Os Jovens e A Cidade A Apropriação Do Espaço Urbano e Os Lugares Da Sociabilidade Jovem.

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Ttulo: Os jovens e a cidade: A apropriao do espao urbano e os lugares da sociabilidade jovem.

Autora: Ligia Claudia Gomes de Souza - Faculdades Integradas Maria Thereza/ [email protected] Co-autores: Patrcia dos Santos de Moura, Ana Carolina Pinheiro de Carvalho, Cristiane Cardoso Batista, David Daniel da Silva Pinto, Julliana Queiroz de Lira Alexandrino, Leidiane de Sousa Fernandes, Lcia Maria Barbosa Sena, Vanuza Nazar Mendes

Fernandes/Faculdades Integradas Maria Thereza

RESUMO Essa investigao objetivou levantar as representaes sociais da cidade de Niteri, os modos de apropriao do espao urbano e os lugares da sociabilidade jovem entre estudantes universitrios residentes na cidade. A amostra foi composta por 60 estudantes universitrios do municpio de Niteri na faixa etria de 18 a 24 anos de ambos os sexos. Os dados foram coletados atravs da aplicao de um questionrio semi-estruturado. Os dados relativos ao questionrio foram analisados e submetidos anlise de contedo de Bardin (1977). A presente investigao foi fundamentada pela perspectiva da Psicologia Ambiental atravs de seu interesse em investigar a relao homem/ambiente, levando em conta que a identidade de um indivduo sofre influncia do lugar onde habita. Para Cavalcante (2003) essa rea estuda as inter-relaes humano-ambientais, mais especificamente, as inter-relaes do homem com o meio ambiente, possibilitando a descoberta de sentimentos, atitudes e comportamentos vinculados ao espao. As dimenses sociais e culturais esto sempre presentes na definio dos ambientes, mediando a percepo, a avaliao e as atitudes do indivduo frente ao ambiente. Cada pessoa percebe, avalia e tem atitudes individuais em relao ao seu ambiente fsico e social. (Moser,1998:121) Segundo Pinheiro (1997) a Psicologia Ambiental realiza, especialmente a partir da dcada de 80, um movimento em direo a considerar mais enfaticamente a ao das pessoas sobre os ambientes, assumindo mais integralmente a interdependncia pessoa-ambiente proposta na equao de Lewin. (p. 387) Conforme a perspectiva do autor o enfoque da inter-relao e inter-dependncia pessoa-ambiente, como conceitualmente distinto da ao isolada de seus componentes sobre o comportamento, constitui outra importante caracterstica da rea. A Psicologia Ambiental tem sido definida como a disciplina que estuda as transaes entre as pessoas e seus entornos, com vistas a promover uma relao harmnica entre ambos, que redunde no bem-estar humano e na

