ABNT 15847 - Amostragemd e Água Subterrânea em Poços de Monitoramento - Métodos de Purga
ABNT 15847 - Amostragemd e Água Subterrânea em Poços de Monitoramento - Métodos de Purga
ABNT 15847 - Amostragemd e Água Subterrânea em Poços de Monitoramento - Métodos de Purga
edio
ABNT NBR
NORMA
BRASILEIRA
ABNT 2010
ICS ISBN 978-85-07-
Nmero de referncia
15 pginas
15847
Primeira
21.06.2010
21.07.2010
Amostragem de gua subterrnea em poos de
monitoramento Mtodos de purga
Ground water sampling in monitoring wells Purging methods
13.060.45 02121-6
ABNT NBR 15847:2010
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reproduzida ou utilizada por qualquer meio, eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia e microlme, sem permisso por
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Sumrio
Pgina
Prefcio ...............................................................................................................................................iv
1 Escopo ...............................................................................................................................1
2 Referncias nor mativas ....................................................................................................1
3 Termos e denies ..........................................................................................................1
4 Signicado e uso ..............................................................................................................3
5 Critrios e consideraes para a seleo de um mtodo adequado de purga ...........4
5.1 Regulamentos e normas .................................................................................................4
5.2 Dados histricos ...............................................................................................................4
5.3 Projeto do poo ................................................................................................................4
5.4 Desenvolvimento do poo ................................................................................................4
5.5 Hidrulica do poo ...........................................................................................................5
5.6 Manejo de gua purgada ..................................................................................................5
5.7 Estado de conservao dos poos .................................................................................5
5.8 Qualidade do poo ............................................................................................................5
5.9 Geoqumica do subsolo ...................................................................................................5
5.10 Caractersticas hidrogeolgicas ......................................................................................5
6 Critrios de rebaixamento do nvel da gua durante a purga .......................................6
7 Mtodos de purga .............................................................................................................6
7.1 Purga de volume determinado .........................................................................................6
7.1.1 Descrio do mtodo ........................................................................................................6
7.1.2 Aplicabilidade ...................................................................................................................7
7.1.3 Vantagens .........................................................................................................................7
7.1.4 Limitaes ........................................................................................................................7
7.2 Purga de baixa-vazo ........................................................................................................8
7.2.1 Descrio do mtodo ........................................................................................................8
7.2.2 Medio dos parmetros indicativos da qualidade da gua .........................................8
7.2.3 Aplicabilidade ....................................................................................................................9
7.2.4 Vantagens ..........................................................................................................................9
7.2.5 Limitaes .......................................................................................................................10
7.3 Uso de obturadores (packers) na purga .......................................................................10
7.3.1 Descrio do mtodo .....................................................................................................10
7.3.2 Aplicabilidade ..................................................................................................................11
7.3.3 Vantagens ........................................................................................................................11
7.3.4 Limitaes .......................................................................................................................11
8 Mtodos de purga e amostragem para poos com baixa capacidade hidrulica ....12
8.1 Purga mnima ..................................................................................................................12
8.1.1 Descrio do mtodo ......................................................................................................12
9 Amostragem sem purga .................................................................................................13
9.1 Amostragem passiva ......................................................................................................13
9.1.1 Descrio do mtodo ......................................................................................................13
9.1.2 Aplicabilidade ..................................................................................................................13
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9.1.3 Vantagens ........................................................................................................................13
9.1.4 Limitaes .......................................................................................................................14
10 Outras consideraes ....................................................................................................14
10.1 Descontaminao ..........................................................................................................14
10.2 Medies de campo .......................................................................................................14
10.3 Calibrao de equipamento ...........................................................................................14
11 Relatrio ..........................................................................................................................14
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Prefcio
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) o Foro Nacional de Normalizao. As Normas
Brasileiras, cujo contedo de responsabilidade dos Comits Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalizao Setorial (ABNT/ONS) e das Comisses de Estudo Especiais (ABNT/CEE), so
elaboradas por Comisses de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratrios e outros).
Os Documentos Tcnicos ABNT so elaborados conforme as regras das Diretivas ABNT, Parte 2.
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) chama ateno para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT no deve ser
considerada responsvel pela identicao de quaisquer direitos de patentes.
A ABNT NBR 15847 foi elaborada pela Comisso de Estudo Especial de de Avaliao da Qualidade do
Solo e da gua para Levantamento de Passivo Ambiental e Avaliao de Risco Sade Humana (CEE-68).
O seu Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital n 04, de 25.03.2010 a 24.05.2010,
com o nmero de Projeto 68:000.01-001.
Esta Norma e baseada nas ASTM D 6452:1999 e ASTM D 4448:2001.
O Escopo desta Norma Brasileira em ingls o seguinte:
Scope
This Standard establishes methods to purge wells used for research and monitoring programs of water
quality in groundwater studies and remediation of environmental liabilities. These methods can be used
in other types of programs, but these will not be addressed in this Standard.
This Standard presents different procedures to perform the purging of monitoring wells and the information
necessary for selecting the most appropriate method for a given specic situation, without, however,
recommend any of the procedures presented. This document should not be used as a substitute for
experience or academic background, and should therefore be used in conjunction with work experience.
This Standard is not intended to represent or replace the standard of care by which the appropriateness
of conduct of a particular work can be assessed, nor should this standard be applied without taking into
consideration the special aspects of each project.
This Standard does not address all security considerations, if any, associated with its use. User is
responsible for this Standard to establish appropriate safety practices and accident prevention in
accordance with current legislation.
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Amostragem de gua subterrnea em poos de monitoramento
Mtodos de purga
1 Escopo
1.1 Esta Norma estabelece mtodos para a purga de poos usados para investigaes e programas
de monitoramento de qualidade de gua subterrnea em estudos e remediao de passivos ambien-
tais. Estes mtodos podem ser usados em outros tipos de programa, mas estes no sero abordados
nesta Norma.
