Direito Civil - Código de 2002
Direito Civil - Código de 2002
Direito Civil - Código de 2002
DIREITO CIVIL
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MDULO I
DIREITO CIVIL
Lei de Introduo ao Cdigo Civil
Prof. Vitor Frederico Kmpel
1. DECRETO-LEI N. 4.657/42
A Lei de Introduo ao Cdigo Civil estabelece os alicerces de nosso sistema
jurdico e constitui o nosso Direito Internacional Privado, sendo considerada norma de
sobredireito, de acordo com a definio da doutrina, apresentando institutos e regras que
abrangem todos os ramos do Direito. Podemos encontrar vrios objetos para a referida lei.
Os principais so:
Jus, juris (vnculo): a palavra em questo traz a idia de relao jurdica, isto ,
a relao lgica do sistema, estabelecida por uma premissa maior (norma), uma
premissa menor (fato) e a concluso, que a subsuno do fato norma.
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1.2.
Conceito de Direito
Direito a norma que rege as aes humanas e suas conseqncias na vida real,
Acepo/Significado do Direito
Conforme conceito acima mencionado, podemos extrair quatro significados
Distributiva: seu objeto o bem privado, cuja diviso se d por meio de uma
igualdade proporcional. Estabelece-se por uma repartio feita pelo grupo social
ao particular, conforme a necessidade, o mrito e a importncia de cada
indivduo. As pessoas no so vistas de forma assemelhada, como na justia
comutativa. Na distributiva ocorre um tratamento diferenciado. Tem-se, como
exemplo, o imposto sobre grandes fortunas, que incidir sobre um grupo restrito
de pessoas, quando de sua criao.
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Causas de Direito
As causas de Direito so as formas como o Direito se estabelece, os fatores que
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Causa material: embora o Direito em si seja uno, para fins didticos sofre
divises que se prestam a uma melhor compreenso tpica. Uma das principais
divises a dicotomia Direito Pblico e Direito Privado. O Direito Pblico
tutela as relaes em que uma das partes o Estado, as normas so cogentes e o
vnculo de subordinao. O Direito Privado aquele em que as partes so
exclusivamente particulares, as normas so dispositivas e o vnculo de
coordenao. Como a classificao insuficiente e imprecisa, temos os direitos
sociais, uma categoria intermediria, limite entre o Direito Pblico e o Direito
Privado.
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Integrativo: sistema pelo qual, ante a ausncia de lei aplicvel relao jurdica
sob deciso, o intrprete no pode se furtar sentena, devendo fazer uso da
analogia, dos costumes e dos princpios gerais de Direito. o sistema adotado
por nossa Lei de Introduo ao Cdigo Civil.
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que mais de uma norma incide sobre o caso concreto. Antinomia deve, normalmente, ser
resolvida por meio dos critrios mencionados a seguir, j que o hermeneuta (intrprete) s
deve se valer de uma nica norma para a soluo de um determinado caso concreto,
devendo eliminar as demais.
a.1. Quanto hierarquia
As leis no esto todas no mesmo plano, ou seja, existe uma hierarquia entre elas.
Como forma ilustrativa, podemos adotar o sistema piramidal preconizado por Kelsen,
simbolizando a estrutura hierrquica das normas.
Constituio Federal
Leis complementares e leis ordinrias
Decretos, portarias e demais atos administrativos
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A lei especial revoga a lei geral, ante o fato da primeira ter sido elaborada com
maior rigor pelo jurista, versando sobre uma determinada matria com maior acuidade.
a.3. Quanto cronologia
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A norma poder ser eficaz e no ser efetiva, como no caso do casamento pelo
regime dotal. uma norma eficaz, considerando sua no-revogao; no entanto, no
efetiva, pois caiu em desuso.
O princpio fundamental de que a lei posterior revoga a anterior.
b) Antinomia das leis
Como j mencionado, a classificao s tem interesse para resolver o fenmeno da
antinomia, ou seja, o conflito de leis. Todo conflito de leis tem soluo, j que o juiz
obrigado a decidir o caso concreto. Porm, alguns conflitos no podem seguir um critrio
rgido de soluo, devendo ser solucionados caso a caso (conflito real). Outros conflitos,
porm, adotam os princpios fundamentais para a soluo, podendo ser seguido um critrio
uniforme de soluo, chamado conflito aparente de normas.
Assim, os critrios que podem ser adotados so:
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1.5.2. Analogia
Analogia fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integrao
da lei, ou seja, a aplicao de dispositivos legais relativos a casos anlogos, ante a ausncia
de normas que regulem o caso concretamente apresentado apreciao jurisdicional (a que
se denomina anomia). Sua forma de utilizao est melhor explicitada no item 3.4. deste
mdulo.
1.5.3. Costumes
O direito consuetudinrio ou costumeiro pode ser conceituado como a norma aceita
como obrigatria pela conscincia do povo, sem que o Poder Pblico a tenha estabelecido.
O direito costumeiro apresenta os seguintes requisitos:
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1.5.4. Jurisprudncia
A jurisprudncia uma funo atpica da jurisdio. So decises reiteradas,
constantes e pacficas do Poder Judicirio sobre determinada matria num determinado
sentido. No h necessidade de a jurisprudncia ser sumulada para ser fonte. Aqui, cabe
ressaltar que a jurisprudncia no pode ser confundida com a orientao jurisprudencial,
que qualquer deciso do Poder Judicirio que esclarea a norma legal. A orientao
jurisprudencial apenas um mtodo de interpretao da lei e no precisa de uniformidade,
sendo rara a adoo da jurisprudncia como fonte.
Existem trs posies quanto jurisprudncia:
corrente ecltica (realista): a jurisprudncia pode ser usada desde que tenha
contedo cientfico.
SMULA VINCULANTE
Pontos Favorveis
Pontos Desfavorveis
Igualdade sistmica.
Torna o Direito esttico.
Limita o nmero de recursos paraH a necessidade de melhor
matrias amplamente discutidas,sistematizao dos mtodos de
desafogando o Judicirio.
criao e desconstituio sumular
atualmente existentes
1.5.5. Doutrina
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informal: no precisa ser escrita por doutor, bastando que seu autor consiga
imprimir ao trabalho coerente contedo cientfico.
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Sistema omisso: segundo esse sistema, no existe vacatio legis e toda lei entra
em vigor na data de sua publicao.
Lei com vacatio legis expressa: a lei de grande repercusso, que, de acordo
com o artigo 8. da Lei Complementar n. 95/98, tem a expressa disposio do
perodo de vacatio legis. Temos, como exemplo, a expresso contida em lei
deteminando "entra em vigor um ano depois de publicada".
Lei com vacatio legis tcita: aquela que continua em consonncia com o
artigo 1. da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, ou seja, no silncio da lei entra
em vigor 45 dias depois de oficialmente publicada.
Lei sem vacatio legis: aquela que, por ser de pequena repercusso, entra em
vigor na data de publicao, devendo esta estar expressa ao final do texto legal.
2.2.4. Contagem
A Lei Complementar n. 107/01 estabelece em seu artigo 8., 1., o seguinte: "A
contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleam perodo de vacncia farse- com a incluso da data de publicao e do ltimo dia do prazo, entrando em vigor no
dia subseqente a sua consumao integral".
2.3. Errata
Os erros encontrados na lei podem ser de duas espcies:
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aps a entrada em vigor: a norma poder ser corrigida mediante uma nova
norma de igual contedo.
Para a verificao de revogao das normas, trs critrios devem ser utilizados:
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b) Coisa julgada
De acordo com a doutrina de vanguarda, coisa julgada a qualidade dos efeitos da
sentena, no sentido de lhes traduzir imutabilidade. Somente o dispositivo da sentena,
cuja funo analisar o pedido, far coisa julgada, no podendo haver coisa julgada quanto
fundamentao, em que se analisa a causa de pedir. A coisa julgada soberana, ou seja,
no pode ser alterada por ao rescisria, se decorrido o prazo legal para propositura desta
(aps o perodo de dois anos de trnsito em julgado, a questo ficar inquestionvel).
3. HERMENUTICA JURDICA
3.1. Conceito
Hermenutica jurdica a cincia, a arte da interpretao da linguagem jurdica.
Serve para trazer os princpios e as regras que so as ferramentas do intrprete. A
aplicao, a prtica das regras hermenuticas, chamada exegese.
lgica: busca contextualizar a norma, visando o seu alcance, e tem por base as
normas anteriores e posteriores e o sistema em que est includa;
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3.5.
das leis, a doutrina nos aponta trs hipteses de resultados, de acordo com a extenso da
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mensagem legal:
MDULO II
DIREITO CIVIL
Parte Geral do Cdigo Civil
Prof. Vitor Frederico Kmpel
Os dispositivos da Parte Especial do Cdigo Civil sempre sobressaem aos
dispositivos da Parte Geral.
A Parte Geral do Cdigo Civil subdivide-se em:
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dos atos e fatos jurdicos: trata dos atos e fatos que formam a relao jurdica
entre os sujeitos e os objetos. O Cdigo Civil ao invs da velha expresso "ato
jurdico" utiliza a expresso "negcio jurdico".
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1.2. Incapacidade
a restrio legal ao exerccio dos atos da vida civil.
No se pode confundir incapacidade com falta de legitimao. O incapaz no pode
praticar sozinho nenhum ato da vida jurdica. A falta de legitimao impede apenas a
prtica de um determinado ato da vida jurdica.
O incapaz proibido de praticar sozinho qualquer ato da vida civil, sob pena de ser
nulo todo ato praticado por ele.
A incapacidade pode se apresentar em duas espcies:
absoluta: acarreta a proibio total da prtica dos atos da vida civil, sob pena de
nulidade (artigo 166, inciso I, do Cdigo Civil), e suprida pela representao;
relativa: permite a prtica dos atos civis, desde que o incapaz seja assistido por
seu representante, sob pena de anulabilidade (artigo 171, inciso I, do Cdigo
Civil), e suprida pela assistncia.
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menores de 16 anos;
a) Menores de 16 anos
So os menores impberes.
b) Enfermo ou deficiente mental
O Decreto-lei n. 24.559/34 trata minuciosamente da situao dos loucos. Autoriza
ao juiz, na sentena de interdio, fixar limites curatela.
Para garantir que no haja interdies de pessoas capazes, o interditando dever ser
citado no processo para que exera sua defesa. Havendo sentena de interdio, esta dever
ser publicada, pelo menos, trs vezes no jornal local.
Sempre que um louco j interditado praticar qualquer ato jurdico sozinho, este ser
nulo, ainda que a terceira pessoa no soubesse da existncia da sentena de interdio,
tendo em vista a presuno da publicidade.
Para se decretar a interdio, fundamental o exame mdico que comprove a
doena mental. O juiz dever, ainda, fazer um exame pessoal do interditando, na forma de
interrogatrio com perguntas bsicas, como nome de parentes, endereo, nmero de
telefone etc.
O Cdigo Civil omisso quando se trata de ato jurdico praticado por deficientes ou
enfermos antes da interdio. Como no existe a presuno da publicidade, a
jurisprudncia se manifestou nesse sentido da seguinte forma: "em princpio nulo o ato
praticado por deficiente ou enfermo, ainda que no haja interdio, tendo em vista o
Cdigo Civil haver sido genrico. No entanto, se terceira pessoa envolvida alegar boa-f,
ou seja, demonstrar que o negcio foi feito em condies normais (sem abuso) e que a
deficincia no era notria (aparentemente o deficiente parecida normal e a deficincia no
era de conhecimento de todos), pode-se validar o ato jurdico".
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os prdigos.
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gerava
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aquela decretada pelo juiz. O menor sob tutela s poder ser emancipado por ordem
judicial, tendo em vista que o tutor no pode emancipar o tutelado. O procedimento regido
pelos artigos 1103 e seguintes do Cdigo de Processo Civil com participao do Ministrio
Pblico em todas as fases. A sentena que conceder a emancipao ser devidamente registrada
(artigo 89 da Lei 6.015/73).
c) Emancipao legal
Decorre de certos fatos previstos na lei (exemplos: casamento, estabelecimento do
menor com economia prpria, recebimento do diploma de curso superior etc.).
Qualquer que seja a idade, o casamento emancipa os menores. um ato previsto em
lei, que culmina na emancipao. No caso de casamento nulo, os efeitos da emancipao
no sero vlidos, voltando os menores condio de incapazes. O casamento nulo
putativo, ara o cnjuge de boa-f tambm produz uma emancipao vlida.
No caso de leis especiais, como o Estatuto da Criana e do Adolescente, o Cdigo
de Transito Brasileiro etc., elas sempre iro se sobrepor ao Cdigo Civil em relao
emancipao de menores, ou seja, ainda que sejam emancipados, os menores no podero
praticar atos no permitidos pelas leis especiais (exemplo: um rapaz emancipado com 17
anos no poderia se habilitar para dirigir, visto que idade mnima para adquirir permisso
ou habilitao 18 anos).
1.4. Incio da Personalidade Natural
Inicia-se a personalidade natural a partir do nascimento com vida. De acordo com o
disposto no artigo 2. do Cdigo Civil, a personalidade civil comea a existir com o
nascimento com vida, mas a lei protege, desde a concepo, os direitos do nascituro. Os
direitos do nascituro, entretanto, esto condicionados ao nascimento com vida, ou seja, se
nascer morto, os direitos eventuais que viria a ter estaro frustrados.
O nascituro titular de direitos eventuais no deferidos, ou seja, so direitos que
podem acontecer, mas que s sero deferidos a ele a partir do nascimento com vida. O
nascituro um ser em expectativa, tendo em vista ainda no ter personalidade. Sendo um
titular de direitos eventuais, aplica-se ao nascituro o previsto no artigo 130 do Cdigo
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Civil, que permite ir a juzo a fim de que se tomem precaues em relao aos seus
direitos.
De acordo com o artigo 53 da Lei n. 6.015/73 (Lei dos Registros Pblicos), os
natimortos devero ser registrados. Se a criana nascer e respirar durante alguns segundos
antes de morrer, ela adquiriu personalidade civil e dever haver um registro de nascimento
e um de bito. A importncia de se constatar se a criana respirou ou no, adquirindo ou
no personalidade, est, por exemplo, em casos de herana, visto que, se a criana adquiriu
personalidade, ela estar na qualidade de herdeiro.
A docimasia hidrosttica de Galeno consiste numa experincia utilizada para
verificar se a criana respirou ao nascer. Consistia na retirada do pulmo da criana,
mergulhando-o em um recipiente com gua. Se o pulmo flutuasse, constatava-se que nele
havia entrado ar, ou seja, a criana havia respirado.
Tramita um Projeto para alterar o novo Cdigo Civil do prprio Deputado Ricardo
Fiuzza estabelecendo um novo artigo 2., para a Lei 10406/02, que teria a seguinte redao:
"A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo os
direitos do embrio e os do nascituro". Portanto, o embrio tambm passaria a ser
protegido pelas leis civis.
1.5. Extino da Personalidade Natural
De acordo com o disposto no artigo 6. do Cdigo Civil, termina a existncia da
pessoa natural com a morte (morte real), presumindo-se esta quanto aos ausentes nos casos
dos artigos 1.167, inciso II, do Cdigo de Processo Civil, 37 a 39 e 1.784 do Cdigo Civil.
A doutrina chama a declarao de ausncia de morte presumida. Seus efeitos, no
entanto, diferem-se da morte real, tendo em vista s atingirem a esfera patrimonial.
Pode haver morte presumida sem a decretao de ausncia em duas situaes (artigo
7. do Cdigo Civil):
1.) Se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida;
2.) se a pessoa desaparecer ou se tornar prisioneira de guerra e no reaparecer at
dois anos aps o trmino da guerra.
A morte simultnea a morte de duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. Essas
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nome;
estado;
domiclio.
1.6.1. Nome
O nome apresenta dois aspectos:
prenome ou nome;
patronmico ou sobrenome;
agnome.
a) Prenome
Pode ser simples ou composto e escolhido pelos pais. A regra de que o prenome
definitivo (artigo 58 da Lei n. 6.015/73). O prenome era imutvel at o advento da lei
9708/98, passando no mais a ser adotado o princpio da imutabilidade e sim o princpio da
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b) Patronmico
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o que designa a origem familiar da pessoa. No escolhido pelos pais, visto que a
pessoa j nasce com o patronmico deles. O patronmico tambm poder ser mudado:
Com o casamento, visto que tanto a mulher quanto o homem podero utilizar
o patronmico um do outro. Trata-se de uma faculdade do casal, visto que, se a
mulher no quiser, no ser obrigada a utilizar-se do patronmico do marido,
como era antigamente.
A dissoluo do casamento poder mudar o patronmico, ou seja, a mulher
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cidadania.
O estado tem trs caractersticas importantes:
irrenunciabilidade: no se pode renunciar aquilo que caracterstica
pessoal;
1.6.3. Domiclio
a sede jurdica da pessoa, o local onde ela encontrada. De acordo com o artigo
70 do Cdigo Civil o local em que a pessoa estabelece a sua residncia com nimo
definitivo.
Assim, o conceito do artigo 70 do Cdigo Civil apresenta dois elementos:
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chamados de caixeiros viajantes. O artigo 73 do Cdigo Civil dispe que as pessoas que
no tiverem residncia fixa tero como domiclio o local onde forem encontradas.
Existem duas espcies de domiclio:
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No
Brasil
era adotada por meio de analogia ao artigo 135 do Cdigo Tributrio Nacional at a edio
de leis como o Cdigo de Defesa do Consumidor (artigo 28), Lei de infraes Ordem
econmica (artigo18) e a Lei dos crimes praticados contra o Meio Ambiente (artigo 4.).
