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2009
Departamento de Comunicao e Arte
Sara Cristina Oliveira
Marques Almeida
A Guitarra clssica
Caracterizao tcnica, estilstica e esttica
Universidade de Aveiro
2009
Departamento de Comunicao e Arte
Sara Cristina Oliveira
Marques Almeida
A Guitarra clssica
Caracterizao tcnica, estilstica e esttica
Dissertao apresentada Universidade de Aveiro para cumprimento dos
requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Msica, realizada sob
a orientao cientfica do Prof. Dr. Evgueni Zoudilkine, Professor Auxiliar do
Departamento de Comunicao e Arte da Universidade de Aveiro.
O jri
Presidente Doutor Jorge Manuel Salgado Castro Correia
Professor Associado da Universidade de Aveiro
Doutor Jos Abreu
Professor Auxiliar da Escola das Artes do Centro Regional do Porto, da Universidade Catlica Portuguesa
Doutor Evgueni Zoudilkine
Professor Auxiliar da Universidade de Aveiro
Doutor Jos Paulo Torres Vaz de Carvalho
Professor Auxiliar da Universidade de Aveiro
Agradecimentos
O trabalho desenvolvido no mbito desta dissertao contou com as
contribuies de muitas pessoas, pelo que quero expressar a todas os meus
mais sinceros agradecimentos.
Ao Prof. Dr. Evgueni Zoudilkine, pela atitude diligente com que orientou esta
dissertao, a disponibilidade para esclarecimento de dvidas, alguma
liberdade de aco que muito contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal,
o apoio na reviso dos vrios captulos desta dissertao e finalmente pelo
apoio e encorajamento na concluso desta tarefa.
Ao Prof. Dr. Jos Paulo Vaz de Carvalho, pela reviso de alguns captulos
deste trabalho.
Aos guitarristas e docentes Srgio Echeverri, Carlos Marques e Joo Paulo
Silva pelo acesso a livros e partituras que foram usadas no desenvolvimento
deste trabalho e pelos constantes incentivos e amizade.
Ao meu marido, Manuel Tavares pela ajuda prestada na compreenso de
aspectos tcnicos da guitarra e por muitas e teis informaes que me
ajudaram a perspectivar outros pontos de vista sobre o trabalho que estava a
desenvolver.
Ao compositor Carlo Domeniconi e aos guitarristas lex Garrob e Dale
Kavanagh que gentilmente contriburam com algumas informaes que me
ajudaram a confirmar alguns pontos do trabalho a desenvolver.
Finalmente, a todos aqueles que me encorajaram no decorrer deste trabalho.
Palavras - Chave Guitarra clssica Caractersticas tcnicas, estilsticas e estticas
Vanguarda - Criao Obra musical
Resumo
Entender uma pea musical mais do que a simples constatao do tipo de
material meldico e rtmico usado pelo compositor. Conhecer o processo
composicional criativo reconhecer os efeitos expressivos aliados tcnica,
estilo e esttica e explicar a sua aplicao na obra, estudando o seu papel
como fora geradora e impulsionadora.
Este estudo pretende antes de mais ser um contributo para a divulgao das
caractersticas tcnicas, estilsticas e estticas da guitarra. Ser feita uma
abordagem dos recursos da guitarra tal como dos movimentos estticos da
vanguarda e a sua reflexo na obra musical.
keywords
Classic guitar Characteristic techniques, style and aesthetic Vanguard - Creation
Musical piece
Abstract
To understand a musical piece is needed much more than a simple analysis of
the melodic and rhythmic material used by the composer. To know the creative
compositional process its to recognize the expressive effects related to the
technique, style and aesthetic and to explain their application in the musical
piece, studying is role as a generating force.
This study intends above all to be a contribute for the divulgation of the
technical, stylistic and aesthetical characteristics of the guitar. It will be made
an approach of the resources of the guitar and at the same time it will be given
a broad view of the aesthetic vanguard movements and their impact on the
musical piece.
