O Brasil e A Asia No Seculo XXI - Ler Cap Altemani
O Brasil e A Asia No Seculo XXI - Ler Cap Altemani
O Brasil e A Asia No Seculo XXI - Ler Cap Altemani
Seminário Internacional
realizado em Brasília-DF
nos dias 7 e 8 de junho de 2001
Edmundo S. Fujita
Organizador
Revisão
Rodrigo Nunes Valadares
Editoração Eletrônica
Isnaldo Martins
ISBN 85-7631-007-4
CDU: 327(81:5)
Apresentação ................................................................................. 09
Pronunciamento de encerramento do
Embaixador Bernardo Pericás Neto............................................. 239
ANEXO
Seminário Brasil-Oceania: Novos Horizontes.............................. 247
Edmundo S. Fujita
Diretor do Departamento da Asia e Oceania
Ministério das Relações Exteriores
Senhoras e Senhores,
É com grande satisfação e, ao mesmo tempo, com um senti-
mento de expectativa intelectual que presido à abertura deste Seminá-
rio. Julgo extremamente bem-vinda esta oportunidade para uma refle-
xão conjunta entre participantes brasileiros e asiáticos acerca das pers-
pectivas do relacionamento entre o Brasil e a Ásia no novo século que
se abre. Como dois espaços geoeconômicos e culturais de grande dina-
mismo no mundo atual, temos muitas experiências a trocar e muita
sinergia a compartilhar. Tenho a certeza de que este seminário consti-
tuirá fértil incubadora para identificação dos desafios e oportunidades
que se colocam para nossas sociedades na era da globalização, assim
como para a proposição de criativas estratégias de cooperação entre
nós.
No final do século XIX, o Governo brasileiro passa a entrar em
relações formais com Estados asiáticos. Assim, em 1880, o Brasil fir-
ma acordo de intercâmbio comercial com o império chinês e, em 1895,
assina o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação com o Japão.
Treze anos depois, em 1908, tem início a corrente imigratória regular
de colonos japoneses para as lavouras cafeeiras de São Paulo. Con-
quanto não seja o caso de me deter sobre esse ponto neste momento, a
contribuição desses imigrantes e seus descendentes à sociedade brasi-
leira constitui um marcante capítulo da formação histórica do nosso
País. Seguiram-se, posteriormente, não menos importantes contribui-
ções da imigração chinesa e coreana, ajudando a compor o que se tor-
nou conhecido como o “cadinho de raças” brasileiro, integrado pelas
mais diversas etnias e nacionalidades de origem.
Do ponto de vista da política externa brasileira, a Ásia se apre-
senta como uma das frentes mais promissoras de atuação diplomática
* À época Ministro de Estado das Relações Exteriores.
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GLOBALIZAÇÃO E INTER-REGIONALIZAÇÃO:
PERSPECTIVAS MULTIDIMENSIONAIS ENTRE A
AMÉRICA LATINA E A ÁSIA
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26
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1. Introdução
29
2. Da crise ao regionalismo
30
31
3
WAH, Chin Kin. “Japan as a Greater Power”. IN: CHEE, Chan Heng. The New Asia-Pacific
Order. Singapore, Institute of Southeast Asian Studies,1997: 108-130.
32
33
4
CHING, Frank. “An Emerging East Asia”. Far Eastern Economic Review, 162 (50): 36, December
16, 1999.
34
35
7
SAKER, Neil. “The Foundations of Stability”. Far Eastern Economic Review, 164 (20): 55, May
24, 2001.
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39
40
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44
6. Conclusão
45
Referências Bibliográficas
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Lee Jae-Seung*
Introdução
49
50
51
52
10
A APEC apoiou as políticas de liberalismo econômico que os EUA advogaram nos anos 80
e 90.
11
Os países latino-americanos tiveram experiências anteriores de cooperação regional como
a criação da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) nos anos 60 e a
Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) nos anos 80. Entretanto, a instabilidade
política de muitos dos países-membros e a crise da dívida levaram a resultados pouco positivos.
12
Não observamos na América Latina, entretanto, uma progressão unilinear ou um processo
central de integração, mas antes um processo de multiplicação de acordos bilaterais ou
multilaterais que se sobrepunham, em que um impasse em um esquema de integração levava,
em geral, à criação de um novo esquema (Klaveren, 1993, 118).
