Artigo Joelhoprotocolo LCA Muito Bom

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Accelerated protocol of rehabilitation after


anterior cruciate ligament reconstruction with
patellar tendon-normative data [Protocolo de
reabilitação acelerada após reconstrucţão d...

Article in Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões · December 2009


Source: PubMed

CITATIONS READS

4 3,123

7 authors, including:

Edilson Thiele Raul Osiecki


Faculdade Evangélica do Paraná Universidade Federal do Paraná
13 PUBLICATIONS 47 CITATIONS 60 PUBLICATIONS 76 CITATIONS

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André Montanholi Fornaziero


Clube Atlético Paranaense
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Thiele
504 Artigo
Protocolo de reabilitação acelerada após reconstrução de ligamento cruzado anterior Original
- dados normativos

Protocolo de reabilitação acelerada após reconstrução de


ligamento cruzado anterior - dados normativos
Accelerated protocol of rehabilitation after anterior cruciate ligament
reconstruction with patellar tendon- normative data
EDILSON THIELE1; LUCIENE BITTENCOURT2; RAUL OSIECKI2; ANDRÉ MONTANHOLI FORNAZIERO2; SARA GABELLONE HERNADEZ1;
PAULO AFONSO NUNES NASSIF3; CARMEN MARCONDES RIBAS3

R E S U M O
Objetivo: Avaliar os resultados obtidos com o protocolo de reabilitação acelerada, adaptado às condições de clínica, em pacientes
submetidos à operação de reconstrução do ligamento cruzado anterior. MétodosMétodos: Foram incluídos 30 pacientes, praticantes de
atividade esportiva recreacional, submetidos à operação de reconstrução do ligamento cruzado anterior por meio do tendão
patelar. Todos fizeram a reabilitação com o mesmo protocolo de tratamento e no mesmo local. A avaliação isocinética em diferentes
ângulos foi realizada antes da operação e no 4° mês de pós-operatório utilizando dinamômetro isocinético computadorizado da
marca Cybex Norm. Resultados
Resultados: As avaliações no pré-operatório em média demonstraram: pico de torque flexor 93% a 60°/s e
97,3% a 180°/s; extensor 87,3% a 60°/s e 94,7% a 180°/s; potência nos músculos flexores de 93,3% e nos extensores de 96,7%;
trabalho muscular dos flexores de 91,7% e nos extensores de 90,3%; o ângulo do pico de torque flexor de 28,7°, na musculatura
extensora o ângulo foi de 62,2°; pico de torque excêntrico nos flexores de 78,3% e nos extensores de 12,8%. Com quatro meses de
pós-operatório os resultados obtidos em média foram: pico de torque flexor 95,4% a 60°/s e 97,1% 180°/s; extensor 70% a 60°/s e
75,7% a 180°/s; potência nos músculos flexores de 97,1% e nos extensores de 79,8%; trabalho muscular dos flexores de 94,2% e
nos extensores de 94,2%; pico de torque excêntrico dos flexores de 84% e nos extensores de 24,2%; o ângulo do pico de torque
flexor foi a 27,3°; na musculatura extensora o ângulo foi de 61,7°. Conclusão
Conclusão: Os resultados demonstraram que os pacientes
tratados com o protocolo adaptado apresentam resultados semelhantes aos obtidos com o protocolo original em relação às
condições musculares.

Descritores: Ligamento cruzado anterior/cirurgia. Joelho. Protocolo de reabilitação acelerada. Avaliação.