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se elaborar um Estatuto como ato constitutivo. Se a pessoa jurdica tiver fins lucrativos,
seja uma sociedade civil ou comercial, elabora-se um Contrato Social como ato
constitutivo. As fundaes possuem como ato constitutivo o testamento ou a escritura
pblica.
b) Registro do ato constitutivo
Somente a partir do registro a pessoa jurdica passa a ter existncia legal. O artigo
45 do Cdigo Civil dispe que a existncia legal da pessoa jurdica comea com o registro
dos seus atos constitutivos. Esses atos devero ser registrados no Cartrio do Registro Civil
das Pessoas Jurdicas. No caso de sociedade comercial, porm, o contrato social dever ser
registrado na Junta Comercial. Uma sociedade de advogados ter seu registro na subseo
da Ordem dos Advogados do Brasil mais prxima. Para a maioria das pessoas jurdicas
basta o registro para que elas tenham existncia legal.
Enquanto o ato constitutivo no for registrado, a pessoa jurdica no passa de uma
mera sociedade de fato. O artigo 20, 2., do Cdigo Civil de 1916 dispunha que a
sociedade de fato no tem legitimidade ativa, mas tem legitimidade passiva. Tal disposio
restou derrogada em razo do texto do artigo 12, inciso VII, do Cdigo de Processo Civil
que deu legitimidade tanto ativa quanto passiva, no aspecto processual, s sociedades de
fato.
c) Autorizao do governo
Algumas
sociedades
necessitam
dessa
autorizao
para
constituio
funcionamento vlido (artigo 45, ltima parte, do Cdigo Civil). O artigo 20, 1., do
Cdigo Civil de 1916 mencionava, exemplificativamente, algumas das sociedades que
precisam da autorizao do governo, a exemplo das Cooperativas, Caixas Econmicas etc.
Esse rol meramente exemplificativo, visto que hoje todas as instituies financeiras,
consrcios e muitas outras foram inseridas nessa relao por meio de lei, necessitando da
autorizao do governo. O Cdigo Civil atual no trouxe disposio paralela visto ser a
matria de direito pblico, no sendo da alada do Cdigo Civil.
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b) Fundaes
Fundao um patrimnio destinado a um determinado fim, ou seja, o que
essencial na fundao o seu patrimnio. No Direito Romano, as fundaes eram
conhecidas como universitas bonorum.
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Associaes
Corporaes:
Pessoas
Jurdicas:
Universitas personarum
Comerciais
Fundaes:
Universitas bonorum
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4. fase registro: aps vencidas todas as fases anteriores, a fundao dever ser
registrada no Cartrio do Registro das Pessoas Jurdicas.
O artigo 554 do Cdigo Civil estabelece a caducidade para os bens doados para a
constituio de uma fundao se esta no tiver sido registrada at dois anos da lavratura da
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quando vencer o prazo de sua durao (entretanto raro, tendo em vista que
normalmente no se dispe prazo de durao);
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fase civilista da
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Teoria do Risco Integral: muito rigorosa para com o Estado. Parte do princpio
de que o Estado teria assumido integralmente todos os riscos dos danos que os
particulares sofressem por conta dos servios pblicos. No admite qualquer
escusa por parte do Estado, nem mesmo a alegao de caso fortuito ou fora
maior. Por essa rigidez, ela no foi acolhida pelo sistema jurdico brasileiro, ao
menos em regra. Registra-se que, para determinada parcela da doutrina, essa
modalidade de risco adotada pelo ordenamento para fins de responsabilizao
do Estado, decorrente de atividades nucleares por este praticadas, em razo de
sua notria periculosidade.
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O artigo 37, 6., da Constituio permite que o Estado mova uma ao regressiva
contra o funcionrio, ou seja, se o Estado vier a ser condenado por culpa de seu
funcionrio, ter direito a uma ao regressiva contra este. A responsabilidade do
funcionrio nesse caso, entretanto, subjetiva, ou seja, depende de prova, pelo Estado, de
culpa na atuao do funcionrio contra o qual se pretende o regresso.
Sempre que algum tiver direito a uma ao regressiva contra outra pessoa, poder
utilizar-se da denunciao da lide, de forma a agilizar a indenizao possvel pelo direito
de regresso, atendendo assim, ao princpio da economia processual (artigo 70, inciso III, do
Cdigo de Processo Civil). Assim, caso o Estado tenha direito ao regressiva contra o
funcionrio, poder-se-ia vislumbrar a possibilidade de o Estado denunci-lo da lide quando
da apresentao da contestao. A lide principal ser aquela que a vtima move contra o
Estado e a lide secundria ser aquela que o Estado requer o regresso ao funcionrio.
Nesses casos, o Juiz dever, em uma nica sentena, decidir as duas aes. O juiz,
entretanto, poder julgar procedente a lide principal e improcedente a lide secundria, caso
o Estado no demonstre a culpa do funcionrio.
Existe uma corrente doutrinria e jurisprudencial que entende no ser possvel
denunciar da lide ao funcionrio pblico, em razo da diversidade de formas de
responsabilizao, causando conseqentemente um atraso injustificado da lide principal,
em que o lesionado requer indenizao estatal. Assim, nesses casos, a denunciao da lide
deveria ser indeferida, tendo em vista que a responsabilidade do Estado objetiva e a do
funcionrio subjetiva, havendo necessidade de demonstrao de culpa. Essa mesma
corrente tambm alega que no haveria sentido a denunciao da lide, tendo em vista o
antagonismo, ou seja, o Estado contestar alegando culpa exclusiva da vtima e denunciar a
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Bens imveis por acesso industrial (artificial): definido como tudo aquilo que
resulta do trabalho do homem, tornando-se permanentemente incorporado ao
solo. So as construes e as plantaes.
como
proprietrio
imobilizou
bem
mvel,
ele
poder,
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Bens mveis por natureza: so bens mveis por natureza no s aqueles que tm
movimento prprio, como tambm aqueles que no tm movimento prprio.
Subdividem-se em bens mveis propriamente ditos (aqueles que no tm
movimento prprio) e bens semoventes (aqueles que tm movimento prprio).
Bens mveis por antecipao: aqueles bens imveis que tm uma finalidade
ltima como mvel. Assim, mesmo temporariamente imveis no perdem o
carter de bem mvel, em razo de sua finalidade, a exemplo das rvores
plantadas para corte.
Bens mveis por determinao legal: so alguns bens que a lei considera mveis
por determinao legal, e conseqentemente, aplicando as disposies sobre
bens mveis nas relaes que os envolvam. So eles: Os direitos reais sobre
objetos mveis e respectivas aes; os direitos de obrigao, e respectivas aes;
alm dos direitos do autor.
A lei permite, por exceo, que navios e avies, que so bens mveis, sejam dados
em hipoteca, todavia, sem perder a caracterstica de bens mveis.
c) Bens fungveis e bens infungveis
O artigo 85 do Cdigo Civil aplica essa classificao apenas aos bens mveis. So
bens fungveis aqueles bens mveis que podem ser substitudos por outros da mesma
espcie, natureza e qualidade. Com efeito, certos bens so infungveis porque possuem
caractersticas especiais que os tornam distintos de outros da mesma espcie e qualidade,
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Bem indivisvel por natureza: aquele que, se for dividido, perde a caracterstica do
todo, a exemplo de um animal.
Bem indivisvel por lei: existem alguns bens que por natureza talvez fossem
considerados divisveis, entretanto a lei os torna indivisveis. Como exemplo,
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podemos citar o Estatuto da Terra que, nos casos de rea rural, exige que os terrenos
rurais tenham, no mnimo, trs alqueires. Assim, numa rea rural, o terreno de trs
alqueires torna-se indivisvel para evitar que se tenham partes de terra muito
pequenas.
Bem indivisvel por vontade das partes: h a possibilidade, nos casos de condomnio, de
as partes convencionarem a indivisibilidade do bem. Essa indivisibilidade poder
valer por cinco anos no mximo (artigo 1.320, 2., do Cdigo Civil), podendo ser
prorrogada por mais cinco. Nos casos de testamento e doao, no se pode, se o bem
for considerado indivisvel por vontade do doador ou testador, entende-se que o foi
somente por cinco anos, sem possibilidade de prorrogao do prazo.
f) Bens singulares e bens coletivos
Os bens so singulares ou coletivos conforme a maneira como so encarados. Desse
modo, se encararmos uma rvore isoladamente, ela ser um bem singular, se encararmos
vrias rvores numa floresta, ser um bem coletivo.
O Cdigo Civil chama as coletividades de universalidades, que podem ser de fato ou
de direito. O Cdigo, ao falar das universalidades de direito, menciona como exemplos a
herana e o patrimnio, mesmo se constitudas somente de direitos e obrigaes, sem
demais bens materiais.
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de uso comum do povo: todos aqueles de utilizao comum, sem maiores nus,
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pela coletividade, a exemplo das estradas, ruas, mares, praas; ressalte-se que
uma enumerao meramente exemplificava;
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1. CLASSIFICAO
1.1. Fatos Naturais
Podem ser:
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O Cdigo Civil de 1916, no artigo 81, apresenta um conceito de ato jurdico, mas
que hoje se amolda mais ao negcio jurdico. Hoje, a doutrina pacfica ao dizer que o
conceito disposto no artigo 81 o conceito de negcio jurdico. O atual Cdigo Civil no
apresenta nenhuma conceituao de negcio jurdico.
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Existe, entretanto, alguns negcios jurdicos que podem ser unilaterais. O negcio
jurdico unilateral aquele que se aperfeioa com uma nica manifestao de vontade e
permite a obteno de mltiplos efeitos. Um exemplo de negcio jurdico unilateral o
testamento, visto que, por meio dele, o testador pode obter variados efeitos, ou seja, o
testamento pode ser utilizado, alm de doar seus bens aos seus herdeiros, para reconhecer
filhos, perdoar pessoas, etc. Ento, o testamento estar perfeito somente com a
manifestao de vontade do testador (unilateral) e poder produzir os mais diversos efeitos.
2. REQUISITOS DE EXISTNCIA DOS ATOS JURDICOS
A teoria dos atos de inexistncia surgiu no Direito de Famlia para resolver os
problemas dos casamentos inexistentes, visto que o Cdigo Civil dispunha somente sobre
casamentos nulos e anulveis. Como o rol do artigo 183 do Cdigo Civil de 1916 era
taxativo, os doutrinadores passaram a adotar a teoria dos atos inexistentes, tendo em vista
haver o problema de ser considerado vlido um casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Essa teoria acabou passando tambm para os contratos e, hoje, diz-se contrato
inexistente aquele que tem os requisitos essenciais, quais sejam:
2.1. Manifestao de Vontade
Sem a manifestao de vontade o contrato no chega a formar-se, sendo inexistente. A
vontade fundamental em matria de contrato. O artigo 112 do Cdigo Civil dispe que nas
declaraes de vontade se atender mais sua inteno que ao sentido literal da linguagem. Se
os contratantes combinaram uma coisa e no souberam redigir no contrato o que foi
convencionado, havendo prova, prevalecer a inteno.
2.2. Finalidade Negocial
a inteno de criar, modificar ou extinguir direitos. Se as pessoas manifestam a
sua vontade para obter um direito j previsto em lei, no estaro realizando um negcio
jurdico, mas sim um ato jurdico em sentido estrito. Ento, um dos requisitos de existncia
dos atos jurdicos a finalidade negocial.
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DA REPRESENTAO
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5.1.
Condio
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A condio afeta sempre a eficcia do negcio, nunca a sua existncia, uma vez que
a vontade foi legtima.
A condio imprpria aquela em que o evento no futuro, apenas ignorado.
Exemplo: Fao doao do carro se o Brasil ganhar a Copa 94. Ou a declarao ineficaz,
se no ganhou, ou obrigao pura e simples, se ganhou.
Temos as seguintes variaes da incerteza:
1. Incertus An Incertus quando - No se sabe nem se acontecer e nem quando - Ex.
Comprarei um hotel se o EUA se desmilitarizarem.
2. Incertus An Certus quando - No se sabe se acontecer mas se sabe quando. Ex.
Fao doao de minhas jias, se meu filho passar no concurso at o final do ano.
3. Certus An Incertus quando - Sabe-se que o fato ocorrer, porm no quando. Ex.
Compro um apartamento quando minha sogra morrer.
4. Certus An Certus quando - Sabe-se que o fato ocorrer e quando. Exemplo:
Doarei meu carro com o trmino da Copa do Mundo de 98.
S as duas primeiras so condies. Nas duas ltimas falta a incerteza do evento.
5.1.2. Espcies
- Quanto Possibilidade
- Possveis
- Impossveis
- Quanto Licitude
- Lcitas
- Ilcitas
- Quanto Natureza
- Necessrias
- Voluntrias
- Suspensivas
- Resolutivas
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Condies lcitas so aquelas que esto de acordo com a lei e os bons costumes.
Condies ilcitas so as contrrias s leis e aos bons costumes.
5.1.2.3.
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(prestao bilateral).
5.1.3. Negcios Jurdicos Que No Admitem Condio
So os negcios que depende de norma cogente. Esto presentes no Direito de
Famlia e Sucesso. Traria incerteza aos institutos pblicos. Exemplo: Ningum pode se
casar sob condio; ningum pode aceitar ou renunciar a herana sob condio (artigo
1808 do Cdigo Civil).
5.2. Termo
o dia em que nasce e se extingue o negcio jurdico. a clusula que subordina a
eficcia de um negcio jurdico a um evento futuro e certo.
A diferena entre a condio e o termo que na condio, o evento futuro e
incerto. J no termo, o evento futuro e certo.
5.2.1.
Espcies
- Certo
Termo - Incerto
Essa classificao ruim, pois faz confundir o termo incerto com a condio. O
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PRAZO
5.3.1 Conceito
o lapso de tempo entre a manifestao vlida de vontade e a supervenincia do
tempo.
o lapso de tempo entre dois termos, o inicial e o final. Isso porque a manifestao
de vontade pode estar subordinada a uma condio.
Os prazos so contados por unidade de tempo - hora - dia - ms - ano.
Desde o Direito Romano - Exclui-se o dia do comeo e inclui-se o do vencimento.
ANO - Lei 810/49 - Perodo de doze meses do incio ao dia e ms correspondente ao
ano seguinte. Exemplo: 8 de maro de 1989 a 8 de maro de 1990.
MS - (artigo 132, 3.) os prazos de meses e anos expiram no dia de igual
nmero de incio, ou no imediato, se faltar exata correspondncia. Por exemplo: perodo de
um ms 30 de janeiro e deveria recair no dia 30 de fevereiro. Por no haver tal dia, recai
no dia 1. de maro.
MEADO - (artigo 132, 2.) 15. dia de cada ms.
FERIADOS - So datas festivas em que, em princpio, no se trabalha. No inclui
"ponto facultativo" e "dia santo".
5.3.2 Contagem
Art. 132, "caput", do Cdigo Civil - Exclui o dia do comeo incluindo-se o do
vencimento. Esse princpio adotado em todos os ramos do direito, afora o Direito Penal.
O tempo de pena inclui o dia do comeo. Utiliza-se o calendrio comum. No se
computam fraes de dia.
Contagem da hora artigo 132, 4., do Cdigo Civil - Minuto a minuto. Exemplo:
13:30 s 14:30 h.
Se o prazo cair no feriado - prorroga-se at dia til seguinte.
Artigos 133 e 134 - Prazo em favor do herdeiro e do devedor.
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Espcies
Espcies
1.
2.
Encargo Condicional
3.
Encargo Imprprio
4.
Encargo Impossvel
De
Encargo
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Homo medius: toma-se por base a mdia das pessoas. Se um homem mdio
tambm cometeria o engano, o erro seria escusvel. No foi esse, entretanto, o
critrio aplicado pelos tribunais.
aplicado, por analogia, a cada caso concreto o critrio do artigo 152 do Cdigo Civil
(que trata da coao), que determina que o juiz leve em conta as condies pessoais da vtima
(deve-se levar em conta a idade, a sade, o sexo, temperamento, e outras condies). O juiz deve
levar em conta as condies pessoais para saber se ela seria levada ao erro (exemplo: uma
pessoa semi-analfabeta seria mais facilmente levada ao erro do que algum que possui curso
superior).
O Cdigo Civil dispe, no artigo 139, incisos I a III, quando haver erro substancial,
quando haver aspecto relevando o negcio. Ser relevante, ento, o erro que diz respeito
natureza do negcio (a pessoa se engana a respeito da espcie do contrato que celebrou); ao
objeto principal da declarao (a pessoa adquire coisa diferente daquela que imaginava
estar adquirindo); s qualidades essenciais do objeto (a pessoa adquire o objeto que
imaginava, mas engana-se quanto s suas qualidades); e pessoa (nos casos de contratos
personalssimos ou no caso de se contratar um profissional que se acreditava ser bom e no
era).
Em princpio, no se pode alegar erro de direito, ou seja, alegar que no se conhecia
a lei. A ignorncia da lei, entretanto, s no poder ser alegada em caso de descumprimento
da lei (artigo 3. da Lei de Introduo ao Cdigo Civil). O desconhecimento da lei poder
ser alegada para justificar a boa-f (ex.: firma-se um contrato de importao de uma
mercadoria e logo aps descobre-se que existia uma lei que proibia a importao de tal
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mercadoria. Poder-se- alegar ignorncia da lei para anular o contrato). O artigo 139, inciso
III, do Cdigo Civil, expressamente adite o erro de direito e anulao do negcio jurdico,
desde que no implique em recusa aplicao da lei e desde que seja o nico ou principal
motivo do negcio.
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Principal: aquele que a causa do negcio, ou seja, o dolo que foi responsvel
pelo negcio. Se no houvesse o induzimento, a pessoa no faria o negcio.
