4o Ano Historia Bimestre 2

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento

Plano de desenvolvimento:
Grandes Navegações,
grandes migrações
Em continuidade ao tema das viagens dos seres humanos pelo mundo e da necessidade de
migrar que os acompanha, neste bimestre entraremos em contato com as Grandes
Navegações realizadas no decorrer dos séculos XV e XVI, as quais possibilitaram a chegada
dos europeus ao continente americano.
Por meio do desenvolvimento de caravelas e naus, além de um imenso aparato de
navegação que incluía bússola e mapas, os portugueses foram pioneiros na Europa e
realizaram as primeiras viagens através dos oceanos. No entanto, não foi à América que vieram
primeiro: antes disso, contornaram o continente africano, chegando à Índia para garantir seu
monopólio comercial sobre as especiarias.
Veremos também como foi o contato entre portugueses e povos nativos do Brasil, as
relações que estabeleceram e as dificuldades encontradas na compreensão de hábitos
culturais tão diferentes e contrastantes.
Sobre os indígenas brasileiros, veremos quais as consequências do contato com os
europeus e a situação atual desses grupos.

Conteúdos
• As Grandes Navegações
• Portugal e as navegações
• Dificuldades nas grandes viagens
• O encontro com estranhos
• As visões dos viajantes sobre o mundo novo
• Os povos indígenas brasileiros
• As origens culturais indígenas
• Heranças do contato com os estrangeiros

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento

Objetos de conhecimento e habilidades


Objeto de conhecimento A circulação de pessoas e as transformações no meio natural
• (EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a
Habilidade intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas
intervenções.
Relação com a prática • Compreender a ocupação do território pelos indígenas na
didático-pedagógica atualidade.

Objeto de conhecimento A invenção do comércio e a circulação de produtos


• (EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos
Habilidade processos de deslocamento das pessoas e mercadorias,
analisando as formas de adaptação ou marginalização.
• Perceber, por meio das fontes documentais, a produção de
Relação com a prática
narrativas sobre os indígenas nativos, a partir do ponto de vista
didático-pedagógica
dos colonizadores.

As rotas terrestres, fluviais e marítimas e seus impactos para a


Objeto de conhecimento
formação de cidades e as transformações do meio natural
• (EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos
Habilidade caminhos terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da
vida comercial.
• Compreender as razões que levaram os europeus a enfrentar
Relações com a prática as grandes navegações.
didático-pedagógica • Entender o longo processo de desenvolvimento necessário
para a travessia dos oceanos.

Os processos migratórios para a formação do Brasil: os grupos


Objeto de conhecimento indígenas, a presença portuguesa e a diáspora forçada dos
africanos
• (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas
Habilidade
contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Relação com a prática • Identificar a pluralidade dos povos indígenas do território
didático-pedagógica brasileiro.

Práticas de sala de aula


Neste bimestre, trabalharemos as Grandes Navegações empreendidas pelos europeus, em
especial os portugueses que, por meio das caravelas, conseguiram realizar as viagens
ultramarinas de longa distância. O desenvolvimento do equipamento náutico necessário
promoveu a travessia do Oceano Atlântico e o estabelecimento de novas rotas comerciais que
passaram a incluir a América, além da costa africana e da Ásia.
Os alunos conhecerão um pouco mais da pluralidade dos indígenas, suas culturas e
organização, entendendo as diferenças e as transformações decorrentes do contato com os
europeus e não indígenas.

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Por meio dos relatos de viajantes será possível entender outras versões do contato
estrangeiro com os indígenas nativos e das relações desenvolvidas durante o processo de
ocupação das terras. Esses relatos permitem o conhecimento do cotidiano de algumas etnias,
de suas festas e hábitos, além das práticas culturais específicas de cada grupo.
As atividades diversificadas apresentadas neste bimestre, como a confecção de jogos e
mapas para melhor compreensão das viagens ultramarinas, contribuem para a busca da
participação do aluno na análise do conteúdo, de forma a entender os contextos de cada
momento histórico, considerando várias versões do momento abordado, para que seja capaz
de concluir, juntamente com os colegas ou mesmo individualmente, a importância dos
assuntos apresentados. Como a história é um processo em construção, a participação do
aluno na elaboração de propostas e soluções de problemas acaba sendo interessante e
produtivo, evitando a necessidade de decorar os conteúdos.
As atividades devem considerar os resultados obtidos durante as dinâmicas e trabalhos
desenvolvidos, como a reprodução de rotas de viagens e a reflexão e o debate sobre a
diversidade indígena.
Nas avaliações, deve-se estar sempre atento às etapas das atividades desenvolvidas, a fim
de identificar possíveis incompreensões sobre as propostas, o que pode prejudicar
andamentos ou resultados. Desse modo, os objetivos pedagógicos não ficam comprometidos,
principalmente nas atividades mais complexas e que requerem maior cuidado na realização de
cada uma das etapas de trabalho, como a confecção dos mapas que detalham as rotas
marítimas.

Foco
Neste bimestre, é importante estar atento aos alunos que apresentem maior dificuldade na
leitura da cartografia, pois ela será fundamental no entendimento do conteúdo abordado.
Portanto, talvez seja necessário oferecer algumas alternativas, como a apresentação de
documentários ou Atlas que ajudem a compreender melhor o contexto estudado.

Para saber mais


• Índios no Brasil – Quem são eles? Este documentário apresenta a história do Brasil
desde antes da chegada dos portugueses, revelando que os povos indígenas sofreram
preconceito, discriminação e hoje são retrato da resistência cultural no país. Nele, é
abordado o cotidiano dos grupos indígenas por meio do olhar de quatro adolescentes
que visitam aldeias, e de trechos de filmes e depoimentos de estudiosos. Disponível
em: <https://tvescola.org.br/tve/video/indios-no-brasil-quem-sao-eles>. Acesso em: 26
jan. 2018.

• A cartografia impressa do Brasil. Este livro apresenta uma série de 100 mapas desde o
período que antecede a colonização, com textos explicativos e referências sobre os
autores das cartas náuticas. Alguns mapas têm detalhes ampliados para se perceber a
complexidade da confecção e as curiosidades da época em que foram elaborados.
GUEDES, Max Justo. A cartografia impressa do Brasil: os 100 mapas mais influentes
(1506-1922). Rio de Janeiro: Capivara, 2012.

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• O Brasil que os europeus encontraram. O livro paradidático de Laima Mesgravis e Carla


Bassanezi Pinsky apresenta um texto claro e objetivo sobre a flora e a fauna brasileiras
do período das navegações. Aborda, ainda, a vida dos indígenas nesse período e o
contato com os europeus, as relações e choques entre essas culturas que levaram à
convivência forçada e ao extermínio de alguns grupos. MESGRAVIS, Laima; PINSKY,
Carla Bassanezi. O Brasil que os europeus encontraram. São Paulo: Contexto, 2002.

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Projeto integrador: Direções e sentidos


• Conexão com: MATEMÁTICA, CIÊNCIAS, HISTÓRIA e LÍNGUA PORTUGUESA.
Este projeto propõe a criação de uma exposição sensorial. Espera-se que os alunos, ao
produzir os elementos que serão apresentados na exposição, identifiquem e compreendam o
uso dos sentidos em seu cotidiano e em situações diversas relacionados à orientação espacial.

Justificativa
O corpo humano é capaz de reconhecer o que acontece ao redor. A percepção do ambiente
e do espaço é essencial, não somente para proporcionar conforto ao indivíduo, mas também
por uma questão de sobrevivência. Para reconhecer o que está ao redor, utilizam-se os cinco
sentidos: a audição, o olfato, o tato, o paladar e a visão.
Cada um desses sentidos tem uma função para o reconhecimento do meio ambiente em
que o ser humano está inserido. A visão distingue e identifica lugares, pessoas, objetos, formas,
cores, profundidade, lateralidade etc. Já o olfato possibilita perceber as partículas de diferentes
odores presentes no ar. Por meio da audição, é possível captar sons e comunicar-se pela fala.
O paladar possibilita a percepção de diferentes sabores e auxilia a identificar alimentos
estragados, que podem prejudicar a saúde. Por meio do tato, são percebidos os elementos
físicos e suas características, como a textura, a temperatura e a rigidez.
A percepção do espaço pode ser realizada por todos sentidos em conjunto ou por alguns
deles. Há pessoas que não conseguem utilizar alguns desses sentidos; assim, empregam
recursos para auxiliá-las no dia a dia e na realização de suas atividades.
O projeto tem o objetivo de propor aos alunos a reflexão sobre o papel dos sentidos na vida
dos seres humanos, reconhecendo a importância da inclusão e da acessibilidade àqueles que
estão privados de algum dos sentidos, incentivando o olhar crítico em relação aos meios com
que percebemos o mundo ao redor.

Objetivos
• Reconhecer a importância dos sentidos do corpo humano.
• Reconhecer as adaptações sensitivas para as pessoas com limitações em algum sentido.
• Associar os sentidos à percepção do ambiente.
• Conhecer ferramentas e técnicas que auxiliam os sentidos e a orientação espacial.
• Organizar uma exposição sensorial aberta à comunidade escolar.

Competências e habilidades
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente
construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender
e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e
processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos,
tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma
Competências desenvolvidas
sociedade solidária.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações
confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de
vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos e a consciência socioambiental em âmbito local,

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regional e global, com posicionamento ético em relação ao


cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
10. Agir, pessoal e coletivamente, com autonomia,
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na
escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.
História
(EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos
terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.

