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Os Processos Psicossociais da Exclusão


É um fenômeno complexo que atravessa as elações interpessoais e intergrupais, se
manifestando de diversas formas na sociedade.
 Jodelet – explora os mecanismos psicossociais implícitos à exclusão oferecendo uma
perspectiva única sobre como indivíduos e grupos se tornam agentes ou vítimas desse
processo.
A exclusão é polissêmica, ou seja, é complexa e multifacetada, compreende
fenômenos variados.

A Polissemia da Exclusão
Segregação Marginalização Discriminação
Se manifesta através do Mantém indivíduos à margem Envolve o fechamento de
afastamento físico ou social, da sociedade, negando-lhes acessos a recursos,
criando barreiras entre grupos, participação plena em oportunidades ou status,
podendo ser observada em instituições sociais, observada em práticas de
comunidades afastadas, econômicas ou políticas. contratação tendenciosas,
escolas exclusivas ou negação de serviços ou
ambientes de trabalhos restrições baseadas em
isolados características pessoais

A exclusão é dialética, ou seja, é um processo sutil, pois só existe exclusão em relação


a inclusão.
 a sociedade exclui para incluir
 a grande maioria da humanidade está inserida através da insuficiência e das
provações, que se desdobram para fora do econômico
 os excluídos estão ligados a sociedade no processo de manutenção da ordem social
 a exclusão é combatida, pois é um produto do funcionamento do sistema

A Psicologia Social e o Estudo da Exclusão


Identificação de Categorias Análise de Construções Desenvolvimento de
Sociais Modelos Teóricos
A Psicologia Social investiga Pesquisadores buscam Propõe modelos teóricos
como certos grupos são compreender mecanismos centrados nos conceitos
categorizados como “a parte” pelos quais essas categorias de preconceiti e
na sociedade, examinando os são construídas e mantidas, estereótipo, fornecendo
processos cognitivos e sociais explorando fatores históricos, uma estrutura para
envolvidos nessas distinção. culturais e psicológicos. análise e intervenção.
Preconceito e Estereótipo: Conceitos interligados

Definição de preconceito: julgamento formado sem exame prévio, podendo ser


positivo ou negativo.

Natureza do estereótipo: explicado numa perspectiva sócio-cognitivista, são


estruturas cognitivas que representam o conhecimento generalizado sobre grupos ou
categorias sociais, simplificam a complexidade social, mas podem levar a percepções
distorcidas.

interações entre conceitos: preconceitos e estereótipos estão essencialmente


ligados, formam a base cognitiva para o desenvolvimento de preconceitos, influenciando
atitudes e comportamentos discriminatórios. Se alimentam do discurso social e sua
retórica para servir às forças de poder na regulação das relações entre grupos que se
confrontam em situações sociais e políticas concretas.

Discurso Social Forças de Poder Relações entre Grupos


A linguagem usada molda a Usam do discurso social para Os estereótipos e preconceitos
percepção sobre grupos e controlar e manipular as relações criam um sistema de hierarquia
influência a forma como as entre os grupos, muitas vezes entre os grupos, moldando as
pessoas pensam e interagem para manter o poder e a relações sociais e políticas.
uma com as outras. influência.

Aprofundando o Conceito de Preconceito


Formação do Manifestação Impacto Abordagem na
Preconceito Comportamental Social Psico. Social
Se desenvolve através Pessoas preconceituosas Pode levar a Focam em atitudes
de experiências podem exibir comportamentos exclusão social, negativas, estudando
pessoais, influências ofensivos baseados em crenças afetando a vida suas origens,
culturais e sociais. negativas sobre certos grupos, dos grupos manifestações e
justificando suas atitudes pela alvos. estratégias de redução.
crença de que os grupos são
uma espécie de ameaça para
seus valores ligados à sua
crença.

Compreendendo os Estereótipos
Função Cognitiva Formação e Impacto nas Desafios na
Manutenção Interações Sociais Desconstrução
Servem como atalhos Formados através de Podem levar a Desconstruí-los requer
mentais, permitindo que experiências diretas, tratamentos uniformes exposição a
as pessoas processem mídia, educação e e expectativas informações contra-
rapidamente transmissão cultural, padronizadas, estereotípicas e
informações complexas tendem a ser ignorando a desenvolvimento de
sobre grupos sociais, autorreforçadores, individualidade e pensamento crítico
podendo levar a influenciando diversidade dentro dos sobre categorizações
generalizações a percepção e grupos. sociais.
excessivas e imprecisas. interpretação de novas
informações.
A necessidade de pertencimento é fundamental para a identidade e autoestima. A
exclusão frequentemente alimentada por preconceitos e estereótipos, pode resultar em
discriminação e marginalização, afetando o bem-estar dos indivíduos.

Desigualdade, Pobreza e Políticas Públicas


A igualdade é um dos atributos básicos da cidadania, é um acesso a direitos.

Justiça Social  acesso a oportunidades de aquisição de posturas e status, defendida


como forma de criar condições para uma competição igualitária.

Os altos níveis de pobreza e exclusão são causados por uma combinação de heranças de
natureza econômica, política e cultural.

