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RESUMO:
O presente trabalho vem apreciar sobre família e suas ramificações na contemporaneidade, como as
mulheres lésbicas mães. A família é uma instituição responsável por promover a educação e
cuidados, na sua estrutura aconteceu mudanças com o passar do tempo, essas modificações de
acordo com o tempo e o surgimento de novos padrões culturais. Assim, podemos citar que a família
não é apenas considerada por padrão heteronormativo, sua estrutura pode ser reconhecida por uma
diversidade de conceitos familiares, como a homoafetiva, pessoas do mesmo sexo. Objetivo geral:
Compreender sobre novas dinâmicas familiares e, com isso, discutir sobre a maternidade lésbica. Os
objetivos específicos são: Revisar sobre a base psicanalítica clássica no conjunto da importância da
mãe; Discutir sobre parentalidade da mulher lésbica; Demostrar a visão jurídica sobre adoção de
casais lésbicos. Metodologia:Realizado uma análise sobre o método hipotético-dedutivo,trata-se de
uma revisão bibliográfica narrativa, a qual fornece análise de leitura através de sínteses narrativas e
compreensivas das informações que já foram publicadas a respeito do tema. Resultados: Diante do
que foi visto sobre o tema, podemos ressaltar a compreensão sobre a visão psicanalítica no
desenvolvimento infantil na interação mãe-bebê a importância para o desenvolvimento psíquico,
valores e morais. O desafio sobre mulheres lésbicas na maternidade, seja por adoção ou a
reprodução, seus direitos do ponto de vista jurídico. Considerações finais: O estudo contribuiu para
melhor entendimento sobre novas configurações familiares, a compreensão sobre o desenvolvimento
infantil na visão entre mãe-bebê e como as mulheres que desejam mães passam por certos
preconceitos por causa da sexualidade.
ABSTRACT
This work aims to examine the family and its ramifications in contemporary times, as well as lesbian
women who are mothers. The family is an institution responsible for promoting education and care, the
family structure changes over time, these modifications occur according to time and the emergence of
new cultural patterns. Thus, we can mention that the family is not only considered by heteronormative
standards, its structure can be recognized by a diversity of family concepts, such as homoaffective,
same-sex people. General objective: Understand new family dynamics and thus discuss lesbian
motherhood. The specific objectives are: 1) Review the classical psychoanalytic basis on the
importance of the mother as a whole; 2) Discuss parenting for lesbian women; 3) Demonstrate the
legal view on adoption for lesbian couples. Methodology: This is a narrative bibliographic review, which
provides reading analysis through narrative and comprehensive syntheses of information that has
already been published on the topic. Results: Given what was seen on the topic, we can highlight the
understanding of the psychoanalytic vision in child development in mother-baby interaction and the
importance of psychological development, values and morals. The challenge regarding lesbian women
in motherhood, whether through adoption or reproduction, their rights from a legal point of view. Final
considerations: The study contributed to a better understanding of new family configurations,
understanding child development from a mother-baby perspective and how women who want to be
mothers experience certain prejudices due to sexuality.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA/MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
biológica da criança, como feto, é substituída por uma relação de objeto psíquico
com sua mãe. Essas condições de extrema e prolongada dependência são
determinantes na formação da personalidade.
É interessante observar que a relação da mãe com o bebê é percebida como
um elemento de proteção. Segundo Winnicott (1983), essa proteção é simbolizada
pela representação do útero e pelo ato de amamentação. A criança, por sua vez,
compete pela atenção da mãe, colocando o pai em uma situação de rivalidade.
Assim compreender o desenvolvimento da moral no indivíduo que resulta em um
complexo equilíbrio do aparelho psíquico entre forças internas e forças externas,
aquilo que já nascemos com o que aprendemos em meios grupais, uma vez que as
interações familiares desempenham um papel crucial na construção das normas e
valores morais na psicologia freudiana.
Seguindo a compreensão de vinculação das relações objetais entre mãe e
filho, dois importantes psicanalistas abordam em suas pesquisas o desenvolvimento
infantil e as relações entre o bebê e sua mãe abordam importantes teorias neste
quesito. Klein (1996) nos mostra a importância para a construção da personalidade
estabelecida no contato materno, em que as relações entre o bebê e sua mãe são a
base no primeiro ano de vida infantil, sendo um modelo básico de como ele irá se
relacionar durante a sua vida.
