Relatório Estágio Stefany

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 54

UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

ESCOLA DE NEGÓCIOS E GOVERNAÇÃO


Licenciatura em Ciências Empresariais e Organizacionais - Vertente Contabilidade

A INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA E
OS INDICADORES ECONÓMICO-
FINANCEIROS NO PRECESSO DE
TOMADA DE DECISÃO
Estudo de caso da empresa EPACCOUNTING

Stefany Moreira
Orientador | Eunice Pina
UNIVERSIDADE DE CABO VERDE
ESCOLA DE NEGÓCIOS E GOVERNAÇÃO
Licenciatura em Ciências Empresariais e Organizacionais - Contabilidade

A INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA E
OS INDICADORES ECONÓMICO-
FINANCEIROS NO PRECESSO DE
TOMADA DE DECISÃO

Stefany Moreira
Orientador | Ailton Silva

Local, mês ano

IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURAS
Relatório Técnico – Científico de Estágio aprovado pelos como requisitos para obtenção do grau
de licenciatura em Ciências Empresariais e Organizacionais vertente contabilidade.

Orientador

/Eunice Furtado Sequeira Pina/

Supervisor

/Carlos Fontaínhas Mendes/

Discente

/Stefany Laize Fortes de Pina Moreira/

Praia, / / , Escola de Negócios e Governação


DEDICATÓRIA

ʺDedico este trabalho ao meu filho, Derrick Micael de Pina Moreira e


a minha mãe, Domingas Fortes de Pina, eles foram o motivo de eu chegar
a onde cheguei. Também dedico a todos que de forma direta e
indiretamente ajudaram – me na conquista dessa vitóriaʺ.
AGRADECIMENTOS

Chega ao fim mais uma etapa do meu percurso académico, a obtenção do grau de licenciatura em
Contabilidade. O presente relatório é prova disso, no entanto a sua elaboração só foi possível graças ao
apoio e colaboração de várias pessoas. Assim, aproveito esta oportunidade para manifestar o meu
enorme reconhecimento e agradecimento a todas elas. Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por
ter me concedido a vida, por ter me guiado durante a minha jornada e que sempre me deu forças para
enfrentar os obstáculos e seguir em frente, por me proteger de todo o mal. Foram tantas as
dificuldades, mas com a minha força de vontade e ajuda de Deus consegui superar todas essas
dificuldades.

Um enorme obrigada a INSTITUIÇÃO FICASE por ter me concedido uma Bolsa de estudo, só me
resta agradecer de coração. Também ao meu supervisor pelos seus conhecimentos e profissionalismo,
bem como pela disponibilidade e ajuda prestada.

Aos meus pais pelo esforço que fizeram para eu poder realizar todo o meu percurso académico e
pelo apoio incondicional em todas as minhas escolhas. À minha mãe, em especial, por toda a paciência
e pela força que sempre me deu.. Aos meus irmãos que me suportaram, ajudaram, e me motivaram em
todos os momentos. A todos os colaboradores da EPACOUNTING, Lda., especialmente, ao Dra.
Eunice Furtado Sequeira Pina, pela oportunidade de realizar o estágio curricular nesta entidade, e por
todos os conselhos e vasto conhecimento que me transmitiu.

Gostaria também de agradecer à minha restante família e amigos não mencionados, que também
foram importantes nesta fase da minha vida. Á Evelise, Edson e Natalina pelo companheirismo e pelo
apoio que me deram nesses quatro anos académicos. Aos meus professores por todo o conhecimento e
conselhos fornecidos ao longo da jornada académica, que me enriqueceu à nível pessoal e profissional.
A universidade de Cabo Verde por proporcionar aos seus alunos um primeiro contato com o mundo
profissional. Por últimos a todos os meus colegas, amigos e os demais colaboradores que me
acolheram e contribuíram para o meu percurso profissional.

A todos, o meu sincero obrigada!


Resumo

A contabilidade tem sofrido diversas transformações, passando pela criação da Comissão de


Normalização Contabilística e do, até à criação do SNCRF. Com o Sistema de Normalização
Contabilística, verificou-se uma maior globalização e competitividade, levando a que as empresas
sentissem necessidade de prestar e divulgar informações financeiras perante os seus stakeholders. Essa
informação pode ser encontrada em diversos documentos, nomeadamente, no Balanço, na
Demonstração de Resultados, na Demonstração das Alterações no Capital Próprio, na Demonstração
dos Fluxos de Caixa e nos Anexos. No contexto atual onde a concorrência é cada vez mais forte e a
busca pela competitividade é uma necessidade constante, as empresas necessitam de informações e
indicadores precisas e oportunas para apoiar a sua decisão. Neste sentido, busquei trazer alguns
conceitos e instrumentos de análise e medição da performance económica e das empresas que será
igualmente útil, também evidenciar a importância de se conhecer os indicadores que podem ser vistos
como alertas de possíveis falências de empresas e com base nisso, tomar decisões que determinam que
estratégias utilizar para enfrentar a concorrência. A importância da contabilidade para a tomada de
decisão nas entidades não é um assunto pacífico. Apesar de todos os autores considerarem que as
informações prestadas pela contabilidade são fulcrais para que os utentes possam tomar decisões
apropriadas e consistentes.

Deste modo este trabalho tem como objetivo mostrar a importância da Contabilidade na gestão das
empresas, por constituir um instrumento que permite ao gestor tomar as decisões, baseadas em
informações mais aprofundadas sobre a situação da empresa em determinado período. A contabilidade
como ferramenta de gestão empresarial, financeira e gerencial, diferenciando as e abordando sua
relevância para a organização bem como indicar os setores beneficiados com o uso dessas informações
e os relatórios que poderão ser gerados e utilizados pela gestão. A Contabilidade, por se tratar de uma
área que faz a ligação entre as demais áreas e, por existir no interior da organização, colabora com a
gestão, em decorrência das informações que é capaz de gerar e interpretar, resultando no fornecimento
de relatórios adequados à necessidade de cada seguimento empresarial, o que permite amparar o
processo de tomada de decisão. Diante dessa observação, a contabilidade permite ao gestor obter
dados reais referentes à empresa.

Palavras-chaves: Contabilidade, Informação Financeira, Decisão empresarial, gestores,


Indicadores financeiros
LISTA DE ABREVIATURAS

SNC – Sistema de Normalização Contabilística

PNC – Plano Nacional de Contabilidade

POC – Plano Oficial de Contabilidade

IASB – Internacional Accounting Standard Board

SNCRF – Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro

VAB – Valor Acrescentado Bruto

NFM – Necessidade Fundo de Maneio

FML – Fundo de Maneio Liquido

TL – Tesouraria Líquida

VBA – Valor acrescentado Bruto

RADGFI - Resultados Antes de Depreciações, Gastos de Financiamento e Impostos

EBIT – Earnings before Interest and Taxes (Lucro Antes dos Juros e Impostos

EBITDA - Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização


kjdoeidjldke
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO, MOTIVAÇÃO E OBJETIVOS DO RELATÓRIO

1. INTRODUÇÃO

O estágio é um processo que envolve toda a prática profissional e que permite pôr em prática os
conhecimentos teóricos adquiridos durante as aulas lecionados, com base no plano curricular. Sendo
assim o estágio tem como objetivo permitir ao estagiário conhecer a entidade acolhedora, bem como
criar vínculos com o mundo laboral desenvolvendo responsabilidade, profissionalismo que permite
uma melhor integração no mercado laboral.
O estágio ocorreu durante o período de Abril a Julho com a duração de 8 horas, conforme o
regulamento do curso decorrido num intervalo de 8:00 às 13:00 e de 15:00 às 18:00 horas durante a
semana, e das 8:00 às 13:00 hora no sábado, sob a orientação do responsável da loja Ailton Silva.
Atualmente é crescente a competitividade entre as empresas. Por isso, há necessidade de que cada
organização esteja atenta às demandas, sendo o conhecimento do próprio negócio o fator determinante
para sua sobrevivência. O desenvolvimento tecnológico e das corporações, a complexidade do
ambiente econômico e o nível de incerteza têm dificultado esse conhecimento e, consequentemente, a
gestão dos negócios.
Diante disso, a contabilidade vem tomando um papel de destaque dentro das organizações, pois
consegue reunir todas as informações necessárias para auxiliar os gestores nas tomadas de decisão.
Pretende-se demonstrar a importância da Contabilidade na gestão das empresas, por constituir um
instrumento que permite ao gestor tomar as decisões baseadas em informações mais aprofundadas
sobre a situação da empresa em determinado período, principalmente pelo fato de a Contabilidade já
estar viabilizada no interior da empresa, e de acordo com a legislação do país.
O estágio surge conforme está estipulado no plano de licenciatura em contabilidade, com o
objetivo de obter uma familiarização com o mercado de trabalho, isto é, beneficiando os discentes em
sentido de responsabilidade e contribuindo para a sua formação pessoal, social e profissional, pois com
esse estágio consegue-se pôr em prática todo o conhecimento fornecido nas unidades curriculares. Este
relatório tem como objetivo demostrar a relevância que a informação contabilística tem para ilustrar a
situação empresarial e contribuir para a tomada de decisão dos gestores.
A contabilidade torna-se imprescindível para o mundo dos negócios uma vez que é capaz de
fornecer informações financeiras, importantes instrumentos, que permitem aos gestores conhecerem
melhor os aspetos positivos da entidade, bom como os potenciais riscos impostos pelo cenário
económico ao seu funcionamento adequado. A mesma é uma ciência tão importante para as
instituições públicas e privadas.
A informação contabilística, de uma forma geral, é cada vez mais importante para a tomada de
decisão. Nas empresas, onde diariamente se tomam decisões, a mesma tem uma particular e acrescida
importância. Uma decisão errada tomada na empresa pode pôr em causa o futuro da mesma, e de todos
que estão ligados a ele.

1.1. Problemática

A contabilidade é assumida como um sistema de informação essencial para a tomada de decisão,


já que ela constitui a ligação entre a fonte de informação, a organização e os utilizadores dessa mesma
informação em todas as suas dimensões. A contabilidade tem o objetivo de fornecer aos seus
utilizadores as informações qualitativas e quantitativas sobre a situação das empresas de modo a que
toda a informação fornecida seja segura, fiel e essencial para auxiliar no processo de tomada de
decisão (Anjos et al., 2011).
A continuidade e sobrevivência de uma empresa pode estar ligada à posse de informações, que é
actualmente considerada de um ponto chave para ajudar qualquer empresa ultrapassar, os desafios que
se lhes colocam ou a enfrentá-los com os menores danos possíveis. Neste particular, uma correta
utilização da informação concorre positivamente para fundamentar o processo de tomada de decisão e,
por essa via, como meio para procurar garantir que foram tomadas as melhores e mais importantes
decisões.
A análise financeira, segundo Silva (2008), deve basear-se na situação dos dados financeiros, dos
períodos económicos e das condições internas e externas que afetam uma determinada empresa, a
nível financeiro. Para Neves (2009), a análise financeira torna-se num conjunto de técnicas destinadas
a disponibilizar informações sobre a situação económica, financeira e monetária das empresas por um
ou mais períodos, onde o objetivo é retirar a informação contabilística e financeira, no sentido de
observar se os meios financeiros são adequados às necessidades ou se dispõe desses meios sem criar
relações de dependência perante terceiros (equilíbrio financeiro) bem como também verificar a
existência da capacidade em gerar valor ou rendimento de modo a satisfazer os utilizadores
interessados na organização para garantir a sobrevivência ou expansão da empresa (rendibilidade e/ou
produtividade).
Os autores Carvalho e Magalhães (2002) e Neves (2012) indicam que a análise dos indicadores
económico-financeiros é a técnica mais utilizada no processo de análise do desempenho da empresa.
Com este método, permite auxiliar os utilizadores a observar a evolução da situação económico-
financeira de uma empresa, tendo por base a informação contabilística que consta no balanço, na
demonstração dos resultados, na demonstração dos fluxos de caixa ou de outros documentos
contabilísticos para que sejam realizados os devidos cálculos matemáticos de modo a que se efetue o
procedimento de análise.

