Programas de Intervenção Nas Escolas Brasileiras: Uma Contribuição Da Escola para A Educação em Saúde

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

ARTIGO ORIGINAL • ORIGINAL ARTICLE

Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma


contribuição da escola para a educação em saúde
Intervention programs in Brazilian schools: a contribution of school to health education

Ahécio Kleber Araújo Brito1, Francisca Islandia Cardoso da Silva2, Nanci Maria de França3

1
Doutorando em Educação Física pela RESUMO Artigo com objetivo de revisar programas de intervenção direcionados à saúde
Universidade Católica de Brasília (UCB)
– Brasília (DF), Brasil. Professor Adjunto
da Universidade Federal do Piauí (UFPI) –
realizados nas escolas brasileiras. Pesquisaram-se dados dos bancos Lilacs, SciELO e Medli-
Teresina (PI), Brasil.
[email protected]
ne, dissertações, teses e documentos oficiais. Foram encontrados dez programas de saúde
2
Graduada em Licenciatura Plena em
e um número reduzido de intervenções em atividade física nas escolas. Nos núcleos de
Educação Física pela (UFPI) – Teresina (PI),
Brasil. Educadora Física da Secretaria Estadual
apoio à saúde da família, identificou-se pequena participação dos profissionais de edu-
de Educação – Teresina (PI), Brasil.
[email protected] cação física. Concluiu-se que os programas de intervenção realizados nas escolas estão
3
Doutora em Educação Física pela Université reduzindo o sedentarismo e integrando ações de educação à saúde; e que, nos programas
Blaise Pascal – Clermont-Ferrand, França.
Professora do Programa de Pós-Graduação de apoio à saúde da família, faz-se necessária maior participação dos profissionais de edu-
cação física.
Stricto Sensu em Educação Física da
Universidade Católica de Brasília (UCB) –
Brasília (DF), Brasil.
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Educação; Promoção de saúde; Escola.

ABSTRACT Article aiming to revise intervention programs targeted to health conducted in


Brazilian schools. It was researched data banks Lilacs, SciELO and Medline, dissertations, theses
and official documents. Ten programs of health and a reduced number of interventions were
found in physical activity in schools. In the nuclei of supporting family health was identified
weak participation of physical education professionals. It was concluded that intervention pro-
grams conducted in schools are reducing physical inactivity and integrating health education
activities; and for programs that support family health it is necessary greater participation of
physical education professionals.
KEYWORDS: Education; Health promotion; School.