1.2 Esta Norma apresenta procedimentos diferenciados para executar a purga de poos de moni-
toramento e as informaes necessrias para a seleo do mtodo mais apropriado para uma dada
situao especca, sem, no entanto, recomendar algum dos procedimentos apresentados. Esta Nor-
ma no deve servir como substituta da experincia ou da formao acadmica, e deve portanto ser
usada em conjunto com a experincia prossional. Esta Norma no tem a inteno de representar
ou substituir o nvel de cautela atravs do qual a adequao de conduta de um determinado prossio-
nal possa ser avaliada, nem deve esta Norma ser aplicada sem levar em considerao os aspectos
particulares de cada projeto.
1.3 Esta Norma no aborda todas as consideraes de segurana, se houver, associadas a seu uso.
responsabilidade do usurio desta Norma estabelecer prticas adequadas de segurana e preven-
o de acidentes de acordo com a legislao vigente.
2 Referncias normativas
Os documentos relacionados a seguir so indispensveis aplicao deste documento.
Para referncias datadas, aplicam-se somente as edies citadas. Para referncias no datadas,
aplicam-se as edies mais recentes do referido documento (incluindo emendas).
ABNT NBR 15495-1:2007 Poos de monitoramento de guas subterrneas em aqferos granulados
Parte 1: Projeto e construo
ABNT NBR 15495-2:2008 Poos de monitoramento de guas subterrneas em aqferos granulares
Parte 2: Desenvolvimento
3 Termos e denies
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e denies.
3.1
gua do interior do poo
gua subterrnea que est em constante movimento, induzido pelos gradientes hidrulicos naturais ou
no e em funo da condutividade hidrulica
NOTA No interior do poo a gua subterrnea, entre eventos de amostragem, est contida no tubo
de revestimento e/ou na zona ltrante.
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3.2
purga de volume determinado
nmero especco de volumes de gua do poo para se conseguir a purga
3.3
clula de uxo
recipiente hermtico que permite que a gua purgada ua por sensores para a medio contnua dos
parmetros indicadores, sem que haja contato da gua com o ambiente externo
3.4
equipamento de amostragem por captura
equipamento que remove uma quantidade de gua do poo a cada insero e remoo do poo
3.5
parmetros indicadores
propriedades fsicas e/ou qumicas da gua subterrnea, medidas durante a purga, com o objetivo de
avaliar o momento mais adequado para a coleta das amostras
3.6
poo de recuperao lenta
poo instalado em formao de baixa condutividade hidrulica, fazendo com que o poo no apresente
uma taxa de recuperao suciente para que os objetivos de purga e amostragem sejam alcanados
antes que se remova toda a gua deste poo
3.7
obturador
equipamento invel ou dilatvel usado para o isolamento fsico de uma ou mais zonas no interior de
um poo
3.8
volume de purga
quantidade de gua removida de um poo para que sejam alcanados os objetivos de purga
3.9
purga
prtica de se remover gua existente no interior de um poo de monitoramento, com o objetivo de
obter gua representativa da formao
3.10
vazo de purga
vazo com que a gua removida de um poo ou ponto de amostragem durante uma purga
3.11
taxa de recuperao
razo com que o nvel de gua de um poo retorna ao nvel de equilbrio hidrulico com o restante do
aqfero aps a retirada da gua
3.12
estabilizao
faixa de variao aceitvel para os parmetros indicadores monitorados durante a purga ao longo de
uma srie de leituras consecutivas
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3.13
volume de gua do poo
quantidade de gua contida no interior do poo de monitoramento
3.14
esgotamento total
remoo de toda a gua contida no interior do poo de monitoramento
3.15
limitador de uxo
disco de material exvel e inerte que restringe a movimentao vertical de uidos no interior do tubo
de revestimento
4 Signicado e uso
4.1 A gua contida no tubo de revestimento no est sujeita a renovao contnua induzida pela mo-
vimentao natural da gua subterrnea, e permanece imvel, cando exposta a modicaes fsicas
e qumicas induzidas pela presena da interface gua/ar do topo do tubo de revestimento, sendo ela
denominada gua estagnada e portanto no representativa da formao.
4.2 A gua contida no interior da zona ltrante, por outro lado, est em contnuo movimento, atraves-
sando continuamente a zona ltrante (pr-ltro e ltro), estando integrada ao sistema de uxo natural
que ocorre na(s) unidade(s) hidroestratigrca(s) interceptada(s) pela zona ltrante. Apesar da gua
na seo ltrante estar em contnuo movimento, ela no considerada representativa da formao,
uma vez que pode interagir com a gua estagnada, pela existncia de uxos verticais no interior do
poo. Mesmo em poos com o nvel da gua situado abaixo do topo do ltro (poos no afogados),
a gua pode se tornar estagnada em funo do processo de difuso molecular de gases (oxignio,
por exemplo), que ir alterar as caractersticas da gua contida no interior do poo em relao gua
da formao. Somente em condies especiais de uxo laminar e taxa de renovao rpida esta gua
estar com qualidade mais prxima da formao.
4.3 Em poos onde a zona ltrante intercepta vrias unidades hidroestratigrcas, a gua contida
no interior do poo ser representativa da mistura entre as guas que se movimentam pelas vrias
unidades, podendo no ser representativa da zona de interesse. Esta gua ser ento representativa
da gua fornecida pelos diversos estratos interceptados pela seo ltrante.
4.4 Os procedimentos tradicionais de amostragem presumem que toda a gua existente no poo
pode no ser representativa da gua da formao, seja a gua contida acima do topo do tubo-ltro,
ou mesmo a gua que ui pela seo ltrante. Isto se deve s possveis alteraes na sua qumica,
causadas pela sua interao com o ar atmosfrico contido no poo (exposio ao O
2
e CO
2
e perdas
por volatilizao), com o material dos tubos-ltro e de revestimento (dessoro e adsoro), processos
biolgicos (biodegradao), contaminao a partir da superfcie e mistura da coluna de gua.
