Saltar para o conteúdo

Syntactic Structures

Este é um artigo bom. Clique aqui para mais informações.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Syntactic Structures
Estruturas Sintácticas [PT]
Estruturas Sintáticas [BR]
Syntactic Structures
Autor(es) Noam Chomsky
Idioma Inglês
Assunto Sintaxe das línguas naturais
Editora Mouton & Co.
Lançamento Fevereiro de 1957
Páginas 117
Edição portuguesa
Tradução Madalena Cruz Ferreira
Editora Edições 70
Lançamento 1980
Páginas 128
ISBN 9789724402550
Edição brasileira
Tradução Gabriel de Ávila Othero
Sérgio de Moura Menuzzi
Editora Vozes
Lançamento 2015
Páginas 176
ISBN 978-8532648594
Cronologia
The Logical Structure of Linguistic Theory
Aspects of the Theory of Syntax

Syntactic Structures (no Brasil, Estruturas Sintáticas e em Portugal, Estruturas Sintácticas) é uma influente obra teórica no campo da linguística escrita por Noam Chomsky e originalmente publicada em 1957 pela Mouton & Co.. Ela expõe o modelo da gramática gerativo-transformacional, síntese da pesquisa realizada em seu doutoramento sob orientação de Zellig Harris,[1][2][3] reconhecida como um dos estudos mais significativos do século XX.[4] Selecionada pela revista Time como um dos cem livros de não ficção mais importantes, esta publicação apresenta a reconhecida sentença Colorless green ideas sleep furiously, dada como exemplo por Chomsky para discutir o conceito de gramaticalidade. Como consequência, argumenta-se a favor da independência da sintaxe (estudo da estrutura das sentenças) em relação à semântica (estudo do significado).[5][nota 1]

Baseado em anotações feitas para cursos ministrados no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o primeiro livro de Chomsky apresentou o início da gramática gerativa, que se desdobra ao longo da história da linguística a partir de diferentes perspectivas. A abordagem da sintaxe é totalmente formal, segundo símbolos e máximas irredutíveis. Em sua teoria, Chomsky parte de regras de estrutura frasal,[nota 2] as quais dividem a sentença em partes menores, que são arranjadas conforme as regras transformacionais. Este procedimento dá origem a diferentes estruturas de sentenças e abre espaço para um novo paradigma na ciência da linguagem.[6] Reiterando noções introduzidas à linguística por Louis Hjelmslev,[1] Chomsky afirma que este conjunto limitado de formas linguísticas são capazes de gerar um número infinito de sentenças.[7][nota 3] Posteriormente foi interpretado que este modo de considerar as estruturas sintáticas é uma concepção mentalista, ou seja, o protagonismo da mente na explicação dos comportamentos linguísticos, embora tais ideias não sejam explicitamente declaradas no livro.[8][9][2]

A relevância de Syntactic Structures reside na argumentação de Chomsky em torno de uma perspectiva biológica da linguagem em uma época em que era incomum e, no contexto da linguística formal, inesperada.[8][nota 4] Com isso, o linguista acabou sendo reconhecido como um dos pioneiros do que hoje se intitula sociobiologia.[10][11] Outra razão para a consagração da obra foi seu grande impacto nos estudos de conhecimento, mente e processos mentais, sendo um influente trabalho na formação do campo das ciências cognitivas.[12] A teoria descrita neste livro também influenciou pesquisas na ciência da computação e na neurociência. Alguns linguistas, por outro lado, questionaram a gramática gerativo-transformacional considerando inadequado descrever a linguagem como um sistema ideal e pouco apropriado de métodos como coleta e teste de dados.

Contextualização na teoria linguística

[editar | editar código-fonte]

No momento de sua publicação, Syntactic Structures apresentou o estado da arte do modelo formal de análise linguística de Zellig Harris, conhecido como gramática gerativo-transformacional.[1] Pode-se apontar também que traz a importante leitura dessa teoria feita por Chomsky, porque há uma expansão original em nível mais técnico. Os conceitos centrais do modelo, porém, advém da obra Omkring sprogteoriens grundlæggelse (1943; em português, Prolegômenos a uma teoria da linguagem), do linguista dinamarquês Louis Hjelmslev.[13][1][2][3] O livro introduz uma ferramenta algébrica para análise linguística que consiste em terminais e inventários associados a todos os diferentes tipos de unidades linguísticas, de forma semelhante aos símbolos terminais e não terminais nas gramáticas formais. Primeiro, elas funcionam como um dispositivo descritivo, ou como Hjelmslev explica:

Quando este trabalho for realizado em um nível satisfatório, também será possível prever todas as sentenças gramaticais de determinada língua:

Hjelmslev também aponta que uma descrição algorítmica da linguagem pode gerar um número infinito de produtos a partir de um número finito de elementos primitivos:[1]

Essas são consequências lógicas dos sistemas matemáticos propostos por David Hilbert e Rudolf Carnap, que foram adotados pela primeira vez na linguística por Hjelmslev[1], cujas ideias são reiteradas por Chomsky:

Chomsky afirma da mesma forma que um dispositivo recursivo com elementos reduzidos e finitos permite à gramática gerar um número infinito de sentenças.[16]

Existem, no entanto, alguns pontos principais de divergência da concepção de Hjelmslev. O dinamarquês foi um herdeiro da corrente estruturalista e aplicou modelos matemáticos ao conceito de língua definido por Ferdinand de Saussure como um sistema de signos regido por relações de oposição. Embora a escola bloomfieldiana de linguistas do século XX fosse apelidada de 'estruturalistas americanos', eles rejeitaram essencialmente os princípios básicos do estruturalismo: de que a forma linguística seria explicada por meio do significado e de que a linguística pertenceria ao domínio da sociologia.[1][2][3]

Em vez disso, a ideia de linguagem endossada por Leonard Bloomfield e seus seguidores derivou da psicologia mentalista de Wilhelm Wundt, que fora substituída pelo behaviorismo no livro de Bloomfield de 1933, Language. Essa postura levou à separação da sintaxe da semântica como um elo não observável em uma cadeia de estímulo-resposta. Linguistas estadunidenses, como Harris e Chomsky, concordaram que não há nenhum vínculo causal da semântica à sintaxe.[1] Apesar da mudança de paradigma, esses linguistas mantiveram a análise sintática de Wundt, que envolve a colocação dos objetos gramaticais no sintagma verbal. Eles acreditavam que as línguas deveriam ser analisadas ​​com base em que os falantes nativos consideram como certo. Como traduzir essa ideia em uma teoria científica permaneceu como problema na linguística americana por décadas.[17]

Em Syntactic Structure, Chomsky modifica a definição do princípio de arbitrariedade de Hjelmslev, passando a entender o cálculo gerativo apenas como ferramenta técnica para linguistas e não como estrutura da realidade.[1][9] David Lightfoot, no entanto, aponta em sua introdução à segunda edição que havia poucos pontos de verdadeiro interesse nas ideias chomskyanas e as eventuais interpretações se as regras ou estruturas gramaticais são cognitivas, inatas ou biológicas. Essa discussão desenrolou-se em outro lugar, especialmente no debate entre Chomsky e os defensores do behaviorismo.[8] Porém, décadas depois, Chomsky afirma explicitamente que as estruturas sintáticas, incluindo o objeto como dependente do sintagma verbal, são consequência de uma mutação no material genético de humanos.[18]

Chomsky como jovem linguista

[editar | editar código-fonte]
Noam Chomsky, autor de Syntactic Structures (foto de 1977).

