Introducción A La Comunicación Huellas Estrada
Introducción A La Comunicación Huellas Estrada
Introducción A La Comunicación Huellas Estrada
ISBN 978-950-01-1779-1
1. Ciencias de la Educación. 2. Comunicación. I. Morel, María Paula II. Hernández, Silvia III.Título
CDD 302.23
La presente obra se ha elaborado teniendo en cuenta los aportes surgidos de los encuentros organizados por el “Insti-
tuto Nacional contra la Discriminación, la Xenofobia y el Racismo” (INADI) con los editores de textos.
L a i n t e r ac c i ó n , y l a c o m u n i c ac i ón c o m o s u m at e r i a
p r i m a, i n s ti t u y e l a r e ali d a d s oc i al ,l e d a f o r m a,l e ot or g a
s e n t i d os c o m p ar t i d os a n i v e l d e l o s ob j e t o s ( d i m e n -
s i ón r e f e r e n c i al ); a n i v e l d e l as r e l ac i on e s e n t r e l os
h ab l a n t e s ( d i m e n s i ó n i n t e r r e f e r e n c i al) ; y a n i v el d e l a
c on s t r u c ci ó n d e l p r op i o s u j e t o e n t an t o i n d i v i d u o s o-
ci al ( d i m e n s i ón au t o r r e f e r e n c i al) . E s t os t r e s n i v el e s s e
p o n e n d e m an i f i e s t o e n c u al q u i e r s i t u ac i ó n c o m u n i -
c ati v a, e s d e c i r , e n c u al q u i e r s it u ac i ón s e h a b l a d e al go,
s e e s t ab l e c e n r e l ac i o n e s e n t r e q u i e n e s e s t á n h a b l an -
d o, y l a p e r s o n al i d a d d e e s t os t i e n e f u e r t e s i m p l i c a-
ci o n e s e n l a r e l ac i ón d e i n t e r ac c i ó n d a d a. P or t o d o l o
an t e r i o r , l a i n t e r ac ci ó n n o s ol o d e b e s e r c on s i d e r ad a
c o m o l a m at e r i a p r i m a d e l a c o m u n i c ac i ón , s i n o q u e
l a C i e n c i a d e l a C o m u n i c ac i ón d e b e c on t e m p l ar e s t a
d i m e n s i ó n i n t e r ac t i v a c o m o c e n t r al e n l a c on s t r u c -
ci ón d e s u m i r a d a s o b r e l a r e ali d ad s oc i al .
Ri zo García, M. “D e perso nas, r it ual es y m ás car as . Er vi ng G offman y s us aport es a l a co m uni-
cació n i nt er perso nal”, en Quórum A cadémic oVol. 8, N. º 15, Uni versid ad d el Zuli a, 2011.
campo de estudios de la comunicación. Communication Research (mcr). nos en el lugar de los de más.
• La problemática de los lenguajes, a la que
n o s , c on l a c on s e c u e n t e d i v e r s i d ad d e p r e s u p u e s - ción, las personas seleccionan, organiza n, repro- 1. Expliquen con sus palabras en qué consis-
t os t e ór i c os y m e t o d ol ó gi c os [ … ] . C o m o s e h a ducen y transforman los significados sociales en ten los criterios temático, histórico e insti-
d i c h o m ás d e u n a v e z, e l d e s a r r ol l o d e l os e s t u d i o s
función de sus expectativas y propósitos. tucionalpara definiruna disciplina.
d e c o m u n i c aci ó n s e as oc i a as í , h i s t ór i c a m e n t e , a l as
t r ay e c t or i as q u e d e s c r i b i e r o n ot r as d i s c i p li n as e n Los análisis del interaccionismo simbóli- 2. ¿por qué se sostiene que los estudios de co-
s u s e s f u e r z os p or i n s t i t ui r s e c o m o t al e s a l o l ar g o co están orienta dos a comprender el comporta- municación son un campo transdisciplinario?
d e e s t e s i gl o; s on , e n t r e ot r os , l os c as os o b v i os d e l a
mie nto de las personas en distintas situaciones,
P sic ol ogí a, l a S oci ol ogí a, o l a m i s m a S e m i ót i c a. 3. ¿Qué papel tiene la comunicación en la
Tanto las invest igaciones de l a mass Communication re-
dando cuenta del sentido que les otorgan a sus vida social de acuerdo con el interaccionis-
se arch, como los estudios de la Esc uela de Frank furt , te nían
Cal etti, S.“Pr ofesi o nes, histor ias , t axo nom ías . Algunas dis cri mi nacio nes neces ari as ” ( fragm en-
en com ún l a preoc upación po r cómo la radio y la televisión
acciones y al mundo que las rodea. Esta tradi- mo simbólico?
to), en Di ál ogos de l a C om uni cación N .° 31, Li ma, 1991. . podíaninfluirenlascost umb res y o piniones de la socie dad. ción,que pone alacomunicaciónen el centro de
ENTREVISTAS EntrEvista
Paula Sibilia
d es i nt er i o r i zad as ”.
ci al e i d ent i fi qu e n c uál es s o n l as es t r at egi as d e disfrutaban de grandes prestigios académicos. reconocimiento que construye las formas dis -
A CTividA de S
1. elijan algun a de l as revistas que mencion a o investigad ores trab ajab an e n es a publicación.
Sergio C aletti y busquen inform ación en inter-
net sob re ella. escrib an un breve in for me de scri- 2. expliquen c on su s p alab ras la f rase de C aletti:
biendo l a revista, l os tem as que tr atab a, la é po- “L os e studios de C omunic ación s on u na manera
ca en la que se publicó y que otros peri odistas de acercarse a los pr oblem as de la significación”.
HUELLAS
LAS ACTIVIDADES FINALES ActividAdes finAles 111
ActividAdes finAles
disc ur s o s s ocio p o lític os . to s má s pinceles, más s ten ciles y más graf ittis pu eb lan la s car a ct er í s t i cas ?
Su última pr od uc ció n, Le va n tar y P eg ar, un libr o de pare de s de u na ciu da d, má s mira da s in ter pr etan y má s me n- b. ¿ Qué otr o s géner os apar ecen r e pr es e nt ad o s ?
calc o ma nías ( … ) e s u na gra n s ín tes is c o nce p tu al de l se n- s ajes se rec ep cio na n. ( ... ) el tra bajo c o lec tivo e s e l p o der y el c. ¿Cómo se cuenta la vid a del p rotagonista? ¿ A través de las car acte-
rísticas de qué géne ro? ¿Y cuál e s el géne ro que utilizan para ex- plicar
tid o qu e lo s m ue ve . E l lec tor ejec u ta su pr o p ia acc ió n: te s tig o de la dive rs ida d, d e la c o mp re ns ió n de l otro , ( ... ) y de l as co s as e xt r a ñas q u e s u ce d e n e n l a ci ud ad / es c e no gr afí a?
se lecc io na u na ima ge n, in te rv ie ne un lu g ar y g en era u n q ue la s ind ivid ua lid ad es q ue da n a un c os ta d o c ua n d o h ay
¿ D e qu é m a ner a ap ar e ce n en l a nar r a ci ó n?
men saje . E l m o tor in s pira do r q ue se im par te n de sd e la u na ca u sa m ay or : p ob lar la c iud a d de idea le s y de a rte.
pu blicac ió n e s que “de sde los sem áfor os y se ñale s de trá n-
sito , ha sta ba ñ os de a ntr o y c ualqu ier su perf icie v olup tuo sa “ Bo g o tá S tr e et A r t: El p o d er d e l a i m ag en co l e c - d. En relaci ón con l o que se dijo e n l as p ágin as de e ste capítulo s obre el géner o reality show, ¿qué
tiv a”, en E m p r e n d e C u lt u r a, 2 0 1 5 . U R L: h ttp :// características del géne ro reality show se evidencia en la película? ¿Qué mitos del reality pone en cuestión?
para e l ma n o ta zo re s ig n if ica d or, ca d a se nc illa a cc ió n de recursosculturales.com/revista/2015/06/ Just i fi qu en l as r es pu es t as.
levantar y pe gar c o nfig ura la secr eta c ar to gr afía de mile s bogota-street-art-el-poder-de-la-imagen-colectiva/)
a. ¿Qué significa que existe un a ne gociación en la elección de qué pr ogramas ver? ¿Por qué l os auto-
res habl an d e “po l ít i cas d e li vi ng- r oo m ”? a. ¿P o r q ué V er ó n afi r m a q ue l o s d i ar i o s y l a TV es t á n e n cr i s i s ?
b. ¿ Qué cam bio s pr o d uc e i nt er n et qu e es t i m ul a n es a cr i s i s ?
b. Qué s i gni fi ca q ue hay r el aci o n es d e po d er fa m i l i ar es i m pl i cad as en es t as t ar eas ?
c. ¿ Qué t r ans for m aci o nes pr o d u ce i nt er n et en l as a ud i e nci as ?
d. En s u o pi ni ó n, ¿ s e ac er ca el fi n d e l a t el e vi s i ó n? ¿ P o r q ué?
4. En nuestr a vid a cotidian a, utilizam os y c onsu mimos un a gran cantidad de len gu ajes y géne ros me- diáticos
sin reflexion ar sobre ello. Busquen distintos ejemplos de cruces entre los lengu ajes y los gé- neros
mediáticos, y completen el siguiente cuadro. En cad a casillero, p ongan el eje mplo del pr oducto mediático
enco nt r ad o y s eñal en al guna car act er í s t i ca q u e us t ed es co ns i d er e n i m p o r t ant e.
E j em p l o: Le ng u aj e r adi o fó ni c o.
Ej em pl o: Pr ogr am a r adi al de m ús i c a de r oc k
Es ti l o c ol oqui al, hum or ís tic o
est u D i o D e La n oved ad q ue pre se nta ba la te lev isió n im plicó los diversos modelos de comunicación para
B ut á n e s u n p aí s asi á ti co q u e se e nc u en tr a u bi c ad o e n e l u n ca m b io e n la f o r m a d e se r y la s co st u m b r e s d e lo s H i m a l ay a,
explicar las interacciones comunicativas.
rod e a do por In di a y Ch in a. D ur a nt e si glo s s us h a -
ha b it a n t e s d e Bu t á n . La s r u t in a s d e la m ay o r ía d e a q u e -
bi t a nt es s e • Utilizar los conceptos trabajados en el Bloque
m a nt uv ie ro n a isl a d os de los c a mb ios soc i al es, ec o - llo s q u e a h o r a a cce d ía n a la T V se m o ld e a b a n a lr e d e- nó m ico s y 2 para reflexionar acerca de cómo los grupos
te cn oló gi cos q ue oc urrí a n en el re st o d e l m u n do. d o r d e ella . Lo s h o r a r io s d e su e ñ o se m o d ifica r o n p a r a
R e ci én e n l a s eg u n d a mit a d d el s igl o X X , el p aí s c o me n zó u n socialesutilizan el lenguaje.
p o d e r v e r su s p r o g r a m a s f a v o rit o s, la d isp o sició n d e
le nt o pr oc es o de m od er ni z a ció n. En 1 9 9 9, el r e y d e B ut á n l e -
lo s a sie n t o s e n la m e sa f a m iliar se a ju st ó p ar a q u e se 1 . C o m u n i C a Ci ó n, le n g ua je e i d e n ti da d
va n tó l a pro hi bic ió n q u e p e sa b a so br e l a te le vi sió n y su us o s e
[*]
len los medios masivos de comunicación en este proce so.
envidia o e str és, lo qu e en últim a in sta n cia lo s lleva ba el lugar que tien en las pa la br as y la c omun icación en la v id a S oy … s o y l o q u e d ej a ro n .
a r oba r pa ra con seg uir lo que la te lev isió n le s d ecía q ue Soy t o da la sob ra de lo q ue se ro bar on . Un
socia l. Dar ío Sztajn szraj ber, realiza un rec orr ido por la ma-
deb ía n co n sum ir pa ra alca nzar los e stá nda res occid en- pu ebl o esc o ndi do e n l a ci m a .
tale s qu e a h ora en tra ban e n su s vidas. De e ste mo do , p or nera en que distintos pensad ore s, desde Plat ón en la Grecia Mi p ie l es de cuer o , po r eso agua nt o cualqu ie r clim a. Soy un a
eje mp lo , mu cho s com en zar on a ree mp lazar lo s tra- dicion ale s antigua ha sta Ja qcu es Der rida en la actua lid ad, tr abaja r on fáb rica d e h u m o .
gho ( bata s h ast a la s r od illa s, ob ligat orio s en e l ám bito Man o de obr a ca mpe sina p ara t u co n sum o . Fr en te
púb lico p or ley), p or jea ns y re mera s. S egú n un e st ud io el proble ma del lenguaje ver ba l, su pape l fundamental en la de frío e n el m e d i o d e l v e ra n o .
flexión e investigación.
ident ida d de un pue blo pue de tomar f or ma en el len guaje ,
poniendo en escena los comp lejos ma rcos de referencia cul-
turales y lasexperiencias compartidas sobre los que se ap oya.
S oy u n p e d az o d e ti e rra q u e v al e l a p e n a.
Un a c a n as ta c o n fri j ol es .
S oy l o q u e s os ti e n e m i b a n d e ra .
La e s pi n a d o rs al d el pl a n e ta es m i c o rd ill e ra .
S oy l o q u e m e e ns e ñ ó m i pa d re .
El q u e n o q u i e re a s u p atri a n o q u i e re a s u m a d re .
Soy Amér ica lat ina .
Un p u e b l o s i n pi e rn as p e ro q u e c a m i n a.
Le tra : R e n é P é rez (fra g m e n to )
BLOQUE
1
¿QUÉ ES LA COMUNICACIÓN?
La comunicación es una dimensión fundamental de la vida social, presente
en todos los ámbitos de la actividad humana. En todo acto de comunicación
se transmite información a partir de una serie de códigos compartidos en el
marco de una comunidad. Estos códigos no son estáticos, sino que resultan
constantemente modificados en la interacción. Entre ellos, el lenguaje verbal
ocupa un lugar destacado en la comunicación humana.
Todos los días realizamos actividades que que utilizan una danza para transmitir la dis-
involucran, de manera directa o indirecta, a la tancia en la que se encuentra la comida. Pero
comunicación, por ejemplo, saludar a un ami- los códigos que utilizan los animales forman
go, leer el diario o navegar por internet. parte de su bagaje instintivo y, por lo tanto, no
Para comenzar, podemos afirmar que los fe- se modifican a lo largo de las generaciones.
nómenos de comunicación son aquellos en los En cambio, la comunicación humana es
que un emisor transmite un mensaje a un re- mucho más compleja. En el mundo social las
ceptor. Por ejemplo, en una clase de Historia el personas utilizamos una gran cantidad de có-
profesor (emisor) explica a sus estudiantes (re- digos en forma simultánea: enviamos informa-
ceptores) los hechos que llevaron a la Declara- ción mediante el lenguaje hablado, y también
ción de la Independencia de 1816 (mensaje). mediante los gestos y la manera en que nos ves-
Ahora bien, para que la comunicación sea timos. Además, los códigos que utilizamos no
posible, es decir, para que los receptores pue- son inmutables; las propias interacciones co-
dan recibir y comprender un mensaje, es nece- municativas los modifican y crean nuevas for-
sario que emisor y receptores tengan un código mas de comunicar. Finalmente, el lenguaje ver-
común. En el ejemplo de la clase de Historia ar- bal tiene una particularidad que ningún otro
gentina, es necesario que todos comprendan el código comparte: puede ser utilizado para ha-
castellano para que el mensaje sea compredido. blar de sí mismo; es decir, funcionar como me-
En su etimología, la palabra comunica- talenguaje. Por ejemplo, cuando decimos “Ma-
ción proviene del latín, en el que communicare riano avisó que viene mañana".
significa compartir o poner algo en común.
Justamente, los miembros de una comunidad
tienen en común una serie de códigos que per-
miten la comunicación. Por ello la comunicación
existe solo en el marco de una comunidad.
La comunicación no es exclusiva de los se-
res humanos. Muchas especies de animales,
como las abejas o los monos, pueden enviar se-
ñales a otros miembros de su especie como for-
La vida en sociedad es una condición necesaria para el
ma de comunicarse. Esto es posible porque tie- desarrollo de la capacidad de comunicación de los seres
nen un código común. Es el caso de las abejas, humanos.
11
Tipos de comunicación
soporte material, como el diario o un dispositi-
La comunicación solamente es posible en el vo técnico, como la televisión. Este tipo de co-
marco de una comunidad con una serie de có- municación se caracteriza por su unidireccio-
digos compartidos, que se van modificando en nalidad; es decir, que los lugares del emisor y el
la interacción y que permiten transmitir distin- receptor no son intercambiables, a diferencia de
to tipo de información. En una primera aproxi- lo que pasa en la comunicación interpersonal.
mación, los actos de comunicación pueden ser Por lo tanto, solo se registra transmisión de in-
clasificados según quiénes ocupen los lugares formación en una sola dirección.
del emisor, del receptor y de acuerdo con el ám- • Por último, la comunicación institucio-
bito en donde se desarrollen. nal es la manera en la que una institución se
• La comunicación intrapersonal es aque- comunica con las personas que pertenecen a
lla que cada persona realiza consigo misma. Por ella, por ejemplo, socios, trabajadores o colabo-
ejemplo, los pensamientos que se elaboran en radores, mediante la comunicación interna; y
silencio, las fantasías, los sueños o las reflexio- con la sociedad de la que forma parte para co-
nes escritas en un diario íntimo. municarle sus actividades, logros u objetivos,
Aquí se da una conjunción particular, por la mediante la comunicación externa. Las for-
cual los pensamientos más privados de cada in- mas de la comunicación institucional suelen
dividuo solo pueden ser expresados a través de estar reguladas. Por ejemplo, la comunicación
un código: el lenguaje, que es creado y recrea- directa en las reuniones de trabajo, los recorri-
do socialmente. Sin las palabras que nos brinda dos definidos para los documentos (como los
nuestro idioma, no podríamos pensar. expedientes en los juzgados) o las publicacio-
• La comunicación interpersonal tiene lu- nes de circulación interna, entre otros.
gar entre dos o más personas que, en general,
se hallan próximas unas a otras. Utilizamos este EL DIARIO DE ANA FRANK
tipo de comunicación, por ejemplo, cuando con-
En el momento en que fue elaborado por su au-
versamos con un grupo de amigos o le escribi- tora, el diario de Ana Frank era un ejemplo de
mos un mail a un compañero. Mediante este tipo comunicación intrapersonal. En la actualidad, sin
de comunicación podemos definir acuerdos y embargo, se convirtió en uno de los más conmo-
vedores testimonios del Holocausto que es leído
diferencias, pedir o recibir información, etcéte- por miles de personas en todo el mundo. En su
ra. Lo importante es que cada mensaje que se diario, Ana cuenta cómo ella y su familia pasaban
emite en una comunicación interpersonal es una los días en una ciudad holandesa de Amsterdam
durante la ocupación nazi de los Países Bajos. La
respuesta a las intervenciones de las otras perso- familia Frank fue detenida por la Gestapo y sus
nas que participan en ella. Esto se denomina in- integrantes, enviados a diferentes campos de con-
centración. El único sobreviviente fue el padre de
terdependencia comunicativa.
Ana, Otto Frank, que regresó a Amsterdam. En
La comunicación interpersonal puede pro- 1947, Frank publicó el diario con el título La casa de
ducirse tanto de manera intencional como in- atrás. Luego, se hicieron cientos de reediciones con
voluntaria. Este último caso se genera cuando, el nombre de El diario de Ana Frank.
por ejemplo, una persona nos da a probar algo
que cocinó y nuestra cara transmite que no nos ACTIVIDADES
gustó la comida, aunque no tengamos la inten-
1. Reflexionen sobre qué pensaban que era
ción de decirlo. la comunicación antes de leer estas páginas.
• En la comunicación masiva un men- Luego de haberlas leído, ¿qué les parece que
saje es transmitido desde un único emisor a es la comunicación? Elaboren un texto bre-
una gran cantidad de receptores a través de un ve con sus respuestas.
12
El mimo y artista francés Marcel Marceau construyó una gran En la comunicación humana entre amigos muchas veces
carrera como actor por medio de la comunicación gestual. se crean gestos para significar algo en especial.
13
En el lenguaje escrito, a diferencia de lo que indican a cuál nos corresponde ir con dibujos
ocurre en la comunicación oral, la interacción que representan al hombre y a la mujer.
entre el emisor y el receptor no es inmediata. El En muchas sociedades también el cuerpo
lenguaje escrito se caracteriza porque siempre puede ser un soporte para la comunicación
queda registrado en algún soporte material (li- icónica: los tatuajes, los peinados o las formas
bro, pared, mail, etc.) y esto permite que el emi- de vestir pueden brindar información sobre el
sor y el receptor estén distantes en el tiempo y en estatus social de una persona, sus gustos musi-
el espacio. Puede ocurrir que el encuentro entre cales o sus preferencias deportivas, entre otros.
ambos no se produzca nunca o que un solo tex-
to sea leído por numerosos lectores a lo largo del
tiempo.
El lenguaje escrito permite que el emisor
revea y corrija sus ideas antes de publicarlas, y
que el receptor vuelva a leer aquello que no com-
prendió o le resultó confuso. Por ello, en general,
la comunicación escrita permite desarrollar las
ideas de una forma más compleja y cuidada que
la comunicación oral.
Las primeras civilizaciones que utiliza-
ron la escritura datan de entre 6.000 y 7.000
años antes de Cristo. Entre ellas se encuentran
la cultura china, la egipcia y la mesopotámi-
ca (sumerios y babilonios). Durante cientos de
años, la escritura fue continua, es decir, que
se realizaba sin dejar espacios entre palabras o
sin usar signos de puntuación para organizar
las ideas en párrafos.
La comunicación icónica es aquella en la
que se utilizan imágenes o íconos. En algunos
casos, las imágenes transmiten información
porque tienen una relación de similitud con
el objeto que representan. Por ejemplo, en las
ilustraciones, los mapas, las fotografías publici-
tarias. En cambio, en otros casos las imágenes ACTIVIDADES
son parte de una convención social y la infor-
1.Describan las principales características
mación que transmiten está relacionada con un de los tres tipos de comunicación: intraper-
conjunto de reglas conocidas y aceptadas por sonal, interpersonal y masiva. Escriban un
todos. El semáforo y las señales de tránsito son ejemplo de cada tipo.
un ejemplo de estas convenciones compartidas. 2. Observen a personas en situaciones de in-
Cualquiera sea el país en el que estemos, si ve- teracción en una plaza, en una confitería o
mos la luz roja sabemos que tenemos que dete- en el colectivo.Teniendo en cuenta que no
están escuchando lo que dicen, piensen de
nernos, el amarillo nos indica precaución y el qué estarán charlando mediante el análisis
verde nos habilita a avanzar. Lo mismo ocurre de los gestos que realizan. Elaboren un es-
con las puertas de los baños públicos, que nos crito breve con sus conclusiones.