624 Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

Introdução cardiovasculares, osteoporose e algumas formas de cân-


cer. Estimativas econômicas de vários países consideram
O ambiente escolar é o contexto ideal para o desenvol- o sedentarismo responsável por 2 a 6% dos custos to-
vimento de práticas promotoras de saúde, já que exerce tais em saúde pública. No Brasil, não há dados sobre o
influência na aquisição de valores e estimula o exercício custo do sedentarismo, mas recente relatório elabora-
da cidadania. Com base no pressuposto – segundo o do pelo Banco Mundial atribuiu 66% dos gastos em
qual, por meio da educação em saúde, poder-se-ia esti- saúde às doenças crônicas não transmissíveis em todo
mular comportamentos, valores e atitudes entre os in- o País (POZENA; CUNHA, 2009; VERGNAUD et
divíduos –, é necessário que as estratégias com tal fim al, 2008).
se façam de modo a contemplar a individualidade e o Por outro lado, a prática regular de atividade física
contexto social dos indivíduos, recorrendo a estratégias apresenta uma relação inversa com o risco de doenças
pedagógicas, sociais e psicológicas para aumentar suas e tem um efeito positivo na qualidade de vida das pes-
chances de sucesso (GONÇALVES et al, 2008; PIRES; soas, sendo consenso de vários autores que a saúde e a
MUSSI, 2008; SANTOS; CAETANO; MOREIRA, qualidade de vida do homem podem ser preservadas e
2011). aprimoradas pela prática regular de atividades físicas,
Na área da saúde, os profissionais utilizam-se da sob a perspectiva da aptidão física e da saúde (MOURA
educação em saúde como um instrumento de trabalho et al, 2012; REIS; REIS; HALLAL, 2011; TENDAIS
na construção da relação com os usuários dos serviços et al, 2011).
de saúde, na medida em que a saúde perpassa todos os As agências mundiais de saúde têm editado, nos
aspectos do viver humano e requer, para a transforma- últimos tempos, diversos documentos contendo estra-
ção dos sujeitos, uma profunda interação entre o pro- tégias globais para o incentivo às práticas saudáveis,
fissional de saúde e a população, com vistas a permear objetivando a promoção da saúde e a redução das do-
as condutas que gerem saberes (SANTOS et al, 2011). enças não transmissíveis, sendo a alimentação saudável
Deste modo, é consenso que as crianças e os ado- e a prática regular de atividades físicas constantemente
lescentes têm práticas de hábitos de vida cada vez mais recomendadas. Diante dessa discussão, a Organização
errôneos, do ponto de vista da saúde, em decorrência Mundial da Saúde (OMS) sugere que os programas de
das facilidades proporcionadas pelos avanços da tecno- exercícios físicos deveriam contemplar o aspecto lúdico,
logia e do desenvolvimento industrial. Além disso, as agradável, de forma que tais atividades se tornem mais
crescentes modernização e urbanização das cidades, que atraentes, levando à formação desses hábitos saudáveis
têm reduzido os espaços públicos para o lazer e promo- para toda a vida (WORLD HEALTH ORGANIZA-
vido o aumento da violência urbana, têm modificado TION, 2004). Portanto, a escola é a principal (e talvez
o comportamento dos jovens, substituindo gradati- o mais acessível) veículo de formação para as crianças e
vamente a prática de um lazer ativo – brincar e jogar adolescentes, e deve cumprir seu papel de educar para
nas ruas e praças – pela de um lazer passivo – jogar esses fins, uma vez que as famílias não possuem as infor-
no computador ou assistir a televisão –, esta associada mações necessárias sobre esses aspectos.
à ingestão de alimentos hipercalóricos. Tais mudanças Ante o exposto, o estudo pretende responder ao
são consideradas favorecedoras do desenvolvimento das seguinte questionamento: quais são os programas de
doenças crônicas não transmissíveis (WORLD HEAL- intervenção em saúde realizados nas escolas do Brasil?
TH ORGANIZATION, 2000). Ademais, não se pode falar em educação para a saúde
O sedentarismo pode ser considerado uma epi- sem políticas públicas de intervenção nas escolas, uma
demia mundial, pois compromete cerca de 70% da vez que educação e saúde se inter-relacionam mutua-
população do planeta. É fator de risco para doenças mente. Por essa razão, pode-se argumentar e justificar o
crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hi- presente ensaio, que tem como objetivo revisar os pro-
pertensão, hipercolesterolêmica, obesidade, doenças gramas de intervenção direcionados a saúde realizados

Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012 625
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

