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CAPÍTULO 6

FARINHA DE BANANA VERDE: ALTERNATIVA DE


ALIMENTO PARA MODULAÇÃO INTESTINAL EM
PACIENTES COM A SÍNDROME DO INTESTINO
IRRITÁVEL (SII)
Data de aceite: 01/11/2023

Samara Baumel Pereira da Silva mínimos. Diante disto, esta pesquisa


Acadêmica, Curso de Nutrição, contou com uma revisão bibliográfica a
UniCesumar, Campus Curitiba-PR. respeito da fisiopatologia da SII e com
Bolsista PIBIC/ICETI-UniCesumar. o desenvolvimento de um suplemento
alimentar farináceo, tendo sua base de
Bruno Bertolino Kolz
farinha de banana verde, de modo que
Acadêmico, Curso de Nutrição,
este auxiliasse no tratamento e manejo
UniCesumar, Campus Curitiba-PR.
Colaborador. dos sinais e sintomas da SII. Para alcançar
os objetivos propostos foram levantados
Êmellie Alves dados a respeito da síndrome a partir de
Orientadora, Docente do Curso de artigos e revisões bibliográficas, nos sites
Nutrição, UniCesumar. Mestre. PubMed, SciELO, Google Acadêmico e
sites oficiais de gastroenterologia. Para a
formulação do suplemento alimentar foram
coletados dados a respeito de ingredientes
RESUMO: A Síndrome do Intestino Irritável
que apresentam melhor aceitabilidade, em
(SII) acomete cerca de 10% a 25% da
relação aos sintomas, por parte de pacientes
população mundial, tendo como principais
acometidos pela SII. Ao final da pesquisa,
sintomas dor abdominal crônica e alteração
obteve-se o conjunto de ingredientes
dos hábitos intestinais, modificando
possíveis a serem utilizados para o
padrões de defecação, entre diarreia e/ou
desenvolvimento do produto farináceo que
constipação. As causas ainda não são bem
auxilie na modulação intestinal de pacientes
esclarecidas, porém, fatores genéticos,
com a SII.
ambientais e psicossociais tendem a
PALAVRAS-CHAVE: Amido resistente;
aumentar o risco de desenvolvimento da
Farinha de banana verde; Prebiótico;
síndrome. Seu diagnóstico é realizado a
Síndrome do Intestino Irritável, Critérios de
partir da aplicação de critérios denominados
Roma.
Roma IV, além da aplicação de anamnese,
exame físico, avaliação psicológica e,
ABSTRACT: Irritable Bowel Syndrome (IBS)
caso necessário, exames laboratoriais
affects about 10% to 25% of the world’s

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 54


population, with the main symptoms being chronic abdominal pain and changing bowel habits,
changing defecation patterns, between diarrhea and/or constipation. The causes are still
unclear, however, genetic, environmental and psychosocial factors tend to increase the risk
of developing the syndrome. Its diagnosis is made based on the application of criteria called
Rome IV, in addition to the application of anamnesis, physical examination, psychological
evaluation and, if necessary, minimal laboratory tests. In view of this, this research included a
bibliographic review regarding the pathophysiology of IBS and the development of a farinaceous
food supplement, based on green banana flour, so that it would help in the treatment and
management of the signs and symptoms of IBS. In order to achieve the proposed objectives,
data regarding the syndrome were collected from articles and bibliographical reviews on
PubMed, SciELO, Google Scholar and official gastroenterology websites. For the formulation
of the food supplement, data were collected regarding ingredients that are more acceptable,
in terms of symptoms, by patients affected by IBS. At the end of the research, the set of
possible ingredients to be used for the development of the farinaceous product that helps in
the intestinal modulation of patients with IBS was obtained.
KEYWORDS: Resistant starch; Green banana flour; Prebiotic; Irritable bowel syndrome;
Rome criteria.

1 | INTRODUÇÃO
Segundo a World Gastroenterology Organisation (WGO), a partir de dados
apresentados em 2015, a Síndrome do Intestino Irritável (SII) acomete uma grande parcela
da população mundial, cerca de 1 a cada 5 pessoas apresentam sintomas compatíveis com
a SII, sendo predominante em mulheres e jovens, entre seus 15 e 65 anos de idade, e que
causa um efeito negativo na qualidade de vida dos indivíduos. Seus sintomas incluem dores
abdominais, distensão abdominal, diarreia e/ou constipação, mudança no hábito intestinal,
e tendem a piorar em estados de estresse e ansiedade. No Brasil, aproximadamente 10 a
15% dos indivíduos, entre 30 e 50 anos, manifestam a SII, sendo a maior prevalência em
mulheres (FERNANDES, et al., 2020; QUIGLEY et al., 2015).
As causas ainda não são bem esclarecidas e seu diagnóstico é basicamente clínico
e de inclusão, sendo que o mesmo entra como diagnóstico de exclusão entre outras
comorbidades funcionais. Atualmente o esquema de orientação diagnóstica tem base
nos critérios do Consenso de Roma IV, que aponta como principal característica a dor
abdominal associada a pioras ou melhoras na evacuação, na quantidade de evacuações
e no padrão do hábito intestinal, de acordo com a Escala de Bristol. Caso haja presença
dos sinais e sintomas apontados pelo Roma IV, se faz necessário a colonoscopia a fim de
excluir causas orgânicas (FERNANDES, et al., 2020; BARBUTI, 2019).
O manejo dos sinais e sintomas da SII consiste na utilização de fármacos que
atenuem o quadro clínico do paciente, bem como o uso de probióticos para modulação
intestinal. Em relação a dieta mais aceita para tratar pessoas que sofrem dessa síndrome
a restrição do consumo de alimentos ricos em oligossacarídeos fermentáveis (FODMAPs).