sustentabilidade ambiental. (Wiesenfeld, 2005, p.54) Ela visa enfatizar a dimenso social da relao humano ambiental. Segundo o pensamento de Moser (1998) a Psicologia Ambiental estuda a pessoa em seu contexto, tendo como tema central as inter-relaes e, no somente, as relaes entre a pessoa e o meio ambiente fsico e social.(p. 121) Ento, para o autor, a especificidade da Psicologia Ambiental a de analisar como o indivduo avalia e percebe o ambiente e, ao mesmo tempo, como ele est sendo influenciado por esse mesmo ambiente. fato bastante conhecido que determinadas especificidades ambientais tornam possveis algumas condutas, enquanto inviabilizam outras. (Moser,1998, p. 122) Para Sager, Sperb, Roazzi e Martins (2003) um foco de trabalho importante dentro do campo da Psicologia Ambiental o estudo do modo pelo qual as pessoas utilizam o espao como meio de regular suas interaes. Um dos aspectos estudados nessa rea diz respeito ao impacto de caractersticas fsicas do ambiente nas relaes interpessoais. O campo da Psicologia Ambiental tem crescido nos ltimos anos, assim como o nmero de pesquisas produzidas nessa temtica. Ao se interessar em discutir a relao que as pessoas estabelecem com os lugares onde vivem cotidianamente, ela lana mo do conceito de identidade e o entende a partir de sua articulao com as noes de lugar e de apego. Magnani (2005) defende que essas investigaes levam em conta os atores sociais com suas especificidades (determinaes estruturais, smbolos, sinais de pertencimento, escolhas, valores etc.), assim como o espao com o qual interagem mas no na qualidade de mero cenrio, e sim como produto da prtica social acumulada desses agentes, e tambm como fator de determinao de suas prticas, constituindo, assim, a garantia (visvel, pblica) de sua insero no espao. No que se refere pesquisa do comportamento dos jovens, os lugares de lazer e de diverso tm sido investigados com o objetivo de compreender como os jovens se sentem nesse espao de circulao e de sociabilidade. Atualmente, a diverso tem sido ponto de grandes questionamentos em vrios setores da sociedade: escola, famlia, clubes de recreao. (Formiga, Ayroza, Dias,2005, p.71) O lazer na perspectiva dessa investigao pode ser entendido como um conjunto de atividades que fazem parte da formao do jovem e que concorrem para o seu desenvolvimento social. Formiga, Ayrosa e Dias (2005) defendem que tais hbitos quando bem orientados so capazes de formar o jovem perante suas metas individuais e sociais. (p. 72) Tais atividades, ainda segundo os autores, favorecem comportamentos nos mbitos educacionais, de interesse pessoal, afetivos e relao social. Algumas pesquisas tm indicado que os jovens no se sentem satisfeitos com a diverso, pois no se sentem livres o bastante para buscar prazer e sensao real de divertimento. Uma falsa sensao liberdade nos momentos em que os jovens

saem do confinamento imposto pela vida em grandes espaos fechados, a insatisfao com o espao escolar e a preferncia pelo espao da casa aparecem nos estudos realizados. Barreira (2003) defende que a vida contempornea citadina parece aparece muitas vezes como promessa no realizada, um lugar de presso conflito e violncia. (p. 315) As investigaes sobre essa temtica tem permitido as cincias sociais e contribudo para entender e atuar na melhoria das relaes que se do no espao pblico. Essa investigao teve por objetivo contribuir para esse entendimento. Os resultados da presente investigao mostraram que dentre as representaes sociais da cidade coletadas atravs de uma tarefa de evocao livre, na qual os entrevistados responderam a uma questo de evocao livre na qual foram solicitadas as principais lembranas relacionadas sua cidade, destacou-se a representao de uma cidade prxima ao mar, litornea (13.66%), essa representao de cidade junto ao mar teve destaque em outras respostas levantadas junto aos entrevistados. Dentre as evocaes livres 68% so representaes positivas, o que indica uma boa relao dos entrevistados com a cidade; o significado da cidade para os entrevistados gira em torno das noes de sentir-se em casa (15.58%) e de que ela um bom lugar para viver (11.69%). Dentre os significados identificados apenas 2.60% das respostas tiveram um sentido negativo, confirmando as representaes positivas dos jovens para a cidade. As representaes sociais da cidade esto objetificadas pelo Museu de Arte Contempornea (56.45%) e pelas praias (25.81%) mas, principalmente, pelo museu que foi citado por mais da metade dos entrevistados como o smbolo da cidade. Os jovens em mdia circulam por lazer na cidade: 2.64 vezes e tem como lazer, principalmente, a praia (23.19%) e o cinema (18.12%). Os espaos de circulao na cidade so espaos de formao da identidade de lugar que , nesse estudo, um conceitochave para o entendimento da relao entre os jovens e a cidade; os principais espaos de sociabilidade jovem so os bares (26.19%), as boates (13.10%), as praias (11.90%), os shoppings (11.90%) e os restaurantes (11.90%), tambm representam esse espao; como lugar das relaes afetivas aparece, principalmente, o cinema (25.29%), essa tendncia confirma o estudo de Formiga, Ayrosa e Dias (2005) onde as atividades categorizadas pelos autores como hedonismo aparecem em destaque. A mdia das notas atribudas cidade na presente pesquisa foi de 7.36. A alta mdia est de acordo com o alto ndice (68%) de representaes positivas, o que confirma a boa relao dos entrevistados com a cidade. Os aspectos positivos devem ser classificados como: aspectos da natureza (beleza -11.25%), aspectos tcnicos (limpeza - 13.75%, organizao - 8.75%), e aspectos sociais (amigos - 2.50%). Os dados coletados esto de acordo com a pesquisa desenvolvida por Formiga, Ayroza e Dias (2005) que levantou os hbitos de lazer de jovens descobrindo que shows, bares ou restaurantes,

paquerar e comprar roupas foram os itens principais do lazer dos jovens e de Gnther, Nepomuceno, Spehar e Gnther (2003) descobriram que os lugares favoritos dos jovens foram: a prpria casa, o shopping, seguidos pelos bares, boates e festas.

