Aptidão Física e Saúde

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ESCOLA: Escola Básica e Secundária D.

Dinis, Santo Tirso


DISCIPLINA: Educação Física
ALUNA: Maria Clara de Sá Fontes e Elias da Costa
ANO/TURMA/NÚMERO: 10.º H | N.º 19
Curso Cientifico-Humanístico | Curso Artes Visuais

DOCENTE: Professora Carla Leal


ANO LETIVO: 2023/2024

APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE


FATORES ASSOCIADOS A UM ESTILO DE
VIDA SAUDÁVEL
APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE
FATORES ASSOCIADOS A UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL

ÍNDICE

Introdução ............................................................................................................. Pág. 2

Conceito de aptidão física ..................................................................................... Pág. 3


Aptidão física e saúde ao longo da vida ................................................................ Pág. 4
Equilíbrio vital para uma vida de qualidade .......................................................... Pág. 7
Estilos de vida e saúde ........................................................................................... Pág. 9
Prevenção ativa: atividade física para um estilo de vida saudável ........................ Pág. 11

Conclusão .............................................................................................................. Pág. 13

Bibliografia ............................................................................................................ Pág. 14

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APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Educação Física,


integrada no Curso Cientifico-Humanístico - Curso de Artes Visuais (10.º ano).
Neste sentido, foi efetuada uma pesquisa para abordar a temática da Aptidão física
e saúde, indicando os fatores associados a um estilo de vida saudável, explorando a
interligação entre atividade física, saúde e bem-estar.
O objetivo deste trabalho foi analisar os benefícios da aptidão física para a
promoção de um estilo de vida saudável, identificando os principais fatores que
influenciam essa relação, entre os quais o desenvolvimento das capacidades motoras, a
composição corporal, a alimentação, o repouso, a higiene, a afetividade e a qualidade do
meio ambiente.
A metodologia utilizada foi sobretudo de pesquisa bibliográfica, procedendo à
recolha de informações acerca do tema definido, a partir de recursos bibliográficos já
publicados, em livros, artigos científicos e sites de internet.
Este tema é de grande importância, podendo funcionar como recurso de
sensibilização para a população em geral, sobre a necessidade de adotar um estilo de vida
saudável, num período em que se verifica uma crescente preocupação com os níveis de
sedentarismo e os seus impactos na saúde global, procurando compreender como a
promoção da aptidão física pode contribuir para a prevenção de diversas doenças e a
melhoria da qualidade de vida.

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CONCEITO DE APTIDÃO FÍSICA E ATIVIDADE FÍSICA

Ter aptidão é reunir um conjunto de características indicativas das habilidades


próprias do indivíduo, que o torna capaz de adquirir algum conhecimento específico.
Em concreto, o termo aptidão física refere-se a um conjunto de atributos que
decorrem da interação do património genético de cada um, com os hábitos de exercício
físico. Melhores indicadores de aptidão física resultam no aumento do desempenho físico
e, de forma conjugada ou independente, na preservação e melhoria da saúde em todo o
ciclo de vida. Assim, podem ser identificadas diferentes componentes que incluem: a
aptidão aeróbia (eficiência do sistema cardiovascular e respiratório em fornecer oxigénio
aos músculos durante atividades fisicas de intensidade moderada a alta), a composição
corporal e a aptidão física e muscular (força, resistência muscular, flexibilidade,
equilíbrio, coordenação motora, velocidade, etc). Todas estas caracterísitcas são
influenciadas pela quantidade, tipo e intensidade do exercício que possamos realizar ao
longo do tempo.
Em Portugal, a questão da aptidão física foi abordada por Guedes, no seu capítulo
Orientações Básicas sobre Atividades Físicas e Saúde para Profissionais das Áreas de
Educação e Saúde, definindo-a como "um estado dinâmico de energia e vitalidade que
permite a cada um, não apenas a realização das tarefas do quotidiano, as ocupações ativas
das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas,
também, evitar o aparecimento das funções hipocinéticas, funcionando no pico da
capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver”.
Assim, entende-se de forma geral que a aptidão física e
atividade física relacionam-se entre si, no que diz respeito à capacidade da pessoa em
executar, com o mínimo de esforço possível, tanto atividades físicas consideradas mais
simples, do quotidiano, quanto atividades estruturadas, como exercícios físicos e
desporto.
O termo atividade física foi apresentado em 1996 por elementos da área da
Medicina, como sendo qualquer movimento corporal com gasto energético acima dos
níveis de repouso, incluindo as atividades diárias (tomar banho, vestir-se), as atividades
provenientes do trabalho (andar, carregar) e as atividades de lazer (exercitar, praticar
desporto, dançar, etc).
Mais tarde, autores como Caspersen, Shephard e Balady, definiram atividade
física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos, que resultem num