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 55


Ao permanecerem parcialmente digeridos no trato gastrointestinal, estes alimentos
são facilmente fermentados pelas bactérias intestinais, resultando no quadro clínico
característico. Os principais nutrientes envolvidos neste processo são oligossacarídeos,
dissacarídeos, monossacarídeos e polióis, presentes principalmente em alguns cereais,
derivados do leite, legumes, vegetais e frutas. Porém, este tipo de dieta coloca o paciente
em risco de desenvolver uma deficiência nutricional, visto que é extremamente restritiva
(COSTA et al., 2018).
Estudos clínicos demonstraram que os amidos resistentes têm propriedades
semelhantes a fibras, apresentando benefícios fisiológicos em humanos e que podem
prevenir doenças. Por ser um alimento fermentado no intestino grosso, principalmente
pelas bifidobactérias, o amido resistente é um alimento prebiótico. Durante a fermentação
ocorre a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), principalmente o butirato, que
contribui muito para a saúde do cólon (PEREIRA, 2007).
Um estudo da Embrapa desenvolveu o passo a passo visando a padronização
da produção da farinha de banana verde, um produto com alto teor de amido resistente.
No projeto “Identificação de bananas e plátanos promissores em amido resistente para o
desenvolvimento de produtos com potencial prebiótico”, foi realizada uma análise de 20
genótipos (cultivares) de bananas e plátanos que integram o Banco Ativo de Germoplasma
(BAG) da Embrapa. Segundo as pesquisadoras do estudo, a farinha é a melhor forma de
disponibilizar esse tipo de amido na dieta da população brasileira, sendo em forma de pão,
biscoito e outros tipos de massas. Além de sua facilidade de produção, a farinha de banana
verde é um produto nutritivo e saudável, tendo altos teores de magnésio, manganês e
potássio e baixos teores de gorduras e sódio (EMBRAPA, 2019).
Tendo em vista as restrições alimentares atribuídas ao manejo dos sinais e sintomas
da SII, a pesquisa em questão busca desenvolver alternativas para a suplementação
nutricional de indivíduos portadores da síndrome ofertando um produto farináceo com base
de farinha de banana verde, agregada ao psyllium, semente de gergelim, farinha de linhaça
dourada e goma xantana.

1.1 METODOLOGIA
Esta pesquisa foi desenvolvida em duas fases: revisão bibliográfica e desenvolvimento
do suplemento alimentar farináceo.

1.1.1 Revisão bibliográfica

Para a busca pelos sinais e sintomas fisiopatológicos da Síndrome do Intestino


Irritável (SII) e a ação de alimentos ricos em amido resistente que pudessem ser utilizados
como suplemento alimentar e que auxiliassem na modulação intestinal de pacientes
acometidos pela SII. Para isso, foram realizadas buscas em sites como PubMed, SciELO,
Google Acadêmico e em sites oficiais de gastroenterologia, utilizando os termos na língua

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portuguesa “síndrome do intestino irritável”, “amido resistente”, “farinha de banana verde”,
“prebióticos” e “critérios de Roma”, e em inglês com os termos “irritable bowel syndrome”,
“resistant starch”, “green banana flour”, “prebiotics” e “Rome criteria”. A busca dos artigos
foi realizada com preferência entre os anos de 2014 a 2020, com algumas exceções para
consensos chave no diagnóstico da SII.

1.1.2 Desenvolvimento do suplemento farináceo

O suplemento apresenta uma base de farinha de banana verde, agregada ao


psyllium, a farinha de linhaça dourada, a semente de gergelim e, para dar cremosidade,
a goma xantana. A farinha de banana verde foi feita a partir do processo apresentado na
Figura 1:

Figura 1 – Fluxograma de produção da farinha (Fonte: Os autores, 2022)

Foram utilizadas bananas nanicas (conhecidas também como caturras) verdes,


compradas no dia 27 de agosto de 2022, no mercado municipal de Curitiba – PR, pelo valor
de R$15,00. Conforme apresentado na tabela 1.

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Peso das bananas nanicas verdes inteiras (g) 78g
Peso das bananas nanicas verdes descascadas (g) 50g
Quantidade utilizada para formulação da farinha (g) 304g
Peso das bananas secas (g) 149g
Peso da farinha sem peneirar (g) 140g
Peso da farinha peneirada (g) 116g
Tipo de banana Nanica / Caturra
Data de compra 27/08/2022
Local de compra Mercado Municipal de Curitiba – PR
Valor pago 15,00
Tabela 1. Dados das bananas utilizadas para formulação da farinha.