O interesse de Chomsky pela linguagem começou cedo. Aos doze anos, estudou a gramática do hebraico com seu pai.[nota 5] Ele também estudou árabe em seu primeiro ano na Universidade da Pensilvânia.[nota 6] Em 1947, conheceu Zellig Harris, fundador do departamento de linguística de sua faculdade. Linguista já renomado, que havia realizado pesquisas ao lado de Leonard Bloomfield,[19] Harris autorizou Chomsky a revisar uma cópia de seu livro Methods in Structural Linguistics (1951),[nota 7] aproximando o jovem estudante às teorias formais da linguística.[20][nota 8]

Em sua tese, Chomsky decidiu os métodos formais de Harris à língua hebraica. Seguindo a orientação, ele estudou lógica, filosofia e matemática[21] e percebeu que as visões teóricas de seu orientador eram semelhantes às ideias de Nelson Goodman sobre sistemas filosóficos.[nota 9] Nesta época, Chomsky também teve contato com as obras de Willard van Orman Quine[nota 10] e Rudolf Carnap.[nota 11][nota 12] Quine demonstrou que não se pode verificar completamente o significado de uma afirmação por meio de observações,[22] ao passo que Carnap desenvolveu uma teoria formal da linguagem, com símbolos e regras.[23]

A partir daí, Chomsky tentou construir uma gramática do hebraico. Tal gramática geraria as formas fonéticas ou sonoras das frases. Para esse fim, ele organizou os métodos de Harris de uma maneira diferente.[nota 13] Para descrever as formas e estruturas das sentenças, ele criou um conjunto de regras recursivas e um método que poderia demonstrar quão simples é uma gramática.[nota 14] Para isso, procurou por generalizações entre os possíveis conjuntos de regras gramaticais. Chomsky concluiu sua tese na graduação, The Morphophonemics of Modern Hebrew, em 1949, e, em seguida, publicou uma versão revisada e ampliada como conclusão do mestrado em 1951.[nota 15]

Em 1951, o jovem linguista ingressou na Universidade Harvard.[24] Lá, ele tentou construir uma teoria linguística totalmente formal, clara ruptura com a tradição existente de estudar a linguagem.[25][nota 16] Em 1953, Chomsky publicou seu primeiro artigo como acadêmico. Nele, tentou adaptar a linguagem da lógica baseada em símbolos para descrever a sintaxe de qualquer língua natural.[26] Com recursos da Bolsa Junior Fellow, Chosmky organizou suas ideias em um extenso manuscrito composto por mais de mil páginas datilografadas, intitulado The Logical Structure of Linguistic Theory (LSLT).[27]

Em 1955, entrou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e trabalhou como linguista em um projeto de tradução automática.[28] No mesmo ano, ele apresentou sua tese de doutorado para a Universidade da Pensilvânia. A instituição concedeu-lhe o título de Ph.D. com a tese Transformational Analysis, nono capítulo de LSLT.[29]

Em 1955, Chomsky concluiu seu doutorado em linguística. Em seguida, lutou para publicar sua teoria e pontos de vista acerca da linguagem.[30][nota 17] Ele ofereceu o manuscrito de The Logical Structure of Linguistic Theory para publicação, mas a editora MIT Press se recusou a publicá-lo. Nessa mesma época, também teve um de seus artigos rejeitado pela revista Word, permanecendo como um estranho no campo a que recém chegava.[31][nota 18] No entanto, esse isolamento científico se reverteu com o contato de Chomsky com a série Janua Linguarum da Mouton & Co.,[32] editora holandesa que divulgava pequenas monografias.[33][nota 19] O primeiro volume desta série, Fundamentals of Language (1956), foi escrito por Roman Jakobson e Morris Halle; este fora colega de pós-graduação de Chomsky em Harvard, enquanto aquele, seu professor.[34] Assim, no mesmo ano, Chomsky e Halle escreveram juntos um artigo sobre fonologia, publicado em um Festschrift dedicado a Jakobson.[35]

O linguista Cornelis van Schooneveld, editor da Janua Linguarum e orientando de Jakobson, estava procurando monografias para publicar em sua série.[36] Por indicação de Halle,[32] van Schooneveld visitou Chomsky no MIT, que, por sua vez, lhe mostrou suas anotações feitas para um curso introdutório de linguística destinado a alunos de graduação.[nota 20] Após o editor demonstrar interesse, Chomsky organizou as notas em um manuscrito de tamanho ideal — não mais que 120 páginas[nota 21] — e, assim que revisto, enviou a versão final na primeira semana de agosto de 1956 para van Schooneveld.[nota 22] O editor sugeriu que Chomsky renomeasse o texto para Syntactic Structures para fins comerciais.[nota 23] O livro também foi pré-encomendado em grande número pelo MIT. Finalmente, a Mouton & Co. publicou a monografia de Chomsky na segunda semana de fevereiro de 1957.

Logo após a primeira publicação, Bernard Bloch, editor-chefe da renomada revista científica Language, deu ao linguista Robert Lees, colega de Chomsky no MIT, a oportunidade de escrever uma resenha do livro. A crítica muito positiva e elogiosa de Lees na forma de ensaio apareceu na edição de julho-setembro de 1957 do periódico.[37][nota 24] Esta revisão inicial, mas influente, tornou Syntactic Structures visível no panorama da pesquisa linguística. Pouco depois, o livro presenciou uma espécie de mudança de paradigma nas ciências da linguagem, uma nova revolução científica nos termos de Thomas Kuhn. A obra foi o quarto livro da série Janua Linguarum, sendo o mais vendido desta, reimpresso treze vezes até 1978.[38] Em 1962, uma tradução russa de Konstantin Ivanovich Babisky, Синтакси́ческие структу́ры (Sintaksychyeskiye Struktury), foi publicada em Moscou;[39] em 1963, Yasuo Isamu traduziu para o japonês em 文法の構造 (Bunpō no kōzō);[40] em 1969, a tradução francesa de Michel Braudeau, Structures Syntaxiques, foi publicada pela Éditions du Seuil em Paris.[41] Além destas, o livro foi traduzido para o alemão,[42] coreano,[43] espanhol,[44] italiano,[45] tcheco,[43] servo-croata,[46] sueco[42] e português ao longo dos anos.