Língua Portuguesa
(EF04LP19) Produzir textos sobre temas de interesse, com base
em resultados de observações e pesquisas em fontes de
informações impressas ou eletrônicas, incluindo, quando
pertinente, imagens e gráficos ou tabelas simples, considerando
a situação comunicativa e o tema/assunto do texto.
(EF35LP07) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será
produzido, considerando a situação comunicativa, os
interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou
o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai
circular); o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem,
organização, estrutura; o tema e assunto do texto.
Habilidades relacionadas* (EF35LP01) Expor trabalhos ou pesquisas escolares, em sala de
aula, com apoio em recursos multimodais (imagens, tabelas etc.),
orientando-se por roteiro escrito, planejando o tempo de fala e
adequando a linguagem à situação comunicativa.

Matemática
(EF04MA16) Descrever deslocamentos e localização de pessoas
e de objetos no espaço, por meio de malhas quadriculadas e
representações como desenhos, mapas, planta baixa e croquis,
empregando termos como direita e esquerda, mudanças de
direção e sentido, intersecção, transversais, paralelas e
perpendiculares.

Ciências
(EF04CI10) Comparar e explicar as diferenças encontradas na
indicação dos pontos cardeais resultantes da observação das
sombras de uma vara (gnômon) e por meio de uma bússola.
*A ênfase nas habilidades aqui relacionadas varia de acordo com o tema e as atividades desenvolvidas no projeto.

O que será desenvolvido


Os alunos deverão organizar e realizar uma exposição sensorial.

Materiais
• Brinquedo
• Canetas hidrográficas
• Cartolinas ou papelão grande
• Clipe de metal

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• Cola
• Copos plásticos
• Faixas de tecido pretas para usar como vendas
• Folhas de papel sulfite
• Fruta
• Garrafas PET
• Ímã
• Lápis de cor
• Lápis de grafite
• Livro
• Mapa-múndi.
• Pó de café
• Régua de 30 centímetros
• Rolha
• Temperos secos (orégano, canela em pó, hortelã)
• Feijão, pedras pequenas, botões, bolinhas de gude
• Tesoura de pontas arredondadas
• Uvas-passas
• Vasilhas (2 unidades)

Etapas do projeto
Cronograma
• Tempo de produção do projeto: 1 mês/4 semanas/2 aulas por semana.
• Número de aulas sugeridas para o desenvolvimento das propostas: 8 aulas

Aula 1: Sensibilização e apresentação do projeto


Fazer uma atividade sensorial e lúdica com o objetivo de estimular os diferentes sentidos
dos alunos: paladar, olfato, tato, visão e audição. Para isso, levar para a sala de aula alguns
objetos, como uma fruta, um brinquedo pequeno, um livro e uma pequena vasilha com
uvas-passas, castanhas ou amendoim. É de extrema importância verificar se algum aluno
apresenta alergia a algum desses alimentos.
Iniciar uma roda de conversa indagando-os sobre as maneiras de perceber o ambiente e os
objetos à nossa volta (vendo, ouvindo, cheirando, apalpando, sentindo o gosto). Em seguida,
pedir aos alunos que formem duplas a fim de iniciar a atividade que acontecerá da seguinte
maneira: um dos alunos da dupla ficará sentado e vendado, sem poder enxergar nada à frente
dele, enquanto o colega da dupla vai oferecer-lhe um dos objetos listados anteriormente. O
aluno vendado tentará sentir o objeto utilizando seus sentidos e adivinhar o que está
manuseando. Após identificá-lo, o aluno vendado deverá descrever o objeto: cor, formato,
tamanho, gosto etc. Para o objeto seguinte, inverte-se o papel da dupla.
Após avaliarem os quatro objetos, pedir aos alunos que preencham o quadro a seguir com
as características dos objetos identificados pela dupla. Para isso, copiar o quadro na lousa e
pedir-lhes que o registrem e o preencham no caderno. Os itens que constam do quadro a seguir
servem de exemplo.

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Objeto Cores Textura Cheiro Som Tem sabor?

Fruta Cores da fruta Liso Cheiro da fruta Sem som Sim

Brinquedo Cores do Duro ou macio Do material Som Não


brinquedo que é feito produzido pelo
brinquedo

Livro Cores do livro Liso e rígido Cheiro de Som do Não


papel folhear

Vasilha com Cores das Rugoso Cheiro Som Sim


alguma frutas uvas-passas adocicado das produzido ao
secas, por exemplo, uvas-passas mexer nas
uvas-passas uvas-passas

Se houver alguma dificuldade no preenchimento da tabela, pedir aos alunos que


manuseiem o objeto novamente. Ler algumas respostas, ou pedir aos alunos que as leiam, a
fim de identificar se há diferenças entre as percepções ou mesmo se alguma característica dos
objetos passou despercebida por eles.
Em seguida, solicitar aos alunos que redijam um texto sucinto sobre o que aprenderam
durante a aula, relatando se tiveram dificuldade, qual foi e como seria possível superá-la. Esse
procedimento de registro ao final da aula ocorrerá ao longo do projeto, e os alunos vão expor
esses textos como relatos de aula.

Aula 2: Os cinco sentidos e sua importância


É importante para os alunos com pleno uso de todos os sentidos vivenciarem algumas
experiências com limitações dos sentidos para que compreendam algumas das dificuldades
que podem passar as pessoas privadas de algum sentido.
Com esse objetivo, organizar os alunos em duplas para a realização de uma atividade.
Fornecer a cada dupla uma venda para os olhos. Um dos alunos da dupla colocará a venda
para simular a deficiência visual, e o outro será seu acompanhante. Explicar-lhes o papel
importante do acompanhante, que sempre fica ao lado do deficiente visual para oferecer-lhe
ajuda quando necessário, atento à autonomia e à independência dele, perguntando-lhe antes se
deseja ajuda e qual é a melhor maneira para ser ajudado. Orientar as duplas a realizar as
seguintes tarefas pela sala de aula e, se possível, pela escola:

• Explorar a classe, andando entre as carteiras.


• Ler algum livro da biblioteca para seu colega.
• Tomar água no bebedouro.
• Andar pela quadra e pátio.
• Ir ao banheiro lavar as mãos.

Orientar os alunos, enfatizando que é muito importante o acompanhante ficar atento ao


colega vendado, a fim de protegê-lo e evitar que ele tropece ou se machuque de algum modo.
Depois de os alunos realizarem todas as atividades, as duplas devem trocar os papéis,
dando a oportunidade de todos vivenciarem a situação de deficiente visual e de acompanhante.
Depois de a atividade ser finalizada, realizar um momento de reflexão. Retomar as
mesmas duplas e propor aos alunos as seguintes questões:
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1. Você ficou mais atento aos outros sentidos para perceber os sons, os objetos e os
ambientes?
2. E sendo o acompanhante, ficou mais atento?
3. O que você fez como acompanhante para ajudar seu colega?

Esta atividade proporciona aos alunos uma oportunidade de conhecerem a si mesmos e


suas possibilidades, favorecendo o autoconhecimento e a interação entre eles. Caso haja
alunos com deficiência visual na sala de aula, ou alguém que conheça pessoas com essa
deficiência, poderá relatar aos colegas, caso deseje, como é seu dia a dia e sua rotina de
atividades. Essa troca de experiências deve ocorrer em um ambiente respeitoso e harmonioso.
Pedir aos alunos que tragam um ímã, uma rolha e um clipe de metal na aula seguinte, em
que construirão uma bússola.

Sugestões de materiais complementares para os alunos


• QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de. Os cinco sentidos. 3. ed. São Paulo: Global, 2009.
O autor convida os leitores a refletir sobre a maneira como percebemos o nosso arredor e a
linguagem produzida por meio dos sentidos, pela qual podemos interagir conosco, com o outro
e com o mundo ao redor.
• MARTIN, Ruth. Meu incrível corpo. Tradução de Monica Fleisher Alves. São Paulo: Girassol,
2016. (Coleção Pequenos exploradores).
Com linguagem instigadora, a autora apresenta ao leitor o corpo humano e de que maneira
ele trabalha diariamente para que possamos crescer, realizar nossas tarefas e até ficar em pé.

Aula 3: História e os sentidos para a orientação pelo espaço


Com base no que identificamos com nossos sentidos, podemos tomar direções para
caminhar, correr, pular, isto é, movimentar-se; assim, os sentidos também são utilizados para
indicar quais direções seguir.
Explicar aos alunos que, no passado, os seres humanos moviam-se pelo espaço
principalmente com base em seus sentidos e, ao longo do tempo, com o auxílio de
instrumentos. Isso se nota sobretudo durante os séculos XV e XVI, com as grandes
navegações europeias pelo mundo em busca de novas rotas comerciais e novas terras a serem
exploradas. Nesse momento histórico, navegar durante longos períodos exigia o uso de
instrumentos de orientação, e a bússola foi um dos mais utilizados.
Após essa introdução histórica da orientação pelo espaço, considerando o exemplo das
grandes navegações, propor aos alunos uma atividade utilizando-se o mapa-múndi. Dispor a
turma em círculo no centro da sala; no meio, dispor um mapa-múndi. Solicitar a eles que
observem o mapa e localizem o continente europeu e, em seguida, Portugal. Fazer uma
marcação no mapa, de Portugal, com um desenho da rosa dos ventos, para que todos possam
localizá-lo e tê-lo como referência.
Propor aos alunos as seguintes questões, que devem ser respondidas utilizando-se o
mapa-múndi e a localização de Portugal como referência.