INTRODUÇÃO neoligamento inicia-se na 2ª semana e o processo de


“ligamentização” prolonga-se até dois anos de pós-opera-

O ligamento cruzado anterior (LCA) é responsável por


86% da restrição do deslocamento anterior da tíbia.
A ruptura deste ligamento causa instabilidade crônica do
tório3.
Em estudo animal observou-se que o neo-liga-
mento passava por processo de necrose avascular o qual só
joelho, a qual se não tratada pode evoluir para lesão atingiria a fase de ligamentização aos seis meses estando
meniscal, degeneração articular e modificações artríticas1. portanto mais suscetível à rupturas nesta fase4. Assim sen-
A lesão deste ligamento é bastante comum no do os protocolos de reabilitação eram bastante conserva-
meio esportivo, principalmente nos esportes coletivos, a dores em relação ao tempo de recuperação do movimento
instabilidade causada pela sua ruptura impossibilita a práti- de extensão do joelho, exercícios com carga, apoio e libe-
ca de atividades esportivas que façam o movimento de ração para atividade esportiva.
pivot (giro sobre o próprio eixo). Mas os achados de Rougraff et al.3, através de
Dentre as várias técnicas cirúrgicas de reconstru- análise histológica do neoligamento em humanos, demons-
ção para recuperar a estabilidade, a operação utilizando o traram que, diferente dos estudos em animais, o enxerto
tendão patelar tem a preferência dos cirurgiões, sendo a em humanos não apresenta estágio de necrose completa.
mais utilizada na atualidade2. Nessa técnica cirúrgica o li- Existe sim, necrose da porção central do enxerto, porém a
gamento rompido é substituído pelo 1/3 médio do tendão porção superficial encontra-se claramente viável, o que é
patelar, sendo fixado em suas extremidades por dois para- observado pela proliferação celular e a neovascularização
fusos de interferência. A revascularização deste proeminente. O que permite concluir que o enxerto está

Trabalho realizado na Clínica do Joelho, Curitiba, PR, Brasil e Instituto de Pesquisas Médicas da Faculdade Evangélica do Paraná, Curitiba, PR,
Brasil.
1. Médicas da Faculdade Evangélica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil. 2. Centro de Estudos da Performance Física – CEPEFIS - UFPR. 3. Doutor,
Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Em Princípios da Cirurgia e Instituto de Pesquisas Médicas da Faculdade Evangélica do
Paraná/Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Curitiba, PR, Brasil.

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Protocolo de reabilitação acelerada após reconstrução de ligamento cruzado anterior - dados normativos 505

