Soneto 6
Soneto 6 |
---|
(continuação do Soneto 5) |
–William Shakespeare |
Soneto 6 é a continuação do Soneto 5 de William Shakespeare.
Análise
[editar | editar código-fonte]A linha que abre este soneto remete à linha final do Soneto 5, como se os dois poemas fossem concebidos como um, por si só talvez uma referência à ideia de emparelhar com o casamento que informa os primeiros 17 sonetos. O "frasco" doce refere-se à destilação de perfume de pétalas mencionado no Soneto 5, mas agora é diretamente explicado e expandido como uma imagem de impregnação sexual para gerar filhos. A imagem de "usura", refere-se a replicação do investido "essência" da prole, da mesma forma que o dinheiro rende juros. A propagação das crianças nunca pode ser de exploração. Um retorno de dez vezes o investimento é para ser desejado.
Traduções
[editar | editar código-fonte]Segundo a tradução de Thereza Christina Rocque da Motta,
- Assim, não deixemos a mão rota do inverno desfigurar
- De ti o teu verão antes que sejas destilada;
- Adoça teus sumos; orna um lugar
- Que tenha o valor da beleza antes de sucumbires.
- Este uso não é a proibida usura
- Que alegra os que pagam os devidos juros –
- Para que cries, para ti mesma, um novo ser,
- Ou sejas dez vezes mais feliz do que és.
- Serias dez vezes mais alegre,
- Se em dez de ti dez vezes te transmudasses;
- Então, o que poderia fazer a Morte se partisses,
- Passando a viver na posteridade?
- Não sejas turrona, pois és por demais bela
- Para que a Morte vença e os vermes te consumam.[1]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Thereza Christina Rocque da Motta (tradutora), SHAKESPEARE, William. 154 Sonetos. Em Comemoração Aos 400 Anos Da 1ª Edição 1609-2009. Ibis Libris, 1ª edição, 2009. ISBN 8578230264
- Alden, Raymond. The Sonnets of Shakespeare, with Variorum Reading and Commentary. Boston: Houghton-Mifflin, 1916.
- Baldwin, T. W. On the Literary Genetics of Shakspeare's Sonnets. Urbana: University of Illinois Press, 1950.
- Booth, Stephen. Shakespeare's Sonnets. New Haven: Yale University Press, 1977.
- Dowden, Edward. Shakespeare's Sonnets. London, 1881.
- Hubler, Edwin. The Sense of Shakespeare's Sonnets. Princeton: Princeton University Press, 1952.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em inglês) Análise do soneto