Além das bananas, foram utilizados outros insumos como o psyllium, a linhaça
dourada, a semente de gergelim e a goma xantana. Estes foram adquiridos em uma loja
de produtos naturais, na cidade de Araucária – PR, em 29 de agosto de 2022. A linhaça
dourada e a semente de gergelim foram trituradas no liquidificador para obtenção destes
em forma de farinha. Conforme apresentado na tabela 2.

Psyllium 100g
Adquirido – 100g
Linhaça dourada
Após triturada – 99g
Adquirido – 100g
Semente de gergelim
Após triturado – 98g
Goma xantana 100g
Local de compra Produtos da Terra, Araucária – PR
Data de compra 29/08/2022
Tabela 2. Quantidade em gramas (g) dos insumos adquiridos para formulação do suplemento.

2 | RESULTADOS

2.1 SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL (SII)

2.1.1 Fisiopatologia

A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio funcional crônico heterogêneo


que afeta o sistema gastrointestinal (CANAVAN et al., 2014; HOTLMANN et al., 2016) e
faz parte do grupo dos Distúrbios Funcionais Gastrointestinais (DFGI) (FERNANDES et
al., 2020), composto por doenças crônicas consideravelmente comuns, que podem ser
incapacitantes e ocasionar um ônus social e econômico, tendo um grande impacto na saúde
pública. Dentre os DFGI, a SII é a mais prevalente na população mundial, variando entre
10% a 15%, com os menores números de prevalência na Ásia (7%), e a maior prevalência na

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América do Sul (21%), contudo, estes números não podem ser afirmados com total certeza,
uma vez que os estudos apresentam grande heterogeneidade, devido a metodologias e
amostragens variadas, além da utilização de diferentes critérios de diagnóstico (LACY e
PATEL, 2017; SOARES, 2014; CANAVAN et al., 2014).
A SII é subdividida em grupos baseada no padrão de hábito intestinal, nos sintomas
e/ou nos fatores precipitantes, conforme apresentado na tabela 3 (LACY et al., 2016;
QUIGLEY et al., 2015):

Padrão de hábito intestinal a) SII com diarreia (SII-D)


b) SII com constipação (SII-C)
c) SII com hábitos intestinais mistos (SII-M)
d) SII sem nenhum subtipo
Sintomas a) SII com disfunção intestinal predominante
b) SII com dor predominante
c) SII com inchaço predominante
Fatores precipitantes a) Pós-infecciosa (SII-PI)
b) Induzida por alimentos
c) Relacionada ao estresse

Tabela 3. Padrão de classificação da Síndrome do Intestino Irritável.


Fonte: adaptado de LACY et al., 2016; QUIGLEY et al., 2015

Fatores genéticos, ambientais e psicossociais, como intolerâncias alimentares,


estresse crônico, diverticulite e cirurgias, elevam o risco de desenvolvimento da
síndrome (LACY et al., 2016), resultando em alterações na motilidade gastrointestinal;
hipersensibilidade visceral, causando dores abdominais crônicas associadas à defecação
ou às mudanças nos hábitos intestinais (constipação e/ou diarreia); aumento da
permeabilidade intestinal; alteração da microbiota e distúrbios na função cérebro-intestino
(NG et.al, 2018; HOTLMANN et al., 2016; LACY et al., 2016).
A motilidade gastrointestinal (GI) refere-se às contrações não propagadas e
esporádicas do músculo das paredes do trato GI e à progressão do conteúdo intestinal
por movimentos chamados de contrações propagadas de alta amplitude (HAPCs), que
são iniciados, na maioria das vezes, no cólon, podendo transferir conteúdos colônicos por
longas distâncias, estando associado ao relaxamento do esfíncter anal interno e precedendo
a defecação. Na SII com predominância de diarreia há o aumento das HAPCs, enquanto
que na SII com constipação ocorre uma redução destas contrações (LEE e PARK, 2014;
BHARUCHA, 2013).
Dois dos principais sintomas da síndrome do intestino irritável são a dor abdominal
e a alteração dos hábitos intestinais que modificam os padrões de defecação (diarreia
e/ou constipação), ou seja, o distúrbio motor gastrointestinal. De acordo com diversos
estudos, a hipersensibilidade visceral resulta nestes sintomas, bem como é apontada como
uma das causas da SII, estando relacionada ao estresse e a ingestão de determinados