Diante desse situação pergunta-se;


Qual é a utilidade da informação financeira e dos Indicadores económico- financeiro para a
tomada de decisão ?”

1.2. Questões de investigação

Como já referido, a questão de investigação que norteou o presente estudo é a seguinte: “Os
gestores recorrem à informação contabilística para auxiliar no processo de tomada de decisão?”
Para responder àquela questão, considerou-se necessário identificar as seguintes perguntas
derivadas:
1. Quais as demonstrações financeiras com maior relevância?
2. Na análise das medidas económico-financeiras, quais os indicadores de maior relevância que
são utilizados no apoio à boa tomada de decisão?
3. A informação contabilística que consta das demonstrações financeiras vai influenciar os
gestores no processo de tomada de decisão?

1.3. Justificativa

O motivo pela escolha desse tema é o fato que é um tema bastante interessante, que cada vez mais
importante nos dias de hoje, podendo este funcionar como vantagem competitiva. A contabilidade
assume um papel fundamental no desempenho de qualquer negócio, um poderoso instrumento de
gestão na medida em que se propõe fornecer às empresas informação útil para auxiliá-las no
planeamento, controlo e processo de tomada de decisão e, assim para o seu sucesso. Sempre tive a
curiosidade em saber porquê muitas empresas entram em falência e também porquê muitas estão
evoluídos, queria saber o que estava por trás disto, com o decorrer do meu curso tive conhecimento
sobre os factores que levavam as empresas à falência ou sucesso, nestes factores inclui à tomada de
decisão que, por sua vez, pode ser adequada/certa ou inadequada/errada.
Desde o início do meu curso tive interesse e curiosidade em perceber quais são as diferenças
essenciais entre as grandes empresas e pequenas e médias empresas. Em diversos momentos tive uma
preocupação em procurar aferir informações sobre a importância que davam à contabilidade e à
informação financeira para a gestão geral e a tomada de decisão das suas empresas.

1.4. Objectivos

Os objetivos do estágio curricular podem ser divididos em objetivos gerais e objetivos


específicos. Relativamente aos objetivos gerais, estes contemplam, por um lado, a aplicação das
diversas aprendizagens adquiridas ao longo do percurso académico e, por outro, a aquisição de novos
conhecimentos e competências relacionadas com a atividade da Entidade de Acolhimento. Assim, é
possível à licencianda obter uma experiência profissional na área da Contabilidade e Gestão, assim
como desenvolver as suas aptidões humanas.
Os objetivos específicos consistem em conhecer todas as funções das áreas contabilística e
administrativas realizadas na entidade, permitindo compreender parte da atividade da empresa; pôr
em prática os novos conhecimentos adquiridos e exercer essas funções; obter, deste modo, um
contacto efetivo com o mercado de trabalho e, por fim, desenvolver a capacidade de resolução de
problemas, fomentando o sentido de responsabilidade e espírito de equipa

Com o intuito de alcançar todos estes objetivos, TOPPEÇAS AUTO, LDA. definiu, de forma
generalizada, as seguintes tarefas que, posteriormente, serão especificadas e explicadas neste relatório:

 Receção e organização da documentação contabilística da Empresa;


 Registo, no EXCEL de dados contabilísticos referentes a todos os movimentos da entidade;
 Organização de arquivos contabilísticos;
 Colaborar nos serviços de apoio à gestão das empresas
 Controle do estoque.

1.5. Metodologia

A metodologia utilizada neste relatório é descritiva e o procedimento técnico ocorreu a partir


de coletas de dados em informações bibliográficas restritas a livros e artigos científicos.
A argumentação se dará por meio de leituras sobre alguns modelos de monografias de
diferentes autores onde alguns aspetos e livros que permitirão análises e reflexões críticas sobre a
temática. Também se dará por meio de pesquisas bibliográficas para enriquecer a minha
argumentação.
A recolha dos dados foi realizada através de um inquérito por questionário, distribuído aos
proprietários/gestores de entidades de Cabo Verde, independentimente do ramo de atividade, obtendo,
assim, dados primários. As investigações que adotam métodos quantitativos recorrem frequentemente
a inquéritos por questionário para a coleta dos dados, visto que permitem auferir conclusões para uma
população, através de resultados obtidos de uma amostra extraída dessa mesma população. O
questionário utilizado foi contruído tendo por base a literatura analisada, procurando responder aos
objetivos e questões definidos, tendo sido elaborado numa plataforma online, a Google Forms. O
questionário está estruturado em quatro secções e é constituído por 30 questões, as quais são
maioritariamente questões fechadas, à exceção de duas questões abertas, onde é solicitada a opinião
dos inquiridos relativamente a um determinado assunto, sem caráter obrigatório.
1.6. Estrutura do trabalho

Assim, o relatório de estágio vai ser estruturado em duas partes, estando uma primeira parte
prática relacionada com o estágio curricular, que vai incidir sobre a apresentação da empresa,
descrição crítica das funções e processos que vão ser desenvolvidos no estágio. Numa segunda parte,
vai-se abordar a parte teórica sobre informação contabilística e a abordagem dos documentos de
prestação de contas. Assim, irão ser aprofundados alguns conceitos de informação contabilística,
através de uma abordagem às demonstrações financeiras para identificar o tipo de informação que
cada uma transmite para auxiliar os gestores na sua tomada de decisão. Associada a esta pesquisa,
determina-se alguns indicadores económico-financeiros de forma a complementar a informação obtida
através das demonstrações e relatos financeiros.

Este relatório está organizado em 5 capítulos, entre os quais, no primeiro capítlo inclui-se esta
introdução, definição da problemática, justificação da escolha do tema, objetivos gerais e específicos,
metodologia e por último a estrutura do trabalho. No segundo capítulo, apresenta-se um conjunto de
informações sobre a empresa onde decorreu o estágio. Também é neste capítulo que se descreve as
atividades desenvolvidas ao longo do estágio, tendo por base em documentos da empresa. O terceiro
capítulo tem a ver com a importância da informação contabilística na tomada de decisão, sendo que
para isso foi elaborada uma revisão da literatura com base em livros e artigos científicos. O quarto
capítulo vai ser a continuação da revisão da literatura baseada em livros e artigos científicos sobre o
enquadramento teórico que revela a importância dos indicadores económico-financeiros na tomada de
decisão. O quinto capítulo que relata uma análise e enterpretação dos resultados recolhido atraves do
inquérito. A seguir , o capítulo temos considerações finais, recomendações e anexo.
PARTE II- O Estágio curricular
CAPÍTULO II – APRESENTACÃO E PROCESSOS DESENVOLVIDOS NO
ESTÁGIO

2.1. Entidade de Acolhimento

A decisão de optar pelo estágio curricular e a realização do respetivo relatório, para a obtenção do
grau de Licenciatura em Contabilidade, deve-se ao facto de a licencianda querer adquirir a experiência
profissional tão reconhecida no domínio empresarial. Assim, o próximo passo seria a escolha da área
em que a licencianda pretendia realizar o estágio e a escolha da Entidade de Acolhimento.
Relativamente à área de atuação, a Contabilidade foi a selecionada pela licencianda, uma vez que é
uma das áreas económicas que lhe desperta mais interesse.
No que respeita à escolha da Entidade de Acolhimento, a licenianda teve em conta alguns fatores,
essencialmente, o reconhecimento da entidade no mercado de trabalho onde se insere e a sua
disponibilidade em receber estagiários e transmitir-lhes diversos conhecimentos. Após varias
tentativas de candidatura a licencianda foi selecionada pela TOP PEÇAS AUTO, LDA.

2.2. Breve apresentação da Entidade

O presente estagio decorreu no empresa TOP PEÇAS AUTO,LDA, que encontra sediada na
Achada Santo António- Rua Pão Quente, junto ao restaurante O POETA. A mesma está matriculada
no conservatório do registo comercial e automóvel da Praia sob o nº
256080909/3602201711010/representado pelo seu sócio-gerente, Hélder Patrick Tavares Freire.
TOP PEÇAS AUTO, LDA é uma empresa de venda de peças de automóveis, existente no
mercado Cabo Veridiano a 5 anos. Foi criado em 2017, pelo jovem empreendedor, Hélder Freire,
Licenciado em Direito.
A mesma é constituída por duas lojas físicas e uma loja online, as lojas físicas estão localizadas na
cidade da Praia, Achada Santo António, na rua pão quente e na cidade de Pedra Badejo em Santa Cruz
em frente a Câmara Municipal.
Com o propósito de oferecer os melhores produtos aos cabo verdianos, que a TOP PEÇAS
celebrou parcerias com três grandes marcas Alemãs, Ridex, Blueprint e Febi. As lojas são divididas
em duas partes, oficina e loja física.
Ilustração 1: Logotípo da TOP PEÇAS

Fonte: Página oficial da Entidade


2.3. Estratégia, Missão, Visão e Valores

Relativamente à estratégia, TOPPEÇAS ambiciona responder prontamente às necessidades dos


seus clientes, por isso o seu maior foco é o cliente, concedendo-lhe um conjunto de serviços e soluções
de excelência, que garante às empresas um apoio fundamental para atingirem o sucesso. Para tal, é
imprescindível que a organização conheça muito bem os seus clientes e, principalmente, o respetivo
negócio, conseguindo, assim, criar laços sólidos e duradouros com os mesmos e, consequentemente, a
sua confiança, reconhecimento e valor. O facto de TOPPEÇAS se preocupar cada vez mais em apoiar
os seus clientes resulta da empresa seguir, também, uma estratégia de inovação e transformação
tecnológica. Com esta estratégia, o grupo consegue não só estar sempre informado das diversas
atualizações no mercado, mas também estar mais ao dispor dos seus clientes e não se preocupar tanto
com funções administrativas.
No que respeita à missão da organização, esta procura, de um modo geral, “Garantir aos clientes o
prazer de possuir um automóvel e o seu bom funcionamento”, ou seja garantir que os sesu cliente
tenham mais segurança nos seus veiculos, com produtos duradouro. A Organização também tem
outras misões específicas sendo elas:

 Fazer com que todas as pessoas tenham acesso a aquilo que chamamos TOP, que é sinónimo
de qualidade, ou seja, fazer com que todas as pessoas tenha acesso a peças de qualidade a
preço acessível;
 Garantir, a durabilidade, a segurança e o conforto na condução do veículo automóvel;
 Proporcionar boas experiências aos consumidores;
 Oferecer o melhor produto, a melhor preço, pois os cabo verdianos e não só, merecem ter
acesso a produtos de qualidade;

Tal como a maioria das organizações do tecido empresarial, o grupo Moneris também tem como
visão Ser a referência no mercado de autopeças em Cabo Verde, pela qualidade dos produtos, bom
atendimento e rápida acessibilidade que proporciona aos clientes, porque o bom quando é tempestivo é
bom duas vezes.