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gasto energético, não se preocupando com a intensidade desse mesmo gasto. Estes autores
diferenciaram atividade física e exercício físico a partir da intencionalidade do
movimento, considerando que o exercício físico é um subgrupo das atividades físicas,
que é planeado, estruturado e repetitivo, tendo como propósito a manutenção ou a
otimização do condicionamento físico, ou seja, o estado geral de saúde e capacidade física
de uma pessoa, relacionando-se com a habilidade do corpo para realizar atividades físicas
e resisitir à fadiga.

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A Organização Mundial de Saúde (OMS), define saúde como um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. Esta
definição visa realçar a importância de abordagens integradas para o cuidado da saúde.
Nesta sequência, a aptidão física é uma área promotora de saúde e surge
relacionada com esta ao longo da história. Frases como "o exercício faz bem à saúde", ou
"o desporto é saudável" são comuns no nosso dia-a-dia e demonstram essa mesma
relação, que se apoia na influência benéfica do exercício e no status de saúde.
Salienta-se assim que a prática de exercício físico não só previne o aparecimento
de doenças como facilita, de certo modo, o desenvolvimento motor e psicológico das
pessoas. No entanto, essa interconexão sugere uma ideia de causalidade e, nesse sentido,
tanto pode ser potenciada como comprometida, caso existam doenças ou condições
médicas que impossibilitem ou tornem mais desafiadora a possibilidade da pessoa se
envolver em atividades físicas.
A esperança média de vida do ser humano tem vindo a aumentar ao longo dos
anos. Este avanço deve-se aos avanços científicos e tecnológicos das diferentes áreas
relacionadas com a saúde, como as técnicas, procedimentos, medicamentos, vacinas e
novos conhecimentos sobre a alimentação e os efeitos do exercício físico.
Existe um número cada vez maior de estudos que comprovam os benefícios da
aptidão física para a saúde. Investigadores nas áreas de exercício físico, Educação Física
e de Medicina do Desporto, demonstraram que tanto a inatividade física como a baixa
aptidão física são prejudiciais para a saúde. Neste sentido, para contariar esta tendência
crescente da sociedade moderna, são fundamentais a implementação de Programas de
incentivo à prática de atividade física, sendo que o ato de exercitar-se precisa estar