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 59


alimentos. A hipersensibilidade foi observada também no esôfago, estômago e intestino
delgado, especificamente no íleo e duodeno, de sujeitos que possuem a síndrome, além da
presença da hipersensibilidade retal, considerada um marcador biológico da SII, causando
a sensação de evacuação incompleta. (LEE e PARK, 2014; BARBARA et al., 2004; MERTZ,
1995).
Alterações na função cérebro-intestino também são identificadas em pacientes com
a SII, pois a percepção sensorial intestinal tende a ser afetada por estados ambientais,
cognitivos e emocionais (LEE e PARK, 2014). Um estudo realizado por Charles Murray e
demais pesquisadores submeteu 24 voluntários com SII com predominância de constipação
e 12 voluntários saudáveis a estresse físico ou psicológico, avaliando percepção de
estresse, inervação autonômica específica do intestino e sensibilidade viscerosomática.
O estresse agudo alterou a inervação autonômica específica do intestino tanto nos
voluntários controle quanto nos pacientes com a SII, porém, apenas os pacientes com a SII
manifestaram sensação visceral aumentada, o que levou os pesquisadores a denotarem
que, nestes indivíduos, há o “envolvimento de um mecanismo regulatório diferente, seja
central ou periférico”. (MURRAY et al., 2004).
Outro estudo realizado por pesquisadores canadenses, em 2015 nos ambulatórios
GI no McMaster University Medical Center e no St. Joseph’s, buscou identificar a presença
de SII utilizando os critérios de Roma III e definir, a partir de um questionário de saúde do
paciente (PHQ), a gravidade de somatização presente nos voluntários. Um total de 2.977
pacientes atendidos nos ambulatórios forneceram dados completos de somatização e,
dentre estes, 840 preencheram os critérios de Roma III. O resultado do estudo demonstrou
que os pacientes com SII, principalmente os com SII-M, apresentaram maior prevalência
de somatização, além de relatarem uma maior quantidade de sintomas somáticos e maior
severidade de somatização do que os indivíduos de controle, que não possuem a SII
(PATEL et al., 2015; HOTLMANN et al., 2016).
Todas estas alterações ocorridas no organismo do indivíduo ocasionam em uma
redução na qualidade de vida, pois interferem na vida social e cotidiana dos mesmos
(QUIGLEY et al., 2015). Contudo, muitos dos casos de SII não são diagnosticados
corretamente, e isto ocorre devido a fatores como a similaridade dos sintomas com
outros distúrbios, intolerância à lactose, doença celíaca e doença inflamatória intestinal
(HOTLMANN et al., 2016). A mudança e flutuação destes sintomas com o passar do
tempo e, principalmente, pela falta de um biomarcador específico para SII, que permita um
diagnóstico assertivo. (LACY e PATEL, 2017).

2.1.2 Diagnóstico e critérios de Roma

Ao longo dos anos, visando uma melhor identificação da Síndrome do Intestino


Irritável (SII), foram introduzidos critérios que servissem como base de diagnóstico. Os

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 60


primeiros critérios utilizados de forma global surgiram em 1978, chamados de critérios de
Manning, que apontavam para os sintomas mais frequentes em pacientes com a SII, porém,
estes caíram em desuso devido à falta de maiores e melhores informações sobre o hábito
intestinal dos indivíduos (LACY e PATEL, 2017). Em 1984 surgiram os critérios de Kruis,
que também apresentavam um conjunto de sintomas, mas que enfatizava a duração dos
mesmos, além de buscar excluir outras doenças a partir de exames físicos e laboratoriais,
no entanto, devido a sua complexidade de aplicabilidade na prática, também caíram em
desuso (LACY e PATEL, 2017; KRUIS et al., 1984).
Em 1992, houve a publicação dos critérios de Roma, criados por um grupo de
especialistas internacionais que tinham por objetivo classificar os Distúrbios Funcionais
Gastrointestinais (DFGI) utilizando um esquema com sintomas apresentados pelos
pacientes, como o inchaço abdominal, mesmo que houvesse ausência de anormalidades
fisiológicas, químicas ou radiológicas. Esta primeira publicação foi chamada de Roma I,
e colaborou para um maior entendimento da comunidade médica a respeito de distúrbios
funcionais gastrointestinais, porém, na prática clínica, eram de difícil aplicabilidade (TIBBLE
et al., 2005).
O comitê de Roma se reuniu novamente em 1999, onde foi realizada uma
reavaliação dos critérios de Roma I, baseada no feedback de diversos profissionais e nas
novas informações científicas a respeito da SII (LACY e PATEL, 2017). A partir disto, foi
publicado o Roma II, onde um dos critérios passou a ser a presença dos sintomas por pelo
menos 12 semanas nos 12 meses anteriores, na ausência de uma explicação bioquímica
ou fisiológica. No Roma II o termo “desconforto”, referindo-se às dores abdominais, foi
acrescentado visando analisar os hábitos intestinais alterados (THOMPSON et al., 1999;
LACY e PATEL, 2017).
Em 2006 foi introduzido o Roma III, que classificou a SII em subtipos de acordo com
as características das fezes dos pacientes, definidas pela Escala de Bristol, desenvolvida
na Inglaterra, durante a década de 1990, onde foram descritos sete tipos de fezes, conforme
apresentado na Figura 2 (LACY e PATEL, 2017):

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 61


Figura 2 – Escala de Bristol (Fonte: Adaptado de LACY e PATEL, 2017)

As subdivisões da SII, de acordo com a Escala de Bristol, podem ser observadas na


Figura 3 (QUIGLEY et al., 2015; LACY et al., 2016):

Figura 3 – Subdivisão da SII, segundo Escala de Bristol (Fonte: adaptado de QUIGLEY et al., 2015;
LACY et al., 2016)

O critério utilizado atualmente é chamado de Roma IV, lançado em 2016, que


apresentou diversas mudanças em relação aos antigos critérios. O Roma IV definiu a SII
“como um distúrbio intestinal funcional no qual a dor abdominal recorrente está associada
à defecação ou a uma mudança nos hábitos intestinais” (LACY e PATEL, 2017). Percebeu-

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 62


se que hábitos intestinais alterados sempre estão presentes nos casos de SII, bem como
sintomas de inchaço e distensão abdominal. Como critério de avaliação, é definido que
os primeiros sintomas devem surgir a pelo menos 6 meses anteriores ao diagnóstico e
estarem presentes nos últimos 3 meses. Os demais critérios estão esquematizados na
tabela 4.

