Kamasutra - Vatsyayana
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V352k Vātsyāyana
Kāmasūtra / Vātsyāyana ; traduzido por Daniel Moreira
Miranda, Juliana Di Fiori Pondian ; ilustrado por Alfredo
Benavídez Bedoya. - Rio de Janeiro : Tordesilhas, 2023.
ePub3
ISBN: 978-85-7881-762-6
1. Sexualidade. 2. Kāmasūtra. I. Miranda, Daniel
Moreira. II. Pondian, Juliana Di Fiori. III. Bedoya, Alfredo
Benavídez. IV. Título.
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TABELA DE CORRESPONDÊNCIAS PARA
LEITURA DOS TERMOS EM SÂNSCRITO
k: c em ca
c: tch em tchau
ṭ: t com a ponta da língua no palato
t: t em ta
p: p em pa
ṅ: n em canga
ñ: n em canja
ṇ: n com a ponta da língua no palato
n: n em canta
m: m em ma
y: i em pia
r: r em ara
l: l em la
v: v em va
h: h no inglês house
kh, gh, ch, jh, th, dh, th, dh, ph e bh: são pronunciadas com uma leve
aspiração após a consoante
UM
Os tipos de união sexual segundo o tamanho, a duração e a intensidade
do desejo
DOIS
Abraços
TRÊS
Beijos
Q U AT R O
Arranhões
CINCO
Mordidas
SEIS
Posições sexuais
SETE
Golpes e gemidos
OITO
A mulher agindo como homem e as estocadas do homem
NOVE
Sexo oral
DEZ
O começo e o fim da relação sexual, os vários tipos de união e as brigas
entre os amantes
Posfácio
“ Os homens, de acordo com o tamanho de
seu órgão sexual, do menor para o maior,
podem ser classificados em ‘coelho’, ‘touro’ e
‘cavalo’.
UM
manifesta-se
no sexo oral com as mulheres
com os da terceira-natureza[7]
nos beijos, nos abraços etc.
os conhecedores da ciência
Abraços
Interlúdio
O “Livro do sexo” é também chamado por algumas pessoas de
“64”, porque ele possuiria 64 divisões, mas os sábios chamam a obra
completa do Kāmasūtra de “64”.[9] Um dos motivos seria o fato de “64” ser
uma referência às artes,[10] por existirem nessa quantidade e por serem parte
da arte do sexo. Além disso, o “Livro do sexo” é também conhecido como
“As 10 maṇḍalas do Ṛgveda”,[11] porque tem objetivos comuns aos do
Ṛgveda e por ambos terem sido compostos por autores da região de
Pañcāla.[12] Alguns usam o termo “64” para prestar homenagem ao
Kāmasūtra.
De acordo com os seguidores de Bābhravya, o livro é chamado de “64”
porque há oito variedades de ações para cada uma das oito atividades
eróticas: abraço, beijo, arranhão, mordida, posição sexual, gemido, a mulher
fazendo o papel do homem e sexo oral. A combinação de atividades e ações
gera o número “64”. Mas, segundo Vātsyāyana, embora a divisão de cada
atividade erótica em oito ações diferentes possa ser excessiva para algumas
categorias e ínfima para outras, o sexo também envolve ainda outras ações
tais como golpes, gritos, as investidas do homem e atos sexuais incomuns.
Por isso, considera esta nomenclatura apenas uma maneira de se falar, assim
como se fala da árvore do diabo de sete folhas, ou da oferenda do arroz de
cinco cores.
O abraço
Quando um homem e uma mulher ainda não tiveram um encontro
sexual, eles podem utilizar quatro tipos de abraços como sinais de atração
entre si: “toque”, “esbarrão”, “estímulo” e “pressão”. Em qualquer um dos
casos, a ação praticada deriva do seu nome.
Os dois primeiros tipos são recomendados para os casais que ainda não
tiveram oportunidade de conversar muito. No “toque”, os amantes ficam
cara a cara e, aproximando-se com um pretexto qualquer, um toca o seu
corpo no corpo do outro. Já o “esbarrão” ocorre em um lugar ermo. A
mulher, ao pegar alguma coisa, esbarra os seios em um homem que pode
estar sentado ou em pé, e então nesse momento ele a abraça.
Os outros dois tipos de abraços são para os casais que já entenderam os
sinais um do outro. O “estímulo” deve acontecer em um lugar escuro, cheio
de gente ou vazio. O homem e a mulher se aproximam suavemente e
estimulam o corpo um do outro por um bom tempo. E no abraço “pressão”
ocorre a mesma ação anterior, mas um deve abraçar o outro contra uma
parede ou um pilar.
Há também outros quatro tipos de abraços que são empregados durante
o sexo. Dois são praticados em pé: no “videira entrelaçada”, a mulher,
enroscada no homem assim como a videira se enrosca em uma árvore,
move a face dele para baixo para beijá-lo. Quando ele se levanta, ela ofega
suavemente e, apoiada nele, contempla-o com amor; no “subir na árvore”, a
mulher pisa com um pé no pé do homem e, com o outro, pisa ou se enrosca
na coxa dele; com um braço ela segura as costas dele, deixando o outro
braço cair de sobre o ombro de seu parceiro, então, murmurando e ofegando
suavemente, deseja elevar-se para beijá-lo.
