Forca de Preensao Palmar e Dispneia em P

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DOI: http://dx.doi.org/10.17058/cinergis.v17i3.

7841

ISSN 2177-4005

Revista do Departamento de Educação Física e Saúde e do Mestrado em


Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul / Unisc
>> Ano 17 - Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2016

ARTIGO ORIGINAL

Força de Preensão Palmar e dispneia em pacientes


portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Handgrip Strenght and Dyspnea on patients with Chronic Obstrutive
Pulmonary Disease
Alessandra Emmanouilidis,1 Cássia da Luz Goulart,1 Diogo Fanfa Bordin,2 Natacha Angelica da Fonseca
Miranda,1 Dannuey Machado Cardoso,1 Andréa Lúcia Gonçalves da Silva,1 Dulciane Nunes Paiva1
1
Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.
2
Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil.

Recebido em: 26/06/2016 / Aceito em: 08/09/2016 / Publicado em: 30/09/2016


[email protected]

RESUMO ABSTRACT
Objetivo: avaliar a associação entre a disfunção Objective: to evaluate the association between pe-
muscular periférica de membros superiores e o nível de ripheral muscle dysfunction of the upper limbs and the
dispneia em portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva level of dyspnea in patients with Chronic Obstructive
Crônica (DPOC). Método: estudo transversal realizado Pulmonary Disease (COPD). Method: cross-sectional
com portadores de DPOC com estadiamento entre II study in COPD patients with stage between II and IV. The
e IV. A Força de Preensão Palmar (FPP) foi avaliada Handgrip Strength (HGS) was assessed using hydraulic
através de dinamômetro hidráulico. A dispneia foi men- dynamometer (Jamar®, California, USA). Dyspnea was
surada pela escala Medical Research Council (MRC). measured by the scale Medical Research Council (MRC).
Para análise estatística foi utilizado o Teste t Student For statistical calculations we used Student’s t test and
e o teste ANOVA One-way (p<0,05). Resultados: ANOVA One-way (p<0.05). Results: 34 patients were
foram avaliados 34 pacientes, com média de idade evaluated with a mean age of 62.7 ± 7.2 years and
de 62,7±7,2 anos e IMC de 26,7±6,9 Kg/m². O valor BMI 26.7 ± 6.9 kg/m². The average value of HGS in the
médio da FPP na mão dominante foi 28,0 ± 8,7 Kgf e dominant hand was 28.0 ± 8.7 kgf and non-dominant
da mão não-dominante, de 26,7± 7,7 Kgf (99,2% do 26.7 ± 7.7 kgf (99.2 % of predicted and 106.3 % of
predito e 106,3% do predito, respectivamente) sendo predicted, respectively) and this difference was sig-
esta diferença significante tanto para o valor absoluto nificant for both the absolute value (p<0.001) as for
(p<0,001) quanto para % do predito (p<0,001). Quanto the percentage of predicted (p<0.001). Regarding the
à escala de dispneia, 73,6% apresentaram MRC entre 2 dyspnea scale, 73.6 % had MRC between 2 and 3, in-
e 3, indicando dispneia a esforços moderados, e 20,6% dicating dyspnea to moderate effort, and 20.6 % were
classificaram-se com MRC 4, no qual dispneia impede classified with MRC 4, in which dyspnea prevents small
pequenos esforços. Entre os valores obtidos na FPP e o efforts. The values obtained in the HGS and the MRC
grau de dispneia da escala MRC não houve diferenças. dyspnea grade scale were similar. Closing remarks: in
Considerações finais: no presente estudo, os porta- this study patients with COPD showed no association
dores de DPOC não apresentaram associação entre a between peripheral muscle dysfunction of the upper
disfunção muscular periférica de membros superiores e limbs and level of dyspnea.
nível de dispneia. Keyword: COPD; Dyspnea; Functional Capacity.
Palavras-chave: DPOC; Dispneia; Membros Supe-
riores.

Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(3):214-218, jul./set. 2016 ISSN: 2177-4005


Exceto onde especificado diferentemente, a matéria publicada neste periódico é licenciada
sob forma de uma licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional. Páginas 01 de 05
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
não para fins de citação
FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E DISPNEIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Alessandra Emmanouilidis, Cássia da Luz Goulart, Diogo F. Bordin, Natacha A. F. Miranda, Dannuey M. Cardoso, Andréa L. Gonçalves da Silva, Dulciane N. Paiva.