nas escolas brasileiras, e, assim, possibilitar a ingerên- brasileiros. Destaca-se, a seguir, cada projeto ou pro-
cia da escola como um veículo importante para a edu- grama encontrado.
cação e a promoção da saúde dos estudantes. Inicia-se com o programa governamental Política
Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), posto que
sua atuação ultrapassa as esferas de gestão do Siste-
Métodos ma Único de Saúde, (SUS) interagindo com as de-
mais políticas públicas e da sociedade. Aprovado em
Este trabalho utilizou o método da revisão bibliográ- 2006, o principal objetivo do programa é Promover
fica e, para esse fim, buscou periódicos científicos dos a qualidade de vida e reduzir a vulnerabilidade e os
bancos de dados Lilacs, SciELO e Medline e disserta- riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e
ções/teses pesquisadas em sites de busca da internet. condicionantes – modos de viver, condições de tra-
Os critérios para citação do documento foram os se- balho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura,
guintes: programa ou projeto com intervenção dire- acesso a bens e serviços essenciais. À luz da promoção
cionada à educação ou à promoção da saúde na es- da atividade física, a Política Nacional de Promoção
cola, com texto publicado em periódico indexado no da Saúde (PNPS) propõe o compromisso da sociedade
portal qualis – CAPES (Coordenação de Aperfeiçoa- e de suas instituições com a adoção de modos de vida
mento de Pessoal de Nível Superior). Foram pesqui- mais saudáveis. A priorização do incentivo às práticas
sados também: a) dissertações de mestrado e teses de corporais na PNPS reconhece a relevância epidemio-
doutorado nos sites das universidades brasileiras que lógica do tema sedentarismo. Os dados da Vigilância
ofertam programas stricto sensu em áreas da saúde; b) de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas
dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde por Inquérito Telefônico (VIGITEL), pesquisa que
(OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS). A coleta dos faz parte das ações da PNPS, indicaram, para o ano
dados foi realizada durante o segundo semestre do ano de 2011, que a prevalência de sobrepeso e obesidade
de 2010, e os autores citados na revisão trazem experi- entre adultos é de 48,55% e 15,85, respectivamente;
ências de intervenções em saúde realizadas nas escolas entre adolescentes, é de 47% e 14% (BRASIL, 2010).
do Brasil, desde o ano 2000 até os dias atuais. Chamou-nos a atenção também o Projeto de
Avaliação do Estado Nutricional de Escolares (AENE),
que teve origem na Tese de Doutorado: Avaliação do
Resultados estado de nutrição de escolares do município de São
Paulo: uma experiência multidisciplinar envolvendo
Após a análise dos dados encontrados, verificou-se que professores de educação física do Programa de Pós-
dez programas atendem aos critérios de inclusão esta- Graduação Interunidades de Nutrição Humana Apli-
belecidos para a presente revisão. Dos dez programas cada da Universidade de São Paulo – USP. O trabalho
citados, quatro receberam a denominação de projeto, realizou um curso de capacitação para professores de
quatro de programa e apenas dois foram denomina- educação física da Secretária Municipal de Educação
dos de estudo, talvez por terem sido originados de – SME. Em seguida, os mesmos avaliaram 9720 es-
dissertações de mestrado. Os programas e projetos colares de 10 a 18 anos, no ano de 2003, sendo 4829
apresentam, sobretudo, pesquisas com delineamento meninas e 4826 meninos. Dentre os meninos, 11%
experimental; apenas um projeto possui caracterís- apresentaram desnutrição leve ou moderada e 14%
tica de estudo transversal; e em dois programas não algum grau de obesidade; os índices entre meninas
foi identificada pesquisa científica. Cabe também foram 12,7% e 14,9%, respectivamente. A tese con-
destacar que o Programa Saúde na Escola foi citado cluiu que professores de educação física capacitados
apenas uma vez por se tratar de um programa úni- podem programar um projeto de avaliação do estado
co, embora seja desenvolvido em diversos municípios nutricional de escolares (AENE) (CEZAR, 2005). O

626 Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

projeto AENE funciona no município de São Paulo Seguindo a linha de intervenção em educação nu-
desde 2005 até os dias atuais. tricional nas escolas, menciona-se o Programa de Edu-