Acidental: aquele que a seu despeito o negcio teria sido realizado, mas em
condies melhores para a vtima. Como no a causa do negcio, o dolo
acidental no anula o mesmo, mas d direito a perdas e danos.
Dolus bonus (dolo bom): o dolo tolervel nos negcios em geral, ou seja, as
pessoas no se sentem enganadas porque j esperam esse tipo de dolo; normal,
fazendo parte do comrcio, e no causa nulidade do negcio.
Dolus malus (dolo mau): aquele exercido com a inteno de prejudicar e, se for
provado, causa nulidade do negcio.
O dolo pode ser exercido por ao ou por omisso. Geralmente o dolo praticado por
ao. O artigo 147, no entanto, prev um dolo por omisso, situao em que um dos contratantes
omite uma circunstncia relevante que, se fosse conhecida pelo outro contratante, no haveria o
negcio. O legislador quis, com isso, proteger a boa-f nos negcios. Essa omisso dolosa pode
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Relativa: tambm chamada de coao moral, ocorre quando o coator faz uma
grave ameaa vtima, que ter a opo de ceder ou de resistir ela. Neste caso,
existe um vcio do consentimento, visto que houve a manifestao da vontade,
embora sob presso.
Nos casos de negcio jurdico, o artigo 151 do Cdigo Civil faz uma srie de
exigncias para que se caracterize a coao que vicie o negcio. So requisitos da coao:
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a coao deve ser grave, ou seja, quando causa um fundado temor, um receio na
vtima. O artigo 153 do Cdigo Civil no considera coao o simples temor
reverencial, visto que no tem gravidade suficiente;
a coao deve ser injusta, ou seja, coao ilegal. O artigo 153, na 2. parte, no
considera coao o exerccio normal de um direito;
a coao deve ser proporcional, ou seja, o legislador exige que haja uma certa
proporo entre os provveis prejuzos que a vtima possa ter. Deve-se levar em
considerao que essa proporcionalidade relativa, visto que existem coisas que
possuem grande valor estimativo;
O artigo 152 do Cdigo Civil dispe que, ao apreciar a gravidade da coao, o Juiz deve
levar em conta as condies pessoais da vtima, ou seja, a idade, a sade, o temperamento, o
sexo e outras circunstncias que possam influir na gravidade da coao.
A coao pode ser da prpria parte ou de terceiro. O legislador entendeu que a
coao mais grave que o dolo e, por conseqncia, a coao exercida por terceiro sempre
viciar o ato, ainda que o outro contratante no tenha sabido que houve coao por parte de
terceiro.
6.1.4. Estado de Perigo
Dispe o artigo 156 do Cdigo Civil: "Configura-se estado de perigo quando
algum, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua famlia, de grave dano
conhecido pela outra parte, assume obrigao excessivamente onerosa. Pargrafo nico.
Tratando-se de pessoa no pertencente famlia do declarante, o juiz decidir segundo as
circunstncias".
, portanto, a hiptese de algum, ameaado por perigo iminente, anui em pagar
preo desproporcional para o seu livramento. Temos o exemplo do nufrago que oferece ao
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seu salvador recompensa exagerada ou o caso do doente que se dispe a pagar alta cifra
para obter a cura pelo mdico.
Nas hipteses acima mencionadas no nem justo que o salvador fique sem
remunerao e nem justo que o obrigado empobrea. O ato calamitoso no foi provocado
por ningum, apenas o contrato foi efetuado de maneira desvantajosa. O perigo no
provocado por qualquer contratante, por isso o problema no simples.
Diante da contraposio de interesses, em que ambas as partes obram de boa-f, a
mera anulao do negcio jurdico, exonerando o declarante de cumprir sua obrigao
conduz a um resultado injusto. O autor da promessa anulada enriqueceu indevidamente.
Nesses casos, o juiz deve apenas invalidar o negcio jurdico no que exorbite como
determinou o pargrafo nico do artigo 156 do Cdigo Civil.
6.1.5. Leso
Disciplina o artigo 157 do Cdigo Civil: "Ocorre a leso quando uma pessoa, sob
premente necessidade, ou por inexperincia, se obriga a prestao manifestamente
desproporcional ao valor da prestao oposta. 1. Aprecia-se a desproporo das
prestaes segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negcio jurdico.
2. No se decretar a anulao do negcio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se
a parte favorecida concordar com a reduo do proveito".
Portanto, a leso o prejuzo que um contratante experimenta quando, em contrato
comutativo, deixa de receber valor correspondente ao da prestao que forneceu. uma
instituio fundada na eqidade e se inspira na idia de equivalncia das prestaes.
Apresenta como principais requisitos:
1.) Comutatividade contratual. Deve haver presuno de equivalncia das
prestaes, tendo ambas as partes pr-cincia de suas prestaes;
2.) Desequilbrio entre as prestaes no momento da celebrao do contrato;
3.) Grande desproporo, gerando enriquecimento para uma das partes e
empobrecimento para outra;
4.) deciso judicial. S o juiz pode rescindir ou modificar o contrato;
5.) Possibilidade da parte reequilibrar o contrato.
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eventus damni: o credor deve provar que, com a venda, o devedor se tornou
insolvente, no mais possuindo bens suficientes para o pagamento de suas
dvidas;
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natureza desconstitutiva. Se o juiz julga procedente a ao, ele anular a venda ou a doao do
bem. Hoje, a jurisprudncia passou a considerar a ao pauliana como ao declaratria de
ineficcia do negcio jurdico em face dos credores que a ajuizaram. Ento, no haver
anulao, o Juiz autorizar os credores a penhorarem os bens alienados pelo devedor.
7.1. Legitimidade Ativa
O artigo 158 do Cdigo Civil dispe que somente credor quirografrio est legitimado
para propor ao pauliana, e desde que j fosse credor na data da alienao, visto que o credor
quirografrio depende dos bens do devedor para a quitao da dvida. Excepcionalmente, o
credor com garantia real poder propor ao pauliana nos casos em que j tenha esgotado a
garantia e sem conseguir quitar o seu crdito.
7.2. Legitimidade Passiva
O artigo 161 dispe que a ao pauliana poder ser proposta contra o devedor e os
terceiros adquirentes de m-f.
O artigo 164 do Cdigo Civil dispe que so vlidos os negcios ordinrios
indispensveis manuteno de seu comrcio, indstria e agricultura. O artigo 160 do
Cdigo Civil trata de uma situao que a doutrina chama de fraude no consumada. H a
permisso de que o terceiro adquirente de boa-f que d um sinal e fica de pagar o preo,
descobrindo a situao do devedor , para evitar a consumao da fraude, pode depositar o
restante do preo em juzo, requerendo a citao dos credores para, eventualmente,
levantarem o dinheiro depositado.
8. DIFERENAS ENTRE A FRAUDE CONTRA CREDORES E A FRAUDE
EXECUO
defeito do negcio
regulada no direito privado (CC)
jurdico,
FRAUDE EXECUO
demanda
em
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anos (artigo 178 do Cdigo Civil). Em todas as hipteses da Parte Especial que a lei falar
que o ato anulvel, porm sem estabelecer prazo, este ser de dois (2) anos contados da
concluso do ato (artigo 179 do Cdigo Civil).
MDULO V
DIREITO CIVIL
Prescrio
1. CONCEITO
a perda da ao atribuda a um direito por no ter sido exercida no prazo fixado
em lei. Faz com que a pessoa perca a ao atribuda ao seu direito. H a conservao do
direito, mas no haver mais ao para exerc-lo em juzo. A prescrio se destina a
consolidar os direitos de maneira que no se caiba mais discusso sobre o assunto.
tratada na Parte Geral do Cdigo Civil.
2. REQUISITOS
2.1. Inrcia do Titular ante a Violao do seu Direito
A pessoa no prope nenhuma ao quando tem seu direito violado.
2.2. Decurso do Prazo Estabelecido em Lei
O artigo 205 do Cdigo Civil dispe que tanto as aes pessoais quanto as reais
prescrevem em 10 anos, quando a lei no lhe haja fixado prazo menor. Portanto, os antigos
prazos de 20 anos para prescrio das aes pessoas e 15 anos para as aes reais, restaram
concentrados no prazo mximo de 10 anos. bom lembrarmos que no Cdigo Civil de
1916 o prazo chegou a ser de 30 anos e foi reduzido para 20 anos por fora da Lei 2437/55.
Portanto, uma evoluo a diminuio de prazos.
A regra geral do artigo 205 do Cdigo Civil deve ser entendida dentro de algumas
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geral, outros credores (exemplo: um credor ingressa com uma ao que est prescrita; o
devedor, se pagar a dvida, no ter como pagar os outros credores; no caso, no poder o
devedor renunciar a prescrio).
O Cdigo de Processo Civil dispe que quando o ru no alega matria no primeiro
momento que se manifestou nos autos, ele perder o direito aos honorrios. uma sano
de ordem processual. Caso o ru alegar a prescrio na contestao, o autor da ao arcar
com o nus da sucumbncia.
A prescrio poder ser alegada a qualquer tempo. O Superior Tribunal de Justia,
entretanto, julgando os recursos especiais, criou a figura do pr-questionamento, ou seja,
ele somente conhecer a matria que j foi alegada anteriormente. Ento, embora a
prescrio possa ser alegada a qualquer tempo, no poder ser alegada pela primeira vez
em Recurso Especial.
O juiz no pode conhecer de ofcio a prescrio de direitos patrimoniais (artigo 194
do Cdigo Civil). Ento, a prescrio de direitos no patrimoniais pode ser conhecida de
ofcio. O prazo, no caso de direitos no patrimoniais, entretanto, decadencial. Conclui-se,
portanto, que a prescrio no pode ser conhecida de ofcio, mas a decadncia poder, visto
versar sobre direitos no patrimoniais (artigo 210 do Cdigo Civil).
7. SUSPENSO E INTERRUPO DA PRESCRIO
A suspenso decorre automaticamente de certos fatos previstos em lei, ou seja,
acontecendo um fato que a lei considera como causa de suspenso, a prescrio ser
suspensa automaticamente.
A interrupo depende de provocao do credor, ou seja, exige-se um
comportamento ativo do credor. A maneira mais utilizada para interromper a prescrio a
notificao judicial. O credor faz uma notificao judicial ao devedor para fim de
interromper a prescrio.
Na suspenso, o prazo recomea a correr pelo perodo faltante, ou seja, somam-se os
perodos. Na interrupo, o prazo recomea a correr por inteiro a partir do ato interruptivo.
A interrupo devolve o prazo inteiro da prescrio.
O Cdigo Civil trata separadamente da suspenso e da interrupo, ou seja, as
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causas que impedem ou suspendem a prescrio esto nos artigos 197 e 198, e as causas
que interrompem a prescrio esto no artigo 202 do Cdigo Civil.
7.1. Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrio
Os fatos impedem a prescrio quando ela no comeou a correr, e os mesmos fatos
suspendem a prescrio quando esta j comeou a correr. O mesmo fato, dependendo do
momento que acontece, pode impedir ou suspender a prescrio.
O artigo 197 do Cdigo Civil tem quatro incisos que tratam de pessoas que possuem
um relacionamento com base na confiana. Para evitar que haja discrdia entre essas
pessoas, a prescrio est impedida ou suspensa.
7.1.1. Artigo 197, inciso I, do Cdigo Civil
No caso de casamento. No corre prescrio entre os cnjuges enquanto eles
estiverem casados.
7.1.2. Artigo 197, inciso II, do Cdigo Civil
Relao de ptrio poder. No corre prescrio entre pais e filhos enquanto existir o
ptrio poder. Extinto o ptrio poder, comea a correr a prescrio.
7.1.3. Artigo 197, inciso III, do Cdigo Civil
Relao de tutela e curatela. No corre prescrio entre tutor e tutelado durante a
tutela nem entre curador e curatelado durante a curatela.
O artigo 198 do Cdigo Civil dispe trs fatos que impedem ou suspendem a
prescrio. Neste caso, o legislador tem por objetivo proteger certas pessoas.
7.1.4. Artigo 198, inciso I, do Cdigo Civil
No corre prescrio contra os absolutamente incapazes. A prescrio, entretanto,
corre a favor deles, ou seja, se a prescrio for para beneficiar o absolutamente incapaz, ela
correr normalmente.
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Responsabilidade Civil
Dano
1. ATOS ILCITOS
As disposies sobre os atos ilcitos, no Cdigo Civil, so encontradas nos artigos
186 a 188. Dispe o artigo 186 do diploma civil que aquele que, por ao ou omisso
voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilcito. A verificao da culpa e a avaliao da
responsabilidade regulam-se pelo disposto nesse cdigo, nos artigos 927 a 943 e 944 a 954.
Ato ilcito , portanto, a infrao ao dever de no lesar outrem. A leso abarcada
pelos dispositivos legais trata-se daquela que cause dano, tanto de natureza patrimonial
quanto de natureza moral.
O referido artigo impe a todas as pessoas o dever de no lesar outrem (neminen
laedere). Todo aquele que causa um dano deve repar-lo, desde que a vtima prove que o
causador do dano agiu com culpa. Assim, o diploma civil ptrio adotou, como regra, a
teoria subjetiva, segundo a qual deve-se proceder na anlise da existncia de culpa do
agente.
A culpa pelos atos ilcitos, a que se refere o artigo 186, tem sentido amplo,
abrangendo tanto o dolo quanto a culpa em sentido estrito (imprudncia, negligncia ou
impercia) e recebe a denominao de culpa aquiliana, em decorrncia de sua origem (Lex
Aquilia).
Em alguns casos, o ato poder ser ilcito tanto na esfera civil quanto na penal,
podendo, ainda, ser somente um ilcito penal. Entretanto, deve-se salientar que, na maioria
das vezes, o ilcito penal tambm ilcito civil, pois este sempre, ou quase sempre, gera um
prejuzo vtima.
As implicaes decorrentes de um ilcito civil so diferentes daquelas que decorrem
de um ilcito penal, uma vez que aquele tem como conseqncia tornar o agente
responsvel pela reparao do dano, a teor do que dispe o artigo 186 do Cdigo Civil
(responsabilidade civil) sendo tal responsabilidade de cunho patrimonial. Com relao aos
ilcitos penais, ao agente imputado castigo corporal, sendo a responsabilidade de cunho
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responsabilidade se encontra no diploma civil em alguns casos, como no artigo 936, que
admite a inverso do nus da prova.
A responsabilidade imprpria ou impura (que admite inverso do nus da prova) a
que impera no Cdigo de Defesa do Consumidor.
2.2. Responsabilidade Contratual e Extracontratual
A responsabilidade extracontratual advm de situao de fato, e no de um contrato
entre as partes. exemplo desta responsabilidade aquela decorrente de um acidente de
trnsito.
O artigo 186 fundamenta a responsabilidade extracontratual quando dispe que toda
pessoa que causar prejuzo a outrem ficar obrigada a indenizar. Impe a todos, como j
mencionado anteriormente, o dever legal de no lesar outrem.
As pessoas tambm podem, entretanto, ser obrigadas a reparar danos decorrentes de
inadimplemento contratual, ou seja, da quebra do dever contratual. Esta a chamada
responsabilidade contratual, a qual se resolve com a verificao das perdas e danos
sofridos, a teor do que dispe o artigo 389 do Cdigo Civil. Assim, pode-se afirmar que h
diviso na responsabilidade civil, podendo ela ser classificada em extracontratual e
contratual. Em ambas a conseqncia a mesma, qual seja, reparar o prejuzo causado. A
diferena est no nus da prova.
No caso de responsabilidade contratual, todo inadimplemento considera-se culposo
(presuno relativa), no havendo necessidade de a vtima preocupar-se com a prova da
culpa; quem dever provar o inadimplente. A menos que essa presuno de culpa seja
ilidida pelo inadimplente, este dever indenizar. O contrato ser elidido pelo inadimplente,
caso prove a ocorrncia de caso fortuito ou fora maior. Culpa e caso fortuito ou fora
maior no so compatveis entre si.
Quando se trata de responsabilidade extracontratual, no existe presuno de culpa,
salvo casos especiais, sendo da vtima o nus da prova, no bastando a demonstrao do
prejuzo (artigo 186 do Cdigo Civil).
A responsabilidade extracontratual exige alguns pressupostos:
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relao de causalidade.
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Por analogia, este dispositivo aplicado em todas as hipteses ao dono da coisa em geral.
Esses artigos so mencionados como excees teoria subjetiva, pois presumida a
culpa do dono da coisa, mas no de forma absoluta. No Brasil, portanto, a responsabilidade
pelo fato da coisa ou do animal trata-se de responsabilidade excepcional, uma vez que se
trata de responsabilidade objetiva imprpria ou impura.
Entende-se que o dono da coisa s responde se tinha domnio sobre a coisa no
momento em que ocorreu o fato. Se ele perde a disponibilidade da coisa (furto, roubo etc.),
no justifica a sua responsabilidade. Se, por sua negligncia, concorreu para a perda da
disponibilidade da coisa, ser, porm, responsabilizado (artigo 186 do Cdigo Civil)
2.5. Responsabilidade das Pessoas Jurdicas de Direito Pblico
Passou por trs fases histricas:
ser
tratada
como
Direito Pblico
(Fase
Publicista). A
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que possa haver no servio pblico. Dessas teorias, sobressaram-se duas para justificar a
responsabilidade objetiva do Estado:
Teoria do Risco Integral: muito rigorosa para com o Estado. Parte do
Estado, mas ao mesmo tempo permitir que o Estado possa afastar sua
responsabilidade, provando a culpa exclusiva da vtima, caso fortuito ou fora
maior. Essa teoria inverte o nus da prova, ou seja, hoje quem dever provar a
culpa o Estado e no mais a vtima. Ento, a inexistncia de testemunhas
prejudica o Estado, pois a ele incumbe a prova da culpa da vtima. Nos casos
em que h culpa concorrente da vtima, haver mitigao da indenizao
(indenizao ser reduzida pela metade).