Eixo do XIV Encontro em que se insere: Infncias, Adolescncias e Famlias.

INTRODUO A cidade o espao onde as relaes ocorrem e onde os jovens constroem sua rede

social. O lazer, o estudo, o trabalho, as relaes afetivas, as amizades ocorrem e so marcadas na circulao pelo territrio do espao pblico. Muitos estudos tm investigado as relaes entre o espao pblico e a construo das identidades dos grupos que povoam determinado espao, tais pesquisas vm lanando mo do conceito de identidade de lugar, nesse momento, necessria a explanao desse conceito para a presente investigao. A identidade de lugar um conceito-chave para entendermos a relao entre os jovens e a cidade, uma vez que a identidade se constri na inter-relao que os indivduos estabelecem com os lugares significativos por onde circulam. Essa construo se d assim, pois os indivduos, os grupos e os objetos esto distribudos no espao estruturado territrio - por portas que regulam as relaes de maneira a manter a ordem social dentro de um certo equilbrio. Para Vilhena (2003) O espao um campo de construo da vida social onde se entrecruzam, no tempo plural do cotidiano, os fluxos dos acontecimentos e os fixos o incontvel arsenal de objetos tcnicos. (p. 77) Voltando questo da identidade de lugar, em Gnther, Nepomuceno, Spehar e Gnther (2003) v-se a identidade de lugar como uma estrutura complexa constituda por atitudes, valores, crenas e significados referentes relao psicolgica que estabelecemos com os espaos fsicos. (p. 300) Na mesma obra os autores defendem que os estudos sobre identidade de lugar e/ou apego a lugar so necessrios tanto para o bem-estar psicolgico dos indivduos, quanto para a preservao de ambientes e comunidades saudveis. (p.300) A presente investigao foi fundamentada pela perspectiva da Psicologia Ambiental que leva em conta que a identidade de um indivduo sofre influncia do lugar onde habitamos. Para Cavalcante (2003) essa rea estuda as inter-relaes humano-ambientais, mais

especificamente, as inter-relaes do homem com o meio ambiente, possibilitando a descoberta de sentimentos, atitudes e comportamentos vinculados ao espao. As dimenses sociais e culturais esto sempre presentes na definio dos ambientes, mediando a percepo, a avaliao e as atitudes do indivduo frente ao ambiente. Cada pessoa percebe, avalia e tem atitudes individuais em relao ao seu ambiente fsico e social. (Moser,1998:121) Segundo Pinheiro (1997) a Psicologia Ambiental realiza, especialmente a partir da dcada de 80, um movimento em direo a considerar mais enfaticamente a ao das pessoas sobre os ambientes, assumindo mais integralmente a inter-dependncia pessoa-ambiente proposta na equao de Lewin. (p. 387) Conforme a perspectiva do autor o enfoque da interrelao e inter-dependncia pessoa-ambiente como conceitualmente distinto da ao isolada de seus componentes sobre o comportamento constitui outra importante caracterstica da rea. A Psicologia Ambiental tem sido definida como a disciplina que estuda as transaes entre as pessoas e seus entornos, com vistas a promover uma relao harmnica entre ambos, que redunde no bem-estar humano e na sustentabilidade ambiental. (Wiesenfeld, 2005, p.54) Ela visa enfatizar a dimenso social da relao humano ambiental. Segundo o pensamento de Moser (1998) a Psicologia Ambiental estuda a pessoa em seu contexto, tendo como tema central as inter-relaes - e no somente as relaes entre a pessoa e o meio ambiente fsico e social.(p. 121) Ento, para o autor, a especificidade da Psicologia Ambiental a de analisar como o indivduo avalia e percebe o ambiente e, ao mesmo tempo, como ele est sendo influenciado por esse mesmo ambiente. fato bastante conhecido que determinadas especificidades ambientais tornam possveis algumas condutas, enquanto inviabilizam outras. (Moser,1998, p. 122) Para Sager, Sperb, Roazzi e Martins (2003) um foco de trabalho importante dentro do campo da Psicologia Ambiental o estudo do modo pelo qual as pessoas utilizam o espao como meio de regular suas interaes. Um dos aspectos estudados nessa rea diz respeito ao impacto de caractersticas fsicas do ambiente nas relaes interpessoais. Moser (2003) que a Psicologia Ambiental deve buscar as condies de congruncia entre indivduo e ambiente. O campo da Psicologia Ambiental tem crescido nos ltimos anos, assim como o nmero de pesquisas produzidas nessa temtica. Ela se interessa em discutir a relao que as pessoas estabelecem com os lugares onde vivem cotidianamente, para essa anlise ela lana mo do conceito de identidade e o entende a partir de sua articulao com as noes de lugar e de apego.