Merece menção o Projeto Redução dos Riscos de cação Alimentar realizado durante o ano de 2005 com
Adoecer e Morrer na Maturidade (RRAMM), desen- os alunos de uma escola municipal de ensino funda-
volvido na Disciplina de Nutrologia do Departamento mental do município de Ribeirão Preto/SP. O estudo
de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo com objetivou desenvolver um programa de educação ali-
o objetivo de implantar um programa interdisciplinar mentar e avaliar seus efeitos sobre o estado nutricional,
e multiprofissional dirigido à Escola Fundamental o nível de conhecimento em alimentação e nutrição e
para redução dos fatores de risco para a obesidade e as as práticas alimentares, além de determinar o nível de
doenças associadas, pela promoção de hábitos saudá- atividade física dos escolares. O programa teve duração
veis adequados à realidade da escola pública. Sua pro- de seis meses e envolveu 951 alunos, de 6 a 16 anos de
posta de intervenção baseou-se em um programa edu- idade, matriculados da pré-escola à 8ª série, os quais
cativo das áreas de nutrição e atividade física destinado receberam aulas semanais sobre alimentação, nutrição
à escola pública, atingindo 2519 crianças matriculadas e atividades físicas. Após a intervenção, o estudo con-
nas duas primeiras séries do ensino fundamental de cluiu que o programa de educação alimentar proposto
oito escolas do município de São Paulo, por meio de foi eficaz para melhorar o nível de conhecimento sobre
treinamento em nutrição e atividade física destinado alimentação, nutrição e práticas alimentares, no entan-
aos professores (TADDEI, 2002). Deste projeto, que to, tais melhoras não foram capazes de modificar posi-
surgiu em 1999, foram derivadas nove dissertações de tivamente o estado nutricional dos alunos. Além disso,
mestrado nas áreas de nutrição, psicologia e educação foi detectada baixa aderência a programas de atividades
física; uma tese de doutorado em nutrição e uma tese físicas (SCHMITZ et al, 2008).
de doutorado em pediatria. Outro parâmetro relacionado à saúde que tem
Também é interessante destacar o Programa Agi- suscitado projetos de intervenção nas escolas é o nível
ta São Paulo, coordenado pela Secretaria de Estado da de atividade física dos alunos. Vemos, pois, que educa-
Saúde de São Paulo (SES), em convênio com o Centro ção nutricional e educação física são áreas que predomi-
de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São nam entre os projetos de saúde escolar. Neste sentido,
Caetano do Sul (CELAFISCS) e outras instituições chama atenção uma dissertação de mestrado apresen-
parceiras (CEZAR, 2005). O Programa tem como tada no Programa de Pós-Graduação stricto sensu em
objetivos principais o aumento do nível de atividade Educação Física da Universidade Católica de Brasília.
física e do nível de conhecimento sobre os benefícios O estudo foi desenvolvido em escolas do ensino fun-
de um estilo ativo de vida saudável, com três focos: damental das cidades satélites de Samambaia e Riacho
escolares, trabalhadores e idosos. Para a intervenção Fundo II, também no Distrito Federal, e teve como ob-
no ambiente escolar foi criado o Agita Galera, Dia da jetivo verificar o efeito de uma intervenção de caráter
Comunidade Ativa, que envolve mais de 6 milhões educativo na promoção de um estilo de vida saudável.
de escolares das 6 mil escolas do estado, localizadas Foram avaliados o nível de atividade física e os fatores
nos 645 municípios. A celebração tem sido realizada de risco para a saúde: obesidade e hipertensão arterial.
a cada última sexta-feira de agosto, desde 1997, sendo A intervenção foi realizada na escola experimental em
que, a partir de 2005, alcançou também as 1000 esco- diversos procedimentos, como: palestra com alunos e
las da capital de São Paulo, acrescentando, assim, mais pais, entrega de panfletos, folders e guias de bolso, in-
de um milhão de escolares. O impacto positivo do terferência nas aulas de educação física e nas atividades
Agita São Paulo levou ao reconhecimento da Organi- denominadas: recreio ativo e ‘sabadão’ da saúde. To-
zação Mundial da Saúde e à consequente constituição dos os procedimentos deram ênfase à importância de
da rede mundial Agita Mundo Network (OLIVEIRA, manter um estilo de vida ativo e, consequentemente,
2006). saudável, não só na escola, mas também no cotidiano.

Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012 627
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

O estudo encontrou elevados índices de sedentarismo, Ministérios da Saúde e da Educação lançaram o Progra-
sobrepeso e obesidade nas escolas, e pôde constatar uma ma Saúde na Escola (PSE) com os objetivos de reforçar
diminuição do sedentarismo nos estudantes da escola a prevenção à saúde dos alunos brasileiros e construir
experimental após a intervenção, ratificando, dessa for- uma cultura de paz nas escolas. O programa envolve
ma, a importância de projetos dessa natureza nas esco- diversos setores (municípios, órgãos federais, ministé-
las (CAVALCANTI, 2009). rios, Programa Saúde da Família, Universidade Aberta
De forma similar, o estudo de Ribeiro e Floria- do Brasil e outros) e está estruturado em quatro blocos:
no (2010) avaliou os efeitos de um programa de inter- avaliação das condições de saúde; promoção da saúde
venção no nível de atividade física de adolescentes de e da prevenção; educação permanente e capacitação de
escolas públicas de uma região de baixo nível socioe- profissionais e de jovens; avaliação da saúde dos estu-
conômico da cidade de São Paulo/SP. A amostra final dantes por intermédio de duas pesquisas em parceria
foi constituída por 69 adolescentes, de 12 a 14 anos, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
alocados em dois grupos de intervenção (educação em (BRASIL, 2008).
atividade física e saúde e esportes/exercícios físicos) e Gabriel, Santos e Vasconcelos (2008) avaliaram
em um grupo controle. A intervenção do grupo educa- um programa para promoção de hábitos alimentares
ção em atividade física e saúde foi planejada para afetar saudáveis em escolares do ensino fundamental de Flo-
os padrões de atividade física e os hábitos alimentares rianópolis (SC). O estudo de intervenção foi desenvol-
adotados na adolescência. As estratégias utilizadas com vido com 162 escolares de terceira e quarta séries de
esse grupo incluíram discussões, debates, dinâmicas de duas instituições de ensino, uma pública e outra pri-
grupo e sessões de atividades físicas. A intervenção do vada. A metodologia envolveu a aplicação de um ques-
grupo esportes/exercícios físicos incluiu o desenvol- tionário de consumo alimentar e o aferimento de peso,
vimento dos fundamentos de quatro modalidades es- estatura, idade e sexo, antes e após um mês de finalizada
portivas e a participação em jogos pré-desportivos para a intervenção, de acordo com os protocolos recomen-
elevar o nível de atividade física dos participantes. No dados pela Organização Mundial de Saúde para a cole-
grupo controle, foram realizados dois encontros, com ta de medidas antropométricas. Ao final do programa,
duração de 50 minutos cada, para garantir o acesso às não foram constatadas alterações significativas no perfil
mesmas informações transmitidas ao grupo educação nutricional dos escolares, entretanto, é preciso conside-
em atividade física e saúde, de maneira resumida. Foi rar que o tempo entre a conclusão do programa educa-
utilizado um questionário que avalia a prática da ativi- tivo e a realização do segundo exame antropométrico
dade física semanal e anual, no interstício de agosto a (aproximadamente um mês) pode não ter sido suficien-
dezembro de 2008. Concluiu-se que, apesar das poucas te. Porém, houve redução significativa do consumo de
sessões de atividades físicas, o programa proposto para bolachas recheadas pelos meninos da escola particular
o grupo educação em atividade física e saúde foi bem e aumento do consumo de merenda escolar e frutas na
aceito pelos adolescentes, reforçando a hipótese de que escola pública, ou seja, houve mudanças de atitudes.
a escola é o local ideal para promover atividade física e Também é interessante o trabalho de Zapater et al,
saúde em escolares adolescentes. (2004), que aplicaram um programa de educação pos-
Registrou-se cerca de 600 programas denomina- tural em escolares de Bauru,/SP, e, apesar de realizarem
dos Saúde na Escola, incentivados pelo governo e im- apenas uma sessão educativa, contaram com reforço de
plementados por escolas públicas e particulares com o professores. Tal como no presente estudo, verificaram
objetivo de desenvolver ações de promoção da saúde e boa aceitação por parte dos escolares, uma vez que o
prevenção de agravos que permitam, entre outros fa- programa proporcionou aumento do conhecimento da
tores, melhoria do rendimento escolar, recuperação da postura sentada adequada, mas não podem afirmar se
autoestima e da autoconfiança e diminuição dos ní- houve mudança de hábitos, e sugerem acompanhamen-
veis de absenteísmo e repetência escolar. Em 2008, os to por maior tempo.

