Céu Quotes

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José Luís Peixoto
“«Penso: talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu.»”
José Luís Peixoto, Nenhum Olhar
tags: céu

Mia Couto
“Ser menino é estar cheio de céu por cima.”
Mia Couto, Pensageiro Frequente

Fernando Pessoa
“Nós nunca nos realizamos.
Somos dois abismos – um poço fitando o Céu.”
Fernando Pessoa, The Book of Disquiet

Filipe Russo
“Eu estou morrendo a olho nu em pleno céu aberto, aberto por meteoritos.”
Filipe Russo, Caro Jovem Adulto

Filipe Russo
“As luzes da cidade embaçam o céu escondendo as estrelas.”
Filipe Russo, Caro Jovem Adulto

Valter Hugo Mãe
“(...)não há mãe alguma que não mereça o céu, porque, em verdade, as mães transportam o céu dentro delas(...)”
Valter Hugo Mãe, O Remorso de Baltazar Serapião
tags: céu, mãe

C.S. Lewis
“O Inferno é um estado de espírito, sim. Isso que você diz é verdade. Entregue à própria sorte, todo estado de espírito - todo isolamento da criatura na masmorra de sua própria mente - é, no final, o Inferno. Mas o Céu não é um estado de espírito, e sim a realidade em si.”
C.S. Lewis, The Great Divorce

Conn Iggulden
“Um homem forte pode dobrar o céu a seu favor, mas só para si mesmo, sabia Temujin.”
Conn Iggulden, Genghis: Birth of an Empire

Raul Brandão
“Sagres é o cabo do mundo. Levo os pés magoados de caminhar sobre pedregulhos azulados, num carreirinho, por entre lava atormentada. Do passado restam cacos, o presente é uma coisa fora da realidade, grande extensão deserta e encapelada, com pedraria a aflorar entre tufos lutuosos; vasto ossário abandonado onde as pedras são caveiras, as ervas cardos negros e os tojos só espinhos e algumas folhas de zinco. O mar - é verdade, esquecia-o - mas o mar como imensidade e tragédia, e ao lado a gigantesca ponta de São Vicentte, só negrume e sombra. Mar e céu, céu e mar, terra reduzida a torresmos, e o sentimento do ilimitado. Esta grandeza esmaga-me.

Grande sítio para ser devorado por uma ideia! Isto devia chamar-se Sagres ou a ideia fixa... Só agora entrevejo o vulto do Infante. Cerca-o e aperta-o a solidão de ferro. Pedra e mar - torna-se de pedra. Está só no mundo e contrariado por todos. Obstina-se durante doze anos! contra o clamor geral. - Perdição! Perdição! - agoura toda a gente, e Ele não ouve os gritos da plebe ou a murmuração das pessoas «de mais qualidade» (Barros). Aqui não se ouve nada... Nem um sinal de assentimento encontra. Não importa, Só e o sonho, na gigantesca penedia que com dois dedos inexoráveis aponta o caminho marítimo para as Índias pela direcção da ponta de Sagres, e a descoberta do Brasil pela direcção da ponta de São Vicente. Lágrimas, orfandades, mortes... Mas o homem de pedra está diante deste infinito amargo e só vê o sonho que o devora. Rodeia-o a imensidão. Os mais príncipes contentam-se «com a terra que ora temos, a qual Deus deu por termo e habitação dos homens». Este Príncipe não. Este Príncipe pertence a outra raça e a outra categoria de homens. Não lhe basta um grande sonho - há-de por força realizá-lo e «levar os Portugueses a povoar terras ermas por tantos perigos de mar, de fome e de sede». Não é egoísmo, mas só vive para o pensamento que se apoderou de todo o seu ser. Um pensamento e o ermo. E este é óptimo para forjar uma alma à luz do céu ou do inferno. Os dias neste sítio magnético pesam como chumbo. Uma pobre mulher do povo dizia-me ontem: —Isto aqui é tão nu e tão só que a gente ou se agarra a um trabalho e não o larga, ou morre. É a realidade que nos mata. Este panorama é na verdade trágico. Não cessa dia e noite o lamento eterno da ventania e das águas. E os cabos, que são de ferro e escorrem sangue, obstinam-se em apontar o seu destino de dor a esta terra de pescadores.”
Raul Brandão, Os Pescadores