CNV - MOD 1- curso Estado

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COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NO DIA A DIA DA EDUCAÇÃO

Olá, cursista.

Seja bem-vindo (a) ao ambiente virtual de aprendizagem da Seeduc-RJ, o LabEad.


Esta plataforma é um ambiente destinado à formação continuada de pessoas
envolvidas com a educação básica.

O objetivo do curso é disseminar o método de comunicação não violenta,


desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg, a qual promove mudanças nas
relações humanas através da empatia. Iremos explorar a aplicação da Comunicação
Não Violenta (CNV) no dia a dia da educação para estimular a comunicação
objetiva, assertiva e compassiva.

Comece pelo tópico "O que esperar do curso?" para obter mais informações sobre
carga horária, cronograma, tópicos dos módulos e iniciar os estudos.

Vamos juntos nessa jornada aprender como podemos aplicar a comunicação não
violenta no ambiente de trabalho da educação pública.

Caso tenha alguma dúvida que não esteja aqui, entre em contato conosco pelo e-
mail: [email protected]

LabEaD

● http://www.ead.educacao.rj.gov.br
● Telefone : +55 (21) 2380-9109
[email protected]
MÓDULO 1

MI - Aula 1 - Comunicação é essencial para as relações humanas

O processo de trocar informações chama-se comunicação. Trata-se de um processo


social, pois os signos e regras envolvidos na emissão e interpretação das
informações dependem da troca entre pessoas. Esse processo permeia as crenças
e pensamentos de indivíduos dentro de grupos sociais.

Rosenberg apontou que as histórias são uma poderosa estratégia de transmissão


de valores de um grupo. Elas podem ser emitidas de diversas formas: fábulas,
contos, desenhos, filmes...

Ele salientou que a narrativa do herói demonstra a organização de valores,


sobretudo na cultura ocidental. Lembre-se das peças de “entretenimento” que
geralmente mostram a luta do bem contra o mal. Nelas há um herói, que é uma
pessoa essencialmente boa e está numa jornada para acabar com o mal do mundo,
trazendo paz e felicidade.

Assim, é estabelecido um processo de comparação, classificação e separação entre


aqueles que fazem o bem e aqueles que fazem o mal. Ao assumir essa narrativa,
aprendemos que as pessoas deveriam ser totalmente boas e que devemos eliminar
tudo o que é “mau”.
Esses valores estão desconexos das características humanas, pois todos
possuem aspectos positivos e negativos dentro de si. Entretanto, passamos a
vida inteira tentando fazer com que um aspecto vença o outro. Isso estimula
divisões, conflitos e fragmentações intra e interpessoais.

Apaga-se a complexidade humana e se inicia a violência.

O uso das palavras passa a ter papel crucial nas relações sociais por demarcar
quais são os valores apreciados em uma cultura. Através da linguagem (verbal e
não verbal) definimos e corrigimos o que é aceitável e o que não é.

Aprendemos a usar palavras para expressar o que está errado com o outro, ferindo
e magoando pessoas, ou seja, visando a eliminar a "maldade''. A comunicação não
violenta busca aflorar a compaixão (compreendida como natural aos seres
humanos) no processo de escutar com empatia e expressar sentimentos e
necessidades.

A comunicação não violenta se baseia em habilidades de linguagem e comunicação


que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições
adversas.

"[…] Nossas palavras, em vez de serem reações repetitivas e automáticas, tornam-


se respostas conscientes, firmemente baseadas na consciência do que estamos
percebendo, sentindo e desejando."

Marshall B. Rosenberg

Mas como aplicar a CNV no dia a dia? Como transformar o nosso jeito de falar
e ouvir as coisas? Será que existe uma fórmula?

Veja a imagem abaixo e reflita...


A comunicação é uma habilidade muito importante pois é o ato de tornar algo em
comum entre emissor e receptor aquilo que está na mente levando para a realidade
do outro aquilo que pretende que se entenda.

Dentro da comunicação temos seis elementos: emissor, receptor, mensagem,


feedback, canal de comunicação e contexto.
Organizando as ideias...

Na comunicação devemos organizar nossas ideias. Temos dois estágios de


comunicação :

a) Comunicação interna - pensamentos, autoconhecimento.

b) Comunicação externa - modo de agir, organização das ideias.