14
La comunicación, un fenómeno
De esta manera, también podemos decir
complejo
que expresa esas ideas, porque es parte de una
En las primeras páginas del capítulo vimos comunidad en la que ciertas creencias y valo-
que los fenómenos de comunicación pueden cla- res son difundidos a través de los medios ma-
sificarse a partir de diversos criterios. Por ejem- sivos, que transmiten sus palabras a una gran
plo, un mail puede ser entendido como un acto cantidad de personas. Finalmente, podemos
de comunicación interpersonal escrito, en el que observar que los diferentes modos, tipos y for-
predominan la expresión o el encuentro y en el mas mediante los que el político se comunica
que se utilizan, o no, recursos argumentativos. están relacionados con el modo de la comuni-
En nuestra vida cotidiana, la comunica- cación al que nosotros, al analizar el fenóme-
ción se da como un “hecho total”, es decir, to- no, le prestemos atención.
dos estos tipos, formas y dimensiones aparecen
simultáneamente. La necesidad de distinguir
entre ellos solamente surge en el momento de
analizar las características particulares de un
fenómeno comunicacional concreto: si lo que
buscamos es analizar los modos, tipos y formas
de la comunicación; si nuestros interrogantes
tienen que ver con quién es el emisor, cuál su
mensaje y a qué receptores está dirigido; o si lo
que nos interesa es averiguar la forma en la que
se construye la interacción comunicativa.
También podemos descubrir en un solo
acto el entrecruzamiento de diferentes modos
de la comunicación. Un ejemplo de estos cru-
ces es la transmisión televisiva de un acto de
campaña política, en donde el político habla
sobre sus propuestas o sobre su gobierno (co-
municación oral), también hay afiches, ban-
deras o gente con remeras de su partido (co-
municación icónica) y el orador refuerza sus
palabras a través de gestos y movimientos de
las manos (comunicación gestual). El canal de
televisión que transmite el acto nos informa-
rá a través de los zócalos –texto corto ubicado
al pie de la imagen –quién es el político y por
qué se realizó el acto (comunicación escrita).
Además, podemos clasificar el acto políti-
ACTIVIDADES
co del ejemplo como una forma de comunica-
ción masiva en la que el político, como emisor, 1. Elijan una portada de diario que tenga en
intenta convencer a la audiencia argumentando ella una fotografía, como mínimo. Luego res-
pondan: ¿qué aspectos de la comunicación (la
que sus ideas son las más adecuadas para llevar expresión, la difusión o el encuentro) apare-
adelante un gobierno, que su contrincante polí- cen en esa portada? Señalen los elementos
tico, que no se encuentra en dicho acto. en los que se apoyan estos aspectos.
18
Globalización: multiculturalismo,
de trabajar los conflictos que pudieran surgir en
universalidad y homogeneización
el encuentro, y buscar las herramientas que hi-
En la década de 1960, los desarrollos tecnoló- cieran posible el diálogo entre ellas. Así, los de-
gicos de los medios de comunicación y transpor- rechos humanos y los valores democráticos se
te facilitaron y agilizaron la circulación de mer- constituyeron en un marco universal que habili-
cancías, información y personas entre distintas tó formas de comunicación sobre la base del re-
partes del mundo. A lo largo de toda la historia conocimiento de los otros como iguales.
de la humanidad el encuentro entre culturas di- Sin embargo, como veremos en el Capítulo
ferentes estuvo siempre presente. Sin embargo, 6, la globalización también trajo consecuencias
en las últimas décadas este fenómeno comen- negativas para el reconocimiento de la diversi-
zó a formar parte de nuestra vida cotidiana. Por dad cultural. En muchos casos, la globalización
ejemplo, la televisión e internet nos brindan la propulsó una homogeneización cultural por la
posibilidad de recibir información, ver imáge- cual se instaló en el mundo un conjunto de va-
nes e, incluso, mantener contacto con personas lores, creencias y costumbres como los únicos
que viven en cualquier lugar del mundo. Al mis- códigos culturales legítimos.
mo tiempo, el aumento de las migraciones po- En nuestra vida cotidiana podemos encon-
blacionales produjo que sea habitual que, en trar ejemplos de esta homogeneización cultural:
una misma sociedad, convivan diferentes cultu- cuando utilizamos palabras en inglés para nom-
ras y religiones. En muchas ciudades, por ejem- brar lugares y acciones cotidianas. Este es el caso
plo, podemos ver iglesias, templos y mezquitas. del delivery o el shopping. También ocurre que
La globalización cultural tiene algunos aspectos gran parte de las películas y series de televisión
beneficiosos. En general, al hacer visibles las di- se realizan en los Estados Unidos y son vistas
ferencias, la conformación de sociedades multi- por miles de personas en todo el mundo.
culturales llevó a reflexionar sobre la necesidad
LA HIBRIDACIÓN CULTURAL
¿Qué es para vos la comunicación? ¿Cómo de una organización social integrada por co-
la utilizás para tu desempeño profesional? municadores/as que se dedica a promover la
Creo que no hay una definición unívo- equidad de género.
ca de la comunicación como práctica social Me formé en la universidad, pero también
ni como profesión. Creo que varía según el en el ejercicio profesional de todos estos años.
momento histórico y las circunstancias par- Con el tiempo fui ganando legitimidad no solo
ticulares de quien la define y para quién la para decir “mejor” lo que otros quieren co-
define. Siempre mi tarea tuvo que ver, en lo municar, sino, también, para empezar a discu-
fundamental, con la producción de materia- tir el qué, el para qué y el con quiénes de esa
les de comunicación con fines informativos, comunicación. Sobre todo para que los que
educativos o de movilización social; y tam- queremos cambiar lo indigno, lo injusto y lo
bién con la capacitación en comunicación. doloroso nos organicemos. La comunicación
Produje cartillas educativas, videos insti- siempre se conjuga en plural.
tucionales, spots radiales, contenidos web,
¿Por qué das clase en el campo de la Co-
afiches y volantes en campañas; y también
municación? ¿Qué te apasiona de esta
capacité a periodistas para que informaran
disciplina?
“mejor” sobre temas específicos que ocu-
Creo que porque intento emular a mis
paban a las organizaciones en las que yo
maestros y maestras, los que me acercaron
trabajaba.
pensadores/as y experiencias que descono-
¿Qué trabajo hacías en el Ministerio de cía, los que me dieron vuelta la cabeza y me
Salud? ¿Cómo se puede relacionar con tu hicieron descubrir mis talentos, los que cam-
formación en comunicación? biaron mi forma de ver el mundo.
Hace una década que trabajo vinculada Lo que me apasiona de la comunicación
con el Estado, preponderantemente con polí- es su potencia transformadora. ¡El poder de
ticas públicas sanitarias.También formo parte la palabra!
1. Bruno hace un recorrido por las distintas 3. Para ella no hay una definición única de
actividades profesionales que le permiten sus comunicación, sino que depende de quién
estudios en comunicación. ¿Cuáles son esas la pronuncie o para qué le sirva. A partir de
actividades? lo leído en el capítulo, señalen tres definicio-
nes de comunicación que puedan relacionar
2. En su vida cotidiana, ¿reconocen alguno de con las actividades profesionales que men-
los trabajos que la entrevistada dice que se ciona la entrevistada. Escriban un texto breve
pueden hacer desde la comunicación? ¿En qué explicándolas.
situaciones de todos los días los encuentran?
23
1. Elaboren un mapa conceptual con los principales conceptos del capítulo. Utilicen las preguntas si-
guientes como guía.
a. ¿Cuáles son los elementos principales de toda interacción comunicativa?
b. ¿Qué criterios se utilizan para clasificar los fenómenos de comunicación?
c. ¿De qué manera se vinculan, según Wolton, la comunicación directa, técnica y social-funcional con
las dimensiones normativa y funcional?
d. ¿Cómo se vinculan los códigos con las pautas culturales?
2. Analicen la historieta de Mafalda. Para orientarse, usen las preguntas que siguen.
3. Busquen en los diarios nacionales o locales dos notas de opinión que traten el mismo tema. Identi-
fiquen en cada nota las tres etapas de la argumentación. Luego realicen un informe explicando cuáles
son las posiciones en discusión y cuáles son los argumentos más convincentes para el objetivo que se
proponen. Justifiquen en cada caso su respuesta.
4. Lean atentamente el texto y respondan las preguntas que aparecen a continuación.
2
LA COMUNICACIÓN EN EL MUNDO DE HOY
La comunicación es una dimensión fundamental de la vida social. A lo largo de la
historia, los desarrollos tecnológicos cambiaron las maneras en que las personas
perciben el mundo y se comunican entre ellas. En el siglo xxi, el desarrollo de las
nuevas tecnologías de información impulsó formas de comunicación en las que las
interacciones cara a cara fueron reemplazadas por nuevas prácticas, como el uso
del chat y las redes sociales, que generaron una exhibición pública de la vida privada.
Desde sus orígenes, hombres y mujeres puede ser definida, entonces, como un con-
han formado parte de algún tipo de organi- junto de elementos simbólicos y materiales,
zación colectiva. Esto es así porque a pesar de costumbres y de valores producidos y asu-
de que nos pensemos como individuos auto- midos por una comunidad determinada.
suficientes, cada uno por separado no puede Sin embargo, la cultura no es algo estáti-
alcanzar a cubrir sus necesidades más bási- co, no se mantiene igual a lo largo del tiem-
cas. Nuestra existencia deriva de otras perso- po. Está vinculada con la dinámica de los pro-
nas que nos anteceden, y de ellos dependen cesos histórico-sociales. Con sus acciones y
nuestra supervivencia y desarrollo. Por eso el prácticas, las personas ayudan a construir, re-
ser humano es un ser social; desde que nace producir y transformar la cultura.
ingresa a un mundo de relaciones que son Nuestra relación con el mundo, con la cul-
sociales. tura y con otras personas está marcada por el
A su vez, los seres humanos siempre es- sentido que les otorgamos y los hacemos sig-
tán insertos en un entorno cultural, apren- nificativos. Por ejemplo, un sismo puede ser
den a convivir con otros y cuáles son los valo- interpretado como un signo de la ira divi-
res y las costumbres de su entorno. La cultura na, como un accidente de la naturaleza o una
consecuencia de los cambios climáticos. Por
esa razón, tanto el sentido que le otorgamos
a lo que vemos como las interpretaciones que
hacemos sobre nuestras experiencias y nues-
tro entorno tienen un anclaje cultural.
La comunicación es un fenómeno omni-
presente, ya que para habitar el mundo que vi-
vimos necesitamos comprenderlo, esto es: otor-
garle alguna significación. La comunicación
está ligada a esos procesos de producción e in-
terpretación de significaciones que toda comu-
nidad construye en el transcurso de su historia.
Y también la comunicación supone una rela-
La comunicación permite, mediante relatos orales, libros, pe-
lículas o programas de televisión, aprender que formamos ción social, ya que se comparte con otros.
parte de una historia común.
25
El ecosistema comunicativo
Un ecosistema está conformado por un
conjunto de elementos que están interrelacio-
nados entre sí y con su entorno para alcanzar
un equilibrio. De forma habitual asociamos
“ecosistema” a la biología; esto es, al conjunto
de los seres vivos cuyos procesos vitales están
relacionados entre sí y con el medioambiente
en el que viven. Sin embargo, existen distintos
tipos de ecosistemas.
El “ecosistema comunicativo” permite subra- Los estudios en comunicación y cultura analizan los modos
yar que la comunicación es como el ambiente en que cada sociedad organiza las relaciones de intercam-
bio y de comprensión con los otros.
que nos rodea y el aire que respiramos. Enton-
ces, todas las actividades humanas están atrave- Además, todo ecosistema tiene como con-
sadas por este tipo de ecosistema comunicativo. dición de posibilidad la interdependencia re-
De esa concepción se desprende la idea de que cíproca entre los elementos que lo componen
es imposible no comunicar: ya sea de forma in- y el entorno. Esto quiere decir que las perso-
tencional o sin darnos cuenta, nuestras palabras, nas siempre necesitaron de la comunicación
nuestros gestos, miradas o posturas corporales para encontrarse unas con otras, organizarse y
son susceptibles de ser interpretados. transmitir sus experiencias, costumbres y co-
El ecosistema comunicativo tiene dos ca- nocimientos también de una generación a otra.
racterísticas fundamentales: la interrelación y A lo largo de la historia, el ecosistema co-
la interdependencia entre los elementos que municativo se fue transformando debido a los
lo componen. diferentes desarrollos técnicos. Así, por ejem-
La interrelación en un ecosistema comuni- plo, la corporalidad y la gestualidad de las cul-
cativo supone que siempre estamos en relación turas orales fueron perdiendo jerarquía frente
con otros y nuestras acciones inciden en los a la invención de la imprenta. Antes del siglo
demás y en el entorno. Por ejemplo, escuchar xv, la historia de cada comunidad era trans-
música y bailar en una clase de danza no será mitida en forma oral o a través de registros
igualmente valorado en una clase de contabili- manuscritos a los que muy pocas personas
dad. Esto es así porque no pueden tomarse los podían acceder. Con la imprenta, los libros
elementos aislados. En dicho ejemplo, escuchar fueron los medios de transmisión cultural. De
música y bailar deben inscribirse en un contex- este modo se consolidó un ecosistema comu-
to específico. nicativo basado en la cultura escrita.
La producción cultural y social pasa tanto por los medios como por fuera de ellos. […] Los medios, la cultura de los
medios ‘populares y baratos’, nace, en gran medida, marcada y enancada en las tradiciones, los géneros, los saberes y
las necesidades cognitivas existentes en las clases populares. Lo cierto es que los medios rompen la hegemonía de la
escritura, el proceso que va del grabado y el daguerrotipo a los periódicos y revistas ilustradas. La aparición del cine
mudo y de la radio, y todos los procesos posteriores ponen en escena, recuperan, permiten reflexionar sobre los
múltiples canales de la interacción humana. Poner en relación la lectura popular de los medios con la recuperación sim-
bólica de lo corporal o con la persistencia de saberes que no por tradicionales hayan sido desjerarquizados son pistas
abiertas […] para repensar una cultura que revalorice las densidades de lo cotidiano y la riqueza del hombre común.
Ford,A. Navegaciones, (fragmento), Buenos Aires,Amorrortu, 1996.
26
La Galaxia Gutenberg
Los cambios que introdujo en el siglo xv
el desarrollo de la imprenta fueron tan impor-
tantes que un investigador canadiense, Mar-
shall McLuhan (1911-1980), designó con el
nombre de “Galaxia Gutenberg” a las nuevas
prácticas y modos de relacionarse que se ge-
neraron a partir de ella. Esta cultura letrada
se asentó como modelo dominante entre los
siglos xviii y xix y, aún en la actualidad, si-
gue teniendo un papel fundamental en nues-
tras vidas.
La generalización de las publicaciones im- La creación de la imprenta y la extensión de la alfabeti-
presas, por ejemplo, está estrechamente vincu- zación hicieron posible que no solo los sacerdotes y las
personas que formaban el sector de la de élite accedieran
lada con la transformación de los modos de a la lectura de libros.
transmisión cultural que, hasta ese momento,
estaban marcados por la oralidad. LA REPETIBILIDAD DE LO IMPRESO
En aquella época, cómo decíamos pre-
Quizá la cualidad suprema de lo impreso se ha per-
viamente, las tradiciones y las costumbres de dido para nosotros, ya que es muy natural y mani-
cada comunidad se transmitían de forma pú- fiesta en la existencia. Lo impreso es, simplemente,
blica y colectiva de una generación a otra. Los una afirmación descriptiva que puede repetirse
exacta e indefinidamente, al menos mientras dure
textos que circulaban eran escritos a mano y la superficie impresora. La repetibilidad es el meollo
leídos por las pocas personas que sabían ha- del principio mecánico que ha dominado nuestro
cerlo, en su mayoría miembros de la Iglesia, y mundo, en especial a partir de la tecnología de Gu-
tenberg. El mensaje de la imprenta y la tipografía es
relatados de forma oral a los demás miembros primordialmente el de la repetibilidad. Con la tipo-
de la comunidad. grafía, el principio del tipo móvil introdujo el medio
El viraje hacia una cultura letrada supuso de mecanizar cualquier oficio con el proceso de
segmentar las acciones integradas. Lo que había co-
el aprendizaje de nuevos saberes. Los procesos menzado con el alfabeto como una separación de
de alfabetización, no solo implicaron la incor- gestos, vistas y sonidos de la palabra hablada, alcanzó
poración de la lectura y la escritura, sino que un nuevo nivel de intensidad primero con el graba-
do en madera y luego con la tipografía.
también introdujeron a las personas en nue-
McLuhan, M. La comprensión de los medios como las extensiones del hombre,
vas formas de experimentar el mundo y rela- México, Editorial Diana, 1969.
LA FABRICACIÓN DE NACIONES
de identidades se fue desdibujando. A este pro- construir simbólicamente lo que significa perte-
ceso se lo conoce como “desterritorialización”. necer a la “cultura metalera”.
La desterritorialización se refiere a la pér- Estas nuevas formas identitarias y desterri-
dida de centralidad de la localización geográ- torializadas respecto de los estados naciona-
fica proveniente de los Estados nacionales para les y conformadas en relación con diferentes
conformación de las identidades. prácticas culturales, también permite com-
prender cómo es que una misma persona pue-
Comunicación, cultura y globalización
da identificarse con más de una construcción
A lo largo de las últimas cinco décadas, tal simbólica. Esto quiere decir que las personas
como vimos en el Capítulo 1, los desarrollos se reconocen en múltiples instancias de perte-
tecnológicos de los medios de comunicación nencia cultural. Por ejemplo, una misma per-
y transporte facilitaron y agilizaron la circu- sona puede tener distintas identificaciones ba-
lación de mercancías, información y personas sadas en favoritismos deportivos, creencias
entre distintas partes del mundo. La globaliza- religiosas e ídolos musicales a través de los
ción produjo, también, importantes modifica- cuales puede definirse a sí misma como, res-
ciones en las formas de conformación de las pectivamente: de Racing, cristiana y metalera.
identidades alrededor del mundo.
Así como anteriormente la escuela y el Esta-
do eran los actores privilegiados en la construc-
ción de las identidades culturales nacionales, en
este nuevo escenario, tanto el mercado mundial
como los medios masivos de comunicación co-
menzaron a tener un papel fundamental como
instancias de identificación cultural. En relación
con ellos, muchos grupos sociales conforman sus
identidades en torno de creencias, ideas y ritua-
les comunes que no están ligados a ningún espa- A fines de la década de 1970, los punks surgieron como
cio geográfico concreto. En otras palabras, se tra- un grupo de jóvenes que criticaban la cultura dominante
a través de su vestimenta y su música. En los años siguien-
ta de identidades desterritorializadas. tes, la identidad punk se esparció en diferentes partes del
La mundialización de la cultura mediante las mundo hasta volverse un producto de consumo.
nuevas tecnologías de la comunicación posibili-
ta que muchas de las nuevas identidades se cons- ACTIVIDADES
truyan alrededor de prácticas de consumo cul- 1. Expliquen con sus palabras los siguientes
tural. Por ejemplo, aspectos relacionados con un conceptos: cultura, identidad, globalización y
tipo de género musical, que son compartidos por desterritorialización.
personas en diferentes partes del mundo, permi- 2. ¿Por qué Hobsbawm dice que las identi-
ten la construcción de una identidad cultural. En dades nacionales no son espontáneas sino
el caso de la identidad “metalera”, cuyos aspectos elaboradas? ¿Qué papel cumple la educación
en esta fabricación?
aglutinadores pueden ser el escuchar e ir a recita-
les de bandas de rock-metal, vestir con ropas os- 3. Entre todos, busquen ejemplos de gru-
curas y ajustadas, y “hacer pogo” en los recitales. pos sociales cuyas identidades se basen en
creencias o rituales desterritorializados. Lue-
Observemos que ninguno de los aspectos men- go, en grupos, elijan uno de ellos y escriban
cionados refiere a su localización territorial. Se un breve informe dando cuenta de sus prin-
trata de elementos que en su conjunto permiten cipales características.
34
La exhibición de la intimidad
En las sociedades modernas tradicionales,
la intimidad estaba vinculada al cuidado y la
reflexión que hombres y mujeres hacían sobre
sí mismos y de su entorno en el espacio pri-
vado de la familia y el hogar. Dicha reflexión
se llevaban a cabo mediante distintas prácti-
cas como la lectura o la escritura de cartas y
de diarios íntimos. Las personas pensaban en
soledad sobre sí mismas, sobre sus acciones, En las redes sociales, como Instagram, es muy común
gustos y anhelos. Así, por ejemplo, la elabora- encontrar imágenes de preparaciones de comidas y sus
presentaciones en la mesa.
ción de un desayuno familiar, quedaba regis-
trado en el relato de un diario íntimo, una car- Sin embargo, en los últimos años, lo nove-
ta o en un álbum de fotos familiares. doso de esta tendencia es que ligado también
En cambio, en las sociedades actuales, el al desarrollo de las tecnologías de la comuni-
espacio de la intimidad fue desplazándose len- cación, la publicitación de los actos privados
tamente de la esfera privada a la pública. Esto también la llevan a cabo personas que no tie-
quiere decir que las prácticas vinculadas al es- nen como profesión una exposición pública.
pacio privado se fueron convirtiendo en obje- Una serie de nuevas tecnologías y programas
tos de consumo. conectados a internet –redes sociales, celulares
En la actualidad, existe una creciente ten- y smartphones con cámaras incorporadas– han
dencia a publicitar los actos privados de las facilitado la exposición de la vida cotidiana en
personas. Se ha vuelto común que figuras pú- espacios masivos de comunicación. Cada de-
blicas por su profesión, una modelo o un ac- talle de la vida privada, como un desayuno fa-
tor, por ejemplo, decidan publicar eventos que miliar, es compartido en las redes sociales en
pertenecen al ámbito privado, por ejemplo te- donde es observado por un gran número de
levisar “en vivo” su casamiento. personas. Se conforma un nuevo modo de re-
lación comunicativa: por un lado, observar los
actos privados que se publicitan en las redes
sociales, y por otro, publicar en las redes socia-
les para “captar” más seguidores.
Al respecto, Paula Sibilia (1967) describe
esta nueva etapa como un momento de exhibi-
ción de la intimidad. Propone, para describir-
la, el concepto de extimidad; un neologismo
que condensa exhibición e intimidad. Si antes,
identifica Sibilia, lo íntimo era del orden de lo
secreto y privado, en la actualidad, se vuelve
público en internet. Las prácticas de extimidad
tienen como principal rasgo la publicación en
internet de detalles correspondientes a la vida
Las selfies son autofotos hechas para compartir con otros íntima que van desde aquello que se ha prepa-
y para aumentar la popularidad del autofotografiado en rado para el almuerzo hasta la descripción por-
redes sociales o celulares. menorizada de una entrevista de trabajo.
35
ESCUELA Y MEDIOS
1. Expliquen con sus palabras a qué se refiere considerados un emblema de nuestra época?
la entrevistada con la noción de “subjetivida-
des interiorizadas”. 3. En grupos, analicen un perfil en una red so-
cial e identifiquen cuáles son las estrategias de
2. ¿Por qué los teléfonos smartphones son autopromoción que allí se despliegan.