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incorporado não apenas no quotidiano das pessoas, mas também na sua cultura, nos
tratamentos médicos, ao planeamento familiar e na educação infantil.
Diversos estudos indicam que a prática regular de atividade física e uma maior
aptidão física estão associadas a uma menor mortalidade e melhor qualidade de vida na
população adulta. São muitos os trabalhos científicos que destacam o sedentarismo e o
stress como responsáveis por doenças hipocinéticas e reduções na qualidade de vida.
Existem cada vez mais dados que demonstram que o exercício, a aptidão e a atividade
física estão relacionados com a prevenção, com a reabilitação de doenças e com a
qualidade de vida, associada positivamente com a saúde mental.
Já nos idosos, a qualidade de vida é avaliada tendo em conta a condição específica
de saúde, compreendendo vários aspetos como: nível de atividades diárias, nível de dor,
vitalidade, etc. Um estudo efetuado por Covinsky, com 493 pacientes com idade média
de 80 anos e com boa saúde mental, entrevistados dois meses após internamento,
mostraram valores muito signiticativos entre a condição de saúde e a qualidade de vida.
Os resultados de índices de saúde foram assim associados ao estilo de vida das pessoas e
uma baixa mortalidade, sendo mais frequente encontrada em pessoas que incluem na sua
rotina práticas saudáveis. Mudanças positivas tendem a acontecer quando os indivíduos
passam a adotar um estilo de vida mais ativo fisicamente ou quando eles recebem
exercício físico regular como um dos componentes de seu tratamento. Rejeski evidenciou
nas suas pesquisas, a existência de uma relação positiva entre redução de níveis de
ansiedade e de depressão e a prática de atividade física que resulta numa melhoria na
aptidão física dos pacientes.
Conclui-se assim que a relação entre as três variáveis, aptidão física, atividade
física e saúde são próximas e recíprocas, conforme podemos observar na imagem abaixo,
retirada por artigo “Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em
adultos”, de Denise Sardinha Mendes Soares de Araújo e Cláudio Gil Soares de Araújo:

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Se de facto existe uma relação cientificamente comprovada entre aptidão física e


saúde, o impacto do sedentarismo na saúde pública de um país deve ser objeto de grande
preocupação. O progresso tecnológico ocorrido nos países desenvolvidos e
industrializados tem resultado numa maior inatividade das pessoas, seja pelas formas de
emprego e de trabalho, que acarretam diminuição de atividade física, seja nas formas de
incentivos de atividades hipocinéticas para o uso das populações em suas horas de lazer.
A Comissão Europeia divulgou recentemente os dados do Eurobarómetro do
Desporto e Atividade Física, um relatório que traça um retrato dos hábitos da
prática de exercício físico na União Europeia (UE). Em Portugal, são 73% os
inquiridos que indicam nunca fazer exercício ou praticar desporto, um valor acima
da média da União Europeia (45%). Estes resultados revelam ainda que, apenas
4% dos inquiridos dizem fazer desporto “regularmente”, 18% fazem “com alguma
regularidade” e 5% confessam que “raramente” o fazem. O estudo mostra também
que as mulheres são mais sedentárias do que os homens, com 80% a revelarem que
nunca ou que raramente fazem desporto ou qualquer tipo de atividade física. No
caso dos homens, esta percentagem cai para 75%.
A Covid-19 também deverá ter contribuído para esta tendência, tendo em
conta que dados do mesmo estudo indicam que, durante a pandemia, 41% dos
portugueses que já praticavam alguma atividade física continuaram a ser
fisicamente ativos, mas com menos frequência. Apenas 22% indicam ter-se
mantido tão ativos como antes da pandemia. Já 19% deixaram de praticar atividade
física.
O motivo apontado para a prática de exercício físico é, sobretudo, melhorar
a saúde (49%). Contudo, há ainda quem pretenda relaxar (46%), melhorar a
preparação física (34%), melhorar o desempenho físico (27%), controlar o peso
(27%), melhorar o aspeto físico (26 %) ou divertir-se (22%).
Por outro lado, entre aqueles que referem que não conseguem praticar
desporto de uma forma mais regular, apontam-se razões como falta de tempo
(44%), falta de motivação ou interesse (29%), a falta de interesse por atividades
competitivas (12%), deficiência ou doença (11%), medo do risco de lesão (10%)
ou custo, por considerarem caro (8%).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que praticar qualquer
quantidade de atividade física é melhor do que não praticar nenhuma. No entanto,

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para obter ganhos para a saúde e o bem-estar, recomenda que todos os adultos
pratiquem pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física de moderada
intensidade por semana.