Magnani (2005) defende que essas investigaes levam em conta os atores sociais com suas especificidades (determinaes estruturais, smbolos, sinais de pertencimento, escolhas, valores etc.), assim como o espao com o qual interagem mas no na qualidade de mero cenrio, e sim como produto da prtica social acumulada desses agentes, e tambm como fator de determinao de suas prticas, constituindo, assim, a garantia (visvel, pblica) de sua insero no espao. No que se refere pesquisa do comportamento dos jovens, os lugares de lazer e de diverso tm sido investigados com o objetivo de compreender como os jovens se sentem nesse espao de circulao e de sociabilidade. Atualmente, a diverso tem sido ponto de grandes questionamentos em vrios setores da sociedade: escola, famlia, clubes de recreao. (Formiga, Ayroza, Dias,2005, p.71) O lazer na perspectiva dessa investigao pode ser entendido como um conjunto de atividades que fazem parte da formao do jovem e que concorrem para o seu desenvolvimento social. Formiga, Ayrosa e Dias (2005) defendem que tais hbitos quando bem orientados so capazes de formar o jovem perante suas metas individuais e sociais. (p. 72) Tais atividades, ainda segundo os autores, favorecem comportamentos nos mbitos educacionais, de interesse pessoal, afetivos e relao social. Algumas pesquisas tm indicado que os jovens no se sentem satisfeitos com a diverso, pois no sentem-se livres o bastante para buscar prazer e sensao real de divertimento. Uma falsa sensao liberdade nos momentos em que os jovens saem do confinamento imposto pela vida em grandes espaos fechados, a insatisfao com o espao escolar e a preferncia pelo espao da casa aparecem nos estudos realizados. Barreira (2003) defende que a vida contempornea citadina parece aparece muitas vezes como promessa no realizada, um lugar de presso conflito e violncia. (p. 315) As investigaes sobre essa temtica tem permitido as cincias sociais e contribudo para entender e atuar na melhoria das relaes que se do no espao pblico. Essa investigao tem como objetivo contribuir para esse entendimento.

2 2.1

MTODO Participantes: A amostra foi composta de 60 jovens (entre 18 e 24 anos) universitrios,

sendo, residentes do municpio de Niteri, dentre os entrevistados 44 pertenciam ao sexo feminino e 16 pertenciam ao sexo masculino. 2.2 Instrumento de Coleta de Dados: Foi aplicado um questionrio semi-estruturado.

2.3

Procedimento de Coleta de Dados: Os dados foram coletados junto a estudantes

universitrios de duas faculdades, residentes na cidade de Niteri. 2.4 Procedimento de Anlise de Dados: Os dados relativos ao questionrio foram

analisados e submetidos anlise de contedo de Bardin (1977) e Souza Filho (1993) e os resultados sero apresentados, a seguir, em tabelas onde se apresentam as freqncias e as porcentagens.

RESULTADOS A seguir sero apresentados os dados analisados que foram dispostos em tabelas, nas

quais constam as freqncias e as porcentagens.