628 Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

Discussão que diz respeito à formulação de intervenções especí-


ficas dentro do ambiente escolar. Pré-escolas e escolas
O enfoque dos programas de intervenção em saúde de ensino fundamental e médio, cujos ambientes físicos
realizados nas escolas brasileiras está relacionado, na são mais adequados, têm alunos mais ativos (DOWDA
sua ampla maioria, a dois aspectos: prática de ativida- et al, 2009).
de física e alimentação saudável. Especificamente so- As instituições de saúde, a família e o ambiente
bre atividade física, parece haver uma relação direta de escolar são recursos importantes, que podem influen-
causa-efeito entre essa variável e a melhoria da saúde ciar de forma positiva ou negativa o compromisso e o
(CARMO JÚNIOR, 2009). Recentemente, a Pesquisa envolvimento das pessoas com comportamentos que
Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) (IBGE, 2009), levam à promoção da saúde. Dessa forma, podem ser
que entrevistou mais de 62 mil adolescentes de todas vistas como benefícios ou barreiras para a aquisição de
as capitais do Brasil, mostrou que apenas 43,1% dos hábitos saudáveis (GUEDES et al, 2009).
adolescentes atingiram a recomendação de prática de Muitos projetos e programas realizados na comu-
atividade física, sendo maior a participação entre os nidade escolar tiveram a participação efetiva dos pro-
escolares do sexo masculino e aqueles matriculados na fessores de educação física. Em suma, os professores de
rede privada de ensino. Informações acerca dos com- educação física podem contribuir sobremaneira para a
portamentos sedentários são ainda mais escassas, e os educação e a promoção da saúde. Ao utilizar os dados
poucos dados existentes apontam para prevalências ele- antropométricos e outras mensurações, podem detectar
vadas de jovens despendendo um tempo excessivo em a prevalência das enfermidades hipocinéticas e, a partir
atividades sedentárias (MOLINA et al, 2010; TASSI- daí, orientar os alunos nas aulas de educação física sobre
TANO et al, 2010), com quase 80% dos adolescentes a prática regular de atividades físicas, assim como sobre
brasileiros relatando assistir duas ou mais horas de TV outras noções básicas de saúde. Neste sentido, a educa-
por dia (IBGE, 2009). ção física escolar é a disciplina que reúne as melhores
As pessoas estão consumindo mais alimentos de condições para proposição de estratégias de intervenção.
grande densidade energética, com altos teores de açúcar É importante destacar que o Ministério da Saúde,
e gorduras saturadas, ou excessivamente salgados. Essa com o propósito de incentivar e fortalecer a avaliação
forma de nutrição, aliada a um sedentarismo crescen- dos projetos de intervenção em atividade física financia-
te, está ocorrendo muito mais rapidamente nos países dos pelo governo federal, formalizou e consolidou par-
em desenvolvimento do que nos desenvolvidos. Con- cerias com instituições de ensino e pesquisa nacionais
sequentemente, as doenças crônicas são cada vez mais e internacionais, como: Universidade Federal de Mi-
comuns nos países em desenvolvimento, especialmente nas Gerais (UFMG); Universidade Federal de Sergipe
nos mais pobres. Esse fato implica um encargo duplo, (UFS); Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Uni-
uma vez que aos casos crônicos se somam as doenças versidade de São Paulo (USP); Universidade Federal de
infecciosas que continuam a assolar os países menos fa- São Paulo (Unifesp); Saint Louis University; Centers for
vorecidos do ponto de vista socioeconômico (ORGA- Disease Control and Prevention dos Estados Unidos da
NIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2003). América (CDC/USA); e a Organização Pan-Americana
O ambiente físico escolar tem sido alvo de pes- da Saúde (OPAS-OMS) (BRASIL, 2011).
quisas recentes. Esta abordagem discute as políticas O resultado deste trabalho produziu uma revisão
escolares com relação aos aspectos de oportunidade de de literatura científica do Brasil e da América Latina,
equipamentos, espaços fiscos adequados, qualidade das que identificou os projetos de intervenção que apresen-
aulas de educação física, tipo de construção e compor- taram evidências de efetividade no campo da atividade
tamento sedentário durante o período escolar. Mesmo física/práticas corporais. A revisão pôde verificar a exis-
sendo um campo ainda carente de consistência em seus tência de poucos programas de intervenção em ativida-
instrumentos, os resultados são muito interessantes no de física nas escolas e nos núcleos de apoio à saúde da

Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012 629
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