TOP PEÇAS defende e partilha um conjunto de princípios e normas que caracterizam não só a
entidade, mas também os seus colaboradores, e estabelecem a forma como estes últimos procedem
entre eles e com os seus clientes. Posto isto, os valores da TOP PEÇAS são:
 Qualidade, Inovação, Responsabilidade, Rapidez, Colaboração e Diversidade;
 Partilha, exigências;
 Sonhar em grande, começar pequeno agir agora.
2.4. Serviços prestados pela Entidade

Atendendo à sua estratégia e missão, TOPPEÇAS oferece um vasto conjunto de serviços e


soluções aos seus clientes, tais como:
 Diagnóstico de veículos;
 Reparações rápidas;
 Lavagem/Manutenção;
 Tratamento e reparação de plástico e couro;
 Recolha e entrega de Veículos;
 Aluguer de Veículo;
 Entrega de Peças;
 Vendas de peças e produtos de lavagem da marca top peças.

2.5. Organograma

A empresa TOPPEÇAS AUTO, LDA é composta por duas lojas, sendo uma na cidade da Praia e
uma em Santa Cruz, cada loja e dirigida por dois funcionários.
Ilustração 2: Constituição da TOP PEÇAS AUTO, LDA

Sócio
Hélder Freire

Gerente Loja da Gerente Loja da


Praia Santa Cruz
Ailton Silva Nálida Tavares

Mêcanico Mêcanica
Isufe Cámara Sara Ribeiro

Fonte: Elaboração Própria


Consta dizer que a empresa depende dos serviços prestados de um mecânico de eletricidade de
carro.
2.6. Análise SWOT

A análise SWOT é um método que permite avaliar a posição estratégica de uma empresa no
mercado onde se insere, tendo em conta quer o meio envolvente quer a empresa em si. O termo SWOT
é um acrónimo e corresponde às palavras Strengths (Pontos Fortes), Weaknesses (Pontos Fracos),
Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) (Lisboa et al., 2004). Esta análise é realizada
mediante dois tipos de fatores, por um lado, fatores internos e, por outro, fatores externos. No que
concerne aos fatores internos, estes integram os pontos fortes e os pontos fracos, uma vez que são
aspetos resultantes de uma análise estratégica da empresa e podem ser controlados por esta. Portanto,
os pontos fortes e fracos representam, respetivamente, as vantagens e desvantagens da empresa em
relação aos seus concorrentes. Os fatores externos são aspetos que advêm de uma análise ao meio
envolvente e, por isso, a empresa não consegue controlar. Assim, os fatores externos compreendem as
oportunidades e as ameaças, que retratam, respetivamente, aspetos positivos desse meio, permitido à
empresa ganhar vantagem competitiva, e aspetos negativos, afetando essa vantagem competitiva. Na
tabela 1 apresenta-se a Análise SWOT da Entidade de Acolhimento.

Tabela 1: Análise SWOT FATORES INTERNOS DA TOPPEÇAS AUTO, LDA

Pontos Fortes Pontos Fracos

 Serviços reconhecidos no mercado pela sua  Elevada dependência do cliente;


elevada qualidade;  Por vezes, falhas na comunicação com os
 Produtos de qualidade; clientes;
 Flexibilidade  Difícil cobrança de dívidas dos clientes;
 Rapidez e agilidade;  Sistema produtivo ineficiente;
 Constante inovação e transformação  Gestão Inadequada;
tecnológica.  Troca constante de funcionários;
 Forte preocupação com os clientes,  Falta de confiança;
apresentando-lhes diversas soluções;  Processo de entrega deficitário;
 Perda de trabalhadores;
 Estratégias erradas ou inadequadas.
Oportonidades Ameaças

 Formação dos colaboradores para o seu  Competição excessiva;


crescimento e desenvolvimento;  Contínua evolução dos sistemas de
 Relacionamento com clientes-chave que informação, o que requer uma constante
permitam maior rendibilidade; atualização;
 Contínua inovação tecnológica que permite  Crise económica;
facultar todas as atualizações do mercado;
 Utilização das Tecnologias de Informação
que permite o aumento da produtividade;
 Desenvolvimento económico do município
e/ou região;

Tabela 2: Análise SWOT fatores externos da TOPPEÇAS AUTO, LDA

Fonte: Elaboração própria com base nas infirmações fornecidas pela entidade de acolhimento

Após esta análise dos pontos fortes e fracos da empresa e das oportunidades e ameaças que o meio
envolvente proporciona, é necessário estabelecer um conjunto de medidas estratégicas de negócio,
para que a empresa consiga alcançar uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes.
Assim, essas medidas permitirão que a empresa, por um lado, diminua os pontos fracos e fortaleça os
fortes e, por outro, converta as ameaças em oportunidades e continue a beneficiar destas últimas
(Lisboa et al., 2004).
2.7. Atividades realizadas na Entidade de Acolhimento

O Estágio Curricular iniciou-se com uma breve apresentação do funcionamento geral da empresa,
sobretudo, os métodos de trabalho, bem como de todos os trabalhadores da entidade, estando, assim, a
licencianda preparada para se integrar naquela equipa.
A licencianda passava a ter acesso a todos os conteúdos informáticos, nomeadamente, uma espécie
de arquivo digital, o qual contém documentos referentes às diversas áreas presentes na empresa,
organizados por clientes, por exemplo bases de dados. Além disto, a licencianda tinha também acesso
aos softwares utilizados na empresa, o NÔS ERP, sendo este o sistema informático utilizado para o
registo contabilístico dos documentos. A partir deste momento a licencianda estava apta para iniciar as
suas funções.

2.7.1. Atividades no âmbito contabilístico

 Organização de Documentos
O procedimento seguinte é a organização de documentos. Este processo consiste numa das tarefas
mais básicas da contabilidade, uma vez que quanto maior for a organização dos documentos mais fácil
será encontrá-los, sempre que seja necessário. No escritório os documentos entregues são ordenados
por ordem decrescente de data e separados por tipos de documentos: recibos, faturas, documentos
bancários, vendas, compras e despesas diversas.

2.7.2. Entrega e Substituição das Declarações

 Imposto Sobre o Valor Acrescentado (Modelo-106)

Este documento é feito e entregue todos os meses, a entrega é feita atraves do Porton de nos Ilha.

 Declaração Periódica de Rendimentos (DPR)

A DPR é a declaração mensal das retenções efetuadas nos pagamentos de salários ou fornecedores
e das retenções feitas pelos clientes nos recebimentos dos documentos emitidos. Tendo preenchido a
mapa da DPR manualmente, através do “portondinosilha”, ela é reencaminhada para as finanças e o
DUC extraído é entregue ao cliente para o pagamento.

 Contribuições para INPS

Juntamente com o processamento do salário é efetuado o processamento do INPS por conta do


trabalhador utilizando a taxa de 8.5% e por conta da entidade patronal com a taxa de 16%, totalizando
a taxa de 24.5% paga ao Instituto Nacional de Previdência Social.
 Retenção da Fonte

A obrigação de efetuar a retenção na fonte de IRC ocorre na data que estiver estabelecida para
obrigação idêntica no CIRS ou, na sua falta, na data da colocação à disposição dos rendimentos,
devendo as importâncias retidas ser entregues ao Estado até ao dia 20 do mês seguinte àquele em que
foram deduzidas (nº6 do artigo 94º CIRC).

2.7.3. Classificação e Lançamentos de Documentos

Após separar e organizar todos os documentos segue-se a fase crucial, a classificação. De forma
individual, cada documento é devidamente classificado. Este processo requer um grande rigor,
concentração e responsabilidade por parte de quem o faz. A classificação é feita de acordo com as
normas que constam no SNCRF.

 Nôs ERP

Nôs ERP é um software de Gestão que possibilita a prestação de serviços em diversas áreas, desde
a Contabilidade, Recursos Humanos, Gestão do Imobilizado, Faturação de entre outros. O software
Nôs ERP permite gerir a contabilidade das empresas, sendo elas de pequena, média ou grande
dimensão, até permitindo Organizar e Controlar Cobranças, Gerir Stocks e Faturar.

 Diário de Compras

Neste Diário constam faturas e faturas/recibos de fornecedores, notas de crédito, notas de débito,
vendas a dinheiro, recibos, entre outras operações e despesas suportadas pela empresa, ordenadas de
acordo com a numeração atribuída ao documento.

 Diário de Vendas

Arquivo de todas as faturas, notas de crédito e débito emitidas a clientes, de modo a possibilitar o
registo de todas as operações, ordenadas de acordo com a numeração sequencial atribuída.
 Diário Banco
Neste diário consta todos os lancamentos referente à pagamentos e recebimentos efetuados com
banco, como por exemplo cheque e depósitos.

 Diário de Operações Diversas

Tal como o próprio nome indica este diz respeito a vários documentos que não se incluem nos
diários anteriores, mais as diversas despesas que a empresa tem de suportar.
 Lançamentos Contabilísticos

Após a fase da classificação, inicia-se os lançamentos contabilístico, na Toppeças Auto Lda.


utiliza o programa informático NÔS ERP. Começa-se com a identificação data em que se pretende
efetuar o registo, para se dar início ao registo dos lançamentos, entra-se na opção “contabilidade -
movimento”. Em seguida escolhe-se a operação a realizar e introduzemse os dados do documento.

 Reconciliação Bancária

A Reconciliação Bancária é o processo pelo qual é feita uma comparação entre o saldo da
contabilidade de uma empresa e o saldo do seu banco. Geralmente, estes dois saldos nunca coincidem
devido a documentos em trânsito, e isso implica que seja efetuada uma comparação entre o extrato
detalhado da contabilidade e o do banco, de forma a descobrir a causa dessa diferença. Esta operação
deve ser efetuada mensalmente de forma a existir um controlo sobre as contas de depósitos à ordem,
por alguém que não tenha à sua responsabilidade a contabilização das operações ou a salvaguarda dos
ativos, promovendo a diminuição de desvios. Neste processo, confrontam-se o extrato de conta da
empresa e o extrato mensal do banco analisando cuidadosamente os movimentos que não se
encontram num ou noutro e, para tal, utiliza-se um método vulgarmente designado por “picar” que não
é mais do que rasurar ou assinalar os movimentos que coincidem nos dois extratos.