INTRODUÇÃO agudização da doença em 30 dias prévios ao estudo e


diagnóstico de câncer de pulmão.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) Para compor o banco de dados desta pesquisa
é definida como uma doença prevenível e tratável, ca- foram coletadas as seguintes variáveis junto às avalia-
racterizando-se pela obstrução persistente geralmente ções clínicas computadorizadas dos pacientes: prova
progressiva, apresentando multiplicidade de sintomas.1 de função pulmonar espirometria, bem como os dados
Trata-se de uma resposta inflamatória anormal da fun- sociodemográficos e clínicos (sexo, idade, índice de
ção pulmonar, estando associada ao estreitamento das Massa Corporal (IMC), tempo de diagnostico, tabagis-
vias aéreas, destruição da parede alveolar e hipoxemia mo, carga tabágica, grau de escolaridade e índice de
sistêmica. Além de acometer os pulmões, a DPOC Body mass index (BODE).
causa inúmeras alterações, entre elas, a disfunção do
músculo esquelético,2 contribuindo assim para uma Força de Preensão Palmar
redução na força muscular periférica e das funções de
atividade física.3,4 Foi utilizado o dinamômetro hidráulico manual
De acordo com Ike et al. nos portadores de DPOC, (Jamar®, Califórnia, EUA) de acordo com as recomen-
as atividades de vida diárias mais simples que exigem o dações da The American Society of Hands Theraphists
uso dos membros superiores são pouco toleradas, em (ASHT) citado por Soares et al., (2012)9. Os pacientes
decorrência de alterações ventilatórias e metabólicas foram orientados a se manterem sentados, com ombro
significativas. O simples movimento de elevação dos abduzido e neutralmente rodado, cotovelo flexionado a
membros superiores altera o recrutamento da muscu- 90º, antebraço em posição neutra de prono-supinação e
latura ventilatória e postural, o que resulta em uma articulação do punho entre 0º e 30º de extensão. Foram
assincronia toracoabdominal, com piora da sensação executadas três medidas em ambos os membros, com
de dispneia, estando diretamente associada à redução tempo de descanso de 60 segundos entre cada medida,
da qualidade de vida, tornando-se progressiva com a calculando a média entre as medidas de cada membro
evolução da doença.5 separadamente, de acordo com a Sociedade Americana
A presença de dispneia, a diminuição da força de Terapeutas De Mão (SATM).
muscular e consequente perda de peso, condicionam
para uma intolerância ao exercício físico. O mesmo Escala de Dispneia
é amplamente aceito com o objetivo de melhorar a
capacidade de exercício com aumento da força e Foi utilizada a escala de estado funcional do Me-
resistência muscular, e a otimização da qualidade dical Research Council (MRC) modificada para avaliar
de vida. 6 Dentre os tratamentos propostos, o que quanto a dispneia afeta a funcionalidade e morbidade
mais limita a progressão da doença e minimiza suas dos pacientes, ou seja, suas atividades de vida diária.
disfunções, é a Reabilitação Pulmonar, podendo ser Essa escala se baseia nos graus das diferentes ativida-
aplicada em variadas circunstancias, englobando inú- des que levam a dispneia, variando entre e 0 à 4.
meros recursos e métodos de treinamento físico em
geral e muscular respiratório, abordando os principais Análise Estatística
problemas desta patologia.7
O entendimento das limitações funcionais em A análise estatística foi realizada através do sof-
decorrência da piora respiratória e física pode nortear tware Statistical Package for Social Sciences (SPSS
em condutas de intervenção para prevenir e tratar as 20.0). Os dados foram expressos em média±desvio
deficiências relacionadas à funcionalidade.8 Neste sen- padrão e distribuição de frequências, sendo anali-
tido, objetivou-se avaliar a associação entre a disfunção sados quanto à normalidade de distribuição através
muscular periférica de membros superiores e o nível de do teste de Shapiro-Wilk. Foi utilizado o teste T
dispneia em portadores de DPOC. de Student para amostras independentes para compa-
ração da FPP em valores absolutos vs. preditos. Para
comparar a FPP na subdivisão de grupos através do
MÉTODO MRC e índice BODE foi utilizado o teste ANOVA One-
-way. Para significância estatística foi adotado um
Trata-se de um estudo transversal e amostragem p< 0,05.
por conveniência, composto por 34 portadores de
DPOC, ingressantes do Programa de Reabilitação Car-
diorrespiratória do Hospital Santa Cruz (HSC), Santa
Cruz do Sul – RS. Esta pesquisa foi devidamente apro-
RESULTADOS
vada pelo Comitê de Ética e Pesquisa nº 435.093/2013
da Universidade de Santa Cruz do Sul. A amostra do estudo foi composta por 34 portado-
Foram incluídos no estudo, os sujeitos com idade res de DPOC cujos dados sociodemográficos e clínicos
acima de 40 anos, com diagnóstico médico de DPOC estão descritos na Tabela 1.
estabelecido, mediante a prova de função pulmonar Em relação à FPP, a mão dominante apresentou
espirometrica e estáveis clinicamente. Foram excluídos valores superiores à mão não dominante, tanto em
aqueles com desordens musculoesqueléticas, sequelas valores absolutos, quanto em percentual do predito; já,
neurológicas que afetassem o aparelho locomotor, no que diz respeito à escala de dispneia, a maioria dos
déficit cognitivo, lesões cutâneas em região do pé, pacientes apresentou MRC entre 2 e 3, (Tabela 2).

