Forca de Preensao Palmar e Dispneia em P
Forca de Preensao Palmar e Dispneia em P
Forca de Preensao Palmar e Dispneia em P
7841
ISSN 2177-4005
ARTIGO ORIGINAL
RESUMO ABSTRACT
Objetivo: avaliar a associação entre a disfunção Objective: to evaluate the association between pe-
muscular periférica de membros superiores e o nível de ripheral muscle dysfunction of the upper limbs and the
dispneia em portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva level of dyspnea in patients with Chronic Obstructive
Crônica (DPOC). Método: estudo transversal realizado Pulmonary Disease (COPD). Method: cross-sectional
com portadores de DPOC com estadiamento entre II study in COPD patients with stage between II and IV. The
e IV. A Força de Preensão Palmar (FPP) foi avaliada Handgrip Strength (HGS) was assessed using hydraulic
através de dinamômetro hidráulico. A dispneia foi men- dynamometer (Jamar®, California, USA). Dyspnea was
surada pela escala Medical Research Council (MRC). measured by the scale Medical Research Council (MRC).
Para análise estatística foi utilizado o Teste t Student For statistical calculations we used Student’s t test and
e o teste ANOVA One-way (p<0,05). Resultados: ANOVA One-way (p<0.05). Results: 34 patients were
foram avaliados 34 pacientes, com média de idade evaluated with a mean age of 62.7 ± 7.2 years and
de 62,7±7,2 anos e IMC de 26,7±6,9 Kg/m². O valor BMI 26.7 ± 6.9 kg/m². The average value of HGS in the
médio da FPP na mão dominante foi 28,0 ± 8,7 Kgf e dominant hand was 28.0 ± 8.7 kgf and non-dominant
da mão não-dominante, de 26,7± 7,7 Kgf (99,2% do 26.7 ± 7.7 kgf (99.2 % of predicted and 106.3 % of
predito e 106,3% do predito, respectivamente) sendo predicted, respectively) and this difference was sig-
esta diferença significante tanto para o valor absoluto nificant for both the absolute value (p<0.001) as for
(p<0,001) quanto para % do predito (p<0,001). Quanto the percentage of predicted (p<0.001). Regarding the
à escala de dispneia, 73,6% apresentaram MRC entre 2 dyspnea scale, 73.6 % had MRC between 2 and 3, in-
e 3, indicando dispneia a esforços moderados, e 20,6% dicating dyspnea to moderate effort, and 20.6 % were
classificaram-se com MRC 4, no qual dispneia impede classified with MRC 4, in which dyspnea prevents small
pequenos esforços. Entre os valores obtidos na FPP e o efforts. The values obtained in the HGS and the MRC
grau de dispneia da escala MRC não houve diferenças. dyspnea grade scale were similar. Closing remarks: in
Considerações finais: no presente estudo, os porta- this study patients with COPD showed no association
dores de DPOC não apresentaram associação entre a between peripheral muscle dysfunction of the upper
disfunção muscular periférica de membros superiores e limbs and level of dyspnea.
nível de dispneia. Keyword: COPD; Dyspnea; Functional Capacity.
Palavras-chave: DPOC; Dispneia; Membros Supe-
riores.
Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(3):214-218, jul./set. 2016 ISSN: 2177-4005 Páginas 02 de 05
não para fins de citação
FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E DISPNEIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Alessandra Emmanouilidis, Cássia da Luz Goulart, Diogo F. Bordin, Natacha A. F. Miranda, Dannuey M. Cardoso, Andréa L. Gonçalves da Silva, Dulciane N. Paiva.
Tabela 1 - Características clínicas e sociodemográficas Tabela 2 - Caracterização da amostra através da FPP e MRC.
dos portadores de DPOC. Variáveis N (%)
Variáveis N=34 FPP MD (Kgf)* 28,0 ± 8,7
Sexo Masculino, n (%) 18 (52,9) FPP MD (% predito)* 93,2 ± 27,3
Idade (anos) 62,7±7,2 FPP MND (Kgf)* 26,7 ± 7,7
IMC 26,7±6,9 FPP MND(% predito)* 99,3 ± 26,6
Magreza, n (%) 07 (20,6) MRC 2,6 ± 0,8
Eutrófico, n (%) 11 (32,4) 1 n (%) 0 (0)
Obesidade, n (%) 16 (47,1) 2 n (%) 2 (5,9)
Escolaridade, n (%) 3 n (%) 14 (41,2)
Analfabeto 02 (5,9) 4 n (%) 11 (32,4)
Ensino Fundamental Incompleto 18 (52,9) 5 n (%) 7 (20,6)
Ensino Fundamental Completo 09 (26,5) Dados expressos em média ± desvio padrão; FPP_MD (Força de Preensão Palmar Mão
Dominante); FPP_MND (Força de Preensão Palmar em Mão não Dominante); Escala de
Ensino Médio Incompleto 02 (5,9)
Dispneia MRC (Medical Research Counci); Kgf (kilograma força); *diferença significativa
Ensino Médio Completo 03 (8,8) tanto para o valor absoluto (p<0,001) quanto para % do predito (p<0,001).