família (NASF), com reduzida participação dos profis- educativas no período de maior declínio dos padrões de
sionais de educação física nas equipes, e inferir o quanto atividade física e dos hábitos alimentares.
é importante disseminar, entre gestores e trabalhadores
do SUS, a prática de programas e ações para a promo-
ção da saúde com ênfase na valorização do trabalho do Conclusões
profissional de educação física (BRASIL, 2011). Mais
uma conclusão importante deste trabalho de revisão de O crescimento econômico e populacional está acarre-
literatura, a partir da análise dos estudos de intervenção tando mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimen-
publicados na América Latina e no Brasil, em particu- tares da população brasileira, que influenciam o desen-
lar, foi de que os programas que promovem atividade volvimento das doenças crônicas não transmissíveis.
física na escola foram bem-sucedidos na redução do se- Diante desse fato, no Brasil, o poder público está incen-
dentarismo (MALTA et al, 2009). tivando e financiando projetos de educação e promo-
Outra questão importante, quando se aborda pro- ção da saúde nas escolas, através da Política Nacional
gramas de intervenção em saúde no ambiente escolar, de Promoção da Saúde (PNPS). A ideia é abandonar
diz respeito ao controle e à prevenção do sobrepeso e da a linha assistencialista complementar e partir para um
obesidade, devido ao aumento dos índices internacio- conjunto integrado de ações de educação em saúde que
nais da obesidade infanto-juvenil nas últimas décadas. se inicia na escola e estende-se à família.
Em vista disso, a Organização Mundial de Saúde pu- Na teoria, os projetos deveriam envolver os di-
blicou, em 2004, o documento “Estratégia Global para versos profissionais de saúde, que, em conjunto com
Nutrição, Atividade Física e Saúde”, no qual sugere, no professores e direção das escolas, devem ser agentes
tocante à alimentação, maior ingestão de verduras, legu- multiplicadores de informações sobre diversos assun-
mes e frutas e menor ingestão de sal, gorduras saturadas tos relacionados à saúde, não somente a alunos, mas
e açucares; quanto à atividade física, propõe o aumento também aos seus familiares, permitindo, assim, que
do nível de atividade física das crianças na escola, com comunidades possam adotar comportamentos e esti-
especial atenção ao transporte ativo, em bicicletas ou los de vida mais saudáveis. No entanto, os programas
a pé (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2004). de intervenção em saúde não ocorrem na maioria das
No Brasil, esse tema proporcionou o desenvolvimento escolas brasileiras, e os que acontecem geralmente são
de diversos projetos e programas de educação relaciona- promovidos por instituições científicas e serviços de
dos à alimentação e à nutrição na escola. saúde. Neste sentido, a escola, como instituição for-
Como adendo, deve-se dizer que a presente revi- madora da juventude, tem um papel estratégico no
são possui limitações. A primeira refere-se ao fato de desenvolvimento de ações e na aplicação de programas
que pesquisas bibliográficas realizadas na internet têm educacionais capazes de melhorar as condições de saú-
um elevado grau de complexidade devido à amplitude de, desde que possua um enfoque crítico, participativo,
das redes de informação, o que pode ter ocasionado a interdisciplinar, transversal e que consistam em proces-
não citação de programas e/ou projetos de intervenção sos lúdicos e interativos.
escolar. A segunda refere-se a não inclusão de investiga- As ações de saúde mais identificadas nos progra-
ções sobre prevalências de doenças crônicas não trans- mas e projetos avaliados referem-se ao incentivo da
missíveis, o que, por sua vez, não deixa de ser uma inter- prática de atividades físicas e da alimentação saudável.
venção na escola. No entanto, a inclusão de todas essas Neste sentido, os programas que promoveram ativida-
informações elevaria a dimensão do texto, tornando-o de física na escola foram bem-sucedidos na redução do
incompatível como o formato da revista. Por outro lado, sedentarismo. Nos núcleos de apoio à saúde da família
a vantagem deste estudo é mostrar que a escola, através (NASF), verificou-se reduzida participação dos profis-
da Educação Física, pode ser o espaço ideal para pro- sionais de educação física nas equipes. Adicionalmen-
mover saúde entre os escolares, através de intervenções te, deve-se considerar o potencial do Profissional da

630 Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

Educação Física a partir do momento em que o mesmo sobre aptidão física e saúde, a fim de que os indivíduos
deve cumprir com uma das suas principais atribuições, possam adotar hábitos saudáveis não só na escola, mas
que é proporcionar conhecimentos teóricos e práticos em suas vidas.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde na Escola. Brasília, 2008. GUEDES, N. G et al. Atividade física de escolares: análise segundo
Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/ o modelo teórico de promoção da saúde de Pender. Revista da
texto/1752/355/saude-na-escola.html>. Acesso em: 20 ago. 2010. Escola de Enfermagem – USP, São Paulo, v. 43, n. 4, p. 774-780, 2009.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).
Avaliação de Efetividade de Programas de Atividade Física no Brasil. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. Rio de Janeiro: Ministério
Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 184 p. da Saúde, 2009.
______. Ministério da Saúde. Vigilância de fatores de risco e MALTA, D. C. et al. A política nacional de promoção da saúde e a
proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília, DF, agenda da atividade física no contexto do SUS. Epidemiologia e
2010. 151p. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/ serviço de saúde, Brasília, v. 18, n. 1, p. 79-86, mar. 2009.
arquivos/pdf/vigitel2010_final_web.pdf>. Acesso em: 10 mar.
MOLINA, M. C. B. et al. Fatores de risco cardiovascular em crianças
2012.
de 7 a 10 anos de área urbana, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
______. Redes de produção de saúde. Brasília: Ministério da saúde, Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 5, p. 909-917,
2009. 44 p. 2010.
CARMO JÚNIOR, T. R. A intervenção escolar como meio de MOURA, G.C. et al. Association between physical activity and
promover o estilo de vida ativo em escolares de 7 a 11 anos. 2009. quality of life in adults. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 46,
84 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade n. 1, p. 1-12, 2012.
Católica de Brasília, Brasília, 2009.
OLIVEIRA, L. C. Avaliação de efetividade de uma intervenção em
CAVALCANTI, L. A. Efeitos de uma intervenção em escolares do promoção da atividade física e da saúde no ambiente escolar. 2006.
ensino fundamental I, para a promoção de hábitos alimentares 94 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade
saudáveis. 2009. 92 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – São Judas Tadeu, São Paulo, 2006.
Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2009.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Doenças
CEZAR, C. Avaliação do estado de nutrição de escolares do município crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre
de São Paulo: uma experiência multidisciplinar envolvendo alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília:
professores de educação física do ensino fundamental e médio. Organização Pan-Americana da Saúde, 2003. 60 p.
2005. 128 f. Tese (Doutorado em Nutrição Humana Aplicada) –
PIRES, C.G.S.; MUSSI, F. C. Crenças em saúde para o controle da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
hipertensão arterial. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13,
DOWDA, M. et al. Policies and characteristics of the preschool supl. 2, p. 2257-2267, 2008.
environment and physical activity of young children. Pediatrics,
Elk Grove Village, IL, v. 123, n. 2, p. 261-266, 2009. POZENA, R.; CUNHA, N. F. S. Projeto Construindo um futuro
saudável através da prática da atividade física diária. Saúde e
GABRIEL, C. G.; SANTOS, M. V.; VASCONCELOS, F. A. G. Avaliação de Sociedade, São Paulo, v. 18, supl. 1, p. 52-56, 2009.
um programa para promoção de hábitos alimentares saudáveis
em escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Revista REIS, M.S.; REIS, R.S.; HALLAL, P.C. Validity and reliability of a physical
Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 8, n. 3, p.299-308, jul. activity social support assessment scale. Revista de Saúde Pública,
2008. São Paulo, v. 45, n. 2, p. 1-8, 2011.