1. Qual oceano está a oeste de Portugal? A qual continente é possível chegar navegando por
esse oceano?
O oceano Atlântico está a oeste. É possível chegar à América.

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2. Qual país está a leste e também ao norte de Portugal?


A Espanha.

3. Qual mar e qual continente estão localizados ao sul de Portugal?


O mar Mediterrâneo e a África.

4. Se seguirmos ao norte de Portugal, quais países serão encontrados?


A Espanha, a Irlanda e o Reino Unido.

Em um segundo momento da aula, os alunos construirão uma bússola caseira.


Organizá-los em grupos de quatro integrantes. Cada grupo deverá ter os seguintes
materiais: uma vasilha, uma rolha (cortiça), um ímã (se houver somente um na sala, todos
podem usar o mesmo) e um clipe de metal ou agulha. Em seguida, orientar os alunos e
ajudá-los a cortar a rolha em uma fatia fina, de cerca de 1 centímetro de espessura. Depois,
atravessá-la com o clipe de metal pelo centro e atritar a ponta do clipe de metal no ímã. É
necessário que os movimentos sejam uniformes, firmes e na mesma direção, e não em
movimento de vaivém. Após aproximadamente cinquenta repetições desse movimento, o clipe
de metal estará magnetizado. Solicitar aos alunos que encham a vasilha com água e coloquem
essa bússola de rolha na água para flutuar livremente. O clipe magnetizado vai alinhar-se com o
campo magnético da Terra, na direção norte-sul. Seria importante destacar a extremidade da
agulha que indica o norte magnético, como ocorre nas bússolas.
Se possível, depois, encaminhar uma atividade ao ar livre com os alunos quando o céu
estiver limpo e houver incidência dos raios solares. Orientá-los a colocar um galho em pé,
fincado no chão, de modo que consigam observar a sombra que ele projeta. Em seguida, eles
devem colocar uma pedra no local onde está a sombra da ponta do galho. Esperar 15 minutos,
e então marcar novamente, com outra pedra, a nova posição da extremidade da sombra. A
direção indicada por essas pedras é, grosseiramente, leste-oeste. É necessário que os alunos
fiquem posicionados de modo que a primeira pedra fique à esquerda (a oeste) deles, e a
segunda, à direita (a leste) deles. Assim, terão o norte à frente deles, e o sul atrás.

Aula 4: Direção e sentidos na caça ao tesouro


Os alunos utilizarão o sentido de direção em um jogo que trabalha a localização de pontos
no espaço, reforçando a noção de direção e de lateralidade. Fornecer aos alunos folhas de
papel sulfite, desenhar na lousa as tabelas a seguir e pedir-lhes que as copiem nas folhas
recebidas. Orientá-los a fazer a malha quadriculada utilizando uma régua de 30 centímetros.

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Seu tabuleiro
1 2 3 4 5 6

Tabuleiro do adversário
1 2 3 4 5 6

Moedas de prata = 1 ponto

Moedas de ouro = 2 pontos

Pote com diamantes = 3 pontos

Organizar os alunos em duplas; eles deverão sentar-se um diante do outro a uma distância
aproximada de 1 metro, para que não vejam o jogo do adversário e ainda assim possam
comunicar-se com clareza.

Regras do jogo

1. Cada tabela é um tabuleiro. Desenhar no seu tabuleiro um pote de moedas de prata, um


pote de moedas de ouro e um pote com diamantes.
2. Determinar quem começa o jogo. O jogador inicia ao anunciar qual lugar do tabuleiro deseja
ir, por exemplo: linha B/coluna 1. Os jogadores podem andar somente duas casas por
jogada.
3. Quando um jogador avançar no tabuleiro do adversário, este deve registrar o caminho
seguido marcando um X em cada casa e fornecer uma dica ao outro jogador, a fim de ele
identificar se está longe ou perto de algum dos prêmios, por exemplo, “está longe”, “está
próximo” ou “somente com mais de 5 jogadas conseguirá alcançar o prêmio”.
4. Caso o adversário tenha acertado, ele contabiliza os prêmios para si. As pontuações devem
ser registradas no gabarito abaixo do tabuleiro.
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5. Depois é a vez de o adversário fazer a jogada, de acordo com as mesmas regras.


6. O jogo termina quando um dos jogadores conseguir todos os prêmios do adversário, ou se
o tempo da aula esgotar-se.
7. Esgotando-se o tempo, vence aquele que tiver maior pontuação.

O objetivo do jogo é fazer os alunos descreverem e reconhecerem deslocamentos com


base na localização de pessoas e de objetos no espaço representados pelos desenhos em
meio à malha quadriculada. Além disso, o jogo desenvolve o cálculo mental, ao obter a soma
dos pontos do jogo.

Aula 5: Criando objetos e jogos sensoriais


Nesta aula, serão utilizados materiais diferentes, por isso, é importante combinar com os
alunos na primeira aula do projeto a fim de que tenham tempo hábil para os procurar, reunir e
levar para a aula na data combinada.
Os alunos deverão criar objetos e jogos que evidenciem os sentidos; por exemplo: tapete
sensorial para o tato, copos de aromas para o olfato, cortina sensorial para a visão e o tato,
garrafas de sons para a audição e quadros sensoriais.
No início da aula, organizar os alunos em 4 grupos; cada grupo construirá um objeto
sensorial. Orientá-los na confecção dos objetos e, se necessário, auxiliá-los.

Grupo 1: Tapete sensorial


Os alunos deverão colar algumas cartolinas juntas ou utilizar um papelão grande. Em
seguida, farão basicamente um trabalho de colagem sobre essa superfície. Pedir-lhes que
colem diferentes tipos de materiais que serão posteriormente sentidos pelas pessoas com a
planta dos pés. Eles podem utilizar lixas, tecidos, papéis, botões, EVA, entre outros, sempre
lembrando que os materiais não podem machucar os pés de quem os tocar. Esse tapete ficará
no chão; é recomendado que haja um espaço entre as colagens, a fim de as pessoas notarem
que há mudanças de um objeto para outro quando caminharem por ele.

Grupo 2: Copo de aromas


Os alunos deverão colocar dentro de copos plásticos elementos que exalem diferentes
aromas, por exemplo, orégano, canela, hortelã ou pó de café. É importante que seja colocada
pequena quantidade de cada elemento e sua identificação colada embaixo do copo. Antes de
sentir os aromas, a pessoa deverá ser vendada. Após identificar, ela retirará a venda e verificará
a resposta.

Grupo 3: Garrafa sensorial


Os alunos deverão colocar elementos – por exemplo, feijão, pedras, botões, bolinhas de
gude etc. – dentro de garrafas PET, para produzirem diferentes tipos de som. A intenção é que
as pessoas agitem as garrafas e consigam ouvir diferentes sonoridades.

Grupo 4: Quadro sensorial


Os alunos deverão montar um quadro sensorial colando diferentes materiais e texturas em
uma base como papelão para permitir as pessoas visitantes explorar cada uma delas. Aqui
podem ser utilizados caixinhas, parafusos, fitas, botões, tecidos etc. Qualquer elemento que
faça o espectador mexer no quadro com as mãos. O quadro ficará sobre uma mesa, ou
pendurado na parede.

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Oksana Shufrych/Shutterstock.com
(1) Exemplo de quadro sensorial com diversos elementos de interação.

Explicar aos alunos que os objetos confeccionados serão apresentados aos visitantes da
exposição sensorial aberta à comunidade, no final do projeto.

Aula 6: Organizando uma exposição sensorial


Combinar previamente com os alunos a melhor data, horário e local na escola para o evento
a fim de que seja autorizada pela direção. É importante que seja um local amplo, pois nele
serão espalhados objetos, e é importante a mobilidade das pessoas por entre eles.
Orientá-los na elaboração de um cartaz coletivo, no formato de convite, para fixar na
entrada da escola. O cartaz pode ser feito em uma cartolina e nela ser colada recortes e
materiais táteis com o intuito de despertar a curiosidade do público. Além do cartaz, solicitar
aos alunos que elaborem convites a ser entregues aos pais ou responsáveis e a outros que os
alunos desejem convidar.
Após a confecção de um cartaz, auxiliá-los na organização do espaço onde serão expostos
os trabalhos. Pedir aos alunos que criem um percurso (caminho) ideal, por onde as pessoas
devem seguir. Em cada ponto desse percurso, eles devem colocar alguns trabalhos e próximo a
eles deverá haver um ou mais alunos.
Se eles desejarem, também podem expor as atividades que desenvolveram ao longo do
projeto. No caso dos textos (relatos de aula propostos na Aula 1), eles podem ser fixados nas
paredes, dispostos pelo recinto, para que os visitantes os leiam ao percorrerem a exposição.
Quanto aos alunos que desejarem contar suas experiências nas aulas no dia da exposição,
orientá-los a elaborar um roteiro para essa exposição oral.

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Aula 7: Exposição sensorial


No dia programado para o evento, receber os visitantes para a visitação da exposição
sensorial.
Os alunos guiarão os visitantes pela amostra de objetos e jogos da exposição sensorial.
Próximo a cada objeto exposto deverá estar, no mínimo, um aluno para indicar ao visitante
quais são os sentidos despertados pela obra por onde ele transita ou pela obra que ele observa
e manuseia.
O objetivo é que os alunos relatem suas experiências durante o projeto e informem os
visitantes sobre os sentidos no cotidiano e também para a orientação espacial.