4.5 Por este motivo, poos usados em investigaes de qualidade de gua subterrnea ou em
programas de monitoramento so geralmente purgados antes de se proceder amostragem [Nota de
4.6].
4.6 A purga feita com o objetivo de assegurar que gua representativa da formao foi captada
pelo poo no momento da realizao da amostragem, de forma a reetir com a menor incerteza pos-
svel a qumica da gua subterrnea.
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4.7 Nesta Norma, optou-se por descrever dois mtodos convencionais de purga, normalmente apli-
cados a poos com suciente capacidade hidrulica, que so os mtodos de purga de volume deter-
minado e purga de baixa vazo e rebaixamento mnimo. Por outro lado, sabe-se que a amostragem
de poos de monitoramento com baixa capacidade hidrulica uma diculdade comum, enfrentada
em vrias reas onde o monitoramento da qualidade da gua subterrnea necessrio. Sendo assim,
tambm foi includo um procedimento aplicvel a estas situaes, com o objetivo de diminuir as incer-
tezas associadas aplicao dos mtodos convencionais nestes casos.
NOTA Alguns mtodos de amostragem, tais como amostragem passiva, no requerem a prtica de purga
antes da coleta de amostras.
4.8 Cada mtodo pode ter inuncia maior ou menor no aqfero ou na seo ltrante. Portanto,
uma amostra coletada aps uma purga feita usando-se um mtodo no necessariamente equivalen-
te a amostras coletadas aps a aplicao de outros mtodos de purga. A seleo do mtodo adequa-
do depender de vrios fatores, que devem ser considerados na denio do plano de amostragem.
Esta Norma descreve os mtodos disponveis e dene sob que circunstncias cada um melhor se
adequa.
5 Critrios e consideraes para a seleo de um mtodo adequado de purga
5.1 Regulamentos e normas
Vericar a existncia de regulamentos ou normas estabelecidos pelos rgos reguladores Federal,
Estadual ou Municipal, sobre a purga de poos de monitoramento, que podem ter sido denidos em
atos regulatrios ou normas tcnicas mais abrangentes ou especcas sobre investigaes de campo
ou monitoramento de aqferos.
5.2 Dados histricos
Uma reviso de dados histricos, principalmente de investigaes conrmatria e detalhada, pode
fornecer subsdios ao usurio na forma de informaes sobre o comportamento fsico e qumico da
gua subterrnea no ponto de coleta e sobre as prticas de purga usadas anteriormente.
5.3 Projeto do poo
O projeto do poo deve ser levado em considerao para a escolha de um mtodo adequado de purga.
Detalhes especcos da construo do poo devem estar contidos no relatrio de construo do poo,
conforme ABNT NBR 15495-1.
5.4 Desenvolvimento do poo
O desenvolvimento do poo faz parte do processo construtivo, e no se congura um evento de purga
e amostragem. Informaes sobre o desenvolvimento de poos devem estar contidas no relatrio
construtivo ou de desenvolvimento do poo, conforme ABNT NBR 15495-2.
NOTA O projeto, construo e desenvolvimento imprprio ou inadequado de um poo afetam a utilidade
deste para um programa de amostragem.
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5.5 Hidrulica do poo
A seleo de um mtodo de purga deve incluir uma avaliao das condies hidrulicas do poo
a ser purgado, que so diretamente relacionadas transmissividade da formao, ao coeciente
de armazenamento especco e ao projeto, construo, desenvolvimento e manuteno do poo.
A hidrulica do poo e da formao (a distribuio tridimensional da carga hidrulica) inuenciam
a razo com que a gua ui atravs ou entra no poo sob condies de uxo laminar. Estratgias
de purga so comumente categorizadas como adequadas para poos de alta ou baixa capacidade
hidrulica.
5.6 Manejo de gua purgada
Manejar a gua purgada de acordo com os regulamentos denidos no plano de amostragem e anlise
em conformidade com a legislao vigente. Pode ser prefervel que se selecione um mtodo de purga
que minimize o volume purgado (ver nota de 4.6).
5.7 Estado de conservao dos poos
O estado de conservao de um poo pode afetar o mtodo de purga, ao limitar a escolha de
equipamento. Por exemplo, em funo de alteraes como rachaduras no revestimento e juntas,
curvatura do revestimento, problemas na laje de proteo, estanqueidade dos tampes, falta de
limpeza etc.
5.8 Qualidade do poo
Poos com turbidez excessiva ou material sedimentado podem indicar que o projeto e a construo
no foram adequados ou que a etapa de desenvolvimento no foi realizada de maneira adequada
ou completa, e necessitaro, desta forma, ser redesenvolvidos ou reconstrudos. Caso seja necessrio
executar o redesenvolvimento, este deve ser realizado anteriormente purga, e considerando um
intervalo de tempo de no mnimo 10 dias para execuo da amostragem.
5.9 Geoqumica do subsolo
O conhecimento da geoqumica da subsuperfcie pode ser til na escolha do mtodo de purga que
melhor atenda necessidade da remoo da gua estagnada. Alm disso, tal conhecimento pode
ajudar a se fazer a distino entre a gua vinda do aqfero e a gua existente no interior do poo.
Interaes qumicas e biolgicas entre a gua subterrnea, gases e materiais slidos do aqfero,
bactrias ou mesmo o material do prprio poo podem alterar a qumica da gua existente no poo
ou em sua vizinhana. Gases dissolvidos podem ser transportados para dentro e para fora da seo
ltrante e adicionados ou removidos da gua subterrnea pela superfcie da coluna da gua no poo.