E os outros dois tipos são usados em momentos de paixão: o “arroz com
gergelim”, quando os amantes estão deitados na cama, com braços e pernas
emaranhados, e se abraçam cerradamente como se estivessem brigando; e o
“leite com água”, no qual a mulher está sentada no colo do homem olhando
para ele, ou deitada, e eles se abraçam como se estivessem se diluindo um
no outro, cegos de paixão e ignorando qualquer dor.
Para os seguidores de Bābhravya, esses são os modos de abraçar
intimamente. Mas Suvarṇanābha descreve mais quatro abraços em relação a
uma única parte do corpo:
“abraço das coxas”: um utiliza suas coxas como uma pinça e aperta
com muita força uma ou as duas coxas do outro;
“abraço da pélvis”: a mulher, com as flores do cabelo desarrumadas,
salta por cima do homem, e, pressionando pélvis contra pélvis, eles se
beijam, se arranham, se mordem e se golpeiam;
“abraço dos peitos”: a mulher pressiona seus seios contra o peito do
homem e deixa cair seu peso;
“abraço das faces”: um se agarra ao outro, boca com boca, olho com
olho, fronte com fronte.
Beijos
Arranhões
“Meia-lua” é a marca que tem esta forma. Pode ser gravada no pescoço
ou na parte superior dos seios, e, quando são feitas duas, uma frente à outra,
torna-se o arranhão chamado “círculo”, que é aplicado no ventre, na virilha
ou nos quadris.
A “linha”, não sendo muito longa, pode ser feita em todos os lugares. Se
for curvada e carinhosamente aplicada aos mamilos, ela se torna a “unha do
tigre”. O “pé do pavão” é a linha vai em direção ao mamilo, e é feita com as
pontas dos cinco dedos unidas. E, quando são feitas cinco marcas desse tipo
próximas ao mamilo de uma mulher elogiada por seu desempenho sexual,
será o “pulo do coelho”. Finalmente, uma marca deixada na parte superior
dos seios ou em volta dos quadris de uma mulher chama-se “pétala do
lótus”, pois se apresenta nesta forma.
Ao sair de casa, o homem sempre faz três ou quatro riscos nas coxas e
na parte superior dos seios da mulher, para que ela se lembre dele. Todos
esses são os modos mais comuns de usar as unhas, mas existem também
outros tipos de arranhões, que resultam em diferentes figuras.
Mas fica aqui um aviso: um homem não deve deixar tais marcas nas
esposas dos outros. Ele faz marcas especiais em lugares escondidos para
aumentar o desejo e manter-se na lembrança dela.
Mordidas
se o casal se envergonha
pela cumplicidade que há entre os dois,
o amor nunca deixa de existir
por nada, nem mesmo em uma centena de anos.
[15] Os dentes podem ser pintados ao se mascar folha de betel etc.
[16] Estas marcas embelezam a bochecha assim como um brinco adorna a orelha.
[17] Não há muita vermelhidão, pois não é feito um machucado. É feito com a ponta de
apenas um dente da frente.
[18] Os dentes superiores são como uma joia branca, o lábio inferior, como um coral
vermelho. Ambos são pressionados num local repetidamente até deixarem uma marca.
[19] N. dos T: na região das cidades atuais de Allahabad, Ágra, Délhi etc, segundo o
dicionário
Monnier-Williams.
[20] Da cidade de Pāṭalīputra.
[21] A lista dos seis atos externos: abraço, beijo, arranhão, mordida, golpe e gemido.
SEIS
Posições sexuais
As posições sexuais
[25] N. dos T.: Segundo Manu (Cap. 5, v. 135 das Leis de Manu), é proibido expelir sêmen
na água, pois ele faz parte das substâncias impuras, e o autor chega até mesmo a indicar
uma penitência para quem o pratica (id. Cap. 11, v. 174).
*
o conhecimento adquirido
por meio dos jogos eróticos,
por meio dos animais selvagens,
domesticados e dos pássaros,
e por meio das técnicas utilizadas
por uns e outros,
aumenta o repertório de práticas sexuais.
Golpes e gemidos
E ainda, quando uma pessoa é golpeada ela produz sons, pois eles
traduzem a dor e podem se manifestar de várias formas: “choramingo”,
“urro”, “arrulho”, “lamúria”, “ofego”, “chiado” e “choro aos soluços”.[26],
[27]
Também são utilizadas palavras que possuem significados, como as que
servem para chamar a mãe, para resistir, para liberar-se e para mover-se. E
ainda poderia ser utilizado, alternativamente, um grande número de sons
que imitam animais, por exemplo, a pomba, o cuco indiano, o pombo da asa
verde, o papagaio, a abelha, o cuco jacobino, o ganso, o pato ou a perdiz.
[33] Não há uma terceira forma. Assim, ou ela muda de posição sem retirar o pênis de sua
vagina ou, no intervalo, ela retira o pênis de dentro de si, muda de posição e inicia o sexo
novamente, assumindo o papel do homem.
[34] Por timidez as coxas dela estão fortemente fechadas e ele a acaricia para que ela as
abra.
[35] Ela o possui profundamente deixando sua vagina extremamente próxima do órgão
sexual dele e este é o sinal de que ela está tendo um orgasmo ou está próxima disso.
[36] Junta-se o dedo indicador com o anelar e deixa-se o médio um pouco acima.
[37] Ele presta atenção nos movimentos dela antes de penetrá-la e percebe que caso ele
atinja o orgasmo antes, então a continuidade do orgasmo dela será interrompida.
[38] Ele, com as mãos, faz seu pênis rodar como se estivesse batendo um bolo.
NOVE
Sexo oral