Tabela 1: Representaes Sociais da Cidade Categoria n Litornea 28 Engarrafamentos 15 Beleza 14 Em branco 11 Violncia 10 Lazer 9 Museu 8 Limpeza 7 Tranqilidade 7 Falta de lazer 6 Amigos 6 Emprego 6 Shopping 6 Bares 5 Qualidade de vida 5 Segurana 5 Parque da cidade 5 Sujeira 5 Agitao 4 Casa 4 Faculdade 4 Acolhimento 4 Festas 4 Boa 3 Famlia 3 Multas de trnsito 3 Mendigos 3 Organizao 3 Alegria 3 Noitada 3 Cultura 3 Desorganizao 3 Total 205

% 13.66 7.32 6.83 5.37 4.88 4.39 3.90 3.41 3.41 2.93 2.93 2.93 2.93 2.44 2.44 2.44 2.44 2.44 1.95 1.95 1.95 1.95 1.95 1.46 1.46 1.46 1.46 1.46 1.46 1.46 1.46 1.46 100

Dentre as representaes sociais da cidade coletadas atravs de uma tarefa de evocao livre, na qual os entrevistados responderam as principais lembranas relacionadas sua cidade, destacou-se a representao de uma cidade prxima ao mar, litornea, essa representao de cidade junto ao mar ter destaque em outras respostas levantadas junto aos entrevistados. Dentre as evocaes livres 68% so representaes positivas, o que indica uma boa relao dos entrevistados com a cidade.
Tabela 2: Significado da Cidade para os jovens Categorias n Sentir-se em casa 12 Bom lugar para viver 9 Estudo 7 Lugar Ideal 7 Trabalho 6 Segurana 5 Lazer 5 Beleza 3 Residncia 4 Amor 3 Desenvolvimento cultural 2 Famlia 2 Lugar de nascimento 2 Violncia 2 Amizade 2 Outros 6 Total 77

% 15.58 11.69 9.09 9.09 7.79 6.49 6.49 3.90 5.19 3.90 2.60 2.60 2.60 2.60 2.60 7.79 100

O significado da cidade para os entrevistados gira em torno das noes de sentir-se em casa e de ela um bom lugar para viver. Dentro os significados identificados apenas 2.60% das respostas tiveram um sentido negativo, confirmando as representaes positivas dos jovens para a cidade.
Tabela 3: Smbolo da Cidade segundo os jovens Categorias n % MAC 35 56.45 Praias 16 25.81 Parque da Cidade 3 4.84 Esttua Araribia 2 3.23 Outros 6 9.68 Total 62 100

As representaes sociais da cidade esto objetificadas pelo Museu de Arte Contempornea e pelas praias, mas, principalmente, pelo museu que foi citado por mais da metade dos entrevistados como o smbolo da cidade.

Os jovens em mdia circulam por lazer na cidade: 2.64 vezes e tem como lazer, principalmente, a praia e o cinema. Como pode se observar na tabela abaixo.

Tabela 4: Atividades desenvolvidas na hora de lazer Categorias n Praia Cinema Boates Atividades fsicas Bares Shopping Restaurantes Namorar Parque Teatro Museu Ler Passear pela Cidade Outros Total

32 25 13 11 10 9 8 5 4 3 3 3 2 10 138

% 23.19 18.12 9.42 7.97 7.25 6.52 5.80 3.62 2.90 2.17 2.17 2.17 1.45 7.25 100

Os espaos de circulao na cidade so espao de formao da identidade de lugar que , nesse estudo, um conceito-chave para o entendimento da relao entre os jovens e a cidade. A tabela a seguir apresenta os espaos de circulao preferidos pelos entrevistados.

Tabela 5: Espaos de circulao preferidos Categorias Praia Shopping Icara So Francisco Bares Parque Teatro Cinema Outros Total

n 48 17 14 7 7 5 3 2 8 111

% 43.24 15.32 12.61 6.31 6.31 4.50 2.70 1.80 7.21 100

Esses dados confirmam as praias como os espaos preferidos de circulao dos jovens, confirmando a tendncia de 25.81% dos entrevistados que lhes relacionar como smbolo da cidade. O shopping tambm aparece como um espao de circulao preferido

Tabela 6: Meios de transporte Categorias nibus Carro

n 42 33

% 50.00 39.29

Taxi Moto Barca Bicicleta Total

4 3 1 1 84

4.76 3.57 1.19 1.19 100

Na cidade, esses jovens, utilizam como meios de transporte principalmente o nibus e o carro.