37
1. Elaboren un cuadro comparativo sobre las distintas mediásferas teniendo en cuenta los objetos
culturales y los modos de interacción comunicativa predominantes en cada una.
2. Expliquen y ejemplifiquen por qué la comunicación es un fenómeno omnipresente en la cultura
humana.
3. Ingresen en su propio perfil en alguna red social y analícenlo tomando las siguientes preguntas
como guía.
a. ¿Cómo nos presentamos ante los otros? ¿Qué buscamos transmitir?
b. ¿Qué aspectos del ámbito privado mostramos y por qué?
d. ¿Qué temas nunca publicaríamos en las redes sociales y por qué?
4. Lean la siguiente noticia y luego realicen las actividades.
a. ¿Qué les parece que intenta reflexionar la campaña a través de su frase “por qué permites que
cualquiera entre en tu vida digital” si “nunca abrirías tu hogar a un desconocido”.
b. ¿Con qué aspectos del capítulo se relaciona la campaña?
c. Entre todos, organicen un debate sobre cuáles son los criterios que es necesario tener en cuen-
ta para publicar material en las redes sociales. Luego realicen una cartelera con recomendaciones
sobre el uso de las redes sociales para informar a todos los estudiantes de la institución escolar a
la que asisten.
Las siguientes imágenes muestran escenas y situaciones nicación en el mundo social y distinguir los diversos aspectos
de la vida cotidiana en diferentes contextos histórico-sociales. que los componen. Además, el trabajo con imágenes hace
En todas ellas, es posible vislumbrar distintas interacciones co- posible identificar la manera en que las características de los
municativas. El análisis de fotografías e ilustraciones permite hechos comunicativos están estrechamente vinculadas con el
acercarse a la complejidad que tienen los fenómenos de comu- ecosistema comunicativo o mediásfera en la que se inscriben.
Cordillera de los Andes peruanos; niños aborígenes bailando. Mujeres trabajando en una oficina.
1. Relean el texto sobre la incorporación de la televisión en Bután y luego respondan las preguntas
y realicen las consignas.
a. ¿Cómo se imaginan que estaba conformado el ecosistema comunicativo en Bután antes de 1999?
¿Qué cambios produjo en el mismo la incorporación de la televisión?
b. Identifiquen los aspectos negativos y positivos que trajo la globalización para los butanenses. Lue-
go, escriban una nota de opinión sobre los efectos que tuvo la incorporación de la televisión en la
vida cotidiana de los habitantes de Bután.
c. Busquen ejemplos en el texto de casos de desterritorialización de las identidades culturales y pro-
cesos de homogeneización cultural. Expliquen, en cada caso, por qué eligieron esos ejemplos.
2. Observen las imágenes y realicen las actividades.
a. Indiquen en cada caso que tipos de comunicación (intrapersonal, interpersonal, masiva o institucio-
nal) y que modos de comunicación (oral, gestual, escrita o icónica), se muestran.
b. Señalen cuáles son las dimensiones y los sentidos de la comunicación, explicados por Wolton, que
predominan en cada escena y expliquen por qué consideran que es así.
c. Seleccionen dos imágenes y escriban un texto breve comparando las mediásfera (logósfera, gra-
fósfera y videósfera) en las que les parece que se inscribe cada una de las escenas representadas.
d. Busquen en internet una imagen que represente la hipercomunicación que se produce en la sociedad
de la información y elaboren un epígrafe en el que se explique el concepto.
BLOQUE
ELEMENTOS DE LA COMUNICACIÓN
Capítulo 3. El estudio de la comunicación I 42
Capítulo 4. Modelos teóricos de la comunicación I 56
Capítulo 5. Un mundo de signos I 68
Capítulo 6. Lengua, cultura y poder I 82
Integración. Comunicación, cultura y lenguaje I 96
CONTENIDOS || LOS FENÓMENOS DE COMUNICACIÓN | LAS DISCIPLINAS CIENTÍFICAS | ESTUDIOS DE
42 COMUNICACIÓN | LAS MÚLTIPLES FUNDACIONES DEL CAMPO DE LA COMUNICACIÓN | EL ESTUDIO DE LAS
INTERACCIONES | LA INVESTIGACIÓN DE LOS MEDIOS Y LAS TECNOLOGÍAS DE COMUNICACIÓN | EL ANÁLISIS
DE LOS LENGUAJES | INFORMACIÓN Y SIGNIFICACIONES | HISTORIA DE LAS ESCUELAS DE COMUNICACIÓN EN
AMÉRICA LATINA Y EN LA ARGENTINA.
3
EL ESTUDIO DE LA COMUNICACIÓN
La complejidad, diversidad y omnipresencia en la vida social de los fenómenos
de comunicación provocó que haya sido, y continúe siendo, objeto de interés
para diversas disciplinas y campos del saber. Los estudios de comunicación se
fueron conformando a partir de investigaciones provenientes de la Psicología, la
Sociología, la Antropología, la Historia, la Filosofía y la Lingüística. Por ello se dice
que configuran un campo de estudios multidisciplinario.
La Escuela de Frankfurt
esta nueva industria promovía el conformismo y
En 1923 se fundó, en la ciudad de Frankfurt, la homogeneización de gustos y costumbres. De
Alemania, un instituto de investigación, conoci- esta manera, señalaban que las industrias cultu-
do como la Escuela de Frankfurt, gracias a la ini- rales tienden a anular la creatividad y el pensa-
ciativa y el aporte financiero de un joven politó- miento crítico de las personas.
logo nacido en la argentina, Félix Weil. En dicho Las figuras más destacadas de la Escuela de
instituto confluyeron investigadores dedicados a Frankfurt fueronel ya mencionado Max Horkhe-
la Economía, la Sociología, la Teoría política y la imer, Theodor W. Adorno (1903-1969) y Herbert
Psicología. Todos ellos tenían como preocupa- Marcuse (1898-1979). También pueden mencio-
ción el estudio de las transformaciones que en los narse Leo Löwenthal (1900-1993), Eric Fromm
añosposteriores a la Primera Guerra Mundial es- (1900-1980) y Walter Benjamin (1892-1940)
taba sufriendo Europa. quien, aunque tuvo menor participación en la
Cuando, en 1930, Max Horkheimer (1895- vida interna del instituto, es uno de los pensado-
1973) comenzó a dirigir el instituto, imprimió res más ricos y renovadores de esa escuela.
una nueva orientación a las investigaciones que Cuando el nazismo triunfó en Alemania,
se desarrollaban en él. Así, la teoría marxista que en 1933, la permanencia de los miembros de
señalaba la manera en que la sociedad estaba es- la Escuela de Frankfurt se volvió difícil debi-
tructurada sobre una división desigual de la ri- do a sus posiciones políticas y a la condición
queza, se combinó con los aportes de la filosofía judía de la mayoría de sus miembros. Por ello,
de la cultura, la estética y el psicoanálisis. Estas en 1934, gracias a un acuerdo con la Univer-
perspectivas teóricas conformaron la mirada sidad de Columbia, se establecieron en Nueva
desde la cual los investigadores de la Escuela de York. Luego de concluida la Segunda Guerra
Frankfurt reflexionaron sobre el modo en que los Mundial (1939-1945), Adorno y Horkheimer
medios masivos de comunicación convirtieron el volvieron a establecer el instituto en Frankfurt.
tiempo de ocio y la cultura en una industria de Otros investigadores, como Marcuse, Fromm y
consumo. Además, señalaron la manera en que Löwenthal se establecieron de forma definitiva
en Estados Unidos.
LA CULTURA NO PUEDE MEDIRSE
UN PROCESO CONTINUADO
DE CREACIÓN SOCIAL
En cada signo se cruzan los acentos de orienta-
ciones diversas. Este carácter multiacentuado del
signo es su aspecto más importante. En realidad, Voloshinov sostiene que, muchas veces, las definiciones del
es tan solo gracias a este cruce de acentos que diccionario no alcanzan para entender el significado que tie-
el signo permanece vivo, móvil y capaz de evolu- ne una palabra en la vida social, ya que este se determina
cionar. Un signo sustraído de la tensa lucha social, en relación con el contexto, el uso que los grupos sociales le
inevitablemente viene a menos, degenera en una dan y en diferentes épocas.
alegoría, se convierte en objeto de la interpreta-
ción filológica, y deja de ser el centro de un vivo
proceso social de la comprensión. ACTIVIDADES
Todo signo vivo posee dos caras. Cualquier injuria pue- 1. Respondan las preguntas.
de llegar a ser elogio, cualquier verdad viva, inevitable-
mente puede ser para muchos la mentira más grande. a. ¿Cuáles son las principales diferencias
entre los estudios literarios de los for-
El lenguaje es un proceso continuo de generación,
malistas rusos y los del grupo de Bajtín?
llevado a cabo en la interacción discursiva social de
los hablantes. b. ¿Qué aspectos de la teoría de los sig-
Voloshinov,V. El marxismo y la filosofía del lenguaje,
nos de Peirce permiten distinguirla de
Buenos Aires, Ediciones Godot, 2009. los planteos de Saussure?
50
Información y significaciones
Tal como vimos en el Capítulo 1, la comu-
nicación humana es un fenómeno dinámico y
complejo. Si atendemos los intercambios comu-
nicativosque de formacotidiana tienenlugar en
la vida social, podemos observar que van des-
de las conversaciones entre dos familiares a los
mensajes de texto, la difusión de noticias en la
Los diferentes medios de comunicación que utilizamos en
televisión, las caras de aburrimiento en una cla- nuestra vida cotidiana, transmiten información y, a la vez, par-
se, las imágenes publicitarias que pueblan las ca- ticipan en la producción social de significaciones compartidas.
lles, una conferencia teórica, un discurso políti-
co hasta la proyección de una película en el cine. de la comunicación pueden diferenciarse de
Ahora bien, en todos estos hechos comuni- acuerdo con la dimensión de la comunicación,
cativos es posible identificar dos dimensiones transmisión de información o producción de
distintas. Por un lado, en ellos se transmite al- significaciones sobre la que realizan sus prin-
cipales preguntas.
gún tipo de información: las indicaciones de
una madre a su hija sobre sus tareas del día, los La transmisión de información
últimos acontecimientos del país, los programas
En el primer capítulo del libro vimos que
de gobierno que se van a desarrollar o las carac-
es posible hablar de comunicación cuan-
terísticas del último modelo de celulares. Pero, al
do un emisor envía un mensaje a un recep-
mismo tiempo, cada una de estas formas de in-
teracción comunicativa participa de un proceso tor. En esta definición, los fenómenos comu-
nicativos se entienden, de forma exclusiva,
histórico social de producción de significacio-
como la transmisión de datos de un punto a
nes. Es que para sus participantes, las palabras,
otro. Los códigos que intervienen en el envío
los gestos y las imágenes que se ponen en juego
de información son vistos como sistemas de
en ellas tienen diferentes sentidos, y se asocian a
reglas simples que atribuyen un valor a cada
significados que varían de acuerdo con la situa-
señal sin dar lugar a la ambigüedad. Estos có-
ción y las condiciones sociales, culturales e his-
digos se conciben como neutros, inmutables
tóricas en las que se encuentran.
e independientes de los individuos o grupos
En buena medida, las distintas perspectivas
que participan en la comunicación. El morse,
teóricas que conforman el campo de estudios
las señales de tránsito y las señas del truco son
ejemplos ideales de la manera en que se en-
tienden los códigos cuando la comunicación
se piensa solamente como transmisión de in-
formación. Ahora bien, si se atiende a esta di-
mensión de la comunicación, los problemas que
pueden estudiarse están relacionados con la po-
sibilidad de recibir la información que contiene
el mensaje sin distorsiones y los efectos que esta
puede producir en los receptores. En términos
En toda conversación, más allá de la información que se trans- generales, las preocupaciones y las investigacio-
mite, es posible identificar una dimensión en la que se juegan
los sentidos que cada uno de los participantes le otorga a la nes de la Mass Communication Research se en-
situación,a las palabras y a la propia interacción. marcan en esta concepción.
51
La comunicación en las últimas dos décadas del siglo xx. En 1990 se re-
universidades gistraban alrededor de 240 escuelas de comuni-
cación, y en el año 2005 ya había más de 1.000.
Las primeras instituciones educativas de
En este período, además, los análisis de las nue-
nivel superior o universitario ligadas a la co-
vas tecnologías de comunicación y los estudios
municación surgieron en Estados Unidos en
culturales cobraron protagonismo en los planes
las primeras décadas del siglo xx. Estas esta-
de estudio de estas carreras. De este modo, las
ban enfocadas, de manera exclusiva, a la for-
instituciones universitarias del campo de la co-
mación de periodistas.
municación comenzaron a orientarse, en mu-
En América latina, la Argentina y Bra-
chos casos, a las Ciencias Sociales. Al mismo
sil fueron los primeros países en contar con
tiempo, se desarrollaron diferentes especializa-
este tipo de instituciones de enseñanza. En-
ciones y posgrados en diversas áreas.
tre la década de 1930 y la de 1960, los estu-
dios universitarios de comunicación respon-
FELAFACS
dieron a la necesidad de profesionalizar la
labor de los trabajadores de la industria pe- La Federación Latinoamericana de Asociaciones
de Facultades de Comunicación Social (Felafacs)
riodística y, posteriormente, de aquellas per- es un organismo internacional no gubernamental
sonas que quisieran formar parte de cualquie- que se creó en 1981 para contribuir al desarro-
ra de los medios de comunicación que en esa llo de la enseñanza y la práctica profesional de la
comunicación, en sus diferentes áreas, en América
época comenzaban a ganar protagonismo en
latina. Entre los objetivos del organismo, declarados
la sociedad. En 1969, había en América latina en el momento de su fundación, se incluyen los de
81 escuelas de periodismo. Algunas de ellas, promover vínculos para el conocimiento y el inter-
cambio de ideas entre las distintas facultades y ca-
a partir de la década de 1950, comenzaron a
rreras ligadas a la comunicación, apoyar y difundir la
incorporar materias en las que se analizaba realización de investigaciones científicas que realicen
la influencia de los medios de comunicación aportes originales al campo, y contribuir al desarro-
llo de posgrados y cursos de perfeccionamiento
en la sociedad siguiendo el modelo de la Mass profesional.
Communication Research. Ya sea como lugar En la actualidad, Felafacs agrupa más de 300 facul-
de trabajo o como objeto de investigación, los tades y escuelas de comunicación pertenecientes a
medios masivos ocupaban un lugar central en universidades de 21 países de Latinoamérica.
las primeras escuelas de comunicación.
En las décadas de 1960 y 1970, se produjo
un viraje en la enseñanza de la comunicación.
Muchas escuelas de periodismo se transfor-
maron en escuelas de comunicación y se abrió
un número importante de instituciones nue-
vas. En ellas, saberes como la teoría crítica, la
Semiología, la Semiótica, la Economía políti-
ca y la Historia contemporánea comenzaron
a tener mayor peso. Así, en estas escuelas, la
formación humanista se impuso por sobre la
orientación enfocada a transmitir técnicas y
prácticas profesionales, que había prevalecido
en décadas anteriores. En sus primeras décadas de existencia, la formación uni-
versitaria de comunicadores en América latina dependió
El número de carreras de comunicación de de las necesidades de los medios masivos y estuvo desliga-
América latina creció de forma destacada en las da del trabajo teórico y la investigación científica.
53
1. Elijan alguna de las revistas que menciona o investigadores trabajaban en esa publicación.
Sergio Caletti y busquen información en inter-
net sobre ella. Escriban un breve informe descri- 2. Expliquen con sus palabras la frase de Caletti:
biendo la revista, los temas que trataba, la épo- “Los estudios de Comunicación son una manera
ca en la que se publicó y que otros periodistas de acercarse a los problemas de la significación”.
55
El campo de la comunicación, como es sabido para correlatos metodológicos y entre los niveles de crítica o de
los que transitan en él, se define en torno a un objeto de afirmación de la sociedad instituida.
conocimiento lábil. El conjunto de teorías que, en la breve Encuentros y desencuentros. Tal vez su mayor riqueza sea
tradición de estos estudios se consideran como “propias”, lo justamente el constituirse como encrucijada, punto de encuen-
muestran bajo diferentes luces y lo definen de maneras di- tro de distintos caminos, en tanto exige la revisión constante
versas, al punto tal que es difícil dilucidar si, efectivamente, del incierto territorio en el que la comunicación se asienta.
se refieren a lo mismo. Quienes estudian la comunicación Papalini, Vanina A. “La comunicación: espacio teórico para la
descubren, a poco de andar, una manifiesta heterogeneidad: ideología contemporánea y su crítica”, Ponencia presentada en
entre los problemas abordados y el modo de abordarlos; el VI Congreso Latinoamericano de Investigadores de la Co-
entre los enfoques teóricos de procedencias distintas y sus municación, Santa Cruz de la Sierra (Bolivia), 2002.
a. ¿A qué se refiere la autora cuando caracteriza el objeto de estudio de la comunicación como lábil?
Elaboren ejemplos para ilustrarlo.
b. ¿Qué distintas formas de definir la comunicación se mencionan en este capítulo?
c. ¿Cuáles son los enfoques teóricos heterogéneos a los que se refiere el texto?
d. ¿Por qué la autora dice que la mayor riqueza de este campo de estudios es “constituirse como
encrucijada”?
2. Elaboren un cuadro comparativo sobre las principales características de cada una de las funda-
ciones del campo de la Comunicación. Para ello tengan en cuenta, como guía, el siguiente listado de
ítems. Pueden incorporar otra información que consideren relevante.
-Período histórico en el que se conformó.
-Principales precursores y fundadores.
-Disciplinas de las que proceden.
-Eje en torno del cual se configuraron sus preocupaciones.
-Preguntas y problemas principales.
-Forma de entender la comunicación.
3. En grupos, busquen más información sobre alguna de las perspectivas teóricas mencionadas en el
capítulo que se conformaron como fundaciones del campo de estudios de la Comunicación. Elabo-
ren una presentación de diapositivas, por ejemplo, con el programa PowerPoint, para presentar a sus
compañeros los resultados de su indagación.
4. Expliquen con sus palabras las siguientes afirmaciones.
a. Las investigaciones del grupo Bajtín atienden a la dimensión de producción de significaciones de
los fenómenos de comunicación.
b. La pregunta por los efectos de los medios masivos se encuentra basada en el supuesto de que la
comunicación es transmisión de información.
5. Elaboren una línea de tiempo y ubiquen en ella los principales hitos de la historia de la formación de
las carreras de Comunicación en América latina. Investiguen otras tres carreras de Comunicación en
nuestro país y ubiquenlas en la línea de tiempo junto con las de la unLp, la uba y la unc.
a. ¿Por qué les parece que las primeras carreras de Comunicación
se encontraban ligadas exclusivamente al periodismo? ¿Eso si-
gue siendo así? ¿Por qué?
b. Escriban un texto breve contando qué materias y qué temas
les gustaría que formaran parte de la carrera de Comunica-
ción. Luego debatan entre todos lo que cada uno escribió.
4
MODELOS TEÓRICOS DE LA COMUNICACIÓN
A partir de 1940, los pensadores y científicos que se dedicaron al estudio de la
comunicación desarrollaron una serie de esquemas o modelos para dar cuenta
de las principales características de los fenómenos comunicacionales.
Si bien algunos de los elementos que presentan son similares, cada uno de
estos modelos se basó en una forma distinta de concebir la comunicación y,
por lo tanto, enfatizan diferentes características del proceso. En este capítulo les
presentamos los más importantes en el campo de estudio de la comunicación.
En los estudios de comunicación, como vi- esquema ilumina características diversas y en-
mos en capítulos anteriores, no existe un con- foca la atención en aspectos distintos del pro-
senso respecto de la definición de lo que es la ceso comunicacional. Por ejemplo, algunos de
comunicación o de cuáles son sus característi- estos modelos buscan responder a la pregunta
cas centrales. Desde fines del siglo xix, la co- por la manera en que se transmite la informa-
municación se ha estudiado desde perspectivas ción y cuáles son los mecanismos que garanti-
teóricas muy diversas. Partiendo de la Lingüís- zan que esta transmisión sea exitosa. En otros
tica, la Sociología, la Psicología o la Informáti- casos, los modelos buscan captar la compleji-
ca, gran cantidad de investigadores han intenta- dad que se despliega en la interacción comuni-
do avanzar en una definición y descripción de cativa y las distintas dimensiones que intervie-
los procesos de comunicación. nen en ella. Otros modelos, en cambio, centran
La década de 1940 estuvo signada por la su- su atención en las características de los códigos
cesión de dos guerras mundiales, el ascenso de que hacen posible la comunicación y su rela-
gobiernos totalitarios en Europa y la conforma- ción con las pautas culturales que predominan
ción de una cultura de masas asociada a la cre- en los diferentes grupos sociales. La comunica-
ciente presencia de los medios masivos de co- ción se concibe así, en cada uno de estos esque-
municación. En ese contexto, y en el intento de mas, como transmisión de información, como
brindar una explicación general de los procesos fenómeno de interacción o como proceso de
de comunicación, comenzaron a construirse, producción social de significaciones.
desde diferentes perspectivas teóricas, modelos
de comunicación. Los investigadores esquema-
tizaron aquellos que consideraban los elemen-
tos centrales de los procesos de comunicación,
sistematizaron la manera en que estos elemen-
tos se relacionan entre sí y ofrecieron pautas
para su análisis.
Ahora bien, la construcción de cada mo-
delo que se desarrollará en el presente capítu-
lo estuvo guiada por preguntas diferentes. Por
Los modelos diseñados para el estudio de la comunicación
ello, más allá de algunas coincidencias en la comenzaron a desarrollarse en las sociedades de masas y en
identificación de los elementos centrales, cada el marco del fin de la Segunda Guerra Mundial.