O Estado responde no s por ao, mas tambm por omisso.O que se discute se,
em relao omisso, o Estado tambm ter responsabilidade objetiva. Alguns autores
entendem que quando o Estado se omitir, ele no ser responsabilizado objetivamente,
cabendo vtima a prova da culpa. Deve haver a relao de causalidade entre o dano
causado e a omisso do Estado.A Constituio Federal de 1988 trata da responsabilidade
do Estado no artigo 37, 6., trazendo duas inovaes em relao s constituies
anteriores:
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3. DANO
Dano o efetivo prejuzo sofrido pela vtima de um ato.
Este pode ser:
direto;
indireto: chamado de dano em ricochete, que aquele que atinge uma pessoa,
mas, indiretamente, atinge um terceiro. Exemplo: matar o marido que paga
penso esposa.
Todo prejuzo deve ser indenizado. Para se calcular o valor do dano, no se leva em
conta o grau de culpa. O clculo da indenizao feito com base na extenso do prejuzo.
Todo prejuzo que a vtima puder provar ser indenizado.
O dano deve ser certo e atual, ou seja, no se pode indenizar o dano futuro e
meramente hipottico. Em casos de leses corporais, tem-se admitido o reexame das
leses.
O dano material segue, para sua apurao, a regra do artigo 402 do diploma civil
(perdas e danos). Esse artigo explica em que consistem as perdas e danos: o que a pessoa
efetivamente perdeu (dano emergente) e o que ela razoavelmente deixou de lucrar (lucro
cessante). A prova do lucro cessante mais difcil, pois sempre baseada no pretrito, ou
seja, no quanto vinha rendendo em determinado perodo.
Alm das perdas e danos, outras verbas costumam ser acrescidas, tais como a
correo monetria, que incide desde a data em que a pessoa sofreu o prejuzo, assim como
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os juros, que podem ser simples ou compostos. Os juros legais so da ordem de 0,5% ao
ms.
Juros simples so contados sempre sobre o montante inicial do prejuzo e incidem
desde a data do fato, conforme se verifica na Smula n. 54 do Superior Tribunal de Justia:
Mesmo quando o fato mero ilcito civil, sobre o valor do prejuzo incidem os juros
moratrios desde a data do fato.
Na indenizao podem incidir outras verbas, como no caso de morte do chefe de
famlia, em que cabe a ttulo de exemplo, o pagamento de 13. salrio. Quando o falecido
se trata de arrimo de famlia, esta passa a receber 2/3 (dois teros) dos rendimentos
mensais que o falecido ganhava, assim, considera-se que o restante (um tero) era gasto
pelo prprio do falecido.
O dano moral aquele que afeta no o patrimnio, mas os direitos da personalidade
(honra, dignidade, intimidade etc.), e podem, conforme anteriormente mencionado, ser
indenizado. O dano moral tem o sentido de compensao, sem preocupao de encontrar
um valor que corresponda exatamente ao valor que supra a dor experimentada pela vtima.
Trata-se de consolo vtima.
As pessoas legitimadas a ingressar com ao pleiteando indenizao por danos
morais so as diretamente prejudicadas, que tambm teriam direito compensao do dano
material.
A cumulao de pedidos de dano moral e dano material possvel, conforme se
verifica na Smula n. 37 do Superior Tribunal de Justia : So cumulveis as indenizaes
por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. Assim, Permite-se a cumulao
do ressarcimento do dano moral com a indenizao do dano material.
A Constituio Federal/88 acolheu o princpio de que o dano moral indenizvel. O
artigo 1. da Constituio assegura certos direitos bsicos, dentre eles, o direito
dignidade. Alm disso, determina o artigo 5., incisos V e X, da Constituio Federal que
assegurada a reparao do dano moral junto com o material quando ocorre ofensa honra,
imagem ou intimidade.
O dano moral atinge tambm a honra objetiva, que se trata daquilo que outras
pessoas pensam sobre o indivduo. Tanto que as pessoas jurdicas podem pleitear o
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ressarcimento pelo dano moral. As pessoas jurdicas tm honra objetiva (bom nome,
conceito na sociedade).
Surge o problema de como calcular o dano moral. Hoje, fala-se em buscar o valor
como forma de compensao. Esta compensao tem duplo carter, pois visa ao
ressarcimento e sano, no deixando de observar o princpio da reserva legal (no h
pena sem prvia cominao legal), posto que se trata de princpio aplicvel a todo o
ordenamento jurdico, e no apenas no Direito Penal.
No Brasil no seguido o sistema do tarifamento para apurao do prejuzo sofrido
em decorrncia do dano moral. Aqui, utiliza-se o sistema aberto, ou seja, arbitramento pelo
juiz a cada caso (artigos 944 a 946 do Cdigo Civil).
O Cdigo Brasileiro de Telecomunicaes de 1962, que foi revogado pela Lei de
Imprensa de 1967, trazia alguns critrios para apurao do dano moral (situao econmica
do ofendido e do ofensor etc.) Essas leis estabelecem os valores mnimo e o mximo, que
podem variar de 5 a 200 salrios mnimos.
O Supremo Tribunal Federal diz que esse limite mximo estaria revogado
tacitamente pela Constituio Federal, que no estabeleceu limite, o que impede que haja
interpretao restritiva.
Por esse motivo, a jurisprudncia entende que devem ser levados em conta alguns
critrios, como a situao econmica do ofensor e do ofendido (a dor do pobre vale
menos que a dor do rico).
Como falamos acima, o Novo Cdigo Civil alm de diferenciar j no artigo 186 o
dano moral do dano material, outorgou absoluta liberdade ao juiz para fixar o montante da
indenizao por danos morais, no mesmo pensamento j adotado tanto pelo Supremo
Tribunal Federal quanto pelo Superior Tribunal de Justia. Alm da norma acima citada,
temos o disposto no artigo 944: "A indenizao mede-se pela extenso do dano. Pargrafo
nico. Se houver excessiva desproporo entre a gravidade da culpa e o dano, poder o juiz
reduzir, eqitativamente a indenizao".
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MDULO VII
DIREITO CIVIL
1. TEORIA GERAL DAS OBRIGAES
1.1. Consideraes Gerais
O Direito pode ser dividido em dois grandes ramos: direitos no patrimoniais (que
tratam dos direitos da personalidade, direito vida, liberdade, honra etc.) e direitos
patrimoniais (que tratam dos direitos que envolvem valores econmicos).
O Direito das obrigaes e o Direito das coisas integram os direitos patrimoniais.
Entretanto, apesar de integrarem o mesmo ramo, no podem ser confundidos, porque o
primeiro trata de direitos pessoais e o segundo trata dos direitos reais.
Direito pessoal o direito do credor contra o devedor, tendo por objeto uma determinada
prestao. Forma-se uma relao de crdito e dbito entre as pessoas.
Direito real o poder direto e imediato do titular sobre a coisa, com
exclusividade e contra todos. Cria um vnculo entre a pessoa e a coisa (direito de
propriedade), e esse vnculo d ao titular uma exclusividade em relao ao bem (erga
omnes).
H, ainda, outras diferenas entre os direitos pessoais e os direitos reais:
a) Quanto formao
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b) Quanto ao objeto
Direitos reais: costuma-se dizer que o direito real somente possui o sujeito ativo
porque esse ligado coisa (de um lado o titular e do outro lado a coisa). A
explicao, entretanto, didtica. Nos direitos reais, em princpio, o sujeito
passivo indeterminado porque todas as pessoas do universo devem abster-se de
molestar o titular (so direitos oponveis erga omnes). No instante em que algum
viola o direito do titular, o sujeito passivo se define.
d) Quanto prescrio
A ao que protege os direitos pessoais chamada de ao pessoal e prescreve em
10 anos, a no ser que exista uma regra especial (exemplo: aes pessoais contra a Fazenda
Pblica prescrevem em 5 anos).
As aes reais tambm prescrevem em 10 anos, adotando o Cdigo Civil uma nica
sistemtica para ambas as aes.
Pela sistemtica do Cdigo Civil de 1916 que as aes pessoais prescreviam em
20 anos e as reais em 15 ou 10 anos, dependendo se era entre ausentes ou presentes.
e) Quanto durao
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qual existam elementos que permitam determinar o sujeito (exemplo: algum coloca um
anncio prometendo recompensa para quem encontrar um cachorro; de imediato no se
sabe quem o credor da obrigao, mas a declarao traz elementos que podem determinar
o sujeito ativo: quem encontrar o cachorro).
1.4.2. Elemento objetivo
Toda obrigao tem o seu objeto. O objeto da obrigao sempre uma conduta
humana que se chama prestao (dar, fazer ou no fazer). A prestao tambm tem o seu
objeto, que se descobre com a pergunta: o qu? (algum se obriga a fazer fazer O QU?)
Pode-se dizer que o objeto imediato da obrigao a prestao, e o objeto mediato
da obrigao aquele que se descobre com a pergunta o qu?.
1.4.3. Vnculo jurdico
aquele que nasce das diversas fontes e que liga o credor ao devedor e vice-versa.
1.5. Obrigao e Responsabilidade
A obrigao difere da responsabilidade. A obrigao, quando cumprida, extingue-se.
No cumprida, gera a responsabilidade por perdas e danos (artigo 389 do Cdigo Civil).
Pode-se dizer, ento, que a responsabilidade somente nasce quando no for cumprida a
obrigao.
H, entretanto, dois casos de obrigao no cumprida e que no geram
responsabilidade: dvidas prescritas; e dvidas de jogo (no podem ser cobradas).
1.6. Classificao das Obrigaes
1.6.1. Quanto ao objeto
sempre uma conduta humana dar, fazer ou no fazer alguma coisa e se chama
prestao. Duas delas so positivas (dar e fazer) e uma negativa (no fazer).
1.6.2. Quanto aos elementos constitutivos
Leva em conta o nmero de sujeitos e o nmero de objetos. As obrigaes, quanto
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solidariedade
no
depende
da
indivisibilidade ou no do objeto.
H vrias outras modalidades de obrigaes tratadas pela doutrina.
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Obrigaes civis: aquelas cujo cumprimento pode ser exigido porque encontra
amparo no direito positivo (a todo direito corresponde uma ao que o assegura).
O ordenamento jurdico d apoio ao credor.
2. OBRIGAES EM GERAL
2.1. Obrigao de Dar Coisa Certa
Na obrigao de dar coisa certa, o credor no pode ser compelido a aceitar coisa diversa,
ainda que mais valiosa. A dao em pagamento (dar coisa diversa) depende da concordncia do
credor e extingue a obrigao (artigo 313 do Cdigo Civil).
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Ao
menos,deve ser determinada pelo gnero e quantidade (artigo 243 do Cdigo Civil). H coisa
incerta quando algum se obriga a entregar coisa sem determinar sua qualidade. Faltando,
porm, a determinao do gnero ou da quantidade, no existe obrigao.
A escolha da qualidade caber ao devedor, se o contrrio no for convencionado. Pode-se,
no contrato, convencionar que a escolha caber ao comprador ou a um terceiro. Quando a
escolha couber ao devedor, ele no poder escolher a pior qualidade, entretanto, tambm no
ser obrigado a entregar a melhor qualidade. O legislador optou pelo princpio da qualidade
mdia nos casos de escolha pelo devedor. Se existirem apenas duas qualidades, e a escolha
couber ao devedor, o critrio lgico seria poder escolher qualquer delas, entretanto a lei omissa
nesse caso.
Feita a escolha, a coisa no mais incerta. A obrigao de dar coisa incerta passa a regerse pelas regras da obrigao de dar coisa certa. A escolha, depois de manifestada, exteriorizada,
chama-se concentrao ( uma denominao doutrinria).
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Antes da escolha o devedor no poder alegar caso fortuito ou fora maior (artigo 246 do
Cdigo Civil), porque antes da escolha no existe coisa certa. Tem-se apenas o gnero e esse
nunca perece (genus nunquam perit).
2.3. Obrigao de Fazer
Trs so as espcies de obrigao de fazer:
fungvel (impessoal);
Ser sempre culposa e, por este motivo, o devedor responder por perdas e danos.
s vezes o credor no exige indenizao, querendo que o devedor cumpra a
obrigao.
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credores antes de a dvida estar sendo cobrada judicialmente. Se a dvida j estiver sendo
cobrada em Juzo, o devedor somente poder pagar ao credor que ingressou com a ao.
Nos casos de solidariedade passiva, o credor pode cobrar a dvida de qualquer dos
credores ou de todos eles (artigo 275 do Cdigo Civil). Quando o credor escolhe somente
um dos devedores, esse, que paga a dvida, ter direito de regresso contra a cota parte de
cada um dos co-devedores solidrios, pois entre eles a obrigao divisvel (artigo 283 do
Cdigo Civil).
O devedor principal aquele a quem a dvida interessa exclusivamente. Se um dos
co-devedores pagar a dvida na ntegra, ter o direito de cobrar a mesma do devedor
principal (artigo 285 do Cdigo Civil). Quando o co-devedor move ao contra o devedor
principal, sub-roga-se no crdito.
O credor poder renunciar solidariedade em favor de um ou de vrios credores
solidrios, entretanto, para cobrar dos outros dever descontar a cota-parte daquele a quem
remitiu.
2.7. Obrigaes Naturais
2.7.1. Conceito
Como j vimos, as obrigaes so civis ou naturais, conforme o fundamento.
O nosso Cdigo Civil no trata da matria, havendo uma definio sobre o tema no
artigo 2. do Cdigo Libans. Ali est estabelecido: "A obrigao natural um dever
jurdico cujo cumprimento no pode ser exigido, mas cuja execuo voluntria tem o
mesmo valor e produz os mesmos efeitos de uma obrigao civil".
2.7.2. Obrigao natural e obrigao civil
A obrigao natural, conforme verificamos acima, aquela da qual no se pode
exigir o cumprimento, enquanto a obrigao civil aquela cujo cumprimento pode ser
exigido, porque encontra respaldo no direito positivo.
Aplica-se o disposto no artigo 75 do Cdigo Civil de 1916, pois a cada direito
corresponde uma ao. Apesar de no haver coao no cumprimento, caso haja
ajuizamento voluntrio, os efeitos so os mesmos.
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2.7.3. Elementos
Temos quatro elementos para cumprimento da obrigao natural:
Previso pelo direito costumeiro: a obrigao natural pode ser prevista pelo
direito costumeiro, espcie de direito positivo.
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4.2. Classificao
objeto do pagamento
lugar do pagamento
tempo do pagamento
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Compensa
o
Confuso
Modo Indireto
PAGAMENT
O
Remisso
Forad Transao
o
Quadro Ilustrativo:
Quem deve
pagar
A quem se deve
pagar
Pagamento
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Sujeito
Ativo
Sujeito
Passivo
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Quitao
Solvens
Accipiens
Pagamento por qualquer pessoa: a dvida pode ser paga por qualquer
pessoa, tenha ou no ela legtimo interesse.
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O devedor tambm s tem vantagens, pois v a dvida retratada, j que sua obrigao em
nada se agrava, s atenua. Do ponto de vista social, o cumprimento da obrigao tambm
s traz vantagem , j que a ao judicial um elemento de intranqilidade social.
O terceiro no interessado pode pagar a dvida em seu prprio nome ou em nome do
devedor.
Se pagar em nome do devedor, no surge outra relao obrigacional, pois seria como
se o prprio devedor tivesse efetuado o pagamento. Ocorre mera liberalidade por parte do
terceiro. a interpretao do artigo 305, a contrrio senso. Como o dispositivo legal
mencionado determina que o terceiro no interessado que pague a dvida em seu prprio
nome tem direito a reembolsar-se, evidente que, se pagou em nome do prprio devedor,
no tem direito ao reembolso.
Se o terceiro no interessado paga a dvida em seu prprio nome, com fundamento
no artigo 304, tem direito ao reembolso, porm sem qualquer sub-rogao nos direitos do
credor. No h animus donandi. Quis apenas ajudar o devedor.
O credor no pode recusar o pagamento efetuado pelo terceiro no interessado,
desde que seja feito em nome do devedor. Esse terceiro no interessado aquele que no
tem vnculo com o contrato.
O cumprimento da obrigao, por qualquer um, elemento de paz social, de forma
que sempre estimulado pelo Direito.
Resumindo:
O artigo 305 do Cdigo Civil diz que o solvens no se beneficia com a sub-rogao
porque, quando paga ao credor, desaparece a relao jurdica originria e surge outra, sem
relao direta com a anterior.
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CREDOR
DEVEDOR
quitao
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Inciso I : o credor pode cobrar desde logo sua dvida, se o devedor falir ou
abrir o concurso de credores, isto , se tornando insolvente. Isso porque o
concurso no s demonstra a impontualidade do devedor como tambm que a
dvida excede a importncia dos bens do devedor (artigo 955 do Cdigo Civil).
Temos, portanto, o binmio impontualidade e insolvncia do devedor. O
concurso um processo, no qual os credores insolventes vo ratear o ativo
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MDULO VIII
DIREITO CIVIL
1. PAGAMENTO INDEVIDO
1.1. Pressupostos
No Cdigo Civil de 1916, o pagamento indevido est localizado no Ttulo II, Seo
VII, Dos Efeitos das Obrigaes (artigos 964 a 971). No atual Cdigo Civil, a matria foi
deslocada para o Ttulo VII Dos Atos Unilaterais, com previso nos artigos 876 a 883.