As edições em português foram desenvolvidas tanto em Portugal como no Brasil. Em Portugal, a Edições 70 publicou Estruturas Sintácticas, tradução de Madalena Cruz-Ferreira, em 1980.[47] Cruz-Ferreira é uma linguista portuguesa, Ph.D. pela Universidade de Manchester, que pesquisou por muito tempo sobre multilinguismo e aquisição da linguagem por crianças, assuntos subjacentes à teoria chomskyana, que traduziu a obra durante seu doutoramento nos Estados Unidos.[48] Por outro lado, no Brasil, apenas em 2015 foi publicada pela Editora Vozes a tradução de Gabriel de Ávila Othero e Sérgio de Moura Menuzzi intitulada Estruturas Sintáticas.[49] Ambos os tradutores são pesquisadores associados à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, sendo que Othero foi aluno de Menuzzi nesta instituição. Os dois são reconhecidos linguistas brasileiros que estudam a gramática gerativa e seus desdobramentos, como a teoria X-barra e o Programa Minimalista.[50]

Objetivos da análise sintática

[editar | editar código-fonte]

Em Syntactic Structures, Chomsky procura construir uma "teoria formalizada da estrutura linguística". Ele dá ênfase a "formulações rigorosas" e "modelos construídos com precisão".[51] No primeiro capítulo do livro, ele define o lugar da sintaxe na linguagem humana e apresenta os objetivos por trás de seu estudo. Para Chomsky, é responsabilidade do linguista descrever a gramática de uma língua, isto é, o dispositivo que produz/gera todas as sentenças da língua analisada. Em segundo lugar, o cientista da linguagem deve encontrar os conceitos abstratos abaixo das gramáticas para desenvolver um método geral. Este método ajudaria a selecionar o melhor dispositivo ou a gramática possível aplicável a qualquer língua, dado seu corpus. Finalmente, uma teoria linguística deve fornecer uma descrição satisfatória de todos os níveis de análise linguística, como sons, palavras e estruturas de sentenças.[52]

Gramaticalidade

[editar | editar código-fonte]
Árvore sintática que sistematiza gramaticalmente os sintagmas de Colorless green ideas sleep furiously.

O segundo capítulo de Syntactic Structures, "The Independence of Grammar", apresenta uma das citações mais conhecidas de Chomsky: "[uma língua é] um conjunto (finito ou infinito) de sentenças, cada sentença sendo finita em extensão e construída a partir de um conjunto finito de elementos".[53] Assim, o linguista deve ser capaz de separar as "sentenças gramaticais" (ou seja, as sentenças de uma língua) das "sentenças agramaticais".[54] Por "sentença gramatical", Chomsky refere-se à sentença intuitivamente "aceitável para um falante nativo".[54][55]

Chomsky então se debruça mais sobre o que chama por gramaticalidade. Ele apresenta três critérios que determinam se a sentença é gramatical ou não: primeiro, uma sentença gramatical não precisa ser necessariamente incluída em um corpus; segundo, não precisa ser significativa ou dotada de sentido; e terceiro, não precisa ser estatisticamente provável. Para ilustrar esses três pontos, Chomsky exemplifica a conhecida sentença Colorless green ideas sleep furiously[56] (em português, Incolores ideias verdes dormem furiosamente).[57] Argumenta-se que essa sentença é instintivamente gramatical para um falante nativo de inglês, mas não advém de nenhum corpus, não é significativa nem estaticamente provável de ocorrer.[57]

Assim, Chomsky conclui que a "gramática é autônoma e independente do significado". Ele adiciona, ainda, que "modelos probabilísticos não fornecem uma visão particular de alguns dos problemas básicos da estrutura sintática."[5]

Influência de Carnap

[editar | editar código-fonte]

O linguista britânico Marcus Tomalin afirmou que uma versão de Colorless green ideas sleep furiously fora décadas anteriores sugerida por Rudolf Carnap. O filósofo alemão ofereceu a sentença Piroten karulieren elatisch (em português, Piratas cantando eletricamente) para análise entre os níveis linguísticos. De acordo com o linguista estadunidense Reese Heitner, o exemplo de Carnap já levantou a discussão da independência das estruturas sintáticas e fonológicas.[nota 25]

Modelos gramaticais e transformacionais

[editar | editar código-fonte]
Modelo gramatical apresentado por Chomsky.

No terceiro capítulo intitulado "An Elementary Linguistic Theory", Chomsky tenta determinar que tipo de dispositivo ou modelo dá a explicação mais adequada para um determinado conjunto de sentenças "gramaticais".[58] Chomsky levanta a hipótese de que este dispositivo tem que ser finito em vez de infinito. Ele então chama a atenção para a gramática de estados finitos, um modelo teórico da comunicação que trata a linguagem como cadeias de Markov.[59][nota 26] Em seguida, no quarto capítulo, "Phrase Structure", ele discute a gramática de estrutura frasal, modelo baseado na análise imediata dos constituintes.[60] No quinto, "Limitations of Phrase Structure Description", ele argumenta que ambos os modelos são inadequados para o propósito de descrição linguística. Como solução deste problema, Chomsky introduz a gramática gerativo-transformacional (GGT), "um modelo mais poderoso [...] capaz de remediar essas inadequações."[61]

A gramática transformacional de Chomsky possui três partes: regras de estrutura frasal, regras transformacionais e regras morfofonêmicas.[62] As regras de estrutura frasal são usadas para expansão de categorias gramaticais e para substituições, o que produz uma série de morfemas. A regra transformacional "opera em uma determinada sequência [...] com uma determinada estrutura constituinte e a converte em uma nova sequência com uma nova estrutura constituinte derivada."[6] Elas "podem rearranjar a sentença ou adicionar/excluir morfemas."[63] Essas regras são de dois tipos: obrigatórias ou opcionais. As transformações obrigatórias aplicadas em "sequências terminais da gramática [Σ, F]"[64] produzem o "núcleo da língua".[62] Por outro lado, para produzir sentenças passivas, negativas, interrogativas ou complexas, uma ou mais regras de transformação opcionais devem ser aplicadas em uma ordem particular das sentenças nucleares. No estágio final da gramática, regras morfofonêmicas convertem uma sequência de palavras em uma sequência de fonemas.[63] Por fim, Chomsky aplica a ideia das regras transformacionais no sistema de verbos auxiliares do inglês.[65]

Empréstimo de terminologia

[editar | editar código-fonte]

Em Syntactic Structures, o termo "transformação" foi emprestado das obras de Zellig Harris. Harris foi o mentor inicial de Chomsky. Harris usou o termo "transformação" para descrever relações de equivalência entre sentenças de uma língua. Em contraste, Chomsky usou o termo para descrever uma regra formal aplicada a estruturas subjacentes da sentenças.[66]

Chomsky também tomou emprestado o termo "gerativo" de um trabalho anterior do matemático Emil Post.[nota 27] Post desejava "mecanicamente [derivar] inferências de uma sentença axiomática inicial".[67] Chomsky aplicou o trabalho de Post em inferência lógica para descrever a cadeia de caracteres (sequência de letras ou sons) de uma língua natural. Quando ele diz que um conjunto finito de regras "gera" (isto é, "enumera recursivamente")[68] o conjunto de um número potencialmente infinito de sentenças de uma língua, ele quer dizer que elas fornecem uma descrição estrutural explícita dessas sentenças.[nota 28]

Justificação de gramáticas

[editar | editar código-fonte]

No sexto capítulo intitulado "On the Goals of Linguistic Theory", Chomsky escreve que sua "preocupação fundamental" é "o problema da justificação de gramáticas".[61] Ele traça paralelos entre a teoria da linguagem e as teorias das ciências físicas e compara um corpus finito de enunciados de uma língua a observações e regras gramaticais a leis estabelecidas em termos de construções hipotéticas, como fonemas, sentenças etc.[61] Segundo Chomsky, os critérios para a "justificação das gramáticas" são as "condições externas de adequação", a "condição de generalidade" e a "simplicidade". Para escolher a melhor gramática possível para um dado corpus de uma dada língua, Chomsky mostra sua preferência pelo "procedimento de avaliação" (que utiliza os critérios citados). Ele rejeita o "procedimento de descoberta", empregado pela linguística estrutural para produzir automática e mecanicamente a descrição gramatical de uma língua a partir de um corpus e também descarta o "procedimento de decisão", interessado em escolher a melhor gramática dentro de um conjunto de gramáticas concorrentes.[69] Chomsky, portanto, mostra sua preferência pela "profundidade explicativa" com algumas "inadequações empíricas" em vez da busca por uma cobertura empírica muito detalhada de todos os dados.[nota 29]