Avaliação
Avaliar a participação dos alunos ao longo do projeto em seus trabalhos coletivos e
individuais. A seguir, são apresentadas em um quadro algumas propostas de avaliação para
cada aula do projeto. Elas são sugestões e devem ser ampliadas e/ou modificadas de acordo
com os objetivos do(a) professor(a) para cada turma de alunos.

Aula Proposta de avaliação


1 Avaliar a participação na atividade sobre os sentidos realizada em duplas.
2 Avaliar a participação na atividade sobre os sentidos realizada em duplas.
3 Avaliar a participação no tema sobre as navegações e na criação da bússola caseira.
Avaliar a compreensão e a participação no jogo de caça ao tesouro, na distribuição por
4
quadrantes e no cálculo da soma de pontos.
5 Avaliar a participação no trabalho coletivo para a criação de objetos e jogos sensoriais.
6 Avaliar a participação na organização da exposição sensorial.
7 Avaliar a participação na exposição sensorial.
8 Autoavaliação do aluno e do professor. Verificar os acertos e as dificuldades no projeto.

Avaliação final
Verificar a sensibilização sobre o tema com relação aos alunos, favorecendo uma postura
respeitosa e atenta à questão da inclusão e da acessibilidade. Avaliar a identificação e a
compreensão dos aspectos sensoriais pelos alunos em diversas situações.
Avaliar o projeto como um todo, verificando as dificuldades enfrentadas e as estratégias
adotadas para saná-las. Avaliar se o tempo para o projeto foi suficiente e se todos os objetivos
do bimestre foram alcançados. Se não o foram, verificar as razões, a fim de definir estratégias
e propostas que serão aplicadas nos projetos seguintes e em outros momentos.

79
4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Projeto integrador: Matemática, Ciências, História e Língua
Portuguesa

Referências bibliográficas complementares


• STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão: um guia para educadores. Tradução de
Magda França Lopes. Porto Alegre: ARTIMED, 1999.
Os autores apresentam ferramentas e técnicas aos educadores para implementar a
inclusão em sala de aula.
• CAVALCANTE, Meire. A escola que é de todas as crianças. Nova Escola, v. 20, n. 182, 2005.
A autora aborda diversos aspectos da escola inclusiva, em especial, a oportunidade de
os alunos conviverem nesse ambiente que os incentiva a ser cidadãos solidários.
• MOMO, Aline Rodrigues Bueno; SILVESTRE, Claudia. Processamento sensorial como
ferramenta para educadores: facilitando o processo de aprendizagem. 3. ed. São Paulo:
Memnon, 2011.
O cotidiano escolar é um importante local de integração sensorial. Assim, as autoras
apresentam o tema em situações diversas e oportunidades para auxiliar e aprimorar o
aprendizado dos alunos.

80
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1a sequência didática: Navegar é preciso

Nesta sequência didática, conheceremos os fatores e as motivações para as Grandes


Navegações e teremos uma atividade com um mapa de cartografia histórica.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos


As rotas terrestres, fluviais e marítimas e seus impactos para a
Objeto de conhecimento
formação de cidades e as transformações do meio natural
• (EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos
Habilidade
terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.
• Perceber as dificuldades de construir embarcações para atravessar
os oceanos.
Objetivos de aprendizagem • A chegada dos europeus a outros continentes e as descobertas
decorrentes das viagens.
• A conquista de outras terras pelos europeus e sua chegada ao Brasil.
• Construindo as caravelas
Conteúdos
• Portugal: o pioneiro das navegações europeias

Materiais e recursos
• Materiais recicláveis, como papelão, jornais e caixas de pizza
• Tinta guache
• Papéis variados
• Lápis de cor
• Canetas hidrográficas
• Cola branca

Desenvolvimento
• Quantidade de aulas: 2 aulas

Aula 1
Iniciar explicando aos alunos que nas próximas aulas eles conhecerão um pouco sobre as
Grandes Navegações. Solicitar que relatem uma pequena e breve experiência pessoal, sobre
uma viagem ou passeio que tenha lugar especial em sua memória. Questionar oralmente quais
as razões para essas viagens (lazer e turismo, motivações financeiras ou de saúde), quais os
meios de transporte utilizados, quais as expectativas, entre outras. Reservar cerca de 15
minutos para essa sensibilização.

81
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Explicar que as Grandes Navegações, a partir do século XV, foram um movimento em busca
de riquezas para Portugal e, posteriormente, outras nações europeias. Por conta de seu
sistema econômico, o mercantilismo, eles prezavam pela acumulação de lucro sobre o
comércio e de metais preciosos. Como algumas rotas até o Oriente (onde estavam os produtos
cobiçados pelos europeus) estavam inacessíveis aos portugueses, eles mobilizaram seus
conhecimentos geográficos e tecnológicos para encontrarem rotas alternativas. É importante
ressaltar que outros povos também dominavam a navegação, como chineses, africanos e
árabes, porém as rotas dos portugueses abriram caminho para um continente desconhecido
pelos europeus: a América.
Após esse momento, podem ser apresentadas para os alunos algumas imagens de
caravelas e instrumentos de navegação, que foram desenvolvidos e aprimorados nos séculos
XIV e XV e possibilitaram o deslocamento dos portugueses. A seguir, um exemplo de imagens.

MoreVector/Shutterstock.com

Após a observação das imagens, questionar oralmente os alunos:

82
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

1. O que vemos nas imagens?


Espera-se que os alunos identifiquem a caravela ao centro e alguns dos instrumentos
ao redor, mesmo que não saibam o nome exato de cada objeto. Acima: amarrador,
quepe (invenção posterior às Grandes Navegações) e roda de leme. Nas laterais: sino e
luneta. Abaixo: âncora, bússola e boia (invenção posterior às Grandes Navegações).

2. Para que esses objetos serviam?


A caravela era utilizada para navegar grandes distâncias, utilizando os ventos para se
movimentar. Para a localização, utilizava-se a luneta e a bússola. Para algum alerta, o
sino. Para aportar, o amarrador e a âncora. Para direcioná-la, a roda de leme. O quepe e
a boia não fazem parte deste contexto.

Após essa etapa, organizar uma grande roda na sala, distribuir caixas de pizza, ou outro
suporte em papelão, para que os alunos pintem de azul a sua parte interna. Forrar o chão com
jornal ou similar. Com as folhas de papel, que podem ser coloridas ou brancas, usadas ou não,
fazer pequenos barquinhos de dobradura simples, para ser colocado na caixa que representará
o mar. A seguir, desenhar os continentes e determinar com os alunos a localização de Portugal
e do Brasil.
Explicar então para os alunos que essas longas viagens eram aventuras perigosas e
desagradáveis na maioria das vezes, e que exatamente por essa razão, os resultados deveriam
compensar. Para encerrar a atividade, os alunos deverão guardar as caixas para que sejam
utilizadas na próxima aula.

Avaliação
O objetivo da atividade é que os alunos compreendam algumas das motivações para as
Grandes Navegações e alguns dos recursos tecnológicos utilizados. Avaliar a interpretação da
ilustração e a representação cartográfica nas caixas de pizza ou papelão.

Aula 2
Para dar continuidade ao tema das Grandes Navegações é importante demonstrar aos
alunos como a nação portuguesa conquistou o aparato necessário às grandes viagens. A
localização geográfica e a produção agrícola incipiente para abastecer a população são
argumentos importantes para justificar a predominância comercial que possuíam. Soma-se o
fato de que a quase totalidade da costa portuguesa é banhada pelo mar e, sendo assim, os
portugueses possuíam portos bem localizados, como o de Lisboa. Isso colaborou para o
aperfeiçoamento e construção das caravelas e naus. Vale lembrar que os portugueses
dominavam a navegação pelos mares próximos e possuíam uma atividade pesqueira bem
desenvolvida. Porém, era necessário ir além e navegar os oceanos até chegar à Índia para
participar diretamente do lucrativo comércio de especiarias, já que o Mar Mediterrâneo era
dominado por italianos e árabes, que tinham o monopólio desse comércio na região.
Para uma melhor compreensão da dinâmica das rotas comerciais, sua interação e conflito
de interesses, exibir para a turma o mapa a seguir:

83
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Principais rotas comerciais com o Oriente no século XVI

Allmaps
Fonte: BARRACLOUCH, Geofrey (Ed.). Atlas de história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo/The
Times, 1995. p. 150.

Em seguida, ler juntamente com a turma os aspectos do mapa, identificando as regiões


produtoras, as rotas de comércio e os produtos comercializados. Localizar, também, Portugal e
Índia.
Pedir aos alunos que, com o material produzido na aula anterior (caixas de pizza ou
papelão, juntamente com os barquinhos), eles proponham rotas alternativas à navegação pelo
Mar Mediterrâneo. Reservar cerca de 15 minutos para essa etapa. Depois, mostrar no mapa o
caminho das navegações portuguesas pelo litoral africano até a Índia, a fim de que eles
comparem as suas rotas propostas com as encontradas pelos portugueses. Ressaltar que o
conhecimento do litoral africano, por eles, foi construído durante quase um século, até a
chegada às Índias. E que, conforme aportavam em diversas regiões africanas, estabeleciam
contatos comerciais, fundando até mesmo feitorias (entrepostos de comércio).