5.10 Caractersticas hidrogeolgicas
A otimizao da vazo de purga requer que se leve em conta as particularidades hidrogeolgicas que
controlam o sentido e a velocidade de uxo da gua, alm do transporte de colides e material em
suspenso. A dinmica da gua subterrnea no deve ser alterada de forma signicativa durante a
purga, de modo a evitar que gua de reas distantes do ponto de monitoramento seja atrada por uxo
induzido ou por inverso do sentido de uxo, causados por taxas de purga elevadas ou perodos de
purga muito longos.
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6 Critrios de rebaixamento do nvel da gua durante a purga
Independentemente do procedimento de purga adotado (purga de volume determinado ou purga
de baixa vazo), e excetuando-se o processo de purga mnima, o rebaixamento do nvel da gua
do poo durante a purga deve ser minimizado, de forma a satisfazer os requisitos necessrios
e a permitir a execuo do trabalho em tempos aceitveis. Rebaixamento excessivo altera a condio
natural de uxo no entorno do poo e, conseqentemente, de movimentao da pluma, reetindo
tambm nas caractersticas qumicas e bioqumicas da amostra. Dois efeitos negativos potenciais
so a captao de gua que no representativa da formao existente ao redor do poo de
monitoramento e o aumento da turbidez da gua devido ao aumento articial da velocidade de uxo
da gua subterrnea. O aumento da turbidez causado durante a purga pode resultar em alteraes
nos resultados analticos. O rebaixamento excessivo tambm pode causar o escoamento de gua
a partir do topo do tubo-ltro, levando a uma perda dos gases dissolvidos, alterao no estado
de oxidao/reduo da gua e aprisionamento de ar no pr-ltro. Tais mudanas podem resultar na
alterao da concentrao de compostos orgnicos volteis ou bioatenuveis e na oxidao de metais
dissolvidos. A alterao na concentrao de gases dissolvidos e, conseqentemente no estado de
oxirreduo, pode ser prolongada pela introduo e aprisionamento de ar no pr-ltro. Em nenhuma
cirscunstncia recomenda-se que os poos de monitoramento sejam purgados at o seu completo
secamento. Se disponvel, dados gerados em trabalhos anteriores de desenvolvimento e purga
do poo de monitoramento devem ser considerados na denio e seleo do melhor procedimento
de amostragem a ser utilizado.
Em funo disto, considera-se que o rebaixamento do nvel da gua durante a purga deve ser sempre
controlado, qualquer que seja o mtodo de purga adotado. Desta forma, como premissa bsica para
a execuo da purga de um poo de monitoramento, os seguintes critrios de rebaixamento devem ser
aplicados em poos com boa produo de gua:
a) o rebaixamento do nvel dgua durante a purga deve ser o mnimo possvel para reduzir o tempo
de purga, evitar uma perda de carga excessiva e escoamento pronunciado de gua pelo topo
do tubo-ltro;
b) para poos com seo ltrante plena: a estabilizao do rebaixamento deve ocorrer no mximo
a 25 cm do nvel esttico;
c) para poos com o nvel dgua acima do topo do tubo-ltro (ltro afogado): preferencialmente,
o nvel dgua deve se estabilizar acima do topo do tubo-ltro. Caso isso no seja possvel, esta
estabilizao deve ocorrer no mximo a 25 cm abaixo do topo do tubo-ltro.
NOTA So considerados poos com boa capacidade hidrulica aqueles construdos e desenvolvidos de
acordo com as orientaes denidas, respectivamente, nas ABNT NBR 15495-1 e ABNT NBR 15495-2, e que
possibilitem a aplicao dos critrios de rebaixamento denidos anteriormente, quando bombeados a uma
vazo de 50 mL/min ou maior.
7 Mtodos de purga
7.1 Purga de volume determinado
7.1.1 Descrio do mtodo
Este mtodo consiste na remoo de determinado volume de gua subterrnea do poo antes de se
proceder amostragem, com a nalidade de assegurar que gua representativa da formao ser
coletada. Com base no dimetro do tubo-ltro, da profundidade do poo e profundidade do nvel da
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gua, calculado o volume de gua contida no poo, que multiplicado pelo nmero de volumes que
deve ser extrado, dene o volume total de gua a ser removido durante a purga. Antes do incio da
purga e ao nal da coleta da amostra, recomendvel que sejam medidos, com sonda introduzida no
poo, a turbidez e os parmetros fsico-qumicos: temperatura, pH, potencial de oxirreduo (ORP),
condutividade eltrica (CE) e oxignio dissolvido (OD). A quantidade de volumes de gua a ser extrada
do poo deve ser predeterminada no plano de amostragem e deve ser baseada em procedimentos
regulatrios e nas caractersticas hidrogeolgicas do local monitorado.
NOTA 1 O monitoramento dos parmetros fsico-qumicos (pH, temperatura, ORP, CE e OD) em campo
ainda que no seja utilizado na denio da nalizao da purga por este mtodo, de grande importncia
na interpretao dos resultados do monitoramento.
NOTA 2 O mtodo de purga de volume determinado foi introduzido com base nas primeiras pesquisas
desenvolvidas na dcada de 80 sobre amostragem de guas subterrneas, que indicavam a necessidade
de se remover em mdia de 3 a 5 vezes o volume de gua presente no poo para assegurar que a gua
representativa da formao estaria presente no poo. Estudos subseqentes concluram que no h uma
recomendao segura quanto ao nmero de vezes que o volume dgua contido no poo deva ser removido,
de maneira a se garantir uma amostra representativa em todas as reas a serem monitoradas, pois dependem
das caractersticas hidrogeolgicas especcas e que portanto devem ser consideradas nesta denio, com
base no julgamento prossional.
NOTA 3 Na aplicao deste mtodo de purga em poos com ltro afogado, a purga deve necessariamente
se iniciar a partir da superfcie do nvel da gua para assegurar que a gua estagnada foi removida.
