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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DIRETORIA DE ENSINO
DIVISÃO DE LICENCIATURA

Formação Prática e Reflexiva da Residência Pedagógica

Raillainy Martins da Silva, graduanda, licenciatura em Letras, Língua Portuguesa com domínio de
Libras- UFU
Myllena Barreto Barcelos, graduanda, licenciatura em Letras, Português e Literaturas de Língua
Portuguesa

[email protected]
[email protected]

Eixo temático: Educação

Palavras-chave: Educação. Residência Pedagógica

Introdução
Neste resumo, abordaremos o cenário singular que se desenrola diante dos olhos de um
aluno na residência pedagógica, oferecendo uma perspectiva única sobre as experiências vividas
pelos professores. Através dos nossos relatos e observações de imersão nesse contexto,
mergulharemos nas complexidades, desafios e triunfos que compõem a rotina desses educadores
dedicados. Ao adentrarmos nesse mundo pelo olhar perspicaz de nós, como futuros professores,
esperamos lançar luz sobre as nuances e realidades que definem o cotidiano do professor de escola
pública, destacando sua vital importância e incitando uma reflexão sobre o futuro da educação.

Objetivo Geral

O objetivo do projeto de residência pedagógica é promover a formação prática de


licenciandos, proporcionando-lhes vivências reais no ambiente escolar. Por meio dessa imersão,
busca-se fortalecer a articulação entre teoria e prática, contribuindo para o desenvolvimento de
competências e habilidades necessárias à atuação profissional do futuro professor. Esse tipo de
projeto se fundamenta em teorias da aprendizagem que destacam a importância da experiência
prática na formação de professores. Além disso, o projeto de residência pedagógica está alinhado às
diretrizes curriculares e políticas educacionais que reconhecem a necessidade de uma formação
docente mais prática e contextualizada. Ao colocar os licenciandos em contato direto com a
realidade das escolas, pretende-se também contribuir para a melhoria da qualidade da educação
básica, uma vez que os futuros professores terão a oportunidade de compreender e lidar com os
desafios reais do ambiente escolar.
Dessa forma, o objetivo do projeto de residência pedagógica é contribuir para a formação
integral dos licenciandos, preparando-os de forma mais eficaz e abrangente para a sua futura
atuação como educadores, ao mesmo tempo em que busca fortalecer a relação entre universidade e
escola, promovendo uma educação mais colaborativa e contextualizada.

Orientação Teórica

A residência pedagógica é fundamentada em diversas abordagens, teorias e conceitos que


orientam sua prática. Uma das principais é a abordagem sociointeracionista, que destaca a interação
social como elemento central no processo de aprendizagem. Nesse sentido, teorias como a de Lev
Vygotsky enfatizam a importância do contexto social e cultural na construção do conhecimento,
evidenciando a necessidade de colocar os licenciandos em contato direto com a realidade escolar
para que possam desenvolver competências pedagógicas significativas.
Outra abordagem relevante é a pedagogia crítica, que busca promover uma reflexão sobre as
estruturas sociais e educacionais, visando à transformação e à promoção da justiça social. A partir
dessa perspectiva, a residência pedagógica pode ser concebida como um espaço de formação crítica,
no qual os licenciandos são incentivados a questionar e a repensar as práticas educativas existentes,
buscando alternativas mais democráticas e inclusivas.
Além disso, a teoria da aprendizagem experiencial também influencia a residência
pedagógica, destacando a importância da vivência prática no processo de formação profissional.
Segundo essa abordagem, os licenciandos aprendem de forma mais significativa quando têm a
oportunidade de colocar em prática os conhecimentos teóricos adquiridos na universidade,
vivenciando situações reais de ensino e aprendizagem.
Por fim, a concepção de formação continuada também está presente na residência
pedagógica, reconhecendo que a formação do professor é um processo contínuo e permanente ao
longo de toda a carreira profissional. Nesse sentido, a residência pedagógica não se limita apenas ao
período da graduação, mas também se estende para além dela, proporcionando espaços de reflexão
e desenvolvimento profissional ao longo da trajetória docente.
Assim, a residência pedagógica é orientada por uma série de abordagens, teorias e conceitos
que valorizam a interação social, a reflexão crítica, a experiência prática e a formação continuada
como elementos essenciais para a formação de professores comprometidos com uma educação de
qualidade e socialmente justa.
Método

Considerando a vivência da residência pedagógica no contexto aqui narrado - no Colégio


