Positivismo Criminal Lombroso

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Criminologia

Positivista
C. Lombroso

REAO AO ABSTRATISMO
Quando se fala da criminologia positivista
como a primeira fase de desenvolvimento da
criminologia, entendida como disciplina
autnoma, se faz referncia a teorias
desenvolvidas na Europa entre o final do sculo
XIX e o comeo do sculo XX, no mbito da
filosofia e da sociologia do positivismo
naturalista. Com isso se alude, em particular,
escola sociolgica francesa (Gabriel Tarde) e
"Escola social" na Alemanha (Franz von Liszt),
mas especialmente "Escola positiva" na Itlia
(Cesare Lombroso, Enrico Ferri, Raffaele
Garofalo).

Cesare Lombroso

(1835 (Verona) 1909 (Turim)

Lombroso era mdico e formou-se aos 23 anos


(especializou-se em psiquiatria). Inspirado em
Darwin e na observao natural. (mtodo que
copia para entender o criminoso). Estuda
tatuagens dos criminosos e demncia.

Cesare Lombroso

Principais obras de Cesare Lombroso


1874 -Gnio e loucura
1876 - O homem delinqente
1891 - O delito
1891 - O anti-semitismo e as cincias
modernas
1893 -A mulher delinqente, a prostituta e a
mulher normal
1893 -As mais recentes descobertas e
aplicaes da psiquiatria e antropologia
criminal
1894 - Os anarquistas
1894 - O crime, causas e remdios

Rebate a tese do Livre-arbtrio da Escola


Clssica
INFLUNCIAS
A) EVOLUCIONISMO (Darwin, Lammark)

B) MATERIALISMO (Buchner, Haeckel)


C) POSITIVISMO SOCIOLGICO (Comte,
Spencer, etc.)
D) FRENOLOGIA (Gall) (capacidade de entender
a personalidade pelo formato da cabea)

E) FISIOGNOMONIA (Lavater)

Haeckel - Ontogenia recaptula a Filogenia


(forma da espcie) refaz em curto espao de
tempo toda a histria evolutiva.

FRENOLOGIA de Franz Joseph Gall (1758-1828)

FISIOGNOMONIA arte de conhecer o carter


do indivduo a partir de suas feies.
Entre 1750 e 1850 os fisionomistas
e os frenologistas tentaram provar
que existe uma ligao entre a
propenso
ao
comportamento
criminoso e uma aparncia pouco
usual (basicamente rosto, ouvidos
e olhos) e a forma do crnio
(inchaos ou galos sendo um
indicador das reas dominantes do
crebro).
Os
fisionomistas
estudavam a aparncia do rosto e
os frenologistas estudavam os
galos na cabea. So as bases da
antropologia criminal.

Delito = Ente Jurdico


(...) o direito que qualifica este fato humano
no deve isolar a ao do indivduo da
totalidade natural e social
Tentativa de Compreender a origem do
Criminoso e da Criminalidade a partir de um
pensamento Interdisciplinar

Crime No apenas uma reao


ESPONTNEA (Livre vontade) Mas fruto de
uma totalidade biolgica e psicolgica
DETERMINISMO BIOLGICO
Como encontrar?

Lombroso (nfase na antropologia) Garfalo


(nfase na psicologia) Ferri (nfase na
sociologia)
Importante portanto no era o delito mas o
DELINQENTE (Classificao tipolgica dos
autores).
Delito apenas sintoma.

Se no possvel imputar o delito ao ato livre


e no-condicionado de uma vontade, contudo
possvel referi-lo ao comportamento de um
sujeito: isto explica a necessidade de reao da
sociedade em face de quem cometeu um
delito.

CARACTERSTICAS FSICAS DO
DELINQENTE: protuberncia occipital, rbitas
grandes, testa fugidia, arcos superciliares
excessivos, zgomas salientes, prognatismo
inferior, nariz torcido, lbios grossos, arcada
dentria defeituosa, braos excessivamente
longos, mos grandes, anomalias dos rgo
sexuais, orelhas grandes e separadas,
polidactia.