Indice
o jri
agradecimentos
resumo
abstract
Lista de quadros, tabelas e figuras
Lista abreviaturas
Introduo 1
Captulo 1 - As peculiaridades da guitarra___________________________________5
1.1. A evoluo da guitarra 7
1.2. Recursos tcnicos 14
Captulo 2 - Novos recursos e correntes estilsitcas e estticas 33
2.1. Novo conceito de interpretao 36
2.2. Novos recursos na linguagem musical 53
Captulo 3 - O idiomatismo instrumental enfatizado pela tcnica composicional na
obra 6LQGEDGde Carlo Domeniconi_________________________________________63
3.1.Contextualizao 65
3.2. InIluncia da musica oriental (turca) 68
3.3. Analise musical da obra 6LQGEDG do compositor Carlo Domeniconi 72
Concluso ____________________________________________________________105
Bibliografia ___________________________________________________________ 109
Discografia____________________________________________________________119
Anexos
Captulo 1
Quadro 1.1. Relao do som a emitir com o trasto dedilhado
Quadro 1.2. Relao do intervalo a parar com os dedos da mo esquerda
relativamente ao trasto dedilhado
Captulo 3
%DJGDG
Tabela 3.1. Estrutura Iormal da pea
Figura 3.1. ls.1 e 2
Figura 3.2. l. 8
Figura 3.3. ls. 22 e 23
Figura 3.4. ls. 24 a 27
Figura 3.5. ls. 39 a 42
6LQGEDG
6LQGEDGV5HLVH
'DV(L'HV9RJHOV5XFK
Lista de abreviaturas
&RPSDVVRF
&RPSDVVRVFF
/LQKDO
/LQKDVOV
3iJLQDS
&DStWXORFDS
Esta pea cintilante e descritiva do espao fechado que Sindbad percorre, The
current of a subterranean river drew me under a mighty mountain
138
, das peas com
caractersticas minimais que mais apresenta essa caracterstica. O dbito ininterrupto de
colcheias, num melodismo marcado por intervalos de 3m/2A surge em grupos de duas em
duas notas ou de trs em trs notas ao longo de toda a pea em dois planos diferentes, um
superior e um inferior. Na segunda linha, tal como em outras (por exemplo, l. 6, 9, 19)
existe uma simetria na parte superior com movimentos de trs colcheias e a parte inferior
de duas colcheias. Detectamos assim uma micro-irregularidade entre as duas partes da
textura apesar da macro-regularidade que caracteriza a textura. Apesar de ambas as
componentes da textura se desenrolarem com a mesma figurao rtmica, diferem nos
movimentos ascendentes ou descendentes, no nmero de notas que se encontram
agrupadas e nas alturas que em relao ao antecedente e precedente diferem numa nota
retirada ou acrescentada ou na permutao ou substituio de uma nota. Essas mutaes
so feitas subtilmente e depois repetidas vrias vezes, demonstrando as principais
138
A corrente de um rio subterrneo puxou-me para o interior de uma poderosa montanha Anexo 7
Sara Cristina Oliveira Marques Almeida Captulo3
94
caractersticas do minimalismo e consequentemente do pop, que se caracterizam pela
simplicidade e economia de meios.
Podemos dizer que existe uma alternncia entre o estatismo condicionado pelo do
rio e o seu movimento, que apesar de regular tem como cuja funo impulsionar o discurso
constantemente. (figura 3.16.)
Figura 3.16. L. 1 a 3 da pea Der Unterirdische Fluss
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
Juntando tetracordes, pentacordes e escalas, os modos so criados. Na literatura da
musica classica turca, ha varios exemplos musicais escritos que usam makams diIerentes.
Os nomes de makam variam de acordo com os intervalos usados tal como o sentido do
Iluxo melodico geral. Assim os makams so realmente linhas de composio e de escalas
no justas. Aqui esto alguns exemplos:
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
Como o makam turco, o maqamat arabe tem nomes diIerentes de acordo com os
intervalos.