Aplicação gramatical no inglês

[editar | editar código-fonte]

"Some Transformations in English", sétimo capítulo de Syntactic Structures, apresenta a aplicação da abordagem de Chomsky baseada nas regras transformacionais recém-propostas em alguns aspectos do inglês. Ele trata detalhadamente a formação de sentenças negativas passivas e sentenças interrogativas do tipo yes-no e wh-. Ele conclui que a análise transformacional pode descrever "uma ampla variedade de [...] fenômenos distintos" na gramática da língua inglesa em "formas simples", "naturais" e "ordenadas".[nota 30]

Homonímia construtiva e níveis distintos de análise linguística

[editar | editar código-fonte]

No oitavo capítulo intitulado "The explanatory power of linguistic theory", Chomsky escreve uma teoria linguística não pode se contentar apenas em gerar sentenças gramaticais válidas. Ela também deve dar conta de outros fenômenos estruturais em diferentes níveis de representação linguística. Em um determinado nível linguístico, pode haver dois itens que podem ser entendidos com significados diferentes, mas eles são estruturalmente indistinguíveis dentro desse nível, fenômeno chamado de “homonímia construtiva”. A ambiguidade relevante pode ser resolvida estabelecendo um nível mais alto de análise linguística. Nesse nível mais alto, os dois itens podem ser claramente mostrados tendo duas interpretações estruturais diferentes. Dessa forma, homonímias construtivas no nível fonêmico podem ser resolvidas estabelecendo-se o nível de morfologia e assim por diante. Cada nível linguístico também captura algumas semelhanças estruturais dentro de si mesmo, que não são explicadas nos níveis inferiores.[70]

Chomsky mostra como seu recém-inventado “nível de transformação” pode funcionar com sucesso para relacionar os níveis superiores. Ele afirma ainda que qualquer gramática de estrutura de frase que não possa explicar essas ambiguidades com tanto êxito quanto a gramática transformacional deve ser considerada "inadequada".[71]

Papel da semântica na sintaxe

[editar | editar código-fonte]

Por fim, no nono capítulo, "Syntax and Semantics", Chomsky lembra que sua análise até agora foi "completamente formal e não semântica".[72] Ele então oferece muitos contra-exemplos para refutar algumas afirmações linguísticas comuns sobre a confiança da gramática no significado. Ele conclui que a correspondência entre significado e forma gramatical é "imperfeita", "inexata" e "vaga". Consequentemente, é "relativamente inútil" usar o significado "como base para a descrição gramatical".[73] Para defender seu ponto de vista, Chomsky considera uma relação semelhante entre semântica e fonologia. Ele mostra que, a fim de construir uma teoria fonêmica, a distinção baseada no significado implicaria uma investigação "complexa", "exaustiva" e "laboriosa" de um "imenso" e "vasto corpus".[74] Em contraste, a distinção fonêmica pode ser facilmente explicada de uma maneira "direta" e em "termos completamente não semânticos" com a ajuda de "testes de pares mínimos".[74] Chomsky também afirma que uma estrutura estritamente formal e não semântica da teoria sintática pode, em última análise, ser útil para apoiar uma teoria semântica independente paralela.[nota 31]

Randy Allen Harris, especialista em retórica da ciência, escreveu que Syntactic Structures "apela com calma e insistência para uma nova concepção" da ciência linguística. Ele considera o livro "lúcido, convincente, sintaticamente ousado, a voz calma da razão ... [falando] diretamente para a imaginação e ambição de todo o campo." Em comparação a The Logical Structure of Linguistic Theory, diz-se que foi eliminado o "abismo retórico" de um trabalho altamente abstrato, matematicamente denso e "proibitivamente técnico". Ao contrário, a obra de 1957 é mais palatável para o campo mais amplo dos linguistas,[75] com uma argumentação de "multicamadas e atraente". Chomsky não apenas faz um apelo lógico a um modelo altamente formalizado de linguagem, mas também apela explícita e tacitamente ao ethos da ciência.[76]

Em particular, a análise de Chomsky do complexo sistema de verbos auxiliares do inglês em Syntactic Structures teve grande efeito retórico. Ele combinava regras simples de estrutura de frase com uma regra transformacional simples. Este tratamento foi baseado inteiramente na simplicidade formal. Vários linguistas o descreveram como “bonito”, “poderoso”, “elegante”, “revelador”, “perspicaz”, “sedutor” e “engenhoso”.[nota 32][nota 33][nota 34] De acordo com o linguista estadunidense Frederick Newmeyer, esta análise particular ganhou muitos “defensores de Chomsky” e “imediatamente levou a alguns linguistas a proporem análises gerativo-transformacionais de fenômenos particulares”.[77] Segundo o linguista britânico E. Keith Brown, "a elegância e perspicácia desse relato foram imediatamente reconhecidas, e esse foi um fator importante para garantir o sucesso inicial da maneira transformacional de olhar a sintaxe".[78] Mark Aronoff, linguista dos Estados Unidos, escreveu que esta “bela análise e descrição de alguns fatos muito marcantes foi a arma retórica que levou à aceitação da teoria [de Chomsky]” e acrescentou que, no tratamento aos verbos em inglês, “a convergência da teoria e da análise fornece uma descrição dos fatos tão convincente que mudou todo o campo”.[79]

Por outro lado, Raymond Oenbring, doutor em retórica da ciência, aponta que Chomsky "exagera a novidade" das regras transformacionais. Ele "parece levar todo o crédito por elas", embora uma versão já havia sido apresentada por Zellig Harris em um trabalho anterior. Ele escreve que o próprio Chomsky foi "cauteloso" em "mostrar deferência" à pesquisa linguística dominante. Seus seguidores entusiastas, como Robert Lees, eram, em contraste, muito mais "confrontadores". Eles procuraram criar uma "cunha retórica" ​​entre o trabalho de Chomsky e o dos pós-bloomfieldianos, argumentando que estes últimos não se qualificariam como "ciência" linguística.[80]

Impacto na linguística

[editar | editar código-fonte]

Em uma revisão inicial do livro, o linguista estrutural Charles F. Voegelin escreveu que Syntactic Structures representava um desafio fundamental para a forma estabelecida de fazer pesquisa linguística. Ele assinalou que é uma espécie de "Revolução Copernicana" no interior da linguística.[81] O também linguista Martin Joos, por sua vez, chamou a teoria chomskyana de "heresia" dentro da tradição blooemfieldiana.[82] Paul Postal comentou em 1964 que a maioria das "concepções sintáticas predominantes nos Estados Unidos" eram "versões da teoria de gramática de estrutura frasal nos termos de Chomsky".[83] Em 1965, diversos linguistas afirmaram que a obra foi o "marco [de] uma época"[84] com um "impacto surpreendente"[85] que "criou uma revolução kuhniana".[86] John Lyons, reconhecido linguista, escreveu em 1966 que "nenhum outro trabalho teve maior influência sobre a atual teoria linguística do que Syntactic Structures.[87] Em 1967, o historiador R. H. Robins afirmou que a publicação foi "provavelmente a mudança de direção mais radical e importante na linguística descritiva e na teoria linguística que ocorreu nos últimos anos".[88]