Tabela 7: Espaos prediletos para ficar sozinho Categorias n % Praia 27 38.57 Casa 19 27.14 Parque 5 7.14 Quarto 4 5.71 Cinema 3 4.29 Outros 12 17.14 Total 70 100

A praia um espao de interao, mas tambm, aparece como um espao pessoal, no qual, os jovens gostam de ficar sozinho.

Tabela 8 Lugares favoritos para sair com amigos Categorias n Bares 22 Boates 11 Praia 10 Shopping 10 Restaurante 10 Cinema 7 So Francisco 3 Shows 3 Regio ocenica 2 Casa de amigos 2 Outros 4 Total 84

% 26.19 13.10 11.90 11.90 11.90 8.33 3.57 3.57 2.38 2.38 4.76 100

Os principais espaos de sociabilidade jovem so os bares, as boates, as praias, os shoppings e os restaurantes,tambm representam esse espao.
Tabela 9: Lugar de diverso dos entrevistados Categorias n % Bares 22 25.88 Boate 14 16.47 Praia 11 12.94 Cinema 6 7.06 Shopping 4 4.71

Restaurante Teatro Shows Qualquer lugar Cinema Parques Outros Total

4 4 4 3 2 2 9 85

4.71 4.71 4.71 3.53 2.35 2.35 10.59 100

O bar tambm aparece como o principal lugar de diverso, o bar foi seguido da boate que tambm se destaca como um espao jovem. E a praia se mantm como um espao predileto dos jovens. interessante ressaltar que dentre os espaos abertos da cidade apenas a praia apresenta destaque.
Tabela 10: Lugares para namorar Categorias n Cinema Praia Restaurante Casa Shopping Parque Teatro Bar Qualquer lugar Boate Outros Total

22 16 10 8 7 6 3 3 2 2 8 87

% 25.29 18.39 11.49 9.20 8.05 6.90 3.45 3.45 2.30 2.30 9.20 100

Como espao das relaes afetivas aparece principalmente o cinema, essa tendncia confirma o estudo de Formiga, Ayrosa e Dias (2005) onde as atividades categorizadas pelos autores como hedonismo aparecem em destaque. Os jovens foram convidados a atribuir uma nota cidade e a mdia das notas atribudas cidade foi de 7.36. A alta mdia est de acordo com o alto ndice (68%) de representaes positivas, o que confirma a boa relao dos entrevistados com a cidade.
Tabela 11: Espaos de bem estar na cidade Categorias n % Praias 30 30.61 Casa 14 14.29 Shopping 8 8.16 Cinema 5 5.10 Faculdade 4 4.08 Lugar tranqilo 4 4.08 Bares 4 4.08 Todos 4 4.08 Boate 3 3.06

Teatro Restaurantes Biblioteca Outros Total

3 3 2 14 98

3.06 3.06 2.04 14.29 100

A praia se confirma como um espao importante de sociabilidade dos jovens, ela aparece aqui como o principal espao de bem estar na cidade, seguido da casa, essa segunda tendncia confirma o estudo realizado por Gnther, Nepomuceno, Spehar e Gnther (2003).

Tabela Aspectos positivos dos espaos pblicos por onde circula Categorias n % Limpeza 11 13.75 Beleza 9 11.25 Segurana 7 8.75 Organizao 7 8.75 Beleza da natureza 4 5.00 Boa localizao 4 5.00 Em branco 4 5.00 Facilidade transportes 3 3.75 Acessibilidade 3 3.75 Nenhum 3 3.75 Pessoas 3 3.75 Boa iluminao 2 2.50 Tranqilidade 2 2.50 Cultura 2 2.50 Amigos 2 2.50 Ar livre 2 2.50 Outros 12 15.00 Total 80 100

A alta freqncia e a grande diversidade de aspectos positivos destacados pelos entrevistados confirmam a tendncia que de uma avaliao positiva da cidade e do espao pblico. Os aspectos positivos devem ser classificados como: aspectos da natureza (beleza), aspectos tcnicos (limpeza, organizao), e aspectos sociais (amigos).