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
Anexo 5
Origens do -D]]
O local exacto do nascimento do 'jazz continua a ser alvo de controvrsia. Muitos
historiadores e teoricos consideram pouco importante esta obsesso geograIica, mas tera
certamente dado os seus primeiros passos no sul dos Estados Unidos. Se o centro primordial
Ioi ou no New Orleans continua uma questo em aberto, mas Iortes pistas indicam que esta
cidade teve uma enorme importncia no surgimento deste movimento musical.
Os inicios do Jazz esto ligados a uma cultura que no era americana mas sim
basicamente proveniente da AIrica ocidental. Quando a escravatura arrancou uma parte da
civilizao aIricana e a colocou no meio de um cultura essencialmente Europeia, o resultado
excepcional Ioi o 'jazz, uma Iorma desigual constituida por duas civilizaes antigas, '... da
reunio Iorada entre culturas dominantes e dominadas... |DUARTE, 2001: 11|,
transIormadas pela sua coexistncia num Novo Mundo que lutava para se descobrir a si
proprio.
No sculo XV, a escravatura aIricana comeou com o transporte da cana-do-aucar,
inicialmente para as ilhas portuguesas e depois para outros destinos. O clima propicio da
Amrica a cultura de cereais, algodo e tabaco levou ao mercantilismo e comrcio de escravos
trazendo para a Amrica centenas de milhares de aIricanos das mais diIerentes etnias:
senegaleses, yorubas, dahomeans, ashantis, por volta de 1619. Cada grupo com as suas
proprias tradies, sem conhecimento dos diIerentes dialectos e das diIerentes linguas,
largado literalmente nas industrias das Caraibas e da Amrica. Se as tradies dos escravos
no eram semelhantes, tambm no eram as dos seus diIerentes donos. Os catolicos -
portugueses, espanhois e Iranceses - deixaram as culturas ocidentais aIricanas mais intactas
que o protestantismo britnico, que baniu inumeras vezes, as danas e ritmos destes povos
oprimidos. E de notar que nas areas protestantes os cultos aIricanos tiveram de permanecer em
subterrneo ou transIormaram-se em musica com inIluncias europeias muito maiores.
Contudo a musica Europeia e AIricana acabou por se aproximar, tanto no trabalho como na
igreja. Os rituais catolicos e aIricanos misturaram-se, originando uma Iorma ritmica de
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
pregao vocal. Os rituais do catolicismo e da AIrica ocidental sobrepunham-se por vezes ao
ponto de escravos tocarem tambores no dia de St. Patrick (So Valentim) disIarando uma
religio com os rituais de outra. Como vemos, a atraco entre as duas culturas transpunha
barreiras, para alm disso havia por vezes Iortes razes praticas para no perturbar as tradies
dos povos escravizados. As canes de trabalho aIricanas eram permitidas porque
aumentavam a produtividade e a moral dos cativos.
Uma caracteristica importante da musica aIricana o seu caracter 'no artistico. Para
o aIricano, a musica estava simplesmente em todas as coisas: havia canes de corte, canes
de maldizer, canes com ritmos adaptados a tareIas particulares, canes de marinheiros, de
guerra e religiosas. Na Amrica, as canes de trabalho encontraram os seus rimos no bater do
martelo e do machado, canes mistas surgiam misturando melodias e letras aIricanas com
elementos por vezes provenientes do mundo artistico ingls (music hall), Iacto que acontecia
por exemplo, com os marinheiros aIricanos de New Orleans ou Savannah.
Tal como Ioi reIerido, nas regies dominadas pela religio catolica, as tradies
aIricanas sobreviveram e prosperaram. Em Cuba, as danas aIricanas mantiveram-se: a rumba,
conga, mambo e cha-cha-cha. Em Trinidade surge o calipso de origem ocidental aIricana. A
mistura das culturas Irancesa e ocidental aIricana na Martinica, com as suas semelhanas de
New Orleans, produziu uma musica independente e evoluida semelhante ao 'jazz dos
primeiros tempos.
