Aula 02 - Dimensionamento de Aterros

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Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET

Saneamento Ambiental

Aula 02 – Resíduos sólidos & Dimensionamento de


Aterros.

31 de agosto de 2012

Professor: Winston F. de L. Gonçalves


Referências:
- Braga et al. (2007) Introdução À ENGENHARIA AMBIENTAL – O desafio do desenvolvimento sustentável Prentice Hall Ed.
2º Edição.
-Teixeira et al (2000) Decifrando a Terra Oficina de Texto – USP São Paulo. 1
Resíduos Sólidos Urbanos
Tipos de Resíduos (RSU)
• Segundo a Norma NBR 10.004:
– Classe I (Perigosos): Constituídos por aqueles que isoladamente
ou por mistura, em função de suas características de toxicidade,
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, radioatividade e
patogenicidade em geral, podem apresentar riscos à saúde
pública (com aumento da mortalidade ou de morbidade) ou
efeitos adversos ao meio ambiente, se manuseado ou dispostos
sem os devidos cuidados.

• E.g. Resíduos radioativos, pilhas, lâmpadas fluorescentes, etc.


Tipos de Resíduos (RSU) – cont.
• Segundo a Norma NBR 10.004:
– Classe III (Inertes): São aqueles que não se solubilizam ou que
não têm nenhum de seus componentes solubilizados em
concentrações superiores ao padrões de potabilidade de água,
quando submetidos a um teste-padrão de solubilização
(conforme NBR 10.006 – Solubilização de Resíduos)

• E.g. Latas de Alumínio, etc.


Tipos de Resíduos (RSU)

• Segundo a Norma NBR 10.004:


– Classe II (Não Inertes): Resíduos que não se enquadram em
nenhuma das classes anteriores (não possuem nenhuma destas
características).
Resíduos Perigosos
• São todos aqueles que podem ser nocivos no presente e no
futuro à saúde de qualquer ser vivo e ao meio ambiente.
• Os resíduos são classificados em:
– Resíduos biomédicos;
– Resíduos químicos.
Resíduos Radioativos
• A poluição radioativa ocorre quando há o aumento dos níveis
naturais de radiação através da utilização de elementos radioativos
naturais ou artificiais

• Assim como ocorrem com os pesticidas, poluição industrial e


orgânica, os organismos também acumulam e concentram
radioatividade nos seus tecidos, muitas vezes em níveis
extremamente elevados.

• No oceano as algas podem apresentar uma radioatividade de 1.000 a


5.000 vezes superior à da água circundante. Os animais que se
alimentam dessas algas tendem a concentrar ainda mais tais
substâncias. Os fatores de bioacumulação variam muito de acordo
com o tipo de organismos e de substâncias envolvidas. Os maiores
fatores de concentração biológica ocorrem em moluscos em contato
com o Zinco 65, Manganês 54, Ferro 32 e Plutônio, podendo atingir
a cifra de 10.000 vezes.
Transporte e Triagem
• Local de disposição:
– Distâncias pequenas;
– Homogêneo e biodegradável.

• Mecanismos de compactação do lixo:


• Local de disposição:
– Áreas isoladas;
– Medidas de redução de risco de proliferação de insetos.
• Triagem:
– Separação do lixo reciclável (coperativas);
– Lixo biodegedável (Aterros).
Cooperativas de Reciclagem
• Local onde o lixo é separado e levado
para as usinas de reciclagem (papelão/
papel, plásticos, metais, etc.).
• O processo já começa nas ruas e casas.
Aterros
• Técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou
riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais
(IPT, 1995).
• Método que utiliza princípios de engenharia para confinar resíduos sólidos
à menor área possível e reduzí-los ao menor volume possível, cobrindo-os
com uma camada de terra na conclusão da jornada de trabalho ou a
intervalos menores, se necessário (IPT, 1995).

• INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO


(IPT). Lixo Municipal: manual de gerenciamento integrado. São Paulo:
IPT/CEMPRE. 1995. 278p.
Outras disposições

• Compostagem;

• Biodigestores;

• Landfarming.
Tipos de Aterros
• Aterros Industriais
• Aterros de RSU
– Lixão
– Aterro controlado
– Aterro sanitário
– Bioreator
• Aterros de resíduos de construção civil
Aterros de RSU
• Lixão: Aterro não controlado
– Sem controle de acesso
– Sem controle de constituição de resíduos
– Sem controle de lançamento e compactação
– Sem sistema de:
• Impermeabilização de base
• Cobertura
• Drenagem de gases
• Drenagem de percolados
Aterros de RSU
• Aterros Controlados:
– Acesso restrito à área de lançamento
– Controle de composição de resíduos
– Controle de lançamento e compactação
– Sistemas de:
• Impermeabilização de base
• Cobertura
• Drenagem de gases
Aterros de RSU
• Aterros Sanitários:
– Acesso restrito
– Controle da composição dos resíduos
– Controle de lançamento e deposição
– Sistemas de:
• Impermeabilização de base
• Cobertura diária e final
• Drenagem de percolados
• Drenagem e queima de gases
• Tratamento de percolados
Aterros de RSU
• Bioreatores:
– Todos os atributos de um aterro sanitário
– Monitoramento e intervenção no processo de
biodegradação:
• Controle da umidade da pilha de resíduos
• Ajuste de pH
• Aumento da atividade bacteriana
• Aceleração do processo de geração de biogás
• Comércio de gás, energia elétrica e créditos de carbono
Dimensionamento de Aterros Sanitários

• Os dados a seguir podem sofrerem alterações:

– Demografia: 40.000 habitantes


– Vida útil do aterro: 10 anos
– Densidade média do lixo compactado:
• δ = 0,70 t/m3
– Contribuição per capita de lixo:
• θ = 0,50 kg/hab . dia
Dimensionamento de Aterros Sanitários

• 1º Passo: Massa diária de lixo gerada (Md)

Md = 40.000 hab. x 0,50 kg/hab. dia = 20.000kg/dia = 20 t/dia

• 2º Passo: Volume diário de lixo gerado (Vd)


20t / dia
Vd = 3
= 28,6 m 3
/ dia
0,70t / m

Volume diário arredondado para 30 m3/dia


Dimensionamento de Aterros Sanitários

• 3º Passo: Volume gerado em 10 anos (V10)

V10 = 30 m3/dia x 365 dias x 10 anos = 109.500 m3

– Assumindo um acréscimo de mais 20% de argila


que cobrirá as camadas de lixo, finalizada as
frentes diárias de trabalho, teremos:

V10 = 109.500 m3 x 1,20 = 131.400 m3


Dimensionamento de Aterros Sanitários

• 4º Passo: Dimensões do aterro:


– Adotando a solução de aterro em trincheira, com
altura útil de 5 m e taludes laterais de 1:1, fixando
a largura da base do aterro em 140 m, a largura útil
na superfície de 150 m:
Dimensionamento de Aterros Sanitários

• 4º Passo:
– a-) Área da seção transversal (Str)
B+b 150m + 140m
Str = ∗h = ∗ 5m = 725m 2
2 2
– b-) Comprimento da trincheira (L)
3
V 10 131 . 400 m
L = = = 181 m
S tr 725 m 2

Adotado o comprimento de 200 m


Dimensionamento de Aterros Sanitários

– c-) Área superficial (Ssu) da trincheira


• 1º possibilidade (trincheira única): igual a área do
aterro.
Ssu = 150m ∗ 200m = 30.000m = 3ha 2

• 2º possibilidade (“n” trincheiras): neste caso, divide-se o


comprimento total da trincheira pela quantidade de
trincheiras que se deseja ter, uma ao lado da outra. Na
prática a área do aterro é a mesma, mas muda a forma
do terreno. Exemplo: n=5 (cinco trincheiras).
200m
Ssu = 150m ∗ = 6.000m = 0,6ha
2

5
Dimensionamento de Aterros Sanitários

• 5º Passo: Volume de argila (Var) gasta para o


aterramento.
– Note que no 3º Passo, assumimos um uso de 20% a mais do
volume de lixo com argila (Varv). Após a cobertura total da
área aterrada, estaremos utilizando uma camada de 0,6 m de
espessura de argila (Varm) para cobrir todo o lixo sobre os 3 ha,
portanto:

Varv = 131.400m 3 − 109.500m 3 = 21.900m 3


Varm = 30.000m 2 x 0,6m = 18.000m 3
Var = Varv + Varm = 21.900m 3 + 18.000m 3 = 39.900m 3

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