SMS Babenberg
SMS Babenberg | |
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Áustria-Hungria | |
Operador | Marinha Austro-Húngara |
Fabricante | Stabilimento Tecnico Triestino |
Homônimo | Casa de Babemberga |
Batimento de quilha | 19 de janeiro de 1901 |
Lançamento | 4 de outubro de 1902 |
Comissionamento | 15 de abril de 1904 |
Descomissionamento | 1916 |
Destino | Desmontado |
Características gerais | |
Tipo de navio | Couraçado pré-dreadnought |
Classe | Habsburg |
Deslocamento | 8 965 t (carregado) |
Maquinário | 2 motores de tripla-expansão 16 caldeiras |
Comprimento | 114,6 m |
Boca | 19,8 m |
Calado | 7,5 m |
Propulsão | 2 hélices |
- | 16 000 cv (11 800 kW) |
Velocidade | 19,8 nós (36,7 km/h) |
Autonomia | 3 600 milhas náuticas a 10 nós (6 670 km a 19 km/h) |
Armamento | 3 canhões de 240 mm 12 canhões de 150 mm 10 canhões de 66 mm 8 canhões de 47 mm 2 tubos de torpedo de 450 mm |
Blindagem | Cinturão: 180 a 220 mm Convés: 40 mm Torres de artilharia: 183 a 210 mm Casamatas: 88 a 137 mm Torre de comando: 100 a 200 mm |
Tripulação | 638 |
O SMS Babenberg foi um navio couraçado pré-dreadnought operado pela Marinha Austro-Húngara e a terceira e última embarcação da Classe Habsburg, depois do SMS Habsburg e SMS Árpád. Sua construção começou em janeiro de 1901 nos estaleiros da Stabilimento Tecnico Triestino em Trieste e foi lançado ao mar em outubro do ano seguinte, sendo comissionado na frota austro-húngara em abril de 1904. Era armado com três canhões de 240 milímetros montados em uma torre de artilharia dupla e outra simples, possuía um deslocamento de quase nove mil toneladas e conseguia alcançar uma velocidade máxima de pouco mais de dezenove nós (36 quilômetros por hora).
O Babenberg passou a maior parte de seu serviço em tempos de paz realizando exercícios junto com seus irmãos e o resto a frota austro-húngara. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele deu suporte em agosto de 1914 para a fuga dos cruzadores alemães SMS Goeben e SMS Breslau para o Império Otomano, enquanto em maio de 1915 participou do Bombardeio de Ancona. Pouco fez pelo restante do conflito e foi descomissionado em 1916, passando a atuar como um navio de defesa de costa. O Babenberg foi colocado de volta no serviço em 1918 como um navio de treinamento. Com a derrota da Áustria-Hungria, a embarcação foi entregue ao Reino Unido e desmontada em 1921.
Características
[editar | editar código-fonte]O Babenberg tinha 114,5 metros de comprimento de fora a fora,[1] uma boca de 19,8 metros e calado de 7,5 metros. O navio possuía um deslocamento projetado de 8 364 toneladas, porém esse valor podia chegar em até 8 965 quando totalmente carregado com suprimentos de combate.[2] Seu sistema de propulsão era composto por dezesseis caldeiras Belleville que impulsionavam dois motores de tripla-expansão com quatro cilindros, que por sua vez giravam duas hélices. Esse maquinário era capaz de produzir 16 mil cavalos-vapor (11,8 mil quilowatts) de potência, o que permitia que o Babenberg chegasse a uma velocidade máxima de 19,8 nós (36,7 quilômetros por hora).[1] Sua tripulação era formada por 638 oficiais e marinheiros.[2]
A bateria principal do Babenberg consistia em três canhões L/40 de 240 milímetros. Estes eram do tipo K/01 e foram fabricados pela Škoda-Werken na Boêmia, tendo sido montados em duas torres de artilharia, uma dupla na proa e uma simples na popa. Seus armamentos secundários tinham doze canhões SK L/40 de 150 milímetros instalados em casamatas à meia-nau, dez canhões canhões L/45 de 66 milímetros, seis canhões L/44 de disparo rápido de 47 milímetros e dois canhões L/33 de disparo rápido de 47 milímetros.[1] Também havia dois tubos de torpedo de 450 milímetros.[3] O cinturão de blindagem tinha entre 180 e 220 milímetros de espessura e o convés era protegido por quarenta milímetros. As torres de artilharia eram blindadas com 210 milímetros e possuíam barbetas de 183 milímetros de espessura, enquanto as casamatas eram protegidas por uma blindagem de 88 a 137 milímetros de espessura.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Tempos de paz
[editar | editar código-fonte]O Babenberg foi o terceiro e último couraçado pré-dreadnought da Classe Habsburg, depois do SMS Habsburg e SMS Árpád. Foi projetado pelo arquiteto naval Siegfried Popper[4] e sua construção começou no dia 19 de janeiro de 1901 nos estaleiros da Stabilimento Tecnico Triestino em Trieste. Ele foi lançado ao mar depois de um ano e meio de construção em 4 de outubro de 1902; foi batizado pela condessa Marianne von Goess, esposa do conde Leopold von Goess, o estatuder de Trieste.[5] Em seguida ele passou pelo processo de equipagem e testes marítimos até ser comissionado na Marinha Austro-Húngara no dia 15 de abril de 1904.[6]
