FILOSOFIA 2024 pt.2

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FILOSOFIA

JEAN-JACQUES ROSSEAU (1712 – 1778)


Jean-Jacques Rousseau, um filósofo suíço do século XVIII, marcou profundamente o
pensamento da sociedade ocidental durante o Iluminismo francês. Suas ideias, especialmente
a teoria do contrato social, criticaram a civilização e a organização da sociedade de sua época,
defendendo a soberania popular e a vontade geral como bases para a estrutura social. Além
disso, Rousseau também fez contribuições significativas no campo da educação, influenciando
diversas áreas do conhecimento e práticas educativas.

CRÍTICA AOS CONTRATUALISTAS:


Rousseau se distanciou dos contratualistas anteriores como Thomas Hobbes e John Locke,
argumentando que eles projetavam erroneamente qualidades sociais no homem natural, que
na verdade era amoral — sem noções de bem ou mal — e não imoral, como sugeriam outros
pensadores. Para Rousseau, o estado de natureza era um estado hipotético de sobrevivência e
autopreservação, onde os seres humanos, vivendo de forma isolada e com encontros casuais,
não necessitavam de muitos recursos para subsistir, guiando-se apenas pelas necessidades
básicas e pela satisfação de desejos imediatos.
O ESTADO DE NATUREZA:
Para Rousseau, o estado de natureza era um estado hipotético de sobrevivência e
autopreservação, onde os seres humanos, vivendo de forma isolada e com encontros casuais,
não necessitavam de muitos recursos para subsistir, guiando-se apenas pelas necessidades
básicas e pela satisfação de desejos imediatos. Ele descreve esse estado de natureza como um
estado de amoralidade, sem a busca por fama, riqueza ou poder, conceitos que só surgiriam
com o desenvolvimento da sociabilidade. Rousseau acreditava na existência de uma piedade
natural entre os indivíduos, que ajudaria na conservação da espécie sem a necessidade de
valores morais impostos.
PROPRIEDADE E DESIGUALDADE:
Uma das críticas mais fortes de Rousseau se dirigia à ideia de propriedade, que ele via como a
raiz das desigualdades sociais. A propriedade privada criava distinções entre ricos e pobres,
senhores e escravos, e estabelecia as bases para as relações de poder e todas as disputas
subsequentes. Ele considerava que a desigualdade não era natural, mas sim uma construção
social que se tornava legitimada e reforçada pela sociedade civil.

CONTRATO SOCIAL:
No que se refere ao contrato social, Rousseau considerava que o pacto social tradicional, que
justificava essas desigualdades, era ilegítimo. Ele propunha a necessidade de um novo pacto
baseado na vontade geral e na soberania popular, onde os indivíduos deveriam renunciar suas
vontades individuais em favor da comunidade. Esse novo pacto social não deveria apenas
refletir a soma das vontades individuais, mas sim buscar o bem comum, a verdadeira
expressão da vontade coletiva.
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DIRETA:
Rousseau também criticava a democracia representativa, argumentando que os deputados
não conseguiam representar verdadeiramente os interesses do povo. Para ele, a participação
política deveria ser direta, com os cidadãos sendo convocados constantemente para participar
ativamente da vida política através de assembleias, expressando suas opiniões e votos. Essas
assembleias populares, segundo Rousseau, seriam a única fonte legítima de autoridade
política, garantindo que todos os membros da sociedade tivessem voz igual nos assuntos que
os afetavam diretamente.

CONTRATUALISTAS
O contratualismo é uma teoria política que sugere que a origem do Estado e das leis deriva de
um contrato ou consenso entre os indivíduos que compõem a sociedade. Essa teoria procura
justificar ou criticar a legitimidade das instituições políticas com base nesse acordo inicial.

THOMAS HOBBES:
Thomas Hobbes, em sua obra "Leviatã", postula que a natureza humana é essencialmente
guiada por desejos egoístas e um medo constante da morte. Segundo Hobbes, "o homem é o
lobo do homem", expressando uma visão pessimista onde, no estado de natureza, sem
governo, haveria um "estado de guerra de todos contra todos". A vida, então, seria "solitária,
pobre, sórdida, brutal e curta". Para escapar desse caos, os indivíduos estabeleceriam, por
meio de um contrato social, um Estado com poderes absolutos para garantir a segurança e a
ordem, sendo a principal função deste Estado a preservação da vida.

JOHN LOCKE:
John Locke apresenta uma perspectiva mais otimista e liberal. Ele acredita que, no estado de
natureza, os homens são racionais e pacíficos, vivendo sob uma "lei da natureza" que proíbe
prejudicar os outros em sua vida, saúde, liberdade ou posses. No entanto, a ausência de um
sistema judiciário imparcial para resolver disputas leva à formação de um governo por meio de
um contrato social, cujo principal objetivo é preservar a propriedade, mediar conflitos e
garantir os direitos naturais, operando com autoridade limitada e servindo aos interesses do
povo. Locke afirma que "onde não há lei, não há liberdade", destacando a importância da lei
para a verdadeira liberdade.

JEAN – JACQUES ROSSEAU:


Jean-Jacques Rousseau, em "O Contrato Social", parte de uma premissa diferente, imaginando
o estado de natureza como um local pacífico onde os homens são livres e iguais, guiados por
instintos simples e uma "piedade natural". A introdução da propriedade privada, para
Rousseau, corrompe essa pureza inicial, criando desigualdades e competições. Ele propõe um
Estado fundado sobre a "vontade geral", que não apenas representa a soma dos interesses
individuais, mas reflete o verdadeiro interesse comum. O governo, então, deve garantir a
igualdade e a liberdade dos cidadãos, agindo como uma expressão da coletividade. Rousseau
argumenta que "a natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o
miserável", criticando a propriedade privada como fonte de corrupção e guerra.

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