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FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E DISPNEIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Alessandra Emmanouilidis, Cássia da Luz Goulart, Diogo F. Bordin, Natacha A. F. Miranda, Dannuey M. Cardoso, Andréa L. Gonçalves da Silva, Dulciane N. Paiva.

Tabela 1 - Características clínicas e sociodemográficas Tabela 2 - Caracterização da amostra através da FPP e MRC.
dos portadores de DPOC. Variáveis N (%)
Variáveis N=34 FPP MD (Kgf)* 28,0 ± 8,7
Sexo Masculino, n (%) 18 (52,9) FPP MD (% predito)* 93,2 ± 27,3
Idade (anos) 62,7±7,2 FPP MND (Kgf)* 26,7 ± 7,7
IMC 26,7±6,9 FPP MND(% predito)* 99,3 ± 26,6
Magreza, n (%) 07 (20,6) MRC 2,6 ± 0,8
Eutrófico, n (%) 11 (32,4) 1 n (%) 0 (0)
Obesidade, n (%) 16 (47,1) 2 n (%) 2 (5,9)
Escolaridade, n (%) 3 n (%) 14 (41,2)
Analfabeto 02 (5,9) 4 n (%) 11 (32,4)
Ensino Fundamental Incompleto 18 (52,9) 5 n (%) 7 (20,6)
Ensino Fundamental Completo 09 (26,5) Dados expressos em média ± desvio padrão; FPP_MD (Força de Preensão Palmar Mão
Dominante); FPP_MND (Força de Preensão Palmar em Mão não Dominante); Escala de
Ensino Médio Incompleto 02 (5,9)
Dispneia MRC (Medical Research Counci); Kgf (kilograma força); *diferença significativa
Ensino Médio Completo 03 (8,8) tanto para o valor absoluto (p<0,001) quanto para % do predito (p<0,001).
Tabagismo, n (%)
Ex-fumante 27 (79,4) Entre os valores obtidos na FPP e o grau de disp-
Fumante 07 (20,6) neia da escala MRC não houve diferenças, quanto à FPP,
Tempo de Tabagismo (anos) 36±9,6 quando estratificada em grupos pelo MRC (Figura 1).
Parou há quanto tempo (meses) 42 (1 – 516) Quando estratificados pelo índice de BODE, os
Índice de BODE 3,4±2,0
pacientes do primeiro quartil possuem uma média de
Quartil I, n (%) 11 (33,3)
FPP MD superior em relação aos outros pacientes dos
Quartil II, n (%) 15 (45,5)
demais quartis (Figura 2).
Quartil III, n (%) 05 (15,2)
Quartil IV, n (%) 02 (6,1)
Dados expressos em média ± desvio padrão; n (%): número amostral (frequência);
mediana com valor mínimo e máximo; DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). DISCUSSÃO
IMC (Índice de Massa Corporal); Classificação do IMC; índice de BODE: Body mass
index, Obstrução, Dispneia, Exercício; Quartil I: 0 a 2 pontos; Quartil II: 3 a 4 pon-
Neste estudo, verificou-se maior tendência de
tos; Quartil III: 5 a 6 pontos; Quartil IV: 7 a 10 pontos. dispneia para aqueles pacientes com uma FPP reduzida,