EQUILÍBRIO VITAL PARA UMA VIDA DE QUALIDADE

Quando ampliamos os efeitos de uma vida ativa fisicamente para além da saúde e
colocamos os efeitos do exercício, adequadamente realizado, como fator indispensável
para a melhoria na qualidade de vida de um dado indivíduo, estamos a partir do
pressuposto que alguém inativo e sedentário não tem boa qualidade de vida. Contudo, a
classificação de uma qualidade de vida, boa ou má, está diretamente relacionada com a
maneira das pessoas entenderem o sentido da vida, passando pelas expectativas (baixas
ou altas) das pessoas em relação à sua vida e à sua saúde. Assim, respeitando as
expectativas do indivíduo, mas sobretudo considerando os padrões esperados para o seu
género, idade, condição socioeconómica e valores éticos e culturais, podemos considerar
que a qualidade de vida divide-se em quatro categorias:
a) condição física e habilidades funcionais;
b) condição psicológica e sensação de bem-estar;
c) interação social;
d) fatores e condições económicas (educação, habitação, trabalho, etc).
A qualidade de vida de uma pessoa não pode ser considerada, naturalmente,
apenas pela via da saúde. Esse conceito ainda está por amadurecer, mesmo porque, se
considerarmos saúde apenas como ausência de doença, teremos uma visão simplista e
reduzida desse conceito abrangente que envolve outros fatores. Assim, considerar-se-á a
boa condição física como um desses fatores importantes para a prevenção e tratamento
de doenças e manutenção da saúde, como um instrumento precioso para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas.
Da mesma forma, existe também uma relação entre uma alimentação correta e a
qualidade de vida. Ter uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para o bem-
estar do indivíduo. Quando o organismo recebe as quantidades ideais de nutrientes e
vitaminas de que precisa, a sua saúde física melhora e consequentemente aumenta a
qualidade de vida.

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Também na saúde mental, a qualidade de vida tem vindo a ganhar, cada vez mais, uma
importância crescente. Assistimos ao aumento dos casos de stress crónico e burnout,
ansiedade e depressão para além de tantos outros problemas psicológicos e emocionais.
Uma pessoa com a saúde mental fragilizada, deprimida, por exemplo, tem grande
dificuldade em manter relacionamentos amorosos, desempenhar as funções no trabalho e
até mesmo educar os filhos. Pode ainda estar mais propensa à dependência de drogas e
de álcool, a contrair doenças infeciosas, desenvolver alergias, doenças auto-imunes, etc.
Cuidar da saúde mental é muito mais simples do que parece, basta manter boas relações
com as pessoas que nos rodeiam, ter uma vida amorosa satisfatória, não remoer problemas
passados, não ser demasiado exigente consigo mesmo, perdoar-se e perdoar o próximo,
rir sempre que puder, chorar quando precisar e amar. Se sentir dificuldades em fazer isto,
é melhor procurar ajuda de um profissional.
Estar com boa saúde mental é estar em equilíbrio com o seu mundo interior e com
o mundo que o rodeia, é estar em paz consigo mesmo e com os outros.
O meio ambiente e qualidade de vida também são termos indissociáveis. O meio
ambiente diz respeito a tudo o que nos rodeia, logo, a nossa qualidade de vida está
diretamente associada à qualidade do meio ambiente envolvente. Deste modo,
a preservação do meio ambiente são um importante fator para aumentar a qualidade de
vida das pessoas. A título de exemplo, imaginemos uma cidade com muito lixo,
muita poluição e sem espaços verdes. Certamente que serão fatores, por um lado,
suscetíveis de causar doenças e por outro, não produzem sentimentos de bem-estar nas
pessoas. Um praticante de atividade física, por exemplo, quando opta por fazê-lo num
espaço verde, une os benefícios do exercício físico a um local de ar puro, tornando a sua
atividade muito mais agradável e saudável. Uma pessoa quando realiza uma massagem e
pode usufruir simultaneamente dos sons da natureza, consegue tirar ainda mais proveito
do seu momento de relaxamento.
Entre vários outros factores é preciso preservar e respeitar o meio ambiente para
garantirmos a nossa qualidade de vida, para isso, devemos ter atitudes mais assertivas e
protetoras, no sentido de tornarmos o nosso habitat melhor tanto para nós como para as
gerações vindouras. A nossa qualidade de vida depende do estado em que o meio
ambiente se encontra, ou seja, precisamos de ar, água, alimentos, elementos essenciais
para a sobrevivência, daí ser fundamental um meio ambiente ecologicamente equilibrado
e que garantamos a sua sustentabilidade. Também não se pode falar de saúde