Para que haja uma comunicação de excelência é preciso:

1 - Saber o que e por que falar - ter sabedoria quando falar e saber quando se calar.

2 - Saber onde quer chegar com sua fala - objetivo final.

3 - Organizar suas ideias de forma lógica e mentalmente.

Organizando a fala...

A+B=C

A (alguma coisa aconteceu) + B (por causa disso) = C ( portanto isso)

A (Você precisa melhorar sua comunicação) +

B (não sabe organizar suas ideias) =

C (portanto você se inscreveu para o curso CNV)

Atenção! Você só conseguirá usar essa fórmula se tiver clareza do que falar. A
principal ação para começar a aplicar a CNV é a mudança de foco. O processo
se baseia em tirar o foco das atitudes e falas do outro e colocá-lo para as
necessidades. Para tanto, é preciso:

- conhecer o estilo de comunicação do outro;


- respeitar o sentimento do outro;
- perceber o outro e conquistar o respeito;
- ter leveza na comunicação;
- tentar não ser reativo, ter controle das emoções;
- vencer os medos, passar a entender seu valor;

Reflita

“Ao invés de tentar entender o que há de errado com o outro irei me questionar
sobre meus sentimentos e entender qual é a necessidade que está por trás deles.”

“As atitudes dos outros não são responsáveis pelo que sinto, mas sim, despertam
sentimentos em mim, sejam agradáveis quando minhas necessidades são
atendidas ou desagradáveis quando não.”

Mudar totalmente essa percepção e começar a ver tudo que é dito considerando as
necessidades que estão por trás das mensagens não é fácil, mas é possível, aos
poucos, diminuir conflitos e desenvolver maior empatia com os colegas de trabalho.

Com a comunicação não violenta como base dos relacionamentos no ambiente de


trabalho, aumentamos o engajamento, a cooperação, a motivação e a
produtividade, melhorando assim, o clima organizacional.

A proposta da CNV é resgatar o que está no coração (compaixão), usando como


ponte para a mudança a identificação de quais são as intenções por trás do uso das
palavras. A compaixão permite aceitar tudo o que é expresso pelas palavras sem
julgar se o que é dito é bom ou ruim.

O foco é identificar quais necessidades precisam ser atendidas naquele momento.


Logo, é um processo de conscientização sobre necessidades humanas e de
construção coletiva de estratégias para melhorar a vida.
Para finalizar a aula 1, responda:

Compreender a comunicação humana é essencial para CNV.


Verdadeiro
Falso

Saiba Mais

* Para ter mais uma visão sobre a comunicação não violenta, ouça o podcast
Comunicação Não Violenta (CNV) com Dominic Barter.
https://zenklub.com.br/blog/podcast/cnv/

Comunicação Não violenta- podcast

● O que importa é o significado do que eu quero te passar.


● O que importa é o quero dizer e não o que eu digo
● Aumentar o máximo o ouvido para ouvir
● Expressar sentimentos sobre aquilo que eu exijo, mas não chegar exigindo
mesmo estando com a ‘razão”, o pedido a partir de uma explicação de um
estado emocional meu.
● O que eu preciso fazer para que o outro me compreenda, compreenda o
sentido do que quero dizer
● Qual seria a forma mais fácil de as pessoas me compreenderem
● Checar a informação que recebi: “foi isso que você quis dizer?”
● Coexistência e conexão: respeito (rever novamente, reencontrar novamente)
● O que há de comum entre a gente?

(Artigo)

Comunicação Não-Violenta (CNV) com Dominic Barter

20 outubro, 2020
Dominic Barter nasceu na Inglaterra e em 1992 veio ao Brasil pela primeira vez, e
acabou percebendo terríveis abismos de entendimento entre diferentes grupos
sociais onde morou, no Rio de Janeiro. A partir de então, começou a estudar os
conflitos e a justiça restaurativa através da comunicação, começando então a
promover oficialmente a Comunicação Não-Violenta (CNV) no país em meados de
2003.

Em um convite para falar ao nosso podcast, o Zencast, Dominic deu uma aula sobre
o assunto, mostrando as diferentes e inúmeras facetas da abordagem, dentre:
autoconhecimento, relacionamentos, empatia, conflitos e redução de conflitos, a
comunicação em si e conexão.

Para saber um pouco mais do que foi discutido neste episódio, continue a leitura.
Mas não deixe de entender mais profundamente sobre este assunto tão rico em
nosso artigo completo de CNV.