NOTA 4 A vazo de preenchimento dos frascos de coleta nunca deve ser superior a 250 mL/min para
substncias orgnicas e 500 mL/min para substncias inorgnicas.
NOTA 5 O equipamento de captao deve ser introduzido e removido de forma lenta e cautelosa no poo
para evitar a movimentao de partculas slidas eventualmente existentes no poo e no pr-ltro.
7.1.2 Aplicabilidade
O mtodo de purga de volume determinado aplicvel em poos de monitoramento que possam
produzir o volume determinado para purga sem que o rebaixamento gerado seja maior que o denido
na Seo 6.
7.1.3 Vantagens
As vantagens deste mtodo so as seguintes:
a) pode ser usado com praticamente todos tipos de bombas ou equipamentos de amostragem por
captura;
b) no requer medies qumicas para que se determine se a purga j est completa;
c) no requer controle contnuo dos parmetros fsico-qumicos para que se determine se a purga
j est completa.
7.1.4 Limitaes
As limitaes deste mtodo so as seguintes:
a) gera um volume maior de gua potencialmente contaminada, aumentando os custos associados
armazenagem, tratamento e disposio de gua purgada;
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b) no prtico em meios com baixa condutividade hidrulica, pois o tempo de operao pode ser
longo em funo dos cuidados necessrios para evitar o esgotamento total do poo;
c) no leva em considerao as caractersticas da gua produzida para vericao da nalizao da
purga, que limita a rastreabilidade e avaliao da efetiva representatividade da amostra.
7.2 Purga de baixa-vazo
7.2.1 Descrio do mtodo
Este mtodo difere da purga tal como denida no em 3.1, pois leva em considerao as caractersticas
geoqumicas da gua produzida para denir a nalizao da purga. Neste mtodo a purga realizada
por meio de taxas de bombeamento reduzidas (entre 0,05 L/min e 1,0 L/min), compatveis com a
capacidade de produo do poo de monitoramento, que no causem o rebaixamento excessivo do
nvel da gua (Seo 6), evitando a coleta da gua no representativa. Durante o bombeamento,
parmetros indicadores so monitorados at que seja obtida a estabilizao (ver 7.2.2) das suas
leituras, indicativo de que gua representativa da formao est sendo coletada e que a purga est
completa.
O equipamento de amostragem deve ser posicionado de forma lenta no interior do poo de
monitoramento, e para que se tenha um fator de segurana, deve ser posicionado preferencialmente
no meio do tubo-ltro. A nalizao da purga ser denida por meio da estabilizao dos parmetros
indicadores, de acordo com os critrios estabelecidos em 7.2.2.
NOTA A vazo de bombeamento deve ser denida de forma a minimizar os distrbios que podem ser
gerados pelo rebaixamento excessivo do nvel da gua no poo de monitoramento e na formao, pelo
aumento da velocidade de movimentao da gua subterrnea no aqfero e pelo aumento da zona de
captura do poo. Ela deve permitir a estabilizao do nvel da gua dentro dos critrios estabelecidos na
Seo 6. A vazo de purga nunca deve ser superior a 1 L/min. A vazo de preenchimento dos frascos de
coleta deve ser menor ou igual vazo de purga e nunca superior a 250 mL/min para substncias orgnicas
e 500 mL/min para inorgnicas.
7.2.2 Medio dos parmetros indicativos da qualidade da gua
O monitoramento contnuo dos parmetros indicativos da qualidade da gua so fundamentais para a
determinao do momento em que a purga pode ser encerrada. Uma vez que o nvel de rebaixamento
da coluna dgua se estabilize para uma vazo de purga e os parmetros indicativos da qualidade da
gua se estabilizem, presume-se que a gua bombeada proveniente da formao. Neste momento,
as amostras devem ser coletadas. Os parmetros indicativos da qualidade da gua que devem ser
monitorados durante a purga so: temperatura, pH, condutividade eltrica, potencial de oxirreduo e
oxignio dissolvido. Pesquisas cientcas e a experincia prtica demonstraram que a condutividade
eltrica e o oxignio dissolvido so os parmetros mais conveis para a determinao da estabilizao,
sendo este ltimo o mais conservador de todos, por ser o mais sensvel a interferncias.
Para efetuar a medio dos parmetros em campo, necessria a utilizao de uma clula de uxo
conectada em srie com o sistema de coleta por bombeamento, permitindo que a gua bombeada no
entre em contato com o ambiente externo previamente realizao das leituras. Todos os instrumentos
analticos de campo, devidamente calibrados, devem permanecer na sombra durante os trabalhos de
campo, a m de evitar alteraes indesejadas em funo da incidncia direta do sol na instrumentao.
importante que se conheam as recomendaes do fabricante dos equipamentos de medio quanto
aos procedimentos de calibrao e do tempo necessrio para que os equipamentos se aclimatizem no
ambiente de amostragem, de maneira a garantir a representatividade dos dados coletados.
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A primeira leitura dos parmetros deve ser realizada aps a passagem do volume de gua contido
na bomba, somado ao volume da tubulao e volume da clula de uxo. Este volume denominado
volume do sistema. Aps o descarte do volume do sistema, as leituras devem ser iniciadas.
Deve-se calcular as variaes percentuais em relao primeira leitura aps a estabilizao do nvel
da gua para os parmetros condutividade eltrica e oxignio dissolvido. Os parmetros indicativos
da qualidade da gua so considerados estveis quando suas variaes permanecem dentro de uma
faixa de oscilao predeterminada, por no mnimo trs leituras consecutivas. A freqncia entre as
leituras deve ser baseada no tempo necessrio para se renovar pelo menos um volume da clula de
uxo ou no mnimo a cada 3 min, o que for maior.