O pagamento indevido, na verdade, princpio do Direito, pois um pagamento
sem relao causal, apresentando o princpio do enriquecimento indevido ou sem causa e
est consagrado no artigo 876 do Cdigo Civil , que determina que todo aquele que
recebeu o que no lhe era devido fica obrigado a restituir. Temos, como exemplo, a
impossibilidade de um credor, incapaz de reclamar o segundo pagamento (artigo 310 do
Cdigo Civil).
O novo Cdigo Civil tambm criou um Captulo novo tratando especificamente "Do
enriquecimento sem causa". Determina o artigo 884: "Aquele que, sem justa causa, se
enriquecer custa de outrem, ser obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualizao dos valores monetrios".
1.1.1. Ao in rem verso
A ao in rem verso a que procura equilibrar as relaes jurdicas, indenizando o
empobrecido, restabelecendo o seu patrimnio, que foi prejudicado pelo enriquecimento da
parte contrria, j que o lucro daquele equivale ao prejuzo deste.
So pressupostos da ao in rem verso:
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que recebeu sabia que teria que restituir e, ainda assim, vendeu para um terceiro.
No h ao reivindicatria, como j dito, podendo apenas reclamar o preo,
pois entre a boa-f do solvens e a do terceiro, prefere a lei a boa-f do terceiro.
A segunda regra especial a do artigo 876 do Cdigo Civil , que trata da restituio
quando do pagamento indevido. Esse artigo sofre excees no artigo 880 do mesmo diploma, no
qual aquele que pagou fica isento de ser restitudo.
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objetivo era alcanar um fim imoral ou ilcito, de acordo com o artigo 883 do
Cdigo Civil , no ter direito o solvens de repetir, pois ningum pode alegar a
prpria torpeza ou malcia em juzo. O solvens, portanto, no pode reclamar a
repetio do que pagou de forma ilcita ou imoral, obrando de m-f, at para
evitar essas prticas. Nesse sentido, pouco importa se o accipiens, pessoa que
recebeu, obrou ou no de m-f, pois no existe demanda com causa vil, at
pela prpria dignidade da prpria justia. Estabelece o pargrafo nico do artigo
883: "No caso deste artigo, o que se deu reverter em favor de estabelecimento
local de beneficncia, a critrio do juiz".
2. DO PAGAMENTO POR CONSIGNAO
2.1. Conceito
Consignao o depsito judicial da dvida. Tal depsito feito ou porque h
dvida com relao ao credor, ou porque esse incapaz de receber, ou ainda, porque o
credor se recusa em aceitar o pagamento ou no quer quitar a obrigao. um modo
indireto do devedor se liberar da obrigao.
O prprio Bevilqua diz que um modo indireto do devedor se liberar da obrigao
consiste no depsito judicial da coisa devida.
A consignatria gera trs efeitos imediatos:
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numerrio.
O inciso IV trata da dvida sobre quem deve receber o objeto do
pagamento. Nessa hiptese, para que o devedor no pague mal, melhor que
deposite em juzo. Exemplo: o depsito justo quando o casal de locadores se
separa e os dois exigem o pagamento por parte do inquilino.
Pendendo litgio sobre o objeto do pagamento, deve o mesmo ser
2.3. Requisitos
O artigo 336 do Cdigo Civil apresenta quatro espcies de requisitos para a
consignatria ser vlida e eficaz:
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5. DA NOVAO
5.1. Conceito
A novao uma forma de pagamento por meio da alterao da natureza do vnculo,
em que ocorre a transmudao em outro, do dbito anterior, alterando a causa da relao
jurdica. As partes criam obrigao nova para extinguir uma antiga.
Ocorre o perecimento da obrigao originria, surgindo outra que toma o seu lugar.
Surge um processo de simplificao, pois, num nico ato, extingue-se uma obrigao
antiga, iniciando-se uma nova. Temos como exemplo a hiptese do muturio que, por
ocasio do vencimento, indica um devedor seu para liquidar a prestao, obtendo a
concordncia de todos. Nasce uma nova dvida entre outras pessoas no originariamente
vinculadas.
Temos novao tanto na modificao do objeto quanto na modificao do sujeito
ativo ou passivo da obrigao, ocorrendo a novao objetiva ou subjetiva.
5.2. Espcies
Objetiva
Novao
Ativa
Subjetiva
Passiva
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pode ocorrer quando as dvidas estiverem todas vencidas, pois o devedor tem
direito ao prazo, no precisando o mesmo abrir mo para que se opere a
compensao. Se uma dvida est para vencer, impossvel a compensao.
Exemplo: moratria.
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quando qualquer uma das partes no tenha cincia a respeito desse fato (artigo 850 do
Cdigo Civil),porque, at o trnsito em julgado, no h mais res litigiosa.
Concesses recprocas: para haver transao, as partes precisam
abrir mo de seus direitos ou de parte deles. A parte sacrifica seu direito em prol
de paz.
7.4. Formas de Transao
Existem duas espcies de transao:
A transao judicial pode ser feita por termo nos autos, por meio de escritura pblica ou,
ainda, por instrumento particular, conforme dispe o artigo 842, do Cdigo Civil.
A transao extrajudicial deve ser feita por escritura pblica, conforme o artigo 842
do Cdigo Civil ou, ainda, por escritura particular, quando no for exigida escritura
pblica. O Prof. Washington de Barros Monteiro diz que no necessria a forma
sacramental nas hipteses de escrito particular, podendo constar de simples recibo.
7.5. Objeto da Transao
Segundo o artigo 841 do Cdigo Civil a transao s existe em direitos patrimoniais
de carter privado. Os bens fora do comrcio e os bens de carter privado, inclusive os
publicistas, esto eliminados do objeto da transao.
Direitos personalssimos: tanto os direitos personalssimos quanto
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contraprestao do cessionrio.
Total ou parcial: se total, o cedente transferir todo o crdito; se
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ilcitos;
lcitos.
negcios jurdicos.
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agente capaz;
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onerosidade excessiva.
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A primeira atitude a ser tomada deve ser a reviso do contrato com a tentativa de se
restaurar as condies anteriores. No sendo possvel, rescinde-se o contrato.
1.3.5. Princpio da boa-f
At prova em contrrio (presuno iuris tantum), presume-se que todo contratante
est de boa-f.
1.4. Fases da Formao do Contrato
Os contratos comeam com as negociaes preliminares. Quanto maior o valor dos
bens, maiores sero as negociaes preliminares.
Essas negociaes no obrigam e no vinculam os contratantes, pois ainda no
passam de especulao de valores e condies.
possvel que, aps essa fase, surja, de um dos contratantes, uma proposta, a qual
vincular o proponente. Essa proposta tambm chamada policitao ou oblao. Quem faz a
proposta deve sustent-la.
O Cdigo Civil faz distino entre proposta feita a pessoa presente e proposta feita a
pessoa ausente.
Se a proposta feita a uma pessoa presente e contm prazo de validade, esse deve ser
obedecido; se no contm prazo, a proposta deve ser aceita de imediato. o famoso pegar ou
largar.
Se a proposta feita pessoa ausente, por carta ou mensagem, com prazo para
resposta, esta dever ser expedida no prazo estipulado. Se a proposta no fixar prazo para
resposta, o Cdigo Civil dispe que deve ser mantida por tempo razovel (que varia de
acordo com o caso concreto). Nncio o nome que se d ao mensageiro.
A proposta feita por telefone considerada "entre presentes". A proposta feita pela
Internet considerada "entre ausentes".
A proposta ainda no o contrato: este s estar aperfeioado quando houver a
aceitao.
A aceitao da proposta "entre ausentes" pode ser feita por carta ou telegrama,
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irretratvel e
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Se quem inadimpliu o contrato foi quem recebeu as arras, cabe ao outro contratante
pedir resciso do contrato mais perdas e danos e a devoluo das arras. Se o
inadimplemento for de quem deu as arras, o valor das perdas e danos ser abatido desse
montante.
1.7. Classificao dos Contratos
1.7.1. Unilateral e bilateral
O critrio diferencial o nmero de obrigaes. Os contratos unilaterais geram obrigao
apenas para um dos contratantes. Os contratos bilaterais geram obrigaes recprocas, so
chamados contratos sinalagmticos.
1.7.2. Gratuito e oneroso
Diferenciam-se no que diz respeito vantagem patrimonial. Os contratos gratuitos trazem
vantagens econmicas e patrimoniais somente para um dos contratantes (exemplo: doao pura);
os onerosos, para ambos (exemplos: compra e venda; seguro de vida etc.).
Via de regra, o contrato bilateral oneroso, e o unilateral, gratuito.
No Brasil s existe um contrato unilateral e gratuito: o contrato de mtuo feneratcio
(emprstimo de dinheiro a juros).
contrato unilateral porque se aperfeioa com a entrega do numerrio ao muturio, no
bastando o acordo de vontades. Feita a entrega, o mutuante exime-se de sua obrigao, restando
apenas deveres ao muturio.
Os contratos onerosos subdividem-se em:
comutativos:
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modific-las.
O contrato de adeso o contrato redigido inteiramente por uma das partes; a outra
apenas adere a ele. O Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) regulamenta e
conceitua essa espcie de contrato no seu artigo 54.
A interpretao dos contratos de adeso, quando de clusulas obscuras, deve ser em favor
do aderente. Exemplos: contrato de clusulas abusivas (artigo 51 do Cdigo de Defesa do
Consumidor):
Erro a falta de percepo da realidade. No erro a pessoa adquire uma coisa que
no a que desejava. Vale o brocardo popular: a pessoa compra gato por
lebre.
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custas e honorrios; a pessoa que deu causa evico poder ser condenada nos
honorrios da denunciao da lide e a ressarcir o comprador dos honorrios
advocatcios que despendeu com a ao principal; o comprador no sofrer
nenhum prejuzo.
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instantnea
FORMA NORMAL DE EXTINO: execuo diferida
continuada
absoluta
nulidade
relativa
Anteriores ou
contemporneas
ao contrato
expressa
condio
resolutiva
tcita
direito de arrependimento
FORMA
ANORMAL
DE
inadimplemento voluntrio
EXTINO
Resoluo
inadimplemento involuntrio
onerosidade excessiva
Supervenientes
formao
bilateral
Resilio
do contrato
unilateral
Morte de um dos contratantes
Resciso
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extino de certos contratos celebrados em estado de perigo (quando uma parte tem a
inteno de prejudicar a outra com o contrato), ou decorrentes de leso (quando uma parte
aproveita-se da inexperincia ou necessidade da outra para auferir vantagem).
MDULO XI
DIREITO CIVIL
Contratos
1. CONTRATO DE COMPRA E VENDA
1.1. Conceito
Contrato de compra e venda o contrato pelo qual o vendedor se obriga a entregar
um bem corpreo ou incorpreo, e o comprador compromete-se a pagar o preo em
dinheiro ou valor fiducirio correspondente (ttulo de crdito).
O contrato de compra e venda no transfere a propriedade: trata-se de um justo
ttulo, uma causa para que a propriedade se transmita. O artigo 481 do Cdigo Civil
demonstra que o acordo apenas obriga as partes reciprocamente, ocorrendo a transmisso
do domnio com a tradio (para bens mveis, artigo 1.267, pargrafo nico, do Cdigo
Civil), ou registro (para imveis, artigo 1.246 do Cdigo Civil).
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Artigo 459 do Cdigo Civil emptio rei speratae (esperana sobre a coisa
vendida): compra-se um objeto futuro indeterminado em sua quantidade (diz a
lei) e qualidade (acrescenta a doutrina). Tomando o exemplo anterior, o
comprador obriga-se a pagar pelo peixe, no pelo lano da rede, o que traz
maior segurana para o comprador.
_____________________________________________________________________________ MDULOS
1.3.1. Objeto
a) Existncia
A existncia deve ser real ou potencial.
b) Comerciabilidade
O objeto deve estar no comrcio. Estar fora do comrcio se a lei, a ordem natural
ou a vontade das partes (clusula de inalienabilidade artigo 1.911 do Cdigo Civil) assim
estipular. No se pode colocar clusula de inalienabilidade em negcio oneroso; somente
em doao ou testamento.
c) Exeqibilidade
O objeto deve ser possvel de ser levado hasta pblica e possuir liquidez; para isso
deve-se conhecer o gnero e a quantidade.
d) Transferibilidade
Poder que o vendedor tem sobre a coisa para transmiti-la ao comprador. Exceo:
transferibilidade retroativa ocorre quando o alienante transfere a propriedade de um bem
que adquirir posteriormente. Exemplo: A empresta uma caneta para B, que a vende para C
(alienao de coisa alheia, no permitida pelo nosso Direito); acontece que, em ato
seguinte, A vende a caneta a B deu-se, ento, a supervenincia do domnio que torna
perfeita a alienao de B para C.
1.3.2. Preo
a) Pecuniariedade
O bem deve permitir sua converso imediata em dinheiro.
b) Seriedade
Seriedade a equivalncia do preo com o objeto.
c) Certeza
162/360
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de balco);
quando as partes nomearem rbitro, mandatrio, para fixar o preo. Esse
mandato irrevogvel.
1.3.3. Consentimento
O consentimento uma limitao subjetiva ao poder de contratar e requer
capacidade das partes.
Um cnjuge no pode alienar bem imvel ao outro cnjuge (fere o regime de bens).
Dissolvido o casamento, no h qualquer impossibilidade. Ainda: um cnjuge somente
poder alienar um bem imvel com expressa autorizao do outro.
O ascendente, para alienar um bem a um descendente, precisa da expressa anuncia
dos demais descendentes, sob pena da anulabilidade da compra e venda. Para doao no
h necessidade de anuncia.
Ocorrendo a venda, o bem no chamado colao, visto ter havido pagamento em
troca do bem.
_____________________________________________________________________________ MDULOS
a) Ad corpus
aquela em que o comprador adquire um bem certo e determinado,
independentemente da metragem desse objeto, como, por exemplo, compra do imvel X,
seja qual for sua medida.
b) Ad mensuram
A metragem fator essencial do negcio; o preo avaliado com base na extenso
do imvel.
O nosso sistema autorizou as duas hipteses: quando houver dvida, o juiz deve
considerar a venda como um todo, ad corpus, sendo a referncia dimensional apenas
enunciativa, conforme dispe o 1. do artigo 500, do Cdigo Civil.
O Cdigo de Defesa do Consumidor probe a compra e venda ad corpus, pois a
publicidade e as informaes as sempre essenciais.
O Cdigo Civil, no artigo 501, estabeleceu que o prazo para propor ao redibitria
ou ao "quanti minoris" ou mesmo a "actio ex empto" (complemento da rea) de um (1)
ano decaindo a contar do registro do ttulo. Lembre que o prazo anterior era de 20 (vinte)
anos.
1.6. Clusulas Especiais da Compra e Venda
Clusulas especiais da compra e venda so preceitos que implicam uma
variabilidade no contrato de compra e venda, dando poder de disposio s partes
contratantes. As clusulas podem ser adjetas ou adjetivas.
1.6.1. Retrovenda
Clusula acessria, acidental ou adjeta a que vem unida ou jungida principal,
estando subordinada a ela. A retrovenda ou pactum de retrovendum a clusula adjeta
compra e venda, pela qual o vendedor se reserva o direito de reaver, em certo prazo, o
imvel alienado, restituindo ao comprador o preo, mais as despesas por ele realizadas,
inclusive as empregadas em melhoramentos do imvel (artigos 505 e seguintes. do Cdigo
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Civil).
Exemplo: Fulano, em dificuldade financeira transitria para arranjar capital, vende
seu imvel a Sicrano, sob a condio de recobr-lo no prazo pactuado ou legal, mediante
restituio do preo e demais despesas feita pelo comprador.
O pacto de retrovenda s admissvel se o objeto for bem imvel e torna a
propriedade resolvel, j que tem o condo de restituir as partes ao status quo ante. O
imvel vendido retorna ao patrimnio do alienante que restituir ao adquirente o preo e
todas as demais despesas, inclusive as de escritura, impostos de transmisso de bens
imveis, emolumentos de registro e melhoramentos.
O vendedor conserva ao contra terceiros adquirentes do imvel em que se
estipulou a retrovenda, ainda que esses desconheam a clusula de retrato (artigo 507 do
Cdigo Civil); isso ocorre porque o comprador tem propriedade resolvel do imvel
(artigo 1.359 do Cdigo Civil). o prprio exerccio do direito de seqela do vendedor
que, pelo princpio da aderncia, buscar o bem onde quer que se encontre. Resolve-se a
propriedade mesmo que o pacto de retrovenda no tenha sido averbado no Registro
Imobilirio.
Dispe o artigo 505 do Cdigo Civil que o prazo para o retrato no pode exceder
trs anos, reputando-se no-escrito o excesso convencionado pelas partes e presumindo-se
estipulado o mximo do tempo se os contratantes silenciarem.
1.6.2. Venda a contento e sujeita a prova
A venda a contento a clusula que subordina o contrato condio de ficar
desfeito o negcio se o bem no agradar o comprador. a venda que se realiza sob a
condio de s se tornar perfeita e obrigatria se o comprador declarar que a coisa
adquirida lhe satisfaz. O comprador precisa aceitar o bem alienado.
Qualquer que seja o objeto, possvel estabelecer a clusula que ter mais eficcia
nos contratos de gneros que se costuma provar, medir, pesar, ou experimentar antes de
aceitos (artigo 509 do Cdigo Civil). Exemplo: venda de roupas sob medida.
Nesses contratos estabelece-se uma condio suspensiva, no se aperfeioando a
avena at que o adquirente se sinta satisfeito. possvel, porm, o estabelecimento de
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perdas e danos que consistem no valor do bem no instante que deveria ter sido oferecido
ao expropriado, caso o expropriante respeitasse a preferncia.