54
Por exemplo, o Brasil alcançou um acordo com a CAN inicialmente sem seus parceiros do
13
Mercosul.
55
14
O Presidente Cardoso propôs a “Pequena Maastricht” durante a XVI Cúpula do Mercosul,
em junho de 1999. Foi também proposto um grupo “ad hoc” para coordenar políticas
macroeconômicas.
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18
O Brasil tem tido preferência inquestionável pela integração subregional, em contraste com
a iniciativa hemisférica, liderada pelos EUA.
60
A ALCA pode ser vista como uma exceção quando a integração em curso se completar em
19
2005.
20
A integração profunda envolve a harmonização de políticas enquanto a integração superficial
acompanha principalmente a retirada de medidas nacionais de discriminação.
61
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21
Questões de segurança incluem a não-proliferação nuclear, proibição de armas químicas e
biológicas, controle de redução de armas convencionais.
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Li Mingde*
Perspectiva histórica
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1. Relações políticas
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4. Contatos culturais
78
5. Problemas
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83
Referências bibliográficas
84
Atsushi Kubota*
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88
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90
Brian Bridges*
91
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95
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Jaime Spitzcovsky*
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Kuniko Inoguchi*
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Tisuka Yamazaki*
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Dang Huu*
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Gautam Soni*
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Gilson Schwartz*
*
Professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).
1
Apresentada no módulo “Cooperação para o Amanhã – fronteiras e veredas da Ciência e
Tecnologia” do Seminário Brasil-Ásia, promovido pelo Departamento de Ásia e Oceania do
Ministério de Relações Exteriores, 7 e 8 de junho, 2001. Esta breve nota tem como objetivo
estimular o debate sobre perspectivas de cooperação, adotando portanto um estilo informal e
abrindo mão do esforço, que é hoje imperativo, de buscar um maior detalhamento das oportu-
nidades de cooperação por setor econômico ou área de interesse.
2
Canuto, O. (2001, 5 de junho, jornal Valor Econômico), Placas tectônicas em movimento na Ásia.
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160
161
162
4
Cf. Murakami, T., Fujinuma, A. (2000), Ubiquitous Networking: Towards a New Paradigm,
Nomura Research Institute.
5
É crucial, nesse campo, o desenvolvimento destacado do Brasil nas aplicações de monitoramento
ambiental, outro espaço com grande potencial de cooperação com países asiáticos, em especial
e novamente com a China (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), como já vem
ocorrendo nos últimos anos. O tema do “uso dual” é nesse caso especialmente relevante.
Recentemente, por exemplo, a Embrapa produziu mapas em formato digital do Timor Leste,
solicitados pelas Nações Unidas como referência aos militares e policiais civis brasileiros que
atuam naquele país. Cf. Via Satélite, informativo da Embrapa, em http://
www.cnpm.embrapa.br/vs/vs2001.html.
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170
Charles Tang*
Introdução
*
Presidente da Câmara de Comércio Brasil-China.
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184
Masato Ninomiya*
1.Introdução
185
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10
Sobre a relação comercial Brasil-Japão, verifique UEHARA (1995).