Avaliação
Avaliar, através das rotas propostas, a compreensão dos alunos sobre as rotas estudadas e
as alternativas encontradas pelos portugueses, além de sua percepção espacial e territorial.
84
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 1a sequência didática

Ampliação
Para conhecer o universo da cartografia histórica, você pode propor aos alunos que
naveguem na Biblioteca Digital de Cartografia Histórica da Universidade de São Paulo,
disponível em: <http://www.cartografiahistorica.usp.br/> (acesso em: 22 jan. 2018). Pela
diversidade de mapas e períodos, é necessária uma navegação prévia para selecionar os
mapas que podem ser utilizados para o conteúdo de sua escolha. Para essa sequência
didática, sugerimos o mapa produzido por Laurent Fries no início do século XVI, que
representava o atlas de Ptolomeu atualizado pelas navegações portuguesas (disponível em:
<http://www.cartografiahistorica.usp.br/mapas/zoomify.php?id=621&oid=38>. Acesso em: 22
jan. 2018.
Pela riqueza de detalhes, é possível que os alunos percebam os continentes conhecidos
pelo cartógrafo: Europa, Ásia e África. No canto esquerdo do mapa, há também a “Terra dos
Papagaios”, nome dado ao território posteriormente chamado de Brasil.
É importante explorar os detalhes como relevo, hidrografia, ilustrações que representam
sua percepção sobre determinadas regiões e escalas. Explicar aos alunos que o conhecimento
dos cartógrafos era empírico, ou seja, eles dominavam as características geográficas pela sua
observação direta e atenta e não dispunham de satélites ou GPS, como nos dias de hoje.

85
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

2a sequência didática: Encontro de estranhos

Nesta sequência didática, trabalharemos as ideias de fonte documental e de representação,


a partir de relatos de viagem e gravuras do período inicial da colonização portuguesa no Brasil.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos


Objeto de conhecimento A invenção do comércio e a circulação de produtos
• (EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos
Habilidade de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas
de adaptação ou marginalização.
• Compreender o impacto causado pela chegada dos portugueses ao
Brasil.
Objetivos de aprendizagem • Entender o choque de culturas e as relações estabelecidas entre os
indígenas e os europeus.
• Compreender os conceitos de fonte documental e de representação.
• O encontro dos portugueses com os povos nativos
Conteúdos
• Os primeiros colonos do Brasil e o relato dos viajantes

Materiais e recursos
• Fotocópias dos textos (opcional)
• Lápis de cor
• Folha de papel sulfite
• Canetas hidrográficas
• Projetor e microcomputador (opcional)

Desenvolvimento
• Quantidade de aulas: 2 aulas

Aula 1
Para trabalhar a leitura de um documento histórico escrito e a produção de narrativas,
explicar aos alunos que, nesta aula, eles estudarão algumas fontes sobre a colonização
portuguesa.
Iniciar relembrando-os que o conhecimento do passado é possível pela leitura e análise de
seus vestígios, e que existem inúmeras maneiras de se fazer isso; uma delas é a leitura de
fontes escritas. Por meio de relatos, cartas, documentos oficiais, entre outros, é possível
analisar o que os colonizadores pensavam a respeito do novo território e dos indígenas e
algumas características que eles perceberam.

86
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Nesta aula, pode-se começar com a apresentação de algumas versões europeias do que
foi o início da colonização do Brasil. Os portugueses vieram com o objetivo de explorar as
riquezas e “civilizar” os povos que encontrassem em seu caminho. No século XV, os europeus
conheciam a África, a Ásia e a Europa, que eles chamavam de “velho mundo”. Já a América foi
chamada de “novo mundo”, pois era ainda desconhecida por eles. Essa visão é bastante
eurocêntrica, ou seja, baseada na visão dos europeus, que desconheciam totalmente os povos
que viviam nessa região.
Contar para a turma a história de Hans Staden, um mercenário de origem alemã, que foi
feito prisioneiro pelo povo Tupinambá por cerca de 8 meses. Ele descreveu em seus diários, em
relatos minuciosos, a sua percepção sobre os hábitos cotidianos, a cultura e o comportamento
dos nativos. Esses relatos chegaram até os dias atuais em obra de sua autoria, chamada Duas
viagens para o Brasil, publicada em 1557. Esse livro, traduzido em várias línguas, possibilitou,
em certa medida, o conhecimento sobre o cotidiano dos Tupinambá do litoral e o choque
cultural entre europeus e povos indígenas.
Os povos nativos brasileiros eram descritos como estranhos que andavam nus e
praticavam o canibalismo, muitas vezes representados em gravuras minuciosas que
contribuíam com a visão eurocêntrica de povo não civilizado. Hans Staden descreveu o dia a
dia dos indígenas da aldeia onde ficou cativo, com grande riqueza de detalhes sobre o que
comiam, como e quando se pintavam, quais eram as relações de poder e os rituais que
presenciou. Entre eles, talvez um dos mais explorados pela literatura da época, que reforçava a
visão etnocêntrica europeia, foi o ritual do canibalismo.
Ler para a turma o seguinte trecho sobre os costumes ritualísticos e festivos dos
Tupinambá, ao matar e comer seus inimigos, escrito por Hans Staden:

Quando trazem para casa um inimigo, os primeiros a bater neles são


as mulheres e crianças. Depois colam nele penas e cinzas, raspam-lhe as
sobrancelhas, dançam em volta dele, e atam-no direito para não poder
fugir. [...]
[...] Alimentam bem o prisioneiro. Mantêm-no assim por um tempo e
preparam-se para a festa. Nessa ocasião produzem uma grande
quantidade de vasos nos quais colocam sua bebida, e queimam também
recipientes especiais para as coisas com as quais o pintam e enfeitam.
[...] Ao juntarem todas essas coisas, decidem o momento em que o
prisioneiro deverá morrer, e convidam os selvagens de outras aldeias para
que os visitem. [...] Assim que todos estiverem reunidos, o chefe da
cabana lhes dá as boas vindas e diz: – Agora venham e ajudem a comer
nosso inimigo.”

STADEN, Hans. Primeiros registros escritos e ilustrados sobre o Brasil e seus


habitantes. São Paulo: Terceiro Nome, 1999. p. 106.

Após a leitura, questione oralmente os alunos: “O que mais chamou atenção no texto?”,
“Como Hans Staden se refere aos Tupinambá?”, “Existe um juízo de valores em sua fala?”, entre
outras questões que você considere adequadas.
Vale ressaltar que os rituais de canibalismo entre indígenas brasileiros foram amplamente
estudados por antropólogos e historiadores, e geralmente estão ligados a rituais com
fundamentação mítica que os legitimava, sendo que o sacrifício dos guerreiros rivais servia
para espantar a violência do grupo e da comunidade ou para incorporar suas características
guerreiras, sendo composto por danças e preparativos que levavam vários dias.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Após essa etapa, ler para a turma o texto de Jean de Léry, de Genebra, que esteve no
Brasil durante a ocupação francesa comandada por Villegagnon em 1557. Ele e os franceses
eram aliados dos Tupinambá, ou seja, ambos eram inimigos dos portugueses:

Não poderíamos ter sido mais bem recebidos do que fomos por
aqueles selvagens. Pois estas, depois de nos ouvirem contar os males por
que passávamos e os perigos a que nos expuséramos, [...], vendo-nos
naquele estado, tomaram-se de tão grande piedade que as recepções
hipócritas daqueles que por aqui consolam os aflitos dizendo coisas da
boca para fora nada são diante da humanidade daquela gente, que apesar
disso chamamos bárbaros.

LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. São Paulo: Itatiaia, 1980.p. 89-90.

Após a leitura, questionar oralmente os alunos:

1. A percepção de Jean de Léry sobre os Tupinambá é parecida com a de Hans Staden?


Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que o relato de Hans Staden é
negativo, pois ele é considerado inimigo pelos Tupinambá. Já Jean de Léry se refere
aos Tupinambá de forma positiva, pois eram aliados. Ambos os relatos são, porém,
etnocêntricos.

2. A partir do relato de Hans Staden, o que podemos perceber sobre o ritual de


antropofagia (canibalismo humano)?
Resposta pessoal. O aluno deverá apresentar a consideração contida no texto que
envolve a grande preparação antes de executar o prisioneiro, ou seja, o ritual era mais
importante do que o ato de devorar o inimigo.

Avaliação
O objetivo da atividade é permitir aos alunos que analisem algumas versões sobre o
contato estabelecido entre estrangeiros colonizadores e povos indígenas brasileiros. Avaliar a
interpretação do texto por meio das questões respondidas oralmente.