parcialmente viável a partir da 3ª semana de pós-operató- Neste protocolo (Tabela 1), a primeira semana
rio. teve o objetivo de atingir 90° de flexão, controlar a dor e o
A retirada do 1/3 médio do tendão patelar, a derrame articular. No primeiro mês iniciou-se propriocepção
presença de dor, a própria intervenção cirúrgica, entre ou- em apoio bipodal com o objetivo de normalização da mar-
tros fatores, levam à atrofia muscular pós-operatória, aco- cha. A hidroterapia foi incluída a partir da retirada dos pon-
metendo principalmente o grupo extensor do joelho5. tos e da cicatrização completa dos tecidos. Com dois me-
A força do quadríceps apresenta correlação sig- ses foi realizada a avaliação isocinética utilizando as velo-
nificativa com a estabilidade funcional do joelho, antes e cidades angulares de 180 e 240°/s e para aqueles que ob-
após a operação6. Por isso, a recuperação da condição tiveram déficit não superior a 35% iniciaram-se os exercíci-
muscular tem sido uma grande preocupação pós-operató- os com trote em linha reta, evoluindo para trote com mu-
ria7-10. dança de direção e em seguida exercícios com bola. No
Muitos protocolos de reabilitação têm sido pro- terceiro mês foi iniciada a musculação com ângulo articu-
postos para evitar as complicações pós-cirúrgicas e recupe- lar e cargas controladas. Ao final do quarto mês foi feita
rar a condição funcional pré-operatória dos pacientes. nova avaliação isocinética, com velocidade angular de 60,
Em 1992, Shelbourne e Nitz11 faziam a reabilita- 180 e 240°/s no modo concêntrico e 60°/s no modo excên-
ção de um modo conservador onde no pós-operatório era trico. Manteve-se a musculação e se o déficit muscular do
feita a imobilização por um período de seis a oito sema- grupo extensor não fosse superior a 35% na velocidade
nas. A partir de 1993 o programa de reabilitação foi modi- angular de 60°/s, iniciava-se o retorno progressivo as ativi-
ficado e a imobilização foi substituída pelo uso imediato do dades esportivas.
CPM (continuos passive motion). Nos dois anos seguintes o Os pacientes avaliados eram do sexo masculino,
programa de reabilitação sofreu algumas pequenas modifi- com idade média de 30,9 +/- 9,4 anos, peso médio 79,3 +/
cações, pois observou-se que os pacientes mais ousados, e - 8,8 kg, altura média 1,76 +/- 0,06 m, e índice de massa
que não respeitaram os prazos determinados pelo progra- muscular 25,5 +/- 2,2.
ma, evoluíram de maneira mais precoce e recuperaram a Os pacientes foram avaliados em um
função normal do joelho em menor tempo e sem adquirir dinamômetro isocinético computadorizado da marca Cybex
instabilidade. Norm (Lumex Inc., Ronkokoma, NY, USA).
Baseados nestas observações Shelbourne e A posição de avaliação foi sentado com banco
Nitz11, fizeram um estudo comparando dois tipos de pro- reclinado a 5°, o tronco e coxa firmemente fixadas através
tocolo de reabilitação, um mais conservador e outro ace- de tiras próprias. O eixo de rotação do braço de alavanca
lerado. O grupo de pacientes submetidos ao programa do dinamômetro alinhado de maneira visual ao côndilo la-
acelerado recuperou a extensão do joelho mais rapida- teral femoral e o membro inferior fixado ao braço de ala-
mente, com isso houve menos casos de complicação onde vanca do dinamômetro na região maleolar.
a perda da extensão levava a nova intervenção cirúrgica. As velocidades angulares utilizadas foram de 60°/
Os exercícios em cadeia cinética fechada utilizados no s, 180°/s e 240°/s no modo concêntrico e 60°/s no modo
protocolo acelerado também diminuíram as dores anteri- excêntrico. Os pacientes executaram algumas repetições
ores do joelho e aumentaram a estabilidade subjetiva, dos movimentos para a familiarização com o aparelho. Na
além de recuperar a força do quadríceps mais rapidamen- avaliação propriamente dita, foram feitos cinco movimen-
te. Shelbourne e Gray12 também observaram as vantagens tos de flexo-extensão do joelho em cada velocidade angu-
da mobilização e o fortalecimento precoce no pós-opera- lar. Ambos os membros foram avaliados e comparados. A
tório imediato. avaliação foi precedida de exercício de bicicleta (10 minu-
O objetivo deste trabalho foi verificar os benefíci- tos) e exercícios de alongamentos para os músculos avalia-
os do protocolo de reabilitação acelerada em pacientes dos.
submetidos à operação de reconstrução do ligamento cru-
zado anterior, por meio do tendão patelar, através da ava-
liação isocinética aplicada no pré-operatório e com quatro RESULTADOS
meses de pós-operatório.
Os resultados obtidos na avaliação isocinética são
referentes ao membro operado em relação ao membro
MÉTODOS contralateral não lesionado.
Na tabela 2 estão listados os resultados do pico
Após assinatura do termo de consentimento fo- máximo flexor pré e pós-operatório nas velocidades angu-
ram avaliados 30 pacientes, praticantes de atividade es- lares de 60°/s e 180º/s; da avaliação pré e pós-operatória
portiva recreacional, submetidos à operação de reconstru- do pico máximo extensor nas velocidades de 60º/s e 180º/
ção do ligamento cruzado anterior por meio do tendão s; da avaliação da potência pré e pós-operatória nos mús-
patelar, entre 2002 e 2004. Todos os pacientes fizeram a culos flexores e extensores; do trabalho muscular a 60/°s
reabilitação com o mesmo protocolo de tratamento e no na melhor repetição executada nos músculos flexores e
mesmo local. A avaliação isocinética foi realizada antes da extensores no pré e pós-operatório; dos ângulos do pico de
cirurgia e no 4° mês de pós operatório. torque flexor e extensor no pré e no pós-operatório; do
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Tabela 1 - Protocolo de reabilitação adaptado às condições clínicas.