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desvinculada do meio ambiente, pois sempre que se melhorar o ambiente estar-se-á a


proteger a saúde física e mental do homem.
A qualidade de vida é ainda transversal a muitos outros fatores, que se interligam
e se relacionam, tal como uma boa qualidade do sono, uma boa higiene pessoal, a
afetividade, entre outros. Assim, para que possamos garantir uma boa qualidade de vida
no futuro, devemos começar já a preocuparmo-nos com a manutenção de hábitos
saudáveis, como cuidar do corpo, uma alimentação equilibrada, exercício físico, relações
saudáveis, ter tempo para realizar atividades de lazer e vários outros hábitos que
propiciem à pessoa bem-estar e qualidade de vida.
A promoção da saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos
para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado de
completo bem-estar físico, mental e social, o indivíduo deve ser capaz de identificar e
realizar os seus desejos, satisfazer as suas necessidades e modificar ou adaptar-se ao meio.
Ser saudável é um caminho que se traça diariamente nas mais pequenas escolhas que
fazemos e não se limita àquilo que vemos no nosso corpo. Sentirmo-nos bem e felizes é
uma parte importante da saúde e bem-estar e não deve ser descurada.

ESTILOS DE VIDA E SAÚDE


O conceito estilos de vida, segundo a Direção Geral de Saúde (DGS,2017), tem
sido definido como os fatores pessoais que determinam a forma como nos comportamos
perante determinada situação, sendo o retrato da pessoa e da sua interação com o meio.
Nesta linha de pensamento surgem os determinantes da saúde, definidos como o conjunto
de fatores que, isoladamente ou combinados entre si, condicionam positiva ou
negativamente a saúde.
O estilo de vida adotado pela pessoa afeta-a nos diversos contextos, como é o caso
da saúde física e mental, no trabalho e nas relações pessoais. É um dos principais fatores
causador de doenças crónicas não transmissíveis, apresentando um grande impacto na
morbilidade, bem-estar e qualidade de vida. São vários e conhecidos os fatores que podem
influenciar a saúde das pessoas, destacando-se assim: a constituição genética e a
predisposição da pessoa à doença, e o estilo de vida. Os fatores hereditários não podem
ser alterados, mas pode-se adaptar o comportamento para minimizar o risco de
desenvolver uma doença. Todos temos algum controlo sobre a nossa alimentação,
consumo de substâncias como o alcool, tabaco ou drogas, se praticamos exercicio físico,

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se temos uma boa rotina do sono e hábitos de higiene pessoal regular e adequada, relações
sociais ajustadas e saudáveis, se nos expomos desnecessáriamente a ambientes com pouca
qualidade, entre outros.
Cada vez mais crescem as evidências de que o modo de viver representa o fator
diferencial para a saúde e a qualidade de vida das pessoas, independente da sua idade ou
condição social. As pessoas que adotam comportamentos não saudáveis, que se mantêm
ao longo do tempo, têm uma maior probabilidade de desenvolver uma doença, quando
comparados com outras que não incluem este tipo de comportamentos no seu estilo de
vida.
As escolhas que fazemos, o nosso estilo de vida, afetam a nossa saúde presente e
futura. A imagem abaixo, retirada da Enciclopédia Médica da Família, da Editora
Civilização (2001), mostra algumas opções de vida saudáveis:

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Um estilo de vida saudável tem por objetivo reduzir a incidência de doenças e a


mortalidade, assim como, reduzir os riscos para a saúde.
A adoção de um Estilo de Vida Saudável deve ser vista como uma oportunidade
e um desafio da pessoa, da família e da comunidade, pela possibilidade de ter uma atitude
preventiva no que diz respeito à saúde.
Estilos de vida saudáveis são importantes em todas as idades, mas quando
adotados desde a primeira infância têm uma maior possibilidade de serem mantidos na
idade adulta. Aqui, a educação para a saúde assume uma importante função na promoção
da saúde e na prevenção da doença, sendo essencial para a mudança de comportamentos
tendo em vista um estilo de vida saudável. A educação para a saúde implica motivar as
pessoas para que estas sejam capazes de adotarem, de forma livre esclarecida e
responsável, atitudes e comportamentos caraterísticos de um estilo de vida saudável.
Emerge assim a necessidade de emponderar o indivíduo, a comunidade no que diz
respeito ao controlo dos determinantes da saúde em proveito da melhoria da mesma. O
empoderamento tem como objetivo principal a capacitação das pessoas para que
consigam, autonomamente, tomar decisões importantes ao nível da sua saúde. Esta
capacitação pode ser praticada isoladamente, na organização e na própria comunidade, de
modo a promover a saúde indivual e, por consequência, a de outros.

P REVENÇÃO ATIVA : ATIVIDADE FÍSICA PARA UM ESTILO DE VIDA


SAUDÁVEL

A prevenção primária começa nos primeiros anos escolares e deve continuar ao


longo da vida das pessoas. O hábito de exercitar-se deve ser mantido e pode ser
estimulado pela escola, pela família e pela comunidade em geral. Especificamente, na
escola, deverão continuar a ser desenvolvidos programas com atividades para as crianças
incluindo a natação, danças, corrida, desporto e, como fator de prevenção da osteoporose
e obesidade, algum trabalho de avaliação do peso das crianças e jovens.
Em relação à prevenção secundária, pessoas com doenças cardiovasculares
crónicas precisam de atividades regulares, com supervisão apropriada e implementação
progressiva, podendo iniciar pelas caminhadas. Naturalmente, qualquer programa deve
ser iniciado o mais precocemente possível, logo que os sinais vitais estejam estáveis, e
sob controle médico.

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A atividade física, quando transformada ou não em exercício para a obtenção da


aptidão física e sua relação com a saúde, tem sido objeto de inúmeros trabalhos. A
população de idosos no mundo e o aumento da expectativa de vida causa preocupações
na questão da funcionalidade versus inabilidade. Todos nós envelhecemos, ainda que
alguns de nós tenhamos a capacidade de modificar o processo de envelhecimento
fisiologicamente através da atividade física apropriada e outras medidas de estilo de vida.
Recente posicionamento da Sociedade Brasileira de Medicina do Desporto e da
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia ressalta que o envelhecimento é um
processo contínuo de declínio de todos os processos fisiológicos de uma pessoa, com
alterações cardiovasculares e músculo-esqueléticas. Nesse mesmo posicionamento, são
apontados alguns dados do Centro Nacional de Estatística para a Saúde, em que 84% das
pessoas idosas são dependentes para realizar suas tarefas diárias, com moderada ou grave
incapacidade, ocorrendo um aumento de 84 a 167% após 2020.
Para o idoso e pessoas em geral o sedentarismo é uma arma mortal silenciosa. Os
benefícios do condicionamento físico apropriado são enormes, pois melhoram a
densidade óssea, previnem perda de massa óssea, aumentam o consumo máximo de
oxigénio, melhoram a circulação sanguínea, aumentam a massa muscular, melhoram o
controle da glicemia, reduzem o peso corporal, melhoram o controle da pressão arterial e
a função pulmonar, melhoram o equilíbrio e a marcha, diminuiem a dependência para a
atividades diária, melhoram a auto-estima e a autoconfiança, melhoram a qualidade de
vida, diminuiem risco de quedas e fraturas, entre muitas outras.
Sabemos, portanto, que mesmo que a associação entre os níveis de aptidão física
e saúde não demonstre causalidade, existe redução de fatores de risco para doenças em
adulto, dentro da estrutura ao longo da vida, começando pelo crescimento fetal.
Podemos lembrar, contudo, que a atividade ou a inatividade física não podem ser
abordadas somente pela perspectiva biológica ou somente pela perspectiva cultural, sendo
resultado de um fenômeno biocultural, envolvendo diferentes dimensões da existência
humana.