FPP_D: Força de Preensão Palmar Domi-


nante; FPP%D: Força de Preensão Palmar
Mão Dominante Predito; FPP_ND: Força de
Preensão Palmar não Dominante; FPP%ND:
Força Preensão Palmar Mão não Dominante
Predito; Escala de dispneia MRC (Medical
Research Council); Kgf (kilograma força).

Figura 1 - Comparação entre FPP e MRC dos portadores de DPOC avaliados.

FPP MD (Força de Preensão Palmar Mão


Dominante); FPP MND (Força de Preensão
Palmar Mão não Dominante); FPP MD %
(Força de Preensão Palmar Mão Dominante
Predito); FPP MND % (Força de Preensão
Palmar Mão não Dominante Predito); Quartil I:
0 a 2 pontos; Quartil II: 3 a 4 pontos; Quartil
III: 5 a 6 pontos; Quartil IV: 7 a 10 pontos.
Figura 2 - Valores do FPP quando estratificados pelo índice de BODE.

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bem como uma piora da sobrevida em portadores de CONSIDERAÇÕES FINAIS


DPOC. Ainda detectamos que a FPP apresentou valores
significativos maiores na mão dominante em relação à Os portadores de DPOC que apresentaram uma
mão não dominante, o que vem ao encontro de estudos menor FPP na mão dominante e não-dominante obtive-
realizados previamente.10,11 Godoy et al. (2004)12 afir- ram uma maior tendência de dispneia, bem como uma
mam que a mão direita é significativamente mais forte piora da sobrevida. Mais estudos são necessários para
(em média 10%) que a esquerda em pessoas que apre- identificar o quanto à força de pressão palmar pode
sentam dominância direita, podendo ser atribuída ao influenciar o desempenho no Teste de Caminhada de
fato de ser o membro dominante e por isso estar sujeito Seis Minutos (TC6M) nesta população.
a maior treino para realização de tarefas relacionadas
com as atividades de vida diária (AVDs).
Em relação à dispneia, a maioria dos pacientes REFERÊNCIAS
apresentou MRC 2 e 3. No estudo de Nishimura13, a 1. GOLD – Global Initiative for Chronic Obstructive Lung
mesma foi considerada preditor de sobrevida e deve ser Disease. Global Strategy for the Diagnoses, management,
incluída como variável para a avaliação de mortalidade and prevention of Chronic Obstructive Pulmonary Disease
em pacientes DPOC. Os resultados encontrados neste updated 2016.
estudo corroboram os achados dos autores Kunikoshita 2. Shah S, Nahar P, Vaidya S, Salvi S. Upper limb muscle strength
et al.14 e Ries,15 os quais sugerem que a melhora do & endurance in chronic obstructive pulmonary disease. Indian
condicionamento físico global é responsável pela di- Journal of Medical Research 2013;138(4):492-496.
minuição da produção de ácido lático para o mesmo 3. Gosselink R, De Vos J, van den Heuvel SP, Segers J,
nível de atividade física, induzindo a um menor estímulo Decramer M, Kwakkel G. Impact of inspiratory muscle
ventilatório, o que reflete em diminuição da dispneia training in patients with COPD: what is the evidence?
durante aos esforços, mas também outros fatores po- European Respiratory Society 2011;37(2):416-425. doi:
dem estar associados, como a melhora da coordenação 10.1183/09031936.00031810.
dos músculos participantes da elevação dos membros 4. GOLD – Global Initiative for Chronic Obstructive Lung
superiores e adaptações metabólicas. Outro ponto im- Disease. Global Strategy for the Diagnoses, management,
portante é que pacientes com perda de peso desenvol- and prevention of Chronic Obstructive Pulmonary Disease
vem maior intensidade de dispneia quando comparado updated 2014. Disponível em: www.goldcopd.org.
à pacientes sem alteração de massa corporal, mesmo 5. Ike D, Jamami M, Marino DM, Ruas G, Pessoa BV; Lorenzo
com limitação de fluxo aéreo semelhante.16 VAP. Efeitos do exercício resistido de membros superiores na
Quando comparada à FPP com a MRC, mesmo força muscular periférica e na capacidade funcional do paciente