Objetivos Tratamento
1ª SEMANA Crioterapia
Controle do edema e derrame articular Exercícios de ADM passiva e ativa para flexão e hiperextensão
Controle da dor Mobilização de patela
Controle do quadríceps Flexo/extensão tornozelo ativa
ADM = 90 Contração isométrica do quadríceps
Exercícios de controle do quadríceps
Mini agachamentos
Heel prop extension
Marcha com 2 muletas

1º MÊS 2ª semana
adM = 0 a 120° Propriocepção na bola
atividades limitadas Elevação da perna com peso
Prevenir derrame articular Bicicleta
Padrão de marcha normal Treino de marcha
Alongamentos

3ª semana
Iniciar hidroterapia
Esteira

4ª semana
Propriocepção em apoio bipodal – dynadisc

5 A 8 SEMANAS Propriocepção em apoio monopodal


Mobilidade = Membro oposto Exercícios extensão terminal – CCA
Controle de derrame articular Exercícios em cadeia cinética fechada
Recuperação da força muscular

2 MESES Intensificar exercícios de força e alongamentos


Déficit de pico de torque = 35% Iniciar trote em linha reta
Avaliação isocinética com velocidade angular 180°/s Trote com mudança de direção
Exercícios com bola

3 MESES Iniciar musculação


Recuperar força muscular Intensificar exercícios proprioceptivos
Melhora da propriocepção Intensificar exercícios específicos do esporte praticado