Outro historiador da linguística, Frederick Newmeyer, considera o livro revolucionário por duas razões. Em primeiro lugar, por ter mostrado que uma teoria da linguagem formal não-empirista era possível. Chomsky demonstrou essa possibilidade em um sentido prático, tratando formalmente fragmentos da gramática do inglês. Em segundo lugar, por ter colocado a sintaxe no centro da análise linguística. A sintaxe foi reconhecida como o ponto focal da produção da linguagem, em que um conjunto finito de regras pode produzir um número infinito de sentenças.[89]

Em 2017, o linguista estadunidense Norbert Hornstein escreveu que, antes de Syntactic Structures, a pesquisa linguística estava excessivamente preocupada em criar hierarquias e categorias de todos os dados de linguagem observáveis. Uma das "contribuições duradouras" da obra é que ela modificou a metodologia de pesquisa linguística para a formulação de teorias abstratas e racionalistas baseadas em contatos com dados, que é a "prática científica comum".[90]

Impacto em outras disciplinas

[editar | editar código-fonte]
Psicologia

A gramática gerativa expressa em Syntactic Structures apresentou a perspectiva mentalista de Chomsky na análise linguística. Pouco tempo após a sua publicação, em 1959, Chomsky escreveu uma resenha de Verbal Behavior,[91] obra de Burrhus Frederic Skinner.[92] Skinner apresentou a aquisição da linguagem humana em termos de respostas condicionadas a estímulos externos e reforço. Chomsky se opôs a esse modelo behaviorista. Ele argumentou que os humanos produzem a linguagem usando componentes sintáticos e semânticos separados dentro da mente e apresentou a gramática gerativa como uma descrição abstrata coerente dessa realidade psicolinguística subjacente.[91] O argumento de Chomsky teve um forte impacto na pesquisa psicolinguística e mudou o curso da disciplina nos anos seguintes.[nota 35]

Filosofia

Syntactic Structures iniciou um diálogo interdisciplinar entre filósofos da linguagem e linguistas. O filósofo John Searle chamou essa postura de uma "conquista intelectual notável" de seu tempo[93] e comparou a significância do livro ao trabalho de John Maynard Keynes e Sigmund Freud. Ele creditou a Chomsky a produção não só de uma "revolução na linguística", mas também de um "efeito revolucionário" na "filosofia e psicologia".[94] Chomsky e Quine, filósofo da linguagem expressamente anti-mentalista, debateram muitas vezes sobre o mérito das teorias linguísticas chomskyanas.[95] Muitos filósofos apoiaram a ideia de Chomsky de que as línguas naturais são inatas e regidas por regras sintáticas. Eles também acreditavam na existência de regras na mente humana, as quais se associavam ao significado de enunciados. A investigação dessas regras deu início a uma nova era na semântica sob o olhar da filosofia.[nota 36][nota 37]

Ciência da computação

Com seu tratamento formal e lógico da linguagem, Syntactic Structures também aproximou a linguística do novo campo da ciência da computação. O renomado cientista Donald Knuth, vencedor do Prêmio Turing, revelou que leu a obra em 1961 e foi influenciado por suas ideias.[nota 38] O artigo "Three Models", de Chomsky, publicado um ano antes de Syntactic Structures e contendo muitas de suas ideias, foi crucial para o desenvolvimento da teoria das linguagens formais dentro da ciência da computação.[nota 39]

Neurociências

Em 2011, um grupo de neurocientistas franceses conduziu pesquisas para verificar se os mecanismos cerebrais reais funcionavam da maneira que Chomsky sugeriu em Syntactic Structures. Os resultados sugeriram que regiões específicas do cérebro lidam com informações sintáticas de forma abstrata. São regiões independentes de outras do cérebro que lidam com informações semânticas. Além disso, o cérebro analisa não apenas meras cadeias de palavras, mas estruturas hierárquicas de constituintes. Essas observações validaram as afirmações teóricas de Chomsky em Syntactic Structures.[96]

Em 2015, neurocientistas da Universidade de Nova Iorque conduziram experimentos para verificar se o cérebro humano usa "construção de estrutura hierárquica" para processamento da linguagem. Eles mediram as atividades magnéticas e elétricas nos cérebros dos participantes. Os resultados mostraram que "o cérebro [humano] rastreou distintamente três componentes das frases que ouviram", o que "[refletia] uma hierarquia em nosso processamento neural de estruturas linguísticas: palavras, frases e depois sentenças - ao mesmo tempo." Esses resultados confirmam a hipótese de Chomsky em Syntactic Structures de um "mecanismo gramatical interno" dentro do cérebro.[97]

Idealização

Em seu discurso de posse presidencial da Sociedade Linguística da América, o linguista Charles F. Hockett considerou Syntactic Structures uma das "apenas quatro grandes descobertas na linguística moderna".[98][nota 40] Mas rapidamente se tornou um crítico feroz da teoria chomskyana. Em 1966, Hockett rejeitou "o quadro de referência [de Chomsky] em quase todos os detalhes".[99] Em seu livro de 1968, The State of the Art, Hockett escreve que a principal falácia de Chomsky é que ele trata a linguagem como um sistema formal, bem definido, estável e procede dessa abstração idealizada. Hockett acredita que tal idealização não é possível. Ele afirma que não há evidências empíricas de que a faculdade da linguagem seja, na realidade, um sistema subjacente bem definido. As fontes que dão origem à faculdade da linguagem em humanos — por exemplo, transmissão genética física e transmissão cultural —, são elas mesmas mal definidas.[nota 41] Hockett também se opôs à hipótese de Chomsky de que a sintaxe é completamente independente do estudo do significado.[100]

Não empirismo

Ao contrário de Hockett, o linguista britânico Geoffrey Sampson defendeu as ideias de Chomsky em torno da gramaticalidade, "[justificadas] na prática", e posicionou a sintaxe "dentro do alcance da descrição científica", sendo uma "grande contribuição positiva para a disciplina".[101] No entanto, ele afirma que a linguística de Chomsky é abertamente "baseada na intuição". Para Chomsky, a linguagem depende muito dos julgamentos subjetivos e introspectivos dos falantes nativos sobre sua própria língua. Consequentemente, dados linguísticos empiricamente observados por terceiros receberiam menor importância.[102]

Influência de The Logical Structure of Linguistic Theory

De acordo com Sampson, o sucesso da obra de se tornar o paradigma teórico dominante nos anos seguintes deve-se em grande parte ao carisma do intelecto de Chomsky. Além disso, Sampson escreve que há muitas referências em Syntactic Structures a The Logical Structure of Linguistic Theory em questões relacionadas aos fundamentos formais da abordagem de Chomsky, mas este não esteve amplamente disponível para impressão por décadas. Percebe-se, portanto, que Syntactic Structures deriva sua "aura de responsabilidade" a LSLT, publicação esquecida na bibliografia chomskyana.[29] Ainda, na visão do linguista Geoffrey K. Pullum, em Syntactic Structures, Chosmky afirma categoricamente que "é impossível, não apenas difícil" para dispositivos de estado finito gerar todas as sentenças gramaticais do inglês e referencia LSLT como "prova rigorosa" dessa afirmação; no entanto, não há no texto citado uma prova válida e convincente que rejeite os dispositivos de estado finito.[103]

