TCC Ezequiel Kleinschmitt

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CAMPUS DE CURITIBANOS

CURSO DE AGRONOMIA

EZEQUIEL KLEINSCHMITT

DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO MILHO (Zea


mays) EM RESPOSTA À INOCULAÇÃO DE Azospirillum brasilense E AO USO
DE FERTILIZANTES BIOINDUTORES

CURITIBANOS

2018
EZEQUIEL KLEINSCHMITT

DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO MILHO (Zea


mays) EM RESPOSTA À INOCULAÇÃO DE Azospirillum brasilense E AO USO
DE FERTILIZANTES BIOINDUTORES

Trabalho de Conclusão de Curso de


Graduação de Agronomia, do Centro de
Ciências Rurais da Universidade Federal de
Santa Catarina como requisito para a
obtenção do Título de Bacharel em
Agronomia. Orientador(a): Profª. Dra. Sonia
Purin da Cruz.

Curitibanos

2018
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração
Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Kleinschmitt, Ezequiel

Desenvolvimento e produtividade da cultura do milho


(Zea mays) em resposta à inoculação de Azospirillum
brasilense e ao uso de fertilizantes bioindutores /
Ezequiel Kleinschmitt ; orientador, Sonia Purin da Cruz,
2018.

49 p.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) -

Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências


Agrárias, Graduação em Agronomia, Florianópolis, 2018.
Inclui referências.
1. Agronomia. 2. Cultura do milho. 3. Inoculação
microbiana. 4. Fertilizantes bioindutores. I. Purin da
Cruz, Sonia. II. Universidade Federal de Santa Catarina.

Graduação em Agronomia. III. Título.


SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA


CAMPUS DE CURITIBANOS
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
Coordenação do Curso de Graduação em Agronomia
Rodovia Ulysses Gaboardi km3
CP: 101 CEP: 99520-000 - Curitibanos - SC
TELEFONE (048) 3721—2178 E-mail: [email protected]

EZEQUIEL KLEINSCHMITT

DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO MILHO


(Zea mays) EM RESPOSTA À INOCULAÇÃO DE Azospirillum brasilense E
AO USO DE FERTILIZANTES BIOINDUTORES

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado ao Colegiado do Curso de Agronomia,
do Campus de Curitibanos da Universidade
Federal de Santa Catarina, como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Agronomia.

Orientador(a): Sonia Purin da Cruz.

Data da defesa: 08 de junho de 2018


MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA:

Presidente e Orientador: Sonia Purin da Cruz


Titulação: Ph.D.
Área de concentração: Microbiologia Ambiental e Aplicada
Instituição: UFSC - Campus Curitibanos

Membro Titular: Priscila Stocco Theodoro


Titulação: Mestre
Área de concentração: Ciência do Solo
Instituição: UDESC

Membro Titular: Ana Carolina Lovatel


Titulação: Mestre
Área de concentração: Ciência do Solo Instituição: UDESC

Local: Universidade Federal de Santa Catarina - Campus de Curitibanos


AGRADECIMENTOS

- Primeiramente a Deus pela minha vida, saúde e força para superar e vencer mais esta
batalha.

- A minha família, pelo carinho, incentivo е apoio. A meu pai Hélio e a minha mãe Hulda
que me educaram e ensinaram a encarar as dificuldades, sempre me dando incentivo e
força nas horas difíceis, de desânimo е cansaço.

- Aos colegas de projeto de extensão Joatan Césare Andrades Clamer, José Filipe Maciel,
Maurício Rosa Magro e Ana Rosa França.

- A Universidade Federal de Santa Catarina – Campus de Curitibanos pela oportunidade


e contribuição valiosa na minha vida.

- Aos professores e docentes da Universidade, que foram peças importantes para minha
formação acadêmica e pessoal.

- Agradeço em especial a minha orientadora Prof. Dra. Sonia Purin da Cruz, por
proporcionar oportunidades de conhecer novas áreas de estudo, por todo seu empenho e
dedicação, pelo apoio e confiança, ensinando e mostrando a valia de ser um profissional
dedicado e responsável.

- A empresa Total Biotecnologia Indústria e Comércio Ltda, que colaborou muito e


permitiu a realização do referido trabalho.

- E a todos que de alguma forma fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado.
Resumo
Com a constante inovação no setor agropecuário, principalmente em busca de maior
produção e redução de custos, surge um crescente interesse pelo uso de inoculantes
contendo bactérias promotoras de crescimento de plantas e de fertilizantes bioindutores.
Essas técnicas mostram-se como boas alternativas para alavancar produtividades e
proporcionar bons rendimentos econômicos e sociais, sem causar danos ao meio
ambiente. Este trabalho foi conduzido com objetivo de observar os resultados e respostas
da cultura do milho (Zea mays), quanto ao seu desenvolvimento e produtividade, quando
submetida às aplicações de produtos de interesses agronômico e comercial, desenvolvidos
pela empresa Total Biotecnologia. O experimento foi implantado em condições de campo
em uma propriedade rural no município de Ponte Alta - SC, na localidade de Faxinal
Paulista e a semeadura do milho ocorreu em outubro de 2016. O delineamento
experimental utilizado foi o de blocos casualizados com 8 tratamentos e 5 repetições, com
parcelas de 29,25m², sendo 6,5 m de comprimento por 4,5 m de largura e espaçadas entre
si por 1 m. Os tratamentos foram: T1: testemunha, sem adubação nitrogenada em
cobertura; T2: 75% da dose de N em cobertura (300 kg de uréia/ha); T3: 100% da dose
de N em cobertura (400 kg de uréia/ha); T4: 75% de N em cobertura com inoculação
(Azospirillum brasilense) das sementes na dose de 100ml/60.000 sementes; T5: 75% de
N, produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000 sementes; T6: 75% de
N, Produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000 sementes + produto
Simetria® aplicado na dose de 200ml/ha em pulverização sobre a linha de plantio até V6;
T7: 75% N, Produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000 sementes +
Produto Stamina® aplicado na dose de 200ml/ha em pulverização sobre a linha de plantio
até V6; T8: 75% N, Produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000
sementes + os produtos Stamina® e Simetria® aplicados na dosagem de 200ml/ha cada,
em pulverização sobre a linha de plantio até V6. Avaliou-se altura de inserção da primeira
espiga, altura total das plantas, massa da parte aérea seca, N da parte aérea e grãos e a
produtividade. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as
médias comparadas pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Foram
detectadas diferenças significativas para as variáveis altura de plantas e altura de inserção
da primeira espiga, onde os tratamentos 1, 2, 3 e 4 promoveram médias superiores aos
demais. O tratamento 6 diferiu significativamente em relação ao T1, T2 e T3, com uma
produtividade 18,4% superior à testemunha. Espera-se que os resultados deste trabalho
possam contribuir para um maior conhecimento sobre as respostas da cultura do milho ao
uso de fertilizantes bioindutores e à inoculação em estudo e, que essas técnicas possam
contribuir na obtenção de boas produtividades da cultura de forma economicamente
viável.

Palavras chave: Total Biotecnologia, Inoculantes, Produtividade.


Abstract
Along with innovations in agricultural and livestock sector, mainly in search of higher
yield and reduced costs, attention to the used of inoculants and bio-inducers rises. These
techniques are good alternatives to increase crop yield without harming the environment,
and also to positively impact economy and social development. This study was conducted
with the aim to observe growth and yield responses of corn (Zea mays) when cultivated
with products developed by Total Biotecnologia. The experiment was conducted in Ponte
Alta – SC, in an completely randomized block design with eight treatments and five
repetitions. Each experimental unit measured 29.25m2 (6.5x4.5m). Treatments employed
were: T1: control, with no nitrogen fertilization; T2: 75% of the recommended N
fertilization (300 kg/ha); T3: 100% of the recommended N fertilization (400 kg/ha); T4:
75%N + bio-inducer Raiz (applied at 100ml/60,000 seeds); T5: 75%N + bio-inducer Raiz
(applied at 100ml/60,000 seeds) and Simetria (200ml/ha applied on row up to V6 stage);
T6: 75%N + bio-inducer Raiz (applied at 100ml/60,000 seeds) and Stamina (200ml/ha
applied on row up to V6 stage); T7: 75%N + bio-inducer Raiz (applied at 100ml/60,000
seeds) and both Simetria + Stamina (each at 200ml/ha applied on row up to V6 stage);
and T8: 75%N + bio-inducer Raiz (applied at 100ml/60,000 seeds) + Stamina and
Simetria (200ml/ha applied on row up to V6 stage). We evaluated plant height, ear
insertion height, shoot dry weight and yield. Results were submitted to ANOVA and
means were separated by the Scott Knott test at 5%. Values of plant height and ear
insertion height were higher in treatments 1 through 4. Regarding grain yield, T6 had the
highest mean, 18.4% more than T1 and T3. As the main objective of corn producers is to
have high yield combined with lower costs, we may state that farmers can reduce nitrogen
fertilization by 25% and still harvest 2,812 kilograms more grains if using both products,
Simetria and Stamina.

Keywords: Total Biotecnologia, Inoculation, Yield.


Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 9

1.1 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 11

1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 11


1.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 11

2.1 IMPORTÂNCIA DA CULTURA DO MILHO .................................................................... 11

2.2 BACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO DE PLANTAS ................................ 13

2.2.1 A técnica da inoculação de sementes e as bactérias do gênero Azospirillum ....... 14


2.3 BIOINDUÇÃO ..................................................................................................................... 15

3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 18

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................. 18

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS.............................................. 19

3.3 COLETA DE DADOS E AVALIAÇÕES ............................................................................ 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 30

4.1 ALTURA TOTAL, ALTURA DE INSERÇÃO DA PRIMEIRA ESPIGA E MASSA DA


PARTE AÉREA SECA............................................................................................................... 30

4.2 NITROGÊNIO DA PARTE AÉREA ................................................................................... 34

4.3 PRODUTIVIDADE E TEORES DE NITROGÊNIO NOS GRÃOS ................................... 36

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 43

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 44

ANEXOS .................................................................................................................................... 49
9

1 INTRODUÇÃO

A cultura do milho é uma das culturas mais importantes mundialmente, do ponto


de vista econômico e social. De maneira primordial, está inserida na estrutura da cadeia
produtiva do agronegócio brasileiro. O milho é atualmente cultivado em todas as
microrregiões do Brasil, o qual é atualmente o terceiro maior produtor mundial do cereal,
sendo que na safra 2016/2017 o país atingiu uma produção estimada em 98,5 milhões de
toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos (384,8 milhões de toneladas) e da China
(219,6 milhões de toneladas) (CONAB, 2018).
A região Sul do Brasil desde a safra 2013/2014 vem atingindo produtividades
médias acima de 6.000 kg/ha. Na safra 2016/2017, a região alcançou a produtividade de
6.583 kg/ha, representando a maior produtividade por região do país. Nesta mesma safra,
Santa Catarina foi destaque e atingiu valores de produtividade nunca antes alcançados,
com 8.152 kg/ha (CONAB, 2018). Já para o município de Curitibanos a produtividade
média na última safra foi de 11.086 kg/ha (GIEHL et al., 2017).
Sabe-se que o manejo inadequado e/ou baixo investimento do principal nutriente
requerido pela cultura, o nitrogênio, é um dos fatores limitantes à produtividade da cultura
do milho no Brasil é (MARTIN et al., 2017). Outro fator visivelmente observado e que
agrava o problema da baixa produtividade do grão, diz respeito ao crescimento
tecnológico, o qual não ocorre de maneira adequada em todas as regiões do país. Portanto,
há a necessidade de melhorar a média destas regiões, através da adoção de medidas que
levem suporte e informações ao campo, para que tenhamos bons rendimentos nas demais
regiões de cultivo (PEIXOTO, 2014). Torna-se necessário investir em tecnologias que
visem explorar o potencial produtivo da cultura de forma economicamente acessível e
eficaz, reduzindo custos e aumentando a produtividade.
Uma dessas técnicas é a inoculação das sementes de milho no momento da
semeadura, principalmente com o inoculante considerado padrão, à base de Azospirillum
brasiliense. Diversos estudos têm demonstrado benefícios da inoculação para o milho.
Em experimento realizado por Mazzuchelli, Sossai e Araújo (2014), constatou-se que
houve um aumento de 21,9% na produtividade com o uso de A. brasiliense. Pesquisas
conduzidas pela EMBRAPA soja em Londrina-PR e pela EMBRAPA Milho e Sorgo em
Sete Lagoas-MG, revelam que pode haver uma redução de até 25% no uso de fertilizantes
10

nitrogenados quando se realiza a inoculação do milho com bactérias do gênero


Azospirillum (VIANA, 2015).
Entretanto, uma das limitações relacionadas com a aplicabilidade de inoculantes
microbianos é o problema da morte bacteriana decorrente da incompatibilidade entre
tratamento de sementes e estirpes. Como alternativa, é possível fazer o uso de metabólitos
microbianos ao invés de inoculantes, e estes produtos são denominados de fertilizantes
bioindutores. Desta maneira, para a produção de determinados compostos como etileno e
auxinas, trabalha-se com o ajuste da temperatura, aeração e a disponibilidade nutritiva
aos microrganismos, tendo como produto final seus metabólitos gerados da fermentação
e não os microrganismos vivos (AMARAL, 2017).
O uso de fertilizantes com ação de bioindução nas plantas a campo tem surgido
como novidade no mundo agrícola. Induzir o metabolismo e as funções das plantas pode
maximizar o seu potencial genético, elevando o crescimento e a tolerância a estresses,
sendo capaz ainda de otimizar os efeitos dos insumos, aumentar a produtividade e
qualidade da colheita, e resultar na redução dos custos (PASCHOLATI, 2005).
Em se tratando de moléculas com potencial para uso na agricultura, pode-se
mencionar a quitosana, que é obtida a partir da parede celular de microrganismos.
(FRANCO et al., 2005; STAMFORD et al., 2008). Estudos indicam que a quitosana
apresenta também a capacidade de estimular o sistema de defesa das plantas, atuar na
simbiose entre plantas e microrganismos (KAUR; DHILLON, 2014), regulação no
crescimento e desenvolvimento de plantas (RAMÍREZ et al., 2010).
Outro tipo de metabólito importante são os aminoácidos, porém, poucos trabalhos
científicos são encontrados demonstrando a eficácia destes produtos e os resultados ainda
são controversos (CASTRO et al., 2009). Alguns autores não encontraram divergências
nas características agronômicas utilizando aminoácidos (GAZOLA et al., 2014) na
cultura do milho, e outros encontraram divergências na produtividade de grãos na cultura
do trigo (PICOLLI et al., 2009).
A hipótese deste trabalho é de que microrganismos da espécie Azospirillum
brasiliense e produtos bioestimulantes proporcionam um aumento significativo de
crescimento e produtividade na cultura do milho, quando comparada com os cultivos
majoritariamente empregados nas lavouras brasileiras (100% da adubação nitrogenada).
11

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral


O objetivo do trabalho foi avaliar as respostas da cultura do milho à inoculação
com Azospirillum brasiliense e ao uso de produtos bioindutores.

1.2 Objetivos específicos


Comparar os efeitos proporcionados pela inoculação padrão (Azospirillum
brasiliense) na cultura do milho;
Avaliar a capacidade dos microrganismos da espécie Azospirillum brasiliense e
produtos bioestimulantes, quanto ao seu potencial em proporcionar ganhos em termos de
desenvolvimento e produtividade.
Investigar qual(is) o(s) produto(s) bioindutor(es) que a cultura do milho apresenta
melhor resposta em termos de desenvolvimento e produtividade;
Agregar conhecimentos através deste trabalho a fim de ampliar a rede informativa
sobre a inoculação e a bioindução na cultura do milho.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 IMPORTÂNCIA DA CULTURA DO MILHO

O Brasil ocupa uma posição de destaque entre os principais produtores mundiais


de milho, estando em terceiro lugar no ranking mundial de produção do grão. Os Estados
Unidos ocupam a primeira colocação e a China é o segundo colocado (EPAGRI/CEPA,
2016). Destaca-se que estes três países juntos, representam 70% da produção mundial do
cereal. Para o mesmo período, o Brasil se enquadrou como o quarto maior consumidor de
milho do mundo, com 60,5 milhões de toneladas, estando atrás dos EUA, China e União
Europeia. Em relação às exportações, o Brasil encontra-se em segundo lugar, com 36,0
milhões de toneladas exportadas na safra 2016/2017, perdendo apenas para o maior
produtor mundial (FIESP, 2018).
Destaca-se que este cereal é, portanto muito importante, pois pode ser utilizado de
diversas formas, tanto na alimentação humana quanto animal, devido a sua composição
12

química e seu alto valor nutricional, ou mesmo para usos industriais e também
energéticos. Seus destinos industriais são também muito vastos, destacando-se que o
cereal pode ser utilizado na produção de alimentos básicos (fubás, farinhas, canjicas e
óleos), ou de produtos mais elaborados utilizados na produção de balas, gomas e doces,
aromas, essências, sopas desidratadas, produtos achocolatados, corantes, refrigerantes,
cervejas, molhos, etc. Ultrapassando a fronteira alimentícia, os amidos industriais
derivados do milho podem ser utilizados na produção de papelão, adesivos e fitas
gomadas. Energeticamente, o etanol produzido a partir do milho também tem importância
global. Nos EUA, esta é a principal fonte de bionergia utilizada (BARROS e ALVES,
2015).
Ainda, em uma propriedade rural, o milho tem diversas aplicações, podendo estar
também incluído na alimentação humana, na alimentação animal na forma de grãos ou
como forragem, ou na geração de receita resultante da comercialização do excedente de
produção (ALVARENGA et al., 2006).
Esta importante cultura é essencial para o avanço quantitativo e qualitativo do
consumo de alimentos no Brasil e no mundo, que ocorre através da interação entre os
diversos elos da cadeia produtiva. Nestes elos, encontram-se os produtores rurais,
empreendedores e uma competitiva e moderna agroindústria. Desta forma, cabe ressaltar
que a cultura do milho é de fundamental importância para o setor agropecuário, sendo
uns dos principais insumos do complexo agroindustrial devido às suas diferentes
aplicações, assumindo importante papel socioeconômico. Devido ao fato de o milho ter
uma utilização bastante ampla e às crescentes demandas pelo cereal, a produção mundial
da cultura registrou um crescimento de 38,4% entre as safras 2004/05 e 2014/15
(BARROS e ALVES, 2015).
No passado do setor produtivo agrícola do Brasil, prevaleceu o cultivo de milho
de primeira safra ou da chamada safra de verão. Historicamente, ainda na década de
1990/91, aproximadamente 94% da produção nacional ocorria na primeira safra; os
demais 6%, na segunda safra (BARROS e ALVES, 2015). Na temporada 1995/96, a
oferta da segunda safra passou a representar 12,5% da oferta total; em 2000/2001, 18,7%;
em 2005/06, 25,5%; em 2010/11, 44,7%; chegando a 58,2% na temporada 2013/14. Essa
mudança na participação das ofertas da primeira e da segunda safra foi possível devido
ao avanço tecnológico e a ajustes, nos períodos de cultivo. Isso impactou, inclusive, no
cultivo de soja na primeira safra, principal cultura que antecede o milho de segunda safra.
Entende-se que este processo foi então favorecido pela expansão do consumo interno e,
13

também, pelas oportunidades de exportação, que absorveram o excedente doméstico


(BARROS e ALVES, 2015).
Dentre as grandes culturas do Brasil, o milho destaca-se pelo seu alto potencial
produtivo, com produtividades superiores a 16 t/ha (CRUZ et al., 2006). Porém, a média
nacional de produtividade é muito baixa, apresentando valores em torno de 5.556 kg/ha
na safra 2016/2017 (CONAB, 2018). Este valor demonstra que os atuais sistemas de
produção podem ainda precisam ser aprimorados, buscando alcançar maior produtividade
e rentabilidade.