Estadual Frei Egídio Parisi, com salas cheias e muitas turmas –, o método de ensino predominante é
o tradicional. É neste ponto que o licenciando percebe a dificuldade de conciliar as teorias críticas
abordadas na universidade com a prática docente real, tendo em vista o segmento da própria
instituição de ensino e das exigências que devem ser cumpridas pelos professores.
Há uma ênfase na gramática normativa e na produção de textos, tendo esta última alguns
recursos pedagógicos interessantes, como a hemeroteca. A hemeroteca realizada pela escola
consistia na apresentação de um tema, exposto através de textos de apoio e do debate entre a
professora e a turma. Em seguida, a cada aula, o aluno deveria escrever uma parte do texto, de
modo a identificar os segmentos que compõem a produção textual – introdução, desenvolvimento,
conclusão.
Para além das observações do funcionamento padrão da sala de aula, há de se considerar as
aulas ministradas pelas próprias licenciandas, que subsidiou boa parte do aprendizado e da relação
real com a docência.
Por meio da matéria de práticas comunicativas, foi ministrado uma aula sobre poesia
marginal. Apesar da poesia marginal surgir apenas nos anos 1970, é importante contextualizar o
início da poesia dita “política” e suas repetições em períodos de guerra e/ou ditadura – o primeiro
na era Vargas, seguido pela Ditadura Militar até os problemas da contemporaneidade, como debates
LGBT, feministas e antirracistas que ganham força a partir dos anos 1970. Promover o contexto
social da publicação dos poemas, neste caso específico da poesia engajada/marginal, é essencial
para que se possa compreender o texto literário. Cada tópico explicado era seguido por um poema
fruto de sua época. Os poemas abordados, respectivamente, foram: “Congresso internacional do
medo”, de Carlos Drummond; “Não há vagas”, de Ferreira Gullar; “Marginal é quem escreve à
margem”, de Paulo Leminski e “Como era bom”, de Chacal. Todos foram explicados e colocados
em debate pelos alunos. Em seguida, foi contextualizado brevemente o surgimento do SLAM e sua
proposta, além de expor dois vídeos de declamações de SLAM, ambos feitos por mulheres
conhecidas na cena – Tawane Theodoro e Mariana Félix. O objetivo era, sobretudo, mostrar aos
alunos que a poesia não era tão distante da realidade deles.
A intenção de unir teoria e prática, em introduzir o tema para a realidade dos alunos, veio
através de leituras pedagógicas como as de Vigotski, considerando a vertente histórico-cultural
enquanto norteadora do processo de aprendizagem.
Além da experiência em sala promover o aprendizado pela simples prática pedagógica, ela
também nos permitiu ver as possibilidades de atuação e readequação metodológica, ainda que com
poucos recursos. Observar os alunos, entender o contexto da escola e as interações sociais que ali
ocorrem é fundamental para que o conhecimento seja de fato construtivo e não mera repetição sem
significado.

Resultado

Ao longo desses 1 ano e 8 meses, estivemos semanalmente na realidade do Colégio Estadual


Frei Egídio Parisi, através deste projeto pudemos ter a certeza da escolha de exercer a profissão.
Esse período nos trouxe experiências plausíveis sobre o espaço escolar,e compreensão melhor sobre
o funcionamento da instituição escolar, e a troca de experiência entre professor-aluno.
Por termos acompanhado professoras que ministravam suas aulas para alunos do Ensino
Médio, vimos além do lado pedagógico das professoras em serem coadjuvantes da realização do
sonhos da formação dos alunos em concluir seus estudos, por diversas vezes fomos apoio também
nas emoções dos alunos, que ansiavam para o ingressos na Universidade, nos momentos rápidos
interações, inúmeras perguntas eram respondidas e impulsionamos a força e a determinação aos
estudos.
Conseguimos ver que o papel de um professor transcende linhas e margens de um livro
pedagógico e perpassa por um ensino mais singular a esse alunos.

Considerações finais

Podemos concluir que tal experiência, rica em diversos aprendizados e atravessamentos do


espaço docente, promoveu uma maior compreensão não só da forma como se ministra uma aula e
conduz uma turma, mas também em relação às dificuldades existentes em sala. Para além das
dificuldades estruturais da instituição, como problemas com materiais, prazos curtos para a
conclusão de um plano bimestral, o paradigma da gramática normativa e do ensino tradicional, etc.,
pudemos presenciar conflitos que envolvem os próprios adolescentes, em fases de transformações e
descobertas; dinâmicas entre outros professores – nos trabalhos compartilhados, na sala dos
professores –, o trabalho da escola como um todo, enquanto uma instituição coletiva que visa um
objetivo igualmente coletivo. Poder ter contato com a realidade docente de perto, de maneira tão
natural, nos tranquilizou em relação ao que nos aguarda após a graduação, sem floreios e sem
exageros quanto aos problemas que iremos enfrentar. Tal realidade também permitiu que
enxergássemos a profissão de professor enquanto agente político que tem, sim, autonomia – pelo
menos na escola pública – na construção do conhecimento.

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