Originalidade

Pullum também observa que a "originalidade" de Syntactic Structures é "altamente exagerada", já que "não [se] credita apropriadamente a literatura anterior na qual se baseia".[103] Ele mostra em detalhes como a abordagem expressa na obra remonta diretamente ao trabalho do lógico matemático Emil Post na formalização da prova, mas poucos leitores estão cientes dessa influência, "porque os artigos de Post não são citados". Pullum acrescenta, ainda, que o uso de sistemas axiomáticos formais para gerar sentenças prováveis ​​na língua segundo uma análise de cima para baixo já havia sido proposto por Zellig Harris em 1947, mas este trabalho foi minimizado em Syntactic Structures.[103]

Necessidade de transformações

Em 1982, Pullum e Gerald Gazdar argumentaram que as críticas de Chomsky à gramática livre de contexto são ou matematicamente falhas ou baseadas em avaliações incorretas de dados empíricos. Eles afirmaram que um tratamento da gramática com estrutura puramente sintática pode explicar fenômenos linguísticos melhor do que aquele que usa transformações.[104][nota 42]

Reconhecimento

[editar | editar código-fonte]

Em 2000, o Centro de Ciências Cognitivas da Universidade de Minnesota compilou uma lista das cem obras mais influentes nas ciências cognitivas do século XX. No total, 305 trabalhos acadêmicos e um filme foram indicados. Syntactic Structures foi classificado em primeiro lugar nesta lista, marcado como o trabalho mais influente da ciência cognitiva do século.[nota 43]

Além disso, a obra de Chomsky foi incluída n'Os 100 Livros Que Mais Influenciaram a Humanidade, lista organizada pelo crítico literário e biógrafo britânico Martin Seymour-Smith em 1998.[105] Syntactic Structures também foi destaque em uma lista dos cem melhores livros de não ficção em língua inglesa desde 1923, escolhida pela revista semanal Time.[106]