Já Winnicott (1983) diz que o self é construído tendo como base o corpo do
bebê e as suas necessidades físicas. Além disso, as necessidades psíquicas
deverão ser satisfeitas por uma mãe suficientemente boa, ou seja, aquela que não
realiza automaticamente os desejos do filho, ensinando assim a individuação entre
ela e o primogênito, sendo uma função que se desdobra em outras funções como o
holding – o suporte físico e psíquico ofertado ao bebê – uma certa estabilidade e
previsibilidade do ambiente (Winnicott, 1983).
Para Kehdy (2013) o holding pode corresponder aos cuidados primitivos do
bebê, que são suas necessidades além de psicológicas, a física também, que são
ocorridas logo depois do seu nascimento. Se faz necessário que, além do cuidado
para com a criança, o ambiente seja suficientemente bom para poder ocorre o
holding. Para o bebê conseguir se desenvolver de forma satisfatória se faz
importante uma presença e confiança, assim há um sustento maior
psicologicamente para ele.
A autora Giselda Hironaka (2013) discute como a estrutura familiar passou por
diversas etapas de transformação, acompanhadas de mudanças nos costumes e
valores. Essas mudanças culminaram na evolução das relações de gênero, com as
mulheres conquistando maior autonomia e participação em diferentes esferas da
sociedade.
Ao decidirem ser mães, elas passam por um grande desafio, além dos
esforços econômicos, têm o preconceito da sociedade, para exercer a dupla
maternidade, a mulher lésbica que quer ser mãe precisa romper o controle imposto
sobre o seu corpo e sua sexualidade. A maternidade está vinculada apenas sobre
constituição de família, para algumas justificativas social a mulher é uma procriação,
vista apenas como um fato biológico e social. Mas, hoje, sabemos que a
maternidade vai, além disso, é uma construção social que acompanha o cuidado, o
envolvimento afetivo.
É notório na sociedade que mulheres lésbicas não podem engravidar ou ser
mães, pois se mostra que a mãe lésbica se vê amarrada por noção de gênero e de
personalidade e pensando que ao se declarar sobre sua homossexualidade,
significa perder o direito de viver a maternidade. O convívio social traz discurso de
incompatibilidade da pessoa ser lésbica e ter filhos.
Segundo o autor Weston (2003), pessoas homossexuais, quando declaram
sua homossexualidade, aceitam o que a sociedade generaliza sobre a orientação
sexual e como a uma incompatibilidade em ter uma família. Sendo assim essa
generalização veio a ideia que os homossexuais não representam uma família, uma
convicção que lésbicas e gays são incapazes de procriar e criar seus filhos, assim
criar laços de parentesco.
A maternidade lésbica existe, então, sim, lésbicas também são mães, novas
configurações familiares existem e precisam ser respeitadas, família em suas
diversidades de formas. A dupla maternidade compartilhada da função materna
entre suas mulheres que constituem atravessar várias formas, seja ela adoção,
tecnologias reprodutivas ou relacionamentos heterossexuais anteriores.
Autores como Carneiro (2011) e Butler (2016) conta sobre a invisibilidade
sobre a maternidade, quando falamos sobre maternidade, lésbicas, sobre as
A decisão de adoção por parte de casais lésbicos é uma escolha que vai além
do simples desejo de parentalidade; é uma jornada complexa, marcada por uma
série de considerações legais, emocionais e sociais. Ao se aventurarem nesse
caminho, as mães lésbicas se deparam inicialmente com o desafio de compreender
e navegar pelos intrincados procedimentos legais associados à adoção em suas
respectivas jurisdições (Dias, 2011). Esse processo inicial exige não apenas um
entendimento pragmático, mas também uma consciência aguçada das implicações
emocionais envolvidas, uma vez que as mães lésbicas iniciam a jornada de construir
uma família por meio da adoção.
À medida que avançam nessas decisões, as mães lésbicas enfrentam um
desafio que vai além do aspecto prático; é uma jornada emocionalmente intensa.
Cada passo exige não apenas diligência na navegação por questões legais, mas
também uma abordagem sensível para lidar com as complexidades emocionais
envolvidas na formação de uma família por meio da adoção (Azeredo, 2018). No
âmago dessa jornada, está uma determinação inabalável em construir laços
familiares sólidos e significativos. Essa busca vai além dos desafios burocráticos,
abrangendo o desejo profundo de proporcionar um ambiente amoroso e acolhedor
para as crianças que serão integradas à família.