57
El modelo matemático de la
puede introducir en el circuito de la comuni-
comunicación
cación señales no deseadas y distorsionar el
En la misma época que Lasswell estable- contenido del mensaje.
cía los elementos básicos de la comunicación, El modelo matemático de la información,
Claude Shannon (1916-2001) y Warren Weaver al igual que el elaborado por Lasswell, se basa
(1894-1978) desarrollaron otro modelo basa- en la idea de que la comunicación es transmi-
do en la pregunta por las condiciones que debía sión de información. Los componentes resal-
cumplir un proceso de comunicación para resul- tados por Shannon y Weaver son, básicamen-
tar eficaz. Esto quiere decir que la clave de los es- te, los mismos que aquellos que presentaba el
tudios de estos autores era la preocupación por investigador de la Mass Communication Re-
encontrar la manera en que la información con- search. Sin embargo, a ellos se les agregan dos
tenida en los mensajes producidos por los emi- nuevos elementos que van a tener un papel
sores llegara a los receptores sin distorsiones. fundamental en las investigaciones que se de-
Los componentes de este esquema mate- sarrollan desde la teoría matemática de la co-
mático de la comunicación son: 1) una fuen- municación: el código y el ruido.
te, elemento inicial de la comunicación, que El código cumple un papel fundamental
produce un mensaje y luego lo difunde a tra- en todo proceso de comunicación, ya que para
vés de 2) un transmisor, que puede ser tan- crear un mensaje es imprescindible que el emi-
to el aparato fonador humano como un dispo- sor ponga en juego un código específico, que
sitivo técnico, como el teléfono. Este codifica puede ser tanto el morse, el binario o el idioma
el mensaje producido convirtiendo una se- castellano. La eficacia de la comunicación de-
rie de signos (por ejemplo, nuestras palabras) pende, en buena medida, de que emisor y recep-
en otros (impulsos eléctricos, señales telefó- tor compartan este código, ya que si el receptor
nicas, etcétera) y, a través de 3) un canal de no lo conoce, no puede decodificar el mensaje.
difusión, es decir, el medio físico a través del El concepto de ruido aparece en este esque-
cual viajan las señales emitidas por la fuente, ma como causa de las ambigüedades y los ma-
lo envía a 4) un receptor, que recibe la señal los entendidos que se producen en los procesos
codificada, la decodifica (traduce las señales de comunicación. El ruido puede ser generado
telefónicas en palabras) y se la hace llegar al en cualquiera de las instancias que componen
5) destinatario, el elemento final del proce- este modelo de comunicación. Así, por ejem-
so de comunicación, que puede ser una perso- plo, en el canal se pueden suscitar problemas,
na o un aparato. Por último, en todo el proce- como las interferencias en las líneas telefónicas
so debe evitarse 6) una fuente de ruido, que o las interrupciones en la conexión a internet.
59
mensaje en el polo perceptor, no puede ser con- Input de fuentes de noticias, artisticas, etc
trolada por el polo emisor, ya que depende de la A mediados de la década del ´60, Schramm propuso un
modelo de análisis de la comunicación que sirviera para es-
situación en la que ese mensaje es recibido, la tudiar la difusión masiva de mensajes, teniendo en cuenta
personalidad del receptor o los receptores, y las el papel de la experiencia y la memoria compartidas en su
característica del grupo de pertenencia de la o comprensión y recepción. Este esquema se conoció con el
nombre de la “tuba de Schramm” por la forma que adopta
las personas que reciben ese mensaje. su diagrama.
Estos grupos pueden ser la familia, los
amigos, los compañeros de curso o de traba-
LA COMUNICACIÓN PARA EL DESARROLLO
jo, los miembros de un mismo club, o los fa-
náticos de un estilo musical. Los mensajes son En los años ´60, Schramm dedicó gran parte de su
siempre interpretados en el marco de los valo- tarea a estudiar la manera en la que la comunicación
podía ser una herramienta para el crecimiento de
res y las normas de cada grupo antes de tener los países llamados “en vías de desarrollo”. Centrado
algún efecto individual en los miembros que en el papel que los medios masivos debían adoptar
componen dichos grupos. Por ejemplo, si ve- para lograr ese objetivo, Schramm señaló que los re-
ceptores también jugaban un rol importante, ya que
mos en un programa a un candidato político consideraba que tenían que estar informados de los
del partido opuesto al que nuestra familia tra- planes y acciones para el desarrollo, participar de las
dicionalmente apoya, tenderemos a descreer tomas de decisiones sobre temas de interés colectivo,
y dominar las destrezas que el desarrollo nacional los
de los análisis, las promesas y propuestas que obliga a conocer. En este marco, en América latina co-
realice, aun cuando no resulten imposibles. menzaron a crearse medios de comunicación comu-
El modelo de la “tuba de Schramm”, des- nitarios, que sostenían fines educativos y de progreso
para lograr el desarrollo económico y social de las
cribe cómo el comunicador emite un mensa-
comunidades y ciudades en donde se instalaban.
je que se multiplica en una gran cantidad de
mensajes idénticos. Estos mensajes son reci-
bidos por receptores que, dentro de su grupo ACTIVIDADES
primario, interpretan el mensaje en ese mar-
1. ¿Qué modificaciones realiza Schramm en
co y lo difunden entre los distintos grupos la definición del código en el esquema de la
que integran. Lo importante es que el mensa- comunicación?
je nunca se difunde de la misma manera. Esto
2. ¿Cuál es el papel que juegan los grupos a
se debe a que en cada interpretación, reali- los que pertenecen las personas que partici-
zada en una situación de recepción distinta, pan del proceso de comunicación en el mo-
se ponen en juego las normas, los valores, la delo de la “tuba de Schramm”?
62
El modelo orquestal de la
comunicación no tiene un origen y un destino.
comunicación
Las personas participan de la comunicación
La Escuela de Palo Alto surgió en la déca- poniendo en juego múltiples recursos a la vez.
da de 1940 en San Francisco, Estados Unidos, Estos recursos, que pueden compararse con los
y estaba compuesta por investigadores prove- distintos instrumentos que tiene una orquesta,
nientes de diversas disciplinas, como la Socio- son las palabras, los gestos, la mirada, el espa-
logía, la Psiquiatría y la Zoología, que tenían cio entre los participantes, etcétera.
un interés común: la comprensión de la con- Finalmente, en la interacción comunicati-
ducta humana. Los estudiosos de esta corrien- va se pone en juego una partitura invisible,
te, entre los que se destacan Paul Watzlawick, de la que no somos conscientes, pero que re-
Gregory Bateson y Erving Goffman, centraron gula de alguna manera las distintas formas de
su atención en el estudio de la comunicación interacción. Esta partitura son las normas y
interpersonal, oponiéndose al modelo mate- reglas a través de las cuales se organizan los
mático de la comunicación, que se imponía intercambios personales en las diferentes si-
como modo de estudiar los efectos de la co- tuaciones y contextos.
municación masiva en Estados Unidos.
Desde la Escuela de Palo Alto, la comunica-
SUJETO B
ción se define como una forma de interacción Allí / Otro
B
I
entre individuos que ocurre en contextos espe- O
cíficos. Por esa razón, los investigadores cen- Significados del G
traron sus estudios en los intercambios que mundo R
Todo comunica
conductas que se producen en toda interacción.
Para los investigadores de Palo Alto, en Según se puntúe una comunicación, se estable-
toda interacción la comunicación se compo- cerá quién de los participantes tiene la iniciati-
ne de dos niveles: aquello que se comunica de va y quién acompaña, quién comienza y quién
forma voluntaria, como cuando una persona continúa, quién propone y quién decide, quién
le cuenta algo a otra, y lo que se comunica sin ataca y quién se defiende, etcétera.
la intención de hacerlo. Como ya explicamos, para estos investiga-
En este modelo de comunicación, el men- dores, la comunicación es un proceso continuo,
saje deja de ser un concepto importante en la sin origen ni final, pero para los participantes
comunicación. No es la intencionalidad lo que es distinto: cada uno se comportará en la situa-
define una interacción comunicativa, sino el ción de interacción de acuerdo con la interpre-
conjunto de los diversos comportamientos tación que haga de cómo la secuencia comuni-
que tenemos delante de otras personas. Una cativa se encuentra punteada, es decir, cuál es el
situación, por ejemplo, en la que una perso- origen y qué acción responde a otra. Esto suce-
na le dice a otra que le interesa mucho el tema de, por ejemplo, cuando dos hermanos se están
del que está hablando pero, a la vez, boste- peleando y, al ser retados por los padres, am-
za y mira el reloj de forma constante, no po- bos señalan que el otro empezó. O en una pare-
dría explicarse desde un modelo de comuni- ja que está pasando un mal momento, y uno le
cación como el matemático, ya que no puede dice al otro: “Me alejo porque vos me regañás”,
dar cuenta de la complejidad de la interacción. y este contesta: “Te regaño porque vos te alejás”.
En la actualidad, los medios masivos son unos de los prin- Stuart Hall (1932-2014), en su texto Codificar/decodificar
cipales espacios en los que se libran las disputas por la planteó las herramientas para definir un modelo de análisis de
legitimidad de los diferentes códigos culturales. la producción de significado en los medios de comunicación.
65
Daniel Link es profesor de Castellano, Literatura y Latín, egresado del Instituto Nacio-
nal Superior del Profesorado Joaquín V. González y docente, tanto secundario como uni-
versitario.Además, es periodista y escritor.
1. En las respuestas de Daniel Link, ¿para qué 3. Según sus criterios, ¿por qué es importan-
sirve conocer los modelos de estudio de la te la formación de los periodistas en diversos
comunicación? campos? ¿Cómo les parece que repercute en
la información que se presenta en los medios?
2. ¿Qué relación establece el entrevistado en- Debatan con sus compañeros las diversas re-
tre su profesión de periodista y el estudio de flexiones y elaboren en la carpeta una síntesis
la comunicación como disciplina? de lo charlado.
67
1. Al principio del capítulo dijimos que cada modelo iluminaba diferentes aspectos del fenómeno
comunicacional.
a. ¿Qué es un modelo de estudio? ¿Cuáles son sus características?
b. ¿Qué otro modelo de estudio conocen, que no sean los comunicacionales?
c. En sus palabras, ¿por qué cada modelo pone su foco en analizar aspectos diferentes de la
comunicación?
d. ¿Cuál les parece que es el elemento central en cada modelo de este capítulo? Justifiquen su res-
puesta a partir de lo planteado en el capítulo.
2. Luego de leer atentamente el capítulo, completen el cuadro con las características de los modelos
de comunicación que vimos.
Nombres de los modelos y sus
Nombre del modelo Nombre del modelo Nombre del modelo Nombre del modelo
características
3. Lean el texto sobre un recital del Indio Solari en Mendoza y respondan las preguntas que apare-
cen a continuación.
a. ¿A través de qué modelo podría analizarse la comunicación del cantante con su público? Desarro-
llen el análisis.
b. En el artículo se menciona que personas del público se quejaron del sonido. Usando la imagina-
ción para recrear esos diálogos, ¿cómo podría desarrollarse un análisis de esa situación a través
del modelo orquestal?
c. Otro nivel de comunicación es el que se establece entre el diario y sus lectores. ¿Cómo podría
analizarse este nivel? ¿Qué lo diferencia de los análisis desarrollados en los puntos a y b? Debatan
entre todos los resultados de los análisis que realizaron.
4. Divídanse en grupos y asignen un modelo de estudio de comunicación a cada uno. Luego, busquen
ejemplos de comunicación en su vida cotidiana (situaciones con amigos o la familia, por ejemplo) o
en los medios gráficos que puedan ser analizados con el modelo que les tocó. Escriban un texto de-
sarrollando el análisis y debatan en clase cuáles son los elementos analizados y cómo los aplicaron
en su trabajo.
CONTENIDOS || LOS SIGNOS | LA LINGÜÍSTICA SAUSSUREANA | LA TEORÍA DE LA ENUNCIACIÓN |
68 LA SEMIÓTICA DE PEIRCE | LA SEMIOLOGÍA DE BARTHES: LA MODA, LA PUBLICIDAD Y LOS MITOS | EL
PSICOANÁLISIS | LA FILOSOFÍA DEL LENGUAJE ORDINARIO.
5
UN MUNDO DE SIGNOS
Nuestro mundo está repleto de diferentes tipos de signos: palabras, señales
de tránsito, gestos, etc. Aun los espacios naturales ofrecen marcas capaces de
volverse signos para un observador: huellas de animales o la orientación del sol.
Pero ¿qué son los signos? Los signos permiten representar ideas o cosas y son el
elemento clave de la comunicación humana.
El signo lingüístico
El sistema de la lengua está compuesto por
un tipo de signo específico: el signo lingüísti-
co, que se define como la unión de una ima-
gen acústica (o significante) con un concepto
(o significado).
Ambos son psíquicos o mentales (no se
confunden con el nombre y la cosa). El sig-
nificante es la huella mental que los hablan-
tes poseen del sonido del signo. El significan-
te del signo “manzana” es el “sonido manzana”
grabado en nuestra memoria, como cuan-
71
do nos decimos internamente la palabra sin por oposición al resto. En otras palabras, la lengua
pronunciarla. es un sistema de diferencias donde lo importan-
El significado es también psíquico y, si te no son tanto los elementos sino sus relaciones.
volvemos al ejemplo del diccionario, equival-
El reino de las relaciones: sintagmas y
dría a la definición del término. En el signo
paradigmas
“manzana” el significado es la “idea de manza-
na” (y no las manzanas reales). En la lengua lo principal son las relacio-
nes. Existen dos tipos: de combinación y de
Signo lingüístico
asociación.
Las relaciones de combinación o sintagmá-
ticas remiten a las relaciones entre los sonidos
cuando se combinan para formar una palabra,
o entre las palabras cuando se suceden en una
frase. Al resultado de esta combinación se lo
Si bien significante y significado son dife- llama sintagma, y en su formación rigen reglas
rentes, están indisociablemente unidos dentro de combinación, como las de coordinación de
del sistema de la lengua: su unión es el signo. género y número.
El signo lingüístico es definido como arbitra- De este modo, la lengua ordena que un sin-
rio porque significante y significado no tienen tagma que comienza con Todas las mañanas
ningún lazo natural, sino que su relación es re- yo... deba continuar con un verbo conjugado en
sultado de una convención. Por ejemplo, no hay primera persona del singular, como desayuno.
ninguna razón para que el significante “gato” esté ¿Y cómo se sabe que ese verbo está en primera
asociado al “concepto gato”. En inglés este con- persona del singular? Porque se opone a otros,
cepto está asociado al significante cat, en francés como desayunar, desayunás, desayunamos: es
a chat, etc., y no tendría sentido decir que “gato” decir, por su valor diferencial respecto de otros
representa mejor a un gato que chat o cat. elementos del sistema.
En cambio, las relaciones de asociación o pa-
La lengua: un sistema de diferencias
radigmáticas se generan en la memoria de los
Un concepto central de la lingüística es el hablantes, donde se almacena la lengua. Toda
de valor, que tiene una estrecha relación con palabra remite a muchas otras palabras, incluso
el de sistema. Como vimos, un sistema está aunque no sean dichas o expresadas. Estas evo-
compuesto por un conjunto de elementos y de caciones mentales son potencialmente infini-
reglas. Dentro del sistema, ningún elemento se tas y no tienen un orden predeterminado. Por
define por sí mismo, sino por la relación de ejemplo, el significado de “gris” puede asociar-
oposición que tiene con los demás. se a “blanco” – “negro” – “rojo” o a “ciudad” –
Así, un significante se define por su diferencia “humo” – “contaminación” (nivel del significa-
respecto de otros significantes que lo rodean: re- do), pero también a “anís” – “París” – “nariz” o a
conocemos que alguien dijo “casa” porque no dijo “grilla” – “grito” – “grifo” (nivel del significante).
“masa”, “pasa”, “cara” ni “cama”. Lo mismo ocurre A estas series se las denomina paradigmas.
con los significados de “casa”, que no serían ni “de-
partamento”, ni “mansión”, ni “castillo”, etcétera. ACTIVIDADES
Entonces, la lengua es un sistema cuyos ele- 1. A partir del ejemplo de “gris”, construyan
mentos –los significados y los significantes uni- paradigmas para el significante y el significa-
dos en signos– no se definen por sí mismos, sino do de “hijo”,“googlear” y “Argentina”.
72
La subjetividad en el lenguaje: la
teoría de la enunciación
Para estudiar el lenguaje, Saussure dejó de
lado al habla porque encontraba imposible
abarcar científicamente las infinitas decisio-
nes individuales de los hablantes. Entonces, la
lingüística se ocupó de las reglas estables y de
los signos del sistema de la lengua, definidos
por convención social.
La semiótica de Peirce
to) porque el interpretante es la ceremonia de
La semiótica es la ciencia general de los casamiento. Dicho de otro modo, para la cere-
signos. Como las palabras siempre fueron los monia de casamiento, el anillo como represen-
signos más destacados, durante mucho tiem- tamen tiene por objeto el matrimonio. Sin em-
po su estudio se mantuvo confundido con el bargo, ese mismo anillo (representamen) para
del lenguaje. Gracias al aporte del filósofo es- un cuento fantástico (interpretante), puede re-
tadounidense Charles S. Peirce (1839-1914), la presentar superpoderes (objeto).
semiótica se constituyó como disciplina autó-
noma. Para Peirce, toda la experiencia huma-
na se organiza mediante signos: cuando pen-
samos o percibimos con los sentidos, lo que
hacemos en realidad es relacionar signos.
La semiótica peirceana estudia la semio-
sis, definida como una red ilimitada de sig-
nos, donde un signo remite a otros, y estos a
otros, y así infinitamente. Es como en un dic-
cionario, donde una palabra es definida me-
diante otras palabras, que a su vez se definen
mediante otras palabras. Es decir que algo, En la semiosis ilimitada, no está dicho de antemano cómo
deben vincularse entre sí los signos ni qué función habrán
para ser signo, tiene que poder ser traducido de cumplir. Un elemento que en una tríada ocupaba el lu-
a otros signos. gar de interpretante, puede en otra tríada funcionar como
representamen.
El signo triádico
Peirce define el signo como algo que está ¿SEMIOLOGÍA O SEMIÓTICA?
para alguien en lugar de otra cosa. Para el au- A pesar de sus diferencias, los aportes de Peirce
tor, el signo es una entidad triádica, es de- y Saussure están en la base de las investigaciones
cir, compuesta por la relación de tres elemen- contemporáneas acerca de los signos.
tos: representamen (algo en lugar de), objeto Saussure propuso el estudio general de los signos
–la semiología– pero se concentró en la lengua,
(otra cosa) e interpretante (para alguien). que se impuso como sistema de signos modelo. En
El representamen es el signo que toma- cambio, Peirce planteó desde el inicio una semió-
tica no restringida a las palabras, donde todo pue-
mos como punto de partida. Cuando lo per-
de ser analizado como signo. Peirce quería saber
cibimos, nos hacemos una idea determinada: cómo pensamos y percibimos, mientras que Saus-
Peirce la llama interpretante. El interpretante sure se interesó por el funcionamiento de la lengua.
no es el intérprete o persona que comprende el De esta manera, Saussure afirmaba que el signo era
la unión biunívoca de dos elementos mentales: sig-
signo, sino que es el sentido mismo del signo, nificado y significante, y que, para significar, un signo
es decir, el efecto que resulta de la relación en- tenía que relacionarse con otros de acuerdo con
tre representamen y objeto. El objeto es aquello las reglas convencionales de la lengua. Por su parte,
Peirce afirmaba que un signo es una relación triádi-
representado por el representamen: el repre- ca, cuyos elementos pueden, a su vez, ser también
sentamen está en su lugar (para alguien). Pero signos. Las relaciones entre los signos no están de-
la relación representamen/objeto no es fija, de- terminadas por reglas fijas, sino que son dinámicas,
variables.
penderá de cuál sea el interpretante.
Sin embargo, ambos autores comparten la idea de
Por ejemplo: vamos a una boda y vemos los que en el mundo humano no es posible un acceso no
anillos preparados sobre la mesa. Allí, los anillos codificado a los objetos, es decir que nuestra relación
(representamen) remiten al matrimonio (obje- con la realidad está siempre mediada por signos.
75
Significado [Parte del cuerpo. [un significante [Extremo del brazo] [Ayuda]
Extremo del brazo] aislado no tiene
significado]
La doctora en Ciencias Sociales y licenciada en Historia de las Artes Plásticas, Marita Soto,
es directora del Área de Crítica de Artes, de la Universidad Nacional de las Artes, y de diver-
sos equipos de investigación, así como docente de semiótica en distintas instituciones.
¿Cuál es tu actividad actual con relación a metodología para comprender una serie de
los estudios en comunicación? ¿Cuáles son fenómenos artísticos. En lo personal, se trató
tus temas de interés? de la incorporación de una perspectiva nue-
Mi actividad actual está un poco diversi- va, con instrumentos novedosos y distintos
ficada: dirijo el área de Crítica de Artes de de los que había conocido durante mi for-
la Universidad Nacional de las Artes (una), mación. El descubrimiento de esta posibilidad
doy clases en carreras universitarias de gra- cambió mi panorama sobre la investigación e
do y posgrado sobre temas de semiótica, y incidió en el diseño de los proyectos que vi-
dirijo equipos de investigación en distintas nieron después.
universidades.
Una parte importante de tus trabajos estudia
En los entrenamientos –así entiendo hoy
lo cotidiano enfatizando en lo estético y lo
mi rol docente– siempre trabajamos con ob-
semiótico. ¿Cómo cobró forma este interés?
jetos culturales diversos: campañas comunica-
Hemos trabajado sobre las experiencias
cionales en distintos campos, piezas comercia-
estéticas en la vida de todos los días. La se-
les, productos de la comunicación en general,
miótica, como modo de aproximación a esos
producciones artísticas. Sin embargo, las expe-
comportamientos, nos permite pensarlos. Ob-
riencias estéticas constituyen hoy el foco de
servamos un conjunto de puestas en esce-
atención mayor, tanto referidas a espacios pri-
na en ámbitos privados, como la decoración
vados como públicos. En este último territorio,
de las casas, y lo analizamos mediante pre-
estamos trabajando sobre la incidencia de las
guntas semióticas. A medida que la investi-
experiencias estéticas en las políticas de inclu-
gación fue avanzando, incorporamos la pala-
sión social.
bra de los protagonistas en relación con esas
¿Cómo te acercaste a los estudios en experiencias.
comunicación? Siempre me entusiasmaron estos fenóme-
Comencé desde la Historia del Arte, ca- nos menos nítidos, menos observados, esas
rrera que hice en la Universidad Nacional de producciones menores o poco valoradas.
La Plata, a la que vuelvo ahora mediante la Por ejemplo, escribí sobre naturaleza muerta
gestión en la una y la docencia. Luego apa- como un género discursivo de larga data y de
reció la semiótica como disciplina y como fuerte presencia en la cultura visual.
1. ¿Por qué les parece que las producciones ar- 2. ¿Qué otro tipo de objetos culturales consi-
tísticas pueden ser estudiadas como fenóme- deran que sería interesante analizar desde la se-
nos de comunicación? ¿Qué es la naturaleza miótica? ¿Por qué? Escriban un breve texto ex-
muerta y por qué escribió sobre ella? plicando su elección.
81
a. Rastreen, en cada texto, las marcas de la situación de enunciación y clasifíquenlas según remitan a:
interlocutores, valoraciones, modalidades, temporalidades y espacialidad.
b. ¿Hay polifonía? ¿De qué tipo?
c. A partir de lo hallado en a) y b), respondan: ¿mediante qué elementos lingüísticos aparecen referi-
das las dimensiones de la escena de la enunciación?
2 . Lean el texto y luego analicen.
6
LENGUA, CULTURA Y PODER
El lenguaje es un elemento central de la cultura porque es constitutivo de la
identidad de los grupos y de los pueblos, y también porque está presente en todas
las acciones que realiza la gente. Pero, por ello mismo, el lenguaje no es un medio
neutral de comunicación; en él se manifiestan las tensiones y divisiones propias de
toda sociedad. En este capítulo enfocaremos un aspecto importante del lenguaje:
sus usos por distintos grupos en situaciones concretas de comunicación.