Notas

  1. De Chomsky 1957, p. 103:"...tais noções semânticas como referência, significado e sinonímia não desempenharam nenhum papel na discussão."
  2. De Chomsky 1957, p. 102: "Nos §§3-7 delineamos o desenvolvimento de alguns conceitos linguísticos fundamentais em termos puramente formais.."
  3. Aqui, "gerativo" significa fornecer uma descrição estrutural clara de cada sentença. Em Chomsky 1965, p. 9, Chomsky escreve que "quando falamos da gramática como geradora de uma frase com certa descrição estrutural, queremos dizer simplesmente que a gramática atribui essa descrição estrutural à frase."
  4. Pullum 2011 escreve: "[Chomsky] era na época um desconhecido de 28 anos que dava aulas de línguas no MIT"
  5. Especificamente, Chomsky leu Gramática Hebraica de David Kimhi (Mikhlol) (1952), estudo que descreve o hebraico do século XIII. Foi escrito por seu pai, William Chomsky, um dos principais estudiosos desta língua (ver Barsky 1997, p. 10).
  6. O interesse pelo árabe advém da similaridade com o hebraico (ver Barsky 1997, p. 47).
  7. No prefácio de 1947 de Harris 1951, Zellig Harris escreve que “N. Chomsky lhe deu a ajuda necessária para a escrita do manuscrito."
  8. Em seu prefácio a Chomsky 1975, Chomsky afirma que “Minha introdução ao campo da linguística foi em 1947, quando Zellig Harris me entregou uma cópia de seu 'Methods in Structural Linguistics' para ler."
  9. Especialmente o trabalho de Goodman sobre sistemas construtivos e a inadequação do método indutivo (ver Chomsky 1975, p. 33). Goldsmith & Huck 1995, p. 24 escreve: "Chomsky disse que estava convencido, desde quando era aluno de Goodman, de que não há aprendizagem indutiva."
  10. Chomsky 1975, p. 33 escreve: "As críticas de Quine ao empirismo lógico também deram algumas razões para acreditar que [uma abordagem não taxonômica da teoria linguística] pode ser plausível."
  11. Otero 1994 afirma que, dentre os filósofos não estadunidense, apenas Rudolf Carnap foi lido por Chomsky enquanto graduando. (p. 3)
  12. Tomalin 2003 escreve que "É claro que o trabalho de Carnap pós-Aufbau (especialmente Logische Syntax der Sprache) influenciou Chomsky diretamente até certo ponto."
  13. Joseph, Love & Taylor 2001, p. 125 afirma: "A descontinuidade mais significante [entre os Methods de Harris e as Syntactic Structures de Chomsky] é a inversão de Chomsky dos procedimentos analíticos de Harris."
  14. Tomalin 2006, p. 116 escreve: "[Ecoando] a argumentação pró-simplicidade de Goodman ... a tarefa de criar ... uma medida simples é precisamente aquela que Chomsky estabelece no quarto capítulo de LSLT."
  15. Chomsky 1951, p. 5 afirma: "Nós queremos a redução do número de elementos e postulados, quaisquer generalizações ... para aumentar a simplicidade total da gramática."
  16. Antes de Chomsky, o linguista e matemático israelita Yehoshua Bar-Hillel já havia apresentado em Bar-Hillel 1953 que as linguagens formais e métodos utilizados na lógica simbólica poderiam ser adaptados para analisar as línguas humanas.
  17. Chomsky escreve em Chomsky 1979, pp. 131–132: "Quanto à recepção do LSLT [the Logical Structure of Linguistic Theory], há pouco o que dizer. Já disse a vocês que não tive a impressão de que a reação dos linguistas foi surpreendente. Ofereci-o à MIT Press - que recusou. Com toda a razão, acho, porque naquela época a situação era muito desfavorável para um livro geral sobre o assunto, especialmente um de um desconhecido autor. Também enviei um artigo técnico sobre simplicidade e explicação para a revista Word, por sugestão de Roman Jakobson, mas foi rejeitado virtualmente por e-mail. Portanto, eu tinha poucas esperanças de ver algum desse trabalho publicado, pelo menos em algum periódico especializado."
  18. Em particular, Chomsky escreveu um artigo científico em 1956 intitulado "Three Models for the Description of Language", publicado no periódico tecnológico IRE Transactions on Information Theory (Chomsky 1956). Ele apresenta muitos dos conceitos trazidos em Syntactic Structures.
  19. O editor da série, van Schooneveld, é citado assim em Hinrichs 2001, pp. 5–6: "Eu havia originalmente concebido o Janua como uma série de pequenas monografias do tamanho de um grande artigo, relevantes demais para serem afogados em um periódico entre outras contribuições e ser perdida no esquecimento com a corrente do tempo."
  20. Chomsky é citado em Riemsdijk & Huybregts 1982, p. 63: "Este, [Syntactic Structures], eram notas de um curso de graduação no MIT. Van Schooneveld, [linguista holandês associado a Mouton], apareceu aqui uma vez e olhou algumas de minhas anotações do curso de graduação que estava ministrando e disse que deveria publicá-lo." Em (Dillinger & Palácio 1997, pp. 162–163), Chomsky relata: "Na época, a Mouton estava publicando quase tudo. Então eles decidiram que iriam publicá-lo junto com milhares de outras coisas inúteis que estavam saindo. Esta a trajetória de Syntactic Structures: anotações de um curso para jovens cientistas da graduação publicadas acidentalmente na Europa." A publicação de Syntactic structures também foi discutida em Noordegraaf 2001 e van Schooneveld 2001.
  21. De acordo com Hinrichs 2001, p. 7, Peter de Ridder, diretor da Mouton, escreveu a van Schooneveld que "os novos títulos da série [não deveriam ser] maiores do que cerca de 120 páginas."
  22. Uma versão digitalizada da carta escrita por Chomsky a van Schooneveld datada de 5 de agosto de 1956 pode ser encontrada em Hamans 2014.
  23. Hinrichs 2001, p. 7 menciona De Ridder dizendo a van Schooneveld que "Est[ava] convencido que o livro seria bem vendido com este título."
  24. Oenbring 2009 observa que a crítica de Lees era "hiperbólica", com linguagem "carregada", enquanto Harris 1993 refere-se a Lees como o "Huxley de Chomsky", tipo de "bulldog" proselitista à Thomas Henry Huxley defensor das teorias da evolução de Charles Darwin. Voegelin 1958 considera Lees como o "explicador de Chomsky". Já o próprio Chomsky considera sua crítica "provocativa" (Chomsky 1975, p. 3.)
  25. De acordo com Heitner 2005: "[A sentença de Carnap] na verdade tem o duplo dever de demonstrar a "autonomia" das estruturas sintática e fonológica, uma indicação de que não apenas as sentenças podem ser reconhecidas como sintaticamente bem formadas, mas também palavras individuais como fonologicamente bem formadas independente da semântica."
  26. Especificamente, o modelo proposto em Shannon & Weaver 1949.
  27. Em Chomsky 1959, Chomsky escreve que estava "seguindo um uso técnico familiar do termo 'gerar', cf. Post 1944". Em Chomsky 1965, p. 9, Chomksy justifica sua escolha pelo termo, dizendo que "o termo 'gerar' é familiar no sentido lógico pretendido aqui, particularmente na teoria dos sistemas combinatórios de Post. Além disso, 'gerar' parece ser o mais apropriado tradução do termo erzeugen de Humboldt, que ele frequentemente usa, ao que parece, essencialmente no sentido aqui pretendido, uma vez que esse uso do termo 'gerar' está bem estabelecido tanto na lógica quanto na tradição da teoria linguística."
  28. Em Chomsky 1965, p. 8, Chomsky escreve que "por gramática gerativa, quero dizer simplesmente um sistema de regras que, de alguma maneira explícita e bem definida, atribui descrições estruturais às sentenças."
  29. Ver Chomsky 1978, pp. 9–10. Chomsky caracterizou essa abordagem como "Estilo Galileu" de investigação, que já havia sido aplicado nas ciências naturais modernas com "grande sucesso" desde o século XVII.
  30. Chomsky 1957, p. 68 afirma: "uma grande variedade de fenômenos aparentemente distintos [na língua inglesa] todos se encaixam de uma forma muito simples e natural quando adotamos o ponto de vista da análise transformacional e que, consequentemente, toda a gramática do inglês passa a ser muito mais simples e ordenada."
  31. Uma vez que essa postura "revelaria" percepções (insights) sobre as estruturas das sentenças (ver Chomsky 1957, p. 103).
  32. Newmeyer 1987, p. 24 escreve que “os exemplos [de Chomsky] foram ilustrados simultaneamente com a demonstração de que gramáticas contendo as regras de transformação mais poderosas podem lidar com os mesmos fenômenos de uma maneira elegante e reveladora.”
  33. De acordo com Brown 2010, p. 188, "esta análise aparentemente curiosa é bastante engenhosa" e "a ferramenta poderosa de diferentes níveis de estrutura relacionados por transformações era particularmente atraente, uma vez que as transformações pareciam oferecer um meio de explicar as relações frequentemente incrivelmente complexas entre as formas das sentenças e sua compreensão."
  34. Em sua introdução de Syntactic Structures (Chomsky 1957, p. ix), o linguista David Lightfoot escreveu que "essa transformação engenhosa ... evitou regras de estrutura de frases desesperadamente complexas e produziu um relato elegante.”
  35. De acordo com Steinberg, Hiroshi & Aline 2013, p. 371: "[O sistema de regras gerativas de Chomsky] foi mais poderoso que qualquer coisa ... que os psicolinguistas tinham até então à sua disposição. [Era] de interesse especial para esses teóricos. Muitos psicólogos atribuíram rapidamente sistemas gerativos às mentes dos falantes e abandonaram ... o behaviorismo."
  36. Stokhof 2012, p. 548 escreve: "Que as línguas naturais não são de fato sistemáticas o suficiente para permitir o tratamento formal ... é ... uma reclamação que foi levantada por filósofos durante séculos. O trabalho de Chomsky na linguística gerativa aparentemente inspirou muito mais confiança em filósofos e lógicos para afirmar que talvez as língua naturais não fossem tão assistemáticas e enganosas quanto seus predecessores filosóficos as fizeram parecer ... no final dos anos 1960 a semântica formal começou a florescer."
  37. Davidson 1967 escreve: "o trabalho recente de Chomsky e outros linguistas está fazendo muito para trazer as complexidades das línguas naturais para o escopo da teoria semântica séria."
  38. Do prefácio de Knuth 2003: "... pesquisadores em linguística estavam começando a formular regras gramaticais que eram consideravelmente mais matemáticas do que antes. E as pessoas começaram a perceber que tais métodos são altamente relevantes para as línguas artificiais que estavam se tornando populares para programação de computadores, embora línguas naturais como o inglês permanecessem de lado. Achei a abordagem matemática da gramática imediatamente atraente — tanto, na verdade, que devo admitir que peguei uma cópia das Syntactic Structures de Chomsky e levei para minha lua de mel em 1961. Em momentos estranhos, enquanto cruzava o Atlântico em um transatlântico e acampava na Europa, li aquele livro com bastante atenção e tentei responder a algumas questões teóricas básicas. Aqui estava uma coisa maravilhosa: uma teoria matemática da linguagem na qual eu poderia usar a intuição de um programador de computador! As partes matemáticas, linguísticas e algorítmicas eram anteriormente totalmente separadas. Durante os anos seguintes, esses três aspectos tornaram-se cada vez mais interligados; e no final da década de 1960 me tornei professor de ciência da computação na Universidade de Stanford, principalmente por causa do trabalho que havia feito com relação a linguagens para programação de computadores."
  39. Boden 2006, p. 648 escreve: "[Artigos como "Three Models"] tiveram uma influência enorme e duradoura na ciência da computação pura" e que eles são citados em "qualquer introdução ao design de compiladores". Hopcroft & Ullman 1979, p. 9 a noção de gramática livre de contexto de Chomsky ... ajudou imensamente a especificação de linguagens de programação."
  40. Os outros três são o discurso de William Jones à Sociedade Asiática em 1786, a obra de Karl Verner Eine Ausnahme der ersten Lautverschiebung, de 1875, e o trabalho de Ferdinand de Saussure, Cours de Linguistique Générale, de 1916.
  41. Hockett 1968, p. 83 afirma: "não devemos propor nossa caracterização mais ou menos padronizada da língua ao status de um ideal monolítico, nem inferir que, porque podemos alcançar uma caracterização fixa, algum tal ideal monolítico existe, no colo de Deus ou no cérebro de cada falante individual."
  42. As versões de tais gramáticas de estrutura de frase não transformacionais incluem a gramática de estrutura de frase generalizada (GPSG), a gramática sintagmática nuclear (HPSG) e a gramática funcional lexical (LFG).
  43. É possível ver a lista dos cem trabalhos mais influentes nas ciências cognitivas aqui.