1.6.4. Pacto de melhor comprador
O instituto foi revogado pelo atual Cdigo Civil, porm era previsto no sistema
anterior e deve ser mantido apenas para um conhecimento histrico evolutivo.
O pacto de melhor comprador ou pactum addictiones in diem era a estipulao em
que se dispunha que a venda de imvel ficaria desfeita caso se apresente, dentro do prazo
no superior a um ano, outro comprador oferecendo preo mais vantajoso.
O prazo de um ano era decadencial, no se prorrogando nem se suspendendo.
1.6.5. Pacto comissrio
O instituto acima era previsto pelo Cdigo Civil de 1916, no tendo sido acolhido
pelo atual sistema legal, pelo simples fato do instituto da compra e venda com reserva de
domnio ser muito mais moderno e abarcar todas as situaes prestigiadas pelo pacto
comissrio. A manuteno do instituto tambm tem apenas um cunho histrico evolutivo.
A venda com reserva de domnio, muito embora prevista pelos artigos 521 a 528 do
Cdigo Civil, no deve ser estudada no Direito Civil, pois j que se trata de instituto
processual devendo ser analisado quando da anlise modular do Cdigo de Processo Civil.
O pacto comissrio, pactum de comissium, era a clusula inserida no contrato pela
qual os contraentes anuam que a venda se desfizesse, caso o comprador deixasse de
cumprir suas obrigaes no prazo estipulado.
A venda remanescia sob condio resolutiva; se no prazo estipulado o comprador
no pagasse o preo, poderia o vendedor desfazer o negcio ou pedir o preo.
O vendedor podia optar, no caso de inadimplemento, em pedir o preo ou desfazer a
venda, sendo que, passados dez dias do vencimento do prazo e no existindo reclamao
do preo pelo vendedor, estaria desfeito o negcio. Desnecessria era a interpelao para a
constituio em mora.
Prescindia de pronunciamento judicial resolutrio do contrato, porque esse produzia
seus efeitos automaticamente. Desfeita a venda, a coisa voltava a integrar o patrimnio do
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vendedor, que repunha ao comprador as quantias que dele recebeu. Nada impedia que o
direito do vendedor fosse exercido pelos seus sucessores e contra os sucessores do
comprador.
1.6.6. Da venda sobre documento
uma nova clusula especial estabelecida nos artigos 529 a 532 do Cdigo Civil.
uma modalidade de compra e venda na qual a tradio da coisa ficta, isto , substituda
pela entrega de um ttulo que representa o objeto do contrato de compra e venda.
O comprado ao receber o documento, que corresponde ao objeto no pode se
recusar em pagar o preo. O pagamento deve ser feito na data e no local da entrega do
documento, j que a entrega do documento a entrega do prprio objeto.
2. CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA
2.1. Conceito
Segundo Clvis Bevilcqua, contrato de troca ou permuta o contrato pelo qual as
partes se obrigam dar uma coisa por outra que no seja dinheiro.
2.2. Caractersticas
um contrato bilateral, oneroso, comutativo, consensual e informal (salvo se um
dos bens for imvel, quando ser realizado por escritura pblica).
A propriedade no se transfere com o contrato, mas sim com a tradio (bem mvel)
ou registro (bem imvel).
2.3. Objeto
So dois os bens objeto da permuta. No haver escambo se a obrigao de uma das
partes for a prestao de servios. So objetos de troca todas as coisas que podem ser
alienadas, no precisando haver uma correlao precisa de valores. Exemplo: um mvel
por um imvel.
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3.3. Classificao
Unilateral: somente uma das partes tem nus; a outra aufere a vantagem, no
tendo contraprestao.
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3.4. Requisitos
a) Subjetivo
a capacidade ativa e passiva dos contraentes, limitada pelas seguintes regras:
o falido no pode fazer doaes, porque tal ato lesa os credores, alm do mesmo
no estar administrando seus prprios bens; a ao pauliana o remdio para
anular essas doaes;
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b) Objetivo
O objeto da doao precisa ser sempre coisa que esteja no comrcio (bens mveis,
imveis, corpreos, incorpreos, presentes, futuros etc.). Restries:
c) Formal
A doao um contrato solene que deve observar certa formalidade, sob pena de
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3.6. Revogao
A revogao um direito subjetivo que garante a possibilidade, em face de causa
superveniente, de resilio bilateral do contrato somente pode ocorrer em virtude de lei:
Por ingratido do donatrio, j que esse tinha obrigao moral de ser grato ao
doador. As causas da ingratido esto previstas no artigo 557 do Cdigo Civil,
cujo rol taxativo:
- Se o donatrio atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de
homicdio doloso contra ele: esse ato no pode ser culposo ou em legtima
defesa, devendo ser doloso e admitir a tentativa. No necessria sentena
penal condenatria transitada em julgado.
- Se cometeu contra ele ofensa fsica: o caso de leso corporal, grave, leve ou
levssima, desde que o ato seja doloso;
- Se injuriou gravemente, ou caluniou o doador: no necessrio que sofra
condenao penal, exigindo-se apenas a humilhao;
- Se, podendo ministr-los, recusou ao doador alimentos de que este
necessitava: a hiptese de deixar o doador na penria.
MDULO XII
DIREITO CIVIL
1. LOCAO
1.1. Conceito e Espcies
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Segundo Clvis Bevilqua, locao o contrato pelo qual uma das partes (locador),
mediante remunerao paga pela outra (locatrio), compromete-se lhe fornecer, durante
certo lapso, o uso e gozo de um bem infungvel, a prestao de um servio aprecivel
economicamente, ou a execuo de uma obra determinada.
So trs as espcies de locao:
economicamente
aprecivel,
considerada
em
si
mesma,
independentemente do resultado.
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o usufruturio pode alugar o bem dado em usufruto (por exemplo: o pai pode
alugar o bem do filho menor);
GONALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurdicas: Direito das Obrigaes. 5. ed. So Paulo: Saraiva,
2001. tomo I, p. 32.
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preferncia na locao. Caso venha a ser divisvel a locao, cada condmino poder optar
separadamente, sem depender dos demais.
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Suscetvel de gozo: significa que o objeto deve ser lcito e possvel (artigo 166,
inciso II, do Cdigo Civil).
Determinado ou determinvel .
1.4. Remunerao
Remunerao a quantia que o locatrio paga periodicamente pelo uso da coisa e
que ocorre, em regra, mediante dinheiro. O valor pode ser estabelecido por vontade das
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_____________________________________________________________________________ MDULOS
partes ou por ato governamental, como no caso de aluguel de txi. O preo deve ser certo.
Durante a prolongao tcita da locao, prorrogam-se as clusulas contratuais, exceto as
que se referem a prazo e preo. O prazo passar a ser indeterminado e o preo ser regulado
pelos artigos 16 e 17 da Lei n. 8.178/91.
Os contratos de locao residencial podero ser livremente pactuados, vedada a
vinculao moeda estrangeira, taxa de cmbio ou salrio mnimo. As partes podero fixar
novo valor para o aluguel; no havendo acordo, aps trs anos de vigncia do contrato ou
do ltimo acordo, poder o locador ou o locatrio pedir a reviso da quantia a fim de
ajust-la ao preo de mercado (artigo 19 da Lei n. 8.245/91). Se o contrato por prazo
indeterminado tiver clusula de reajuste, essa dever vigorar. Os reajustes podero ser
semestrais ou anuais, estipulados no corpo do contrato ou no aditamento.
1.5. Tempo Determinado ou Indeterminado
A locao poder ter tempo determinado ou no, embora no possa ser perptua. O
contrato temporrio. No h qualquer limite de prazo locativo, a no ser para pessoa
jurdica de direito pblico interno. No caso da Unio, os prazos no podem ultrapassar 10
anos (Dec.-lei n. 9.760/46). A Lei n. 8.245/91, no artigo 3., dispe que, se o contrato de
locao for superior a 10 anos, depender do assentimento do outro cnjuge.
Se houver prazo convencionado, o locador no poder retomar o prdio antes desse
perodo nem o locatrio poder devolv-lo sem o pagamento de multa (artigo 4. da Lei n.
8.245/91).
No contrato de prazo determinado, igual ou superior a 30 meses, cessar o ajuste,
findo o prazo estipulado, independente de notificao ou aviso. Caso o locador no
promova a retomada do prdio locado, sob denncia vazia, prorroga-se a locao por
tempo indeterminado (artigo 46 da Lei n. 8.245/91). O contrato no cessa de pleno direito.
Se o locatrio permanecer no bem, sem oposio do locador, ocorre a prorrogao tcita. A
interposio da ao de despejo elide a presuno relativa de ausncia de oposio.
No contrato por tempo indeterminado, poder o locatrio, notificando o locador, dar
fim ao acordo.
Caso ocorra alienao do imvel locado, o novo adquirente somente poder retomar
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Registro de Imveis.
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b) Deveres
Entregar ao locatrio a coisa alugada: em estado que possa servir ao uso a que
se destina (artigo 566 do Cdigo Civil e artigo 22, inciso I, da Lei n. 8.245/91).
Os elementos de fruio, tais como no caso de imvel instalao eltrica,
servio de gua etc. devem estar intactos no bem. Muito se discute a respeito do
telefone integrar a locao; h julgado afirmando que a linha telefnica no
integra o contrato locatcio. Caso o imvel esteja em construo, com obra
inacabada no momento da locao, o locatrio poder pedir a resoluo do
contrato, com devoluo das prestaes pagas e pagamento da multa contratual.
A entrega da coisa locada o principal dever do locador, por ser o meio
indispensvel para fruio do uso e gozo do bem, que constitui elemento
essencial do contrato de locao. Sem tal entrega, a locao no se efetiva. O
locador dever fornecer ao inquilino, caso esse solicite, descrio minuciosa do
estado do imvel, quando do incio da locao, com expressa referncia aos
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dessa obrigao enseja pena de priso simples de cinco dias a seis meses ou
multa entre trs e 12 vezes o valor do ltimo aluguel (artigo 43, inciso I, da Lei
de Locaes).
1.6.2.
184/360
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Purgar a mora: tal direito serve para evitar a resciso da locao requerido no
prazo da contestao da ao de despejo e engloba o pagamento dos aluguis e
demais encargos, alm dos honorrios do advogado do locador (artigo 62, inciso
II, da Lei de Locaes). No cabe o pedido de purgao se o locatrio utilizou
esse benefcio por duas vezes, no prazo de 12 meses anteriores ao novo
requerimento. No caso de obstculo judicial, poder purgar a mora alm do
prazo legal.
Ser despejado somente nos casos previstos em lei, mediante denncia cheia
(motivada) ou vazia.
b) Deveres
Usar o bem para o destino da locao: o imvel residencial s deve ser usado
como moradia, e o comercial para as atividades a que se destina. No configura
mudana de destinao o advogado ou mdico manter escritrio ou consultrio;
o dentista manter consultrio num dos cmodos da residncia; manter um
185/360
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Tratar o bem alugado como se fosse seu (artigos 569, inciso I, do atual Cdigo
Civil, e 1.211, do Cdigo Civil de 1916): a desobedincia implica resciso e
indenizao das perdas e danos.
Restituir a coisa ao locador no mesmo estado que a recebeu (artigos 23, inciso
III, da Lei de Locaes, e 569, inciso IV, do Cdigo Civil): excluem-se as
deterioraes decorrentes do uso regular da coisa. O contrato que cede a terceiro
a explorao de pedreiras ou salinas de compra e venda e no locao,
exatamente porque a devoluo no ser nos moldes em que foi entregue o bem.
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Permitir vistoria no imvel locado (artigo 23, inciso IX, da Lei de Locaes):
previamente agendada, podendo o mandatrio comparecer no lugar do locador.
Em caso de alienao, o locatrio deve permitir que terceiros visitem o imvel.
1.7.
Pagar o prmio de seguro de fiana (artigo 23, inciso XI, da Lei de Locaes).
187/360
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Ao trmino dos contratos celebrados depois da entrada em vigor da atual Lei e com
prazo igual ou superior a 30 meses, o proprietrio poder pedir a desocupao do prdio
sem precisar justificar, notificar ou avisar, desde que ingresse com ao de despejo (artigo
46 da Lei de Locaes). O locatrio ter 30 dias para desocupar o imvel artigo 63 da Lei
de Locaes.
Nos contratos com prazo de locao inferior a 30 meses, no possvel a retomada
do imvel com fundamento na denncia vazia, se o contrato prorrogou-se,
automaticamente, por prazo indeterminado. Para o locador reaver seu imvel preciso
demonstrar uma das hipteses previstas nos incisos do artigo 47 da Lei n. 8.245/91.
Nos contratos assinados antes da vigncia da atual Lei, que vigorem ou venham a
vigorar por prazo indeterminado, o locador pode retomar o prdio sem qualquer
justificativa, concedendo ao locatrio o prazo de 12 meses para desocupao. Se houve
reviso no valor do aluguel, a denncia somente poder ser exercida aps 24 meses da data
da reviso, se essa ocorreu nos 12 meses anteriores data da vigncia da Lei de Locaes
(artigo 78). O prazo para entrega do imvel inicia com a notificao do locatrio.
188/360
_____________________________________________________________________________ MDULOS
2. CONTRATOS REAIS
2.1. Mtuo
2.1.1. Conceito e caractersticas bsicas
Mtuo o contrato pelo qual uma das partes transfere a propriedade de um bem
fungvel outra, que se obriga a lhe restituir coisa do mesmo gnero, quantidade e
qualidade (artigo 586 do Cdigo Civil).
a) Caractersticas
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Para Carvalho de Mendona, o mtuo mercantil bastando que uma das partes seja
comerciante. O emprstimo bancrio sempre mercantil, mesmo que o muturio no seja
comerciante, pois atividade habitual das financeiras (comrcio) conceder emprstimos a
curto, mdio ou longo prazo.
Fungibilidade: o mtuo recai sobre bens que podem ser substitudos por outros
do mesmo gnero, quantidade e qualidade. Exemplo: emprstimo de um livro,
desde que o exemplar no seja raro nem sua edio esteja esgotada.
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De acordo com artigo 588 do Cdigo Civil, o mtuo feito pessoa menor, sem
autorizao daquele que detm sua guarda, no poder ser reavido pelo muturio, nem
pelos fiadores, salvo (artigo 589 do Cdigo Civil):
_____________________________________________________________________________ MDULOS
Formais: o mtuo tem forma livre, exceto se for oneroso, caso em que dever
ser convencionado expressamente (artigo 591 do Cdigo Civil). A prova do
mtuo poder ser feita pela emisso de nota promissria, confisso formal de
dvida ou recibo da soma emprestada. O mtuo mercantil no requer forma
escrita, salvo para efeito de prova e de registro contbil; se for elaborado
verbalmente, a prova testemunhal s poder ser admitida se o valor do
emprstimo no exceder a 10 salrios mnimos (artigo 401 do CPC).
b) Direitos do mutuante
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c) Obrigaes do mutuante
2.2. Comodato
2.2.1. Definio e caractersticas bsicas
De acordo com Washington de Barros Monteiro, o comodato um contrato
unilateral, gratuito, pelo qual uma das partes entrega outra coisa infungvel, para ser
usada temporariamente e depois restituda (artigo 579 do Cdigo Civil).
a) Caractersticas
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infungveis;
inconsumveis;
mveis ou imveis.
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Guardar e conservar a coisa como se fosse sua (artigo 582 do Cdigo Civil): o
comodatrio deve procurar no desgastar ou desvalorizar a coisa, sob pena de
responder por perdas e danos. No pode alugar o bem emprestado nem
emprestar novamente a coisa. O nus com a guarda e manuteno da coisa
correm por conta do comodatrio, que pode cobrar as despesas extraordinrias e
as benfeitorias, e ainda reter o bem at o ressarcimento (artigo 1.219 do Cdigo
Civil).
Responder pelos riscos da coisa (artigo 583 do Cdigo Civil): correndo risco, o
objeto do comodato e outros do comodatrio, se esse salvar os seus,
abandonando o do comandante, responder pelo dano, ainda que advindo de
fortuito e fora maior. a hiptese de incndio e de inundaes. Nessas
ocasies o comodatrio no obrigado a salvar nenhum bem, porm se salvar
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Alienao da coisa.
2.3. Depsito
2.3.1. Conceito
o recebimento da guarda temporria de um bem mvel, pelo depositrio, at o
momento em que o depositante o reclame (artigo 627 do Cdigo Civil).
2.3.2. Elementos
Cinco so os elementos do depsito:
_____________________________________________________________________________ MDULOS
guardar a coisa;
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No solene: no exige forma prescrita em lei para ter validade (artigo 656
do Cdigo Civil).
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de prestar contas, tendo amplos poderes. um mandato irrevogvel (artigo 683, do Cdigo
Civil) e que subsiste aps a morte do mandante. Exemplo: o mandante pode nomear um
mandatrio para vender o imvel para terceiro ou transferi-lo para seu nome.
3.5. Obrigaes do Mandatrio
So obrigaes do mandatrio:
renncia do mandatrio;
4. SEGURO
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4.1. Conceito
Seguro o contrato pelo qual uma das partes (segurador) obriga-se para com outra
(segurado), mediante o pagamento de um prmio, a indeniz-la de prejuzo decorrente de
riscos futuros, previsto no contrato (artigo 757 do Cdigo Civil).
O segurador aquele que suporta o risco, assumido mediante o recebimento do
prmio, obrigando-se a pagar a indenizao.
O prmio o valor que o segurado paga seguradora para obter o direito a uma
indenizao, se ocorrer o sinistro oriundo do risco garantido e previsto no contrato.
denominado por alguns gio de seguro.