En la cultura, el lenguaje es un elementode vi- Entonces, podemos notar que no todos los
tal importancia. Cuando hablamos, lo hacemos grupos de una sociedad tienen el mismo poder
naturalmente, y tenemos la sensación de estar ex- para servirse del lenguaje. Por ejemplo, la opi-
presandoa través de él nuestras ideas. Sin embar- nión de una persona con alto nivel educativo
go, el lenguaje no es únicamente una herramienta o con gran visibilidad pública es socialmente
de la cual nos servimos para expresarnos. El uso más valorada que la de una menos instruida o
del lenguaje en una situación concreta de comu- anónima. Es frecuente oír frases como “lo dice
nicación transmite mucha más información que porque estudió” o “es cierto porque lo dijeron
lo que parecen decir nuestras palabras. Por ejem- en televisión”. También padres y profesores es-
plo, la entonación, las palabras que elegimos o el tán socialmente autorizados a usar el lenguaje
acento regional son elementos con sentido para para dar órdenes a hijos y estudiantes, algo que
nuestros interlocutores. Cuando hablamos con no suele ocurrir a la inversa. Estas apropiacio-
palabras muy informales, transmitimos nuestra nes desiguales del lenguaje muestran que “en”
confianza; si nos dirigimos a otro de “usted”,esa y “mediante” él hay grupos que ejercen poder
persona no solo escucha nuestras palabras, sino sobre otros.
también percibe nuestro respeto.
También el silencio es indicativo de relacio-
nes sociales: por ejemplo, en el ritual de la misa,
solo el cura o sacerdote (es decir, la figura con
más poder en ese momento) está autorizado a
hablar. Los feligreses permanecen en silencio y
hablan solamente en momentos precisos, di-
ciendo frases fijas. En este caso, el lenguaje es
un elemento más de una práctica cultural (la
misa) ordenada según reglas.
En muchos espacios de la vida cotidiana la
relación entre la palabra y el silencio está orga-
nizada por normas que marcan la jerarquía o
los roles de los individuos: el profesor habla y
Lengua, cultura y sociedad se encuentran estrechamente re-
los alumnos toman nota, el médico diagnostica lacionadas. El lenguaje es un lugar de producción de significa-
y el paciente escucha, etcétera. dos y representaciones sociales.
83
Un dialecto es una variante regional de una lengua. Por ejemplo, el rioplatense, el andaluz, el caribeño, son
dialectos del español.
El sociolecto refiere a los usos del lenguaje propios de distintos grupos sociales dentro de una comunidad
hablante de un mismo dialecto. Por ejemplo, los jóvenes no usan las mismas expresiones que los ancianos.
Un tecnolecto es el conjunto de variaciones lingüísticas de los diferentes grupos profesionales u ocupacio-
nales. Los abogados utilizan un léxico diferente del de los profesores o los médicos.
Por último, el idiolecto remite a las variantes que introduce cada individuo (como las muletillas), y el regis-
tro, al modo en que los hablantes adaptan el dialecto a la situación de comunicación específica. Por ejemplo,
ante el médico se dice tengo dolor de vientre, pero ante un familiar se usa más bien me duele la panza. El con-
texto influye en el armado de la frase, es decir, en el registro.
85
El aporte de la Sociología: el
las cosas. En general, son los grupos dominan-
lenguaje y las relaciones de poder
tes quienes gozan de más autoridad simbóli-
La Sociología también se interesa por el ca, mientras que los menos poderosos hablan
lenguaje y su capacidad de construir la rea- usando los nombres impuestos por aquellos.
lidad social. En este campo, el francés Pierre Un ejemplo es el sexismo en el lenguaje. Se
Bourdieu (1930-2002) cuestionó la idea del len- habla frecuentemente de la especie humana di-
guaje como medio neutral de comunicación, y ciendo los hombres, es decir, usando el térmi-
afirmó que a través de las palabras se ejercen no hombre que designa solo a la mitad de dicha
relaciones de poder. Esto, que es más visible especie: se invisibiliza así a las mujeres. Tam-
cuando se dan órdenes o se intenta convencer, bién, por lo general, nos referimos a las profe-
también ocurre cuando se eligen determinadas siones más prestigiosas en masculino (el doc-
palabras para designar a personas o grupos. tor, el abogado) y a las menos, en femenino (la
Bourdieu retoma los planteos de Aus- enfermera, la maestra). Esos hábitos de lengua-
tin acerca de la performatividad del lenguaje je interiorizados, es decir, repetidos sin pensar,
(como leyeron en el Capítulo 5) y se pregun- refuerzan las relaciones de poder entre los gé-
ta: ¿qué es lo que hace que el enunciado Los de- neros: hacen que nos parezca natural que los
claro unidos en matrimonio tenga la capacidad varones tengan empleos de mayor responsabi-
“mágica” de cambiar el estado civil de dos per- lidad o remuneración que las mujeres. Dado el
sonas? Este poder no surge de las palabras mis- gran poder del lenguaje en la construcción de la
mas, sino que es necesario que esa frase sea di- realidad, buena parte de las luchas políticas son
cha en un contexto específico. Si cualquiera la luchas de clasificación, es decir, disputas entre
dice por la calle, no sucede nada. En cambio, si distintos grupos sociales para apropiarse de la
la dice un funcionario en un registro civil, de- capacidad de nombrar las cosas.
lante de un acta, y ante personas que esperan
la unión matrimonial, las palabras cumplen su
cometido. Es decir, que existen portavoces au-
torizados, individuos a quienes los demás les
dan “el poder de hacer cosas con palabras”.
Este poder de las palabras para hacer cosas
se llama eficacia simbólica. Gracias a ella, en
el lenguaje se construyen representaciones co-
lectivas acerca de cómo es el mundo, se asigna
prestigio a ciertos grupos y se les quita a otros, El 12 de octubre se conmemora el “Día del Respeto a la
o se establece lo que está bien y lo que está mal. Diversidad Cultural Americana”, sin embargo, hasta el 2010
se celebraba el Día de la Raza por la llegada de Cristóbal
En nuestras sociedades, no todos los gru- Colón al continente americano. ¿Cuál es la diferencia?
pos tienen el mismo poder para hacer cosas
con palabras. Por ejemplo, una manifestación ACTIVIDADES
puede ser designada como un “medida violen-
1. Piensen otros ejemplos de sexismo
ta” o como “una expresión del pueblo”: estas en el lenguaje cotidiano, publicitario o
dos formas de nombrarla tienen consecuencias periodístico.
diferentes para la visión que la sociedad pue-
2. Escriban un texto breve que explique la
da tener de los manifestantes. Lo importante es por qué Pierre Bourdieu sostiene que los
qué grupo social tiene más autoridad simbóli- grupos sociales se disputan la capacidad de
ca, es decir, más fuerza para ponerle nombre a nombrar cosas.
86
–una lengua pivote o hipercentral (el Sin embargo, Calvet observa que las lenguas,
inglés); salvo el inglés, deben pagar un peaje lingüís-
–una decena de lenguas supercentrales que tico en la red. Es decir, existen barreras que
giran alrededor de la primera (el chino, el espa- las lenguas deben atravesar para tener presen-
ñol, el árabe, etc.); cia allí. ¿Cómo?
–un conjunto aun mayor de lenguas centra- En los inicios de internet solo se podían
les ordenadas en torno de las supercentrales, y emplear las letras estándar del inglés, los núme-
–miles de lenguas periféricas que gravitan ros y los signos de puntuación (sistema Ascci).
alrededor de las centrales. Por eso, algunas lenguas que usan letras inexis-
Estas relaciones pueden cambiar en el tiem- tentes en inglés tenían dificultades para ser usa-
po. Por ejemplo, el inglés no siempre fue pivo- das en la web, porque sus caracteres no eran
te: se consolidó como tal recién a mediados del reconocidos por los sistemas informáticos. En
siglo xx, y estudios recientes muestran el relati- español, era frecuente tener que reemplazar la
vo declive de la proporción de internautas que “ñ” por una “n” o por la secuencia “ni”.
lo usan para navegar. Luego hubo cambios técnicos y políti-
cos que permitieron reducir el “peaje lingüís-
Internet y la diversidad lingüística tico”. Desde el lado técnico, el sistema Unico
Desde sus comienzos, a principios de la de decodificación informática permitió usar
década del '90, en el mundo de internet y de caracteres pertenecientes a otras lenguas, no
las ntics (Nuevas Tecnologías de Información solo los del inglés. En lo político, por ejemplo,
y Comunicación) el inglés es la lengua más a fines de 2007 en España se iniciaron acciones
usada: el léxico de la informática y tecnología para que se permitiese incluir la “ñ” en los do-
toma muchas de sus palabras y la mayoría de minios web, y en septiembre de 2008 los sitios
los sitios web están en esa lengua. argentinos incorporaron su uso. Los dominios
La web promete reducir las distancias y en chino, árabe, ruso o japonés se habilitaron
brindar acceso a cada vez mayor información. recién en 2010.
88
Multiculturalismo, interculturalidad y
Frente a la idea de multiculturalismo, el con-
diversidad lingüística
cepto de interculturalidad, en cambio, entiende
Es común escuchar decir a las personas que a la cultura como un proceso dinámico, donde
vivimos en sociedades cada vez más multicultu- los grupos están en permanente cambio en ra-
rales: en una ciudad conviven personas nacidas zón de las relaciones que entablan con los otros.
en distintos países, que hablan diferentes len- La interculturalidad muestra que ninguna socie-
guas, que tienen costumbres diversas. La noción dad es homogénea, es decir, que las diferencias y
de multiculturalismo representa a la sociedad los conflictos forman parte de su realidad.
como si fuera un “mosaico” de identidades ét- El reconocimiento de las desigualdades exis-
nicas y culturales. Sin embargo, esta metáfora tentes en los derechos, señala la necesidad de una
omite dos aspectos clave. elaboraciónpor parte del Estadode políticase ini-
• Por un lado, pasa por alto la existencia de ciativas tendientes a “horizontalizar” las jerarquías
conflictos: en el mosaico, la sociedad es presen- entre grupos, sin pretender por ello homogenei-
tada como un conjunto donde las diferentes et- zarlos o asimilarlos a un patróncultural único. En
nias deben convivir armónicamente y sin mez- otras palabras, desde la interculturalidad, se en-
clarse. El conflicto es visto como una anomalía, tiende que el desafío para una sociedad es garan-
como un elemento extraño al curso normal de tizar la igualdad de derechos para todos y respetar
la vida. Sin embargo, los conflictos existen en al mismo tiempo las diferencias culturales.
todas las sociedades porque están formadas por Una política intercultural aspira al universa-
grupos con distintos intereses. Además, el con- lismo, es decir, a que todos los grupos étnicos e
flicto tiene un aspecto positivo: es lo que lleva identitarios tengan los mismos derechos, pero
a las personas a querer cambiar el mundo en el sin tener que renunciar a su identidad.
que viven. En una sociedad democrática, el tra-
La escuela y la interculturalidad
tamiento de las diferencias de intereses debe ca-
nalizarse por vías de debate que excluyan toda Tradicionalmente, y junto con la formación
forma de violencia. del Estado nacional, la escuela fue una insti-
• Por otro lado, la metáfora del mosaico tución que tenía entre sus objetivos el de for-
omite las desigualdades, es decir, el hecho de mar “argentinos”. Por ejemplo, con la llegada de
que las sociedades en las que vivimos no ga- muchos inmigrantes europeos a fines del siglo
rantizan a todos los grupos los mismos dere- xix y principios del xx, la escuela fue la prin-
chos, por ejemplo, a hablar su propia lengua. La cipal encargada de que los niños extranjeros se
desigualdad no se manifiesta necesariamente
como prohibición o como discriminación direc- LA LENGUA Y LA IDENTIDAD CULTURAL
ta, sino también a través de prácticas cotidianas
La lengua […] es el mejor mirador a través del cual
que pasan inadvertidas. En algunas oportunida- se penetra con mayor profundidad en la vida de
des sucede en las escuelas cuando se forman es- un pueblo, pues en ella se transluce todo el cúmu-
lo de sus experiencias, conocimientos, creencias y
tereotipos acerca de algunos grupos étnicos mi-
sistemas de valores acumulados por el ser humano
noritarios (“aprenden menos”, “no entienden en su interacción con la realidad. La dimensión del
nada”), cuando lo que ocurre es que las clases lenguaje conquistada por el hombre se convierte,
por ello mismo, en un producto cultural. De allí en-
se dictan en una lengua que no es la que se ha-
tonces que para conocer la cultura de un pueblo
bla en sus casas. Este hecho, que pone a esos ni- haya que abordarla, mientras sea posible, a través
ños en desventaja en relación con los demás, es de su lengua.
Cerrón Palomino, R. citado por Albarracín y Alderetes, 2005. Rodolfo Cerrón Palomino es un
estrictamente social y no tiene nada que ver con lingüista peruano cuya obra está principalmente dedicada al estudio de las lenguas andinas,
la inteligencia de unos y de otros. como el quechua y el aimara.
89
sintiesen argentinos. También con los pueblos indígenas y poblaciones étnica, lingüística y cultu-
indígenas la escuela realizó una labor de uni- ralmente diferentes, y propicia el reconocimiento
formización lingüístico-cultural. y el respeto hacia tales diferencias”. (Artículo 52).
La “argentinidad” no solo se fomentó me-
La educación intercultural: debates
diante rituales acompañados por símbolos pa-
abiertos
trios (como la conmemoración de fechas pa-
trias, el izado de la bandera, etc.), sino también El reconocimiento y la promoción de la in-
con el aprendizaje de la lengua oficial del Esta- terculturalidad en la escuela requieren, además
do argentino: el español. El objetivo era reducir de leyes y programas educativos, un profundo
las diferencias culturales y formar una identi- debate, por ejemplo de: ¿cómo se debe formar a
dad nacional homogénea. los docentes para albergar la interculturalidad?
Con el paso de los años, el mundo fue cam- ¿Cómo afecta la incorporación de la intercultu-
biando. Los avances de transporte y comuni- ralidad al trabajo en el aula? ¿La eib debe dic-
caciones hicieron que nuestro contacto con tarse solo en comunidades indígenas? Pero, si es
diferentes culturas y lenguas sea cotidiano. así, ¿qué ocurre con los niños indígenas que vi-
Aparecieron reivindicaciones de derechos por ven en grandes ciudades? ¿Cómo se relaciona el
parte de sectores definidos por sus rasgos cul- derecho a la educación intercultural con otros
turales: los grupos étnicos, los movimientos ju- derechos básicos, como el derecho al trabajo, a
veniles, las movilizaciones por la identidad de la vivienda o a la salud? Estas preguntas mues-
género, etcétera. Por ello, la cuestión de la inter- tran la importancia del tema para la sociedad.
culturalidad se volvió un tema de interés públi-
co. En este contexto, este tema llegó también a
los debates acerca de la educación: ¿cómo pasar
de una asimilación de las diferencias a una va-
loración genuina de la diversidad en la escuela?
Los estudios culturales: redefiniendo las personas están totalmente influenciadas por
el concepto de “cultura” los mensajes mediáticos, plantean que la rela-
ción entre cultura popular y masiva es compleja
El estudio de la cultura popular y masiva co-
y que existen diferentes formas de conflicto y
bró un fuerte impulso en Inglaterra a media-
resistencia cultural.
dos del siglo xx, con historiadores y sociólogos
agrupados en la Escuela de Birmingham. Ray- La hegemonía cultural
mond Williams (1921-1988) y Richard Thomp-
La cultura no es estática, sino un proceso
son (1918-2014) veían que la cultura de los
conflictivo y cambiante, que implica relaciones
obreros ingleses estaba cambiando con la llega-
de poder y subordinación entre grupos. Para es-
da de las revistas, la radio y la televisión. Algu-
tudiar esto, la Escuela de Birmingham tomó el
nas costumbres parecían perderse y los modos
concepto de “hegemonía” del filósofo marxista
de vida se homogeneizaban porque todas las
italiano Antonio Gramsci (1891-1937).
personas recibían idénticos mensajes.
Según Gramsci, la hegemonía es la capaci-
Para analizar estos cambios y permanencias
dad que tiene un grupo particular para dirigir
en la cultura popular, los estudios culturales re-
la sociedad en términos intelectuales y mora-
chazaron algunas ideas muy asentadas y refor-
les, es decir, su fuerza para hacer que sus de-
mularon algunas concepciones:
finiciones acerca lo verdadero, lo bueno o lo
–Contra la división entre “alta cultura” (la
bello se conviertan en el “sentido común” de
música clásica, los museos, etc.) y “baja cultura”
toda la gente. Sin embargo, hay siempre re-
(la música popular, la televisión, etc.), o entre
sistencias a los valores hegemónicos por par-
gente que “tiene cultura” y otra que es “incul-
te de grupos subordinados, que pueden deri-
ta”, analizaron “las culturas”, considerando los
var en conflictos y cambio social. A diferencia
diversos modos de vida y mostrando que hay
del concepto de “dominación” (imposición por
relaciones de poder por las que unas formas
la fuerza de ideas y reglas por un grupo sobre
culturales parecen tener más valor que otras.
otro), la “hegemonía” implica un trabajo per-
–En vez de limitar la cultura a las ideas y las
manente de los más poderosos para construir
artes, plantearon un concepto materialista de
consenso, es decir, para que la gente acepte vo-
cultura que la entiende como la forma de vida
luntariamente la cultura hegemónica.
cotidiana de la gente, por ejemplo, en las cos-
tumbres, valores y significados compartidos. Lo hegemónico, lo residual, lo emergente
–Contra la idea de que la cultura no es un
Los procesos culturales hegemónicos con-
espacio relevante en la vida social, porque los
forman los rasgos centrales de una cultura en
verdaderos conflictos y transformaciones son
determinado momento. Por ejemplo, el tipo he-
los que se producen en relación con la política
gemónico actual de cine es el de acción y aven-
y la economía, los estudios culturales entienden
turas realizado en Estados Unidos. Eso no impi-
que la cultura es central en la reproducción o
de que haya otros estilos cinematográficos, pero
transformación de la sociedad, es decir, en su
estos no tienen la misma difusión ni cantidad de
permanencia o su variación. Por ejemplo, las lu- espectadores.
chas por el reconocimiento de la identidad cul-
Algunas costumbres o representaciones de
tural de los pueblos originarios de América han épocas pasadas que no forman parte de la cultu-
tenido fuerte impacto político, como en Bolivia, ra hegemónica pueden permanecer, no obstante,
donde las instituciones de gobierno se adapta- como elementos activos en el presente. La mur-
ron a la realidad plurinacional del país.
ga es un ejemplo de estos procesos residuales:
–Contra la idea de que en la sociedad actual
93
es una manifestación cultural popular antigua mezcló con las festividades locales del día de
que hoy sigue siendo practicada. los muertos (1 y 2 de noviembre), dando lugar
Asimismo, como la cultura está en perma- a formas culturales mixtas.
nente cambio, es frecuente también la aparición También la resistencia puede manifestarse
de fenómenos novedosos, emergentes. como rechazo explícito a ciertas costumbres: se
Algo residual puede volverse hegemónico, trata de manifestaciones culturales alternativas
como el tango: en sus orígenes estaba mal visto o de oposición. Las formas alternativas propo-
porque se practicaba en conventillos y cabarets, nen prácticas o valores que se separan de las do-
pero hoy es un aspecto cultural que atrae turis- minantes. Por ejemplo, personas vegetarianas o
mo al país. También lo emergente puede reto- veganas rechazan el consumo de carne, central
mar aspectos residuales: por ejemplo los ecolo- en la cultura alimentaria argentina. A veces, este
gistas promueven formas de vida más cercanas rechazo puede devenir en oposición. La negati-
a la naturaleza. va a consumir alimentos de origen animal puede
La cultura hegemónica está siempre en rela- ir más allá de un cambio de alimentación y ma-
ción con las culturas subordinadas. Estas rela- nifestarse como una oposición política a la cría
ciones pueden ser de distinto tipo. masiva de animales para ser comidos, a través de
• De la cultura hegemónica hacia las su- manifestaciones y campañas públicas.
bordinadas: la tradición y la apropiación se-
lectiva. La cultura hegemónica puede crear una
tradición selectiva (es decir, tomar algunos ele-
mentos del pasado y excluir otros) y formar un
relato que justifique el presente. Como el relato
de la llegada de los europeos a América, que du-
rante siglos ocultó el genocidio realizado sobre
los pobladores originarios. También la cultura
hegemónica puede realizar una apropiación se-
lectiva de rasgos de otras culturas, es decir, in-
corporar algunas características y omitir otras.
Por ejemplo, la industria de la moda adoptó la
vestimenta de los hippies de los '60 (flores, pan- El 3 de junio de 2015 se realizó en varias ciudades de
todo el país la marcha “Ni una menos” que, entre otros
talones pata de elefante, etc.), pero dejó de lado puntos, reclamaba la implementación del Plan Nacional
los aspectos contestatarios de ese movimiento de Acción para la Prevención, Asistencia y Erradicación de
(vida en comunidad o crítica a las instituciones). la violencia contra las mujeres y la elaboración de esta-
dísticas sobre femicidios para la elaboración de políticas
• De las culturas subordinadas hacia la públicas. Es un intento de cambio del sentido común sobre
hegemónica: resistencia, negociación, alterna- la desigualdad de género y sus consecuencias.
tividad, oposición. A la inversa, hay fenóme-
nos de resistencia ante la cultura hegemónica. ACTIVIDADES
En algunos casos, ella se realiza mediante for-
mas de negociación o de adaptación. La cul- 1. En grupos, piensen ejemplos de procesos
tura subordinada adopta los modelos impues- culturales hegemónicos, residuales, emer-
gentes, de apropiación selectiva, de tradi-
tos por la hegemónica, pero los integra con ción selectiva, de negociación, alternatividad,
otros preexistentes. Por ejemplo, en México se oposición. Es posible que un mismo fenóme-
aceptó la simbología de la festividad estadou- no cultural pueda ser analizado con más de
nidense de Halloween (31 de octubre) pero la un concepto.
94
1. La entrevistada afirma que los estudios en 2. Busquen información acerca del profesor
comunicación son “interdisciplinarios”. ¿Qué Aníbal Ford. ¿Por qué Contursi afirma que fue
significa esta palabra? ¿Cómo interpretan su un “pionero” en los estudios de comunicación
afirmación? y cultura?
95
2. Analicen el siguiente fragmento de Alicia en el país de las maravillas a partir de los conceptos de efi-
cacia y autoridad simbólica planteados por Pierre Bourdieu. ¿Por qué Humpty Dumpty dice que lo
importante es saber quién manda?
"Cuando yo uso una palabra –insistió Humpty Dumpty con un tono de voz más bien
desdeñoso –quiere decir lo que yo quiero que diga..., ni más ni menos.
–La cuestión –insistió Alicia– es si se puede hacer que las palabras signifiquen tantas cosas
diferentes.
–La cuestión –zanjó Humpty Dumpty– es saber quién es el que manda..., eso es todo".
3. Lean los siguientes comentarios de docentes y directivos trabajando con EIB en el contexto de la
cultura toba-qom, en la provincia del Chaco, y respondan.
a. ¿Cómo entienden la interculturalidad los entrevistados?
b. ¿Qué lugar tiene para ellos la educación bilingüe en la promoción de la interculturalidad?
c. ¿Cómo se relacionan, para ellos, identidad, cultura y lengua?