Todas as sociedades experimentam desigualdades se apresentam de diversas formas,


com origens tão variadas quanto as suas manifestações.

Pobreza: a teoria de Sen está calcada no conceito de capacidades que o indivíduo tem
para realizar funcionamentos que ele valoriza, está seria então a base para liberdade e
igualdade. A pobreza como privação de capacidades básicas que conduz à
vulnerabilidade,exclusão, carência de poder, de participação e voz, exposição ao medo e à
violência.

Conceito Complexo de Pobreza: forma mais complexa e abrangente – a privação não


pode ser entendida em termos absolutos, uma vez que existem carências em diversos níveis.

Multidimensionalidade da Desigualdade: está relacionada a vários tipos de


desigualdadescomo raça, gênero, classe e cidadania.

 a desigualdade e a pobreza estão fortemente vinculadas, as disparidades nas


chances devida acabam por determinar as possibilidades de escapar de situações de
privação e vulnerabilidade.

Desigualdade, Pobreza e Políticas Públicas


Transformação Social Marca da Sociedade Brasileira Tema Relevante
Aqui, não podemos desconsiderar A desigualdade é a marca mais É um tema tão relevante para
as mudanças nas formas de expressiva da sociedade compreensão, na medida que se
distribuição de riqueza e nos brasileirae apresenta-se como expressa e, inúmeras dimensões,
processos de alocação dos um fenômeno multidimensional, resulta de diferentes fatores e tem
indivíduos na estrutura social transversal e durável consequências variadas.

No Brasil o maior correlato da desigualdade de renda no país é a educação. Sem


credenciais educacionais, os brasileiros estariam fadados a ocupar postos de trabalho com
menos qualidade.
A igualdade pode ser considerada um dos atributos básicos da cidadania, considerada em
seu sentido mais amplo como acesso a direitos.

Preconceito
 é um conteúdo específico dirigido ao seu objeto e por um determinado tipo de reação
frente a ele. Não é inato, se instala no desenvolvimento individual, é produto das relações entre
conflitos psíquicos e estereotipais do pensamento.

 podemos dizer que o preconceito é percebido no objeto que não pertence a ele, mas às
circunstâncias que o levam a agir de determinada forma.
 se difere de Pré-conceito
 Preconceito = quando a relação sujeito – 0bejto não se refere a um processo de troca mútua.

 Elementos do preconceito
- dado pela atribuição de características, comportamentos, julgamentos que pertencem
aos objetos, quando não o são, de fato;
- generalização das características suposta de um determinado grupo para todos os
indivíduos que pertencem a ele;
- o indivíduo que estabelece um determinado tipo de preconceito tende a estabelecer
diversos outros;
- o estereótipo presente no preconceito não se diz respeito diretamente ao objeto, mas
sim a percepção dirigida sobre ele, não é totalmente independente deste;
- é dirigido a um grupo de indivíduos;
- o indivíduo predisposto ao preconceito tende a ser imune à experiência;
- o estereótipo é constituído por predicados culturais.
 Estereótipo
É o conteúdo do preconceito, são diversos estereótipos presentes nos preconceitos, o
objeto do preconceito não é totalmente independente do estereótipo. O estereótipo se
compõe de uma série de predicados fixos que são atribuídos ao objeto, mas há um
principal, na qual os outros derivam:
O intelectual:
- alheio ao que ocorre com o mundo material, tem
pouco interesse por atividades esportivas, é pendente,
julga-se o dono da verdade etc.

São produções individuais ou são produções culturais. A expressão do preconceito se repete da


mesma forma em diversos indivíduos. Nasce no processo de adaptação do homem à natureza.

 Explicações sobre o Preconceito:


1. É um produto de mecanismos de defesa que surgem frente à frustação, os
preconceituosos procurariam um objeto para justificar a sua insatisfação com a
situação de vida;
2. O preconceito resulta de perturbações no desenvolvimento de estruturas psíquicas;
3. O preconceito é fruto da socialização, os indivíduos se adaptariam às normas e aos
valores culturais transmitidos;
4. O preconceito é um produto dos conflitos entre interesses sociais diversos;
5. O preconceito é um problema cognitivo, ou seja, para compreender o mundo, os
indivíduos simplificam-no através de estereótipos.

 Características dos indivíduos predispostos ao preconceito:


- apresenta preconceito em relação a outros grupos;
- independência entre a pessoa e o objeto ao qual o preconceito se destina;
- as relações pessoais dos preconceituosos se dão através de categorias que permitem
classificar os indivíduos;
- já se apresentam na infância;
- toda experiência é mediada por aquilo que já se estabeleceu no indivpiduo.
- há dois perigos a serem enfrentados: o impedimento da percepção do objeto por aquilo
que é preconcebido, que diz respeito diretamente ao preconceito, e a ideia da experiência
pura, não mediada pela constituição do próprio sujeito, que impediria a própria construção
da teoria;
- o pensamento deveria ser um dos antídotos ao preconceito e o quanto a nossa cultura o
despreza, desprezando, entre outros elementos, o passado.