Referências

  1. a b c d e f g h i Seuren, Pieter A. M. (1998). Western linguistics: An historical introduction. [S.l.]: Wiley-Blackwell. pp. 160–167. ISBN 0-631-20891-7 
  2. a b c d Joseph, John E. (2002). From Whitney to Chomsky: Essays in the History of American Linguistics. [S.l.]: John Benjamins. ISBN 9789027275370 
  3. a b c Tomalin, Marcus (2006). Lingustics and the Formal Sciences: The Origins of Generative grammar. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9780511486340 
  4. Cook 2007
  5. a b Chomsky 1957, p. 17
  6. a b Chomsky 1957, p. 44
  7. Chomsky 1957, p. 85
  8. a b c Lightfoot, David W. (2002). «Introduction to the second edition of Syntactic Structures by Noam Chomsky». In: Lightfoot, David W. Syntactic Structures segunda ed. Berlim: Mouton de Gruyter. pp. v–xviii. ISBN 3110172798. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  9. a b c Hjelmslev, Louis (1969). Prolegomena to a Theory of Language. [S.l.]: University of Wisconsin Press. ISBN 0299024709 
  10. Anthropology, Radical (2008). «Human nature and the origins of language» (PDF). Radical Anthropology (2). Consultado em 25 de fevereiro de 2020 
  11. Johnson, Steven (2002). «Sociobiology and you». The Nation (November 18). Consultado em 25 de fevereiro de 2020 
  12. «The Cognitive Science Millennium Project». 21 de agosto de 2004. Consultado em 31 de dezembro de 2019. Cópia arquivada em 21 de agosto de 2004 
  13. Garvin, Paul J. (1954). «Review of Prolegomena to a Theory of Language by Louis Hjelmslev, translated by Francis J. Whitfield». Language. 30 (1): 69–66. JSTOR 410221. doi:10.2307/410221 
  14. Hjelmslev, Louis (1971). Prolégomènes à une théorie du langage. Paris: Les éditions de minuit. p. 27. ISBN 2707301345. Nous exigeons par exemple de la théorie du langage qu’elle permettre de décrire non contradictoirement et exhaustivement non seulement tel texte français donné, mais aussi tous les textes français existant, et non seulement ceux-ci mais encore tous les textes français possibles et concevables 
  15. Hjelmslev, Louis (1971). Prolégomènes à une théorie du langage. Paris: Les éditions de minuit. p. 27. ISBN 2707301345. Grâce aux connaissances linguistiques ainsi acquises, nous pourrons construire, pour une même langue, tous les textes concevables ou théoriquement possibles. 
  16. Chomsky, Noam (1957). Syntactic Structures. The Hague: Mouton. ISBN 9027933855 
  17. Wells, Rulon S. (1947). «Immediate constituents». Language. 23 (2): 81–117. JSTOR 410382. doi:10.2307/410382 
  18. Berwick, Robert C.; Chomsky, Noam (2015). Why Only Us: Language and Evolution. [S.l.]: MIT Press. ISBN 9780262034241 
  19. Barsky 1997, p. 48
  20. Barsky 1997, pp. 49–50
  21. Chomsky 1975, p. 33 e Thomas 2012, p. 250
  22. Quine 1951
  23. Carnap 1934
  24. Graffi 2001, p. 331
  25. McGilvray 2005, p. 117
  26. Chomsky 1953
  27. Barsky 1997, p. 83
  28. Barsky 1997, p. 86
  29. a b Sampson 2001, p. 152
  30. Sklar 1968, p. 216
  31. Barsky 1997, pp. 81–82
  32. a b Hamans 2014
  33. Hinrichs 2001, p. 5
  34. Jakobson & Halle 1956
  35. Chomsky, Halle & Lukoff 1956
  36. Hinrichs 2001, p. 2
  37. Lees 1957
  38. Hinrichs 2001, p. 153
  39. Chomsky 1962
  40. Chomsky 1963
  41. Chomsky 1969
  42. a b Chomsky 1973
  43. a b Chomsky 1966
  44. Chomsky 1974
  45. Chomsky 1970
  46. Bugarski 1972
  47. Chosmky 1980
  48. Cruz-Ferreira 2011
  49. Chosmky 2015
  50. Módolo 2005
  51. Chomsky 1957, prefácio
  52. Chomsky 1957, pp. 5–6
  53. Chomsky 2015, p. 17
  54. a b Chomsky 1957, p. 13
  55. Chomsky 1957, p. 16
  56. Chomsky 1957, p. 15
  57. a b Chomsky 2015, p. 20
  58. Chomsky 1957, p. 18
  59. Chomsky 1957, pp. 19–21
  60. Chomsky 1957, pp. 26–33
  61. a b c Chomsky 1957, p. 49
  62. a b Chomsky 1957, p. 45
  63. a b Chomsky 1957, p. 46
  64. Chomsky 2015, p. 65
  65. Chomsky 1957, pp. 38–40
  66. Collins 2008, pp. 66–67
  67. Post 1943, Post 1944 e Pullum & Scholz 2001
  68. Pullum & Scholz 2001
  69. Chomsky 1957, pp. 49–56
  70. Chomsky 1957, pp. 85–87
  71. Chomsky 1957, p. 91
  72. Chomsky 1957, p. 93
  73. Chomsky 1957, p. 101
  74. a b Chomsky 1957, pp. 96–97
  75. Harris 1993, Chapter 3
  76. Harris 1989
  77. Newmeyer 1987, p. 24
  78. Brown 2010, p. 186
  79. Aronoff 2014
  80. Oenbring 2009
  81. Voegelin 1958
  82. Joos 1961
  83. Postal 1964
  84. Levin 1965, p. 92
  85. Bach 1965, pp. 111–12
  86. Thorne 1965, p. 74
  87. Lyons 1966
  88. Robins 1967, p. 226
  89. Newmeyer 1996, pp. 24–26
  90. Norbert Hornstein (27 de janeiro de 2017). «On Syntactic Structures». Faculty of Language. Consultado em 18 de julho de 2017 
  91. a b Chomsky 1959
  92. Skinner 1957
  93. Pinto 2011
  94. Searle 1972
  95. Quine 1969
  96. Pallier, Devauchelle & Dehaene 2011, pp. 2522–2527
  97. «Chomsky Was Right, NYU Researchers Find: We Do Have a "Grammar" in Our Head». New York University. Consultado em 16 de novembro de 2016 
  98. Hockett 1965, p. 185
  99. Hockett 1966, p. 156
  100. Hockett 1968, pp. 67–71
  101. Sampson 1980, p. 134
  102. Sampson 2001, p. 5, Sampson 2001, p. 10 e Sampson 2001, p. 13
  103. a b c Pullum 2011
  104. Pullum & Gazdar 1982
  105. Seymour-Smith 1998
  106. Grossman, Lev (17 de agosto de 2016). «All-TIME 100 Nonfiction Books : Syntactic Structures». Time. Consultado em 14 de outubro de 2016