sendo estratificada entre os grupos, não apresentou com DPOC. Fisioterapia em Movimento 2010;23(3):429-
resultados significativos, tendo em vista que a melhora 437, 2010. doi: 10.1590/S0103-51502010000300010.
do desempenho muscular respiratório e periférico cor- 6. Daga MK, Khan NA, Malhotra V, Kumar S, Mawari G, Hira HS.
relaciona-se ao aumento da capacidade aeróbica.17 As Study of Body Composition, Lung Function, and Quality of Life
extremidades superiores encontram-se mais envolvidas Following Use of Anabolic Steroids in Patients With Chronic
nas AVDs, o que torna a musculatura mais requerida e, Obstructive Pulmonary Disease. Nutrition in Clinical Practice
consequentemente, com a sua função mais preservada.18 2014;29(2):238-245. doi: 10.1177/0884533614522832.
Ao ser avaliada a FPP em relação ao Índice de 7. Wehrmeister FC, Knorst M, Jardim JR, Macedo SEC,
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apresentaram melhores resultados na FPP, visto que Pulmonar em pacientes com DPOC. Jornal Brasileiro de
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diária acrescem o grau de mortalidade. Pitta et al.19 veri- 37132011000400017.
ficaram, em pacientes gravemente comprometidos pela 8. Martin FG, Nebuloni CC, Najas MS. Correlação entre estado
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de inatividade física. A existência da maior pontuação Brasileira de Geriatria e Gerontologia 2012;15(3):493-504.
do BODE para os pacientes com DPOC, considerados 9. Soares AV, Júnior JMC, Fachini J, Domenech SC, Júnior
inativos fisicamente, sugere o conceito de que a inativi- NGB. Correlação entre os Testes de Dinamometria de
dade pode aumentar o risco de morte e acarretar piora Preensão Manual, Escapular e Lombar. Acta Brasileira do
da capacidade funcional e do grau de dispneia, limitan- Movimento Humano 2012;2(1):65-72.
do as atividades de vida diária e colaborando para uma 10. Caporrino FA, Faloppa F, Santos JBG, Réssio C, Soares
deterioração da qualidade de vida desses pacientes, FHCS, Nakachima LR, et al. Estudo populacional da força de
tornando essencial a inserção desses na prática de ativi- preensão palmar com dinamômetro Jamar. Revista Brasileira
dade física.20 Em razão disso, a grande importância dos de Ortopedia 1998;33(2):150-154.
programas de reabilitação pulmonar, os quais incluem 11. Luna-heredia E, Martín-Peña G, Ruiz-Galiana J. Handgrip
o treinamento específico da musculatura respiratória e dynamometry in healthy adults. Clinical Nutrition
das extremidades superiores e inferiores, e promovem 2005;24(2):250-8.
a melhora da função muscular e da qualidade de vida 12. Godoy JRP, Barros JF, Moreira D, Júnior WS. Força de
(MADOR et al, 2004). aperto da preensão palmar com o uso do dinamômetro
As limitações que devem ser elencadas e observadas Jamar: revisão de literatura. Revista digital 2004;10(79).
são que não foi possível avaliar o número de exacerbações 13. Nishimura K, Izumi T, Tsukino M, Oga T.. Dyspnea is a
ao longo do estudo e o tratamento farmacológico utilizado better predictor of 5-year survivalthan airway obstruction in
e suas possíveis correlações entre PFF e MRC. patients with COPD. CHEST 2002;121(5):1434-1440.

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Como citar: EMMANOUILIDIS, Alessandra et al. Força de preensão palmar e dispneia em pacientes portadores de doença
pulmonar obstrutiva crônica. Cinergis, Santa Cruz do Sul, v. 17, n. 3, set. 2016. ISSN 2177-4005. Disponível em: <https://
online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/7841>. Acesso em: 11 out. 2016. doi:http://dx.doi.org/10.17058/ciner-
gis.v17i3.7841.

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