Aula 2
Para trabalhar a noção de representação artística, ou seja, uma construção imaginária
sobre algo a partir de experiências próprias, explicar aos alunos que, nesta aula, eles lerão mais
um relato de Hans Staden. Distribuir em fotocópias o texto a seguir.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Como os Tupinambás constroem suas moradias


Os Tupinambá gostam de fazer suas cabanas próximas a locais
providos de água e lenha, assim como peixes e caça. Quando se esgotam
os recursos do território escolhido, eles estabelecem suas moradas em
outro local. Sendo preciso erguer cabanas, cada chefe reúne um grupo de
aproximadamente quarenta homens e mulheres, ou tantos quanto
estiverem disponíveis. Esse grupo costuma ser constituído por amigos e
parentes. Então constroem uma cabana [...] arredondada em cima como a
abóbada de uma adega. Cobrem-na espessamente com folhas de
palmeira, para proteger da chuva o seu interior. Ninguém tem um quarto
separado na cabana, que por dentro consiste num único cômodo enorme,
onde cada casal, homem e mulher, possui um espaço [...] em um dos
lados, de frente para um outro casal que possui seu espaço no outro lado.
Assim as cabanas são preenchidas, cada família tendo sua fogueira
própria. O chefe é dono do espaço central. Normalmente a cabana tem
três entradas pequenas, uma de cada lado e uma no meio, tão baixas que
é preciso curvar-se para passar. É raro uma aldeia contar com mais de
sete cabanas, entre as quais deixam um espaço livre, onde matam seus
inimigos aprisionados. As aldeias costumam ser protegidas do seguinte
modo: em torno das cabanas ergue-se uma cerca feita com troncos
cortados de palmeiras, [...] tão grossa que nenhuma flecha possa
penetrá-la. Há nela pequenos buracos pelos quais atiram suas flechas.
Em volta dessa cerca erguem ainda uma outra, feita com varas longas e
grossas, presas não muito próximas umas às outras, restando no meio
uma separação que não permite a passagem de um homem. Em algumas
tribos, é costume espetar as cabeças dos inimigos comidos em estacas,
na entrada da aldeia.

STADEN, Hans. Primeiros registros escritos e ilustrados sobre o Brasil e seus


habitantes. São Paulo: Terceiro Nome, 1999. p. 96.

Roteiro de leitura

Preste atenção às seguintes informações. Se quiser, grife-as com lápis coloridos no texto.

1. Encontre as palavras que você não conhece em um dicionário.


2. Onde os Tupinambá escolhem as suas moradias? Grife de azul.
3. Com quais materiais constroem suas moradias? Grife de vermelho.
4. Quem participa da construção? Grife de amarelo.
5. Após a leitura do texto, faça um desenho do que você entendeu sobre o relato.

Durante a leitura, ajudar os alunos a elucidarem as palavras desconhecidas. No desenho


ilustrativo, pedir para que o façam com riqueza de detalhes percebidos a partir da leitura.
Projetar para a turma a gravura feita por Theodore de Bry em 1596, disponível em:
<http://www.brasilianaiconografica.art.br/obras/18683/cenas-de-antropofagia-no-brasil>
(acesso em: 23 jan. 2018).

89
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 2a sequência didática

Depois, questionar oralmente a turma:

• Quais as características da gravura?


Resposta pessoal. É importante destacar que Bry representa a aldeia Tupinambá
descrita por Hans Staden. As formas são bem geométricas e as figuras humanas não
se parecem com os indígenas e sim com europeus. No centro, há homens amarrando
um prisioneiro, enquanto outro levanta o tacape.

• O autor da gravura esteve junto com Hans Staden em sua viagem?


Resposta pessoal. Explicar aos alunos que Theodor de Bry fez essa ilustração sobre o
relato de Hans Staden em 1596, muitos anos depois da visita do alemão, e com outro
propósito. Portanto, a gravura é uma interpretação sobre o relato, assim como o
desenho feito pelos alunos.

Ao final, enfatizar que os documentos históricos não apresentam uma verdade definitiva e,
sim, podem nos dizer sobre as impressões das pessoas a respeito de um determinado fato.

Avaliação
Avaliar a interpretação textual do relato, a partir dos grifos no texto e dos desenhos
produzidos, e a compreensão dos alunos sobre a noção de representação.

Ampliação
Para complementar esta aula, os alunos poderão pesquisar como os primeiros colonos se
acomodaram nas novas terras, por meio dos hábitos alimentares que trouxeram da Europa e
que foram adaptados aos vegetais e animais nativos do Brasil. Essa pesquisa pode ter início
com livros de receitas culinárias típicas, com a experiência de familiares ou por meio da
internet. Um exemplo é o uso da mandioca (planta nativa) no lugar do trigo (planta europeia)
para fazer o pão. Como sugestão, podem juntar várias receitas que utilizem a mandioca como
ingrediente e confeccionar um pequeno caderno de receitas compartilhado com todos os
alunos da sala.

90
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

3a sequência didática:
Sujeitos deste Brasil: os povos indígenas

Nesta sequência didática, os alunos poderão conhecer alguns dos povos nativos do
território que atualmente forma o Brasil. Eles conhecerão suas caraterísticas culturais, seus
hábitos e seus costumes.

Relação entre BNCC, objetivos e conteúdos

Objeto de conhecimento A circulação de pessoas e as transformações no meio natural


• (EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a
Habilidade intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas
intervenções.

Objetivos de aprendizagem • Compreender a ocupação do território pelos indígenas na atualidade.

Conteúdos • A distribuição dos povos nativos no território brasileiro

Os processos migratórios para a formação do Brasil: os grupos


Objeto de conhecimento
indígenas, a presença portuguesa e a diáspora forçada dos africanos
• (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas
Habilidade
contribuições para a formação da sociedade brasileira.

• Identificar alguns dos povos nativos na formação do Brasil.


Objetivos de aprendizagem
• Perceber a organização dos grupos indígenas brasileiros.
Conteúdos • A tradição oral dos indígenas do Brasil

Materiais e recursos
• Projetor e microcomputador (opcional)
• Materiais recicláveis, como papelão ou similar
• Folhas de cartolina ou similar
• Lápis de cor
• Giz de cera
• Canetas hidrográficas
• Tinta guache
• Pincéis
• Cola branca

91
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Desenvolvimento
• Quantidade de aulas: 2 aulas

Aula 1
Iniciar a aula projetando o mapa a seguir para os alunos, ou utilizando o suporte de sua
preferência:

Troncos etnolinguísticos indígenas

Sônia Vaz
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991.

Questionar oralmente os alunos sobre as características do mapa: “Qual o tema central do


mapa?”, “O que significam as cores e legendas?”, “E a divisão política?”.
Em seguida, explicar aos alunos que esse mapa etnolinguístico se refere aos troncos que
dão origem a diversas outras línguas, de diferentes povos e nações indígenas, desde o período
colonial. E que, se seguíssemos essa configuração, as fronteiras do território seriam
completamente diferentes, teríamos um outro Brasil. Explicar, ainda, que alguns estudiosos
calculam a ocupação desse território em até 10 milhões de pessoas, antes da chegada de
portugueses e espanhóis ao continente, no século XV.
92
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Após essa conversa inicial, projetar para a turma, ou apresentar em um suporte de sua
preferência, o seguinte mapa:

Terras indígenas demarcadas ou reivindicadas

Allmaps
Fonte: INSTITUTO Socioambiental, 2012.

A seguir, pedir que comparem esse mapa com o anterior, discutindo quais as razões que
podem ter contribuído para a drástica redução dos territórios ocupados pelos indígenas. É
preciso esclarecer que o contato com os estrangeiros gerou guerras, proliferou doenças antes
desconhecidas no Brasil e ainda contou com um processo de escravização que deteriorou ou
extinguiu nações inteiras.
Explicar que, nos dias atuais, as maiores dificuldades encontradas pelos indígenas são:
falta de demarcação oficial das terras; presença de garimpeiros ilegais; desmatamento;
desapropriação de terras; construção de barragens para produção de energia; criação de gado
em áreas já demarcadas, violência decorrente desses conflitos.

93
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – 3a sequência didática

Aula 2
Na primeira etapa desta aula, solicitar aos alunos que, em duplas, naveguem pelo site PIB
socioambiental, disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt> (acesso em: 23 jan. 2018).
Nele, é possível conhecer diversos povos indígenas de todo o território nacional, além de dados
sobre sua história, cultura e densidade demográfica. Cada dupla deve escolher um povo
diferente para conhecer, coletando as seguintes informações em uma folha de papel sulfite:
• Nome do povo;
• Onde vive atualmente;
• Algumas características de sua cultura;
• Quais são as maiores dificuldades encontradas na região onde vive.

Pedir aos alunos que desenhem um mapa coletivo do Brasil em tamanho gigante, em
cartolinas ou papéis similares. Em seguida, solicitar às duplas que localizem nesse mapa a
região do povo estudado. Após essa etapa, os alunos devem colar no mapa as folhas
preenchidas com a pesquisa.
Para finalizar, em uma roda de conversa, pedir a cada dupla que exponha um pouco do que
descobriu na pesquisa.
Essa atividade tem como objetivo a diferenciação e o reconhecimento dos povos indígenas
brasileiros. Esse pode ser o primeiro passo para se desconstruir estereótipos que existem em
nossa sociedade desde o período colonial e que tornam invisíveis os povos indígenas,
reforçando uma situação de vulnerabilidade social.

Avaliação
Avaliar se os alunos conseguiram perceber a pluralidade dos povos indígenas e a violência
da qual eles foram vítimas, historicamente. Avaliar também a interpretação sobre os mapas,
por meio das atividades sugeridas.

Ampliação
Nesta atividade, a ideia é discutir como conhecemos a história dos indígenas brasileiros a
partir da perspectiva ocidental. Até a chegada dos portugueses ao território brasileiro, os
indígenas eram majoritariamente ágrafos (sem escrita). Explicar que, embora a maioria dos
portugueses que chegaram ao Brasil fossem analfabetos, é por meio de relatos, cartas,
testamentos e outros documentos oficiais escritos produzidos pelos colonizadores que
podemos conhecer um pouco sobre as histórias e culturas indígenas. Outras fontes podem ser
as arqueológicas, como vestígios materiais que resistiram ao tempo. Porém, um elemento
muito poderoso das culturas indígenas, que foi passado de geração em geração e chegou aos
dias de hoje, é a tradição oral.
Pedir que os alunos realizem, em grupos, uma pesquisa na internet sobre os mitos
indígenas. Explicar à turma que os mitos simbolizam uma compreensão do mundo e da vida,
elaborados por meio de histórias passadas oralmente de geração em geração, e que cada
cultura tem seus mitos, mesmo a cultura ocidental. Uma boa fonte de pesquisa sobre o tema é
o site Pib mirim, disponível em <https://mirim.org/como-vivem/mitos> (acesso em: 23 jan.
2018).
Após a pesquisa, pedir que cada grupo conte para o restante da turma, com suas palavras,
o mito que escolheu.