Dor abdominal recorrente em média pelo menos 1 dia por semana nos últimos 3 meses
associada a dois ou mais dos seguintes critérios:
1. Relacionado à defecação (pioras ou melhoras)
2. Associado a uma mudança na frequência das fezes (aumento ou diminuição)
3. Associado a uma alteração na forma (aparência) das fezes
* Critérios preenchidos nos últimos 3 meses com início dos sintomas há pelo menos 6 meses
antes do diagnóstico.

Tabela 4. Critérios de diagnóstico da Síndrome do Intestino Irritável.


Fonte: adaptado de MEARIN et. al, 2016

Além dos critérios de Roma, outros meios de avaliação como anamnese, avaliação
psicológica, exame físico e exames laboratoriais podem ser utilizados para confirmar o
diagnóstico de SII. (QUIGLEY et al., 2015; LACY e PATEL, 2017).
A anamnese é de suma importância para identificar as características típicas da SII,
observar possíveis sinais de alerta e buscar características que podem sugerir diagnósticos
alternativos. As características que necessitam de avaliação e são compatíveis com
a síndrome, de acordo com o World Gastroenterology Organisation (WGO), podem ser
observadas na Tabela 5 (QUIGLEY et al., 2015):

Duração crônica
Dor intermitente
Padrão de dor ou desconforto abdominal
Episódios prévios de dor
Alívio com a defecação ou eliminação de gases
Inchaço
Sintomas abdominais
Distensão
Constipação
Natureza dos transtornos intestinais associados Diarreia
Alternância
Diarreia mais de 2 vezes/semana
Muco nas fezes
Anomalias da defecação
Urgência na defecação
Sensação de defecação incompleta
Emagrecimento não intencional
Sangue nas fezes
Febre
Paciente com 50+ anos
Sinais de alarme
Perda de apetite
Dores abdominais noturnas
Tumoração abdominal
Ascite

Tabela 5. Características de avaliação compatíveis com a SII:


Fonte: adaptado de QUIGLEY et al., 2015 – WGO

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 63


A avaliação psicológica pode ser realizada para identificar possíveis fatores que
afetem a persistência e a percepção da gravidade dos sintomas abdominais, além de
contribuírem para a diminuição da qualidade de vida, devido a distúrbios psicológicos que
podem ser desencadeados como ansiedade, depressão, somatização, hipocondria, medo
dos sintomas e catastrofismo. (QUIGLEY et al., 2015).
A realização de um exame físico pode identificar possíveis causas orgânicas,
devendo ser feito em três partes, conforme apresentado na Figura 4 (QUIGLEY et al.,
2015):

Figura 4 – Realização do exame físico em três partes (Fonte: adaptado de QUIGLEY et al., 2015

A síndrome do intestino irritável apresenta sintomas semelhantes a outros distúrbios


gastrointestinais, devido a isto a confirmação do diagnóstico pode requerer testes que
permitam a distinção entre distúrbios como a doença celíaca, intolerância à lactose, doença
de Crohn, carcinoma colorretal, colite microcítica, câncer de ovário, entre outras, da SII.
(QUIGLEY et al., 2015; LACY et al., 2016).
Caso seja necessário, exames laboratoriais mínimos devem ser feitos para melhor
investigação da situação do paciente. Os exames a serem realizados são hemograma
completo, velocidade de eritrossedimentação – PCR, função tireoidiana, sangue oculto nas
fezes, estudo coprológico e sorologia celíaca (QUIGLEY et al., 2015; LACY e PATEL, 2017).

2.1.3 Tratamento

A Síndrome do Intestino Irritável não possui uma causa específica, podendo estar
associada desde à alimentação até mesmo ao estresse e fatores psicológicos. Deve-se
observar com atenção a sintomatologia individual, a fim de determinar a melhor abordagem
terapêutica a ser utilizada, visando o alívio dos sintomas. (FERNANDES et al., 2020;
QUIGLEY et al., 2015; LACY et al., 2016).

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 64


O manejo clínico da SII exige uma abordagem multidisciplinar e integrativa, sendo
essencial uma boa relação médico-paciente, onde busca-se identificar as preocupações
do paciente, avaliar o impacto dos sintomas e orientar o indivíduo sobre dieta e atividade.
(QUIGLEY et al., 2015; SILVA, 2021). A primeira opção de tratamento é a adoção de medidas
não farmacológicas, como dieta, reeducação alimentar e exercícios físicos, seguidas de
medidas farmacológicas que, atualmente, apresentam grande diversidade. (FERNANDES
et al., 2020; SILVA et al., 2020; QUIGLEY et al., 2015).