2.2 BACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO DE PLANTAS

É sabido que podemos considerar o solo como um organismo vivo e naturalmente


composto por inúmeros microrganismos, os quais atuam sobre o mesmo desde a sua
formação. As bactérias promotoras do crescimento de plantas (BPCPs) são
microrganismos que habitam o solo e com frequência são identificadas pelo homem e
isoladas da rizosfera de diversas espécies vegetais. Dentre os gêneros e espécies de
bactérias mais estudadas atualmente, pode-se citar: Azospirillum brasilense,
Pseudomonas fluorescens, Pseudomonas putida, Bacillus subtilis, Rhizobium,
Bradyrhizobium, Enterobacter, Azotobacter, entre outras (ARAUJO e ARAUJO, 2006).
Através da pesquisa e inúmeros estudos realizados nas últimas décadas, esses
microrganismos têm sido apontados como essenciais ao ecossistema de plantas em
relação ao suprimento de elementos de crescimento, tais como o nitrogênio e fósforo
(MELO, 1998). Existem também outros benefícios proporcionados às plantas por
determinados microrganismos, denominados de promoção do crescimento das plantas.
Esta promoção pode ser o resultado de diversos mecanismos, como por exemplo,
a produção de reguladores de crescimento, como auxinas, citocininas e giberelinas;
estímulo à ramificação da raiz e aumento da biomassa da parte aérea e da raiz; resistência
a condições adversas como seca e salinidade; solubilização de fosfatos; além de atuarem
como agentes no controle biológico de patógenos (BASHAN; BASHAN 2005). Esses e
outros processos contribuem aumentando o desempenho do crescimento radicular,
favorecendo a absorção de água e nutrientes (HUNGRIA, 2011).
Dentre os benefícios proporcionados pelas BPCPs, a fixação biológica do
nitrogênio (FBN) é talvez um dos mais importantes, tendo em vista a importância desse
elemento no desenvolvimento vegetal. A FBN é realizada por bactérias conhecidas como
14

diazotróficas, as quais podem ser de vida livre, estar associadas a espécies vegetais ou
ainda, podem ser do tipo nodulantes, as quais são capazes de estabelecer simbiose com
plantas leguminosas (MOREIRA et al., 2010). De modo geral, acredita-se que as BPCP
beneficiam o crescimento das plantas por uma combinação de todos esses mecanismos
(DOBBELAERE; VANDERLEYDEN; OKON, 2003).

2.2.1 A técnica da inoculação de sementes e as bactérias do gênero Azospirillum

Pelos motivos apresentados nos parágrafos anteriores, é crescente nos últimos


anos o interesse pelo uso de inoculantes à base de bactérias promotoras de crescimento
de plantas. Outro fator é o aumento nos custos dos fertilizantes e as preocupações com o
meio ambiente, na busca por uma agricultura sustentável (PERES, 2014). A inoculação é
uma tecnologia bastante conhecida atualmente em culturas leguminosas como a soja, no
entanto, pouco difundida para o milho. Fazer o uso da inoculação pode se apresentar como
uma tecnologia potencial para elevar a produtividade da cultura.
Destaca-se que apesar de pouco difundida para o milho, esta técnica surgiu a partir
da década de 1970, quando a pesquisadora da EMBRAPA, Dra. Johanna Döbereiner
(1924-2000) descobriu da capacidade de fixação biológica do nitrogênio atmosférico por
bactérias de vida livre do gênero Azospirillum, quando em associação com gramíneas
(HUNGRIA, 2011). No entanto, no caso de gramíneas como o milho e o trigo, o
desempenho não é similar ao da soja e os microrganismos conseguem suprir
aproximadamente, apenas 50% do nitrogênio que a cultura necessita (GBRASIL, 2009).
Por este motivo, o uso de inoculantes na cultura do milho com bactérias do gênero
Azospirillum, vem sendo cada vez mais estudado e tem sido bastante valorizado. Logo,
esse interesse é devido aos benefícios proporcionados à cultura, tais como o aumento da
quantidade de raízes, auxiliando na absorção de água e nutrientes, principalmente em
períodos de estiagem, podendo refletir também em ganhos de produtividade (QUADROS
et al., 2014), além de auxiliar no crescimento das plantas e proporcionar ganhos para o
agricultor, reduzindo a necessidade de grandes investimentos em fertilizantes químicos,
especialmente aqueles a base de nitrogênio (VIANA, 2015).
Estudos revelaram o melhor desenvolvimento radicular, relaciona-se como fato
de que as bactérias do gênero Azospirillum produzem substâncias promotoras de
crescimento como ácido indol-acético (AIA), giberelinas e citocininas, as quais atuam na
morfologia e fisiologia das raízes das plantas. Como resultado, há o aumento do peso
15

radicular, resultando numa maior superfície específica, auxiliando na melhor exploração


do solo e na captação de água e nutrientes (PERIN et al., 2003).
Existem na literatura, vários trabalhos que confirmam que microrganismos do
gênero Azospirillum produzem fitormônios e respectivamente estimulam o crescimento
das raízes de diversas espécies de plantas. Tien et al. (1979), por exemplo, verificaram
que os componentes responsáveis pelo estímulo do crescimento de raízes liberados por
A. brasilense eram o ácido indol-acético (AIA), giberilinas e citocininas.
Sabe-se que apesar dos seus benefícios, existem também limitações quanto ao uso
de inoculantes microbianos. Estas limitações estão muitas vezes relacionadas com a
aplicabilidade dos produtos a campo, onde diversos cuidados que devem ser atendidos.
De acordo com Mendes, Reis Junior e Cunha, (2010), a inoculação deve ocorrer nas horas
mais frescas do dia (pela manhã ou noite), seguindo-se as recomendações de dosagem e
aplicação fornecidas pelo fabricante do inoculante. É necessário que todas as sementes
sejam cobertas com uma camada fina e uniforme do inoculante e devem ser secas à
sombra, mantendo-as protegidas do sol e umidade. A semeadura deve ocorrer em um
período inferior a 24 horas após a inoculação. Também a incompatibilidade entre
tratamento de sementes e estirpes, podendo ocasionar a morte bacteriana e/ou a redução
populacional, respectivamente.

2.3 BIOINDUÇÃO

Como alternativa aos problemas de mortalidade microbiana, surge a ideia de


realizar-se o uso direto dos metabólitos produzidos pelos microrganismos de interesse, ao
invés de utilizar a inoculação. Produtos constituídos destes metabólitos são, portanto,
denominados de fertilizantes bioindutores. Estes metabólitos tornam-se, portanto, de
interesse científico, pensando-se na sua aplicação em diversas áreas, entre elas, a
agricultura.
Sabe-se que existem diferentes rotas metabólicas que podem ser direcionadas em
laboratório com microrganismos, com as quais pode-se obter diferentes compostos. Estas
rotas podem ser por via aeróbica ou anaeróbica, utilizando bactérias especializadas
capazes de se adaptar a situações diversas, tanto na presença quanto na ausência de
oxigênio (TRABULSI, et al., 2004). Logo, torna-se importante saber que para isso são
necessários conhecimentos sobre a disponibilidade de nutrientes e fatores físicos e
químicos do meio ambiente, como temperatura, pH, presença de oxigênio, pressão
16

osmótica e luz, que são determinantes para o posterior metabolismo dos microrganismos.
Além disso, para a produção de determinados compostos, existem formas de cultivo
microbiano que possibilitam controlar fatores ambientais e nutricionais, com o intuito de
obter um produto final de interesse. Trabalha-se, portanto, com ajustes de temperatura,
aeração e disponibilidade nutritiva fornecida aos microrganismos, tendo como produto
final seus metabólitos gerados da fermentação (etileno e auxinas, giberilinas, etc) e não
os microrganismos vivos (AMARAL, 2017).
Os microrganismos do gênero Azospirillum são capazes de realizar este processo,
onde na ausência de O2 obtêm energia para o seu funcionamento realizando a degradação
parcial de moléculas orgânicas, resultando em rendimento energético inferior ao
mecanismo aeróbio. Sendo assim, ao se trabalhar com metabólitos microbianos ao invés
de utilizar os microrganismos vivos, possibilita fazer um caminho direto metabólito-
planta fazendo com que a mortalidade dos microrganismos não seja mais o problema
(AMARAL, 2017).
Fazer o uso agrícola de produtos oriundos desta tecnologia, tem surgido como
novidade. Os fertilizantes com ação de bioindução podem induzir o metabolismo e as
funções das plantas e propositalmente maximizar o potencial genético dos materiais
vegetais disponíveis no mercado, aumentando variáveis de crescimento e tolerância a
estresses, otimizar os efeitos de insumos, aumentar a produtividade, a colheita, e reduzir
custos (PASCHOLATI, 2005). Dourado Neto et al. (2004), ao testarem o uso de
bioestimulantes a base de citocinina, giberilina e ácido indolcanóico na cultura do milho,
encontraram resultados com o aumento significativo para rendimento de grãos, passando
de 5644,10 kg. ha-1 para 6743,06 kg. ha-1.
Citando-se outra molécula que pode ser produzida através dos microrganismos,
menciona-se a quitosana. Esta por sua vez é obtida a partir da parede celular de
microrganismos (FRANCO et al., 2005; STAMFORD et al., 2008) e apresenta a
capacidade de estimular o sistema de defesa das plantas, atuar no aumento da simbiose
entre plantas e microrganismos (KAUR; DHILLON, 2014) e regulação no crescimento e
desenvolvimento de plantas (RAMÍREZ et al., 2010). Alguns autores obtiveram
resultados interessantes quanto ao uso desta molécula.
Di Piero e Garda (2008), puderam verificar que a quitosana mostrou-se eficiente
contra a antracnose provocada por C. lindemuthianum na cultura do feijão. Neste estudo,
obteve-se uma porcentagem de redução de 70% da severidade da doença. Outros estudos
demonstram que a quitosana (50 µg. mL-1) inibiu a germinação de esporos e reduziu a
17

elongação do tubo germinativo de Botrytis cinerea (BEN-SHALOM et al., 2003),


enquanto a dose de 100 µg mL-1 reduziu em 75% a germinação de uredosporos de
Puccinia arachidis, agente causal da ferrugem-do-amendoim (SATHIYABAMA &
BALASUBRAMANIAM, 1998).
Outro tipo de metabólito com potencial para uso agronômico são os aminoácidos.
Porém, poucos trabalhos científicos são encontrados demonstrando a eficácia destes
produtos, relatando resultados ainda controversos (CASTRO et al., 2009). Gazola et al.
(2014), ao utilizarem um produto à base de aminoácidos e, aplicado de forma suplementar
à adubação nitrogenada, não observaram influencias nas características agronômicas
avaliadas, nem no desempenho produtivo da cultura do milho. Por outro lado, Picolli et
al. (2009), ao estudarem a aplicação de produtos à base de aminoácidos como tratamento
de sementes e na fase de perfilhamento na cultura do trigo, concluíram que esses produtos
proporcionaram não apenas ganhos significativos em produtividade de grãos, mas
também benefícios à cultura em situações adversas ao clima.
18

3. METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O experimento foi conduzido em condições de campo, durante os meses de


outubro de 2016 até abril de 2017, em uma propriedade rural localizada no município de
Ponte Alta-SC, na localidade de Faxinal Paulista. O clima da região é caracterizado de
acordo com a classificação de Koppen como Cfb, (mesotérmico úmido com inverno
chuvoso e verão ameno), onde a média de precipitação anual é de 1.479,7 mm. O local
do experimento está a 897 metros de altitude em relação ao nível e nas coordenadas
geográficas 27°39’83” de latitude sul e 50°46’60” de longitude oeste.
O solo é classificado como um Cambissolo Húmico e o relevo suave ondulado
(EMBRAPA, 2006). No Quadro 1, apresenta-se o perfil de fertilidade encontrado na
análise química do solo na camada de 0 a 0,2 m de profundidade:

Quadro 1: Resultados encontrados na análise de solo da área experimental.

. Macronutrientes
P (Melich) K Ca Mg

5,68 mg/dm³ 0,23 cmolc/dm³ 6,66 cmolc/dm³ 2,48 cmolc/dm³

MO 59,86 g/dm³ Acidez

SB 9,37 cmolc/dm³ H + Al Al

V% 56,55 7,2 cmolc/dm³ 0,0 cmolc/dm³

pH SMP pH H20 pH CaCl2 CTC pH 7

5,5 5,6 5 16,57 cmolc/dm³

As atividades foram desenvolvidas em colaboração com a Empresa Total


Biotecnologia, com sede no município de Curitiba – Paraná, que forneceu o inoculante e
os bioestimulantes utilizados no presente experimento. Também como parceira nesse
19

experimento, menciona-se a participação da empresa Cultivar, localizada no município


de Curitibanos -SC, que cedeu a área para cultivo, a preparação da área, as sementes de
milho, os equipamentos para semeadura, a adubação e os tratamentos fitossanitários. A
UFSC também contribuiu como parceira para a realização deste trabalho, pois concedeu
toda a estrutura de laboratório para os trabalhos de preparação das sementes e análise dos
resultados obtidos em campo.

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E TRATAMENTOS

O experimento seguiu as recomendações do Ministério da Agricultura Pecuária e


Abastecimento (MAPA) de acordo com a Instrução Normativa N° 13 de 25/03/2011 onde
o mesmo foi delineado no esquema de blocos casualizados com 8 tratamentos e 5
repetições. Cada parcela experimental foi estabelecida com o tamanho de 6,5m de
comprimento por 4,5m de largura, totalizando 29,25m² por parcela, espaçadas entre si por
1 m. O espaçamento entre blocos, igualmente, foi de 1m.

Os tratamentos foram definidos da seguinte forma:


T1: testemunha, sem adubação nitrogenada em cobertura;
T2: 75% da dose de N em cobertura (300 kg de uréia/ha);
T3: 100% da dose de N em cobertura (400 kg de uréia/ha);
T4: 75% de N em cobertura com inoculação (Azospirillum brasilense) das sementes na
dose de 100ml/60.000 sementes;
T5: 75% de N, produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000 sementes
(16,96kg);
T6: 75% de N, Produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000 sementes
(16,96kg) + produto Simetria® aplicado na dose de 200ml/ha em pulverização sobre a
linha de plantio até V6;
T7: 75% N, Produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000 sementes
(16,96kg) + Produto Stamina® aplicado na dose de 200ml/ha em pulverização sobre a
linha de plantio até V6;
T8: 75% N, Produto RAIZ® líquido aplicado na dose de 100ml para 60.000 sementes
(16,96kg) + os produtos Stamina® e Simetria® aplicados na dosagem de 200ml/ha cada,
em pulverização sobre a linha de plantio até V6.
20

O inoculante à base de Azospirillum brasilense, o qual possui o nome comercial


de AzoTotal ® (Figura 1), é composto pelas estirpes AbV5 e AbV6. A concentração de
bactérias no referido produto é de 2,0 x 108UFC/mL. Possui registro no MAPA sob o
número PR-93923 10074-1. Este produto possui ação na fixação de nitrogênio
atmosférico, como também atua na produção de fitormônios que são essenciais no
desenvolvimento da planta, tornando o sistema radicular mais vigoroso, auxiliando na
absorção de água e nutrientes.

Figura 1. Embalagem do Inoculante a base de Azospirillum brasiliense, com nome


comercial de AzoTotal ®, produzido pela empresa Total Biotecnologia.

Fonte: Autor

O produto Raiz® (Figura 2), desenvolvido pela Total Biotecnologia, possui


registro no MAPA sob o número PR-93923 10097-1. De acordo com a empresa
fabricante, é um fertilizante composto por nutrientes essenciais para as fases iniciais de
desenvolvimento da plântula e dos microrganismos, possuindo também função
osmoprotetora e antioxidante, mantendo a viabilidade dos produtos biológicos. Ainda,
este produto é sintetizado a partir da ação anaeróbia e fermentação de Azospirillum
brasilense, contendo também alguns reguladores vegetais como ácido indolacético,
etileno e auxinas que também atuam na promoção de crescimento das plantas.
21

Figura 2. Produto comercial Raiz®, produzido pela empresa Total Biotecnologia.

Fonte: Autor

Utilizaram-se dois fertilizantes foliares, também produzidos pela Total


Biotecnologia, sendo os produtos Simetria® e o Stamina® (Figura 3). O primeiro é um
fertilizante composto por biopolímeros como a quitosana, capaz de atuar desencadeando
processos hormonais nas plantas, com o registro no MAPA sob o número PR-93923
10098-9. O segundo é um produto a base de aminoácidos, capaz de agir metabolicamente
nas plantas. Seu uso está relacionado principalmente com a capacidade destes metabólitos
em deixar as plantas menos sensíveis a fatores ambientais que possam interferir em seu
desenvolvimento. O produto Stamina®, por sua vez, apresenta registro no MAPA n° PR-
93923 10095-4.
22

Figura 3. Produto comercial Simetria® (A) e Stamina® (B), utilizados para aplicação
foliar.

Fonte: Autor

O preparo da área foi realizado com a dessecação do cultivo de aveia preta,


seguida da adubação de acordo com os interesses do produtor e também conforme a
recomendação da análise química do solo, previamente realizada. Para determinar o
número de microrganismos diazotróficos presentes na área, foram coletadas amostras de
solo em diferentes pontos e encaminhadas para o laboratório de solos da EMBRAPA
SOLOS (RJ), onde determinou-se esse número através da técnica do Número Mais
Provável (NMP) de microrganismos.
A semeadura foi realizada no dia 16 de outubro de 2016, com uma semeadora de
9 linhas com sistema de plantio direto na palha. O espaçamento utilizado foi de 50cm
entre linhas, sendo distribuídas 3,6 sementes por metro linear. O material genético
utilizado foi o híbrido Nidera NS 50 (Figura 4). As sementes foram previamente tratadas
pelo produtor, utilizando fungicidas e inseticidas.
23

Figura 4. Saca de sementes Nidera, utilizadas para a semeadura.

Fonte: Autor

Quanto a adubação, todas as parcelas receberam a mesma adubação de base, com


400 kg. ha-1 da fórmula 9-33-12 (N-P-K). Em se tratando da adubação de cobertura, todas
as parcelas receberam 75% (300 kg. ha-1) da dose recomendada para a cultura, com
exceção dos tratamentos 1 e 3, os quais receberam 0% e 100% da dose recomendada,
respectivamente. A adubação de cobertura foi realizada no dia 10/11/2016, durante o
estágio V5/V6. Logo, a fertilização da área foi realizada conforme o manejo que vinha
sendo adotado pelo produtor proprietário da área, o que justifica tais quantidades de
fertilizantes, na base e/ou em cobertura.
Também é importante ressaltar que ainda antes da semeadura da cultura de
inverno, foi realizada a aplicação de 5m³. ha-1 de cama de aviário em toda a área de
cultivo. Buscando compreender os teores nutricionais fornecidos pela cama de aviário
aplicada na área experimental, traz-se dados de Zhang et al. (2002), que avaliando 240
amostras de cama de aviário de frangos de corte encontrou valores médios de 2,8% de N,
2,7% de P e 2,3% de K, com teores de umidade de 23% e pH de 7,1. Ainda, de acordo
com Bernhart e Fasina (2009), estes resíduos avícolas apresentam uma baixa densidade,
24