94
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Proposta de acompanhamento da aprendizagem


Avaliação de História: 4o bimestre
Nome: _______________________________________________________________________________________

Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. As Grandes Navegações ficaram assim conhecidas devido à travessia nos oceanos que, na
visão dos navegantes dos séculos XV e XVI, eram mares imensos, desconhecidos e cheios
de mistérios. Explique como os marinheiros e aventureiros imaginavam essas viagens.

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

2. Há 550 anos, aproximadamente, diversos produtos levados das Índias (na Ásia) para a
Europa eram muito caros e comercializados apenas por árabes e italianos. Os portugueses
se interessaram em participar, também, desse lucrativo comércio, mas precisavam ter
acesso direto a esses produtos no Oriente. Por isso, iniciaram o processo das Grandes
Navegações, lançando-se em mares desconhecidos com o objetivo de encontrar uma rota
marítima até as Índias.
A partir do texto acima, descreva as principais qualidades dos portugueses que
possibilitaram essas viagens.

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

95
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

3. A partir de 1530, os portugueses iniciaram o processo de ocupação das terras do Brasil, e,


dessa forma, os colonos começaram a viver em um lugar muito diferente daquele de onde
vieram. A partir de seus conhecimentos, descreva o que havia de diferente, para os
europeus, no território brasileiro da época.

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

4. Leia as alternativas a seguir e assinale aquela que for correta:

(A) Na época da chegada dos portugueses à América, havia diversos povos indígenas
espalhados pelo território.
(B) Os europeus não estranharam a prática do canibalismo pelos Tupinambá.
(C) O contato inicial dos europeus com os nativos brasileiros foi altamente violento e deu
início a várias guerras.
(D) Não havia habitantes no Brasil antes da chegada dos portugueses.

5. A transmissão do conhecimento e a preservação da história indígena podem ser passadas


de uma geração para a outra por meio da tradição oral. Escolha entre as alternativas abaixo
aquela que identifica os responsáveis por essa tradição.

(A) A tradição oral pertence apenas aos pais de família.


(B) Os anciãos, ou seja, os mais velhos, transmitem o conhecimento para as gerações mais
jovens.
(C) A tradição oral não tem importância nas culturas indígenas.
(D) Os mais velhos transmitem o conhecimento para os anciãos.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

6. Em relação aos Tupinambá, indique uma semelhança e uma diferença entre a visão de Hans
Staden (alemão feito prisioneiro) e a visão de Jean de Léry (aliado).

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7. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a atual população indígena do Brasil é
de aproximadamente 818.000 indivíduos (0,4% da população brasileira), sendo que apenas
503.000 vivem em aldeias.
Relacione a afirmação acima com a chegada dos estrangeiros no Brasil nos séculos XV e
XVI.

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8. Leia o texto a seguir e, em seguida, responda à questão.

A terra encontrada pelos portugueses em 1500 era chamada pelos


habitantes locais como Pindorama, ou Terra das Palmeiras. O capitão
permaneceu por dez dias nessas terras. Viu gentes estranhas, nem pretas
nem brancas, que caminhavam totalmente nuas pelas praias, tinham
furos nos lábios em que enfiavam ossos e estavam armadas de arcos e
flechas.

[Texto baseado na carta de Pero Vaz de Caminha, de 1500.]

97
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Que gentes estranhas são essas, relatadas no texto?


(A) Africanos.
(B) Franceses.
(C) Indígenas do litoral.
(D) Espanhóis.

9. Leia o texto a seguir e, em seguida, responda à questão.

A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em
certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se
deixem uns aos outros de entender. [...] carece de três letras, convém a
saber, não se acha nela F, nem L, nem R, [coisa] digna de espanto porque
assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem
desordenadamente [...].

GANDAVO, Pero de Magalhães. História da Província de Santa Cruz, 1578.

Explique, com base no texto acima, por que o viajante Pero de Magalhães Gandavo
acreditava que não havia organização entre os indígenas brasileiros.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

10. Observe o mapa e identifique o principal tronco linguístico que originou as línguas faladas
pelos povos indígenas do litoral brasileiro.

Sônia Vaz
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE,
1991.

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11. Assinale a alternativa incorreta:

(A) Os portugueses não chegaram ao Brasil por acaso.


(B) Os povos nativos das terras brasileiras já viviam nesse território antes da chegada dos
europeus em 1500.
(C) Os viajantes que tiveram contato com os indígenas contaram na Europa suas
experiências, que são conhecidas até os dias atuais.
(D) Os povos indígenas brasileiros são todos do mesmo grupo linguístico, e vivem no litoral.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

12. Assinale abaixo a alternativa que corresponde às principais tecnologias que


possibilitaram a chegada dos portugueses ao Brasil.

(A) Canoas, mapas, lunetas e bússola.


(B) Caravelas, bússola e mapas.
(C) Naus, canoas e binóculos.
(D) Caravelas, navios a vapor e canoas.

13. As rotas comerciais do período das Grandes Navegações trouxeram os portugueses até a
costa brasileira. Nela, entraram em contato com os nativos, que foram apelidados de índios.
Qual alternativa abaixo descreve melhor este momento?

(A) O primeiro contato entre os portugueses e os índios foi relativamente pacífico.


(B) O momento da chegada foi tenso e deu início a violentos embates.
(C) Os portugueses estavam mais bem armados e ameaçaram os nativos, fazendo-os fugir
para o interior.
(D) O primeiro contato resultou em uma grande festa.

14. Os povos indígenas brasileiros estão lutando contra a invisibilidade por meio de
movimentos que buscam dar valorizar suas práticas culturais, seus hábitos, seus costumes
e sua atuação política. Explique quais são as maiores dificuldades encontradas pelos
indígenas para assegurar a sua sobrevivência.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

15. Na imagem a seguir, podemos observar um momento muito importante dos povos
indígenas brasileiros em relação à preservação da sua história. Explique como fazem os
grupos indígenas para preservar sua memória e de quem é essa responsabilidade na aldeia.

MARCOS DE MELLO

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Proposta de acompanhamento da aprendizagem


Avaliação de História: 4o bimestre
Nome: _______________________________________________________________________________________

Turma: ____________________________ Data: ____________________________________________________

1. As Grandes Navegações ficaram assim conhecidas devido à travessia nos oceanos que, na
visão dos navegantes dos séculos XV e XVI, eram mares imensos, desconhecidos e cheios
de mistérios. Explique como os marinheiros e aventureiros imaginavam essas viagens.

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Habilidade trabalhada: (EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos


terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.
Resposta: Os alunos podem dizer que os navegantes tinham medo dos oceanos
desconhecidos. Eles acreditavam que monstros habitavam tais lugares e não tinham
certeza sobre as rotas marítimas, por exemplo.

2. Há 550 anos, aproximadamente, diversos produtos levados das Índias (na Ásia) para a
Europa eram muito caros e comercializados apenas por árabes e italianos. Os portugueses
se interessaram em participar, também, desse lucrativo comércio, mas precisavam ter
acesso direto a esses produtos no Oriente. Por isso, iniciaram o processo das Grandes
Navegações, lançando-se em mares desconhecidos com o objetivo de encontrar uma rota
marítima até as Índias.
A partir do texto acima, descreva as principais qualidades dos portugueses que
possibilitaram essas viagens.

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Habilidade trabalhada: (EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos


terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.
Resposta: Podem ser consideradas as seguintes características: a localização geográfica
de Portugal, o desenvolvimento das caravelas, o aperfeiçoamento da bússola, além da
cartografia produzida no período. O aluno pode responder também que as primeiras
viagens foram pela costa africana, até então desconhecida em todo o seu contorno, o que
possibilitou o aperfeiçoamento do aparato de navegação.

102
História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

3. A partir de 1530, os portugueses iniciaram o processo de ocupação das terras do Brasil e,


dessa forma, os colonos começaram a viver em um lugar muito diferente daquele de onde
vieram. A partir de seus conhecimentos, descreva o que havia de diferente, para os
europeus, no território brasileiro da época.

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Habilidade trabalhada: (EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a


intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções.
Resposta: O aluno deve citar a natureza e as culturas dos povos nativos.

4. Leia as alternativas a seguir e assinale aquela que for correta:

(A) Na época da chegada dos portugueses à América, havia diversos povos indígenas
espalhados pelo território.
(B) Os europeus não estranharam a prática do canibalismo pelos Tupinambá.
(C) O contato inicial dos europeus com os nativos brasileiros foi altamente violento e deu
início a várias guerras.
(D) Não havia habitantes no Brasil antes da chegada dos portugueses.