 Processamento de Salário

O processamento de salários é realizado no final de cada mês para cada uma das organizações e
tem em conta os trabalhadores e os órgãos sociais. Este processamento de salários não só permite
determinar as remunerações dos trabalhadores e órgãos sociais, mas também as contribuições para a
SS e para o Estado, devidas pelas empresas e trabalhadores. Todos os colaboradores da empresa
apresentam um registo individual que apresenta vários dados pessoais (nome, morada, estado civil, BI,
NIF, NISS, data de nascimento, início e termo do contrato, quando existe, tipo de contrato, regime de
contribuição para a SS, vencimento mensal e categoria profissional). Todos os meses é necessário que
as empresas comuniquem ao responsável da contabilidade, para cada trabalhador, o número de faltas,
número de horas extraordinárias, férias, subsídio de almoço, etc.

2.7.4. Registo no Excel

A licencianda era responsável por registrar nas panilhas, todos os gastos, os serviços, as vendas, os
recebimentos refente a cada mês. Cabe dizer que as despesas ou gastos eram resgistados de forma
separados, isto referindo as depesas fixas das variaveis para melhor interpretação. Cabia a mesma
enserir os novos clientes na base de dados do clientes no ecxel. Sem deixar de citar o registo de todas
as encomendas que eram feitas e referido data de pagamento e entrregas, também era da sua
responsabilidade o resgito de todas as dívidas da empresa assim como os seus devedores no excel.

2.7.5. Procedimentos dos recursos humanos

Durante a realização do estágio teve contato com alguns procedimentos e atividades caracteristicos
dos RH, como novas contratações, pedido de documentos de trabalhadores. Teve a honra de elaborar
alguns contratos de trabalho, partindo de orientações do orientador. Cabia a mesma consultar os
documentos dos funcionários para everiguar os documentos com validade vencida e os que estavam
em falta e só depois solicitar os mesmos dos funcionários.

2.7.6. Contato com fornecedores e parceiros

No decorrer do estágio pude contratar com um dos fornecedores da TOP PEÇAS. Teve
oportunidade de pedir orçamentos para alguns tipos de serviços e produtos. Esteve presente em
algumas reuniões com alguns parceiros discutindo sobre prestação de serviços. Participou numa
reunião com a Pro Empresa acerca do crédito que a TOP PEÇAS obteve. A licencianda alega que esta
não foi a única reunião em que teve a participação.

2.8. Análise crítica do Estágio


Após a conclusão do estágio curricular, é relevante fazer uma apreciação crítica do mesmo,
destacando a importância da realização de estágios curriculares e efetuando o balanço final do mesmo,
incluindo os contributos para a entidade, bem como algumas dificuldades e limitações.
A licencianda considera que a execução de estágios curriculares ao longo do percurso académico
são uma mais-valia para o desenvolvimento profissional e pessoal de qualquer estudante, pois o
percurso de um bom profissional não engloba apenas a vertente académica, mas também a vertente
prática e técnica. Daí a licencianda ter optado por estágio curricular em detrimento da dissertação ou
trabalho de projeto. Deste modo, o estágio seria uma oportunidade para a licencianda obter,
essencialmente, novas aprendizagens, um contacto efetivo com o mercado de trabalho, uma
aproximação à realidade empresarial e acarretar diversas responsabilidades.
Além dos aspetos positivos supracitados, a licencianda poderia pôr em prática conhecimentos
teóricos adquiridos em contexto académico, nomeadamente, das unidades curriculares de
Contabilidade e Fiscalidade. Contudo, o mais desafiante seria fazer a interligação entre a teoria obtida
e as atividades práticas que se pretenderiam realizar.
No decorrer do estágio, foram solicitadas à licencianda diversas tarefas, as quais foram
desempenhadas com toda a dedicação, esforço e interesse. A licencianda considera que sempre
cumpriu as tarefas que lhe foram atribuídas de forma exímia, conseguindo corresponder às expetativas
e mostrando vontade de aprender sempre mais. Deste modo, a licencianda considera que contribuiu
positivamente para a TOPPEÇAS AUTO, Lda., uma vez que cooperou com todos os colaboradores da
empresa nas mais variadas atividades, permitindo-lhes, assim, agilizar os seus processos e tarefas.
No que respeita às dificuldades e limitações atravessadas, na opinião da licencianda, estas foram
facilmente superadas, pois sempre teve o apoio, esclarecimento e a ajuda de todos os colaboradores da
empresa. Contudo, é importante referi-las. A dificuldade sentida pela licencianda foi, possivelmente, a
falta de competências relativamente ao software de execução de tarefas, o que, inicialmente, tornou a
compreensão do funcionamento do mesmo mais demorada, uma vez que a licencianda não estava
familiarizada com esse tipo de programas informáticos.
A principal limitação foi o facto da empresa ter serviços de contabilidade terceiralizada, onde em
alguns momento a licencianda teve apenas a oportunidade de acompanhar e observar a realização de
algumas atividades, como por exemplo algumas atividades fiscais.
Em suma, a licencianda considera que o estágio curricular apresenta um balanço positivo tanto
para a licencianda como para a Entidade de Acolhimento. Para esta última, a licencianda foi uma ajuda
fundamental, visto que permitiu auxiliar em algumas atividades da empresa, sobretudo em períodos de
mais trabalho. Para a licencianda, foi uma experiência bastante enriquecedora, tanto a nível
profissional como pessoal, destacando as práticas e os conhecimentos adquiridos aquando da
realização das diversas tarefas e o desenvolvimento de inúmeras competências, como fomentar o
sentido de responsabilidade, trabalho em equipa e autonomia.
Parte III – Enquadramento Teórico e Revisão de Literatura
CAPITULO III- A INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA NO PROCESSO DE
TOMADA DE DECISÃO

3.1. ENQUADRAMENTO

A informação é o recurso mais valioso que uma organização pode ter. Quando é comunicada
internamente, tem o poder de se tornar o elo de ligação entre todos os departamentos, facilitando a
tomada de decisão por parte dos gestor e por outro lado, promovendo a motivação por parte dos
colaboradores ao fazer-lhes chegar informação que os ajude e incentive a fazer mais e melhor no seu
dia-a-dia. A dimensão da sua importância é tanta, que é defendida pelo “pai da gestão” – Braga (2000)
apud Peter Drucker (1996) como base para um novo tipo de gestão baseada, não no binómio
capital/trabalho, mas que evolua para informação/conhecimento, como factores essenciais para o
sucesso empresarial.
No entanto, no dia-a-dia organizacional, os gestores querem evitar que sejam tomadas más
decisões e, de modo a que a informação que lhes é fornecida sirva esse propósito, deve contemplar
determinadas características, nomeadamente deve ser: precisa (correta e respectivo tratamento de
dados sem erros), completa, económica (relação custo/beneficio deverá ser alvo de análise), flexível
(utilizável para diferentes propósitos), confiável e relevante, simples (de modo a facilitar o trabalho de
quem tem que tomar decisões), atempada, verificável (passível de confirmação), acessível, e segura
(de modo a evitar o acesso a utilizadores não autorizados). A comunicação da informação deve ser
feita através de um canal de comunicação que seja o mais adequado aos intervenientes e esta deve ser
feita atempadamente para que a informação não perca a sua relevância.

3.2. Transição do PNC para o SNCRF

Não obstante algum dinamismo económico, Cabo Verde, não possuía um sistema contabilístico
que fosse de encontro a essas necessidades. Podemos apontar, como exemplo de uma das grandes
limitações, o PNC – Plano Nacional de Contabilidade – que apenas contemplava regra de
contabilização, quando internacionalmente se exige que as empresas apresentem as suas
demonstrações seguindo as premissas da harmonização contabilística, de tal modo que uma
Demonstração seja entendível em qualquer país. Foi nessa ordem de ideias que se instituiu, em 2009, o
SNCRF – Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro, criado com base nas
normas do IASB – Internacional Accounting Standard Board – e tendo por objetivo a preparação de
demonstrações financeiras, que possam espelhar a posição verdadeira e apropriada da situação
económica e financeira das empresas.
3.3. Descrição e Uso da Informação Financeira

A crescente globalização, competitividade e as sucessivas alterações de que são alvo as empresas,


leva a que estas se sintam obrigadas a prestar e a divulgar diversas informações contabilísticas e
xfinanceiras aos seus stakeholders, tais como as informações contidas no Balanço, na Demonstração
de Resultados, na Demonstração das Alterações no Capital Próprio, na Demonstração dos Fluxos de
Caixa e nos Anexos.
Quanto ao seu conceito, as informações financeiras podem ser encaradas como sendo um
elemento-chave no desenvolvimento das atividades contabilísticas das empresas, ou seja, o resultado
da preparação das demonstrações financeiras. O objetivo das informações financeiras passa por servir
de apoio no processo de tomada de decisões e por servir como resposta para satisfazer algumas das
necessidades dos gestores e dos stakeholders das empresas (Bezerra, 2012; Santos, 2014).
Com a transição do POC para o SNC, as empresas viram-se obrigadas a definir um sistema de
relato de informação financeira, baseado na flexibilidade e na abrangência, de modo a colmatar as
regras intransigentes de contabilização e divulgação de informação financeira (Correia, 2009). Desse
modo, a informação financeira passou a ser de menor dimensão, na medida em que as empresas
optavam antes pelo desenvolvimento das informações apresentadas no anexo. Isto leva a que as
empresas tenham necessidade de uma maior divulgação da informação financeira, o que contribuirá
para que os seus utilizadores obtenham um maior e mais abrangente conjunto de informações, do que
as anteriormente obtidas com o POC (Correia, 2009; Farinha, 2009).
Na perspetiva dos gestores, a informação financeira é uma das ferramentas mais relevantes no
apoio ao gestor (Hall, 2010). Esta relevância deve-se ao facto de a informação financeira servir de
orientação no processo de tomada de decisões, levando a uma maior segurança e à diminuição da
incerteza, as quais se irão refletir no desempenho positivo das empresas (Mukhametzyanov & Nugaev,
2016).
Segundo Maçães (2017), as decisões podem ser do tipo estratégico, operacional ou tático. As
decisões do tipo estratégico são tomadas pelos gestores de topo e pretendem planear o
desenvolvimento da empresa, a longo prazo, de modo a que os objetivos definidos pelas empresas
sejam bem-sucedidos. As decisões operacionais são tomadas pelos gestores de primeira linha, sendo
de curto prazo, ou de forma diária, pois, pretendem responder a uma situação imediata. Por sua vez, as
decisões táticas referem-se às decisões 22 estruturais e de gestão de recursos, sendo tomadas pelos
diversos departamentos, a curto prazo.
Outro dos motivos pelos quais as informações financeiras são relevantes, na perspetiva dos
gestores, prende-se com a falta ou escassez de conhecimentos sobre contabilidade, pelo que os
gestores, por vezes, apenas as utilizam para cumprir com os seus objetivos fiscais (Santos, 2014; Pires,
Rodrigues & Lopes, 2015). Em contrapartida, os gestores com sólidos conhecimentos de
contabilidade, interessam-se mais pela utilidade das informações financeiras, na medida em que sabem
maximizar as mesmas, através da análise e da interpretação, levando-os a tomar decisões mais
arriscadas (Tang & Liu, 2016).
Assim, os gestores com menos conhecimentos em contabilidade, tentam utilizar práticas de
contabilidade que originem informações favoráveis à empresa, transparecendo uma boa situação
económico-financeira. Com isto, os stakeholders ficarão mais recetivos e interessados nestas
informações, sobretudo, em períodos de crise, incerteza, recessão, entre outros (Stolowy & Breton,
2004).
Ora tal prática reveste-se de ambiguidade, pois, por um lado os gestores realizam a contabilidade
das operações de forma livre e flexível, ou seja, a contabilidade criativa. Por outro lado, os gestores
sabem que estão a incorrer numa não-conformidade (Duarte & Ribeiro, 2007; Sousa, 2015). Para além
disso, quanto maior o interesse do gestor em assumir o controlo financeiro da empresa, maior o
interesse deste em deturpar as informações financeiras verdadeiras, de modo a que apresentem uma
boa situação económico-financeira (Liu & Wright, 2015).
No que se refere à perspetiva dos stakeholders, as informações financeiras contribuem para que
estes possam analisar os relatórios disponibilizados pelas empresas, de modo a basear as suas decisões
em factos credíveis e fidedignos, o que poderá aumentar ou diminuir o risco e a incerteza das mesmas
(Gencia et al., 2016; Mukhametzyanoy & Nugaev, 2016).
A este respeito, Almeida (2012) defende que as informações financeiras refletem adequadamente a
posição financeira da empresa e os respetivos resultados de cada exercício económico. Por esse
motivo, as informações financeiras devem ser divulgadas com a máxima qualidade, de forma
atempada e oportuna, o que levará a que se tornem mais competitivas e atrativas para os stakeholders
(Passos, 2010; Bezerra, 2012).
Para além disso, Amoako (2013) argumenta que as informações financeiras permitem que os
stakeholders analisem o volume de vendas, os lucros, os prejuízos, os ativos e os passivos. Contudo,
estas deverão estar devidamente preparadas e harmonizadas de acordo com os anos anteriores, de
modo a serem passíveis de comparação, em qualquer momento do exercício económico.
Os stakeholders encontram-se divididos em: investidores, colaboradores, financiadores,
fornecedores e outros credores, clientes, Governo e público em geral. Quanto ao risco que cada
stakeholder apresenta na utilização da informação financeira, no caso dos investidores, esta serve para
avaliar o risco do negócio e a remuneração dos capitais investidos, enquanto para os fornecedores e
outros credores, o risco engloba a cobrança dos créditos concedidos, assim como o grau de cobrança e
a recuperação dos mesmos. Para os financiadores, as informações financeiras permitem avaliar o
incumprimento dos valores mutuados. Já para os colaboradores e para os clientes, as informações
servem para avaliar a continuidade da empresa, enquanto para o público em geral, as informações
servem para compreender alguma informação específica sobre determinada empresa. Por sua vez, para
o Governo, as informações servem para avaliar a afetação de recursos económicos e para regular as
políticas tributárias (Auken, Ascigil & Carraher, 2014).
Recapitulando, as informações financeiras assumem um papel crucial nas empresas, uma vez que
irão influenciar a decisão dos diversos stakeholders e dos gestores, pois as mesmas representam a
posição financeira, o desempenho, a liquidez, as necessidades de financiamento e o risco das empresas
(Auken et al., 2014; Gencia et al., 2016). Para além disso, também permitem prever as atividades, os
riscos futuros, a continuidade e sobrevivência das empresas (Mom, Fourné & Jansen, 2015).