O risco o acontecimento futuro e incerto, que poder prejudicar os interesses do
segurado, provocando-lhe uma diminuio patrimonial evitvel pelo seguro.
A indenizao a importncia paga pela seguradora ao segurado, compensando-lhe
o prejuzo econmico decorrente do risco assumido na aplice.
A atividade do segurador exercida por companhias especializadas, por sociedades
annimas mediante prvia autorizao do Governo Federal (artigos 192, inciso II, da
Constituio Federal, e 29 da Lei n. 8.177/91) ou cooperativas devidamente autorizadas
(artigo 24 do Dec.-lei n. 73/66); porm, tais cooperativas s podero operar nos seguros
agrcolas e seguros de sade.
A autorizao para funcionamento ser concedida por portaria do Ministrio da
Indstria e do Comrcio, com a apresentao pela Superintendncia de Seguros Privados
(S), com depsito, no Banco do Brasil, da parte j realizada do capital, descrita no Estatuto.
Para fins de constituio, organizao e funcionamento das sociedades seguradoras,
devero ser obedecidas as condies gerais da legislao das sociedades annimas e as
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). O que varia de uma
sociedade seguradora para outra apenas a dosagem de encargos.
O segurado aquele que tem interesse direto na consevao da coisa, fornecendo
uma contribuio peridica e moderada, em troca do risco que o segurador assume de
indeniz-lo. O segurado no precisa fazer prova de culpa do causador do dano (RT 433/96);
dever apenas e to-somente demonstrar a existncia do dano.
Aplica-se a teoria do risco nas relaes de seguro: "o pagamento das indenizaes
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Bilateral: gera obrigaes para o segurado e para o segurador, j que esse dever
pagar a indenizao, se ocorrer o sinistro, e aquele pagar o prmio, sob pena de
o seguro caducar. O segurador tem o direito de haver o prmio estipulado pelo
risco, mesmo que o sinistro no se verifique (artigo 764 do Cdigo Civil).
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termos do convencionado.
Boa-f (artigo 765 do Cdigo Civil): a sano por no guardar a boa-f a perda
do valor do seguro e o pagamento do prmio vencido (artigo 766 do Cdigo
Civil), se tal se der por parte do segurado; e o pagamento em dobro do prmio,
se por parte da seguradora.
4.3. Requisitos
a) Subjetivos
O segurado deve ter capacidade civil: o incapaz que desejar fazer um contrato de
seguro dever estar devidamente representado ou assistido. Se o contrato for
feito mediante procurador, esse tambm responde perante o segurador pelas
inexatides ou lacunas que inserir no contrato.
b) Objetivos
Licitude: o objeto descrito na aplice deve ser lcito e possvel. Se for ilcito,
como, por exemplo, seguro de operaes de contrabando, nulo ser o contrato.
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Valor determinado: o valor do objeto deve ser certo. A aplice precisa conter o
valor do objeto segurado para clculo da indenizao do risco.
c) Formais
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b) Deveres
Abster-se de tudo que possa aumentar os riscos: no pode dar causa ao aumento
dos riscos, sob pena de perder o seguro. Exemplo: seguro de residncia e
posterior instalao de depsito de fogos de artifcio.
Ser leal: ser sincero e agir de boa-f, sob pena de anulao do contrato por dolo
(artigo 765 do Cdigo Civil) ou de perder o valor do prmio (artigo 766 do
Cdigo Civil).
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existir vcio, no contrato, que possa tirar sua eficcia (artigos 766 e 784 do
Cdigo Civil);
titularidade da aplice.
b) Deveres
Tomar medidas para eliminar ou diminuir os riscos que podem afetar a coisa
segurada.
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pela supervenincia do risco que faa perecer o bem segurado: pago o valor
pela seguradora, o contrato perde seu objeto;
1. DIREITOS REAIS
1.1. Conceito
o conjunto de normas que estabelece a relao potestativa entre a pessoa e os
bens; o estudo da dinmica da propriedade (o cerne do direito real a propriedade).
De um lado estudam-se os direitos reais sobre coisas alheias; de outro, estuda-se
a posse (no direito real e, sim, uma situao de fato, protegida, por se enxergar no
possuidor a pretenso da propriedade); e, no meio, estuda-se a propriedade.
1.2. Caractersticas
DIREITOS PESSOAIS
SA
Credor
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DIREITOS REAIS
SA
Proprietrio
SB
Indeterminado
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SB
Devedor
Objeto
Relao
Jurdica
Relao de
Poder
Objeto
Relao
Jurdica
Dvida
}Responsabilidade
1.2.3. Ao real
Os direitos reais e a posse tm uma tutela diferenciada pela Teoria do Processo,
tendo em vista a garantia da celeridade dentro do sistema. As duas principais caractersticas
da ao possessria so:
1.2.4. Exclusividade
No existem dois titulares com direitos reais anlogos, ou seja, duas pessoas no
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podem exercer o mesmo direito real sobre a mesma coisa. No caso de condomnios, esses
no ferem a exclusividade, tendo em vista que cada condmino exerce o seu direito real
sobre parte ideal.
1.2.5. Privilgio
O crdito real no se submete diviso, tendo em vista a existncia de uma ordem entre
os credores, estabelecida por meio do princpio cronolgico, ou seja, aquele que primeiro
apresentar o crdito em cartrio ser o credor privilegiado.
1.2.6. Abandono
O abandono do direito real a perda de efeitos jurdicos devido disponibilidade
material da coisa. O abandono e a renncia, no campo dos efeitos, fazem cessar os efeitos
jurdicos. A renncia, no entanto, difere do abandono, visto que a obrigao cessa pela
prerrogativa que o titular tem conferida por norma jurdica (resilio).
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O direito real, segundo o disposto no artigo 1.225 do Cdigo Civil, classifica-se em:
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Esse rol do artigo 1.225 taxativo, mas rol no exaustivo, visto que os direitos
reais de aquisio foram criados por normas especiais, adotando-se o princpio da
taxatividade.
2. POSSE
2.1. Conceito
Para SAVIGNY, posse a possibilidade de disposio fsica da coisa com nimo de
t-la como sua e de defend-la contra terceiros. Para IHERING, posse a exteriorizao ou
visibilidade do domnio (bastaria o ato de propriedade para ser possuidor).
O nosso sistema jurdico adota com maior intensidade o conceito de IHERING, no
entanto, no um conceito puro, visto que o conceito de SAVIGNY tambm foi utilizado
pelo Cdigo Civil.
Para o Prof. WALD, posse uma situao de fato que gera conseqncias jurdicas.
Protege-se essa situao de fato, visto que h uma hiptese de que, naquela situao de
fato, exista um proprietrio.
2.2. Teorias
2.2.1. Teoria subjetiva (SAVIGNY)
Nessa teoria tem-se um elemento objetivo (corpus), que a relao material
estabelecida com a coisa, e tem-se um elemento subjetivo (animus rem sibi habendi), que
a vontade de ter a coisa como sua.
Estabeleceram-se esses dois elementos para se distinguir posse de mera deteno,
visto que em ambas as figuras existe a relao material com a coisa. Na deteno, no
entanto, essa relao material no gera efeitos jurdicos.
2.2.2. Teoria objetiva (IHERING)
Nessa teoria tem-se apenas o elemento objetivo (corpus). Afirma-se que o animus
est inserido no corpus e que o elemento subjetivo dispensvel. Essa teoria adotada
pelo Direito brasileiro, no havendo, ento, necessidade de comprovar o animus.
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reais. IHERING afirmou que no se pode dizer que a posse um direito real, visto que no
existe registro, sendo, ento, um direito pessoal.
O sistema brasileiro, no entanto, adota outro entendimento, no qual a posse tosomente um fato, no sendo direito real, nem pessoal.
2.4. Efeitos
Em primeiro lugar deve-se distinguir jus possidendi e jus possessionis. Jus
possidendi a posse que tem por substrato uma propriedade o proprietrio-possuidor.
Jus possessionis a posse que no tem substrato jurdico. Tem por substrato uma mera
situao de fato.
A posse tem trs efeitos bsicos:
2.5. Espcies
2.5.1. Posse direta e posse indireta
A posse direta decorre da efetiva relao material entre a pessoa e a coisa. A posse
indireta nasce por meio de uma fico, pela qualidade jurdica do titular do direito. Essa
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classificao somente ser possvel no jus possidendi, e poder acontecer tanto nos
contratos (consensuais ou reais) quanto nos direitos reais limitados (exemplo: usufruto).
Essa classificao tem o efeito de proteo possessria. No caso da posse indireta, o
proprietrio ser o possuidor indireto da coisa. O possuidor direto tem prerrogativa
possessria, mas no poder usucapir a coisa, tendo em vista a posse ser precria
(estabelecida por uma relao de confiana), existindo a proteo posse indireta.
2.5.2. Posse justa e posse injusta
A posse justa aquela que est em conformidade com o ordenamento jurdico. A posse
injusta aquela contrria ao ordenamento jurdico, podendo ser:
precria: obtida por meio de uma relao de confiana entre as partes, mas
retida indevidamente.
A posse injusta poder tornar-se justa quando o vcio for sanvel. Esse vcio ser
sanado aps um ano e um dia, cessada a violncia ou a clandestinidade. A precariedade,
entretanto, no convalesce jamais, ou seja, o vcio no poder ser sanado.
2.5.3. Posse de boa-f e posse de m-f
Trata-se aqui do elemento subjetivo da posse. A posse de boa-f aquela cujo titular
desconhece qualquer vcio que macule a posse. A posse de m-f se d quando o titular sabe
do vcio. No nosso sistema, prevalece a presuno da posse de boa-f, tendo o titular direito a
frutos, benfeitorias e reteno e notificao.
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Traditio breve manu: aquela situao em que o possuidor direto passa a ser
possuidor pleno da coisa.
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O atual Cdigo Civil, no seu artigo 1204, por adotar a teoria de Ihering apenas
estabelece: "Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possvel o exerccio, em
nome prprio, de qualquer dos poderes inerentes propriedade".
2.6.1. Classificao dos modos de aquisio da posse
a) Quanto ao ato de vontade
Unilateral:
disposio;
exerccio do direito.
Bilateral:
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2.7. Sujeitos
2.7.1. Parte
aquele que tem a relao material com a coisa. o chamado titular. O incapaz,
para adquirir posse, no precisa estar representado ou assistido, tendo em vista ser a posse
uma relao material e no jurdica.
2.7.2. Procurador
aquele que recebe, numa relao contratual, o poder de exercer a posse em nome
de outrem.
2.7.3. Gestor
A gesto de negcios um ato unilateral, ratificado pela parte.
2.8. Perda da Posse
Perde-se a posse por meio de trs vias: perda do corpus, perda do animus, ou perda
do corpus e do animus.
2.8.1. Perda do corpus
Perde-se o corpus nas seguintes hipteses:
a) Perecimento
O artigo 78 do Cdigo Civil de 1916 informava as hipteses de perecimento:
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moderao;
atual ou iminente;
posse.
teis: aquelas que aumentam a qualidade econmica da coisa por gerar maior
utilidade;
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princpio da boa-f: existe a presuno de boa-f; ou seja, no silncio, presumese a posse de boa-f
tese,
possuidor
irresponsvel
pela
deteriorao
natural.
Tem
responsabilidade subjetiva.
2.9.4. Efeitos da posse de m-f
a) Em relao aos frutos
O possuidor de m-f tem obrigao de devoluo dos frutos percebidos e colhidos,
perder os frutos pendentes e tem o direito de ser indenizado pela produo e custeio (visa
ao no enriquecimento indevido de terceiros).
b) Em relao s benfeitorias
O possuidor perder as benfeitorias teis e volupturias, ter direito indenizao
pelas benfeitorias necessrias e no poder reter a coisa, nem levantar, se no houver
indenizao por elas.
c) Em relao deteriorao
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Constitucional: trata de imvel. Trabalha com duas hipteses: pro labore e pro
misero. Ambas tem prazo de cinco anos.
Legal (Cdigo Civil): trata de mvel e imvel. Trabalha com cinco hipteses
nos mveis: extraordinrio (5 anos) e ordinrio (3 anos); nos imveis:
extraordinrio (15 anos) e ordinrio (10 ou 5 anos). Menciona ainda as duas
modalidades constitucionais e usucapio coletivo (artigo 1228, 4., do Cdigo
Civil).
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O Novo Cdigo Civil sepulta todo o problema no seu artigo 1.210, 2., pois
determina: "No obsta a manuteno ou reintegrao na posse a alegao de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa". Portanto, pelo novo sistema no
existe "exceptio proprietatis", no podendo ser adotada a Smula 487 do Supremo
Tribunal Federal.
As aes possessrias, no Cdigo de Processo Civil, so tratadas com quatro regras
fundamentais, quais sejam:
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a) Duplicidade
a hiptese em que a ao possessria d cognio plena ao juiz,
independentemente da reconveno. O ru contrape, na mesma ao, pedido possessrio.
No existe reconveno: a contestao tem carter de reconveno. O fundamento dessa
regra a celeridade e, por ser posse, uma situao de fato.
b) Fungibilidade
A ao possessria pode ter seu pedido alterado no curso da demanda possessria,
entretanto, somente no que diz respeito tutela possessria. a mutabilidade do pedido no
curso da demanda.
c) Cumulatividade
O pedido no precisa ser exclusivamente possessrio. Podero ser pedidos, tambm,
indenizao, perdas e danos, e multa. Tem todo um carter patrimonial, visto que, alm da
situao possessria, pode-se cumular quanto ao patrimnio.
d) Rito prprio
um rito especial para a demanda possessria. Comea com uma petio inicial,
que possui os requisitos gerais do artigo 282 e requisitos especficos de ao possessria:
existncia da posse;
Uma vez presentes esses requisitos, o juiz poder, ao despachar a inicial, praticar
trs atos:
indeferir a inicial;
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1.1.3. Neoliberalismo
A propriedade volta a ser direito privado, porm, desde que seja cumprida a funo
suprameta-individual. uma proteo da coletividade e no do Estado. Surgem os
interesses difusos e coletivos, com o controle desses interesses.
1.2. Estrutura da Propriedade (Artigo 1.228, "caput", do Cdigo Civil)
1.2.1. Externa
Na estrutura externa, o sujeito ativo o dominus (titular), o sujeito passivo so todos
(eficcia erga omnes) e o objeto so todos os bens com apreciao econmica. A relao
jurdica estabelece s o direito do titular, em que sua maior prerrogativa o direito de
seqela (artigo 1.228, "caput" do Cdigo Civil). O sujeito passivo tem obrigao de no
interferncia.
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1.2.2. Interna
A estrutura interna composta pelos direitos de usar (obter a utilidade da coisa jus
utendi), fruir (diz respeito aos frutos jus fruendi) e dispor (alienar, abandonar ou autolimitar jus disponendi).
O direito real limitado o fracionamento dessas prerrogativas para mais de uma
pessoa (ex.: o possuidor tem o direito de usar e de fruir, mas no tem o direito de dispor).
Observao: Princpio da Elasticidade: por mais que se fracione as prerrogativas de
poder, num dado momento reorganizam-se os direitos para um nico titular.
1.3. Caractersticas da Propriedade
A propriedade um direito absoluto, exclusivo, perptuo, aderente e limitado. A
limitao abarca todas as demais caractersticas. Pode-se dizer, ento, que a propriedade
tem cinco caractersticas.
1.3.1. Absoluta
Visto que um direito pleno, possuindo uma relao de poder, de usar, fruir e
dispor.
1.3.2. Exclusiva
Visto que somente um indivduo pode ter as prerrogativas daquela propriedade
(princpio da exclusividade).
1.3.3. Perptua
Visto que transmissvel causa mortis. No direito privado, existem duas excees
ao princpio da perpetuidade:
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perpetuidade. Causa antecedente ou concomitante uma causa contratual, prconhecida das partes, anterior tradio (ex.: pacto de retrovenda).
Observao: Herdeiro aparente aquele que se apresenta aos olhos de todos como
se herdeiro fosse, no entanto, nunca foi herdeiro legal. Acontece nos casos da indignidade.
1.3.4. Aderente
a prerrogativa do titular de trazer para si a coisa, independentemente de onde ela
esteja, por meio de ao reivindicatria. Tm-se 3 aes decorrentes dessa ao :
1.3.5. Limitada
Existem dois tipos de limitao:
a) Limitaes voluntrias
Podem ser:
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Bem de famlia (artigo 1.715 e ss. do Cdigo Civil), que poder ser compulsrio
(Lei n. 8009) e voluntrio (artigo 1.715 do Cdigo Civil). A vantagem do bem de
famlia voluntrio sobre o compulsrio que, no primeiro, pode-se gravar
qualquer bem como sendo de famlia.
b) Limitaes legais
Podem ser:
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cujus, todos os bens, mveis ou imveis, sero considerados legalmente imveis, a fim de
que se possa fazer um controle dos bens deixados pelo de cujus.
O rol do artigo 1.245 do Cdigo Civil, que trata das formas de aquisio de bem
imvel, taxativo: h somente 4 formas de aquisio de bem imvel. A aquisio de bem
imvel pode ser classificada quanto ao modo e quanto ao ttulo.
Quanto ao modo pode ser:
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poder registrar;
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b) Quanto ao objeto
Ilhas: o Cdigo de guas dispe que as ilhas podem ser bens pblicos ou bens
particulares, dependendo da natureza da gua (ilha em gua pblica bem
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possuidor deve estar na posse do imvel por, no mnimo, cinco anos ininterruptos, no se
admitindo a soma do prazo pelos antecessores. A Constituio Federal/88 exige que a
prpria pessoa esteja no imvel por cinco anos, salvo nos casos de sucesso por morte.
