o nicho de amparos legais de exposição ocupacional de risco
biológico tem-se a última portaria a ser tratada que é Portaria do Gabinete do
Ministro de nº 485 de 11 de novembro de 2005. Essa destaca a NR 32 – Segurança
e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde que estabelece tem por finalidade
estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles
que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. No Anexo I
classifica os agentes biológicos:
Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a
coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser
humano.
Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e
com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade.
Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios
eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar
doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem
sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade elevada de disseminação para a coletividade.
Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a
outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais
não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.

Já o Anexo II possui uma extensa tabela com a descrição de todos os


agentes biológicos envolvidos em uma possível exposição acidental.

CONCLUSÕES
É conhecido que a Lei 3.724/19 é a primeira norma geral sobre acidentes de
trabalho no Brasil. Dada a temática de exposição ocupacional ao risco biológico,
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tratamos a Consolidação das Leis do Trabalho com a Lei n. 6.514/77. Quanto a essa
Lei, a Portaria n. 3.214/78 traz as normas regulamentadoras que tratam sobre a
proteção e segurança do trabalho no que tange ao risco biológico. São elas: NR 4
(SESMT); NR 5 (CIPA); NR 6 (EPIs); NR 7 (PCMSO); NR 9 (PPRA) e a NR 26
(sinalizações de segurança).
Mais adiante, a Portaria n. 2616/98 que destaca as ações mínimas
necessárias que devem ser desenvolvidas deliberada e sistematicamente com o
intuito de reduzir a carga de infecções hospitalares.
Dentro do arsenal de instrumentos legais, encontra-se uma listagem dos
agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional na Portaria nº 1339/99.
A Portaria 1679/02 estrutura o SUS que possui uma rede nacional de
atenção integral à saúde do trabalhador.
Com base na rede de serviços sentinela específica do SUS, a Portaria nº
777/04 realiza os procedimentos técnicos de notificação compulsória de agravos à
saúde do trabalhador.
Resumidamente, a RDC N. 306 delimita o que deve ser observado sobre o
descarte de resíduos, inclusive o biológico. Fortalece a necessidade da capacitação
admissional e de forma permanente para todos os profissionais envolvidos no
processo de descarte de resíduos.
E por final, destaca-se a Portaria 485/05 que traz a NR 32 estabelecendo as
diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à
saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde.
Este estudo possibilitou o reconhecimento das legislações específicas
vigentes que preconizam a adoção de medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador. Apesar de todo conhecimento legal disponível,
permanece o desafio para que as medidas de prevenção sejam trabalhadas
rotineiramente nas empresas.
A condição insatisfatória do trabalho tem como consequência a perda da
capacidade laboral do trabalho em sua totalidade assim como pode ocasionar
doenças ocupacionais ou acidentes de trabalho que levam ao afastamento
temporário ou permanente do trabalho e de suas atividades habituais. Levar este
saber ao trabalhador deve fazer parte das medidas de prevenção. Nesta questão,
cabe ao enfermeiro, enquanto na liderança da equipe de saúde do trabalho, realizar

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ações educadoras de promoção e prevenção de saúde. É através da transmissão do


conhecimento que será possível modificar os hábitos de vida, adotando-se assim,
novos conceitos de saúde.

REFERÊNCIAS

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