em torno de 500 kg. m3. Sendo assim, compreende-se que foram aplicados cerca de
2500kg de cama de aviário por hectare, o que forneceu aproximadamente 70kg/ha de N,
67,5kg. ha-1 de P e 57,5 kg. ha-1 de K na pré-semeadura da aveia.
Segundo Argenta et al. (2001) e Calegari (2002), a aveia-peta é eficiente na
reciclagem de nutrientes, apresenta baixa taxa de decomposição dos resíduos comparado
às fabáceas ou leguminosas, em função da alta relação C/N (> 30). No entanto, no caso
do nitrogênio (N), que é um elemento muito móvel no sistema, estima-se que 60 a 70%
desse nutriente encontrado na biomassa das plantas são reciclados e novamente
absorvidos pelas plantas no cultivo seguinte (SPAIN; SALINAS, 1985). Com isso,
estima-se que 42 a 49kg de N. ha-1 foram disponibilizados pela palhada da aveia à cultura
do milho.
A inoculação com as bactérias Azospirillum brasiliense foi realizada com
inoculante líquido aplicado diretamente nas sementes. Após a aplicação, as sementes
foram homogeneizadas para proporcionar uma maior uniformidade de cobertura com os
microrganismos. Esse procedimento foi realizado no momento da semeadura, à sombra,
como maneira de prevenção da morte microbiana ocasionada pelos raios solares.
Em relação à aplicação do produto RAIZ líquido, destaca-se que se seguiu um
procedimento similar ao de inoculação. O produto foi aplicado pouco antes da semeadura,
diretamente sobre as sementes na dose de 100ml para 60.000 sementes (16,96kg) e
posteriormente, homogeneizadas.
Em se tratando dos produtos aplicados em pulverização (Simetria e Stamina),
utilizou-se um pulverizador para parcelas experimentais de capacidade de 1,0L (Figura
5). As doses aplicadas foram de 200ml/ha para ambos os produtos, diluídos em um
volume de calda de 150L/ha, pulverizados sobre a linha de plantio até o estádio fenológico
V6. Entende-se que neste estádio de desenvolvimento, as plantas devem apresentar seis
folhas com colar visível e a primeira folha com ponta arredondada em senescência.
Realizaram-se previamente todos os cálculos para a aplicação dos produtos e preparação
da calda a campo, e realizou-se as lavagens do pulverizador com água destilada antes de
iniciar a pulverização nas parcelas experimentais.
25

Figura 5. Pulverizador para parcelas experimentais utilizado para aplicação dos produtos
foliares.

Fonte: Autor

Figura 6. A) Momento da semeadura/implantação do experimento. B) Aplicação dos


tratamentos em pulverização, com auxílio do pulverizador manual.

Fonte: Autor
26

Figura 7. Desenvolvimento da cultura com aproximadamente 50 dias após a semeadura.

Fonte: Autor

Figura 8. Área de bordadura do experimento, aproximadamente 50 dias após a


semeadura.

Fonte: Autor
27

Figura 9. Espaçamento entre as parcelas do experimento.

Fonte: Autor do trabalho

3.3 COLETA DE DADOS E AVALIAÇÕES

Os parâmetros avaliados foram: altura das plantas (cm), ponto de inserção da


primeira espiga (cm), nitrogênio total da parte aérea (mg/kg), massa da parte aérea seca
(g), nitrogênio total nos grãos (mg/kg) e produtividade (kg/ha).
Durante o estádio R1 (Figura 10), utilizando tesourões de poda, foram coletadas
06 plantas por parcela e transportadas até o Campus da UFSC-Curitibanos. Com auxílio
de uma trena, determinaram-se a altura das plantas desde o nível do solo até o ponto de
inserção da folha bandeira e a altura do ponto de inserção da primeira espiga, medindo-
se a distância compreendida entre a base da planta até o ponto de inserção da primeira
espiga.
28

Figura 10. Cultura do milho no Estádio R1 (embonecamento e polinização).

Fonte: Autor

Também no estádio R1, realizou-se a determinação da massa da parte aérea seca,


a partir das mesmas 06 plantas previamente coletadas para a determinação da altura.
Primeiramente as plantas foram trituradas individualmente e pesadas separadamente. Em
seguida, as seis plantas de cada repetição foram misturadas e retirou-se uma amostra para
determinar o peso seco. Esta amostra foi então pesada (peso verde) e encaminhada para
estufa de circulação de ar forçada para secagem e obtenção do peso seco, possibilitando
a determinação da umidade média em cada parcela. Ressalta-se que a secagem foi
realizada em estufa com circulação de ar forçada a 65°C até peso constante. A massa de
cada amostra seca foi então determinada e assim o cálculo do percentual de umidade foi
realizado. Este valor foi tomado como base para determinação da massa da parte aérea
seca de cada planta.

A análise de nitrogênio na parte aérea foi realizada pelo método da digestão


nítrico-perclórica e titulação de acordo com Tedesco et al. (1995) durante o estádio R1.
O material vegetal utilizado nesta análise foi o terço central da folha oposta à primeira
espiga, coletado em 06 plantas de cada parcela.

A produtividade foi avaliada pela colheita e pesagem dos grãos da área útil total
de cada parcela, consistindo nas quatro linhas centrais, dispensando-se 1 metro em cada
cabeceira. Esta variável foi determinada em kg.ha-1, com correção da umidade para 13%.
29

Por fim, o teor de nitrogênio nos grãos foi também verificado pelo método da digestão
nítrico-perclórica e titulação segundo a metodologia de Tedesco et al. (1995), realizada
após a colheita dos grãos e determinação da produtividade.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância com o auxílio do
programa computacional R Statistical e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott
a 5% de probabilidade (p<0,05).
30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ALTURA TOTAL, ALTURA DE INSERÇÃO DA PRIMEIRA ESPIGA E


MASSA DA PARTE AÉREA SECA.

Na Tabela 1 são apresentados os valores médios correspondentes às avaliações de


altura, ponto de inserção da primeira espiga e massa seca da parte aérea.
Tabela 1: Valores médios de altura total, altura de inserção da primeira espiga e massa
da parte aérea seca de plantas de milho submetidas aos tratamentos. Curitibanos, SC, safra
2016/2017.
Altura total Altura de inserção da Massa da parte aérea
Tratamentos
(m) primeira espiga (m) seca (g)
1 2,57 a * 1,44 a 205,20 ns**
2 2,59 a 1,43 a 199,26
3 2,54 a 1,41 a 213,42
4 2,51 a 1,41 a 218,04
5 2,33 b 1,20 b 225,36
6 2,30 b 1,18 b 226,07
7 2,33 b 1,17 b 223,33
8 2,32 b 1,16 b 234,83
Média 2,43 1,30 218,19
CV % 3,3 5,41 11,9
* = Os valores seguidos da mesma letra na coluna não diferem entre si de acordo com o teste de
Scott Knott (p<0,05).
**ns = Não significativo ao nível de 5% de probabilidade pela ANOVA.

De acordo com a Tabela 1, os valores encontrados para as variáveis altura total de


plantas e altura de inserção da primeira espiga diferiram entre os tratamentos avaliados.
Sendo assim, pode-se observar que os tratamentos T1, T2, T3 e T4 se demonstraram
superiores para ambas as variáveis. Os valores médios para altura total de plantas e altura
de inserção da primeira espiga foram de 2,43m e 1,30m, respectivamente. Ainda, de
acordo com a Tabela 1, percebe-se que em relação a massa da parte aérea seca não houve
diferença significativa entre os tratamentos avaliados, onde obteve-se uma média geral
de 218,19g por planta.
31

Este trabalho foi conduzido com base na hipótese de que os tratamentos com
bioestimulantes poderiam proporcionar incrementos na altura de plantas e altura de
inserção da primeira, assim como na massa da parte aérea seca. Porém, os resultados
obtidos não confirmaram esta hipótese, pois a cultura do milho apresentou resposta
contrária à esperada. Os tratamentos que não receberam nenhuma aplicação de qualquer
fórmula de produto bioiestimulante foram os que apresentaram melhor resposta para as
variáveis apresentadas na Tabela 1.
Tratando-se do uso de bioestimulante, é conhecido que os efeitos da aplicação
destes produtos são significativos quando as plantas são submetidas a determinadas
condições de estresse, seja ele de caráter biótico ou abiótico. É provável que os níveis de
estresse aqui averiguados durante o período experimental, não foram suficientes para que
os produtos expressassem o seu verdadeiro potencial sobre a altura de plantas, altura de
inserção da primeira espiga e a massa da parte aérea seca.
Outros estudos revelam dados contrastantes com o do presente experimento. A
altura de plantas e de inserção da espiga, assim como os números de fileiras por espiga,
de grãos por fileira, de grãos por espiga e a massa de 100 grãos do milho irrigado não
foram afetados pelos tratamentos com extratos de algas aplicados via foliar, tanto com
uma quanto com duas aplicações.
Galindo et. al (2015), ao avaliar o desempenho agronômico de milho em função
da aplicação de bioestimulantes à base de extrato de algas, observou que as alturas de
planta e de inserção da espiga não foram afetadas pelos tratamentos aplicados via foliar,
tanto com uma quanto com duas aplicações. Resultados semelhantes a estes foram obtidos
por Benlamon (2008) com a cultura do trigo, onde o uso de biestimulante não
proporcionou incrementos na estatura das plantas.
Resultados diferentes foram encontrados por Oliveira et. al (2016) ao avaliar a
altura de plantas, onde obtiveram aumento linear na ordem de 0,765 cm por acréscimo
unitário nas doses do biorregulador Stimulate®, com aumento de 15,9% em relação aos
tratamentos sem a presença do bioestimulante. De acordo com Taiz e Zeiger (2009),
aplicações de auxina e giberelina (ambos os presentes no Stimulate®) promovem o
crescimento longitudinal do caule de diversas espécies, atuando tanto no alongamento
como na divisão celular e, dessa forma, promovendo o crescimento das plantas.
Em um experimento realizado em casa de vegetação no Tocantins, Santos et. al
(2013) utilizaram três bioestimulantes de forma isolada e em diferentes combinações,
onde avaliaram a altura de plântulas, diâmetro do caule, área foliar, massa seca das folhas,
32