Apesar de todas as diIerenas entre os povos aIricanos escravizados, havia igualmente
traos em comum Iortissimos entre as diIerentes etnias. Na musica ocidental aIricana, o ritmo
tem um enorme predominio sobre a melodia e a harmonia. Contudo, os principios da melodia
presentes nas culturas aIricana e europeia so suIicientemente semelhantes para mutuamente
se transIormarem numa cano. Outras inovaes Ioram igualmente introduzidas pela cultura
aIricana, tal como o estilo unico da cano, com a qualidade emocional do canto com o seu
choro em Ialseto, o uso do portamento em vez da tentativa constante de atacar as notas com a
perIeio de um coro europeu e as letras pragmaticas, com as suas ironias e tragdias que
resultaram num enriquecimento consideravel do discurso musical ao longo dos sculos de
coexistncia destas duas culturas. A qualidade do canto era diversa, tanto podendo ter como
base a colocao classica, como utilizando sons mais nasais, com a explorao Irequente do
Ialseto, dos sons guturais e dos lamentos.
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
Contudo nenhum destes elementos por si so, podem explicar naquilo que o 'jazz se
transIormou, mas so ingredientes que se combinaram de uma Iorma quase magica e unica.
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
Anexo 6
O ritmo na msica oriental
Com al-Faraba a cincia do ritmo alcanou o seu mais alto nivel analitico. Para
alm do seu principal, Kitab al-musiqi al-kabr (Grande livro da musica), Al-Kind
produziu dois importantes estudos sobre o ritmo: Kitab aliqaat (Livro dos modos
ritmicos) e Kitab ihsa al-iqaat(Livro sobre a enumerao dos modos ritmicos).
No livro Kitab al-aawar SaIi al-din reIere o ritmo como sendo um grupo de
batimentos, separados uns dos outros por tempos com uma certa durao, organizados por
ciclos iguais, dispostos de Iormas particulares. Em geral, o ritmo Ioi concebido como a
diviso de um intervalo de tempo em seces marcadas por batimentos separados uns dos
outros por duraes claras e mensuraveis. Para deIinir os espaos de tempo entre
batimentos e notas sucessivas, era necessario estabelecer uma unidade primaria de onde os
diIerentes padres derivavam. Os teoricos muitas vezes identiIicavam esta unidade de
tempo com um batimento rapido num andamento moderado, o mais rapido possivel, mas
mesmo assim perceptivel, no entanto demasiado rapida para permitir um outro batimento
entre dois adjacentes. Esta unidade primaria, era analoga ao chronos protos grego. Numa
tentativa de ilustrar a nIase e a durao da separao entre dois batimentos, os teoricos do
Periodo Classico normalmente adoptavam os conceitos de elementos mtricos e a
nomenclatura dos teoricos.
Os termos mtricos usados so sabab thaqil, ilustrado pela palavra laka, sabab
khafif, ilustrado por qaa, wataa, ilustrado por laqaa, e fasila, ilustrado por ghalabat. Estes
termos correspondem respectivamente a duas consoantes vocalizadas ou moveis; uma
movel seguida de uma imovel; duas moveis e uma imovel; e trs moveis seguidas de uma
imovel. Quando aplicadas ao ritmo, os teoricos usavam as silabas tana para o primeiro
termo mtrico, tan para o segundo, tanan para o terceiro e tananan para o quarto. Assim, o
batimento mais breve seria ta, depois vem tan, segundo batimento Iraco, equivalente a
durao tana ou a dois Iracos; tanan designado por primeiro Iorte e tananan segundo
Iorte correspondendo, respectivamente, a durao de trs ou quatro batimentos Iracos. Na
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
sua mtrica sistematizada, Al-Khalil representou as consoantes vocalizadas ou moveis por
um circulo (O) e as imoveis por uma barra (/). Ao aplicar estes simbolos a representao de
ritmos, alguns teoricos mudaram a barra para um ponto (.). Quando aplicado ao ritmo, o
simbolo (O) representa um batimento ou um ataque equivalente a um ta, o ponto (.) a
unidade de tempo que lhe sucede, equivalente em durao ao batimento. Assim, (O) ou ta
corresponderia a L; tana a LL; tan a L4 ou ; tanan a LL4 ou L e tananan a LLL4 ou LL.