Pra quê serve a Comunicação Não-Violenta (CNV)?

A Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma metodologia comunicacional


desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg e é voltada para aprimorar os
relacionamentos interpessoais. Quando falamos de “não-violência”, trata-se de falar
e agir com atitudes positivas em lugar das negativas que nos dominam.

Ela não serve somente para reduzir conflitos, pois a CNV reconhece a importância
das discordâncias. Então, é usada principalmente para criar um terreno em comum
com nossos interlocutores, deixando que os relacionamentos tornem-se mais
prazerosos e a comunicação mais profunda.

Em resumo, a CNV é baseada em 4 pilares:


● Observação (em vez de julgamento)
● Sentimentos (em vez de avaliações)
● Necessidades (em vez de estratégias)
● Pedidos (em vez de ordens)
Para ilustrar as tantas camadas da metodologia, Dominic explica:

“O que faz com que pessoas tão diferentes, de criações, credos, países e idiomas
diferentes, se conectem? Todas as diferenças que nos marcam – e são muito
importantes – será que elas podem coexistir com o reconhecimento da nossa
humanidade partilhada? Esse algo fundamental que nos liga?”

A CNV promove conexões

Quando falamos de conexão, estamos falando da qualidade de relação, que se


baseia em escuta e ter certeza de que compreendemos e nos importamos com a
fala do outro.

Não é preciso ser melhor amigo, ser íntimo ou falar sobre coisas profundas.
Conexão é o mínimo que precisamos para construirmos interações inteligentes, que
nos conduzem a caminhos de resultados positivos para, literalmente, todos. Faltam-
nos experiências que mostrem que as diferenças são de fato relevantes.

Segundo ele, “A CNV estuda como lidar com isso, para que a gente não confunda
que pra estar junto com todo mundo, é preciso que todos concordem e partilhem da
mesma opinião. E não é assim na prática.”

Escutar pode transformar a sua comunicação

No episódio, Dominic ressalta muito a importância da escuta ativa na CNV, seja pra
gente mesmo, ou para o outro. Quando escutamos a nós mesmos com a mesma
empatia a que damos a familiares e colegas, ouvimos também necessidades
subjacentes. Em debates reais e significativos, a fala serve à escuta.

E, partindo do mesmo princípio, quanto mais escutamos o outro, mais eles nos
escutarão, vivemos em um ciclo virtuoso. Quando perdemos esse poder de escuta
ativa, ou seja, de ouvir estando presente e consciente com outro, é preocupante,
pois a escuta é nosso acesso à compreensão.
“Quando escutamos os sentimentos e necessidades da outra pessoa,
reconhecemos nossa humanidade em comum.” – Marshall Rosemberg
Uma Comunicação Não-Violenta (CNV) visa eliminar uma linguagem acusatória, de
julgamento e rotulação. Um dos primeiros componentes da CNV acarreta
necessariamente separar observação de avaliação, já que quando combinamos as
duas, os outros tendem a receber isso como crítica e resistir ao que dizemos.

Quando palavras totalitárias como “nunca” e “sempre” são usadas como exagero de
linguagem, por exemplo, é comum que elas provoquem uma não-compaixão e
reações defensivas. Nesses casos, pratique traduzir cada julgamento numa
necessidade, que é sua, e não foi atendida.

Ele explica:

“Na minha fala, eu tenho que me preocupar com as palavras em um sentido para
aumentar ao máximo a capacidade do ouvido da outra pessoa, de me ouvir. Mas o
ouvido do outro também precisa exercitar a capacidade de ouvir de forma ativa e
profunda.
É pensar: o que eu preciso fazer ao meu alcance para que o outro me compreenda?
E o que eu preciso fazer para entender o outro independentemente de como ela se
expressa?”
A Comunicação Não-Violenta vai além da linguagem. Ela nos convida a olhar para
dentro e, aos poucos, sair da reação para a ação consciente diante das
situações que a vida nos apresenta. Essa é parte da grandeza e simplicidade da
Comunicação Não-Violenta. Não deixe de escutar o episódio para começar a aplicar
a CNV na sua vida!

Convidado
Dominic Barter/ Pioneiro e especialista em CNV no Brasil, ainda na década de 90.
Foi colega pessoal de Marshall Rosenberg, precursor na técnica.