11
Dentre os projetos que foram objeto de acordo de financiamento entre o Brasil e entidades
japonesas assinados em 1996 estão: 1) com JEXIM (Japan Export-Import Bank), para o trem
urbano de Fortaleza, a rodovia São Paulo-Curitiba-Florianópolis, o gerenciamento, moderniza-
ção e ampliação da malha rodoviária do Estado de Tocantins e o financiamento para o BNDES;
e 2) com a OCDE, para a despoluição da Baía de Todos os Santos e a construção de usinas
eólicas no Estado do Ceará. Estão pendentes de assinatura, embora já negociados, os projetos
de saneamento básico para os Estados de Santa Catarina e Paraná. Nova lista de projetos foi
avaliada em 1997: Pró-água (US$148 milhões); Programa Nacional de Agricultura Familiar
(US$360 milhões); Projeto Caatinga (US$82,7 milhões); recuperação da Baixada de Jacarepaguá
(US$186,8 milhões); recuperação da Bacia da Pampulha (US$65,6 milhões); e PRODECER-
III Expansão (US$510 milhões). Encerraram-se, em julho, as negociações sobre os seguintes
projetos com o JEXIM: transporte multimodal do Corredor Centro-Norte (COFIEX); Progra-
ma de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (FINEP); Eletrificação Rural para o Estado
do Tocantins; Rodovia Fernão Dias; e Interligação dos Sistemas Elétricos entre Norte e Sul. A
OECF manifestou a possibilidade de financiar projetos incluídos no Master Plan de redução das
emissões de CO2, aprovado na Conferência de Kyoto, o que abre opções de financiamento ao
Brasil para projetos de transporte de massa em regiões de grande concentração populacional,
entre outras possibilidades. O COFIEX atribuiu prioridade ao projeto PRODECER-III Ex-
pansão. Continua em estudo a questão do endividamento dos agricultores envolvidos no
PRODECER-II e III piloto, de cujo equacionamento depende o volume de investimentos em
agribusiness (PRODECER-III – Expansão e Fruticultura Irrigada). Consulte http://
www2.mre.gov.br/dao/japão.html.
187
12
Verifique SAITO (1961); KOJIMA (1991).
13
Verifique LOBO (1932); SCHADEN (1956); CARDOSO (1959); SAITO & MAEYAMA
(1973).
14
Verifique interessante estudo genético e antropológico de imigrantes japoneses e seus descen-
dentes não-miscigenados em BEILGUELMAN (1962)
15
Vide SHIMA (1995).
188
16
Jornal Folha de São Paulo, 15 de abril de 2001, p. C7.
17
Vide CARDOSO (1998).
18
“Diante da vitória dos comunistas na China e do rastilho de movimentos de guerrilhas nas
colônias européias do Sudeste Asiático, os Estados Unidos abandonaram na passagem dos anos
40 para os 50 a política de dissolução das velhas estruturas econômicas do Japão, posta em
prática nos primeiros anos da ocupação militar, e lançaram-se à criação de uma esfera de
comércio Japão-Sudeste-Asiático. Considerável influência política e expressivos volumes de
ajuda econômica e militar foram empregados pelos Estados Unidos para fazer do Japão a
“oficina natural do Oriente”, entrosada com os países do Sudeste Asiático, aos quais foi atribu-
ída a função de fornecedores de matérias-primas industriais e alimentares para o Japão e de
absorvedores das manufaturas de baixa e média tecnologia que a indústria japonesa pudesse
produzir.” Vide OLIVEIRA (1995), p. 142.
189
19
Sobre a imigração japonesa nas Américas, consulte Projeto Internacional de Pesquisas sobre
as Comunidades Nikkei (www.inrp.org), coordenado pelo The Japanese American Museum que
em seu primeiro ano contou com a participação de 15 estudiosos de 7 países (Argentina, Brasil,
Canadá, Japão, México, Estados Unidos e Peru) Especificamente sobre a imigração no Peru,
consulte AMINO (2000); MORIMOTO (1979), (1991).
190
20
Vide BABA (1993).
21
Vide SHIMADA (1994).
22
Vide ISHIGAKI (1992), p. 23-24.
191
23
Op.cit.
24
Vide UKAWA (1996), p. 17.
192
193
26
Vide BORNSTEIN (1995), P. 65-67; MORI (no prelo)
194
27
Para ilustrar a situação, tomemos o caso dos imigrantes ilegais de El Salvador nos Estados
Unidos. Desde que dois terremotos devastaram o país no início do ano, os salvadorenhos
receberam direitos especiais de permanência no país. Tanto o governo americano, quanto o
salvadorenho acham que é melhor encorajar a recuperação permitindo que os mais de 1 milhão
de salvadorenhos que estão nos EUA trabalhem e enviem dinheiro para suas famílias do que
gastar recursos públicos provenientes de impostos com assistência governamental. Estima-se
que 11 milhões de imigrantes ilegais estejam espalhados pelos EUA. Para a América Central
como um todo, essas remessas de dinheiro, (quase todas dos EUA) têm crescido 26% ao ano e
totalizavam US$ 8 bilhões em 2000, segundo o Inter-American Dialogue, um instituto de
estudos sediado em Washington. Em todo o mundo, aproximadamente US$ 100 bilhões são
enviados para casa desta maneira a cada ano, muito mais que o total gasto com ajuda. Vide
http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/materia.asp?id=557157.