A nivel teorico, distinguiram-se duas classes de ritmo: conjuntivo e disjuntivo.
Estes Ioram organizados em padres semelhantes representando Irases recorrentes ou
ritmos ciclicos paralelos a diviso em duas partes do verso potico. Na classe conjuntiva a
sequncia de batimentos ligado por tempos intermdios iguais; na disjuntiva so
colocados tempos adicionais entre os ciclos. Cada classe ainda subdividida de Iorma
diIerente. As Iormas disjuntivas so geralmente consideradas artisticamente superiores,
logo preIeriveis.
Para representar o aspecto ciclico das Iormas modais Iundamentais, SaIi al-din,
como alguns outros teoricos, exps os modos ritmicos em ciclos concretos indicando o
primeiro batimento e o movimento no sentido contrario ao dos ponteiros do relogio bem
como os batimentos moveis e imoveis. Deste modo, de acordo com ele, o padro ciclico
Iornecido no lado de Iora do circulo thaqil awwal, que corresponde ao mafailun, failun,
muftailun : OO.OO.OOO.O.OOO. ou tanan tanan tananan tan tananan, representando
dezasseis unidades juntas. Outro exemplo interessante, a que os persas chamavam ritmo
Iundamental, que a maioria das suas composies eram com o ritmo taqil al-ramal:
O.O.O.O.O.O.O.O.O. ou tananan tananan tan tan tan tan tan tan tananan,
equivalente a vinte e quatro unidades. Para alm dos sete modos classicos, SaIi al-din
adiciona o persa fakhiti. O.O.O.O.O.O. (vinte unidades).
E necessario notar que, apesar das suas deIinies precisas, as Iormas modais
Iornecidas pelos teoricos mais antigos so serviam como modelos basicos sujeitos a
variaes e ornamentaes. Por exemplo, Al-Farabi descreveu exactamente dezasseis
tcnicas reconhecidas de variao e ornamentao. Esses modos ritmicos, mais tarde,
soIreram alteraes na estrutura, numero e nome.
A primeira reIerncia aos modos modernos, a partir de agora chamados aurub
(plural de aarb) aparece no trabalho enciclopdico Irshaa al-qasia (O guia do pesquisador)
de Ibn al-AkIani. Na sua exposio, ele reIere-se aos seis modos arabes antigos,
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
acrescentando que os modernos usam quatro modos basicos: aarb al-asl, aarb al-
mukhammas, aarb al-turki e aarb al-fakhiti. O autor otomano Mahammad al-Ladhiqi, no
seu Risalat al-fathiyya fl-musiqi (A carta da vitoria relativa a cincia da musica),
comparou os seis modos antigos com dezoito modos ritmicos modernos. Isto signiIica que
nessa altura, os modos modernos tinham ganho terreno. Posteriormente surgem descries
concretas de padres caracteristicos dos novos modos que ainda so postos em pratica hoje
em dia, nomeadamente as noes de acentuao Iorte e Iraca e timbre, designado por aum,
tak e taka.
Depois de uma exposio geral dos termos mtricos antigos sabab thaqil, sabab
khafif, wataa e fasila, Askar al-Halabi al-Qadiri aIirma que os novos termos, aum, tak e
taka correspondem aos antigos. De acordo com al-Qadiri, todos os padres ritmicos podem
ser descritos por meio desses trs elementos; de Iacto ele usou-os para expor os dezanove
modos ritmicos conhecidos at a altura. Por exemplo, o aarb chamado anbar: aum tak
aum aum tak aum tak taka taka, corresponde a nove batimentos.
O ritmo oriental segundo Sachs no seu livro Rythm ana Tempo, desenvolve-se a
partir de uma nota que dura x unidades de tempo at uma outra que dura y unidades de
tempo. A soma de das duas unidades de tempo Iorma o padro mtrico que vai ser
repetido. O ritmo aditivo necessita de dois aspectos: mtrica e acentuao. Ele conta com
uma clara distino entre os dois membros em que um padro consiste.