Tabagismo, n (%)
Ex-fumante 27 (79,4) Entre os valores obtidos na FPP e o grau de disp-
Fumante 07 (20,6) neia da escala MRC não houve diferenças, quanto à FPP,
Tempo de Tabagismo (anos) 36±9,6 quando estratificada em grupos pelo MRC (Figura 1).
Parou há quanto tempo (meses) 42 (1 – 516) Quando estratificados pelo índice de BODE, os
Índice de BODE 3,4±2,0
pacientes do primeiro quartil possuem uma média de
Quartil I, n (%) 11 (33,3)
FPP MD superior em relação aos outros pacientes dos
Quartil II, n (%) 15 (45,5)
demais quartis (Figura 2).
Quartil III, n (%) 05 (15,2)
Quartil IV, n (%) 02 (6,1)
Dados expressos em média ± desvio padrão; n (%): número amostral (frequência);
mediana com valor mínimo e máximo; DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). DISCUSSÃO
IMC (Índice de Massa Corporal); Classificação do IMC; índice de BODE: Body mass
index, Obstrução, Dispneia, Exercício; Quartil I: 0 a 2 pontos; Quartil II: 3 a 4 pon-
Neste estudo, verificou-se maior tendência de
tos; Quartil III: 5 a 6 pontos; Quartil IV: 7 a 10 pontos. dispneia para aqueles pacientes com uma FPP reduzida,
Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(3):214-218, jul./set. 2016 ISSN: 2177-4005 Páginas 03 de 05
não para fins de citação
FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E DISPNEIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Alessandra Emmanouilidis, Cássia da Luz Goulart, Diogo F. Bordin, Natacha A. F. Miranda, Dannuey M. Cardoso, Andréa L. Gonçalves da Silva, Dulciane N. Paiva.
Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(3):214-218, jul./set. 2016 ISSN: 2177-4005 Páginas 04 de 05
não para fins de citação
FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E DISPNEIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Alessandra Emmanouilidis, Cássia da Luz Goulart, Diogo F. Bordin, Natacha A. F. Miranda, Dannuey M. Cardoso, Andréa L. Gonçalves da Silva, Dulciane N. Paiva.
14. Kunikoshita LN, Silva YP, Silva TLP, Costa D, Jamami M. 18. American Thoracic Society – ATS. Standards for the
Effects of three respiratory physical therapy programs on Diagnosis and Management of Patients with COPD.
patients with COPD. Revista Brasileira de Fisioterapia 2006; European Respiratory Society Task Force, 2006.
10(4):449-455. 19. Pitta F, Troosters T, Probst VS, Lucas S, Decramer M,
15. Ries AL, Bauldoff GS, Carlin BW, Casaburi R, Emery CF, Gosselink R. Potential consequences for stable chronic
Mahler DA, et al. Pulmonary Rehabilitation: Joint ACCP/ obstructive pulmonary disease patients who do not get the
AACVPR Evidence-Based Clinical Practice Guidelines. Chest recommended minimum daily amount of physical activity.
2007;131(5):4S-42S. Jornal Brasileiro de Pneumologia 2006;32(4):301-308.
16. Sahebjami H, Doers JT, Render ML, Bond TL. Anthropometric 20. Machado FRL, Corrêa KS, Rabahi MF, Efeitos do exercício
and pulmonary function test profile of our patients wuth físico combinado na dispneia, capacidade funcional e
stable chronic obstructive pulmonary disease. American qualidade de vida de pacientes com DPOC em uma clínica
Journal of Medicine 1993;94(5):469-474. privada. Assobrafir Ciência 2011;2(2):19-28.
17. Newall C, Stockley RA, Hill SL. Exercise training and 21. Mador MJ, Bozkanat E, Aggarwal A, Shaffer M, Kufel TJ..
inspiratory muscle training in patients with bronchiectasis. Endurance and Strength Training in Patients With COPD,
Thorax 2005;60:943-948. Chest 2005;125(6):2036-2045.
Como citar: EMMANOUILIDIS, Alessandra et al. Força de preensão palmar e dispneia em pacientes portadores de doença
pulmonar obstrutiva crônica. Cinergis, Santa Cruz do Sul, v. 17, n. 3, set. 2016. ISSN 2177-4005. Disponível em: <https://
online.unisc.br/seer/index.php/cinergis/article/view/7841>. Acesso em: 11 out. 2016. doi:http://dx.doi.org/10.17058/ciner-
gis.v17i3.7841.
Cinergis, Santa Cruz do Sul, 17(3):214-218, jul./set. 2016 ISSN: 2177-4005 Páginas 05 de 05
não para fins de citação