2.1.3.1 Dieta

A dieta desempenha um papel importante na fisiopatologia da SII, pois 60% a 70%


dos pacientes relatam um agravamento dos sintomas após as refeições (BASTOS, 2016).
Alergias e intolerâncias alimentares são relatadas pelos pacientes, muitas vezes devido aos
sintomas relacionados a alimentos que representam determinadas intolerâncias, contudo,
estas são incomuns na SII e apenas 11% a 27% dos pacientes conseguem identificar um
alimento causador dos sintomas, normalmente sendo leite e produtos lácteos, trigo, ervilha
e feijão, temperos picantes, cafeína, entre outros, e isto, na maioria dos casos, ocasiona
em mudanças na dieta por conta própria dos indivíduos, podendo chegar ao ponto de
comprometimento nutricional. (EL-SALHY e GUNDERSEN, 2015; FORD et al., 2014; EL-
SALHY, 2012).

2.1.3.1.1 Fibras

Frequentemente, o aumento da ingestão de fibra é recomendado buscando a


melhora da função intestinal em casos de SII, especialmente em casos de SII-C. Contudo,
o consumo de fibras insolúveis tende a causar inchaço, desconforto/dor abdominal, e
flatulência, exacerbando os sintomas da SII. Fibras solúveis e o psyllium, em especial, mas
não o farelo, combinadas com ingestão adequada e suficiente de líquidos, proporcionam
alívio da gravidade dos sintomas, trazendo também benefícios nos casos da SII-C.
(QUIGLEY et al., 2015; FORD et al., 2014).
Uma dieta com baixo teor de hidratos de carbono fermentáveis de cadeia curta,
conhecidos como FODMAPs (Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis
Fermentáveis) tem sido utilizada como tratamento para a SII, pois apresenta-se eficaz na
melhoria dos sintomas. (BASTOS, 2016).
Estes carboidratos de cadeia curta, quando são mal absorvidos, entram no
intestino delgado distal e no cólon, onde causam o aumento da pressão osmótica devido
ao seu pequeno tamanho molecular, fornecendo substrato para fermentação bacteriana
e produzindo gás, causando distensão do intestino grosso e dor abdominal (EL-SALHY,
2012; BARRETT et al., 2010)
Os FODMAPs incluem fruto-oligossacarídeos (frutanos; p. ex. encontrados no

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 65


trigo), galacto-oligossacarídeos (galactanos; p. ex. repolho) e polióis (p. ex. sorbitol e
adoçantes artificiais). Lactose e frutose são consideradas FODMAPs quando há falha nos
mecanismos de transporte ou na ação enzimática. (BARRETT et al., 2010)

2.1.3.1.2 Probióticos

Os probióticos são microrganismos vivos que oferecem benefícios à saúde do


hospedeiro quando administrados em quantidades adequadas, de acordo com a idade e
estado de saúde de cada indivíduo e grupo (HUNGIN, 2013). Grandes variedades de cepas
estão disponíveis, além das diferentes formulações, dosagens e presença de substratos
de suporte que aumentam esta variabilidade de probióticos disponíveis (HUNGIN, 2013).
Recentemente, a eficácia de probióticos sobre a SII tem sido comprovada, alguns
são capazes de proporcionar alívio nos sintomas gerais da síndrome, enquanto outros
agem sobre sintomas individuais, como inchaço e flatulência, porém, tais benefícios só
serão alcançados com tipos específicos de cepas (QUIGLEY et al., 2015). Os probióticos
possuem algumas características que aparentam ser relevantes no tratamento da SII,
conforme apresentado na tabela 6 (SPILLER, 2008; EL-SALHY, 2012):

I. Aderência à mucosa + inibição da aderência de bactérias patogênicas;


II. Melhora da função de barreira do epitélio;
III. Secreção de bacteriocinas;
IV. Acidificação do cólon por fermentação de nutrientes;
V. Ações imunomoduladoras;
VI. Alteração na resposta da mucosa ao estresse; e
VII. Inibição da hipersensibilidade visceral.
Tabela 6. Características dos probióticos.
Fonte: adaptado de SPILLER, 2008; EL-SALHY, 2012

Dois probióticos, em ensaios clínicos realizados nos anos de 2000 e 2005,


respectivamente, apresentaram resultados clínicos positivos sobre os sintomas da SII.
O probiótico Lactobacillus plantarum apresentou redução de flatulência, durante um
tratamento realizado em 60 pacientes não selecionados, durante 4 semanas e mais 1 ano
de acompanhamento (NOBAEK et al., 2000; SPILLER, 2008). O segundo probiótico foi o
Bifidobacterium infantis, que trouxe uma melhora da dor, inchaço e dificuldade de evacuar,
durante um tratamento realizado por 8 semanas, em 75 pacientes não selecionados, com
mais 4 semanas de acompanhamento (O’MAHONY et al., 2005; SPILLER, 2008).
Ainda há a necessidade de estudos mais aprofundados que comprovem a ação dos
probióticos sobre a SII, porém, atualmente, novas técnicas têm sido desenvolvidas para
identificação de DNA bacteriano, tornando possível quantificar anormalidades na microbiota
fecal da síndrome e acompanhar possíveis mudanças com o tratamento (SPILLER, 2008;
EL-SALHY, 2012).