3.4. Nível de Divulgação da Informação Financeira para a Gestão

A crescente globalização e modernização das empresas levou a que estas sentissem a necessidade
de divulgar a respetiva informação financeira, de modo a atrair investimentos e recursos estrangeiros
(Rolim et al., 2010).
A divulgação da informação financeira também pode ser encarada como uma ferramenta
estratégica, cujo objetivo passa por aumentar o capital da empresa, através de um menor custo,
servindo para estimular o investimento na empresa, por parte dos credores de capital (Barako,
Hancock & Izan, 2006).
A divulgação pode ser realizada de forma voluntária ou obrigatória. A forma voluntária ocorre
quando a empresa opta por divulgar a informação, para além dos requisitos mínimos obrigatórios
(Barako et al., 2006). Quando a divulgação da informação financeira é realizada de forma voluntária, a
empresa tem mais oportunidade de se diferenciar das restantes, na medida em que disponibiliza mais
informações, o que contribui para que as partes interessadas tenham uma melhor perceção sobre a
empresa (Kang & Gray, 2011). Já a forma obrigatória, ocorre quando a empresa é obrigada a divulgar
a informação nos seus relatórios financeiros ou em outros meios exigidos legalmente (Kumar, Wilder
& Stocks, 2008). Esta obrigação de divulgação pode deverse à necessidade de satisfazer os requisitos
legais, de diminuição da assimetria de informação ou para captar a atenção das partes interessadas
(Rolim et al., 2010).
Quanto menor a assimetria de informação, maior a determinação da credibilidade e fiabilidade do
perfil de risco da empresa e do valor de mercado, levando a que quanto maior a divulgação do risco,
menor o custo do capital da empresa (Abraham & Cox, 2007; Deumes & Knechel, 2008). A
divulgação do risco permite que as partes interessadas 28 avaliem o risco e o desempenho da empresa,
assim como, a garantia de eficiência dos sistemas de controlo interno e a diminuição da assimetria de
informação (Lajili & Zeghal, 2005; Deumes & Knechel, 2008; Dobler, 2008).
3.5. Efeitos dos Fatos Internos e Externos às empresas no uso das Informações
Financeiras

No processo de tomada de decisão, a empresa deve considerar diversos fatores, quer internos, quer
externos. Os fatores internos referem-se aos fatores associados com as características do gestor, onde
se destacam: conhecimentos de gestão, habilitações académicas e experiência do gestor/proprietário.
Relativamente aos conhecimentos de gestão, o estudo realizado por Serrasqueiro e Nunes (2004)
mostra que a maioria dos gestores possui dificuldades na compreensão e na análise da diversa
informação contabilístico-financeira, levando a que estes apresentem menor tendência para utilizar
essa informação no processo de tomada de decisão. Esta dificuldade pode dever-se ao facto dos
gestores terem conhecimentos limitados na área de gestão, de contabilidade ou de finanças. Em
contrapartida, no estudo de Tang e Liu (2016), verificou-se que os gestores com mais conhecimentos,
apresentam maior assertividade e tendência a assumir riscos na tomada de decisão, em detrimento dos
que possuem conhecimentos ou experiência limitada.
Nas habilitações académicas, Serrasqueiro e Nunes (2004) mostram que, os gestores/proprietários
com formação académica superior conferem maior utilidade e relevância à informação financeira, na
tomada de decisão. Este resultado é corroborado pelo estudo de Jaffar et al., (2012) e Amoako (2013),
onde os autores afirmam que, quanto maior a formação académica, maior a compreensão, o tempo
despendido e o interesse na análise da informação financeira, ou seja, existe uma relação direta entre a
formação académica e a utilidade da informação financeira.
Na experiência do gestor/proprietário, o estudo de Serrasqueiro e Nunes (2004) mostra que, o
gestor é na maioria dos casos, o proprietário da empresa, pelo que tem maior tendência a servir-se da
sua experiência, em detrimento da informação financeira, na tomada de decisão. Estes resultados vão
ao encontro do estudo de Amoako (2013), onde o autor concluiu que as empresas eram geridas pelo
proprietário ou por um familiar, o que levava a que estes não utilizassem a informação financeira, o
que poderia colocar em causa o sucesso da empresa.
Por sua vez, os fatores externos, referem-se às características da empresa, tais como: dimensão,
antiguidade e desempenho. Na dimensão da empresa, verificou-se que os gestores das microempresas,
normalmente, atribuem menor importância à informação financeira, no processo de tomada de
decisão, o que pode dever-se ao facto das micro e pequenas empresas apresentarem menor liquidez,
fluxos de caixa mais voláteis, restrições financeiras, financiamentos a curto prazo, entre outros
(İbicioglu et al., 2010; Amoako, 2013). Em contrapartida, Halabi, Barrett e Dyt (2010) afirmam que os
gestores das pequenas empresas, que possuírem maior formação académica, poderão ter tendência a
utilizar mais a informação financeira, do que os outros gestores de pequenas empresas. Já nas
empresas de grande dimensão, existe uma maior necessidade de utilizar a informação financeira no
processo de tomada de decisão (Serrasqueiro & Nunes, 2004).
Por último, na antiguidade da empresa, quanto mais antiga for a empresa, maior a informação
financeira produzida pelos contabilistas e maior a tendência da sua utilização na tomada de decisão
(Florin, 2014).

3.6. O processo de tomada de decisão

Atualmente fruto da evolução da contabilidade e da própria mentalidade dos gerentes, verifica-se


que a utilização da contabilidade permite estimular e fomentar o crescimento empresarial, pois é um
instrumento que permite acompanhar e resolver constantemente os problemas da empresa, ajudar na
elaboração e definição da estratégia empresarial, ou seja, nas decisões de investimento, financiamento
e na definição da política de dividendos, acompanhando a execução da mesma e as alterações
verificadas no ambiente externo da empresa, ou seja, no mercado onde a entidade atua (Vanzela,
2003).
Do mesmo modo que a informação está presente na vida quotidiana de um indivíduo e no mundo
empresarial, a tomada de decisão também faz parte da vida do ser humano e da vida das organizações.
Numa empresa, o processo de tomada de decisão é uma prática fundamental e executada diariamente,
influenciando o desempenho e os resultados da empresa (Estrela, 2014). Ou seja, a gestão de uma
empresa obriga a essa mesma atividade e torna-se crucial, na medida em que as decisões tomadas
indevidamente podem afetar negativamente o desempenho da empresa.
A informação e a tomada de decisão são dois conceitos que estão inteiramente relacionados, pois,
segundo Alves (2019: 365), “a informação é a matéria-prima do processo de tomada de decisão”.
Choo (1996) também assinala a relação entre estes dois conceitos, afirmando que, inicialmente, as
organizações devem pesquisar e avaliar as informações, para, posteriormente, tomarem decisões.
Assim, verifica-se que para se tomar uma decisão é necessário recorrer ao recurso informação,
constatando que há uma relação entre a decisão tomada e a informação na qual se baseou.
De forma genérica, a tomada de decisão consiste na escolha, entre diversas alternativas, da opção
que melhor se adequa às necessidades do indivíduo ou da entidade para alcançar determinados
objetivos. Segundo Duarte et al. (2014: 337) “uma decisão constitui uma escolha. O difícil para o
gestor não é a implementação da escolha efetuada, mas ter de renunciar a todas as outras. Assim,
convém ao gestor dispor de ferramentas de apoio à tomada de decisões”. Deste modo, o processo de
tomada de decisão numa empresa implica avaliar todas as alternativas existentes para se poder decidir,
por exemplo, relativamente à resolução de um problema ou à implementação de novas estratégias, e
optar pela solução que melhor corresponde ao problema ou às necessidades do gestor e da entidade. O
gestor, com esta escolha, acarreta, assim, um risco de a mesma poder vir a ser uma escolha
inadequada, uma vez que abdica de outras alternativas para realizar apenas essa escolha. Assim,
constata-se que as decisões nem sempre são fáceis de tomar e, maioritariamente, é um processo
complexo onde se verifica a incerteza (Estrela, 2014). Por isso, torna-se fundamental que o gestor
obtenha diversa informação e se baseie na informação certa para proceder a qualquer tomada de
decisão. Contudo, o processo de tomada de decisão nas empresas nem sempre depende apenas da
informação, mas sim de um conjunto de diversos fatores desde a experiência do gestor à sua intuição,
como se verificará posteriormente.
Segundo Gouveia et al. (2015), geralmente, as decisões que são tomadas numa empresa podem
dividir-se em dois grandes grupos: as decisões estratégicas e as operacionais. As decisões estratégicas
estão relacionadas com os objetivos da empresa e, por isso, são decisões tomadas a médio e longo
prazo. São exemplo de decisões estratégicas as decisões relativas a investimentos, financiamentos e
distribuição de dividendos. Por outro lado, as decisões operacionais referem-se à gestão corrente da
empresa e às atividades rotineiras, logo são aquelas decisões que são tomadas diariamente, ou seja, no
curto prazo. Uma vez que são decisões relacionadas com a atividade corrente da empresa, são exemplo
de decisões operacionais as referentes aos produtos e/ou serviços prestados, à compra e venda dos
mesmos, à implementação dos respetivos preços, entre outros (Nunes e Serrasqueiro, 2004a; Gouveia
et al., 2015).
Apresentados os dois tipos de decisões, é também importante abordar algumas formas de tomar
essas decisões. Segundo Choo (1996), teoricamente, o processo de tomada de decisão deve ser
executado de forma racional, ou seja, após identificar o problema, pesquisar e analisar as informações
necessárias, o proprietário/gestor deve formular e avaliar as variadas alternativas e decidir por aquela
que melhor soluciona o problema, atendendo sempre aos objetivos da organização. No entanto, este
modelo de decisão racional exige uma procura na íntegra pela decisão ótima, isto é, o
proprietário/gestor deveria analisar toda a informação fiável e avaliar todas as alternativas disponíveis
para efetuar essa escolha. Porém, na prática, este processo não acontece e a tomada de decisão racional
é afetada por um conjunto de limitações
CAPITULO IV - OS INDICADORES ECONÓMICO- FINANCEIROS NO
PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO

4.1. ENQUADRAMENTO

Para o desenvolvimento deste capítulo torna-se relevante mencionar que a gestão financeira,
segundo Medina (2010), tem como finalidade gerar as tarefas que fazem parte da função financeira,
essas tarefas dizem respeito à previsão dos acontecimentos, sendo que a tomada de decisões resulta em
atos executivos, na organização e coordenação dos recursos materiais e humanos e na verificação do
cumprimento de tarefas. Tem como objetivo minimizar os custos financeiros assegurando a liquidez a
curto prazo, baseando-se nos objetivos e estratégias da empresa. Esta definição atua no sentido de
definir a estrutura mais adequada à empresa tendo o máximo de rendibilidade, mantendo e
promovendo o reforço nos seus ativos.
Com a crise financeira que, hoje em dia, as sociedades enfrentam, torna-se importante a realização
de análises económico-financeiras com o intuito de determinar as suas competências, capacidades e
potencialidades para que as empresas consigam alcançar os seus objetivos. Assim, apesar das
empresas estarem em constante mudança, a análise financeira, num determinado período, é
fundamental visto que se tem em consideração as expetativas e as respetivas decisões a efetuar
(Encarnação, 2009).
A análise económica e financeira é constituída por quatro fases, sendo que na primeira fase
recolhe-se toda a informação relevante das demonstrações financeiras e outros documentos para a
análise. A fase seguinte diz respeito à com a preparação, é nesta fase que se verifica a veracidade dos
valores que constam nos mapas contabilísticos e onde se organizam os valores contabilísticos mais
relevantes. Logo a seguir, procede-se à análise dos dados que se vão ser interpretados através de um
conjunto de instrumentos como a análise dos mapas financeiros e a respetiva análise dos indicadores
relevantes. Após essa análise retira-se as conclusões, onde se indica as medidas corretivas e as
recomendações (Medina, 2010).
A análise financeira, segundo Silva (2008), deve basear-se na situação dos dados financeiros, dos
períodos económicos e das condições internas e externas que afetam uma determinada empresa, a
nível financeiro
Os financeiros da empresa, segundo Neves (2009), refere que são pessoas que sabem lidar com os
números, sendo que existe rácios e um conjunto de algarismos que são interpretados para saber a
evolução e situação da empresa. No entanto, de acordo com Brealey et al. (2007), os rácios financeiros
são uma ferramenta prática para fazer uma síntese de um grande número de dados financeiros e que
serve ainda para comparar o desempenho económico-financeiro das empresas. Os rácios são
instrumentos que auxiliam a obter as questões certas, mas, por vezes, não fornecem as respostas
devidas.
Os autores Carvalho e Magalhães (2002) e Neves (2012) indicam que a análise dos indicadores
económico-financeiros é a técnica mais utilizada no processo de análise do desempenho da empresa.
Com este método, permite auxiliar os utilizadores a observar a evolução da situação económico-
financeira de uma empresa, tendo por base a informação contabilística que consta no balanço, na
demonstração dos resultados, na demonstração dos fluxos de caixa ou de outros documentos
contabilísticos para que sejam realizados os devidos cálculos matemáticos de modo a que se efetue o
procedimento de análise.

4.2. Os Rácios como Instrumento de Análise Financeira

A análise financeira de uma empresa ou grupo recorre a um conjunto de instrumentos analíticos


que auxiliam ao conhecimento da situação e evolução económica e financeira de entidades,
heterogéneas entre si, num determinado período de tempo, com o objectivo de antecipar o seu
provável comportamento futuro.

Do conjunto de utilizadores das técnicas de análise financeira fazem parte gestores, accionistas,
trabalhadores, fornecedores, clientes, concorrentes, entidades financeiras, comunidade local,
autoridades fiscais e outras entidades públicas, etc.

Para se poder avaliar a situação económico-financeira de uma empresa/grupo tornase necessário


recorrer a um conjunto de indicadores que possuem diversas formas, sendo os mais utilizados aqueles
que assumem a forma de rácios.

“A técnica mais utilizada pela análise financeira consiste em estabelecer relações entre contas e
agrupamentos de contas do Balanço, da Demonstrações de Resultados e da Demonstração dos Fluxos
de Caixa, ou ainda entre outras grandezas económicofinanceiras.” (Neves, 1996).

“Estes rácios são utilizados para vários efeitos. Incluem a avaliação da capacidade de uma
empresa para pagar as suas dívidas, a avaliação do negócio e do sucesso de gestão e até mesmo o
regulamento legal do desempenho da empresa” (Barnes, 1987).
4.3. As Vantagens e Limitações dos Rácios Financeiros

Neves (1996) refere que sendo os Rácios um instrumento que apesar de nos dias que correm se
encontrar em grande parte generalizado e ser utilizado com muita frequência, deve ser usado com
prudência, para que não se tirem conclusões pouco significativas ou até mesmo incorrectas. Como
qualquer instrumento de medida, os rácios financeiros contêm vantagens e inconvenientes.

As principais vantagens dos rácios consistem em:

 Retirar conclusões baseadas em dados quantitativos;

 Tornar mais significativa a informação de conjunto proporcionada;

 Possibilitar a utilização de informação de forma simples, sintética e objectiva;

 Contribuir para determinar a performance das empresas em termos de rendibilidade,


solvabilidade, liquidez e equilíbrio financeiro;

 Facilitar comparações, que poderão ter lugar para a mesma empresa ao longo de um certo
período temporal (análise de séries temporais) ou entre diferentes empresas num mesmo referencial de
tempo (análise cross-section).

Segundo Neves (1996) é, todavia, fundamental ter-se em atenção um conjunto de factores que
limitam o alcance prático desta técnica de análise financeira:

 Os rácios reflectirão as eventuais incorrecções e/ou erros das demonstrações financeiras;

 Os relatórios apresentados pelas empresas podem não ser a base de dados mais adequada para
análise, em relação a determinados fenómenos;

 As empresas podem ter diversos ramos de actividade, dificultando a comparação das contas com
algum padrão de referência e levando a que os resultados dos rácios possam ser enviesados;

 Os rácios poderão encontrar-se distorcidos. A adopção de práticas contabilísticas diferentes (por


exemplo: políticas de provisões e depreciações) em duas empresas torna não comparáveis os seus
rácios, ainda que os seus sectores de actividade sejam os mesmos;

 Os rácios são determinados através de uma contabilidade realizada aos custos históricos,
afectando a comparação entre diferentes períodos, uma vez que é difícil inferir os cash-flows
futuros;

 Os rácios são apenas um instrumento de análise, que trata dados quantitativos, que pode e deve
ser complementado por outros, como é o caso de factores qualitativos;

 Dificuldade em definir os limites em que um determinado indicador apresenta valores “bons” e


“maus”, conduzindo a uma elevada subjectividade da análise.
O método dos rácios é, assim, provavelmente um dos métodos mais frequentemente utilizados na
análise de informações financeiras, não apenas por profissionais da área, mas também por outras
entidades que, de uma forma simples e rápida, desejam obter algumas informações-chave sobre os
dados, empresa ou sector em estudo.

4.4. Os indicadores Financeiros

Atualmente o meio empresarial é alvo de constantes mudanças, consequência de alterações


sucessivas das necessidades dos agentes económicos num mundo cada vez mais globalizado,
industrializado e tecnologicamente avançado. Para garantir a sua sobrevivência neste ambiente em
constante mutação, por vezes as empresas têm de tomar decisões arriscadas num curto espaço de
tempo, e é em situações como esta que o conhecimento profundo por parte do gestor do desempenho
económico-financeiro da empresa pode ser fulcral. Caso este não detenha esta informação, a sua
decisão poderá ser prejudicial para a empresa num futuro a curto, médio ou longo prazo, dependendo
do horizonte temporal em que se pretenderia obter resultados.

A construção de indicadores económico-financeiros poderá parecer relativamente simples,


considerando as definições supracitadas. No entanto, na escolha das grandezas que irão constituir o
rácio, dever-se-á garantir que estas têm uma ligação lógica entre si.

Torna-se também óbvia a multiplicidade de indicadores económico-financeiros possíveis de


construir e analisar, mas o analista incorrerá em erro se pensar que a construção e interpretação do
maior número possível de indicadores económicofinanceiros se irá traduzir numa análise do
desempenho da empresa mais próxima da realidade e com maior qualidade. Na verdade, a escolha dos
indicadores a analisar irá depender dos objetivos da análise, da natureza dos fenómenos que se
pretende revelar ou medir (de natureza financeira, económica ou ambas), das fontes de informação
utilizadas, etc. (Neves, 2012).

No que diz respeito à interpretação dos indicadores económico-financeiros construídos, há que ter
em consideração que estes não representam por si só a situação económico-financeira da empresa, ou
seja, tratam-se apenas de resultados numéricos que devem ser interpretados da forma mais apropriada.
Denota-se assim a importância de o analista ser possuidor de conhecimentos prévios em matérias de
análise financeira e contabilidade. Também o conhecimento que o analista detém sobre a empresa em
estudo é determinante numa interpretação realista dos indicadores escolhidos e construídos.
Confirmando esta ideia, Moreira (1997) diz-nos que: interpretar indicadores exige um conhecimento
adequado da empresa e do ambiente que a rodeia.