Pena no apenas repressiva mas tambm


educativa e curativa (inclusive no delimitada**
aspecto polmico)
- Biometria era priorizada

CRIMINOSO NATO
As alteraes faciais, especialmente as
oculares, ao invs do sentimento, que
tanto so freqentes e inseparveis no
verdadeiro criminoso-nato, e que tm, de
outra parte, uma base orgnica. Tem
certamente uma conexo com a
sensibilidade obtusa e naquela reao,
ora excessiva ora muito escassa. (o
homem delinquente, Lombroso)

Observao dos
clientes do sistema
judiciria criminal
Clientes do Crcere e
do Manicmio Judicial

CLASSIFICAO DOS DELINQENTES


1) Delinquente-Nato
2) Delinquente Ocasional
3) Delinquente louco
4) Delinquente emotivo
5) Delinquente habitual

Alphonse Bertillon (1853-1914)


Descrio dos criminosos

Juan Vucetich (1858-1925)


Inveno da Impresso Digital

CARACTERSTICAS ANMICAS DOS


DELINQUENTES: : insensibilidade dor,
tendncia a tatuagem, cinismo, vaidade,
crueldade, falta de senso moral, preguia
excessiva, carter impulsivo

TATUAGEM EM REGIES SEXUAIS


Outro indcio nos oferece a obscenidade do
desenho, ou a regio do corpo em que a tatuagem
vem sendo praticada, como os poucos que
mostraram desenhos obscenos, ou traados em
partes impudicas, eram freqentes entre antigos
desertores encontrados nos crceres. Em 142
delinqentes, examinados por mim,cinco tinham
tatuagens no pnis. Trs traziam ao longo do pnis
a figura de mulher; um tinha desenhado na glande
o rosto de mulher; um tinha a inicial de sua amante,
outro um mao de flores. Esses fatos revelam no
s a impudicicia, mas a estranha insensibilidade
deles, por ser esta uma das regies mais sensveis
dor.

IMAGEM DE TATUAGEM NOS RGOS GENITAIS

(...) Fato constatado e positivo que os


dementes, em grande parte, demonstram
tendncia tatuagem, a par de outras
tendncias estabelecidas, como a
insensibilidade dor, o cinismo, a vaidade, falta
de senso moral, preguia, carter impulsivo. (...)
Introd. O homem delinquente (...)

Para Lombroso o homem delinquente no


vtima das circunstncias sociais ou
educacionais (...) mas sofre pela tendncia
atvica (caractersticas ancestrais), hereditria
para o mal.

IDEOLOGIA DA DEFESA SOCIAL e


REVOLUO BURGUESA (nascem juntas)

Sustentada por alguns princpios

A) Princpio de legitimidade. Estado est


legitimado a reprimir a criminalidade (por meio
de instnicas oficiais de controle)
B) Princpio do Bem e do Mal Delito um
dano e o delinquente um elemento desfuncional
do sistema (delinquente mal; sociedade bem)

C) Princpio da culpabilidade o delito


interiormente reprovvel (antes do texto do
legislador)
D) Princpio da finalidade ou da Preveno A
pena no serve apenas para retribuir mas
tambm para prevenir.
E) Princpio da igualdade A criminalidade a
violao da lei penal comportamento de
minoria desviante Lei igual para todos
F) Princpio do interesse social e do delito
natural Os delitos representam o essencial
para a existncia da sociedade (s existem uma
minoria por conveno poltica )

A GRANDE DIFERENA ENTRE A ESCOLA


LIBERAL E A POSITIVISTA O MTODO DE
ANLISE E NO OS VALORES INTRNSECOS
QUE DEFENDEM.
S h mudana no princpio da interioridade do
delito (na clssica tem um significado moralnormativo e na positivista sociopsicolgico)

LOMBROSO: Livro o HOMEM DELINQUENTE


* Inicia com debate sobre o crime nos
organismos inferiores (morte e
canibalismo no reino animal)

* Aponta as tatuagens como um sinal


dos delinqentes
* Insensibilidade geral dos
criminosos (No sentem dor e tem
problemas relacionados a equilbrio)

* Sem afeto e indeferentes diante da morte.


* Debate sobre caractersticas morais dos
delinquentes. (Pederastas, egostas, preguiosos
etc.)

* Modelos de penas em culturas diversas


(antropofagia do adultero)
* Suicdio entre os delinqentes
* Religio dos delinquentes
* Reincidncia
* Uso de Grias e associaes de criminosos
* Delinquentes morais e delinquente nato
(semelhanas e distino em relao as medidas
as serem tomadas)

O QUE FAZER COM OS DELINQENTES?


Impedir a conjuno fecunda dos alcolatras e
dos criminosos seria pois a nica preveno do
delinqente nato, que, quando tal, como se v
em nossa histria, nunca se mostra suscetvel
de cura. (...) encontramos censurveis casos de
correo, que com triste discusso poder-se-ia
dizer de oficial correo, acreditamos que seria
de enorme vantagem do pas, em vez do
manicmio criminal, melhor ainda seria uma
casa de abrigo perptuo de menores afetados
pelas tenazes tendncias criminosas e da
demncia moral.
LEMBRAR MALTHUS.