EXEMPLO 1) Uma clula de uxo de 500 mL de volume com bombeamento a uma vazo de purga
de 250 mL/min tem seu volume renovado em 2 min. Neste caso o tempo de renovao do volume de gua da
clula inferior aos 3 min. Portanto, o intervalo entre as leituras deve ser de 3 min.
EXEMPLO 2) Uma clula de uxo de 500 mL de volume com bombeamento a uma vazo de purga
de 100 mL/min tem seu volume renovado em 5 min. Neste caso o tempo de renovao do volume de gua da
clula superior aos 3 min. Portanto, o intervalo entre as leituras deve ser de 5 min.
A seguir, apresentam-se as faixas de variao para a estabilizao dos parmetros indicativos da
qualidade da gua:
Temperatura: 0,5 C
pH: 0,2 unidade*
Condutividade: 5,0 % das leituras
Oxignio dissolvido: 10 % das leituras ou 0,2 mg/L*, o que for maior
Potencial de oxirreduo: 20 mV*
* Valores relativos aos padres de incerteza tipicamente disponveis nos instrumentos de campo
muito importante denir a faixa de leitura, preciso e incerteza dos instrumentos utilizados para o
monitoramento e denio dos parmetros de estabilizao utilizados. Caso o instrumento de medio
no seja capaz de medir com preciso dentro da faixa denida para a estabilizao, deve ser avaliada
a possibilidade de se utilizarem outras faixas de variao para o programa de amostragem.
7.2.3 Aplicabilidade
Purga a baixa vazo pode ser aplicada a qualquer poo de monitoramento em que a produo de
gua seja suciente para manter o nvel de gua no poo sem rebaixamento excessivo (Seo 6).
Vazes timas de purga a baixa vazo devem ser determinadas especicamente para cada poo,
constar no plano de amostragem e ser documentadas no relatrio da amostragem.
7.2.4 Vantagens
As vantagens deste mtodo so as seguintes:
a) o critrio de nalizao da purga denido poo a poo e baseado na qualidade da gua
subterrnea captada;
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b) pode minimizar o volume purgado, reduzindo os riscos de exposio e os custos associados ao
manejo de gua removida;
c) possibilita a coleta de amostras com turbidez reduzida;
d) reduz as chances de alterao de amostras causadas por aerao e/ou agitao na camada
monitorada;
e) reduz a possibilidade de alterao por mistura entre camadas dentro da formao;
f) pode ser efetuada usando-se uma grande variedade de equipamentos;
g) pode minimizar a mobilizao de material coloidal ou em suspenso, resultando na minimizao
do transporte de substncias hidrofbicas agregadas a estes materiais;
h) permite um melhor controle e rastreabilidade da representatividade da amostra.
7.2.5 Limitaes
As limitaes deste mtodo so as seguintes:
a) a medio de parmetros indicadores requer o uso e calibrao de instrumentos de medio em
campo;
b) no pode ser executado com amostradores de captura;
c) o uso de bombas portteis, em contraste com bombas dedicadas, pode causar distrbios no
interior do poo e perturbar o equilbrio dinmico da coluna de gua estagnada, aumentando
a presena de materiais em suspenso, o que ir acarretar aumento no tempo e no volume de
purga necessrio para conseguir-se a estabilizao dos parmetros indicadores (7.2.2);
d) necessita de mo de obra especializada e maior quantidade de equipamentos e instrumentao.
7.3 Uso de obturadores (packers) na purga
7.3.1 Descrio do mtodo
Trata-se de procedimento utilizado para a purga e amostragem pontual de gua subterrnea, em
profundidades predeterminadas, onde pretende-se isolar a seo a ser amostrada.
7.3.1.1 Em poo com uma nica seo ltrante afogada, a captura da bomba ca suspensa abaixo
do obturador (packer), que instalado acima do topo do tubo-ltro, isolando a gua estagnada acima
do tubo-ltro. O obturador deve ser instalado no interior do tubo de revestimento e no no tubo-ltro
(ranhurado). A ocorrncia de rebaixamento do nvel da gua no interior do revestimento do poo,
acima do obturador, indicativo de que o obturador no possibilitou o isolamento adequado, devendo
ser reinstalado.
7.3.1.2 Casos especcos de monitoramento em que o poo foi instalado com sees ltrantes ml-
tiplas, isoladas por selo anelar, com a seo do topo afogada ou no, a seo escolhida para purga e
amostragem isolada pela instalao de obturadores duplos, posicionados abaixo e acima da seo
ltrante a ser amostrada, nos intervalos com tubos de revestimento. Para que se detecte o adequado
isolamento da seo entre os obturadores, o nvel dgua acima e abaixo do intervalo isolado deve
ser monitorado. De forma ideal, transdutor de presso deve ser instalado para monitorar possveis u-
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tuaes de carga hidrulica na seo inferior e medio manual do nvel de gua na seo superior,
onde pode tambm ser utilizado transdutor de presso. Se houver indcio de falha no isolamento, o ob-
turador deve ser reinstalado e a purga tentada novamente. O obturador deve ser instalado no interior
do tubo de revestimento e no no tubo-ltro (ranhurado).
7.3.1.3 Em perfuraes ou furos de sondagem sem revestimento, a amostragem de trechos es-
peccos das zonas fraturadas pode ser executada como descrito no procedimento de 7.3.1.2, com
o posicionamento dos obturadores no trecho selecionado e tomados os mesmos cuidados para evitar
falhas no isolamento do trecho. A seleo das sees a serem amostradas devem ser subsidiadas
com informaes levantadas por registro contnuo do perl do poo em imagens ou perlagem geo-
fsica que possam assegurar o posicionamento das fraturas ou estruturas objeto de amostragem e a
integridade do ponto de instalao dos obturadores.