massa seca do caule e massa seca das raízes, concluindo que os bioestimulantes resultam
em efeitos positivos na maioria das características fisiológicas das plantas.
Santos e Vieira (2005), avaliando o bioestimulante Stimulate® (0,009% de
citocinina, 0,005% de ácido giberélico, 0,005% de ácido indolbutírico e 99,981% de
ingredientes inertes) aplicado via sementes, observaram que o produto é capaz de originar
plantas de algodoeiro mais vigorosas, com maior comprimento, massa seca e
percentagem de emergência. Em trabalho realizado por Luviseto et. al (2016), também
testando o bioestimulante Stimulate®, porém em diferentes doses na cultura do milho,
observaram que a estatura de plantas de milho no estádio fenológico V6 foi influenciada
e diferiu da testemunha, passando de 84,3cm para 90,5cm na dosagem de 400ml.ha-1.
Gazola, Zucareli e Silva (2017), ao trabalharem com a aplicação foliar de um
produto à base de aminoácidos e nutrientes orgânicos originados da proteína colagênica
animal, observou que o produto não afetou as variáveis analisadas na cultura do trigo,
exceto para o número de grãos. O mesmo foi observado com a cultura do por Ciotti et al.
(2008). Ao submeterem a cultura a pulverizações foliares com o produto comercial
Agropex (doses de 0; 0,5; 1,5; 2 L ha-1), em Marau-RS, concluíram que o uso do produto
à base de aminoácidos não trouxe ganhos produtivos e morfológicos para as plantas. A
altura de planta, número de plantas por m2 e a produção de massa seca não tiveram
diferenças significativas. Esses dados corroboram os de Gazola et al. (2014), que ao
aplicarem de maneira isolada o produto à base de aminoácidos, de forma suplementar à
adubação nitrogenada na cultura do milho safrinha, em Londrina-PR, não obtiveram
respostas positivas nas características agronômicas da cultura.
No que se relaciona à inoculação com Azospirillum brasilense, discute-se
resultados apresentados por Muller et al. (2012), que ao testarem a eficiência de
Azospirillum brasilense na cultura do milho no tratamento de sementes e também no sulco
de semeadura, não observaram diferenças entre os tratamentos para o parâmetro de altura
de plantas. Outros autores também observaram ausência de efeito significativo quanto à
utilização de A. brasilense na cultura do milho para esta variável (BOTIN et al., 2014;
RODRIGUES et al., 2014). Com relação à altura de inserção da espiga, Portugal et al.
(2012) obtiveram resultados divergentes dos aqui apresentados, onde o inoculante a base
de A. brasilense aplicado via foliar favoreceu uma maior altura de inserção de espiga,
com um ganho de 7,3 cm quando comparado ao não inoculado para o tratamento sem
adição de nitrogênio. Em contraste com os resultados deste trabalho, Quadros et al. (2014)
verificaram que a inoculação de milho com Azospirillum brasilense aumentou o
33

rendimento de matéria seca da parte aérea em 4,8 t ha-1 em relação ao tratamento não
inoculado.
Amaral (2017), realizou dois experimentos, um em laboratório e outro em
condições de casa de vegetação. O autor avaliou os efeitos do uso do inoculante à base de
Azospirillum brasilense associado ou não ao uso de bioestimulantes de crescimento
vegetal na cultura do milho e, também não verificou diferenças significativas entre os
tratamentos para a altura de plantas e massa seca da parte aérea.
Sabe-se que plantas maiores tendem a apresentar maiores produtividades pelo fato
de sofrerem menor estresse durante o desenvolvimento e acumular maiores quantidades
de reserva no colmo (SILVA et al., 2006). Contudo, a maior estatura de plantas e a
inserção da espiga no colmo contribuem para o aumento do acamamento da cultura
(BRACHTVOGEL et al., 2012), dependendo das características do material genético. A
deficiência de nitrogênio é responsável por retardar a divisão celular nos pontos de
crescimento do milho, resultando em redução na área foliar e no tamanho das plantas,
com reflexos negativos sobre a produção (FANCELLI e DOURADO NETO, 2008). No
entanto, pelos fatores da adubação aplicada e do fornecimento de nutrientes ao solo
advindos da cama de aviário, somada a boa disponibilidade hídrica ocorrida no período,
compreende-se que as plantas do presente estudo não foram submetidas a carências
nutricionais durante o desenvolvimento do experimento.
34

4.2 NITROGÊNIO DA PARTE AÉREA

Tabela 2: Resultados da análise de nitrogênio da parte aérea em resposta à aplicação de


inoculante (A. brasiliense) e bioindutores na cultura do milho.
Teor de N na parte aérea (g/kg
Tratamentos
de massa seca)
1 24,98 ns**
2 26,53
3 25,16
4 21,10
5 24,38
6 22,92
7 24,43
8 23,54
Média 24,13
CV % 8,3
** ns = Não significativo pela ANOVA ao nível de 5% de probabilidade.

De acordo com a Tabela 2, verifica-se a variável teor de N na parte aérea não foi
influenciada pelo emprego ou não do inoculante e/ou dos produtos bioindutores. Houve
ausência de significância nos resultados encontrados para os teores de N foliar,
encontrando-se um valor médio de 24,13 g de N/kg de massa seca.
Alguns fatores ou elementos podem estar relacionadas com o fato de não se obter
diferenças entre os tratamentos apresentados na Tabela 2. Entre eles, pode-se citar o
híbrido de milho utilizado, o qual pode não ser tão responsivo aos parâmetros vegetativos
para os diferentes tratamentos utilizados. Além disso, o ambiente pode ter exercido
influência sobre os microrganismos A. brasiliense, que possivelmente não encontraram
condições propícias para se estabelecer, tais como aquelas relacionadas ao clima, ou ainda
quanto à fatores ligados às condições do solo como a acidez, por exemplo.
Para o teor de nitrogênio da parte aérea (Tabela 2), se observa que os teores de N
ficaram um pouco abaixo da faixa adequada. Malavolta (2006) quantificou o teor de N
foliar adequado entre 28 a 35 g. kg-1. Segundo Kluge (2016), os reguladores vegetais
possibilitam o aumento na absorção de nutrientes, água e influenciam na atividade
35

hormonal das plantas. No entanto, mesmo com aplicação dos produtos bioindutores, os
valores aqui encontrados mostram-se abaixo da faixa adequada.
Outros trabalhos já realizados encontraram resultados semelhantes. Martins et al.
(2016), ao testarem o desempenho agronômico da cultura do milho em função do
tratamento de sementes com o inoculante Azo Total® (Azospirillum spp) com o
bioestimulante Stimulate® e com o fertilizante líquido Cellerate®, individualmente e em
combinação, verificaram que os produtos utilizados não influenciam nos teores de
nitrogênio foliar em plantas de milho.
Resultados similares foram encontrados em experimento realizado por Kluge
(2016), no município de Candói-PR no ano de 2013. O autor avaliou a eficiência da
inoculação de Azospirillum brasilense associada ao regulador vegetal Stimulate®,
utilizando diferentes doses de adubação nitrogenada na cultura do milho. Por sua vez,
este autor observou que o uso do regulador vegetal não proporcionou respostas com
relação a folhas senescentes e teor de N foliar. Ainda, ao avaliar teor médio de N foliar
nos estádios de florescimento da cultura, o autor observou que o teor de N disponível
aumenta de forma quadrática conforme as doses crescentes de adubação nitrogenada,
obtendo-se o valor máximo de 38 g de N. kg-1 com a utilização da dose de 236 kg. ha-1
de N. Logo, isso justifica-se pela maior disponibilidade de N para as plantas ocasionadas
pela adubação.
Amaral (2017), também não verificou diferenças significativas entre os
tratamentos para os teores de N total da parte aérea. A autora avaliou em condições
laboratoriais e em casa de vegetação os efeitos do Azospirillum brasilense associado ou
não ao uso de bioestimulantes na cultura do milho.
36

4.3 PRODUTIVIDADE E TEORES DE NITROGÊNIO NOS GRÃOS

Tabela 3: Resultados da análise de produtividade de grãos e dos teores de nitrogênio nos


grãos em resposta à aplicação de inoculante (A. brasiliense) e bioindutores na cultura do
milho.

Produtividade
Tratamentos N nos grãos (g/kg)
(kg/ha)
1 12209,79 b * 11,93 ns**
2 13349,55 b 15,05
3 12784,44 b 11,04
4 14086,12 a 12,88
5 14265.93 a 14,04
6 14966.05 a 13,10
7 14817.75 a 13,44
8 14485.13 a 12,87
Média 13870,59 13,04
CV % 10,56% 9,91
* = Valores seguidos da mesma letra na coluna não diferem entre si de acordo com o teste de
Scott Knott (p<0,05).
** ns = Não significativo pela ANOVA ao nível de 5% de probabilidade.

De acordo com a Tabela 3, verifica-se que houve diferenças significativas entre


os tratamentos para a variável produtividade de grãos. Observa-se que a variável foi
influenciada pelos diferentes tratamentos, onde se destacou o tratamento 6, que diferiu
estatisticamente em relação à testemunha, expressando uma produtividade 18,4%
superior, com ganho de 2.756,26kg. ha-1. Ainda, o tratamento 6 apresentou produtividade
de 2.181,61kg. ha-1 a mais, quando comparado com o cultivo comumente empregado
pelos produtores (T3). Nota-se, portanto, que a combinação do tratamento de sementes
com o produto Raiz® e o produto Simetria® aplicado via foliar mostrou-se eficiente para
promover ganhos produtivos para a cultura do milho.
Nota-se que para o tratamento 4, a aplicação de A. brasilense resultou em um
ganho de produtividade em relação aos tratamentos 1, 2 e 3 de 1.876,33 kg. ha-1, 736,57
kg. ha-1 e 1.301,68 kg. ha-1, respectivamente. Portanto, comparando-se individualmente o
37