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 66


2.1.3.2 Tratamento farmacológico

O tratamento farmacológico é complexo devido à heterogeneidade da SII, de modo


que não existe, atualmente, nenhum tratamento padrão (BASTOS, 2016). Além disto, em
alguns períodos podem ser necessárias abordagens farmacológicas e não farmacológicas
variadas, sempre buscando diminuir ao máximo o uso crônico dos fármacos, visto que
estes possuem uma eficácia limitada e podem causar efeitos colaterais. (BASTOS, 2016;
HUNGIN, 2013). São utilizados antiespasmódicos para dor, laxantes, fibras e agentes de
volume para constipação, antidiarreicos, entre outros. A prescrição poderá variar de acordo
com cada região e país, devido à grande variedade de agentes disponíveis e tipos de
formulações, além da necessidade do médico conhecer a fundo o perfil de eficácia e de
risco dos agentes a serem prescritos. (QUIGLEY et al., 2015).

2.2 SUPLEMENTO ALIMENTAR – FARINHA DE BANANA VERDE


Pela síndrome do intestino irritável afetar o sistema gastrointestinal, provocando
dores e desconfortos, faz sentido pensar na alimentação como um ponto primordial para
o tratamento e o manejo dos sintomas (GOMES, 2019). Tendo em vista que uma ampla
gama de alimentos apresenta FODMAPS em sua composição, uma dieta baixa nesses
compostos, com o intuito de melhorar o quadro dos sintomas, restringe muitos grupos
alimentares, o que pode resultar em um quadro de deficiência e/ou carência de nutrientes e
que precisará ser suprida sem trazer prejuízos para os portadores da SII. A suplementação
de prebióticos, probióticos e simbióticos contribui muito para a microbiota intestinal, visto
que desempenham um papel fundamental no combate dos sintomas. Uma microbiota rica
e diversificada reflete diretamente na saúde do indivíduo, no entanto, episódios de disbiose
são um dos causadores da diminuição da MI e, por consequência, do agravo dos sintomas.

2.2.1 Prebióticos

De acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), os
prebióticos são definidos como carboidratos não-digeríveis no trato gastrointestinal, mas
fermentados pela microbiota intestinal estimulando o crescimento de bactérias benéficas
no cólon. Estudos clínicos demonstraram que os amidos resistentes têm propriedades
semelhantes a fibras, mostrando benefícios fisiológicos em humanos e que podem
prevenir doenças. Por ser um alimento fermentado no intestino grosso, principalmente
pelas bifidobactérias, o amido resistente é um alimento prebiótico. Durante a fermentação
ocorre a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), principalmente o butirato, que
contribui muito para a saúde do cólon (PEREIRA, 2007).

2.2.2 Amido resistente

O trato gastrointestinal (TGI) humano é colonizado por trilhões de células

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 67


bacterianas, compostas por quase 2.000 espécies que desempenham diversas funções
no organismo (BENDIKS et al., 2020; OLIVEIRA et al., 2021). A composição e a função da
microbiota intestinal são relevantes para a análise de distúrbios complexos, como em casos
de doenças inflamatórias intestinais e doenças cardiovasculares (BENDIKS et al., 2020).
Fibras dietéticas, segundo a definição da Comissão do Codex Alimentarius,
são “polímeros de carboidratos com dez ou mais unidades monoméricas que não são
hidrolisadas pelas enzimas endógenas no intestino delgado de humanos”, e estas ajudam
a moldar a composição bacteriana da microbiota intestinal. Dentre estas fibras dietéticas,
encontra-se o amido resistente (BENDIKS et al., 2020).
O amido, composto por amilose e amilopectina, constitui cerca de 25% das calorias
da dieta, sendo encontrado em batata, arroz, trigo, milho, entre outros alimentos, e passa
pelo processo de hidrólise a partir da ação de enzimas, amilases e amiloglucosidases. Ele
é constituído por três subtipos: I) amido rapidamente digestível (RDS); II) amido lentamente
digestível (SDS); e III) amido resistente (RS). (DAS et al., 2022; BENDIKS et al., 2020).
O RS, categorizado em 5 tipos (RS1, RS2, RS3, RS4 e RS5), não é digerido no intestino
delgado, mas é fermentado por bactérias intestinais localizadas no cólon. Quando esta
fermentação ocorre, há a produção de ácidos graxos de cadeia curta, como o acetato,
propionato e butirato. O butirato atua na saúde intestinal, reduzindo inflamação, diminuindo
os riscos de desenvolvimento de câncer de cólon e melhorando a função da barreira
intestinal (DEMARTINO e COCKBURN, 2020; BENDIKS et al., 2020). O RS também reduz
respostas glicêmicas pós-prandiais e elevadas, além de controlar simultaneamente o
organismo humano, aumentando a saciedade, reduzindo o armazenamento de gordura,
melhorando a sensibilidade à insulina e diminuindo concentrações de triglicerídeos e
colesterol (DAS et al., 2022). Devido a isto, a utilização do amido resistente em pacientes
com a SII pode vir a ser atraente (SO et al., 2022).