MI - Aula 2 - Conflito e violência

Conflitos fazem parte da convivência humana. Algumas formas de comunicação


bloqueiam o estado natural compassivo, configurando o que Rosenberg classificou
como comunicação alienante da vida. São eles: julgamentos moralizadores,
comparações e negação de responsabilidade.

Antes de explorar esses conceitos, leia o diálogo abaixo.


Provavelmente, você já vivenciou algo parecido ou já escutou um relato desse. O
diálogo expõe uma situação considerada típica em relacionamentos, portanto,
muitas pessoas o classificariam como um evento sem violência, normal.

A violência nas relações se apresenta de diversas formas. Ainda há uma parcela


grande da população que acredita que episódios violentos envolvem agressão física
ou gritos. A intenção de ferir, magoar ou atribuir culpa já faz parte do que se
compreende como violência na CNV, pois uma interação com essas
características não promove a entrega de uma mensagem pelo coração, ou seja,
não entrega (com)paixão.

Portanto, a “comunicação alienante da vida” contribui para o comportamento


violento. Vamos explorar esses obstáculos para a comunicação.

Julgamentos moralizadores pressupõem classificação e dicotomização de


pessoas e seus atos. Quem não age de acordo com os valores daquele que julga é
visto como errado. Assim, haveria comportamentos/sentimentos/pensamentos
certos ou errados, bons ou maus, normais ou anormais. Expectativas pré-
determinadas passam a ser os parâmetros para julgar comportamentos em vez de
se promover a criação conjunta do que fere ou não os demais.

Já a responsabilidade pessoal requer consciência dos pensamentos, sentimentos e


comportamentos. Uma comunicação alienante nega responsabilidade sobre os
próprios atos, atribuindo-os a condições externas. No caso ilustrado, a mulher que
usou os chinelos não abriu diálogo para entender do que sua amiga necessitava.
Ela construiu respostas defensivas e não assumiu que, de fato, usou um objeto que
não era seu.

Vamos reler o diálogo do quadrinho e analisar os elementos da comunicação


alienante da vida. Releia a imagem e responda a atividade a seguir.
Utilizando os passos da CNV, as amigas do diálogo identificariam quais são as
necessidades por trás das palavras. Vamos aprender mais sobre isso no próximo
módulo. Por enquanto, reflita sobre o modo violento que usamos para nos
comunicar e como o reproduzimos nas mais diversas interações sociais.

Sobre a negação de responsabilidade, Rosenberg (2006) apresenta uma lista de


justificativas que as pessoas usam para se eximir das responsabilidades.

Clique nas frases abaixo e veja os exemplos de justificativas utilizadas pelas


pessoas para se eximirem das responsabilidades, de acordo com a teoria de
Rosenberg(2006).
● Forças vagas e impessoais
● Nossa condição, diagnóstico, histórico pessoal ou psicológico
● Ações dos outros
● Ordens de autoridades
● Pressão do grupo
● Políticas, regras e regulamentos institucionais
● Papéis determinados pelo gênero, idade e posição social
● Impulsos incontroláveis

Vamos exercitar a identificação de atribuições para fuga da responsabilidade?

Selecione a atribuição correta para cada frase arrastando-as aos campos corretos.

“Gritei com ela porque ela me provocou.” Ações dos outros.


“Evitei falar com ela porque todos que conheço a evitam.” Pressão do grupo.
“Menti para minha irmã porque minha mãe pediu.” Ordens de autoridades.
“Tenho que aplicar a advertência, pois é a lei.” Políticas, regras e regulamentos
institucionais.
“Preciso verificar se a casa está arrumada, pois sou a mãe.” Papéis determinados
pelo gênero, idade e posição social.
“Cheguei atrasada porque me distraí.” Forças vagas e impessoais.
“Grito com as pessoas porque fui criado assim”. Nossa condição, diagnóstico,
histórico pessoal ou psicológico.
“Fui tomado por uma vontade de rir na cara dela.” Impulsos incontroláveis.