4. Existen prejuicios o nociones de sentido común acerca de las relaciones entre lenguaje, cultura y so-
ciedad. Lean los siguientes ejemplos y, a partir de lo visto en el capítulo, elaboren un texto donde expli-
quen por qué estos prejuicios son erróneos. ¿Se les ocurren otros prejuicios acerca de estas cuestiones?
“El lenguaje es un medio de comunicación que refleja la realidad” /“Las lengua es un ins-
trumento al servicio de las personas, que no depende de la historia ni de las instituciones de
una sociedad”/ “La existencia de la lengua es independiente de los usos que de ella se hagan”
/ “La gente culta habla bien” / “Existen culturas y lenguas más evolucionadas y complejas que
otras” / “La televisión no es cultura”.
96
1
. comunicación, lenguaje e iDentiDaD
Latinoamérica
Calle 13 es un grupo músical de Puerto Rico. La letra de
su tema Latinoamérica, nos permite ver la manera en que la
identidad de un pueblo puede tomar forma en el lenguaje,
poniendo en escena los complejos marcos de referencia cul-
turales y las experiencias compartidas sobre los que se apoya.
“En realidad, ¿qué justificación tiene el empleo de una no y dobleplusbueno sirve perfectamente para acentuar el
palabra solo porque sea lo contrario de otra? Toda palabra grado de bondad.
contiene en sí misma su contraria. Por ejemplo, tenemos ¿No ves que la finalidad de la neolengua es limitar el alcan-
‘bueno’, ¿qué necesidad hay de la contraria, ‘malo’? No- ce del pensamiento, estrechar el radio de acción de la mente?
bueno sirve exactamente igual, mejor todavía, porque es Al final, acabaremos haciendo imposible todo crimen del pen-
la palabra exactamente contraria a ‘bueno’ y la otra no. samiento. En efecto, ¿cómo puede haber crimental si cada con-
Por otra parte, si quieres un reforzamiento de la palabra cepto se expresa claramente con una sola palabra, una palabra
‘bueno’, ¿qué sentido tienen esas confusas e inútiles pala- cuyo significado esté decidido rigurosamente y con todos sus
bras ‘excelente, espléndido’ y otras por el estilo. Plusbueno significados secundarios eliminados y olvidados para siempre?”.
basta para decir lo que es mejor que lo simplemente bue- Orwell, George. 1984, Navarra, Salvat, 1970.
Los “berretines”
Corte rancho es un ciclo en el que se realizan recorridos
por diferentes villas de Buenos Aires para mostrar el punto
de vista de sus habitantes jóvenes sobre distintos temas. En
este caso, el programa presenta los códigos lingüísticos que
circulan tanto dentro de las villas como en las cárceles –el
“lenguaje tumbero” o los “berretines”–, y la manera en que
estos conforman un sentido de pertenencia frente a la dis-
criminación proveniente de otros grupos sociales.
1. Lean el fragmento de 1984 y respondan las preguntas.
a. ¿Cómo se relacionan el pensamiento y el lenguaje?
b. ¿Esta nueva lengua está compuesta por signos o por señales? ¿Por qué?
2. Luego de ver el documental sobre los “berretines”, respondan las preguntas.
a. ¿Qué son los “berretines”?
b. ¿Qué relación establecen los entrevistados entre el uso del “lenguaje tumbero” y la pertenencia a
un grupo social? ¿Qué perspectiva teórica permite explicar esto?
c. ¿Por qué les parece que los entrevistados comparan su lenguaje con una “forma correcta de
hablar”?
3. Luego de ver el documental El lenguaje, respondan las siguientes consignas.
a. ¿Cuál de los modelos de comunicación vistos en el Capítulo 4 les parece más útil para analizar el
diálogo entre el adolescente que toca la guitarra y su padre? ¿Por qué?
c. ¿En qué diferentes juegos de lenguaje se utiliza la palabra “loco”? ¿Conserva siempre el mismo sen-
tido? ¿Por qué?
4. Lean la letra de Calle 13, Latinoamérica, y realicen las actividades que se encuentran a continuación.
a. ¿Cuáles de las funciones del lenguaje trabajadas por Jakobson predominan en ella? ¿Por qué?
b. Elijan una frase de la canción e indiquen cuáles son las relaciones sintagmáticas y qué relaciones
paradigmáticas respecto de alguno de sus términos se pueden establecer a nivel del significado y
del significante.
BLOQUE
7
EL ESTUDIO DE LOS MEDIOS DE COMUNICACIÓN
En el transcurso de la historia han existido tecnologías de comunicación e
información, por ejemplo, los correos postales, los sistemas de transporte o los
pasquines. Sin embargo, desde mediados del siglo xix los medios de comunicación
han alcanzado una masividad inédita. Su penetración en todos los ámbitos de la vida
social atrajo la atención de distintas disciplinas, como la Psicología o la Sociología, que
comenzaron a estudiar los medios, sus mensajes, sus efectos y sus audiencias.
La aparición del libro impreso, con la Biblia silenciosa, y ya no mediante el anuncio de las
realizada por la imprenta de Johannes Guten- noticias en la plaza o el mercado. Sin embargo,
berg en Alemania, en 1455, fue un momento el acceso a los periódicos estaba restringido a la
clave para la historia de los medios modernos burguesía (el grupo social que sabía leer).
de comunicación. Hasta entonces, los libros se Los avances técnicos, el abaratamiento de los
copiaban a mano, lo que limitaba la cantidad de costos y la alfabetización del conjunto de la po-
libros producidos y su circulación. La imprenta blación, facilitaron la posterior masificación de
de tipos móviles que creó Gutenberg fue una in- la prensa. Ya en la segunda mitad del siglo xix,
novación tecnológica que contribuyó a un pro- en Europa, la prensa escrita era considerada una
gresivo acceso al conocimiento. institución destacada dentro de la sociedad, y se
Dos siglos más tarde comenzaron a surgir le atribuían valores como neutralidad, objetivi-
los primeros periódicos. Su antecedente fue el dad, responsabilidad ética, independencia res-
sistema de correos: los diarios llevaron a la es- pecto de grupos de interés político y económico
fera pública un sistema de difusión de noticias que perduran hasta el día de hoy.
que ya usaban las empresas y la diplomacia. Los Los otros grandes medios de comunicación
periódicos indujeron una nueva forma de re- –el cine, la radio, la TV y la música grabada–
lación de la gente con la vida pública de la so- son más recientes, y, en parte, surgieron como
ciedad. A partir de entonces, las personas co- respuesta a la aparición del tiempo de ocio de
menzaron a informarse de manera individual y los trabajadores. Estos medios prolongaron for-
mas culturales preexistentes, como el teatro o
los conciertos, pero poseen un alcance poten-
cialmente masivo que los diferencia de ellos, ya
que las obras pueden ser reproducidas muchas
veces y de forma simultánea en distintos espa-
cios. La radio y la TV innovaron, también, en la
posibilidad de presentar los sucesos en directo.
En la actualidad, se suman a estos medios de
comunicación muchos otros, como internet, con
características también novedosas, por ejemplo
La imprenta de tipos móviles fue clave en el paso de la Edad
Media al Renacimiento. Entre 1450 y 1500 se imprimieron que su programación se organiza en relación con
más de 6.000 diferentes obras religiosas y científicas. la demanda de los consumidores.
101
ACTIVIDADES
El psicólogo Carl Hovland (1912-1961) realizó estudios experimentales sobre persuasión durante la Segunda Guerra
Mundial (1939-1945). En 1943, proyectó a 1.400 soldados norteamericanos filmes de propaganda sobre las razones
del conflicto bélico y sobre el rol de las tropas, para observar cuánto tiempo se mantenían los efectos de persuasión
en los individuos luego de haber visto la película.
Encontró que en el corto plazo las personas retenían datos específicos, mientras que a largo plazo perduraban ideas
más generales. Por ejemplo, ante una película sobre la Batalla de Inglaterra de 1940, inicialmente los soldados recorda-
ban datos relativos a ese hecho. Semanas después, los detalles de esa batalla en particular se habían desdibujado de su
memoria,pero aparecían ideas globales como“Inglaterra actuó bien en la guerra”.
103
Medios y poder: las teorías críticas el modo de expresión humana por excelencia
para convertirse en mercancía. Es decir, que
En el siglo xx, los medios también fueron
un libro o un tema musical eran más pareci-
estudiados desde posturas críticas que denun-
dos a una lata de arvejas que a la expresión de
ciaban la banalización de la cultura o la mani-
una idea o un sentimiento. En la sociedad de
pulación de la sociedad que promovían.
masas, la producción de cultura es muy simi-
La Escuela de Frankfurt: el sistema de lar a la producción de cualquier otra mercan-
medios como industria cultural cía: se realiza en industrias organizadas igual
que las fábricas de autos, produce objetos en
Los autores de la denominada Escuela de
serie (por ejemplo, gran cantidad de bandas
Frankfurt fueron testigos del nazismo, de la
de pop, por más que lleven distintos nombres,
guerra, y también de la formación de la so-
son muy parecidas) y los distribuye a un pú-
ciedad capitalista de consumo, marcada por
blico masivo. A este sistema que ofrece masi-
la superficialidad cultural, el auge de la pu-
vamente productos estandarizados lo llama-
blicidad, etcétera. Además de denunciar estos
ron industria cultural.
rasgos de la sociedad de su tiempo, Theodor
Según los pensadores de la Escuela de
Adorno, Max Horkheimer, Walter Benja-
Frankfurt, las mercancías culturales homo-
min y otros, fueron críticos de las teorías con
geneizan y banalizan la cultura, y le quitan al
que se la estudiaba. Rechazaron investigacio-
“arte verdadero” (aquel que no responde a in-
nes como las de la Mass Communication Re-
tereses económicos) su potencial crítico res-
search diciendo que estas, en vez de contribuir
pecto de la sociedad. La industria cultural
a construir una sociedad mejor, creaban ins- promueve la “eterna repetición de lo mismo”,
trumentos útiles al servicio de los gobiernos, lo que se ve en el parecido que tienen entre sí
los ejércitos, las empresas y los medios de co- las películas de acción, los grandes hits musi-
municación, es decir, colaboraban en el man-
cales o los reality shows.
tenimiento de sociedades injustas, violentas
y autoritarias. En cambio, la teoría crítica de-
nuncia la desigualdad social y los mecanismos
que la reproducen.
Entre estos mecanismos están los medios
masivos de comunicación. Sin embargo, la Es-
cuela de Frankfurt no elaboró una teoría espe-
cífica de los medios y sus efectos. Al contra-
rio: buscó mostrar la relación entre los medios
y las demás instituciones sociales, afirmando
que todas ellas actúan en conjunto para que la
sociedad se mantenga tal cual es. Desde este
enfoque los medios no son neutrales, sino que
se organizan en un sistema que es indisociable
de los intereses políticos y económicos.
Sandra Valdettaro
¿Cuáles son tus temas de interés dentro de las producciones científicas. El proyecto es exi-
los estudios en comunicación? toso porque siempre ha presentado los distin-
Investigo y analizo los medios y tecnolo- tos y muy variados enfoques del estudio de la
gías de comunicación desde un punto de vis- Comunicación. Fui directora de la publicación
ta principalmente socio-semiótico, es decir, hasta 2012, y actualmente formo parte de su
en su carácter de lenguajes. Esta perspecti- Comité Científico.
va se combina con otros puntos de vista so-
¿Cómo te acercaste a los estudios en
bre los medios: económico, político, ideológi-
comunicación?
co, etcétera. Me interesa estudiar cómo los
Mi entrada a los estudios en comunica-
lenguajes contemporáneos (entre ellos, los
ción fue un tanto azaroso. En el año 1978
medios de comunicación) van dando forma
–en plena dictadura militar– me encontra-
a nuestras maneras de relacionarnos con los
ba ingresando a la universidad, interesada en
demás, nuestras representaciones sobre el
las ciencias sociales en general. Como la ca-
mundo, nuestro ejercicio ciudadano, etcéte-
rrera de Antropología estaba cerrada por la
ra. Los medios, desde este punto de vista, ac-
dictadura, apareció en mi horizonte la carre-
túan como un “ambiente” o “entorno” que va
ra de Comunicación Social, y me la imagi-
modelando nuestros modos de ser y estar en
né cercana a mis intereses. A medida que fui
el mundo.
recorriendo los estudios, mis inquietudes se
Contanos acerca de la revista La trama de la fueron dirigiendo hacia las cuestiones de la
comunicación. construcción de significados sociales. Lue-
La trama de la comunicación es una publi- go seguí con la Maestría en Ciencias Socia-
cación académica, es decir, dirigida a la comu- les de flacSo; y más tarde, con el Doctorado
nidad científica, sobre temas del campo de es- en Comunicación Social dirigido por Eliseo
tudios de la comunicación. El proyecto surge Verón, nuestro principal referente de socio-
en el año 1993/1994 con un grupo de colegas semiótica.Toda mi carrera se desarrolla en el
bajo mi dirección, con el objetivo de consoli- campo académico e investigativo.
dar esta disciplina en el contexto de las cien-
cias sociales y humanas, publicando trabajos de
ACTIVIDADES
buena calidad. La Trama se fue consolidando a
lo largo de los años y actualmente es una pu- 1. ¿Qué diferencia a una revista de divul-
blicación ineludible en el campo de la Comuni- gación científica de una revista académica?
Pueden buscar información en internet.
cación, que además se encuentra registrada en
sitios de internet que garantizan la calidad de 2. ¿Cómo interpretan la frase del título?
111
1. Lean el siguiente artículo sobre el colectivo de artistas Bogotá Street Art (bsa). Luego, resuelvan las
actividades.
“Hace unos años (…) nació Bogotá Street Art, un de microgolpes mediáticos destinados a poblar el paisaje
colectivo de artistas callejeros unidos por el arte pero im- semiótico urbano”.
pulsados por el poder de la imagen como generadora de Gracias al trabajo colectivo, la voz es más fuerte. Cuan-
discursos sociopolíticos. tos más pinceles, más stenciles y más grafittis pueblan las
Su última producción, Levantar y Pegar, un libro de paredes de una ciudad, más miradas interpretan y más men-
calcomanías (…) es una gran síntesis conceptual del sen- sajes se recepcionan. (...) el trabajo colectivo es el poder y el
tido que los mueve. El lector ejecuta su propia acción: testigo de la diversidad, de la comprensión del otro, (...) y de
selecciona una imagen, interviene un lugar y genera un que las individualidades quedan a un costado cuando hay
mensaje. El motor inspirador que se imparten desde la una causa mayor: poblar la ciudad de ideales y de arte.
publicación es que “desde los semáforos y señales de trán-
sito, hasta baños de antro y cualquier superficie voluptuosa “Bogotá Street Art: El poder de la imagen colec-
para el manotazo resignificador, cada sencilla acción de tiva”, en Emprende Cultura, 2015. URL: http://
recursosculturales.com/revista/2015/06/
levantar y pegar configura la secreta cartografía de miles bogota-street-art-el-poder-de-la-imagen-colectiva/)
a. Retomando lo dicho por Benjamin acerca del arte, su aura y las nuevas técnicas de reproducción,
¿cómo analizarían las calcomanías callejeras y los dibujos realizados por Bogotá Street Art y sus lec-
tores? ¿Como arte aurático o posaurático? ¿Por qué?
b. ¿Qué lugar ocupa la figura del artista en este proyecto? ¿Individual o colectivo? ¿Anónimo o famo-
so? ¿Relacionarían este artista con el arte aurático o del arte posaurático? ¿Por qué?
c. Los grafiteros de bSa afirman que “Levantar y Pegar” tiene un propósito artístico pero también po-
lítico, es decir, de intervención crítica en la sociedad. ¿Cuáles son estos objetivos? ¿Cómo se relacio-
nan con el poder político que Benjamin veía en el cine y la fotografía?
d. Investiguen en internet acerca de otros colectivos artísticos contemporáneos que busquen hacer
arte y política a la vez. Puede ser arte callejero o arte en la web. ¿Qué técnicas utilizan? ¿Quiénes
producen las obras? ¿A quiénes están dirigidas? ¿Cuáles son los objetivos políticos de su proyecto,
es decir, para qué buscan intervenir en la sociedad?
2. Lean el siguiente fragmento acerca de los estudios culturales sobre las audiencias de TV. Luego res-
pondan las preguntas.
a. ¿Qué significa que existe una negociación en la elección de qué programas ver? ¿Por qué los auto-
res hablan de “políticas de living-room”?
b. Qué significa que hay relaciones de poder familiares implicadas en estas tareas?
CONTENIDOS || LENGUAJES Y GÉNEROS MEDIÁTICOS | TRES GÉNEROS: PERIODÍSTICO, MELODRAMA
112 Y REALITY | CRUCES ENTRE GÉNEROS | LA IMPORTANCIA DEL RECONOCIMIENTO DE LOS GÉNEROS | LAS
NUEVASTECNOLOGÍAS DE LA COMUNICACIÓNY LA INFORMACIÓN | CARACTERÍSTICAS DE INTERNET |
INTERNETY LOS MEDIOS MASIVOSTRADICIONALES | LOS GÉNEROSY LAS AUDIENCIAS 2.0.
8
LENGUAJES Y GÉNEROS MEDIÁTICOS
A medida que fueron surgiendo los diversos medios de comunicación,
transformaron las formas expresivas ya existentes y, al mismo tiempo,
desarrollaron otras nuevas. Así, desde el melodrama al realityshow, y de los
informativos a los programas periodísticos, cada medio fue consolidando un
lenguaje y géneros propios. Con la expansión del uso de internet, a finales del
siglo xx, algunas de las características de estos lenguajes y géneros mediáticos
sufrieron importantes modificaciones.
Los medios masivos de comunicación ofre- cómo se conforman los periódicos y las revis-
cen una gran cantidad de productos destinados tas. También son importantes ciertas reglas pro-
a informar, educar y entretener a sus audiencias: pias del diseño gráfico, como las que organizan
películas y series, noticias y entrevistas, progra- el uso de la tipografía y la distribución de las di-
mas humorísticos y comedias de costumbres, in- ferentes notas en cada página y a lo largo de un
formativos radiales y paneles de discusión polí- ejemplar, la relación entre las imágenes y los tex-
tica, entre otros. En general, las características de tos, el uso de los colores, etcétera. Los lenguajes
estos productos están relacionadas con las for- mediáticos están conformados por los elemen-
mas de expresión y comunicación propias de tos particulares que se ponen en juego y la forma
cada medio. Con el desarrollo de la prensa gráfi- en que estos se articulan, mediante reglas espe-
ca, el cine, la radio y la televisión, se fueron con- cíficas, en cada medio masivode comunicación.
solidando también lenguajes particulares para
comunicar.
Cuando hablamos de lenguaje nos referi-
mos a un conjunto de elementos particulares
que se combinan a partir de reglas específicas.
Por ejemplo, el lenguaje verbal está compuesto
por letras, sílabas y palabras que vinculamos en-
tre sí para expresar nuestras ideas, utilizando re-
glas sintácticas y semánticas.
De la misma manera, los productos de los
medios masivos de comunicación están elabora-
dos con una variada serie de elementos: las pa-
labras son uno de ellos, pero también se utilizan
las imágenes, tanto estáticas (fotografías, dibujos
e ilustraciones) como en movimiento: los soni-
dos, la música, la voz y las tipografías. En cada
caso, además, la relación que se establece entre Las pinturas son el producto del lenguaje artístico (pictórico)
estos elementos es distinta. que tiene diversas reglas referidas a la composición, la pers-
pectiva, la iluminación y el color. En La lección de anatomía,
Así, por ejemplo, no es suficiente atender de Rembrandt, por ejemplo, se ponen en juego estas reglas de
las reglas del lenguaje verbal escrito para saber manera creativa.
113
Un sistema de clasificación
Los géneros discursivos, al mismo tiempo,
funcionan como reguladores de la circulación de
los textos, objetos, productos y discursos, y como
moldes que organizan la previsibilidad tanto para
quienes los producen como para quienes los con-
sumen. ¿Qué quiere decir esto? Yasea que nos re-
firamos a los pequeños géneros cotidianos (adi-
vinanza, diálogo informal, entrevista laboral, etc.)
En la vida cotidiana utilizamos una gran variedad de géneros
o a géneros artísticos (literarios, pictóricos, mu- en las actividades que realizamos. El examen, por ejemplo, es
sicales, etc.) o científicos, su existencia organiza un género del lenguaje escrito propio del ámbito escolar.
115
El desarrollo de internet
otros espacios de interacción que remplazan la ló-
En la década de 1960, en el contexto de la gica de un emisor y múltiplesreceptores por la de
Guerra Fría, comenzó a desarrollarse en Estados múltiples emisores-receptores.
Unidos una red para el intercambio de informa- En cambio, los investigadores que afirman
ción entre militares, científicos e investigadores que internet es una nueva plataforma para me-
que se encontraban en distintas partes del mun- dios tradicionales, se basan en que más allá de los
do. Este proyecto fue el origende internet. cambios producidos en las habilidades de los pro-
La conexión original vinculaba a cuatro com- ductores y consumidores/usuarios/audiencias de
putadoras. Ya en la década siguiente, el número los medios, no se creó un nuevo lenguaje o una
aumentó a cuarenta. La aplicación más usada en forma radicalmente novedosa de producir conte-
la “vieja” red era la misma que es hoy: el correo nidos mediáticos.
electrónico. Sin dudas, hay elementos que pueden atri-
En la década de 1980, comenzó a crecer el nú- buirse específicamente a internet, como el códi-
mero de aplicaciones científicas y académicas. go html o el lenguaje binario para la producción
Pero recién en 1991 se presentó la Word Wide de objetos digitales, desde textos a imágenes en
Web, que permitía tanto la interconexión de di- movimiento. Sin embargo, ¿alcanza para definir
versas computadoras entre sí, como la creación de a internet como un nuevo medio con su lengua-
diversas redes con el objetivo de compartir infor- je específico?
mación. Se había creado la “red de redes”.
Una nueva forma de interactividad
Desde su aparición, internet se ha expandido
de manera exponencial, tantorespectode la canti- Internet posee algunas características que le
dad de usuarios como de la información y los da- son propias y que diferencian a la red de los me-
tos transmitidos. En la actualidad, ocupa un lugar dios masivos tradicionales. Uno de los cambios
central en la vida cotidiana de muchos individuos más evidentes es que un mismo dispositivo, como
y abarca desde las comunicaciones interpersona- el celular, la computadora o la tablet, puede ser el
les hasta el comercio transnacional. Algunos estu- soporte de diarios, programas de radio y de tele-
diosseñalanque internet tiene alrededor de 3.000 visión e, incluso, de películas enteras.
millones de usuarios en el mundo.