2.2.3 Farinha de banana verde

Acessível à maioria da população e disponível o ano todo, a banana é uma das


frutas mais consumidas no mundo. Possui um alto valor nutricional, contendo carboidratos,
vitaminas e minerais como potássio e cálcio. Destaca-se também a presença do amido
resistente que age no organismo como fibra alimentar e de flavonoides que atuam na
proteção da mucosa gástrica, presente em maiores quantidades no estágio de maturação
verde, visto que não ouve o processo de degradação para a maturação do fruto (SILVA et
al., 2015; RAMOS et al., 2010).
Quando verde, devido a sua elevada adstringência, o consumo do fruto fica
mais difícil. A obtenção da farinha facilita o seu consumo e melhora a disponibilidade do
amido resistente na dieta da população, podendo ser utilizada na indústria alimentícia na
fabricação de pães, bolos, biscoitos, suplementos, ou adicionada a bebidas, iogurtes e

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 68


outras frutas. Devido ao sabor e aroma suaves, a farinha altera o sabor dos alimentos de
maneira mínima (SILVA et al., 2015; RAMOS et al., 2010; EMPRABA, 2017). Segundo a
EMBRAPA, uma porção de 50g de farinha de banana verde fornece 12% do valor diário
recomendado de carboidratos e 28% do valor diário recomendado de fibras, além de ser
considerado um alimento funcional devido a grande quantidade de amido resistente (28g)
presente em uma porção de 50g (EMPRABA, 2017).

Informação Nutricional
Porção de 50g (2 colheres de sopa)
Quantidade por porção %VD(²)
Valor energético 153Kcal 8
Carboidratos 35g 12
Proteínas 2,15g 3
Gorduras totais 0,40g 1
Fibra alimentar 7g 28
Cálcio 25mg 3
Cobre 0,1mg 11
Ferro 1,3mg 9
Magnésio 70mg 27
Manganês 0,50mg 22
Sódio 20mg 1
Zinco 0,45mg 6
Fósforo 65mg 9
Potássio 540mg VD não estabelecida
Amido resistente 28g VD não estabelecida
Farinha de banana verde elaborada com a cultivar BRS SCS Belluna.
% Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2000 kcal, segundo a RDC n° 360,
de 23 de dezembro de 2003.
Tabela 7. Informação nutricional da farinha de banana verde.
Fonte: adaptado de EMBRAPA, 2017.

2.2.4 Ingredientes agregados a farinha de banana verde

2.2.4.1 Psyllium

O psyllium é um polissacarídeo extraído da casca da semente de Plantago ovata


Forsk, e é considerado um potencial prebiótico, rico em fibras solúveis. Quando em contato
com a água forma um gel viscoso, mostrando-se muito eficaz no tratamento de constipação.
Por ser pouco fermentado, quando comparado a outras fibras, o psyllium causa menos
flatulência e menos inchaço abdominal. A suplementação do psyllium resultou em um

Ciências da saúde: ciência, tecnologia e sociedade Capítulo 6 69


crescimento de Phascolarctobacterium e Faecalibacterium. O Faecalibacterium converte
açúcares e acetato em butirato sendo a principal fonte de energia das células do cólon
(CHAGAS et al., 2020).

2.2.4.2 Linhaça e semente de gergelim

A linhaça e a semente de gergelim servem como uma boa fonte de fibra dietética
solúvel e insolúvel. No intestino grosso, as fibras passam por um processo de fermentação
pelas bactérias benéficas tendo um efeito de volume, resultando no aumento do peso seco
e úmido do conteúdo fecal. A fibra solúvel da mucilagem da linhaça aumenta a viscosidade
do conteúdo intestinal e retarda o esvaziamento gástrico e a absorção de nutrientes.
(KAJLA et. al, 2015).

2.2.4.3 Goma xantana

A goma xantana é um polissacarídeo proveniente da fermentação da sacarose


pela bactéria Xanthomonas Campestris formando um líquido gelatinoso que por meio de
processos industriais é transformado em um pó branco, sendo utilizada como espessante,
emulsificante e estabilizante na fabricação de diversos produtos (DRUZIAN e PAGLIARINI,
2007).

2.2.5 Sugestão de uso do agregado de farinha de banana verde

A farinha pode ser utilizada em preparações doces ou salgadas, como em pães,


bolos, panquecas, sucos, iogurtes, frutas, entre outras receitas, de acordo com a preferência
do indivíduo, podendo consumir 2 colheres de sopa ao dia. Pelo alto teor de fibra alimentar
presente no agregado de farinha de banana verde, recomenda-se o consumo de água em
sua quantidade mínima adequada e recomendada pela ONU de 2 litros por dia.

3 | CONCLUSÃO
A farinha de banana verde, por seu alto teor de amido resistente, juntamente
com os agregados de psyllium, linhaça dourada, semente de gergelim e goma xantana,
apresentam um potencial para manejo dos sinais e sintomas da Síndrome do Intestino
Irritável, contudo, há a necessidade de maiores estudos e da realização de uma segunda
parte de pesquisa, para que os efeitos do suplemento alimentar de farinha de banana verde
possam ser analisados e possivelmente comprovados.

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