28
Verifique REIS (no prelo).
29
Verifique SCHWARTZ (1992).
195
30
De acordo com o Sebrae, caso o ranking da balança comercial brasileiro seja unido ao de
serviços, os dekasseguis só perdem para o complexo soja, que exporta US$4 bilhões anuais. Vide
Revista Dinheiro (27/09/2000).
31
Vide REIS (no prelo); MORI (no prelo) .
196
197
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Referências Bibliográficas
199
200
201
202
203
204
Masuo Nishibayashi*
Introdução
*
Vice-Diretor Geral do Departamento de América Latina e Caribe do Ministério dos Negó-
cios Estrangeiros do Japão.
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213
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1908 ~ 09 803
1910 ~ 15 14,243
1916 ~ 20 13,576
1921 ~ 25 11,349
1926 ~ 30 69,564
1931 ~ 35 72,661
1936 ~ 40 15,473
1941 ~ 42 2,841
1908 ~ 42 Total: 188,985
1945 ~ 50 10
1951 ~ 55 12,239
1956 ~ 60 32,316
1961 ~ 65 9,526
1966 ~ 70 3,012
1971 ~ 75 4,879
1976 ~ 80 3,454
1981 ~ 85 1,554
1986 ~ 89 1,882
1945 ~ 89 Total: 71,372
216
217
Pracha Guna-Kasem*
219
220
221
222
223
224
Tawfiq-e-Elahi Chowdhury*
225
226
227
228
229
Yves Madeira*
231
232
233
234
235
236
237
239
240
241
Módulo 1
Palestrantes:
Módulo 2
Palestrantes:
Palestrantes:
Módulo 4
Pelestrantes:
244
SEMINÁRIO BRASIL-OCEANIA:
NOVOS HORIZONTES
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248
249
Introdução
Considero bem-vinda a oportunidade de reafirmar nosso em-
penho conjunto em manter e intensificar os laços internacionais de
importância vital para nossos países no século XXI. Valorizo, especi-
almente, o fato de poder fazê-lo, em conjunto com nosso amigo e co-
laborador mais próximo, a Austrália. É igualmente bem-vinda a oca-
sião de contar-lhes um pouco do que acontece na Nova Zelândia.
A Austrália e a Nova Zelândia têm gozado de uma longa e
próxima relação. Compartilhamos uma história e temos origens cultu-
rais semelhantes. Capitalizamos sobre esses fatos ao trabalhar bilate-
ralmente, de maneira muito próxima, especialmente no âmbito do
Acordo de Aproximação Econômica (CER). A “Australia-New Zeland
Closer Economic Relationship” (ANZCER) é um acordo de livre co-
mércio de muito sucesso, que excedeu as expectativas. Gozando de
livre comércio em bens e serviços, o comércio entre a Nova Zelândia
e a Austrália quintuplicou. Atualmente, continuamos a tratar das bar-
reiras internas ao comércio, inclusive por meio de harmonização dos
regulamentos, a fim de levar a Nova Zelândia e a Austrália a uma
integração econômica ainda mais próxima. Com o CER não se trata
somente de comércio bilateral – trata-se, igualmente, de juntar-se à
Austrália para perseguir, internacionalmente, nossos muitos interesses
comerciais e econômicos.
Cooperamos, igualmente, muito estreitamente, em matéria de
segurança em nossa região, em Bougainville, Ilhas Salomão e Timor
Leste, onde nossos contingentes de operação de paz servem lado a
lado. Até mesmo ao estabelecer nossa Embaixada em Brasília, traba-
lhamos juntos – aqueles que estiveram presentes na cerimônia de inau-
guração da Embaixada, hoje de manhã, talvez tenham reconhecido o
lugar como tendo sido australiano anteriormente.
251
Cenário Internacional
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A Reação Neozelandesa
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267
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Introdução
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273
274
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276
277
278
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Introdução
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283
284
285
286
287
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289
Conclusão
290
Senhoras e Senhores,
291
292
293
Módulo Austrália
295
296