Pouco depois de entrar em serviço, o navio e seus irmãos participaram de exercícios de frota. Durante estas manobras, a Classe Habsburg enfrentou os três navios de defesa de costa da Classe Monarch em uma simulação de combate; foi a primeira vez na história naval austro-húngara que duas esquadras homogêneas de embarcações modernas operaram dentro da marinha.[7] As três embarcações depois disso foram designadas para formarem a 1ª Divisão de Couraçados.[8] Os couraçados da Classe Erzherzog Karl entraram em serviço entre 1906 e 1907 e o Babenberg e seus irmãos foram transferidos para a 2ª Divisão, com a Classe Monarch formando a 3ª Divisão.[7]
Primeira Guerra
[editar | editar código-fonte]A Primeira Guerra Mundial começou em julho de 1914 e o Babenberg e seus irmãos foram mobilizados, junto com o resto da Marinha Austro-Húngara, com o objetivo de apoiar a fuga dos cruzadores alemães SMS Goeben e SMS Breslau. Os dois estavam servindo no Mediterrâneo quando a guerra começou e estavam tentando deixar a cidade italiana de Messina e escapar para o Império Otomano, ao mesmo tempo fugindo de navios britânicos. A Marinha Austro-Húngara partiu de sua base naval em Pola assim que os alemães deixaram Messina e ela avançou até Brindisi, no sul da Itália, para cobrir os cruzadores, depois retornando em segurança para Pola.[9]
Pouco depois, os couraçados da Classe Habsburg foram transferidos para a 4ª Divisão da 1ª Esquadra de Batalha da frota austro-húngara, depois da entrada em serviço dos novos navios da Classe Tegetthoff. A Itália declarou guerra contra a Áustria-Hungria em maio de 1915 e a Marinha Austro-Húngara realizou logo um grande bombardeio contra Ancona e regiões próximas.[2] O Babenberg e seus irmãos fizeram parte da força principal do ataque, junto com o SMS Erzherzog Franz Ferdinand e os couraçados das classes Erzherzog Karl e Tegetthoff e escoltas,[10] com a embarcação tendo bombardeado diversas instalações elétricas da cidade de Ancona.[11]
O Babenberg foi descomissionado da frota em meados de 1916 e depois disso usado principalmente como um navio de defesa costeira.[12] Sua tripulação foi transferida para integrar equipes de u-boots e da recém criada força aérea.[2] Ele brevemente retornou para o serviço em 1918 como um navio de treinamento para a Academia Naval Austríaca.[11] A Áustria-Hungria foi derrotada na guerra em novembro do mesmo ano com o Armistício de Villa Giusti e, sob os termos do Tratado de Saint-Germain-en-Laye de setembro de 1919, o couraçado foi entregue ao Reino Unido como um prêmio de guerra, sendo por sua vez vendido e desmontado na Itália em 1921.[12]
Notas
- Texto inicialmente baseado na tradução dos artigos «SMS Babenberg» na Wikipédia em inglês e «SMS Babenberg» na Wikipédia em polonês/polaco.
Referências
- ↑ a b c d Gardiner, Chesneau & Kolesnik 1979, p. 272
- ↑ a b c d Hore 2006, p. 91
- ↑ Naval Institute Proceedings. 27. Annapolis: United States Naval Institute. 1901. p. 152
- ↑ Noppen 2012, pp. 5, 10
- ↑ «Naval & Military intelligence». Londres. The Times (36891): 4. 6 de outubro de 1902
- ↑ Sieche 1985, p. 333
- ↑ a b Sondhaus 1994, p. 158
- ↑ Blatchford 1904, p. 437
- ↑ Halpern 1995, p. 54
- ↑ Noppen 2012, p. 28
- ↑ a b Lakatos, Alex. «Habsburg Class Battleships». Battleships-Cruisers.co.uk. Consultado em 16 de julho de 2020
- ↑ a b Sieche 1985, p. 330
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Blatchford, Robert (1904). «Sundries: A Socialist editor on conscription». H. Colburn. The United Service Magazine. 150
- Gardiner, Robert; Chesneau, Roger; Kolesnik, Eugene M. (1979). Conway's All the World's Fighting Ships: 1860–1905. Londres: Conway Maritime Press. ISBN 978-0-85177-133-5
- Hore, Peter (2006). Battleships. Londres: Lorenz Books. ISBN 978-0-7548-1407-8
- Noppen, Ryan (2012). Austro-Hungarian Battleships 1914–18. Oxford: Osprey Publishing. ISBN 978-1-84908-688-2
- Halpern, Paul G. (1995). A Naval History of World War I. Annapolis: Naval Institute Press. ISBN 978-1-55750-352-7
- Sieche, Erwin F. (1985). «Austria-Hungary». In: Gardiner, Robert; Gray, Randal. Conway's All the World's Fighting Ships: 1906–1921. Annapolis: Naval Institute Press. ISBN 978-0-87021-907-8
- Sondhaus, Lawrence (1994). The Naval Policy of Austria-Hungary, 1867–1918: Navalism, Industrial Development, and the Politics of Dualism. West Lafayette: Purdue University Press. ISBN 978-1-55753-034-9