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CONCLUSÃO

Este trabalho explorou de forma abrangente a interação entre aptidão física,


atividade física e saúde, destacando os benefícios desses elementos para a promoção de
um estilo de vida saudável. Ao analisar fatores como desenvolvimento das capacidades
motoras, composição corporal, alimentação, repouso, higiene, afetividade e qualidade do
meio ambiente, reforçamos a importância desses elementos na procura de uma vida
equilibrada.
Verificou-se assim que a aptidão física desempenha um papel fundamental na
preservação e melhoria da saúde ao longo da vida, sendo um componente essencial para
prevenir doenças e promover o bem-estar. A relação entre aptidão física, atividade física
e saúde é recíproca, sustentada por evidências científicas que destacam os impactos
positivos da prática regular de exercícios, na qualidade de vida.
O estilo de vida foi abordado como um fator determinante para a saúde, com
escolhas saudáveis influenciando não apenas a saúde física, mas também a mental. Os
determinantes da saúde, tanto genéticos quanto comportamentais, foram abordados,
evidenciando a capacidade de adaptação do indivíduo para minimizar riscos e promover
uma vida mais saudável.
A promoção da saúde surgiu assim como um processo contínuo, exigindo
educação para a saúde desde a infância para incentivar a adoção de comportamentos
saudáveis ao longo da vida. A prevenção ativa, especialmente por meio da atividade
física, foi destacada como uma estratégia crucial para enfrentar desafios relevantes e
atuais, como elevados níveis de sedentarismo e o envelhecimento da população.
Em suma este trabalho reforça a importância da aptidão física e de um estilo de vida
saudável como elementos essenciais para uma vida plena e duradoura. A interrelação
entre esses elementos é vital para enfrentar os desafios de saúde e promover o bem-estar
individual e coletivo. Assim, incentivamos a conscientização e ações concretas para
desenvolver hábitos saudáveis, visando não apenas a ausência de doenças, mas a procura
ativa pela melhor qualidade de vida.

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BIBLIOGRAFIA

Miraldo, A.; Santos, A.; Silva, A.; Moreira, S. (Tradução). Enciclopédia Médica da
Família, Dorling Kindersley. Livraria Civilização Editora, 2001.

Araújo, D.; Araújo, C. Artigo de revisão: Aptidão física, saúde e qualidade de vida
relacionada à saúde em adultos. Revista Brasileira de Medicina e do Desporto, 2000.

Igreja, C. Promoção de estilos de vida saudáveis nos Enfermeiros. Universidade


Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde Porto, 2019.

https://recursos.fitescola.dge.mec.pt/aptidao-fisica/

https://www.deco.proteste.pt/saude/exercicio-fisico/noticias/maioria-portugueses-nunca-
faz-exercicio-fisico

https://www.universia.net/br/actualidad/vida-universitaria/conheca-os-tipos-
metodologia-pesquisa-que-voce-pode-usar-seu-tcc-1166813.html

https://www.saudebemestar.pt/pt/blog-saude/qualidade-de-vida/

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