Estação Ferroviária de Cantanhede
Cantanhede
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Identificação: | 45153 CDE (Cantanhede)[1] | ||
Denominação: | Estação de Cantanhede | ||
Classificação: | E (estação)[1] | ||
Linha(s): | Ramal da Figueira da Foz (PK 35,429) | ||
Altitude: | 72.3 m (a.n.m) | ||
Coordenadas: | 40°20′23.85″N × 8°35′12.75″W (=+40.33996;−8.58688) | ||
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Município: | Cantanhede | ||
Serviços: | sem serviços | ||
Conexões: | |||
Inauguração: | 3 de agosto de 1882 (há 142 anos) | ||
Encerramento: | 1 de janeiro de 2012 (há 12 anos) | ||
Website: |
A estação ferroviária de Cantanhede é uma interface encerrada do Ramal da Figueira da Foz, que servia a cidade de Cantanhede, no distrito de Coimbra, em Portugal.
Caracterização
[editar | editar código-fonte]O edifício de passageiros da estação ferroviária de Cantanhede situava-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Pampilhosa).[2] A superfície dos carris no ponto nominal situava-se à altitude de 723 dm acima do nível médio das águas do mar.[3] Segundo dados oficiais de 2011, esta estação possuía duas vias de circulação, com 200 e 201 m de comprimento; as plataformas tinham todas 84 m de extensão, e 35 cm de altura.[4]
História
[editar | editar código-fonte]Inauguração
[editar | editar código-fonte]O Ramal da Figueira da Foz foi inaugurado pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta no dia 3 de Agosto de 1882, sendo nessa altura considerado como parte da Linha da Beira Alta;[5][6] a estação de Cantanhede constava já do elenco original de estações e apeadeiros.[3]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 1913, a estação de Cantanhede era servida por serviços de diligências até Fontinha, Febres, Barracão, Leitões e Mira.[7]
Em 1927, durante a fase dos estudos para a elaboração de um novo plano da rede ferroviária, uma comissão constituída para este fim propôs a instalação de várias linhas de via estreita, incluindo uma de Aveiro a Coimbra por Cantanhede.[8] Em Coimbra terminaria numa estação a construir de raiz, que também iria servir o Ramal da Lousã, que iria ser desviado, adaptado a via estreita, e prolongado a Santa Comba Dão.[8] Nesse ano, a Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração de Caminhos de Ferro, exploradora da rede do Vouga, obteve a concessão para a linha férrea de Aveiro a Cantanhede, com cerca de 48 km, que seria um prolongamento do Ramal de Aveiro-Mar, já construído.[9] Previa-se que caso tivesse sido construída, esta via férrea iria fornecer um considerável tráfego às linhas já existentes,[9] além que iria reduzir o isolamento das linhas do Vouga em relação ao resto da rede nacional.[10] Porém todos estes planos foram cancelados devido à situação crítica das empresas ferroviárias na Década de 1930, causada pela crise económica e a crescente concorrência do transporte rodoviário.[11]
Em 1933, esta estação sofreu grandes obras de reparação por parte da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta, tendo sido substituídos os rebocos exteriores e a pintura.[12] Em 1934, foi construido um cais para o carregamento de cal.[13] Em 1939, voltaram a ser feitos grandes trabalhos de reparação no edifício da estação e nos anexos,[14] e em 1940 a estação voltou a ser alvo de obras.[15] Em 1 de Janeiro de 1947, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses passou a explorar as antigas linhas da Companhia da Beira Alta.[16]
Encerramento
[editar | editar código-fonte]A circulação no Ramal da Figueira da Foz foi encerrada pela Rede Ferroviária Nacional em 5 de Janeiro de 2009, por alegados motivos de segurança.[17][18] A empresa Comboios de Portugal organizou um serviço rodoviário de substituição, que foi suspenso em 1 de Janeiro de 2012.[19]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ a b (anónimo): “Caminho de Ferro da Beira Alta” Diario Illustrado 3307 (1882.07.24)
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 15 de Julho de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ REIS et al, p. 12
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 22 de Fevereiro de 2018 – via Biblioteca Nacional Digital
- ↑ a b SOUSA, José Fernando de (16 de Junho de 1940). «Coimbra e os Caminhos de Ferro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1260). p. 371-373. Consultado em 24 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1938). «O Problema Nacional Ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 50 (1211). p. 264-270. Consultado em 24 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1939). «O problema nacional ferroviário e a coordenação dos transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1235). p. 269-271. Consultado em 24 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ SOUSA, José Fernando de (16 de Fevereiro de 1938). «Caminhos de Ferro em crise» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 50 (1204). p. 87-90. Consultado em 24 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 3 de Julho de 2011 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro de Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1129). 16 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 24 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez em caminhos de ferro no ano de 1939» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1249). 1 de Janeiro de 1940. p. 35-40. Consultado em 24 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «O que se fez em Caminhos de Ferro no ano de 1940» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 53 (1274). 16 de Janeiro de 1941. p. 83-88. Consultado em 24 de Fevereiro de 2021 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ REIS et al, 2006: 63
- ↑ «BE quer obras em ramal ferroviário encerrado». Jornal de Notícias. 123 (220). Controlinveste Media SGPS, S. A. 7 de Janeiro de 2011. p. 19. ISSN 0874-1352
- ↑ «PNR defende ramal ferroviário da Pampilhosa». Correio da Manhã. 4 de Setembro de 2011. Consultado em 15 de Julho de 2013
- ↑ MADEIRA, Paulo (17 de Dezembro de 2011). «CP encerra linhas do Leste e Beja-Funcheira a 1 de Janeiro». Público. Consultado em 25 de Maio de 2012
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; Gomes, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- !Artigos de transportes em Portugal sem imagem
- Estações ferroviárias de Cantanhede (Portugal)
- Ramal da Figueira da Foz
- Fundações em Portugal em 1882
- Extinções em Portugal em 2012
- Estações ferroviárias desativadas de Portugal
- Estações ferroviárias inauguradas em 1882
- Estações ferroviárias desativadas em 2012