No que concerne à possibilidade de classificação dos indicadores económicofinanceiros estes são,


normalmente, classificados de acordo com a informação que proporcionam. No entanto, esta
separação dos indicadores por tipos não se encontra normalizada, atribuindo cada autor a sua própria
denominação aos diversos grupos de indicadores. A classificação mais comum divide os variados
indicadores existentes de acordo com a sua natureza, podendo esta ser, por exemplo, financeira,
económica, económico-financeira ou técnica. Assim, uma forma de agrupar os indicadores poderá ser
a seguinte:

• Indicadores financeiros: que se debruçam sobre aspetos exclusivamente financeiros,


relacionando as diversas rubricas do balanço. Analisam-se aspetos como a estrutura financeira, a
capacidade de endividamento e a solvabilidade.

• Indicadores económicos: têm por base as grandezas incluídas na demonstração dos resultados,
focando-se por isso estritamente em aspetos relacionados com a situação económica da empresa.
Abordam, portanto, aspetos como a estrutura de ganhos e gastos, as margens de rendibilidade ou a
capacidade de autofinanciamento.

• Indicadores económico-financeiros: expressam relações económico-financeiras, recorrendo


para isso a rúbricas do balanço e da demonstração dos resultados.

• Indicadores de funcionamento ou de atividade: estes possibilitam a avaliação da eficiência


com que a empresa gere os ativos que possuí, permitindo, portanto, explicar alguns impactos
financeiros da gestão ao nível do ciclo de exploração. Estes estão intimamente relacionados com a
natureza da atividade da empresa em análise.

• Indicadores técnicos: relacionam-se com aspetos relativos à produção e às atividades em geral,


encontrando-se normalmente expressos em unidades físicas. Torna-se possível através destes estudar,
por exemplo, o rendimento do equipamento ou a produtividade da mão-de-obra.

• Indicadores de mercado: este tipo de rácios não é aplicável a todo o tipo de empresas,
restringindo-se àquelas que se encontram cotadas em bolsa. Estes relacionam grandezas do balanço ou
da demonstração de resultados com as cotações das ações das empresas, que se traduzem em
informações essenciais para todos os interessados em investir no mercado de capitais.

Pinho e Tavares (2012) optam por uma classificação dos indicadores económicofinanceiros de
uma forma mais detalhada, agrupando-os em oito categorias: indicadores de liquidez; indicadores
económicos; indicadores de funcionamento; indicadores de endividamento; indicadores de
rendibilidade; indicadores de risco; indicadores de equilíbrio financeiro e indicadores de mercado.
Importa reforçar a ideia de que esta classificação adotada por Pinho e Tavares (2012) não inclui mais
ou menos indicadores do que os abarcados na classificação mais comummente utilizada e descrita
anteriormente. Na realidade, esta última é apenas uma subdivisão dos grupos supracitados.

Em seguida far-se-á uma descrição detalhada de alguns dos principais indicadores económico-
financeiros enunciados na literatura revista. Não seria viável enumerar todos os indicadores possíveis
de construir e analisar, pelo que serão apenas enunciados os mais relevantes e mais frequentemente
utilizados. . Os indicadores foram agrupados deste modo em várias pequenas tabelas (Tabelas 1-7),
uma vez que foi a maneira mais simples e direta de se conseguir perceber a que grupo pertence cada
indicador.

As Tabelas, estão divididas em três colunas distintas onde poderão ser visualizadas, na primeira o
indicador, na segunda a fórmula correspondente a cada indicador e, numa terceira coluna, a
explicação/ análise do indicador.

Tabela 3: Indicadores Financeiros - Rácios e Indicadores de Liquidez Financeira

Rácios e Indicadores de Liquidez Financeira

Caso este indicador seja igual a 1, podemos afirmar que a


empresa apresenta um equilíbrio financeiro de curto prazo.

Liquidez Ativo Corrente/ Passivo Se for inferior a 1, isso demonstra que o valor monetário

Gera Corrente dos activos correntes não é suficiente para que a empresa
seja capaz de cumprir com todos os seus compromissos a
curto prazo

Por norma, o resultado deste indicador deve estar


Ativo Corrente – compreendido entre 0,9 e 1,1 e isso reflecte a capacidade
Liquidez (Existências + Ativos da empresa solver os seus compromissos, não
Reduzida Biológicos) / Passivo considerando os activos correntes com menor grau de
Corrente liquidez.

Se o resultado deste indicador for positivo, a empresa tem


capacidades de cumprir os seus compromissos apenas com
Liquidez Disponibilidades / os seus meios financeiros líquidos.
imediata Passivo Corrente

Fonte:Elaboração Própria
Tabela 4: Indicadores Financeiros - Indicadores de Equilíbrio Financeiro - Curto Prazo

Indicadores de Equilíbrio Financeiro - Curto Prazo

Fundo de Retrata a forma como se gere o ciclo de exploração. Se


Ativo Corrente –
Maneio Liquido FML>0 empresa tem mais activos que dividas. Se FML<0
Passivo Corrente
(FML) há mais dividas que activos e portanto uma necessidade de
aumentar os últimos.
Este indicador está relacionado com as necessidades de
Necessidades de Necessidades financiamento do ciclo de exploração. Se o seu resultado for
Fundo de Cíclicas – Recursos positivo existe necessidade de financiar o ciclo de
Maneio (NFM) Cíclicos exploração, caso seja igual ou inferior a zero, o ciclo de
exploração financia-se a si próprio.

Se o resultado da tesouraria for positivo, isso traduz-se na


Fundo de Maneio
existência de um equilíbrio de tesouraria. Se valor de
Tesouraria Liquido –
tesouraria liquida for negativo isso indica a necessidade de
Liquida (TL) Necessidades de
financiar parte das necessidades cíclicas com operações de
Fundo de Maneio
tesouraria passiva.

1)FML >0; 1) A empresa encontra-se financeiramente equilibrada a


NFM>0; TL>0 curto prazo e com uma margem de segurança. 2 )
2)FML>0; NFM>0; Demonstra que o FML é insuficiente para financiar as NFM
TL>0 ; e que a empresa suporta parte das suas necessidades cíclicas
com operações de tesouraria. 3 ) Indica que a empresa não
3)FML<0; tem recursos estáveis capazes de financiar a totalidade das
Equilíbrio NFM>0 ;TL<0 suas aplicações fixas liquidas e as necessidades cíclicas
Financeiro – financiadas pelas operações de tesouraria. Este cenário pode
4)FML>0; NFM<0;
Casos comprometer o cumprimento de compromissos a curto
TL>0
prazo. 4 ) Demonstra uma posição favorável na medida em

5)FML<0; NFM<0; que não há necessidades de financiamento. 5 ) Reflecte um

TL>0 desafogo financeiro de forma duradoura. 6 ) Mostra que


existe um desequilibro financeiro com elevado risco
6)FML<0; NFM<0; caracterizado pela inexistência de margem de segurança
TL<0

Fonte:Elaboração Própria
Tabela 5: Indicadores Financeiros - Indicadores de Equilíbrio Financeiro a Médio/ Longo Prazo

Indicadores de Equilíbrio Financeiro a Médio/ Longo Prazo

Avalia qual é o elemento predominante das massas


patrimoniais. Se resultado = 1: 50% diz respeito ao capital
Passivo não
próprio e 50% ao passivo não corrente; Resultado > 1:
Rácio de Estrutura Corrente / Capital
existe uma predominância do passivo não corrente;
Próprio
Resultado < 1: existe uma supremacia do capital próprio,
o que é favorável à solvabilidade.

Passivo Corrente / Indica qual o elemento predominante no passivo


Rácio de Estrutura
Passivo não permitindo medir a temporalidade do endividamento.
do Passivo
Corrente

Rácio de Estrutura Rúbrica do Ativo/ Destaca o peso que determinada rubrica tem em todo o
do Ativo Total Ativo activo da empresa.

Rácio de Demonstra a independência da empresa perante o capital


Capital Próprio /
Autonomia alheio e representa a proporção do activo total que é
Total do Ativo
Financeira financiada com capital próprio.

(EBIT + Mede a extensão na qual existem resultados disponíveis


Rácio de Cobertura
Rendimentos para suportar os encargos de financeiros. Quanto maior
de Gastos de
Financeiros) / for este resultado, mais capacidade tem a empresa para
Financiamento
Gastos Financeiros cumprir com os encargos.

Este indicador complementa o anterior na medida em que


Rácio de Total do Passivo/ determina a dependência da empresa perante capital
Endividamento Total do Ativo alheio, representa a proporção de passivo no total das
fontes de financiamento na empresa.

Determina o grau de cobertura do passivo por capital


Rácio de Capital Próprio / próprio, avaliando a capacidade da empresa fazer face aos
Solvabilidade Total do Passivo seus compromissos a médio longo prazo, refletindo o
risco que os credores correm.
Tabela 6: Indicadores Financeiros - Rácios de Atividade a Médio/ Longo Prazo

Rácios de Atividade a Médio/ Longo Prazo

Mede o nível de vendas gerado pelo investimento realizado,


Rotação do Volume de Negócios
isto é, o número de unidades monetárias vendidas por cada
Ativo Total / Total do Ativo
unidade investida.

Rotação do Volume de Negócios Mede o nível de vendas gerado pelo investimento realizado
Capital Próprio / Total do Passivo na empresa por sócios e accionistas.

Fonte:Elaboração Própria

Tabela 7: - Indicadores Financeiros - Rácios de Rendibilidade

Rácios de Rendibilidade

Resultado Operacional / Avalia o retorno em termos de


Rendibilidade Operacional das
Volume de Negócios resultado operacional obtido por
Vendas
intermédio do volume de negócios.

Resultado Liquido / Mostra o retorno em termos de


Rendibilidade Liquida das Vendas Volume de Negócios resultado liquido do volume de
negócios realizado.

Rendibilidade Operacional do Resultado Operacional / Avalia o desempenho dos capitais

Ativo Total do Ativo totais investidos pela empresa.

Resultado Liquido / Mede o grau de remuneração dos


Capital Próprio sócios das empresa, isto é, avalia o
Rendibilidade do Capital Próprio
retorno do investimento dos detentores
do capital próprio

EBITDA (Lucros antes de EBITDA / Volume de Determina o peso do EBITDA no


juros,impostos, depreciação e Negócios volume de negócios da empresa.
amortização) em % Volume de
Negócios

Repartição de Rendimentos Rúbricas/Total dos Mostram como são repartidos os


Rendimentos rendimentos por rúbricas pretendidas
Tabela 8: Indicadores Financeiros - Indicadores de Risco

Indicadores de Risco

Demonstra a variação dos resultados para os


Resultado Operacional/ accionistas, de acordo com a variação do
Grau de Alavancagem
(Resultado Operacional + resultado operacional, e também o efeito da
Financeira
Gastos Financeiros) politica financeira sobre a rendibilidade dos
capitais próprios.

Mostra a variação percentual do resultado


Margem de
Grau de Alavancagem operacional resultante da variação percentual
Contribuição / Resultado
Operacional das vendas. Este indicador difere consoante o
Operacional
nível de vendas e a estrutura de custos.