Sobre as comparações, elas são ancoradas no julgamento pessoal daquele


que observa, logo a sua própria visão de mundo torna-se o parâmetro do que é
correto. Objetos, pessoas ou situações vão sendo classificados como “certos” ou
“errado” ao longo da vida, promovendo um ciclo de julgamento moral. Não há
acolhimento das falhas ou dos equívocos.
A comparação é uma forma de minar a autoestima dos seres humanos e,
infelizmente, é um tipo de comunicação alienante da vida muito utilizada no dia a
dia.
Vamos refletir sobre isso? Abaixo, temos uma atividade de reflexão que
poderá nos ajudar.
Nessa atividade você precisa apenas refletir, observando suas percepções sobre os
questionamentos propostos. Vamos lá?

Você se compara com outras pessoas?


Muito!

Com quem você mais se compara?

Praticamente com todos! Mas acho que existe um padrão de pessoas com quem me
comparo, geralmente são amigas jovens ou mulheres jovens que são ou que
parecem estar bem no seu “trabalho” ou sendo melhor remunerada que eu na
mesma profissão. E livres dos pensamentos alheios, livres para se mostrarem como
são.

Por que essa pessoa é uma referência? O que ela faz?

Geralmente, crio a ilusão de que ela seja mais feliz na profissão, pois tenho
frustração com o trabalho. Ou geralmente essa pessoa é mais feliz do que eu no
trabalho, ou em realizar algo. Pessoas que não tem medo de se mostrarem não da
forma perfeita.
MI - Aula 3 - O que é autenticidade na CNV?

Vamos iniciar essa reflexão entendendo qual o conceito de autêntico?

au-tên-ti-co

adj.

1.Cuja autoria é ratificada.

2. De origem comprovada.

3. Diz-se de qualquer documento digno de fé ou confiança, fidedigno, legítimo.

4. (JUR) revestido de formalidades legais; certificado por testemunho público e


solene.

5. Que tem validade, autoridade.

6. Que não é falso ou imitativo; original.

7. Que é incontestável: narração autêntica.

8. Diz-se do indivíduo que se assume tal qual é, que se apresenta socialmente sem
falsidade ou de forma a dissimular sua verdadeira identidade.

9. Do próprio punho da pessoa: assinatura autêntica.

10. Que imita ou copia fielmente; que se produziu em fiel conformidade com o
original: A aparência de sua nova casa era a de um autêntico castelo alemão.

11. (MÚS) Diz-se de quatro dos oito tons do cantochão.


Atualmente, confunde-se autenticidade com expressão exata do que se
pensa. Uma pessoa verdadeira seria aquela que fala a verdade mesmo que isso
machuque o outro. Entretanto, a CNV aponta que o uso das palavras na nossa
sociedade é voltado para o domínio, para subjugar e para machucar. Utilizar essa
forma de comunicação bloqueia a compaixão.

A comunicação não-violenta estimula a expressão daquilo que está vivo na


pessoa, ou seja, o que ocupa a consciência no tempo presente. Assim, a
autenticidade nesse contexto significa “conferir com o original”.

Uma pessoa autêntica consegue se expressar de forma verdadeira no mundo, ou


seja, ela coloca em palavras ou expressões seus sentimentos, pensamentos ou
emoções. A pessoa autêntica reconhece o que está dentro dela, é honesta
consigo e reconhece seus limites e seu potencial.

O praticante de comunicação não violenta muda a forma de enxergar o mundo.


Assim, apresentar a verdadeira identidade (ser autêntico) é colocar-se vulnerável
ao outro, mostrando as fragilidades, as dúvidas e as habilidades. A pessoa
autêntica caminha para a construção de uma realidade com o outro, em
conjunto.

Na interação com o outro, a expressão autêntica abre espaço para o diálogo,


portanto as críticas e os julgamentos não têm vez. Isso não quer dizer que a
interação estará sempre voltada para o elogio ou para os aspectos positivos.
Trata-se de entrar em contato com os sentimentos e identificar necessidades.

Autenticidade na CNV, portanto, é a forma de a pessoa se mostrar no mundo,


removendo máscaras e expressando sua essência.
MI - Aula 4 - Explorando a empatia

A comunicação não violenta explora os processos de escuta empática e de


comunicação de pedidos que facilitem a vida. Ultimamente, o termo empatia tem
sido usado com frequência, considerando os desafios que a humanidade vem
enfrentando.

A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, percebendo e


sentindo através dos olhos do outro. Para isso, é necessário se conectar com
os significados que o outro atribui às coisas.

Os estudos sobre empatia se aprofundaram a partir dos achados de inteligência


emocional, sendo um de seus pilares. Daniel Goleman desenvolveu a teoria sobre
inteligência emocional, que será explorada no módulo 3.