4 MESES Retorno progressivo ao esporte


Avaliação isocinética com déficit de força muscular máx. de 25 a
35%

modo excêntrico nas musculaturas flexora e extensora a nos músculos flexores de 97,1% e nos extensores de 79,8%;
60°/s nos períodos pré e pós-operatório. Foram eles no pré- trabalho muscular dos flexores de 94,2% e nos extensores
operatório: pico de torque flexor 93% a 60°/s e 97,3% a de 94,2%; pico de torque excêntrico dos flexores de 84%
180°/s; extensor 87,3% a 60°/s e 94,7% a 180°/s; potência e nos extensores de 24,2%; o ângulo do pico de torque
nos músculos flexores de 93,3% e nos extensores de 96,7%; flexor foi a 27,3°; na musculatura extensora o ângulo foi de
trabalho muscular dos flexores de 91,7% e nos extensores 61,7°.
de 90,3%; o ângulo do pico de torque flexor de 28,7°, na
musculatura extensora o ângulo foi de 62,2°; pico de torque
excêntrico nos flexores de 78,3% e nos extensores de DISCUSSÃO
12,8%. Com quatro meses de pós-operatório os resultados
obtidos foram: pico de torque flexor 95,4% a 60°/s e 97,1% A perda de força muscular no pós-operatório de
180°/s; extensor 70% a 60°/s e 75,7% a 180°/s; potência reconstrução ligamentar tem sido bem documentada por
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ser complicação perigosa e limitante no retorno as ativida- 15% a 60°/s e de 9 e 18% nos grupos agudo e crônico
des esportivas pré-lesão. A avaliação isocinética tem sido respectivamente na velocidade angular de 180°/s. Os ísquios
considerada um teste confiável, com o coeficiente de cor- tibiais apresentaram déficit de 7 e 8% nos grupos agudo e
relação intraclass, de 0,98 - 0,99 para velocidades de 60 e crônico na velocidade angular de 60°/s e 26 e 8 % na
180°/s13. Por isso avaliou-se a performance isocinética do velocidade angular de 180°/s.
quadríceps e dos ísquios tibiais em pacientes submetidos a Risberg et al.18, fizeram um estudo prospectivo
reconstrução ligamentar tratados com o protocolo acelera- em pacientes com reconstrução ligamentar, demonstrando
do. que aos seis meses de pós-operatório a recuperação do
Shelbourne et al.14, relataram recuperação da trabalho total, avaliado a 60°/s nos músculos extensores foi
perfomance da musculatura extensora de 70% após 13 de 66,4%, com 12 meses foi de 81,6% e com dois anos de
semanas da operação com o tendão patelar na veloci- 92, 6%. Nos músculos flexores aos seis meses a recupera-
dade de 180°/s. Porém, em seu estudo parte dos pacien- ção foi de 83,9%, aos 12 meses foi de 93,1% e aos dois
tes avaliados foram reabilitados com o protocolo acele- anos de 95,1%.
rado e parte com o protocolo tradicional. Carlo et al.15, Neste estudo a recuperação do trabalho total aos
fizeram um estudo comparativo entre a recuperação com quatro meses de pós-operatório foi em média de 94,2%
o protocolo acelerado e o tradicional, demonstrando que nos músculos flexores e de 74,1% nos músculos extensores.
com o tradicional a recuperação dos ísquios tibiais aos 3, Carter e Edinger19, compararam a recuperação
6 e 12 meses de pós-operatório foi de 79,41, 90,99 e pós-operatória nas reconstruções ligamentares com tendão
95,13% respectivamente, enquanto que os pacientes flexor e o patelar com seis meses da operação. Os grupos
reabilitados com o protocolo acelerado apresentaram foram avaliados na velocidade angular de 180°/s obtendo
92,65, 97,76 e 98,73%. Na musculatura extensora os os seguintes resultados nos músculos extensores: tendão
pacientes do protocolo tradicional apresentaram recupe- patelar 68,3%, semitendíneo/grácil 78,1% e semitendíneo
ração de 63,94, 71,48 e 80,02%, enquanto que no pro- 74,3%. Nos músculos flexores foi observado: tendão patelar
tocolo acelerado os resultados foram 69,63, 76,81 e 86,1%, semitendíneo/grácil 81,7% e semitendíneo 80,6%
87,42%. A comparação dos resultados entre os diversos
Rosberg et al.l6, avaliou pacientes submetidos à trabalhos deve ser feita de maneira cuidadosa, pois é ne-
reconstrução ligamentar com o tendão patelar após 12 a cessário que os parâmetros utilizados na avaliação sejam
24 meses de evolução e constatou 18% de perda de força semelhantes. Portanto os estudos de Shelbourne16, Carlo
em relação ao membro contralateral do quadríceps na ve- et al.2 e Carter e Edinger3 , apresentam condições seme-
locidade angular de 60°/s, e de 10% nos ísquios tíbiais. lhantes a este trabalho, tendo sido utilizada a mesma velo-
Porém a 180°/s nenhum teve perda em nenhum dos gru- cidade angular (180°/s), mas o período de avaliação pós-
pos musculares avaliados. operatória apresenta pequena variação. Mas utilizando estes
Natri et al. 17 , compararam a performance estudos em comparação aos resultados aqui apresenta-
isocinética em pacientes crônicos e agudos pós reconstru- dos, verificou-se que são semelhantes em relação ao pico
ção de LCA. As avaliações foram feitas em média quatro de torque em ambos os grupos musculares.
anos após o procedimento cirúrgico utilizando as velocida- Em conclusão, os resultados demonstraram que
des angulares de 60 e 180°/s para pico de torque e 180°/s os pacientes tratados com o protocolo adaptado apresen-
para trabalho máximo. O grupo crônico apresentou déficit tam resultados semelhantes aos obtidos com o protocolo
no pico de torque de quadríceps de 20% e o agudo de original em relação às condições musculares.

Tabela 2 - Média e desvio-padrão dos resultados do pré e pós-operatório (Teste t).