Preconceito depende e independe do objeto


- existe algo no objeto que desperta no preconceituoso o preconceito;
- o objeto deve ser um representante da fragilidade;
- o alvo do preconceito informa algo sobre o preconceituoso
- o preconceituoso deseja eliminar tudo que não lhe é familiar;
- rigidez faz parte da característica do preconceituoso, assim como autoritarismo;
- existem mais razões no preconceito do que no seu alvo;
- a cultura esclarecida poderia melhorar a vida de todos
- a indústria cultural transmite valores.
Mentalidade do Ticket (apropriação da indústria cultural)
- mentalidade caracterizada pelo pensar repetitivo, sem reflexão;
- estereótipo é grande facilitador do preconceito.

Democracia e Preconceito
- a lógica não é racional;
- as pessoas são contra o preconceito e discriminação e dizem que ele deve ser combatido,
porém apenas dizer isso, dizer que ele não deve existir, não faz com ele não exista de fato.

EXISTEM DOIS TIPOS DE PRECONCEITO: FLAGRANTE E SUTIL

 Flagrante: explicito – expressão direta a um determinado grupo


 Sutil: forma indireta de discriminar determinado grupo, é justificado, mas não admitido,
discurso social de tolerância inibem manifestações claras e diretas de racismo, é presente
em sociedades democráticas. Não tem discursos claramente preconceituosos, mas dadas
condições adequadas, este se manifesta.

Estudo de Pettigrew e Meertens


 existem pessoas que não demonstram racismo de forma flagrante, mas por meio de
argumentos individualista.
Raça
 demarca diferenças entre grupos com base em diferenças biológicas, mas nos dias atuais
aborda o conceito remanescente dessa visão, que trata sobre as relações cotidianas;
 hoje em dia, estudos da biologia provam a inviabilidade do conceito de raça;
 a raça não é como querem os racistas, uma característica natural e particular;
 tem existência apenas no universo das relações sociais e não nas ciências.

Racismo
 se estrutura sem comprovação científica;
 criação de teorias e práticas discriminatórias que tem como objetivo afirmar a superioridade
de um grupo.

 Manisfestações racistas:
- preconceitos
- atos práticos
- elaboração intelectual

 Racismo Brasileiro:
- raça não faz parte do nosso vocabulário
- país miscigenado
- nunca tivemos políticas de segregação

Branqueamento
 permeada por crenças depreciativas;
 visão de que o negro não existiria mais;
 atribui ao negro o desejo de se tornar branco, como se fosse algo bom.

Mestiços
 representação das contradições das relações entre brancos e negros, brancos e índios;
 a maioria do povo brasileiro, inclusive que possuem cor de pele branca é mestiça.
Mito da democracia racial
 o preconceito racial acaba sendo de classe social;
 há uma estreita relação entre o capitalismo e racismo;
 o capitalismo ajudou a perpetuar a estrutura hierárquica, dificultando assim uma verdadeira
igualdade das relações entre brancos e negros

Soluções
 tornar consciente de que o racismo existe;
 não se combate o que não se conhece;
 fomentar a identidade negra;
 denunciar o racismo existente;
 criação de mais ações afirmativas, exercendo elas, sendo exercidas em conjunto, pois ações
isoladas não resolvem.

Relações de gênero e sexualidade


 a incorporação de uma ótica de gênero pode ser entendida como um dos grandes desafios
que a Psicologia tradicional tem enfrentado.

Gênero
 acredita-se que a opressão da mulher seja universal;
 contradição = a crítica feminista deve compreender como a categoria “mulheres”, o sujeito
do feminismo, é produzida e reprimida pelas mesmas estruturas do poder por intermédio das
quais se busca emancipação;
 período pós-feminista = oportunidade de refletir a partir de uma perspectiva feminista sobre
a exigência de se construir um sujeito do feminismo, é refletir sobre a objetificação das relações
de gênero;
 independe do sexo;
 deve ser meramente concebido como culturalmente construído a partir do sexo.

 Na visão essencialista gênero é concebido como uma propriedade estável, inata e


bipolar de diferenciação sexual, como um caráter eminentemente determinista e
como um traço que descreve as personalidades e os processos cognitivos.

 pode ser compreendido como um significado assumido por um corpo diferenciado


sexualmente.

Sexo
 biológico
 estabilidade binária
 seria um construto social
Teoria da corporificação – Simone de Beauvoir
Onde o corpo da mulher é instrumento de liberdade e não uma essência definidora e limitadora,
mas é o que ocorre.

Visão Humanista
 mulher = pessoa
 pessoa é – gênero é – relações construídas.
 o gênero não denota um ser substantivo, mas um ponto de convergência entre relações e
cultura.

Michel Foucault (1988)


Afirmava que a sexualidade era um construto até então visto sob a ótica da repressão, era social
e historicamente construída, ou seja, depende de cultura e das relações sociais estabelecidas.

Gênero Inteligível
É a coerência e continuidade entre sexo, gênero, prática sexual e desejo.

 Não há identidade de gênero por trás das expressões do gênero, essa identidade é
performaticamente constituída pelas próprias expressões tidas como seus resultados.
Aquilo que tomamos por causa ou origem da opressão é na verdade a marca imposta
pelo opressor.

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