Prova 2 Ano Literatura Copernico 2024

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Prova 2 ano Literatura prof : Alexandre

>> Leia atentamente os textos a seguir e responda às questões de 1 a 3.

Texto 1

Um índio

Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante

De uma estrela que virá numa velocidade estonteante

E pousará no coração do hemisfério sul na América num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena

E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida

Mais avançado que a mais avançada das tecnologias

Virá

Impávido que nem Muhamad Ali

Virá que eu vi

Apaixonadamente como Peri

Virá que eu vi

Tranquilo e infalível como Bruce Lee

Virá que eu vi

O axé do afoxé filhos de Ghandi

Virá

VELOSO, Caetano. Álbum Circulado vivo, Universal Music Brasil, 1992. (Fragmento).

Texto 2

O Guarani

O rosto do selvagem iluminou-se; seu peito arquejou de felicidade; seus lábios trê-

mulos mal podiam articular o turbilhão de palavras que vinham do íntimo da alma.
— Peri quer ser cristão! disse ele.

D. Antônio lançou-lhe um olhar úmido de reconhecimento.

— A nossa religião permite, disse o fidalgo, que na hora extrema todo homem possa

dar o batismo. Nós estamos com o pé sobre o túmulo. Ajoelha, Peri!

O índio caiu aos pés do velho cavalheiro, que impôs-lhe as mãos sobre a cabeça.

— Sê cristão! Dou-te o meu nome.

Peri beijou a cruz da espada que o fidalgo lhe apresentou, e ergueu-se altivo e sobranceiro,

pronto a afrontar todos os perigos para salvar sua senhora.

ALENCAR, José de. O guarani. São Paulo: Ática, 1995. (Fragmento).

Texto 3

I-Juca Pirama

Meu canto de morte,

Guerreiros, ouvi:

Sou filho das selvas,

Nas selvas cresci;

Guerreiros, descendo

Da tribo tupi.

Da tribo pujante,

Que agora anda errante

Por fado inconstante,

Guerreiros, nasci:

Sou bravo, sou forte,

Sou filho do Norte;

Meu canto de morte,

Guerreiros, ouvi.

DIAS, Gonçalves. Gonçalves Dias: poesia e prosas completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1998.

(Fragmento).
1. O índio sempre foi um personagem presente em nossa literatura, desde o fim do Arcadismo.

Até hoje, como o comprova o texto 1, essa temática continua presente,

com algumas alterações. Qual a imagem de índio que se pode extrair dos textos 2

e 3? Justifique sua resposta.

2. Por que o índio é de fundamental importância na literatura romântica brasileira em sua

primeira fase?

3. O texto de Caetano Veloso apresenta algumas semelhanças e algumas diferenças na

abordagem da temática indianista. Aponte-as e explique-as.

>> Leia, atentamente, o trecho a seguir, de autoria de Sérgio Buarque de Holanda, e


responda

às questões 4 e 5.

Pode-se dizer que foi a maneira natural de traduzir em termos nossos a temática da

Idade Média, característica do Romantismo europeu. Ao medievalismo dos franceses e

portugueses, opúnhamos o nosso pré-cabralismo, aliás, não menos preconcebido e falso do

que aquele. HOLANDA, Sérgio Buarque. “Prefácio de 1939”. In: MAGALHÃES, José Domingos
Gonçalves de.

Suspiros poéticos e saudades. 6 ed. Brasília: Editora da UnB, 1999. (Fragmento).

4. Como deve ser entendida, em termos históricos e literários, a passagem em que o autor

fala de “nosso pré-cabralismo”?


5. Sérgio Buarque de Holanda conclui suas observações dando a entender que tanto o

medievalismo dos românticos europeus quanto o pré-cabralismo dos brasileiros não

correspondia a um resgate histórico do passado. Explique por quê.

>> Leia o texto e responda às questões 6 e 7.

Segundos Cantos

A pátria é onde quer que a vida temos

Sem penar e sem dor;

Onde rostos amigos nos rodeiam,

Onde temos amor:

Onde vozes amigas nos consolam

Na nossa desventura,

Onde alguns olhos chorarão doridos

Na erma sepultura;

A pátria é onde a vida temos presa:

Aqui também há sol!

Também a brisa corre fresca e leve

Da manhã no arrebol!

Aqui também a terra produz flores,

Também os céus têm cor;

Também murmura o rio, e corre a fonte,

E os astros têm fulgor!

Aqui também se arrelva o prado, o monte,

De mimoso tapiz;

Nas asas do silêncio desce a noite


Também sobre o infeliz!

DIAS, Gonçalves. In: Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.
(Fragmento).

Doridos: que têm ou expressam alguma dor.

Arrebol: cor avermelhada do crepúsculo (entre a noite e o nascer do sol), alvorada.

Tapiz: extensão de terreno coberta de flores, relva.

Estreme: puro.

6. O texto de Gonçalves Dias é tipicamente romântico, sobretudo de acordo com o modo

como retrata seu país. Como a pátria é descrita no poema? Qual característica do Romantismo
essa descrição revela?

7. Provavelmente o texto mais conhecido de Gonçalves Dias é a Canção do exílio. Pode-se

dizer que este famoso poema do autor é semelhante ao texto aqui transcrito? Em que

momentos os textos se parecem?

>> Leia o texto.

Os Timbiras

Introdução

[...]

As festas, e batalhas mal sangradas

Do povo Americano, agora extinto,

Hei de cantar na lira. — Evoco a sombra

Do selvagem guerreiro!... Torvo o aspecto,

Severo e quase mudo, a lentos passos,


Caminha incerto, — o bipartido arco

Nas mãos sustenta, e dos despidos ombros

Pende-lhe a rota aljava... as entornadas,

Agora inúteis setas, vão mostrando

A marcha triste e os passos mal seguros

De quem, na terra de seus pais, embalde

Procura asilo, e foge o humano trato.

DIAS, Gonçalves. In: Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.
(Fragmento).

Aljava: espécie de estojo sem tampa em que se guardavam e transportavam as setas, e que era
carregado

nas costas, pendente do ombro.

Embalde: inutilmente.

8. Quem é o “povo Americano, agora extinto” ao qual se refere o eu lírico? Qual é a “terra

de seus pais”?

9. Gonçalves Dias notabilizou-se por incorporar à sua poesia uma exaltação à pátria e aos

valores nacionais mais particulares da terra brasileira. Partindo dessa premissa, procure

explicar por que o poeta canta “o selvagem guerreiro”.

>> Leia o texto e responda a questão.

Amor

Amemos! Quero de amor


Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábio beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,


Minha’alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

Álvares de Azevedo

10. De que maneira a figura feminina era descrita pelos poetas byronianos ? porque essa
geração foi chamada de Ultrarromântica?

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