7.3.2 Aplicabilidade
Obturadores podem ser usados em qualquer poo de monitoramento no qual o topo da seo ltrante
esteja abaixo do nvel da gua (poo com seo ltrante afogada) e seja mais eciente em poos
em que o nvel esttico de gua est signicativamente acima do topo do tubo-ltro. Por outro lado,
obturadores no podem ser instalados dentro do tubo-ltro ou sobre zona fraturada, porque isto pode
resultar em drenana atravs do obturador, durante o bombeamento ou quando houver diferenas
signicativas de carga hidrulica.
7.3.3 Vantagens
As vantagens deste mtodo so as seguintes:
a) pode minimizar o volume de gua purgado, reduzindo os custos associados ao manejo de gua
removida;
b) pode ser usado com diversos tipos de equipamentos de bombeamento;
c) em poos com seo ltrante mltipla ou sondagens sem revestimento, permite o isolamento
hidrulico de cada seo ltrante ou zonas fraturadas e consequentemente a coleta de amostras
pontuais.
7.3.4 Limitaes
As limitaes deste mtodo so as seguintes:
a) no pode ser usado em poos em que o nvel esttico de gua est posicionado na seo de
tubo-ltro;
b) obturadores no so adequados para purga com amostradores de captura;
c) necessita de mo-de-obra especializada, e maior quantidade de equipamentos e instrumentao.
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8 Mtodos de purga e amostragem para poos com baixa capacidade hidrulica
Os procedimentos de purga e amostragem para poos instalados em formaes com baixa
capacidade hidrulica devem ser diferentes dos mtodos descritos anteriormente (7.1 e 7.2), uma
vez que a aplicao destes leva invariavelmente ao esgotamento completo (secamento) dos poos
de monitoramento ou gera um rebaixamento superior ao considerado aceitvel (Seo 6), causando:
a) tempo demasiadamente longo para recuperao do nvel esttico do poo;
b) aumento da superfcie e tempo de contato da gua que entra no poo s condies atmosfricas,
causando alterao signicativa nas condies hidrogeoqumicas e perda de substncias volteis;
c) aumento no gradiente hidrulico no aqufero adjacente ao poo e no pr-ltro, causando uxo
turbulento e aumento na turbidez articial na gua captada;
d) reteno de ar no pr-ltro, que seca rapidamente junto com o poo, criando uma zona reativa
que altera as condies hidrogeoqumicas da gua que captada pelo poo.
NOTA So considerados poos com baixa capacidade hidrulica aqueles construdos e desenvolvidos
de acordo com as orientaes denidas nas ABNT NBR 15495-1 e ABNT NBR 15495-2 e que mantm
rebaixamento contnuo mesmo quando bombeados a uma vazo de 50 mL/min.
Para proceder purga e amostragem destes poos e minimizar os problemas mencionados
anteriormente, o mtodo a seguir deve ser aplicado, ressaltando que mesmo a sua aplicao pode
no assegurar que as amostras coletadas sejam representativas da formao
8.1 Purga mnima
8.1.1 Descrio do mtodo
O objetivo da purga mnima a remoo do menor volume de gua possvel do poo necessrio para
a anlise qumica, sem a realizao completa da purga. Assume-se que o volume de gua contida no
interior do poo representativo da formao aquele existente:
a) entre a captao do equipamento (posicionado acima da base do tubo-ltro para evitar suspenso
de sedimento que possa existir no seu interior) e o topo da seo ltrante (poos afogados),
descartando o volume de gua contido no equipamento e na tubulao de descarga;
b) entre a captao do equipamento e o nvel esttico (poos com seo ltrante no afogada),
excludo o volume de gua contido no equipamento e na tubulao de descarga.
Para a coleta deste volume de gua disponvel deve ser dada preferncia utilizao de bombas
dedicadas ou equipamentos de amostragem passiva. Uma vez utilizadas bombas portteis ou
equipamentos descartveis, a insero do equipamento pode alterar a dinmica da gua captada
e resultar na mistura da gua contida no interior do poo, gerando mais incertezas a respeito da
representatividade destas amostras. Qualquer que seja o equipamento utilizado, ele deve ser
posicionado no interior do poo de monitoramento previamente coleta, pelo tempo necessrio para
que ocorra a renovao natural da gua na seo ltrante antes da execuo da purga (quando
necessria) e amostragem.
Uma vez seguido o prescrito anteriormente, deve-se observar os seguintes procedimentos adicionais:
a) no posicionamento dos equipamentos deve ser evitada a suspenso de sedimentos depositados
no fundo do poo;
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b) no caso de bombeamento, a vazo de coleta deve ser menor ou igual a 100 mL/min;
c) descartado o volume do equipamento e da tubulao, o volume de gua contido no poo segundo
os critrios denidos acima aquele disponvel para coleta. Uma vez purgado o volume do
equipamento e da tubulao, a coleta deve ser iniciada. Uma vez captado o volume de gua
necessrio e/ou disponvel, o bombeamento deve ser imediatamente paralisado.
NOTA 1 Qualquer que seja o procedimento adotado na purga mnima, a utilizao de limitador de uxo
entre uma campanha de amostragem e outra pode minimizar mistura da gua do poo e interaes com o ar
contido no poo, gerando amostras com menor grau de incerteza quanto sua representatividade.
NOTA 2 Para a realizao de purga mnima, deve haver por parte do tcnico responsvel um registro da
impossibilidade de utilizao dos mtodos aplicveis a poo com boa capacidade hidrulica.
NOTA 3 recomendvel que na aplicao deste mtodo seja minimizado o volume de amostra necessrio
para anlise qumica.