tratamento com A. brasiliense + 75%N (T4) com o tratamento controle com 100% de N
(T3), fica claro que, além de possibilitar reduzir a adubação nitrogenada em 33,77 kg. ha1
de N (75 kg de ureia), o emprego da técnica de inoculação com A. brasiliense eleva
produtividade em 10,18% em relação a forma de trabalho comumente utilizada pelos
produtores (100% de N).
Logo, essa informação confirma as respostas similares encontradas por outros
autores, demonstrando que esta técnica pode ser encarada como capaz de aumentar a
produtividade da cultura do milho. Conforme o trabalho citado por Bárbaro, Brancalião
e Ticelli (2008) o Azospirillum poderia substituir em até 50% a dose de nitrogênio. Com
isso, apresentam-se os resultados encontrados por Gai (2015), que ao comparar o
tratamento de Azospirillum + 80 kg ha-1 de N com o tratamento 120 kg ha-1 de N, obteve
uma contribuição de 33% da dose de N à cultura, provavelmente proporcionada pela
fixação biológica realizada pelos microrganismos. Em tese, este valor encontra-se
próximo ao observado nesse estudo.
Em um estudo realizado a campo por Fukami et al. (2016), avaliando diferentes
métodos de inoculação com A. brasilense, verificaram que os tratamentos aplicados em
pulverização foliar com duas e quatro doses de inoculante, associados a 75% de N,
promoveram ganhos de 773 e 439 kg. ha-1, respectivamente em relação ao tratamento
controle com 100% da dose de nitrogênio. Resultados similares de ganho em
produtividade em função do uso de A. brasilense na cultura do milho foram também
obtidos por Portugal et al. (2012). Estes os autores encontraram um aumento de 14,75%
na produção de grãos em comparação ao tratamento sem inoculação.
No entanto, existem estudos onde os tratamentos com a inoculação com A.
brasiliense não apresentaram ganhos em produtividade. Como exemplo disso, cita-se o
experimento realizado por Müller et al. (2012), onde os autores avaliaram a produtividade
do milho em resposta a inoculação de Azospirillum brasilense no tratamento de sementes
e também no sulco de semeadura, com diferentes doses, comparando-os ao tratamento
controle, onde não verificaram diferenças significativas. Mascarello e Junior (2015)
observaram a ausência de ganhos em produtividade ao utilizar a inoculação de sementes
de milho com A. brasilense. Também, o mesmo foi constatado por Basi (2013), onde o
autor não verificou incrementos significativos na produtividade do milho, quando
submetido aos tratamentos de inoculação com A. brasiliense na semente e no sulco de
semeadura.
38

Fazendo uso de bioestimulantes, destaca-se que existem poucos trabalhos com


resultados representativos que combinam o uso de adubo nitrogenado com reguladores
na cultura do milho. Cobucci, Curuck e Silva (2005) aplicando o produto Stimulate® via
sementes e via foliar, nas fases V4, R5 e R7 na cultura do feijão, observaram efeito
positivo na produtividade da cultura. Rossi (2011), em dois anos de cultivo, testando
doses e modos de aplicação de reguladores vegetais e doses crescentes de nitrogênio em
cobertura, em feijoeiro de inverno irrigado, observou que para produtividade de grãos
houve diferenças entre as doses de reguladores vegetais, efeitos das doses de nitrogênio
e interação entre os dois fatores para o ano de 2009. Os resultados indicam possível
interação entre o adubo nitrogenado e os reguladores vegetais para a produtividade de
grãos de feijão, quando observou que, utilizando a dose mais alta de nitrogênio em
cobertura (105 kg ha-1) juntamente com 0,5 e 1,0 L do produto comercial do regulador
vegetal, ocorreram acréscimos de 8,47% e 16,44% respectivamente, em relação à
testemunha.
Picolli et al. (2009), ao estudar a aplicação de produtos à base de aminoácidos
como tratamento de sementes e na fase de perfilhamento na cultura do trigo, concluíram
que esses produtos proporcionaram não apenas ganhos significativos em produtividade
de grãos, mas também benefícios à cultura em situações adversas ao clima, como o déficit
hídrico. Contudo, o déficit hídrico ocorrido no trabalho de Picolli et al. (2009) ocorreu
algum tempo após a aplicação do produto, permitindo a resposta da planta ao mesmo.
Ao verificar a alta produtividade alcançada no Tratamento 6, presume-se que este
resultado seja advindo parcialmente da presença da quitosana no produto Simetria®,
coincidindo com os resultados de outros autores. Guan et. al (2009), observou efeitos
positivos da quitosana na produtividade do milho. Outras culturas, como o arroz, feijão
mungo, trigo, café e quiabo (BOONLERTNIRUN; BOONRAU; SUVANASARA, 2008;
DZUNG; KHANH; DZUNG, 2011; MONDAL et al., 2012; MONDAL et al., 2013;
TOURIAN et al., 2013) também possuem aumento da produção quando tratadas com
produtos que contenham a quitosana em suas formulações.
Em contrapartida, existem dados de experimentos, nos quais o uso de
bioestimulantes não influenciou na produtividade das culturas. Em experimento realizado
por Kolling et al (2016) no município de Lages, SC, trabalhando com a presença ou
ausência do tratamento de sementes com o bioestimulante Stimulate®, constataram que o
mesmo não mitigou os prejuízos ao rendimento de grãos do milho ocasionados pela
distribuição espacial irregular das plantas na linha de semeadura.
39

Ferreira et al. (2007) também não detectaram diferenças significativas na


produtividade do milho em função da aplicação de bioestimulante na semente de milho.
Resultados semelhantes foram obtidos por Benlamon (2008) na cultura de trigo, onde não
observaram incrementos no peso médio de grãos por espiga e no rendimento de grãos.
Vorpagel (2010), testanto a inoculação de Azospirillum, isolado e associado a
bioestimulante, em milho, no noroeste do Rio Grande do Sul, observou ausência de
efeitos significativos nos parâmetros de produtividade da cultura, tais como o rendimento
de grãos, na massa de mil grãos, massa de grãos da espiga, número de fileiras por espiga
e número de grãos por fileira. Luviseto et al (2016) ao testar o bioativador Nobrico Star
TS® em três doses, nas concentrações de 150 ml. ha-1, 250 ml. ha-1 e 400 ml. ha-1, não
verificaram diferenças significativas para a produtividade de grãos.
Tratando-se dos fatores nutricionais, é sabido que nitrogênio exerce funções
relevantes no metabolismo vegetal e é integrante de todos os aminoácidos, fazendo parte
da constituição das proteínas. Este nutriente está relacionado ao crescimento e ao
rendimento por estar associado ao desenvolvimento dos drenos reprodutivos, além de
participar na molécula de clorofila, indispensável para a manutenção da atividade
fotossintética (BASI et al., 2011). Deste modo, o N atua no crescimento vegetativo
influenciando diretamente a divisão e a expansão celular e o processo fotossintético,
sendo, portanto capaz de promover o acréscimo em altura de plantas e de espigas do milho
(Silva et al., 2005).
Percebe-se que, mesmo para o tratamento 1 (controle), obteve-se uma boa
produtividade, a qual pode ser considerada bem acima da média nacional e também
regional. Este fato aconteceu mesmo sem o uso do inoculante e produtos bioindutores e,
na ausência de adubação nitrogenada em cobertura. Vendo isso, ressalta-se que isso pode
ter ocorrido por uma ação conjunta de fatores e condições que favoreceram o bom
desenvolvimento da cultura.
Alguns aspectos a serem considerados são: o material genético utilizado, com
elevado potencial produtivo; os bons níveis de fertilidade e matéria orgânica disponíveis
no solo; a ocorrência de condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento das
plantas na condução do experimento, seja pelo plantio na época indicada para a região e
para o material vegetal, possibilitando um desenvolvimento no fotoperíodo adequado,
com boa intensidade luminosa; ou ainda pelas chuvas bem distribuídas no período (Anexo
A). A quantidade de nitrogênio residual das culturas de inverno e também da cama de
aviário pode ter sido suficiente para sustentar tal produtividade.
40

O conjunto de práticas realizadas na área de cultivo pode ser também responsável


pelos altos rendimentos de grãos nos tratamentos, todos superiores a 12.200kg.ha-1
(Tabela 3). Contudo, devido às respostas obtidas em vários trabalhos, a obtenção de doses
de nitrogênio adequadas e fazer o uso de tecnologias como a utilização da inoculação de
sementes e bioestimulantes vegetais, aplicados via semente e/ou via foliar podem ser de
suma importância no sentido de oferecer maior segurança e possibilidade de aumento de
produtividade e respectivo lucro aos produtores.
Conforme a Tabela 3, verifica-se que os teores de N nos grãos não foram
influenciados pelos tratamentos do presente estudo. Todos os valores encontrados
mantiveram-se em uma faixa similar e de pouca amplitude, com uma média geral de 13,04
g.kg-1. Destaca-se que estes valores se situam um pouco abaixo aos descritos como
adequados (17,0 g. kg-1) por Raij et al. (1996). No entanto, verifica-se que a quantidade
de N exportada nos grãos pela colheita variou de 159,0 kg. ha-1 no tratamento com menor
produtividade e 195,15 kg. ha-1 de N no tratamento com maior produtividade. Esses dados
são de grande valia, vendo que a entrada do N no sistema ocorre por meio da adubação e
fixação biológica, enquanto as perdas estão relacionadas a fenômenos de erosão,
lixiviação, desnitrificação e remoção pelas colheitas. Logo, torna-se primordial um
balanço positivo de N no sistema para que haja acúmulo desse nutriente (SISTI et al.,
2004; DIEKOW et al., 2005). Portanto, analisando estes valores, é importante considerar
a relação entre as entradas e saídas (extração) do nitrogênio na área de estudo.
Considerando-se que a adubação total é a soma de todas as entradas: cama de
aviário (42 – 49 kg de N.ha-1), adubação de base (36 kg de N.ha-1) e cobertura (135 kg de
N.ha-1 para o T3 e 101,25 kg de N.ha-1 para os tratamentos com 75%N), tem-se um valor
aproximado de 213 a 220 kg de N. ha-1 para o T3 e 179,25 a 186 kg de N. ha-1 para os
demais tratamentos. Com isso, afirma-se que houve uma boa correlação e balanço de
entradas e saídas do nutriente, sem possíveis preocupações com a redução do estoque do
mesmo no solo, ao utilizar as técnicas aqui apresentadas.
Em estudo realizado por Portugal et al. (2012), a presença da bactéria A.
brasilense aplicada via pulverização foliar proporcionou um aumento significativo nos
teores de nitrogênio foliar na cultura do milho equivalente a 2,66% em relação ao
tratamento controle, e segundo os autores, esse aumento deve ser devido à resposta da
fixação biológica de nitrogênio e do aumento de volume do sistema radicular promovido
pela bactéria, permitindo desta forma que a planta explore maior volume de solo e
consequentemente, maior concentração de N foliar.
41