DISCUSSO Os resultados indicaram que as principais representaes da cidade destacam aspectos

positivos e negativos desse espao pblico, indicando uma ligao afetiva com o lugar, mas tambm a conscincia dos problemas da cidade. Essa ligao afetiva apareceu de forma significativa quando foram perguntados sobre o significado atribudo cidade, nessa investigao os jovens ressaltaram os aspectos afetivos e de pertencimento ao lugar,

significado da cidade para os entrevistados gira em torno das noes: de sentir-se em casa e de que ela um bom lugar para viver. A praia e o cinema se destacam como lugares de lazer dentre os entrevistados, sendo a praia o lugar de circulao favorito, para a circulao, esses jovens utilizam, principalmente, o nibus e o carro. A praia e a casa se destacam como lugares para a introspeco, nesse momento interessante observar a dupla funo desse espao pblico, uma vez que ela tambm se destaca como um espao para ficar com os amigos. interessante tambm observar os espaos de bem estar na cidade, onde essa tendncia introspeco x interao social tambm aparece quando, ao serem questionados onde se sentiam bem na cidade, a praia e a casa se destacaram. A alta freqncia e a grande diversidade de aspectos positivos destacados pelos entrevistados confirmam a tendncia que de uma avaliao positiva da cidade e do espao pblico. Esses dados coletados esto de acordo com a pesquisa desenvolvida por Formiga, Ayroza e Dias (2005) que levantou os hbitos de lazer de jovens descobrindo que shows, bares ou restaurantes, paquerar e comprar roupas foram os itens principais do lazer dos jovens e de Gnther, Nepomuceno, Spehar e Gnther (2003) descobriram que os lugares favoritos dos jovens foram: a prpria casa, o shopping, seguidos pelos bares, boates e festas.

CONSIDERAES FINAIS A investigao dos grupos sociais e a dinmica da sua relao com o espao pblico

um campo a ser explorado que nos fornecer dados sobre seus efeitos na vida de indivduos e de grupos. Nessa investigao observa-se que os jovens absorvem a cidade e mantm com ela uma boa relao, na qual se destacam os aspectos hedonistas. Novas investigaes sobre essa temtica devem ser desenvolvidas, abordando a relao de diferentes grupos com o espao, pois certamente elas contribuiro para o entendimento das relaes que se do no espao pblico.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

Barreira, I A F. A Cidade no Fluxo do Tempo: Inveno do passado e patrimnio. Sociologias, Porto Alegre, ano 5, no 9, jan-jun, 2003, p. 314-339. Cavalcante, S. A Porta e suas Mltiplas Significaes. Estudos de Psicologia, 8(2), 281-288, 2003.

Formiga, N. S.; Ayroza, I.;Dias,L. Escala de Atividades de Hbitos de Lazer: Cosntruo e Validao em Jovens. Psic Revista de Psicologia da Vetor Editora, v. 6, n0 2, p. 71-79, Jul/Dez, 2005 Gnther, I A., Nepomuceno, G. M.; Spehar, M. C.; Gnther, H. Lugares Favoritos de Adolescentes no Distrito Federal. Estudos de Psicologia, 8(2), 299-308, 2003. Magnani, J. G. C. Os circuitos dos jovens urbanos. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, v. 17, n. 2, 2005. Moser, G. Psicologia Ambiental. Estudos de Psicologia 1998, 3(1), 121-130 ________ Examinando a congruncia pessoa-ambiente: o principal desafio para a Psicologia Ambiental. Estudos de Psicologia 2003, 8(2), 331-333 Pinheiro, J. Q. Psicologia Ambiental: A Busca de um Ambiente Melhor. Estudos de Psicologia, 2(2), 377-398, 1997. Sager, F.;Sperb, T. M.; Roazzi, A.; Martins, F. M. Avaliao da Interao de Crianas em Ptios de Escolas Infantis: Uma Abordagem da Psicologia Ambiental. Psicologia: Reflexo e Crtica, 16(1), pp. 203-215, 2003. Vilhena, J. Da claustrofobia agorafobia. Cidade, confinamento e subjetividade. Revista Rio de Janeiro, n. 9, p. 77-90, jan./abr. 2003 Wiesenfeld, E. A Psicologia Ambiental e a Diversas Realidades Humanas. Psicologia USP, 2005, 16 (1,2), 53-69.

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