Em síntese, a decisão de adoção por parte de casais lésbicos é uma jornada
multifacetada, que exige não apenas uma compreensão profunda das nuances
legais, mas também uma sensibilidade aguçada para lidar com as complexidades
emocionais envolvidas. Desde a pesquisa incisiva das leis locais até a escolha do
tipo de adoção que melhor se alinha com seus valores e desejos, as mães lésbicas
enfrentam um caminho desafiador em sua busca por formar uma família (Santos,
2004).
Esta jornada reflete não apenas o desejo inabalável de parentalidade, mas
também a resiliência e a dedicação em superar obstáculos. No cerne de todo o
processo, está a aspiração de criar laços familiares sólidos e significativos,
proporcionando um ambiente amoroso e acolhedor para as crianças que se tornarão
parte integrante dessa nova configuração familiar (Tombolato, 2019). Ao enfrentarem
os desafios legais, emocionais e sociais, as mães lésbicas demonstram não apenas
a capacidade de adaptação, mas também a profunda determinação em construir
uma família que reflete o verdadeiro significado de amor e inclusão.
não determinam que a orientação sexual do indivíduo molde a sua conduta e que
possa prejudicar o desenvolvimento de uma criança sob seus cuidados. Já
Figueiredo (2007, p. 126 - 128), enfatiza que “ter pai ou mãe lésbica pode ser motivo
de discriminação, velada ou não”, e “além de obstáculos nas relações sociais, não é
raro que filhos de pais homossexuais enfrentem problemas de ordem emocional,
principalmente quando se encontram na adolescência. ”
Resolver o preconceito contra casais homossexuais que decidem criar filhos é
um desafio complexo que envolve ações em várias frentes, requer esforços
coordenados e contínuos de diferentes setores da sociedade, visando criar um
ambiente mais inclusivo e respeitoso para todos os tipos de famílias. Para Santos
(2018, página 105) algumas sugestões no âmbito da educação, da legislação, das
políticas públicas e sociais, e do diálogo religioso, podem incluir:
● Implementar programas educacionais que promovam a diversidade
familiar nas escolas;
jurídico brasileiro. Pela Constituição Federal de 1998, artigo 226 é um dos principais
dispositivos que trata da família. Ele estabelece que a família é a base da sociedade
e que ela possui especial proteção do Estado. Além disso, o artigo reconhecia-a
como a união estável entre um homem e uma mulher ou a entidade familiar formada
por qualquer um dos pais e seus descendentes. Entretanto, em julho de 2022, essa
emenda trouxe importantes mudanças no texto constitucional relacionadas ao
casamento, garantindo igualdade de direitos para casais do mesmo sexo no que diz
respeito ao casamento civil EMENDA CONSTITUCIONAL, Nº 124/2022. Isso
representou um avanço significativo na igualdade de direitos no Brasil. Miranda
(2013) reforça que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONCLUSÕES
maternidade é desafiador, e essas mulheres lutam por uma cidadania mais inclusiva,
onde a orientação sexual não seja motivo de exclusão na sociedade. Isso destaca a
necessidade de combater o preconceito e promover uma sociedade mais acolhedora
e igualitária para todas as formas de famílias.
Percebeu-se que os objetivos dessa pesquisa foram alcançados mostra
sobre importância da temática no meio social, para o entendimento maior sobre
novas formas de família, e como a maternidade de mulheres lésbicas passar por
dificuldade, seja adotiva ou por reprodução, como a sociedade ainda não está
preparada.
Estudos como esse são fundamentais por contribuir para compreensão da
luta das mulheres lésbicas pela reprodução ou adoção, bem como para examinar as
implicações da maternidade lésbica no desenvolvimento das crianças e no campo
da saúde.
Sugere-se a continuidade de pesquisas que abordem a temática para
discussões mais aprofundadas a respeito das novas dinâmicas familiares e
maternidade lésbica. O que pode proporcionar melhor compreensão da realidade
vivida pelas mães lésbicas, podendo beneficiar os grupos familiares e a sociedade
na totalidade.
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constitucional brasileiro. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três
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Routledge 1990.
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CORREA, S.; JANNUZZI, P.M; ALVES, J.E.D et. al. Direitos e saúde sexual e
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RUIZ, Juliana Machado et. al. Gênero e adoção no contexto brasileiro: revisão
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http://dx.doi.org/10.9788/TP2019.2-01. Acesso: 10 julho
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