Mede a capacidade da empresa usar custos


Grau de Alavancagem
Grau de Alavancagem fixos de caracter tanto financeiro como
Financeira*Grau de
Cominado operacional, para aumentar o efeito da
alavancagem Operacional
variação das vendas no lucro por cada ação.

Fornece o resultado final da actividade


VAB – Valor Rendimentos
produtiva no decurso de um período
Acrescentado Bruto Operacionais – Consumos
determinado

Demonstra a capacidade de recorrer a


financiamentos por parte da empresa;
Netdebt (Financiamento Financiamento Liquido/
Resultado < 2: a empresa é financeiramente
Liquido) / EBITDA RADGFI (Resultados
saudável; Resultado {2;5}: a empresa mostra
(Lucros antes de juros, antes de depreciações,
capacidade para recorrer a financiamentos;
impostos, depreciação e gastos de financiamento e
Resultado > 5 : a empresa poderá́
amortização) impostos)
eventualmente ter dificuldades em recorrer a
financiamentos.

Fonte:Elaboração Própria
Tabela 9: Tabela 3 - Indicadores Financeiros - Rácios de Atividade – Curto Prazo

Rácios de Atividade – Curto Prazo

Tempo médio que os clientes demoram a


Prazo Médio de
(Clientes/Vendas)*365 liquidar as suas dividas e a eficiência da
Recebimentos
política de crédito concedido.

Prazo Médio de Tempo médio que a empresa demora a


(Fornecedores/Compras)*365
Pagamentos liquidar as suas dividas.

((Existencias+Ativos Tempo médio de rotação de inventários.


Duração Média
Biológicos)/Custo dos
de Inventários
Produtos)*365

Número de dias precisos até que os


Prazo Médio de
Duração Ciclo inventários se vendam e se convertam em
Recebimentos+Duração Média
Operacional meios monetários, isto é, o tempo de
Inventário
duração do ciclo de exploração.

Fonte:Elaboração Própria
CAPÍTULO V- ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1.Análise e interpretação dos resultados

O questionário foi aplicado ás entidades independemtimente do ramos de atividade afim de


analisar a importância que a contabilidade tem para essas entidades, qual o grau de importância da
informacão fornecida pela contabilidade para essa entidades. Dar a perceber que a contabilidade não
tem nada haver com a que a empresa faz, ela fornece informações importantes para todas as entidades.
Ela é um grande auxílio para as empresas, principalmente para os gestores que tomam decisões.
Análise encontra entruturada em quatro (4) grupos:

Opções de Resposta Número Percentagem (%)


Feminino 9 69%
Masculino 4 31%
Total 13 100%

Grupo 1: Perfil dos Inqueridos

Tabela 10: Sexo

Gráfico 1: Sexo

SEXO

Feminino
31%
Masculino

69%

A primeira questão do inquérito diz respeito ao género do inquirido, verificando-se que, das 13
respostas obtidas, 4 são do sexo masculino e 9 são do sexo feminino. Portanto, obtiveram-se mais
respostas do sexo feminino, representando 69% da amostra.

Tabela 11:Idade dos Inqueridos

Opções de Resposta Número Percentagem (%)


Menor que 25 anos 1 7,7%

Entre 26 e 35 anos 5 38,5%

Entre 36 e 45 anos 4 30,8%

Superior a 46 anos 3 23%

Total 13 100%

Idade

23% Menor que 25 anos


8% Entre 26 e 35 anos
Entre 36 e 45 anos
38%
Superior a 46 anos
31%

Gráfico 2: Idade dos Inqueridos

No que diz respeito à idade dos inquiridos, constata-se que o maior número de respostas obtidas se
insere nas faixas etárias entre os 26 e 35 anos, com 5 respostas, assumindo 38,5% da amostra.

Tabela 12: Nível de Escolaridade

Opções de Resposta Número Percentagem (%)

Ensino Básico 0 0%

Ensino Secundário 1 7%

Licenciatura 7 54%

Pós-graduação 0 0%

Mestrado 4 31%
Doutoramento 0 0%

Curso Profissional 1 8%

Total 13 100%

Gráfico 3: Nível escolaridade dos inqueridos

Nível escolaridade
8% 8%
Ensino Secundário
Licenciatura
Mestrado
31%
Curso Profissional

54%

Relativamente às habilitações dos inquiridos, verifica-se que o maior número de inquiridos possui
a licenciatura, com 7 respostas, representado 54% da amostra. A seguir, com 4 respostas e, por isso,
31%, surge o ensino mestrado. Os restantes inquiridos estão distribuídos pelas opções “ensino
secundário”, constatando, através da tabela 12, que nenhum dos inquiridos possui
doutoramento,ensino básico e pós-graduação.

Tabela 13:Função na empresa

Opções de Resposta Número Percentagem


(%)

Proprietário/Gestor 6 46%

Gestor 3 23%

Contabilista Certificada 2 15%

Colaborador da área administrativa 2 16%


Total 13 100%

Gráfico 4: Função dos inqueridos na empresa

Função

15% Proprietário/Gestor

15% 46% Gestor

Contabilista Certificada
23%
Colaborador da área
administrativa

Quanto à função na empresa, averigua-se que o maior número de respostas obtidas integra as
opções proprietário/gestor, com 6 respostas, respetivamente. Representa, assim, 46% da amostra. O
segundo a opção de gestor com 3 resposta e respresenta 23% da amostra. O restante distribuido pelas
opção “contabilidade certificada ” e “colaborador da área administrativa”.

Tabela 14: Anos de experiência dos inqueridos

Opções de Resposta Número Percentagem (%)

Menos de 5 anos 2 16%

Entre 5 e 10 anos 6 46%

Entre 11 e 20 anos 3 23%

Mais de 20 anos 2 15%

Total 13 100%
Gráfico 5: Anos de experiência dos inqueridos

Anos de Experiência

15% 15%
Menos de 5 anos
Entre 5 e 10 anos
Entre 11 e 20 anos
23% Mais de 20 anos

46%

Em termos de anos de experiência dos inquiridos, verifica-se que o maior número de respostas
recai sobre a opção “entre 5 e 10 anos”, com 6 respostas, representando 49% da amostra.

Tabela 15: Área de formação dos inqueridos

Opções de Resposta Número Percentagem (%)

Economia/Gestão/Contabilidade/Finanças 6 46%

Outra área de formação/ sem área 7 54%


específicas

Total 13 100%
Área de formação

Economia/Gestão/Con-
46% tabilidade/Finanças
54% Outra área de formação

No que respeita à
área de formação,
apenas 46% dos inquiridos têm formação nas áreas relacionadas com a gestão de negócios, ou seja,
com as áreas de Economia, Gestão Contabilidade ou Finanças. Logo, os restantes 54% correspondem
a outras áreas de formação ou sem formação específica, como é o caso dos inquiridos cujo nível de
escolaridade recai sobre o ensino básico ou secundário.

Grupo 2: Caracterização da empresa

Tabela 16: Classificação das empresas

Opções de Resposta Número Percentagem (%)

Empresário em Nome 4 31%


Individual

Sociedade Unipessoal por 4 31%


Quotas

Sociedade por Quotas 5 38%

Sociedade Anónima 0 0%

Total 13 100%

Quanto à classificação das empresas, verifica-se que na amostra predominam trés tipos de forma
jurídica, Sociedade por quotas, com 38%, as sociedades unipessoal por quotas, com 31% e emoresário
em nome Individual com 31%.
Tabela 17: Número de colaboradores

Opções de Resposta Número Percentagem (%)


Até 10 colaboradores 11 85%
Até 20 colaboradores 0 0%
Até 50 colaboradores 2 15%
Total 13 100%

Nesta questão a maioria responderam a opção até 10 colaboradores que representa 85% da
amostra. Apenas 15% para a opção até 50 colaboradores.

Opções de Resposta Número Percentagem (%)

Serviços 8 50%

Comércio 2 13%

Indústria 0 0%

Construção 5 31%

Agricultura e pesca 0 0%

Outros 1 6%

Total
13 100%
REFERÊNCIAS BIBIOGRAFICAS

 SILVA, José Pereira. Análise Financeira das Empresas. Editora Atlas, 11ª edição, São Paulo,
2012.
 MARION, José Carlos. Contabilidade básica. Editora Atlas, São Paulo, 1996.

 MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços. Editora Atlas, 6ª edição, São
Paulo, 2003
 ALMEIDA, Rui M. P; DIAS, Ana Isabel e CARVALHO, Fernando (2010), “O novo sistema
de normalização contabilística - SNC Explicado”, ATF – Edições Técnicas, 2009;
 LEPORE, G. – 4 Principais Indicadores de Viabilidade Financeira de um Projeto, Brasil,
2017;

 NEVES, N. S.M. L., “Evolução da Divulgação de Informação nos Relatórios de Gestão 1973-
2003”, Dissertação no âmbito do Mestrado de Contabilidade, Fiscalidade e Finanças
Empresariais, ISEG, Lisboa, 2001;
 Alves, M., & Antunes, E. (2010). A implementação das Normas Internacionais de
Contabilidade na Europa – Um estudo comparativo. Universidade da Beira Interior -
Departamento de Gestão e Economia(DGE), 1-26. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/46464642_A_Implementacao_das_No rmas_I
nternacionais_de_Contabilidade_na_Europa_-
um_Estudo_comparativo/link/5534b5c00cf20ea0a076c408/download;
 Amoako, G. (2013). Accounting practices of SMEs: A case study of Kumasi Metropolis in
Ghana. Internacional Journal of Business and Management, 8(24), 73-83;
 Bezerra, D. (2012). Um estudo sobre a percepção de gestores de médias empresas da região
metropolitana de Recife sobre a utilização e importância das informações contábeis no
processo de tomada de decisão. Dissertação de Mestrado. Recife, Universidade Federal de
Pernambuco.

 Duarte, M., & Ribeiro, M. (2007). Contabilidade criativa: Algumas abordagens. Revista TOC,
93, 29-35. ▪ Farinha, J. (2009). SNC – Oportunidades e desafios na mudança: Estaremos
preparados? Revista TOC, 115, 39-41.

 Gomes, J., & Pires, J. (2010). SNC — Sistema de Normalização Contabilística: Teoria e
prática. (3ª Edição). Porto: Vida Económica.

 Guimarães, J. (2007). A profissão de contabilidade em Portugal. Revista Electrónica


INFOCONTAB, 33, 1-38. Guimarães, J. (2009). A prestação de contas e a IES. Revista
Contabilidade – TOC, 107, 28- 35.
 Passos, Q. (2010). A importância da Contabilidade no processo de tomada de decisão nas
empresas.
 JUNIOR, Tarciso de Macena – Estudo de utilização da análise viabilidade económico
financeira como etapa preliminar ao desenvolvimento do plano de negócios. Curitiba 2016.
 LEPORE, G. – 4 Principais Indicadores de Viabilidade Financeira de um Projeto, Brasil,
2017;
 NOGUEIRA, v. – Que rácios para a análise financeira?, Portal da gestão, 2018.
 https://knoow.net/cienceconempr/gestao/indicadores-economicos-financeiros
www.eng.unicv.edu.cv

Você também pode gostar