De acordo com Lima (2018), o teor de proteína bruta do milho é um indicador


calculado a partir da quantidade de nitrogênio total determinada na amostra. O autor relata
que uma maior adubação nitrogenada aumenta a absorção de nitrogênio pela planta,
elevando o teor de nitrogênio no grão de milho, assim como o teor de proteína bruta. Esse
maior nível de nitrogênio é armazenado predominantemente na forma de amônio e nitrato,
que não são utilizados por animais monogástricos como as aves. Ou seja, a adubação
nitrogenada de cobertura é importantíssima para aumentar a produtividade, mas ela não
melhora a qualidade nutricional do grão.
Steffen et al. (2014), estudando doses de nitrogênio na cultura do trigo sob efeito
de diferentes reguladores de crescimento, observaram que a mesma foi influenciada
positivamente apenas pelas doses de N aplicadas no estádio vegetativo + reprodutivo. Os
autores verificaram aumento no percentual de proteína total nos grãos, nos dois anos de
cultivo, fato que têm relação direta com os teores de N nos grãos, conforme descrito no
parágrafo anterior. Em concordância com este resultado, um estudo realizado por
Fagherazzi (2015), o tratamento condicionado à maior dose de N, obteve-se um aumento
de 0,65% e 0,06% respectivamente, em relação à testemunha.
Deve-se salientar que é mais difícil identificar os efeitos favoráveis dos
bioestimulantes quando as plantas são cultivadas num ambiente favorável ao
desenvolvimento. Contudo, quando submetidas a condições de estresse, geralmente as
plantas tratadas com estes produtos mostram um desempenho superior, pois conseguem
desenvolver sistemas de defesa, devido ao incremento do nível de antioxidantes. Logo,
destaca-se que a área experimental onde se desenvolveu o presente trabalho, possui bons
índices de fertilidade e de matéria orgânica, decorrentes da adoção de um bom sistema de
manejo, com adubação adequada, alternância de culturas, manutenção da cobertura de
solo e semeadura direta.
Além disso, foram utilizadas boas práticas de manejo, as quais são favoráveis à
obtenção de altas produtividades. Ainda, a cama de aviário aplicada na pré-semeadura de
inverno pode ter fornecido bons teores de N, P e K, com estimativa de até 49kg de N/ha
à cultura do milho. Portanto, isso pode explicar a ausência de divergências para algumas
características aqui avaliadas, ou mesmo a presença de resultados contraditórios ou
inesperados. Por fim, essa combinação de fatores pode ter mitigado os efeitos positivos
dos bioestimulantes sobre o desempenho agronômico da cultura do milho.
Ainda, quando se pensa na interação das bactérias Azospirillum brasiliense com
cultura do milho, Roesch et al. (2006) relatam que este fator tem relação ao potencial
42

agronômico, fixação de nitrogênio ou promoção de crescimento, dependendo de muitos


fatores bióticos e ambientais, como por exemplo o genótipo da planta, comunidade
microbiológica do solo e também da disponibilidade de nitrogênio. Estudos relacionam
uma possível inibição da atividade bacteriana em função da utilização de doses elevadas
de adubação nitrogenada (HARTMANN, 1989).
Sendo assim, o nitrogênio em excesso pode inibir algumas funções da bactéria,
fazendo com que esta não receba estímulos para desempenhar seu papel com grande
eficiência. Por isso, o fator adubação merece atenção especial neste experimento, que,
possivelmente pode ter mascarado os efeitos das bactérias para essas características,
fazendo com que a contribuição dessas na promoção de crescimento fosse inexpressiva.
Ainda, pode haver também uma relação com os microrganismos (bactérias) nativas da
área estudada.
43

5 CONCLUSÕES

A técnica de inoculação com Azospirillum brasiliense (T4) apresentou-se com


potencial de ganho em produtividade em relação a adubação nitrogenada.

O tratamento de sementes com o produto Raiz® em combinação com o Simetria®


mostra-se bastante eficiente, possibilitando maior rentabilidade e também redução dos
custos com a adubação na cultura do milho.
44

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49

ANEXOS

Anexo A: Informações da precipitação pluviométrica da região de Curitibanos durante o


período de condução do experimento (outubro de 2016 a abril de 2017).

Chuv
Chuva Chuva Chuva
Outubro a Novembro Dezembro Janeiro
(mm) (mm) (mm)
(mm)
01/10/2016 0,0 01/11/2016 0,2 01/12/2016 0,0 01/01/2017 4,4
02/10/2016 0,6 02/11/2016 3,2 02/12/2016 0,0 02/01/2017 0,4
03/10/2016 0,0 03/11/2016 0,0 03/12/2016 33,0 03/01/2017 0,6
04/10/2016 0,0 04/11/2016 0,0 04/12/2016 3,0 04/01/2017 30,8
05/10/2016 23,6 05/11/2016 0,0 05/12/2016 0,0 05/01/2017 36,0
06/10/2016 33,0 06/11/2016 0,0 06/12/2016 0,2 06/01/2017 4,8
07/10/2016 0,2 07/11/2016 0,0 07/12/2016 0,4 07/01/2017 10,6
08/10/2016 0,2 08/11/2016 0,0 08/12/2016 0,6 08/01/2017 0,6
09/10/2016 0,2 09/11/2016 22.8 09/12/2016 2,8 09/01/2017 47,4
10/10/2016 0,0 10/11/2016 0,0 10/12/2016 9,0 10/01/2017 0,4
11/10/2016 0,0 11/11/2016 0,0 11/12/2016 11,8 11/01/2017 0,0
12/10/2016 2,8 12/11/2016 0,0 12/12/2016 0,0 12/01/2017 0,0
13/10/2016 1,4 13/11/2016 0,0 13/12/2016 0,2 13/01/2017 0,0
14/10/2016 0,0 14/11/2016 0,0 14/12/2016 0,0 14/01/2017 0,0
15/10/2016 0,0 15/11/2016 0,0 15/12/2016 0,0 15/01/2017 0,0
16/10/2016 0,0 16/11/2016 56,4 16/12/2016 0,0 16/01/2017 0,0
17/10/2016 32,4 17/11/2016 0,4 17/12/2016 0,2 17/01/2017 2,0
18/10/2016 10,8 18/11/2016 0,0 18/12/2016 10,2 18/01/2017 0,2
19/10/2016 31,0 19/11/2016 0,2 19/12/2016 9,6 19/01/2017 0,8
20/10/2016 0,2 20/11/2016 0,0 20/12/2016 33,0 20/01/2017 0,0
21/10/2016 0,2 21/11/2016 0,0 21/12/2016 0,8 21/01/2017 8,0
22/10/2016 0,0 22/11/2016 0,0 22/12/2016 4,6 22/01/2017 0,4
23/10/2016 0,4 23/11/2016 0,0 23/12/2016 2,8 23/01/2017 3,6
24/10/2016 0,4 24/11/2016 0,0 24/12/2016 0,4 24/01/2017 0,8
25/10/2016 23,6 25/11/2016 2,6 25/12/2016 0,2 25/01/2017 6,8
26/10/2016 18,6 26/11/2016 0,0 26/12/2016 3,4 26/01/2017 2,2
27/10/2016 3,4 27/11/2016 41,4 27/12/2016 0,2 27/01/2017 0,4
28/10/2016 0,0 28/11/2016 50,6 28/12/2016 0,4 28/01/2017 1,0
29/10/2016 0,2 29/11/2016 46,2 29/12/2016 3,6 29/01/2017 0,0
30/10/2016 0,0 30/11/2016 0,2 30/12/2016 6,4 30/01/2017 0,2
31/10/2016 0,0 31/12/2016 14,6 31/01/2017 0,2
TOTAL 183,2 201,4 151,4 162,6
Fonte: Estação agrometeorológica UFSC Curitibanos
50

Fevereiro Chuva (mm) Março Chuva (mm) Abril Chuva (mm)


01/02/2016 1,0 01/03/2016 19,2 01/04/2016 0,4
02/02/2016 15,2 02/03/2016 1,6 02/04/2016 0,0
03/02/2016 14,2 03/03/2016 0,4 03/04/2016 0,0
04/02/2016 0,4 04/03/2016 9,2 04/04/2016 0,6
05/02/2016 0,0 05/03/2016 12,8 05/04/2016 11,8
06/02/2016 0,0 06/03/2016 0,0 06/04/2016 0,2
07/02/2016 0,2 07/03/2016 4,2 07/04/2016 0,2
08/02/2016 0,2 08/03/2016 0,2 08/04/2016 0,0
09/02/2016 0,2 09/03/2016 0,2 09/04/2016 0,2
10/02/2016 0,0 10/03/2016 2,4 10/04/2016 0,0
11/02/2016 10,0 11/03/2016 0,2 11/04/2016 1,2
12/02/2016 4,2 12/03/2016 13,6 12/04/2016 0,4
13/02/2016 5,8 13/03/2016 0,4 13/04/2016 0,0
14/02/2016 6,2 14/03/2016 0,0 14/04/2016 0,2
15/02/2016 0,2 15/03/2016 0,0 15/04/2016 20,8
16/02/2016 2,4 16/03/2016 3,2
17/02/2016 16,6 17/03/2016 3,0
18/02/2016 0,8 18/03/2016 0,0
19/02/2016 0,0 19/03/2016 0,0
20/02/2016 0,0 20/03/2016 0,0
21/02/2016 0,0 21/03/2016 0,0
22/02/2016 0,0 22/03/2016 0,2
23/02/2016 21,2 23/03/2016 0,0
24/02/2016 5,0 24/03/2016 0,2
25/02/2016 2,4 25/03/2016 0,4
26/02/2016 0,2 26/03/2016 0,0
27/02/2016 0,0 27/03/2016 0,2
28/02/2016 4,8 28/03/2016 0,4
29/03/2016 0,2
30/03/2016 0,0
31/03/2016 0,2
TOTAL 111,2 72,4 36,0
Fonte: Estação agrometeorológica UFSC Curitibanos

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