9 Amostragem sem purga
9.1 Amostragem passiva
9.1.1 Descrio do mtodo
Amostragem passiva entendida como o procedimento para coleta de amostra de gua de determinado
intervalo do aqfero sem realizao de purga da gua existente no poo. Na amostragem passiva o
equipamento de coleta posicionado no poo de monitoramento, na profundidade desejada, cando
exposto ao meio por um tempo que permita uma renovao natural da gua inicialmente contida na
seo ltrante do poo e que a gua do poo mantenha equilbrio natural com o amostrador utilizado,
de acordo com as recomendaes do fabricante para cada tipo de equipamento, as condies
hidrogeolgicas locais e as caractersticas construtivas do poo. O procedimento de coleta ser
tambm denido em funo das caractersticas do equipamento a ser utilizado.
9.1.2 Aplicabilidade
A amostragem passiva pode ser aplicada em qualquer tipo de poo de monitoramento observando-se
as caractersticas do equipamento de amostragem, e requer um conhecimento hidrogeolgico prvio
e detalhado sobre os tempos de equilbrio necessrios para cada poo. Estudos desenvolvidos por
Vroblesky et al (2007) indicam que a aplicao do mtodo em conjunto com a utilizao de limitador
de uxo pode minimizar a mistura de gua dentro do poo e permite em alguns casos uma avaliao
vertical da distribuio dos contaminantes na zona ltrante do poo. Em funo do tipo de equipamento
utilizado pode haver limitaes sobre as substncias a serem avaliadas nas amostras.
9.1.3 Vantagens
As vantagens deste mtodo so as seguintes:
a) no gera volume de gua de purga;
b) no altera a dinmica do uxo subterrneo natural;
c) permite em algumas situaes uma caracterizao vertical da distribuio da contaminao;
d) simplica as operaes durante a amostragem.
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9.1.4 Limitaes
As limitaes deste mtodo so as seguintes:
a) utuaes do nvel da gua durante o perodo que o amostrador permanece no poo pode alterar
o resultado;
b) deve ser utilizado amostrador especco de acordo com os objetivos da amostragem e das
substncias-alvo;
c) requer um conhecimento consistente do comportamento hidrogeolgico do aqfero;
d) requer um tempo de equilbrio que em algumas situaes pode ser relativamente longo, o qual
deve ser previamente denido;
e) necessria a comparao com mtodos convencionais previamente adoo do mtodo de
purga passiva para demonstrar a aplicabilidade do mtodo para cada situao especf ca.
10 Outras consideraes
10.1 Descontaminao
Todo equipamento usado no poo deve ser adequadamente limpo antes de cada uso, compreendendo
neste caso materiais reconhecidamente inertes ao contaminante-alvo ou analito-alvo e demais
componentes internos do poo. No se deve deixar que o equipamento limpo entre em contato com
o piso ou qualquer outra superfcie que possa contamin-lo. Tubos utilizados na purga devem ser
descartados entre os poos.
10.2 Medies de campo
Muitos dos mtodos de purga envolvem medio de parmetros indicadores. Os parmetros a
serem medidos e a freqncia de suas medies devem ser especicadas no plano de amostragem.
Os parmetros mais comumente medidos incluem, mas no se limitam a, pH, condutividade eltrica,
turbidez, temperatura, oxignio dissolvido e potencial de oxirreduo. Instrues de operao dos
fabricantes devem ser seguidas para cada instrumento individual.
10.3 Calibrao de equipamento
Todos os instrumentos usados durante a purga devem ser calibrados e a calibrao documentada e
realizada por prossional habilitado. Instrues do fabricante devem ser obedecidas. A freqncia das
calibraes deve ser de acordo com as recomendaes do fabricante e condies especcas de uso.
11 Relatrio
O relatrio de purga e amostragem de um poo de monitoramento deve conter no mnimo o seguinte:
a) dados relativos ao per f l construtivo do poo de monitoramento (profundidade, comprimento e
posicionamento do tubo-ltro, dimetro da perfurao e do tubo-ltro e de revestimento, material
do tubo-ltro e tubo de revestimento);
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b) identicao do local (nome e endereo);
c) identicao do poo de monitoramento;
d) nome dos membros da equipe de amostragem;
e) registro dos dados das condies climticas;
f) registro do uso de produtos que possam interferir nos resultados analticos (protetor solar e
repelente, por exemplo);
g) dados de calibrao de equipamentos utilizados em campo (identicao do instrumento e data
da ltima calibrao);
h) anotao das condies de preservao e manuteno do poo de monitoramento (integridade da
proteo supercial, obstrues no interior, integridade do tubo-ltro e de revestimento, presena
de materiais estranhos etc.);
i) anotao das observaes efetuadas em campo (odores, medidas de vapores orgnicos);
j) registro da aparncia da gua antes e aps a purga (aspecto, turbidez), cor, odor);
k) registro da data e o tempo de incio e nalizao da purga;
l) descrio dos procedimentos de descontaminao de equipamentos no descartveis;
m) medio e anotao do nvel da gua estabilizado antes da purga, utilizando ponto de referncia
demarcado de elevao conhecida (descrever o ponto de referncia), e a data em que esta
medio foi efetuada;
n) registro da presena ou no de fase livre e sua espessura;
o) medio e registro da profundidade do poo de monitoramento e comparar com os dados
construtivos (dependendo do mtodo de purga, efetuar esta medio aps a sua nalizao);
p) citao do mtodo e dos equipamentos utilizados para purga;
q) registro da variao do nvel dgua durante a purga (anotar o nvel da gua em relao ao tempo
de execuo);
r) vazo de purga na estabilizao (se aplicvel);
s) volume de gua purgada (se aplicvel);
t) registro dos resultados da medio efetuada durante a purga (nvel da gua, parmetros
indicadores, monitoramento de compostos orgnicos volteis (VOC);
u) registro das medies dos parmetros indicadores na estabilizao e tempo necessrio para
atingir a estabilizao;
v) descrio do manuseio e destinao da gua purgada (se aplicvel);
w) mtodos de coleta, manuseio e preservao das amostras coletadas.
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