Pré-operatório Pós-operatório p
Pico máximo flexor a 60º/s (%) 97,03 95,45 0,5173
Pico máximo flexor a 180º/s (%) 97,31 97,10 0,9521
Pico máximo extensor a 60º/s (%) 87,31 70,00 0,0001*
Pico máximo extensor a 180º/s (%) 97,79 75,76 0,0001*
Potência Muscular flexora (%) 93,03 27,20 0,5098
Trabalho muscular flexor a 60º/s (%) 91,79 94,24 0,5360
Trabalho muscular extensor a 60º/s(%) 90,31 74,14 0,5360
Ângulo de pico de torque flexor 28,72º 27,48º 0,4300
Ângulo de pico de torque extensor 62,28º 61,72º 0,8169
Pico de torque flexor no modo excêntrico a 60º/s (%) 78,31 84,07 0,2484
Pico de torque extensor no modo excêntrico a 60º/s (%) 87,14 75,72 0,0105

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508 Protocolo de reabilitação acelerada após reconstrução de ligamento cruzado anterior - dados normativos

A B S T R A C T

Objective: evaluate the gotten results of the accelerated protocol adapted to the clinic conditions in CLA post operatory patients.
Methods: 30 patients were selected and submitted to an isokynetic test at the pre operatory and 4 months post operatory.
Results: the isokinetics evaluations at the pre operatory presented: flexor peak torque 93% at 60°/s and 97,3% at 180°/s. Extensor
87,3% at 60°/s and 94,7% at 180°/s; power of the flexor muscles of 93,3% and extensors of 96,7%; the muscular work of the
flexors was of 91,7% and extensors of 90,3%; the flexor peak torque angle was at 28,7°. At the extensor musculature the angle
was at 62,2°; flexors eccentric peak torque of 78,3% and the extensors of 12,8%. With 4 months of post operatory the gotten
results showed: flexor peak torque 95,4% at 60°/s and 97,1%. at 180°/s; extensor 70% at 60°/s and 75,7%. at 180°/s; power of the
flexor muscles of 97,1% and extensors of 79,8%; the muscular work of the flexors was of 94,2% and extensors of 94,2%; flexors
eccentric peak torque of 84% and extensors of 24,2%; the flexor peak torque angle was at 27,3°; in extensor musculature the
angle was at 61,7°. Conclusion: showed that the patients treated with the adapted protocol presented similar results to the
original protocol in relation to the muscular conditions.

Key words: Anterior cruciate ligament/surgery. Knee. Accelereted protocol of rehabilitation. Evaluation.

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Aceito para publicação em 05/02/2009
9. Snyder-Mackler L, Delitto A, Bailey SL, Stralka SW. Strength of
Conflito de interesse: nenhum
the quadriceps femoris muscle and functional recovery after
Fonte de financiamento: nenhuma
reconstruction of anterior cruciate ligament. A prospective,
randomized clinical trial of electrical stimulation. J Bone Joint Surg
Como citar este artigo:
Am. 1995; 77(8):1166-73.
Thiele E, Bittencourt L, Osiecki R, Fornaziero AM, Hernadez SG, Nassif
10. Tyler T.F, Nicholas SJ, Hershman EB, Glace BW, Mullaney MJ,
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Mchugl MP. The effect of creatine supplementation on strength
ção de ligamento cruzado anterior - dados normativos. Rev Col Bras
recovery after anterior cruciate ligament (ACL) reconstruction: a
Cir. [periódico na Internet] 2009; 36(6). Disponível em URL: http://
randomized, placebo-controlled, double-blind-trial. Am J Sports
www.scielo.br/rcbc
Med. 2004; 32(2):383-8.
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Endereço para correspondência:
cruciate ligament reconstruction. J Orthop Sports Phys Ther. 1992;
Edilson Thiele
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E-mail: [email protected]
12. Shelbourne KD, Gray T. Anterior cruciate ligament reconstruction
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Rev. Col. Bras. Cir. 2009; 36(6): 504-508

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