Tal como les explicamos en el Capítulo 7, las Esto permite que se realice de forma automática
personas utilizan los medios de comunicación de una selección entre variadas opciones de lo que
distintas maneras: en algunos casos ven progra- se muestra a cada usuario, a diferencia de los me-
mas enteros, en otros hacen zapping o miran dos dios masivos tradicionales, que son concebidos en
programas en simultáneo, o dejan la televisión en- forma estandarizada para su consumo masivo e
cendida y, al mismo tiempo, leen la sección de- indiferenciado. Así, por ejemplo, cuando navega-
portiva del diario. Ahora bien, tanto el diseño de mos por internet o en las redes sociales nos apa-
la web como de los diferentes dispositivos que nos recen publicidades relacionadas con nuestras bús-
danaccesoa ella, habilitannuevas formas de inte- quedas anteriores.
ractividad. En ellos, sus usuarios pueden seleccio- En cambio, la publicidad en los diarios o en
nar entre los diferentes elementos que se mues- un programa de televisión, es la misma para to-
tran en la pantalla, sean textos, gráficos, audios o dos, independientemente de quiénes conformen
imágenes. En algunos casos, hasta habilita la posi- la audiencia.
bilidad de crear o modificar contenidos (comen-
tarios de lectores en las versiones web de las publi-
caciones gráficas). Y también permite interactuar
con otras personas sobre esa plataforma (siguien-
do con el ejemplo, debatir con otros lectores o con
el autor de la nota).
La forma más común de esta interactividad
entre los contenidos y los usuarios se da a tra-
vés de los hipertextos, organización de una base
de información en diferentes bloques de conteni-
dos,conectadosporhipervínculosque sonlosen-
laces que permiten navegar hacia otros conteni-
dos electrónicos. Por ejemplo, cuando ponemos
una palabra clave en un buscador y nos apare- Aunque a lo largo de la historia las personas siempre inte-
cen distintas direcciones web como resultado de ractuaron de alguna manera con los medios masivos, inter-
la búsqueda, esas direcciones son hipervínculos net propone un cambio radical en las formas de interacción.
hipertextuales.
Otra forma habitual es la hipermedia, com- ACTIVIDADES
binación del hipertexto y el multimedia. Este
1. Entre todos debatan si internet es o no
recurso permite la organización de la información un nuevo medio. Luego escriban un texto
textual, gráfica, visual y sonora a través de hiper- presentando las conclusiones del debate y
vínculos que crean asociaciones entre los diferen- los principales argumentos que se utilizaron.
tes tipos de información relacionada. Esto lo ha- 2. ¿Cuáles son las nuevas formas de interac-
cemos cuando pasamos de una nota a un video, o tividad que permite internet? Escriban dos
de una foto a un audio; o cuando toda esta infor- ejemplos.
mación aparece al mismo tiempo en la pantalla. 3. Escriban un texto breve describiendo de
Además, la web almacena una “memoria” de qué manera utilizan ustedes la web. Pue-
las selecciones que los usuarios realizan cada vez den usar las siguientes preguntas como guía:
¿qué tipo de páginas visitan más? ¿A qué me-
que naveganpor ella (desde los “me gusta”en Fa- dios de comunicación tradicionales tienen
cebook hasta las palabras clave que utilizan en los acceso por internet? ¿Tienen un blog o pági-
motores de búsqueda y las páginas que visitan). na web propia? ¿Qué redes sociales utilizan?
122
Si exploramos la web, es posible encontrar país en el que viven como en otros lugares del
diálogos íntimos, recetas de cocina, produccio- mundo, reciben comentarios y comienzan a ser
nes científicas, programas de entretenimiento, un eslabón influyente en la industria editorial, que
artículos periodísticos informativos o interpre- les envía sus publicaciones para que las comenten.
tativos, etcétera. En buena medida, lo que ca-
racteriza a la web es la manera en que los usua- UN CAMBIO DE COSTUMBRES
rios van haciendo de estas diversas plataformas La forma en que las personas consumen las noticias
y aplicaciones espacios en los que conviven, se se transformó en los últimos años de la mano de los
cruzan y se combinan los más diversos géne- cambios tecnológicos y de las modificaciones en las
formas de vida que esos cambios produjeron. En la
ros. Por ejemplo, en las redes sociales los usua- actualidad, es muy común que la gente vea los diarios
rios comparten noticias, opiniones, comentarios, on line, videos, fotos, o escuche la radio o música a
diálogos personales, imágenes turísticas y fotos, través de los celulares, en el colectivo, el tren, los ba-
res o la calle. De esta manera, se realiza un consumo
etcétera. Algunas de ellas son producciones pro- durante las “pausas” o los “tiempos muertos” del día,
pias, otras son tomadas y copiadas de otros si- de un modo intersticial. Es un consumo fragmentado,
tios. En general, la circulación, selección y je- interrumpido, lateral, entre distintas fuentes abiertas
en múltiples pestañas del celular o la computadora.
rarquización de estos distintos productos, que Así, la tradicional imagen del lector del periódico que
conviven en las páginas de inicio de las diferen- se sienta por la mañana o por la noche a leer el diario,
tes redes sociales, están determinadas por la ma- escuchar la radio o mirar la televisión va perdiéndose
ante la posibilidad de encontrar el diario, o los mejo-
nera en que los usuarios los promocionan, los res fragmentos de todos los programas, en cualquier
comparten, los comentan y les dan “me gusta”. momento de día, en cualquier lugar y previamente
seleccionados y comentados en internet.
Youtubers y booktubers
En la actualidad, circulan en la web también
contenidos que fueron creados a partir de los
recursos y posibilidades que brindan los sopor-
tes multimediales. Aun cuando en ellos pue-
dan encontrarse huellas de diferentes géneros
discursivos mediáticos, son producciones con
características propias, que las diferencian de
aquellos propios de los medios tradicionales.
Las redes sociales tienden a competir con los diarios, las
Así, por ejemplo, los llamados youtubers radios y la televisión en ser los espacios en los que nos
son personas que crean contenidos que se ca- informamos sobre la actualidad económica, política y social
racterizan por su brevedad, su estética perso- de nuestro país y el mundo.
nalizada y la manera en que tienen en cuen-
ACTIVIDADES
ta la interactividad entre los productos y sus
consumidores. En ellos pueden combinarse 1. Respondan las preguntas.
los géneros humorísticos y de entretenimiento a. ¿Cuáles fueron las transformaciones en
con el melodrama o el periodismo de opinión. los medios masivos tradicionales con la
aparición de internet?
Una propuesta similar es la que ofrecen los
b. ¿De qué manera internet modificó la
llamados booktubers, jóvenes y adolescentes que producción y la recepción de produc-
leen una gran cantidad de libros, se graban en sus tos mediáticos? Escriban dos ejemplos.
casas haciendo reseñas y críticas y suben sus co- 2. Busquen contenidos producidos por los
mentarios a canales de YouTube,blogs y Facebook. booktubers y analicen qué géneros discursivos
Muchos tienen miles de seguidores, tanto en el (mediáticos o no) se ponen en juego en ellos.
124
¿Por qué te decidiste a estudiar el campo celular se parece a una fotografía tradicional,
de la comunicación? aunque es distinta. Hay “nuevos medios” (cana-
Siempre me interesó la relación entre los les a través de los cuales se accede a los con-
medios y las artes, en lo que tiene que ver tenidos) y prácticas, pero también siguen los
con lo visual. Creo que la relación arte/me- lenguajes que producen los discursos. Internet
dios/comunicación es de las más importantes transformó nuestra experiencia de vida.
para entender la época actual porque las ar-
Además de la docencia, ¿qué otras puertas
tes son un campo de experimentación que in-
laborales te abre dedicarte a estudiar es-
fluye a los medios.Y las artes, desde el pop art
tas cuestiones?
sobre todo, se inspiran en los medios.
Son cada vez más, porque los medios se vol-
¿Internet revolucionó los lenguajes vieron más importantes. Es lo que se llama la
mediáticos? “mediatización de la vida social”. En la década del
Los medios masivos surgieron en el siglo ochenta, EliseoVerón dijo que estábamos pasan-
xix, son hijos de la Revolución Industrial.Y hoy do de una sociedad mediática a una mediatiza-
estamos viviendo la revolución informática, que da. Se creía que los medios representaban, bien
dio origen a todo un conjunto de “nuevos me- o mal, lo que sucedía. En los ochenta eso cambió:
dios”, entre los cuales las redes sociales en in- cada vez más las instituciones sociales (los parti-
ternet son, hasta ahora, los más importantes. dos políticos, las ong, las empresas) empezaron a
Pero no sé si internet revolucionó los lenguajes. diseñar sus actividades en función de los medios.
Los contenidos que intercambiamos a través Exagerando, se dijo: si no estás en los medios es
de los medios con base en internet parecen como si no existieras. Hoy, no solo las grandes
ser los mismos de siempre. Lo que revolucio- instituciones piensan en los medios. Cada uno
nó el acceso a esos contenidos y la posibilidad de nosotros debe diseñar su imagen, comunicar
de producir nuevos, fue la digitalización. Es un sus pensamientos, etcétera.Ya no solo contratan
proceso extraño: los llamamos igual (decimos especialistas en medios las grandes instituciones.
que enviamos “fotografías” por WhatsApp, por Por eso el campo de la comunicación no dejó
ejemplo), pero una fotografía tomada con un de crecer y de emplear cada vez más gente.
1. ¿Qué relación plantea el autor entre el arte 3. ¿Qué cambio se produjo en la década del
y los medios masivos? ´80? ¿Cómo afectó eso al campo de estudios
de la comunicación?
2. Según Carlón, ¿cuál es la transformación
más importante que se produjo en los medios 4. ¿Cómo se relaciona el concepto de metate-
con la irrupción de internet? levisión con las afirmaciones del entrevistado?
125
9
MEDIOS, EMPRESAS Y ESTADO
A partir de la segunda mitad del siglo xx, el sistema mediático que existe en nuestro
país comenzó a tomar forma a través de las distintas innovaciones tecnológicas
involucradas en la creación de nuevos medios de comunicación y los métodos
de regulación que implementó el Estado respecto de cada una. En la actualidad,
predomina un sistema comercial en el que gran cantidad de medios –canales de
televisión de aire y de cable, páginas web, productoras, periódicos, emisoras de radio,
etcétera– forman parte de unas pocas empresas de información y entretenimiento.
Durante la segunda mitad del siglo xx, la pago de un canon o impuesto. Además, el Esta-
prensa gráfica, la radio y la televisión fueron ad- do participa de forma activa de la planificación
quiriendo algunas de las características que hoy y el armado de las grillas de programación y en
conocemos. En ese período, se fueron consoli- el diseño de contenidos. Este modelo concibe la
dando como proveedores de entretenimiento, radiodifusión como un tipo de servicio públi-
espacios de expresión cultural o distribuidores co; esto significa que su programación suele
de información. En cada país, a medida que es- combinar el entretenimiento con la educación,
tos medios se fueron desarrollando, los Estados y tiene entre sus objetivos promover el plura-
establecieron distintos tipos de ordenamientos lismo y la diversidad cultural.
jurídicos para regular sus actividades.
En el caso de los diarios, el rol del Estado es-
tuvo vinculado a garantizar la libertad de expre-
sión y los derechos laborales de los trabajadores
de prensa. En general, los periódicos de circu-
lación masiva tendieron a organizarse como
empresas privadas que buscan solventarse eco-
nómicamente a través de la competencia por al-
canzar mayor cantidad de lectores y, así, vender
publicidad para obtener ganancias.
En general, el funcionamiento de la radio-
difusión –que incluye a las emisoras de radio y
televisión– se organizó alrededor del mundo de
dos maneras: como un sistema de servicio pú-
blico o bajo un modelo comercial.
El modelo de los medios como servicio pú-
blico se basó en la manera en que se organiza-
ron la radio y la televisión en algunos países de
Europa, como Inglaterra y Suecia. En este mo-
delo, el Estado asume un rol protagónico por- El escenario comunicacional de un país se define por el rol
que asume el Estado en la regulación de los medios de co-
que regula y otorga licencias, y financia la ins- municación y en relación con el derecho de los ciudadanos a
talación y el equipamiento de los medios con el expresarse y a estar informados.
127
Las Nuevas Tecnologías de la mirar videos y enviar archivos por mail a tra-
Información y la Comunicación vés de dispositivos tecnológicos distintos.
(ntics) Ahora bien, la convergencia tecnológica
tiende a favorecer los procesos de concentración
En la década de 1970, la informática pro-
económica de las empresas de comunicación e
dujo importantes cambios en el desarrollo de
información. Esto se debe a que los grupos
las telecomunicaciones y los medios masivos
económicos utilizan la manera en que la con-
de comunicación. Las innovaciones tecnoló-
vergencia disuelve las fronteras entre la ra-
gicas modificaron las plataformas de trans-
diodifusión, la informática y la telefonía para
misión de datos existentes, y reemplazaron la
concentrar una mayor cantidad y variedad
codificación analógica de imágenes, sonidos,
de servicios. Por ejemplo, cuando las compa-
textos y videos, por la digitalización de da-
ñías telefónicas y los grupos multimedios con-
tos. Esto permitió tanto el aumento del vo-
forman alianzas para brindar lo que se cono-
lumen de la información transferida, como
ce como “triple-play” o “multi-play”; esto es, el
de la velocidad de transmisión. Además, la
servicio de telefonía fija y/o móvil, el acceso a
codificación digital posibilitó que la infor-
internet y los servicios de televisión por cable
mación circulara de manera simultánea en
o satélite.
diversas direcciones, habilitando la comuni-
En este marco, resulta fundamental que el
cación en red que contribuyó a promover la
Estado asuma un rol activo en la reglamen-
interactividad.
tación de la comunicación y la información,
Así, a diferencia de las comunicaciones te-
para evitar que predomine de forma exclusiva
lefónicas tradicionales, en las que se conecta-
una lógica mercantil, que no siempre resulta
ban solo dos puntos distantes o de la mane-
compatible con el bien común. En este sentido,
ra en que la radio o la televisión difundían un
el Estado debe garantizar los derechos básicos
mensaje desde un punto a un público masi-
de los ciudadanos a obtener una información
vo, en la actualidad, es común que cualquier
completa, escuchar una pluralidad de opinio-
usuario administre páginas o blogs y participe
nes y tener espacios y lugares para expresar sus
en discusiones con gente de todo el mundo a
propias ideas.
través de foros o utilizando el chat.
A fines de la década de 1980, ya muchos
pensadores hablaban de la “sociedad de la in-
formación” para caracterizar la manera en que
la vida cotidiana se había transformado a par-
tir de estas innovaciones tecnológicas, y de la
unificación de la informática y las telecomuni-
caciones que ellas habilitaron.
Televisión digital
a distintas instituciones públicas y organizacio-
La convergencia contribuyó a que se comen- nes de la sociedad civil. Así, la tda se presenta
zara a modificar la tecnología mediante la cual se como un servicio de convergencia tecnológica
codifican y, por lo tanto, se transmiten y se reci- que se distribuye de forma equitativa por todo
ben las señales de televisión. Tradicionalmente, el país, sin tender a la concentración geográfica.
la televisión utilizaba una señal analógica, a tra-
vés de la cual los datos viajaban por ondas elec- APAGÓN ANALÓGICO
tromagnéticas. La transmisión analógica de La Argentina programó para el año 2019 el “apagón
datos tenía un orden temporal continuo y cro- nacional de la televisión analógica de aire”, conocido
nológico. Ahora bien, estos datos codificados de como “apagón analógico”. Se trata de un proyecto
que busca que todas las señales de TV analógica de
manera analógica no podían ser compartidos aire se conviertan a la codificación digital.
por los diferentes dispositivos tecnológicos que La decisión tiene varias consecuencias. Por un lado,
utilizan la telefonía celular y la informática. para poder acceder a los canales de TV digital toda
En cambio, la codificación digital convier- la población deberá contar con televisores que pue-
dan recibir ese tipo de señal. Esto quiere decir que,
te los sonidos y las imágenes en datos que pue- en el corto plazo, los televisores tradicionales con
den ser transferidos de un tipo de dispositivo a tecnología analógica entrarán en desuso. Además,
otro. Además, los datos digitalizados pueden ser los canales tendrán que adaptar sus señales a la
emisión digital. De esta manera, su recepción podrá
comprimidos y, por lo tanto, es posible transmi- hacerse tanto a través de televisores digitales, como
tir varias señales por un mismo canal. Gracias a de computadoras, tablets o teléfonos celulares. Fi-
ello, se puede tanto mejorar la calidad de la ima- nalmente, y como consecuencia de las posibilidades
que brindan las nticS, el desarrollo de la televisión
gen y el sonido como crear aplicaciones interac- digital hace posible la creación de nuevas formas de
tivas mediante canales de retorno entre el con- interacción entre las emisoras de televisión y las au-
sumidor y el productor de contenidos. diencias. Así, por ejemplo, a la selección del idioma
del audio se le sumará el acceso a páginas informa-
En nuestro país, la TV digital por satélite se tivas sobre el clima o la posibilidad de ver distintos
puso en marcha con la firma del Decreto N.° canales en simultáneo. Estos nuevos modos de mi-
1.148, que implementó el Sistema Argentino de rar televisión serán, en pocos años, un desafío para
los productores de contenidos televisivos.
Televisión Digital Terrestre (satvd-t), basado
en el estándar denominado isdb-t.
En 2009, el Estado nacional creó la Televi-
sión Digital Abierta (tda), que ofrece un pa-
quete que incluye un conjunto de señales de dis-
tribución nacional y otro de alcance local que
varía en cada provincia. La tda transmite con-
tenidos con una alta calidad de imagen (hd) y,
además cuenta con servicios interactivos como, La infraestructura de trasmisión de datos y satélites para
por ejemplo, la posibilidad de colocar placas la tda se encuentra a cargo de dos empresas estatales lla-
madas invap y arsat. Entre 2014 y 2015, la Argentina puso
con subtítulos o incorporar el lenguaje de señas. en órbita los primeros satélites geo-estacionales arsat I y
Si bien el servicio de tda no se cobra, re- arsat 2.
La publicidad
potenciales compradoras asocien que ese cuer-
El surgimiento del discurso publicitario es- po ideal será posible utilizando la crema.
tuvo vinculado al proceso de desarrollo de las
La publicidad como objeto de estudio
sociedades capitalistas. Este comenzó a desple-
garse tras la crisis económica europea de 1848, En nuestras sociedades, el discurso publici-
cuando la producción artesanal comenzó a ser tario es un elemento más del entramado de la
reemplazada por la fabricación de productos en industria cultural, es decir, un objeto de consu-
serie. Para vender estos productos era necesario mo. Los mensajes exhiben modelos de prácti-
incorporar nuevos sectores sociales al mercado. cas sociales deseables. Por ejemplo: en la publi-
En los inicios del siglo xx, el discurso publicita- cidad de un celular, la situación que sirve como
rio tenía como objetivo incluir en la cultura del marco define cómo debe ser la comunicación
consumo a las clases medias y bajas, que habían entre amigos. Es por ello que permiten anali-
comenzado a aumentar sus ingresos. zar los valores y las creencias que predominan
En la actualidad, en nuestras sociedades, la en la sociedad en la que circulan. En otro ejem-
publicidad tiene un estatuto doble: es un discur- plo de este tipo de discurso se observa en una
so que busca persuadir sobre los beneficios de publicidad sobre un proveedor de internet en la
los objetos que vende y, a la vez, es en sí misma que se presenta a un niño de diez años que in-
un objeto de consumo. daga sobre la velocidad en la conexión, el vo-
lumen y la rapidez en la transferencia de datos
La publicidad y el mercado
que está ofreciendo el servicio. Pero, al mis-
La publicidad, en tanto discurso sobre los mo tiempo, se muestra un tipo de sociedad en
objetos que vende, tiene el objetivo de promo- el que las nuevas tecnologías de comunicación
cionar el consumo de los productos y servicios son tan vitales que hasta los niños deben contar
que presenta. En ella predomina un tipo de co- y contratar ese servicio.
municación persuasiva que se utiliza para mo-
El mensaje publicitario
dificar las actitudes o generar nuevos comporta-
mientos en los potenciales compradores. Cada mensaje publicitario se elabora con
En general, el mensaje publicitario presen- características particulares en relación con el
ta un escenario problemático, en el que la solu- público al que se dirige y que pretende persua-
ción es el producto o servicio que busca vender. dir. La publicidad utilizará diferentes escena-
Por ejemplo, se muestran las manchas en la ropa rios, colores, protagonistas y promoverá diver-
como una situación dramática y al producto pu- sos valores. Así, por ejemplo, si se publicita un
blicitado como el que mejor resuelve el proble- producto dirigido a los adolescentes es proba-
ma por su capacidad de disolver cualquier tipo ble que se utilice un lenguaje directo e informal.
de manchas. Los mensajes publicitarios pueden clasifi-
También, las publicidades buscan incidir en carse en relación con el medio por el que circu-
sus destinatarios mediante la identificación o el lan. Y a su vez, de acuerdo con ese medio pue-
sentimiento de afinidad con los protagonistas den cambiar las características de los mensajes.
del comercial. Este es el caso, por ejemplo, de los • La publicidad gráfica está conformada
spots publicitarios de cremas humectantes para por los carteles de la vía pública, los folletos, y
el cuerpo; en ellos se presenta en las imágenes los anuncios en diarios y revistas. En ella, la ti-
a mujeres con piernas esbeltas y brazos turgen- pografía, los colores y las imágenes tienen un
tes en lugar de hacer referencia a la humecta- rol fundamental, ya que sirven para jerarquizar
ción de la piel. De esta manera, se busca que las y ordenar el mensaje que transmiten.
135
• La publicidad audiovisual está conforma- población en relación con temas de interés ge-
da por los spots que circulan en los cines, la ra- neral. Por ejemplo, cuando se realizan campa-
dio y la televisión. A diferencia de la gráfica, en ñas de prevención de enfermedades o de se-
la audiovisual son más importantes la música, guridad vial. En general, las propagandas son
el eslogan y la secuencia narrativa con la que se realizadas por los gobiernos, las instituciones
presenta el producto. públicas, las organizaciones no gubernamen-
• El uso cada vez más extendido de las tales y los partidos políticos.
nuevas tecnologías de la comunicación trajo
consigo la creación de nuevos tipos de mensa-
jes publicitarios. Así, es posible encontrar re-
cuadros publicitarios que surgen en distintas
partes de las páginas web, los blogs y los bus-
cadores. A este tipo de publicidad se lo deno-
mina banners.
La elección de los tipos de publicidades y los
medios por los que circulan también están rela-
cionados con el público al que se intenta vender
cada producto.
La publicidad y la propaganda
A diferencia de la publicidad, que tiene
siempre un carácter comercial y se encuen-
tra guiada por la lógica del consumo, la pro-
paganda es la difusión de información sobre
temas de interés público sin fines de lucro. Las
propagandas también recurren a la comuni-
cación persuasiva: está orientada a informar,
concientizar e incidir en las conductas de la
LA PUBLICIDAD OFICIAL Tanto las publicidades como las propagandas suelen for-
mar parte de campañas en las que una serie de anuncios
Para hacer circular información que se considera o spots, que buscan un mismo objetivo, presentan eslóga-
de interés público, los gobiernos nacionales, pro- nes similares. En este caso, contra la discriminación de las
vinciales o municipales cuentan con fondos espe- personas con discapacidad física o motriz.
cíficos; por ejemplo, una campaña de vacunación.