9
9
Baseado no capitulo nove do livro |SHILOAH, 1995: 116|
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
Anexo 7
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
Introspeces fornecidas pelo compositor na obra
6LQGEDG
Ciclo 1
Baghdad is an oriental Toccata which sets the scene Ior the succeeding events. This
opening movement, at times vigourous, at times melancholic, ends with an Oriental scale
which leads into the contrasting portrait oI both Sindbads. Sindbad the Sailor is a wealthy,
generous and extravagant man whereas Sindbad the Porter is humble, devout, tired and
beset with liIe's burdens.
Sindbad the Sailor begins to relate his adventures to Sindbad the Porter. The Iirst
journey begins, a journey into the unknown... beIore long the ship sinks below the raging
sea... saved through the will oI God, Sindbad Iinds himselI stranded on an unknown island.
But when I observed more careIully, I caught sight oI something which appeared to
be a huge white dome... suddenly the sky became darker... I saw an enormous bird and I
wondered at the work oI the creator...
...The ground was strewn with diamonds, yet the whole valley was inIested with
snakes as long as Iull grown palm trees. They came out only by night, as they Ieared the
Ruch birds...
And so I continued with my travels, always marvelling at the diIIerent lands oI men
and the mighty works oI creation. Yet Ieelings oI homesickness grew ever stronger in my
heart... and so I set oII on the journey home to my land and people.
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
Ciclo 2
And so we sailed Irom sea to sea until one day a mighty storm arose and we were at the
mercy oI the violent wind... I was among those who were blown into the sea, yet I
managed to save myselI by clinging on to a piece oI wood. The Storm subsided and a
Iavourable wind washed me onto the shore oI a lonely island. I threw myselI onto the
ground and lay there Ior a long time, overcome by despairing thoughts. I cursed myselI a
hundred times and my despair was such that I tore the very hair Irom my head...
...And there came a lot oI little men to me. They tried to speak with me, but I could not
understand their language... And then I saw a mighty giant whose red eyes were Iixed upon
me... I had no choice but to Ilee Irom this place on a little boat which I had built in secret...
...Thus I came to a southern island where the king beIriended me and united me in
marriage with his daughter. Yet not long aIterwards my new wiIe took ill and died. They
told me: "In our country it is the custom to bury the surviving partner together with the
corpse" and I cried: "By Allah, this is truly a cruel custom", and so they put me into the
tomb and closed the entrance with a great stone...
Some days later I sensed a light breeze Irom aIar... I Iollowed it ...and once again I was
Iree... I stood on a seashore Irom where in the distance I could see a ship...
Ciclo 3
...I set out to travel overland to the Iaraway and Iabled land oI India. There I was to
encounter many strange and mysterious happenings which led me once again to marvel at
the great diversity oI creation. One day, while sailing on a small raIt, circumstances led me
to a perilous adventure. The current oI a subterranean river drew me under a mighty
mountain where it was so dark that I could no longer know iI it were day or night. At times
the passage was as vast as an immense dome, and at times so small and narrow that I
believed my end to have come... And suddenly there was again daylight...
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
I Iound myselI at a place oI which it was said that whoever set Ioot here could never again
leave... Ior here was the tomb oI King Solomon, the son oI David. I implored the spirits to
carry me away through the sky... and as they liIted me towards the heavens I could hear the
voices oI angels singing. I cried out "Praise be to Allah, the almighty". From heaven there
came a mighty thunderbolt which Ilung me down onto the peak oI a high mountain. My
plight led me to a state oI deep inner consciousness. I saw myselI as were I another person,
and knew that I would again grow to be wise... there would now come a time Iull oI beauty
and happiness (Serendipity) ...yet it would not hold me back too long, as the desire to
return to my homeland was growing constantly in my heart. And so I determined to go
back to my own country and people... I Iound passage in a ship which aIter a long voyage
sailed into the port oI Basra, and some days later... I was Iinally again in Baghdad.
Sara Cristina Oliveira Marques Almeiaa
Universiaaae ae Aveiro A Guitarra classica - Caracteri:ao tecnica, estilistica e estetica
Anexo 8
Partituras da obra em anlise