Habilidade trabalhada: (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas


contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Resposta: Alternativa A. Os alunos devem perceber que havia diversos povos, cada um com
sua cultura, organização e costumes.
Distratores: Na alternativa B, a afirmação desconsidera o relato de Hans Staden, por
exemplo. A alternativa C retrata um cenário de guerra que não ocorreu imediatamente,
embora tenha acontecido posteriormente. A alternativa D não representa a realidade, já que
existiam milhões de habitantes no Brasil quinhentista.

5. A transmissão do conhecimento e a preservação da história indígena podem ser passadas


de uma geração para a outra por meio da tradição oral. Escolha entre as alternativas abaixo
aquela que identifica os responsáveis por essa tradição.
(A) A tradição oral pertence apenas aos pais de família.
(B) Os anciãos, ou seja, os mais velhos, transmitem o conhecimento para as gerações mais
jovens.
(C) A tradição oral não tem importância nas culturas indígenas.
(D) Os mais velhos transmitem o conhecimento para os anciãos.

Habilidade trabalhada: (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas


contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Resposta: Alternativa B. A afirmação explica a importância dos anciãos na manutenção da
história dos povos indígenas.
Distratores: A alternativa A restringe a tradição oral ao núcleo familiar. A alternativa C
desconsidera o enunciado e a alternativa D indica que os mais velhos transmitem
conhecimento para eles mesmos (anciãos).

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

6. Em relação aos Tupinambá, indique uma semelhança e uma diferença entre a visão de Hans
Staden (alemão feito prisioneiro) e a visão de Jean de Léry (aliado).
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Habilidade trabalhada: (EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos


de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou
marginalização.
Resposta: O aluno deverá indicar, como semelhança, a visão eurocêntrica/etnocêntrica, e
como diferença, o teor negativo na visão de Hans Staden e o teor positivo na visão de Jean
de Léry.

7. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a atual população indígena do Brasil é
de aproximadamente 818.000 indivíduos (0,4% da população brasileira), sendo que apenas
503.000 vivem em aldeias.
Relacione a afirmação acima com a chegada dos estrangeiros no Brasil nos séculos XV e
XVI.

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Habilidade trabalhada: (EF04HI06) Identificar as transformações ocorridas nos processos


de deslocamento das pessoas e mercadorias, analisando as formas de adaptação ou
marginalização.
Resposta: O aluno deve considerar os vários fatores que prejudicaram os grupos indígenas
no Brasil, como as doenças trazidas de outros continentes, os confrontos, a destruição das
terras indígenas, a escravização, entre outras possibilidades.

8. Leia o texto a seguir e, em seguida, responda à questão.


A terra encontrada pelos portugueses em 1500 era chamada pelos
habitantes locais como Pindorama, ou Terra das Palmeiras. O capitão
permaneceu por dez dias nessas terras. Viu gentes estranhas, nem pretas
nem brancas, que caminhavam totalmente nuas pelas praias, tinham
furos nos lábios em que enfiavam ossos e estavam armadas de arcos e
flechas.

[Texto baseado na carta de Pero Vaz de Caminha, de 1500.]


Que gentes estranhas são essas, relatadas no texto?
(A) Africanos.
(B) Franceses.
(C) Indígenas do litoral.
(D) Espanhóis.

Habilidade trabalhada: (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas


contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Resposta: Alternativa C. Os europeus encontraram indígenas no litoral.
Distratores: Alternativas A, B e D: não havia nenhum desses povos no território encontrado.
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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

9. Leia o texto a seguir e, em seguida, responda à questão.


A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é uma: ainda que em
certos vocábulos difere em algumas partes; mas não de maneira que se
deixem uns aos outros de entender. [...] carece de três letras, convém a
saber, não se acha nela F, nem L, nem R, [coisa] digna de espanto porque
assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem
desordenadamente [...].

GANDAVO, Pero de Magalhães. História da Província de Santa Cruz, 1578.

Explique, com base no texto acima, por que o viajante Pero de Magalhães Gandavo
acreditava que não havia organização entre os indígenas brasileiros.
__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Habilidade trabalhada: (EF04HI05) Relacionar os processos de ocupação do campo a


intervenções na natureza, avaliando os resultados dessas intervenções.
Resposta: O aluno deverá perceber que o viajante não compreendia a realidade das novas
terras, pois tinha uma visão etnocêntrica de civilização típica do período.

10. Observe o mapa e identifique o principal tronco linguístico que originou as línguas faladas
pelos povos indígenas do litoral brasileiro.

Sônia Vaz
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar.
8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991.
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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Habilidade trabalhada: (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas


contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Resposta: O principal tronco é o Tupi-Guarani.

11. Assinale a alternativa incorreta:


(A) Os portugueses não chegaram ao Brasil por acaso.
(B) Os povos nativos das terras brasileiras já viviam nesse território antes da chegada dos
europeus em 1500.
(C) Os viajantes que tiveram contato com os indígenas contaram na Europa suas
experiências, que são conhecidas até os dias atuais.
(D) Os povos indígenas brasileiros são todos do mesmo grupo linguístico, e vivem no litoral.

Habilidade trabalhada: (EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos


terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.
Resposta: Alternativa D: a afirmação ignora a diversidade indígena no Brasil, tanto no litoral,
quanto no interior do território.
Distratores: Alternativa A: as viagens eram planejadas, portanto, a chegada não foi
ocasional. Alternativa B: à época da chegada dos portugueses, havia cerca de 10 milhões
de pessoas nativas no território. Alternativa C: sobre essa afirmação, tem-se o exemplo de
Hans Staden e sua obra conhecida até hoje, Duas viagens para o Brasil.

12. Assinale abaixo a alternativa que corresponde às principais tecnologias que


possibilitaram a chegada dos portugueses ao Brasil.
(A) Canoas, mapas, lunetas e bússola.
(B) Caravelas, bússola e mapas.
(C) Naus, canoas e binóculos.
(D) Caravelas, navios a vapor e canoas.

Habilidade trabalhada: (EF04HI07) Identificar e descrever a importância dos caminhos


terrestres, fluviais e marítimos para a dinâmica da vida comercial.
Resposta: Alternativa B: os três itens foram inventados ou aperfeiçoados pelos
portugueses.
Distratores: Alternativas A: canoas não são adequadas para cruzar oceanos. Alternativa C:
canoas não são adequadas para cruzar oceanos. Alternativa D: navios a vapor ainda não
tinham sido inventados à época; canoas não são adequadas para cruzar oceanos.

13. As rotas comerciais do período das Grandes Navegações trouxeram os portugueses até a
costa brasileira. Nela, entraram em contato com os nativos, que foram apelidados de índios.
Qual alternativa abaixo descreve melhor este momento?
(A) O primeiro contato entre os portugueses e os índios foi relativamente pacífico.
(B) O momento da chegada foi tenso e deu início a violentos embates.
(C) Os portugueses estavam mais bem armados e ameaçaram os nativos, fazendo-os fugir
para o interior.
(D) O primeiro contato resultou em uma grande festa.

Habilidade trabalhada: (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas


contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Resposta: Alternativa A: os indígenas brasileiros não reagiram de imediato ao contato com
os estrangeiros, portanto, o contato foi pacífico, de certa forma.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Distratores: Alternativa B: conforme dito na alternativa A o encontro inicial não foi violento.
Alternativa C: os portugueses não ameaçaram os indígenas no primeiro contato. Alternativa
D: não há indícios históricos de que portugueses e indígenas tenham feito uma festa nesse
momento.

14. Os povos indígenas brasileiros estão lutando contra a invisibilidade por meio de
movimentos que buscam dar valorizar suas práticas culturais, seus hábitos, seus costumes
e sua atuação política. Explique quais são as maiores dificuldades encontradas pelos
indígenas para assegurar a sua sobrevivência.

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Habilidade trabalhada: (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas


contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Resposta: O aluno deve considerar que, nos dias atuais, as maiores dificuldades
encontradas pelos indígenas são: falta de demarcação oficial das terras, presença de
garimpeiros ilegais, desmatamento, desapropriação de terras, construção de barragens
para produção de energia, criação de gado em áreas já demarcadas, violência decorrente
desses conflitos.

15. Na imagem a seguir, podemos observar um momento muito importante dos povos
indígenas brasileiros em relação à preservação da sua história. Explique como fazem os
grupos indígenas para preservar sua memória e de quem é essa responsabilidade na aldeia.

MARCOS DE MELLO

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Habilidade trabalhada: (EF04HI10) Analisar diferentes fluxos populacionais e suas


contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Resposta sugerida: O aluno deverá descrever o importante papel dos anciãos na
transmissão oral, para as gerações mais novas, e das tradições e dos costumes de seu
povo, contribuindo para a preservação da história dos povos indígenas.

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História – 4o ano – 2o bimestre – Plano de desenvolvimento – Proposta de acompanhamento da aprendizagem

Ficha de Acompanhamento Individual

A ficha de acompanhamento individual é um instrumento de registro


onde podemos verificar e avaliar de forma individual, contínua e diária, a
evolução da aprendizagem. Ela serve para que nós, professores,
possamos acompanhar o progresso de cada um de nossos alunos.

BRASIL. Ministério da Educação. Programa de Apoio a Leitura e Escrita: PRALER.


Brasília: FNDE/MEC, 2007. Caderno de Teoria e Prática 6: Avaliação e projetos na sala de
aula, p. 20.

Legenda
Total = TT Em evolução = EE Não desenvolvida = ND Não observada = NO

Nome: _______________________________________________________________________________________

Turma: _________________________________ Data: _____________________________________________

Data Habilidade TT EE ND NO Anotações

108

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