Matrimônio - fundamentação bíblica
Matrimônio - fundamentação bíblica
Matrimônio - fundamentação bíblica
bíblica do
matrimônio
“A aliança de salvação entre Yahweh e
Israel era expressa em termos
humanos – como qualquer outro fato
da revelação”.
A TEOLOGIA BÍBLICA DO MATRIMÔNIO
Crist
Adão oea
e Eva Igrej
a
A TEOLOGIA BÍBLICA DO MATRIMÔNIO
Em cada casal, na sua dinamicidade, Deus é sempre envolvido (partner). O casal é uma
unidade aberta para tornarem-se a imagem de Deus (vida esponsal-familiar). Não é uma
questão somente humana, mas teológica. Na exclusão de Deus, existe uma realidade que
se auto destrói.
A visão antropológica da Bíblia - o homem é um ser criado por Deus (a última coisa que
Deus fez, é o objetivo de Deus), totalmente livre, possuindo três relações fundamentais:
a relação com o Criador, com os seus semelhantes e com o resto da criação. O
homem é definido de modo mais metafísico que físico.
Estado da natureza íntegra e estado da natureza decaída – o corpo não é mais identificação
da imagem de Deus – vergonha – objeto. A serpente sugere igualdade entre os seres.
Remove toda a diferença e proclama uma igualdade absoluta: uma vida sem morte,
nenhuma distinção entre o homem e Deus, conhecimento puro, nenhuma diferença entre a
serpente e o ser humano. A serpente representa o contrário do caus: continuidade. Não
existindo diferença e distinção, tudo é igual. A engano da serpente nasce de um princípio
totalitário.
A teologia bíblica do matrimônio
O matrimônio “no Senhor” vivido na tensão entre o dado cultural e o evangelho do Reino
Reflexão cristológica-eclesial sobre o patrimônio patriarcal
A tentação do dado cultural
A visão neotestamentária do matrimônio consiste essencialmente naquela do Antigo
Testamento relida por Jesus, revelação última e definitiva de Deus. A fé
veterotestamentária na criação é reinterpretada à luz do mistério de Cristo que não veio
para abolir a antiga aliança, mas para levá-la a pleno cumprimento (cf. Mt 5,17).
As bodas de Caná parecem dar sentido teológico à “hora” de Jesus e da sua “glorificação”. A hora é
antecipada no sinal da água transformada em vinho numa festa de núpcias (tenha-se presente a analogia
das núpcias para designar a aliança de IHWH com seu povo). É a primeira manifestação da “glória” de
Jesus, provocando o início da fé dos discipulos (v.11). Da mesma forma, na “hora” de Jesus, na sua
glorificação, sai do seu lado sangue e água (19,34), simbolismo sacramental para a Igreja, e quem vê dá
testemunho “para que creias”. As bodas são simbolo da salvação já presente, a ser acolhido com fé (v.11),
fazendo tudo o que Jesus disser (v.5).
O matrimônio e as exigências do reino
Se no Antigo Testamento, especialmente nos profetas, a união esponsal é imagem da
aliança entre Deus e o povo de Israel, no Novo Testamento o matrimônio “assume uma
dignidade maior, porque é a representação do mistério que une Cristo Jesus e a
Igreja”. Tudo é relido sob o enfoque da encarnação e do advento do Reino de Deus,
assumindo um significado soteriológico, tudo vem considerado do ponto de vista da
salvação e da redenção.
I cor 7
é explicar o que é o Os cristãos casados com não
crentes e o divórcio
matrimônio, mas de inserir
(12-16)
uma realidade humana no
contexto da vida nova em As virgens e o matrimônio
(25-38)
Cristo
As viúvas e o matrimônio
(39-40)
O matrimônio “no Senhor”
Aquele que foi capaz de primeiro "inculturar" a nova visão cristã do
matrimônio foi certamente Paulo. Na sua visão, o matrimônio não é mais
uma necessidade no plano de salvação, não constitui a palavra final (ao
contrário, como sabemos, do que estava acontecendo no judaísmo) porque
o que importa é apenas a vinda do Reino, cuja chegada nas
comunidades primitivas era vista como iminente. Paulo, no entanto, diz
que a novidade do Reino não se manifesta somente no celibato, mas
também na vida do casal.
O matrimônio “no Senhor”
O primeiro texto que podemos nos referir é 1Cor 7, com particular
referência para os versículos 37-39, onde aparece a expressão que tornou-
se a expressão clássica do matrimônio entre cristãos: “no Senhor” (1Cor
7,39). Para Paulo ser “batizado no Senhor” (1Cor 1,13-15) corresponde a
uma situação existencial diferente da de “ser esposado no Senhor”, mas as
duas realidades estão intimamente ligadas.
Tal perícope faz parte da segunda parte da Carta aos Efésios, que inicia em Ef
5,15. A admoestação dirigida a mulher e ao marido (22-23) faz parte de um
contexto mais amplo (Ef 5,15–6,9). A primeira exortação é para todos os
membros da comunidade: “Vede, pois, cuidadosamente como andais; [...] sede
submissos uns aos outros”. Depois, aos vários membros da família, mulher-
marido, filhos-pais, escravos-patrões. Tudo junto constitui um “código
doméstico”. No v.22 começa este código com advertências concretas.
Literalmente Ef 5,21–6,9 depende de Col 3,18–4,1; pela primeira vez as
palavras são dirigidas às esposas como em Col 3, 18: “Vós, mulheres,
submetei-vos a vossos maridos, como convém no Senhor”. A ligação entre v.21
e v.22 é muito estreita. O verbo do v.22 é compreendido e reconstruído a partir
v.21: “No temor de Cristo, sede submissos uns aos outros. As mulheres sejam a
seus maridos, como ao Senhor”.
O grande mistério – a visão “sacramental” de Ef 5
A exortação “sede submissos uns aos outros” toca todas as relações pessoais
dentro da comunidade. É um comportamento recíproco de um com o outro.
Não é um ser superior e outro inferior no sentido de poder. Ser submissos na
comunidade cristã significa ser ao serviço. O verbo utilizado ajudará a
comunidade cristã a dar testemunho diante do contexto cultural-politico. O
verbo quer mostrar harmonia, unidade da vida nova nascida do ressuscitado.
O grande mistério – a visão “sacramental” de Ef 5
A secção sucessiva vai do v.28b ao v.32. Aqui se fala do "grande mistério" (v.
32). O v. 33 termina toda a passagem, trazendo-a de volta a v.28a-29. Do ponto
de vista do conteúdo não fornece nada de novo. O v.33 retoma o pedido v.28 e
v.33b refere-se a v.21, que fala no temor de Cristo. Assim, a divisão geral da
passagem é a seguinte: advertência para esposas (vv 22-24.); admoestação aos
maridos (vv 25-28a.); inserção relativo ao grande mistério (vv 28b-32.), sendo
este o ponto crucial de toda a passagem.
“No matrimônio torna-se presente a Igreja”