O QUE FAZER COM OS DELINQENTES?


Para esses, o manicmio criminal torna-se til
quase tanto e mais do que nos adultos, pois
sufoca no nascimento os efeitos das
tendncias que no levamos em considerao a
no ser quando se tornam fatais. Essa idia no
algo novo - ou revolucionrio. Sob uma forma
mais radical e menos humanitria, a Bblia j a
havia ordenado ao pai apedrejar o filho
maldoso. A educao pode impedir os que
nasceram bons de passarem da criminalidade
infantil transitria para a habitual. Os que
nasceram maus nem sempre se conservam
maus.

"Na realidade, para os delinqentes-natos


adultos no h muitos remdios; necessrio
isol-los para sempre, nos casos incorrigveis,
e suprimi-los quando a incorrigibilidade os
torna demasiado perigosos".

Qual a soluo?
Morte? Priso Perptua no Manicmio Judicial?

Depende do tipo de criminoso

REPERCUSSO DE TAIS TEORIAS NO BRASIL


Lilia Moritz Schwarcz O espetculo das Raas
Analisa o impacto do
cientificismo do incio do
sculo XX e as teorias de
antropologia criminal nas
faculdades brasileiras.
Principais autores
brasileiros adeptos da
Antropologia Criminal:
Silvio Romero, Nina
Rodrigos e Tobias Barreto

Antecedentes Realismo na Literatura


Incio do sculo XX
SLVIO ROMERO
Recife (1851-1914)
Trabalhava Spencer e Darwin
Alm de jurista foi poeta,
Escritor, crtico literrio, etc.
Defendia a mestiagem como formadora da
raa brasileira mas era poligenista.

na predileo do tema da mestiagem; no


apego aos modelos deterministas biolgicos e
etnogrficos; na fala radical e cientificista, que
vemos a fora desse mestre que elabora a teoria e
cria um grupo. A partir de Romero, o direito ganha
um estatuto diferente no Brasil. Passa a combinar
com antropologia, se elege como "sciencia" nos
moldes deterministas da poca e se d o direito
de falar e determinar os destinos e os problemas
da nao. (SCHWARCZ, 155)
DIREITO COMO CINCIA

Emergir do limbo metafsico a partir de apoio


cientfico: Haeckel, Darwin, Le Bon, Lombroso e
Ferri

Revista Acadmica da Faculdade de Direito do


Recife.

Ultravalorizao da teoria da Evoluo e suas


implicaes na sociedade brasileira e na noo de
crime.

Lombroso, Garfalo e Ferri eram sinnimo de


modernidade em termos penais
As interpretaes podiam at variar j que
para Lombroso o criminoso representava o
retorno selvageria, para Garofalo um caso de
anomalia moral, e para Benedikt um exemplo
tpico de neurastenia , mas em todos os casos
imperava a aceitao de que "a interpretao do
criminoso veio a modificar o conceito de crime".
(SCHWARCZ, 166)

LAURINDO LEO, professor de direito criminal, fazendo uso dessas teorias,


rene uma ilustre lista de loucos, dos mais variados tipos, a fim de mostrar o
curto caminho que separa a loucura da genialidade e da criminalidade:

So semi loucos: Julio Cesar, Napoleo, Flaubert,


Richelieu, Dostoiewsky, Byron, Pascal, Mozart e
Wagner. So loucos (ao menos no fim da vida) Comte,
Newton, Nietche, Moliere. So manacos perseguidos:
Rousseau, Haller. So manacos de grandeza Balzac,
Swift. So neurasthenicos Voltaire, Chateaubriand,
Zola, Chopin e sobretudo Pasteur. Alm de outras
formas de manacos: original, Tolstoi; esquecido,
Diderot; decadente, Wagner; surdo, Bethoven;
sonnambulo, Goethe; egosta, Victor Hugo... O que
preocupa menos a insanidade manifesta e mais a
proximidade existente entre a degenerao, a loucura
e a criminalidade (RAFDR, 1913:58-9).

Como superar a mestiagem do povo brasileiro e


sua propenso ao crime?
A soluo parecia estar em um esquema terico
que acomodasse teorias suavizando-as. (...)
procurar a "boa mestiagem", conseguida
mediante o aumento do "influxo de sangue
branco" na populao:
Os mestios de raas antagnicas, pelo accumulo de
hereditariedade de raas diferentes so de natureza
passional e instvel. Pela sua natureza selvagem matam
e pela civilizao choram. Mas no nosso meio tem
remorsos. preciso que venham boas raas de mestios
para que se evite o disparate do crime (RAFDR,
1913:83).

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