El modo en que se usa ese dinero, esto es a qué
ACTIVIDADES
medios de comunicación se les paga por la publi-
cidad oficial, impacta en el sistema de medios más 1. Expliquen con sus palabras la siguiente
general: puede funcionar como subsidio a medios frase: “La publicidad tiene un estatuto do-
pequeños o favorecer a grandes medios. La im-
ble: es un discurso sobre diferentes produc-
portancia de la publicidad oficial es que puede
incidir en la libertad de expresión, ya que es una
tos y, a la vez, es en sí misma un objeto de
forma de presión o censura que puede actuar consumo”.
como premio o castigo para condicionar la línea
2. Seleccionen dos publicidades y analícenlas
editorial de un medio según la voluntad de quien
teniendo en cuenta qué tipo de publicidad
ejerce la presión.
es, qué mecanismos de persuasión utiliza y
CIDH, Informe de la Oficina del Relator
Especial para la Libertad de Expresión 2003. qué valores transmite.
136
El marketing social
A mediados de 1960, comenzó un debate
sobre la posibilidad de que el marketing se ex-
tendiera a la promoción de causas y compor-
tamientos sociales que llevan adelante las or- Campaña de Greenpeace en contra de la energía nuclear.
El marketing puede utilizarse para concientizar a los ciu-
ganizaciones sin fines de lucro. Este tipo de dadanos sobre temas de responsabilidad social.
marketing apunta a un público que ya no se con-
cibe como consumidor sino como ciudadano. ACTIVIDADES
Esto implica que el eje deja de estar puesto en
la promoción de una empresa, una marca o un 1. Debatan en grupo, ¿cuáles son las conse-
producto. El objetivo principal del marketing so- cuencias de concebir la política como un ob-
jeto más de la publicidad y pensar a los can-
cial es lograr la concientización de la población didatos como una marca? Escriban un texto
sobre determinados temas de responsabilidad breve explicando las conclusiones personales
social, por ejemplo, el cuidado del ambiente. de cada uno sobre el tema.
138
a. A partir de la descripción de la campaña electoral de 2008, ¿puede Obama ser considerado como
un modelo de candidato-marca? ¿Por qué?
b. Expliquen de qué manera la campaña de Obama puede ser concebida como un ejemplo de mar-
keting político. Justifiquen su respuesta.
4. En grupos, realicen una campaña de marketing social. Utilicen las siguientes consignas como guía.
a. Investiguen sobre alguna problemática de su colegio y elaboren un informe sobre las acciones que po-
drían llevar adelante para prevenirla.
b. Definan cuál sería el público destinatario de la campaña (estudiantes, docentes, familia o el barrio) y
cuál sería la mejor manera de acercarse a ellos de acuerdo con sus gustos e intereses.
c. Sobre la base de la información relevada, planifiquen una campaña de marketing social que cuente, al
menos, con tres comunicaciones para su difusión. Luego, armen una cartelera para difundir la cam-
paña en el colegio.
CONTENIDOS || LA OPINIÓN PÚBLICA Y SU HISTORIA | MEDIOS DE COMUNICACIÓN Y OPINIÓN
140 PÚBLICA | ESPACIO PÚBLICO, DEMOCRACIA Y MEDIOS DE COMUNICACIÓN | LA CONSTRUCCIÓN DE LOS
ACONTECIMIENTOS MEDIÁTICOS | AGENDAS MEDIÁTICA, PÚBLICA Y POLÍTICA | NOTICIAS Y CRITERIOS DE
NOTICIABILIDAD.
10
MEDIOS, OPINIÓN PÚBLICA Y POLÍTICA
En las sociedades contemporáneas, los medios de comunicación y las nuevas
tecnologías de la información ocupan un lugar fundamental en la conformación de
la opinión pública. Esto se debe a que tanto los periódicos, la televisión y la radio
como las redes sociales y otras plataformas de internet, brindan información sobre
las cuestiones relevantes para los distintos grupos que integran la sociedad y para
la comunidad en su conjunto. Esta información conforma una guía en las decisiones
de los ciudadanos sobre los asuntos comunes.
A fines del siglo xvii, comenzó en Euro- Durante los siglos xviii y xix, se fue con-
pa un lento proceso de transformación de las solidando en los ciudadanos el interés por las
relaciones económicas, sociales y políticas a decisiones de gobierno, junto con el estableci-
partir del cual tomaron forma las sociedades miento de los límites del poder estatal y las li-
modernas. De a poco, se fueron construyendo bertades y derechos individuales.
carreteras e instalando fábricas que modifica- En consecuencia, se comenzó a denominar
ron los modos de producción e intercambio “opinión pública” a la forma legítima y pacífica
comercial. Al mismo tiempo, el poder monár- de intervención de los ciudadanos en el espa-
quico, la aristocracia y la nobleza fueron pues- cio público. En dicho espacio, podían ejercer el
tos en cuestión, y comenzó a tener prepon- derecho de expresarse libremente y opinar so-
derancia la idea de que todos los ciudadanos bre la manera en que los gobernantes llevaban
debían tener las mismas libertades y derechos. adelante los asuntos comunes. De este modo, la
En este contexto, comenzaron a surgir dis- opinión pública se fue convirtiendo en la dis-
tintas publicaciones impresas –como diarios, cusión y la expresión de los puntos de vista del
libros y folletines–, que además de dar cuen- público sobre asuntos de interés común sobre
ta de los acontecimientos políticos y econó- la sociedad y, sobre todo, del poder político.
micos relevantes, difundían las nuevas ideas
de la época. En los salones y los cafés de las
ciudades más importantes de Francia, Holan-
da e Inglaterra, esas publicaciones eran leídas
y discutidas entre los asistentes. Gran parte
de los protagonistas de estos debates eran los
miembros de la burguesía, una nueva clase so-
cial que había adquirido creciente poder eco-
nómico pero carecía, en ese momento, de la
posibilidad de participar en las decisiones de
gobierno. Así, tanto las publicaciones gráficas
como los debates que suscitaban, eran los ám-
bitos en los que la burguesía podía presentar En las nacientes sociedades modernas, la opinión pública fue
la herramienta a través de la cual los burgueses ejercían su
su pensamiento y hacer públicas las críticas al derecho a la libertad de expresión, e intentaban poner límites
poder monárquico. a la soberanía del poder monárquico sobre las vidas privadas.
141
Videopolítica
En las ciudades antiguas, las plazas y los anfiteatros eran los
En la segunda mitad del siglo xx, el sur- ámbitos en los que los ciudadanos se reunían para discutir
gimiento de los medios de comunicación los asuntos importantes para la comunidad.
143
El info-entretenimiento
ejemplo, muchos movimientos u organizacio-
El escritor e investigador de la comunica- nes sociales tienen sus propias páginas web en
ción argentino, Aníbal Ford, observó cómo las que difunden sus opiniones y actividades.
hacia finales del siglo xx se produjeron im- Sin embargo, en ocasiones, la gran canti-
portantes transformaciones en la producción dad de información que circula en internet
y el uso de la información. Así, tanto en la desorienta a los ciudadanos, que buscan cons-
prensa gráfica como en la televisión, comen- truir una mirada propia sobre los asuntos co-
zaron a elaborar productos informativos con munes, y genera interrogantes: ¿cómo reco-
un doble objetivo: informar y entretener. nocer las fuentes de información legítima y
Como consecuencia del avance de la in- seleccionar aquello que resulta relevante? ¿En
dustria del espectáculo en el área de la infor- internet se encuentran todas las voces? ¿Los
mación, el info-entretenimiento modificó los motores de búsqueda jerarquizan la informa-
criterios tradicionales de selección y presen- ción que ofrecen como resultado?
tación de la información. Su objetivo es lla- En este marco de proliferación de infor-
mar la atención del público y, por ello, el dra- mación, los medios masivos de comunicación
matismo y el sensacionalismo toman un lugar tradicionales siguen teniendo un papel funda-
protagónico. Así, por ejemplo, los informati- mental a la hora de guiar los criterios desde
vos pueden llegar a privilegiar una noticia so- los que se valoran cuáles son los asuntos re-
bre un accidente automovilístico antes que la levantes. Dentro del escenario mediático, la
inauguración de una ruta provincial. En estos figura del experto o el especialista es aquella
casos, las cámaras buscan enfocar a las vícti- que, sobre la base de un saber específico, pue-
mas y a sus familiares, recogen testimonios en de ofrecer un punto de vista autorizado sobre
los que se exprese su dolor, y utilizan incluso algún tema. Por ejemplo, en la cobertura me-
la música para acentuar el carácter dramático diática del anuncio de las nuevas medidas eco-
de la situación. nómicas de un gobierno, el especialista es el
Uno de los recursos fundamentales del in- que subraya cuáles son los aspectos importan-
fo-entretenimiento es la narrativización. Las tes a tener en cuenta y evalúa su impacto. En
noticias se relatan como si fueran cuentos y general, los especialistas se presentan como
los argumentos que podrían servir para enri- aquellos que cumplen un rol de “traductores”
quecer un debate público son dejados de lado. para el público del significado de los distintos
De esta manera, las noticias se convierten en acontecimientos.
anécdotas pasajeras o en casos, que no pue-
den dar cuenta del contexto social y político ACTIVIDADES
del acontecimiento que presentan.
1. Expliquen qué significa que “las operacio-
La figura del experto nes de jerarquización y selección (de infor-
mación) suponen la puesta en juego de un
La utilización de las redes sociales y las pá- punto de vista particular que no se explicita”.
ginas de internet multiplicó la cantidad de in-
2. Según Ford, ¿qué cambios produce el info-
formación que circula en nuestra sociedad. entretenimiento en el discurso informativo?
En ciertos casos, las nuevas tecnologías favo-
recieron también la proliferación de distin- 3. Debatan en grupos, ¿qué papel tiene la in-
formación en la manera en que ejercemos
tas voces y de distintos criterios de selección nuestra ciudadanía? ¿De qué manera contri-
y construcción de los acontecimientos socia- buyen las nuevas tecnologías a que tengamos
les relevantes para una comunidad. Así, por acceso a diferentes puntos de vista?
146
Las noticias
menos estructurada y puede modificarse por
Las noticias son relatos de sucesos que im- la aparición de temas de último momento.
plican y afectan a uno o varios individuos de la Así, aun cuando se utilizan algunas clasifica-
sociedad. En la vida de una comunidad ocurre ciones generales como “política”, “economía”
gran cantidad de hechos de manera cotidiana. o “policiales”, es usual que los casos particu-
La mayor parte de estos hechos no llegan a ser lares se conviertan en rótulos de una sección.
noticias. Los periodistas, tal como vimos, selec- La información que se presenta como no-
cionan día a día los sucesos que deben ser di- ticia debe ser breve, evitar la redundancia y
vulgados. En general, para que un hecho se favorecer la interpretación del público. Para
convierta en un acontecimiento mediático debe ello, está basada sobre una serie de supuestos
presentar algún tipo de novedad que lo desta- de diversa índole. ¿Qué significa que la noticia
que del resto. Además, debe poder ser recono- incluye supuestos? ¿Cuáles son?
cido como interesante por el público al que se • Los supuestos informativos tienen que
dirige. Y, como leyeron en el Capítulo 8, la no- ver con la agenda mediática. Apelan al reco-
ticia se enmarca un subgénero periodístico. Así, nocimiento de acontecimientos que ya fueron
por ejemplo, no podría convertirse en noticia difundidos y que son recuperados, sin men-
un fenómeno cotidiano como la salida del sol. cionarlos de forma explícita.
En cambio, un eclipse solar que pueda verse en • Los supuestos históricos, que se refie-
el lugar en el que es divulgada la noticia resul- ren al conocimiento de hechos del pasado, tie-
ta un acontecimiento novedoso y significativo. nen que ver con la cultura general del públi-
En general, las noticias están vinculadas con co que puede vincularlos con la información
la actualidad; esto es, con aquello que está suce- presente. Por ejemplo, cuando una cobertura
diendo. En la prensa gráfica, los acontecimien- de las marchas del 24 de marzo no desarrolla
tos que se seleccionan para ser publicados están en qué consistió el golpe de Estado de 1976 y,
relacionados con aquello que ocurrió en las últi- en cambio, se centra en los detalles del evento.
mas veinticuatro horas. En cambio, la televisión, • Por su parte, los supuestos interpretati-
la radio y las plataformas informativas de inter- vos operan cuando los medios asumen como
net suelen presentar noticias más actualizadas, evidente el significado de lo que presentan.
por lo cual dan la sensación de informar lo que Por ejemplo, en algunas ocasiones los noticie-
ocurre a cada instante. ros televisivos muestran imágenes sin dar ex-
En general, la prensa gráfica, los diarios plicaciones sobre su significado.
online y los noticieros televisivos tienden a or-
ganizar la presentación de las noticias en dis-
tintas secciones para favorecer su lectura e in-
terpretación. En los periódicos se observa la
organización de la información en las seccio-
nes como: internacionales, política, economía,
información general, policiales, espectáculos,
etcétera. A través de este sistema de clasifica-
ción, los diarios brindan también una mane-
ra de organizar los eventos que ocurren en la
sociedad.
En cambio, en los informativos de televi- Cuando hay espacios o tiempos vacantes, los medios sue-
sión, la clasificación de las noticias suele ser len recurrir a relatar noticias de hechos que pueden ser
comunes para la sociedad.
149
LOS NOTICIEROS DE TELEVISIÓN Ignacio Hurban o Guido Carlotto, es el nieto recuperado nú-
mero 114. Es el nieto de la presidenta de Abuelas de Plaza de
[En la televisión] la imagen reúne el escenario con Mayo, Estela de Carlotto. Este es un caso de imagen de relevo.
los personajes (actores del hecho), los testimonios
y hasta las consecuencias. La cámara es testigo lleva
la escena hasta la audiencia, que puede escuchar de ACTIVIDADES
labios del actor social el relato o la propuesta. Cuan-
do se trata de movimientos de gente (desplazamien- 1. Busquen dos noticias gráficas y señalen en
tos, catástrofes) la cámara permite la presencia –vir- ellas:
tual– en el lugar. A través de la cámara se establece a. Las respuestas a las cinco preguntas que
también un símil de relación de conversación con la ayudan a sintetizar la información rele-
audiencia, donde la mirada del presentador de las vante en el primer párrafo de cada una.
noticias es fundamental, y se liga al uso del “usted” b. Sus distintos componentes.
como forma pronominal exclusiva, que caracteriza
a casi todas las formas discursivas que presentan las
c. Escriban una noticia que pueda resul-
noticias, y que personaliza a la audiencia. tar de interés para sus compañeros de
Martini, S. Periodismo, noticia y noticiabilidad,
clase. Utilicen la estructura de pirámide
Buenos Aires: Editorial Norma, 2000. invertida.
152
a. ¿Qué papel les atribuye Bourdieu a los periodistas? ¿Qué relación establece entre el trabajo perio-
dístico y el espacio público?
b. ¿Por qué sostiene que censuran sin darse cuenta? Expliquen este proceso a partir de lo visto en
el capítulo.
c. ¿De qué manera les parece que las Nuevas Tecnologías de Comunicación pueden modificar el es-
cenario descripto por Bourdieu? Escriban dos ejemplos.
d. Debatan entre todos, ¿qué responsabilidades tienen los periodistas a la hora de realizar su trabajo?
2. Escriban un texto que explique la relación entre las agendas mediática, pública y política. Muestren
cómo se conforma cada una y busquen ejemplos para ilustrar los conceptos.
3. Busquen en tres diarios de gran circulación los títulos principales y secundarios de las tapas de los
últimos tres días. Luego, completen el cuadro con la información obtenida.
a. Identifiquen la construcción de series informativas.
b. ¿Qué temas les parece que instalan en la agenda mediática estas tapas?
c. Elijan dos de las noticias que aparecen en estas tapas sobre el mismo tema en distintos diarios y
realicen un informe breve señalando las diferencias entre ellas.Tengan en cuenta el encuadre de la
noticia, el estilo de los títulos, la relación entre las imágenes y los textos, y los criterios de noticia-
bilidad puestos en juego.
Título principal
Diario 1
Título secundario
Título principal
Diario 2
Título secundario
Título principal
Diario 3
Título secundario
4. En grupos, elaboren un blog informativo con noticias que puedan interesar a los estudiantes de la
institución escolar a la que asisten. Para ello tengan en cuenta lo siguiente:
a. Seleccionen un tipo de blog para publicar. Por ejemplo, www.blogger.com o https://es.wordpress.com.
b. Hablen con sus compañeros del colegio para conocer cuáles son sus problemas y poder identificar
los hechos que podrían transformarse en noticia.
c. ¿Qué acontecimientos incluyeron? Una vez que los eligieron, indiquen qué criterios de noticiabili-
dad utilizaron en cada caso.
d. Redacten las noticias del blog utilizando la estructura de la pirámide invertida.
MEDIOS DE COMUNICACIÓN, NUEVAS
TECNOLOGÍAS Y DEMOCRACIA
ProPósitos
• Integrar las unidades 7, 8, 9 y 10.
• Utilizar los conceptos de género y lenguaje
para analizar productos mediáticos concretos.
• Indagar la manera en que se conforma y se
regula el sistema de medios en nuestro país, y
los cambios que supone la nueva Ley de Ser-
vicios Audiovisuales.
• Utilizar los conceptos vistos en el Bloque 3
para analizar los cambios que introducen las
nuevas tecnologías de la información y la co-
municación en las formas de participación
ciudadana.
Las wiki son páginas web que pueden ser editadas que brinda la web. Sin embargo, los mecanismos que la
por cualquier persona. Esto se debe a que su software se regulan no siempre garantizan que la información sea
distribuye de forma libre, y solo es necesario tener acceso fiable y de calidad.
a un navegador para agregar, eliminar o corregir los da-
tos que se encuentran en ellas. Debido a estas caracterís-
ticas, las wiki pueden ser consideradas un nuevo género
mediático que explota las posibilidades de interactividad
155
Buenas noches y buena suerte lícula permite reflexionar tanto sobre la posibilidad que
tiene el periodismo de instalarse como un cuarto poder
La película Buenas noches y buena suerte, dirigida y que funciona como instrumento de control y denuncia
protagonizada por George Clooney, fue filmada en 2005 del poder político, como sobre las distintas presiones
en Estados Unidos. El argumento central del filme se económicas y políticas que tienen, como empresas, los
centra en un hecho real: la manera en que el periodista medios de comunicación.
Edward R. Murrow, desde su programa emitido por la
cadena de televisión cbs, denunció los métodos inconsti- Asimismo, en la película es posible encontrar una
tucionales que utilizaba el senador Joseph McCarthy para cierta denuncia a la manera en que la televisión, ya en
perseguir a todas las personas que consideraba parte de la década de 1950, comenzaba a desplazar los programas
una amenaza comunista en Estados Unidos. informativos, de investigación y de debate en relación
con la actualidad política para dar preeminencia a otros,
La película está ambientada en la década de 1950 y como los concursos televisivos, en los que el objetivo
muestra, combinando la ficción y el material de archi- primordial es el entretenimiento. De esta manera, la ne-
vo, el desarrollo del enfrentamiento entre el periodista y cesidad de captar audiencias y, por lo tanto, conseguir
el senador, rescatando aquellos momentos que tuvieron publicidad, comienza a tener un peso fuerte en la progra-
lugar en el marco de la televisión. Es por ello que esta pe- mación televisiva.
1. Lean los textos sobre Wikipedia, respondan las preguntan y realicen las consignas.
a. ¿Conocen otros sitios Wiki? Escriban dos ejemplos y expliquen en qué consisten.
b. ¿Cuáles de las características de los wiki están relacionadas con un lenguaje propio de la web?
c. ¿Les parece que Wikipedia puede pensarse como un nuevo género mediático? ¿Por qué? ¿Con qué
otros géneros se pueden relacionar? Justifiquen la respuesta.
d. ¿Por qué les parece importante que los editores de Wikipedia no reciban un sueldo por su trabajo?
¿De qué manera se relaciona con las características de las wiki?
e. En grupos, debatan, ¿qué aspectos positivos y qué aspectos negativos tienen estos sitios en los que
cualquier persona puede agregar y modificar la información? Luego, escriban una breve reflexión
sobre la manera en que este tipo de sitios puede modificar el trabajo periodístico.
2. Luego de ver la película Buenas noches y buena suerte, realicen las actividades.
a. Busquen información sobre el contexto político en el que transcurre el filme. ¿Quién fue Joseph
McCarthy? ¿A qué se llamó “caza de brujas”? ¿Qué ocurría con las personas que este senador acu-
saba de comunistas?
b. ¿En qué género cinematográfico enmarcarían esta película? ¿Por qué?
c. Investiguen las características del reportaje como género periodístico. ¿Cuáles son los rasgos te-
máticos, retóricos y enunciativos de este género que pueden verse en los reportajes del filme?
d. ¿De qué maneras ejerce presión la cbS sobre sus periodistas?
e. ¿Qué aspectos de la televisión señalaba Murrow para denunciar su degradación?
f. Debatan en grupos, ¿qué influencia les parece que deben tener los medios de comunicación y el pe-
riodismo en la política de un país? ¿Por qué?
156 INTEGRACIÓN
El programa sobre la Ley de Servicios Audiovisua- implementación. Además, brinda información sobre las
les del ciclo En el medio relata, a través de entrevistas, distintas reglamentaciones que rigieron la actividad de
la manera en que esta nueva ley fue tomando forma, las los medios de comunicación a lo largo de la historia de
demandas que incorporó, las dificultades que encuentra nuestro país, y permite reflexionar sobre el lugar que es-
para implementarse y las modificaciones que supone su tos tienen en la vida social.
157
1. Luego de leer el material sobre la Ley de Servicios Audiovisuales, resuelvan las siguientes consignas.
a.Elaboren una línea de tiempo y ubiquen en ella las distintas reglamentaciones sobre las comunica-
ciones que se mencionan en el documental.
b. ¿Qué papel le otorga la Ley 26.522 al Estado?
c. En el documental, el periodista Zaiat menciona que el objetivo de la ley es democratizar el acceso
a la información. ¿De qué manera busca cumplir ese objetivo? Subrayen, en el fragmento aquí cita-
do de la ley, los lugares en los que se plasma este objetivo.
d. ¿Cómo se explica la concentración económica de los medios en el documental?
e. ¿Qué aspectos del establecimiento de agenda y la construcción de la noticia se señalan en el do-
cumental? ¿Por qué?
2. Lean el texto sobre la relación entre las nuevas tecnologías y la participación ciudadana y respon-
dan las preguntas.
a. ¿De qué manera señala el autor que las nuevas tecnologías pueden contribuir a fomentar la par-
ticipación ciudadana?
b. ¿Qué son la desinformación y la subinformación?
c. ¿A qué se refiere el autor cuando habla de una “nueva sociedad orwellizada compuesta de multitu-
des virtuales”? ¿Qué perspectivas teóricas suponían que la radio y la televisión contribuían a con-
figurar una sociedad de estas características?
d. ¿Qué nuevas formas de publicidad ponen en juego las nuevas tecnologías?
158