Para Goleman (2012), há três tipos de empatia. O primeiro é cognitivo, no qual as


pessoas conseguem compreender a perspectiva do outro. Em seguida, a empatia
emocional é associada às pessoas que normalmente são bons conselheiros,
professores, gestores e líderes. Ela é a capacidade de sentir o que o outro sente.
Por fim, a preocupação empática é a capacidade de sentir o que o outro precisa e
se dispor para ajudá-lo.

https://www.revistatracos.com/tra%C3%A7os-rj
A empatia pode ser praticada e aprimorada, porém isso só ocorre através do
diálogo. É urgente (re)criar redes de aprofundamento das conexões
interpessoais. O diálogo e aprofundamento da conexão também devem ser
internos, já que a CNV proporciona uma jornada pelo autoconhecimento. A CNV
convida ao desapego dos julgamentos morais, pois não há certo ou errado. O
trabalho é conectar-se aos sentimentos, compreender as necessidades e construir
formas para transformar a vida. Tudo isso através da comunicação.

A empatia, como parte da inteligência emocional, portanto, é de extrema


importância para a comunicação. Assista ao trecho do filme Coach Carter - treino
para a vida, o qual mostra como a empatia é um sentimento que influencia
diretamente nas relações entre pessoas. https://www.youtube.com/watch?
v=Jlj39r5Gjg0&feature=youtu.be

As ações das personagens do filme também ilustram como as pessoas podem ser
colaborativas ao se colocarem no lugar do outro e, além disso, estarem disponíveis
para ajudar.

Rosenberg descreveu os passos para oferecer a empatia. Ele salienta que o


processo não precisa ser mecânico, e sim seguir o fluxo da conexão. Nem sempre
as etapas seguirão a ordem descrita por ele.

1. estar presente

2. colocar a atenção nos sentimentos e necessidades do outro


3. estar com o outro até que emita sinais

4. checar se não há mais nada

5. pedido pós-empático

Logo, a empatia ocorre quando a atenção está voltada às necessidades das


pessoas. Estar presente é perceber o que se manifesta naquele momento,
despindo-se de concepções sobre eventos passados ou possibilidades futuras.

Vale salientar que o ser humano está muito focado em tentar resolver problemas ou
oferecer soluções, no entanto, devemos estar abertos para a escuta e, sobretudo,
checar se o outro está pedindo alguma ação sua ou se apenas deseja ser ouvido.

Você conhece a técnica japonesa Kintsugi?

Utilizada em restaurações, é uma técnica artesanal para reparar cerâmicas


quebradas. Ela nos ensina a valorizar as imperfeições, pois podem ser reparadas; e
aceitar o desgaste das coisas ao longo do tempo.

Assim, aprendemos a aceitar cicatrizes e imperfeições ao expor a nova condição de


beleza do que foi reparado. A empatia ajuda a renovar a percepção das pessoas.
● CNV em Rede
● Instituto CNV Brasil
● Playlist: Comunicação Não Violenta: Workshop por Marshall Rosenberg
● Playlist: CNV para além da técnica. Canal do Lucas Alves - O espaço

MI - Atividade final do módulo: reflita e interaja

Olá, cursista!

O módulo 1 apresentou conceitos importantes que ancoram o método e as técnicas


da comunicação não violenta. Ao estudar as bases da CNV, você inicia o processo
de mudança na forma de enxergar e interpretar o comportamento humano.

Acreditamos que esses conceitos devem ser conhecidos antes de apresentar o


passo a passo da CNV. Somente quando reconhecemos e aceitamos que somos
capazes de violência é que podemos mudar.

Esse é um vídeo interativo para reflexão sobre a agressividade, passividade


e assertividade nas relações interpessoais. Ao longo do vídeo, você responderá a 4
questões e, ao final, clique em "submeter respostas" para finalizar e prosseguir ao
módulo 2.

Boa atividade!

Ao finalizar a atividade, clique no botão Avançar >> e, caso deseje retornar a


aula anterior, clique em << Voltar

Qualquer dúvida, entre em contato conosco pelo


[email protected].

Podcasts:
● O que quero cuidar quando escolho conflitar ou não?
● Desapegar das soluções
● https://youtu.be/rd1mCZVNnxE
● https://youtu.be/rd1mCZVNnxE

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