GONÇALVES, F. D. et al. Health promotion in primary school. RIBEIRO, E. H. C.; FLORINDO, A. A. Efeitos de um programa de
Interface - Comunicação, Saúde e Educação, Botucatu, São Paulo, v. intervenção no nível de atividade física de adolescentes de
12, n. 24, p. 181-92, jan./mar. 2008. escolas públicas de uma região de baixo nível socioeconômico:

Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012 631
BRITO, A.K.A.; SILVA, F.I.C.; FRANÇA, N.M. • Programas de intervenção nas escolas brasileiras: uma contribuição da escola para a educação em saúde

descrição dos métodos utilizados. Revista Brasileira de Atividade TENDAIS, I. et al. Physical activity, health-related quality of life and
Física e Saúde, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 28-34, 2010. depression during pregnancy. Cadernos de Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 27, n. 2, p. 219-228, fev. 2011.
SANTOS, F. P. A. et al. Estratégias de enfrentamento dos dilemas
bioéticos gerados pela violência na escola. Revista de Saúde VERGNAUD, A.C. et al Weight fluctuations and risk for metabolic
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n.1, p. 267-281, 2011. syndrome in an adult cohort. International Journal of Obesity,
London, v. 32, n. 2, p. 315-21, 2008.
SANTOS, Z. M. S. A.; CAETANO, J. A.; MOREIRA, F. G. A. Atuação
dos pais na prevenção da hipertensão arterial: uma tecnologia WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: preventing
educativa em saúde. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, and managing the global epidemic. Geneva: World Health
n. 11, p. 4385-4394, 2011. Organization, 2000. p. i-xii, 1-253p. (WHO Technical Report Series,
894).
SCHMITZ, B. A. S. et al. A escola promovendo hábitos alimentares
saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global Strategy on diet,
educadores e donos de cantina escolar. Cadernos de Saúde physical activity and health. Geneva: World Health Organization,
Pública, Rio de Janeiro, v. 24, supl. 2, p.S312-S322, 2008. 2004. 21 p.
TADDEI, J. A. A.C. Redução dos riscos de adoecer e morrer na ZAPATER, A. R.; SILVEIRA, D. M.; VITTA, A.; PADOVANI, C. R.; SILVA,
maturidade: Projeto RRAMM. São Paulo: Universidade Federal de J. C. P. Postura sentada: a eficácia de um programa de educação
São Paulo, 2002. Disponível em: <http://www.unifesp.br/dped/ para escolares. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 9, n. 1, p.
disciplinas/nutricao/projet.html> Acesso em: 23 set. 2010. 191-199, 2004.
TASSITANO, R.M. et al. R.S. Enrollment in physical education is
associated with health-related behavior among high school
students. Journal of School Health, Bethesda, v. 80, n. 3, p. 126-133,
mar. 2010. Recebido para publicação em Maio/2012
Versão definitiva em Outubro/2012
Suporte financeiro: não houve
Conflito de interesse: inexistente

632 Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 624-632, out./dez. 2012

Você também pode gostar