1.5.2. Usucapio constitucional rural (pro labore)
O imvel deve ser rural e com at 50 hectares, devendo haver posse justa. Exige-se,
ainda, a produtividade do imvel. Para o sistema constitucional, produtividade significa a
subsistncia do possuidor, no havendo necessidade de lucro. Deve haver a produo por
cinco anos, no mnimo, e o imvel deve servir de moradia, sendo o nico bem da famlia.
1.5.3. Usucapio legal
Tem os seguintes pressupostos (tanto para o usucapio ordinrio, quanto para o
extraordinrio):
Res habilis (coisa): todos os bens podero ser usucapidos, salvo aqueles que o
sistema legal veda expressamente. No podem ser usucapidos: bens pblicos,
fora do comrcio, servides no aparentes ou descontnuas, reas de proteo
difusa ou coletiva e toda rea que decorre de posse precria (suspenso ou
interrupo do prazo prescricional relao contratual).
Titulus (justo ttulo): o documento, o contrato translativo que, por vcio formal,
no gera registro. No usucapio extraordinrio, h uma presuno absoluta de
existir o justo ttulo (artigo 1.238 do Cdigo Civil). Essa presuno absoluta
decorre do prazo de 15 anos na posse do imvel. No usucapio ordinrio, h um
nus do autor, havendo necessidade da juntada do justo ttulo na petio inicial,
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no existindo a presuno.
Possessio (posse): essa relao possessria, para gerar o usucapio, deve ser
sempre justa (no violenta, no clandestina e no precria), devendo convalescer
com mais um ano e um dia e sem interrupo. Nesse caso, cabe o acessio
temporis, ou seja, pode haver a soma do tempo de posse dos antecessores.
2. RELAO DE VIZINHANA
2.1. Consideraes Gerais
o complexo de direitos e obrigaes que se estabelece entre os titulares de imveis
vizinhos. O Cdigo Civil fala em direito de vizinhana, entretanto, o que se estabelece so
obrigaes entre vizinhos. Essas obrigaes so de sujeio e absteno.
Tem trs institutos importantes:
rvores limtrofes;
passagem forada.
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interesse coletivo.
Se o interesse individual, ser imposto ao causador do dano uma obrigao de no
fazer. Se o interesse coletivo, ser imposto ao causador do dano uma obrigao de fazer e
uma indenizao pelos danos causados.
2.2.1. Teoria da pr-ocupao
uma matria de defesa alegada pelo causador do dano, retirando o nexo de causalidade
sob o argumento de que a atividade danosa pr-existia relao de vizinhana. Os tribunais
no adotam a Teoria da Pr-Ocupao como matria de defesa, tendo em vista que se
entende que o Poder Pblico tem o privilgio de reordenar as atividades dos particulares.
2.3. rvores Limtrofes
So aquelas que se estabelecem entre, pelo menos, dois imveis contguos. A rvore
limtrofe um condomnio especial, chamado de condomnio pro diviso. O condomnio
pro diviso aquele em que cada um dos titulares exerce posse e propriedade sobre parte
certa da coisa.
2.3.1. Regras
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Bem divisvel: aquele que pode ser fracionado sem perder suas qualidades. H
sempre uma presuno de divisibilidade quando houver dvida.
Bem indivisvel: pode ser indivisvel pela sua natureza, quando a frao se tornar
pequena demais, tornando o bem economicamente invivel, por exemplo: um
diamante. Pode ser indivisvel por determinao legal, por exemplo: hipoteca.
Pode ainda ser indivisvel por vontade das partes, por exemplo: doao com
clusula de indivisibilidade, que tem durao mxima de cinco anos.
Se o bem for divisvel, cada condmino pode alienar sua cota parte,
independentemente do direito de preferncia, que somente dever ser observado quando o
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1.2. Conceito
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1.4. Efeitos
1.5. Hipteses
Fideicomisso
Retrovenda
A.F.G. Fiduciante
Fiducirio
Prop. Aparente
- Boa-f
+
- Erro invencvel
Ningum pode transferir mais direitos do que tem.
Erro comum faz direito.
Segurana jurdica.
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Casos:
transcrio indevida;
herdeiro aparente.
2. DIREITOS DE AUTOR
2.1. Natureza Jurdica e Conceito de Direito de Autor
Muitos censuravam o legislador do Cdigo Civil de 1916 por haver colocado no
Livro II, Direito das Coisas, a propriedade literria, cientfica e artstica, o que deve ter
ocorrido porque, tradicionalmente, a propriedade sempre teve por objeto bens corpreos.
Entendem esses crticos que a propriedade literria, cientfica e artstica teria sua
localizao perfeita no mbito da teoria das pessoas, na parte alusiva aos Direitos da
Personalidade.
Conforme assinalava MARIA HELENA DINIZ, transcrevendo o Prof. ANTONIO
CHAVES, o tema muito controvertido e muitos tentam apresentar a natureza jurdica desse
instituto.
O atual Cdigo Civil nem fez meno aos Direitos de Autor pois,
independentemente de sua natureza jurdica, a matria tratada e deve continuar a s-lo
por lei especial, em virtude de autonomia que ganhou o tema dentro do rol dos Direitos
Reais.
Teoria Negativista: h autores que chegam a negar a prpria natureza jurdica do
Direito Autoral, ante o carter social das idias. Manzini afirma que o pensamento pertence
a todos, sendo uma propriedade social e, por isso, a inspirao da alma humana no pode
ser objeto de monoplio. DEBOOR chega a afirmar que as obras do esprito pertencem ao
povo. A obra protegida deveria pertencer humanidade ou, na pior das hipteses, ao
Estado.
Produto do Meio: outros autores, questionados por MALAPLATE, afirmam que a obra
artstica ou cientfica mero produto do meio em que surgiu.
Privilgio: de acordo com COLIN, CAPITANT, MEDEIROS e ALBUQUERQUE, o Direito
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Propriedade
Intelectual:
IHERING,
KOHLER,
DERNBURG,
entre
outros,
um
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2.2.2. Titularidade
Estabelece o artigo 14 da Lei dos Direitos Autorais que titular de direitos de autor
quem adapta, traduz, arranja ou orquestra obra cada no domnio pblico; todavia no
pode, quem assim age, opor-se a outra adaptao, arranjo, orquestrao ou traduo, salvo
se for cpia da sua. O artigo 652 do Cdigo Civil de 1916, revogado, tambm protegia o
tradutor ou o escritor, afirmando que esses tm o mesmo Direito de Autor, tanto o tradutor
de obra j entregue ao domnio comum quanto o escritor de verses permitidas pelo autor
da obra originria. O tradutor, porm, no pode se opor nova traduo.
2.2.3. Traduo
De acordo com o artigo 29, inciso IV, da Lei dos Direitos Autorais, para que se
possa traduzir uma obra imprescindvel a anuncia do autor, salvo se a obra j for de
domnio pblico. A primazia na traduo no confere exclusividade a nenhum tradutor de
modo a impedir que outra pessoa traduza a mesma obra. O primeiro tradutor s pode
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reclamar as perdas e danos quando houver traduo que no passe de mera reproduo da
sua. O mesmo ocorre quanto s adaptaes, arranjos e orquestraes, que s sero livres
desde que a obra j tenha cado no domnio pblico, caso contrrio, depender de
autorizao do autor. O texto traduzido ou adaptado que constitui Direito de Autor do
tradutor ou daquele que fez o arranjo musical.
Acrescenta o artigo 9. que, cpia de arte plstica feita pelo prprio autor,
assegurada a mesma proteo de que goza seu original.
O artigo 10 e seu par. n. tambm protegem o ttulo das obras e ainda o de
publicaes peridicas, inclusive jornais, durante um ano aps a sada do ltimo nmero,
salvo se forem anuais, caso em que esse prazo se elevar a dois anos.
O artigo 12 da Lei dos Direitos Autorais determina que para identificar-se como
autor, poder o criador da obra intelectual usar de seu nome civil, completo ou abreviado,
at de suas iniciais, de pseudnimo ou de qualquer sinal convencional.
2.2.4. Prazo de proteo
Quando a obra realizada em co-autoria for indivisvel, o prazo de 70 anos de
proteo aos direitos patrimoniais ser contado da morte do ltimo dos co-autores
sobreviventes. Os direitos do co-autor, que falecer sem sucessores, sero acrescidos aos
sobreviventes.
2.2.5. Registro da obra
Continua em vigor o artigo 17 da Lei n. 5.988/73 sobre o registro das obras
intelectuais, devendo o mesmo ser feito na Biblioteca Nacional, na Escola de Msica, na
Escola de Belas Artes da UFRJ, no Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Caso a obra comporte registro em mais de um
desses rgos, dever ser registrada naquele com que tiver maior afinidade ( 1.). Caso
no se enquadre em nenhuma dessas entidades, o registro dever ser feito no Conselho
Nacional de Direito Autoral ( 2.). A jurisprudncia tem entendido que a falta de registro
no acarreta privao dos direitos conferidos ao autor pela lei vigente.
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ter o nome, pseudnimo ou qualquer sinal para caracterizar o titular como autor;
ter acesso a exemplar nico e raro da obra que se encontre legitimamente com
terceiros.
No tem direito de autor o titular cuja obra foi retirada de circulao em virtude de
sentena judicial, por ser tida como imoral, pornogrfica, obscena ou que fira os artigos 61
a 64 da Lei de Imprensa (n. 5.250/67).
Os sucessores tm, dentre os citados direitos morais do autor, os quatro primeiros.
Tm tambm os direitos 5. e 6., desde que indenizem terceiros quando couber. Os
herdeiros, alm de auferirem as vantagens econmicas do trabalho intelectual, devem
defender a integridade da obra, impedindo quaisquer alteraes. Os sucessores do autor
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no podero reproduzir verses anteriores da obra quando o prprio autor tiver dado verso
definitiva. Os direitos morais do autor se restringem parte econmica quando
transmitidos aos herdeiros, at porque os direitos morais so inalienveis e irrenunciveis
(artigo 27).
O Estado deve defender a integridade e a autoria da obra cada no domnio pblico
(artigo 24, 2.).
O direito de modificar a obra personalssimo do autor, que pode repudiar qualquer
alterao no consentida. Nem mesmo os herdeiros podem modificar a obra, e muito
menos o editor. Esse, de acordo com o artigo 66 da Lei dos Direitos Autorais, no pode
nem fazer abreviaes, adies ou modificaes na obra, sem permisso do autor.
Como j dissemos, o artigo 27 da Lei dos Direitos Autorais diz que os direitos
morais do autor so absolutos, inalienveis, irrenunciveis e perptuos. O autor pode
manter a obra indita ou arrepender-se de t-la publicado e retir-la de circulao. A obra
intangvel e impenhorvel.
2.4. Direitos Patrimoniais do Autor
O autor pode, por ser proprietrio, usar, fruir e dispor de sua obra, bem como
autorizar que terceiro o faa (artigos 28 e 29).
2.4.1. Incomunicabilidade
Os direitos patrimoniais do autor, exceto os rendimentos resultantes de sua
explorao, no se comunicam, salvo se ao contrrio dispuser o pacto antenupcial (artigo
39 da Lei dos Direitos Autorais). Tal dispositivo est em confronto com o artigo 263, inciso
XIII, do Cdigo Civil de 1916 .
Segundo o artigo 29, a utilizao da obra depende de expressa autorizao do autor,
para os fins de:
edio;
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2.).
Quando a obra intelectual realizada em colaborao for indivisvel, o prazo de
proteo, ditado pelo artigo 41, ser contado da morte do ltimo dos colaboradores
sobreviventes (artigo 42).
Tambm ser de 70 anos o prazo de proteo aos direitos patrimoniais sobre obras
annimas ou pseudnimas, contados a partir de 1. de janeiro do ano imediatamente
posterior ao da primeira publicao (artigo 43). Se o autor, todavia, antes do decurso desse
prazo, se der a conhecer, aplicar-se- o disposto no par. n. do artigo 41.
Igualmente, ser de 70 anos o prazo de proteo aos direitos patrimoniais sobre
obras audiovisuais e fotogrficas, a contar de 1. de janeiro do ano subseqente ao de sua
divulgao (artigo 44).
Os sucessores do autor falecido tm os direitos arrolados na Lei n. 9.610/98, artigo
24, incisos I a IV.
Alm das obras em relao s quais transcorreu o prazo de proteo dos direitos
patrimoniais, pertencem ao domnio comum: as de autores falecidos que no tenham
deixado sucessores; as de autor desconhecido, ressalvada a proteo legal aos
conhecimentos tnicos e tradicionais (artigo 45).
No sero de domnio pblico da Unio, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municpios as obras por eles simplesmente subvencionadas (artigo 6.).
No h, portanto, bom frisar uma vez mais, nenhuma contradio entre a
imposio legal desse interregno de 70 anos para o direito autoral e o carter de
perpetuidade peculiar do domnio porque, na propriedade literria, artstica e cientfica, h
aquelas duas relaes distintas, que j mencionamos antes, em que uma, concernente
paternidade da obra, perene ou perptua, e outra, relativa explorao econmica
exclusiva, temporria. O legislador pretendeu apenas disseminar a arte e a cultura,
permitindo amplamente a reproduo ou execuo dessas obras a preo inferior. O domnio
pblico permitir, ao mesmo tempo, a divulgao da cultura e o barateamento da obra pela
livre explorao.
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superfcie;
usufruto (usufruturio);
uso (usurio);
Hipoteca.
Penhora.
Anticrese.
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O terceiro, nesse caso, tem uma nica prerrogativa: execuo da coisa; levar o bem
hasta pblica.
3.3. Direitos Reais De Aquisio
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O artigo 1.213 do Cdigo Civil dispe que somente uma servido aparente e
contnua poder ter proteo possessria e gerar ao possessria e de usucapio. A
Smula n. 415 do Supremo Tribunal Federal, entretanto, dispe que h uma exceo a essa
regra, tratando-se da servido de passagem, que uma servido aparente e descontnua,
mas, com proteo possessria.
4.1.5. Direitos e deveres dos titulares
O titular do imvel tem a obrigao da manuteno da coisa essa manuteno
implica exerccio restrito ao que foi estabelecido e tem o direito de usar e fruir.
O titular do imvel serviente tem a obrigao de sujeio uma obrigao negativa
de no fazer e tem o direito de exigir indenizao quando no houver manuteno da
coisa ou quando o uso for indevido.
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5. USUFRUTO
5.1. Conceito
o direito real limitado pelo qual o titular da coisa transfere a terceiro o direito de
usar e fruir ou o direito de dispor de forma temporria, remanescendo o titular com
prerrogativa real sobre a coisa.
5.2. Natureza Jurdica e Princpios
H um direito real limitado de fruio, mas, ao mesmo tempo, um direito pessoal,
personalssimo.
O usufruto um direito inalienvel (artigo 1.393 do Cdigo Civil). O usufruturio
no poder alienar o usufruto, entretanto poder devolv-lo ao nu-proprietrio ou ceder o
direito de usufruto para terceiros. O que no se pode fazer transferir legalmente o
usufruto para terceiros. Sendo um direito inalienvel, o usufruto impenhorvel.
O usufruto um direito divisvel, ou seja, pode-se estabelecer um condomnio de
usufruturios. O usufruto tambm um direito temporrio, visto que, uma vez falecendo o
usufruturio, extingue-se o usufruto. Se o usufruto for feito com pessoa jurdica, vigorar
por 30 anos (o Cdigo Civil de 1916 estabelecia o prazo de 100 anos). O uso ilimitado. A
diferena entre usufruto, uso e habitao est no exerccio por parte do titular. No usufruto,
o exerccio amplo; no uso, o exerccio restrito; na habitao, o exerccio muito
restrito.
5.3. Espcies
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Por vontade das partes: estabelece-se por ato unilateral (testamento etc.) ou por
ato bilateral (contrato). O usufruto por ato bilateral pode ser gratuito ou oneroso.
5.3.2. Quanto ao objeto
Universal: aquele que recai sobre todos os bens ou sobre uma frao
indeterminada deles.
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Cdigo Civil , :
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Usar e fruir livremente da coisa, desde que no exista uma causa que limite essa
fruio.
b) Obrigaes do usufruturio
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alienar a coisa (o nu-proprietrio poder alienar a coisa quando e para quem ele
quiser);
So obrigaes do nu-proprietrio:
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Culpa do usufruturio.
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Compromisso Irretratvel:
(arrependimento por uma das partes); um direito real que vai a registro.
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de compra e venda. Essa posio no foi adotada porque, no direito de garantia, o bem
garante uma relao jurdica principal (havendo duas relaes jurdicas) e, no compromisso
de compra e venda, o bem garante a prpria relao jurdica (h uma nica relao
jurdica). Ainda, no direito de garantia, caso o devedor no pague as prestaes, o credor
no poder tomar o bem dado em garantia automaticamente; no compromisso de compra e
venda, caso o devedor no pague as prestaes, o credor poder automaticamente tomar o
bem para si.
Conclui-se, portanto, que o compromisso de compra e venda um direito real sui
generis, visto que no h, no ordenamento jurdico, nenhum modelo que a ele se adapte.
6.5. Requisitos
Caso falte um dos requisitos, a relao jurdica passa de obrigao real para somente
relao obrigacional.
Os requisitos do compromisso de compra e venda so:
6.5.1. Irretratabilidade
No pode haver, no compromisso de compra e venda, nenhuma clusula contratual
que permita a alguma das partes o arrependimento. Apesar de irretratvel, entretanto, o
contrato de compra e venda pode ser resilido bilateralmente ou rescindido por culpa do
compromissrio comprador.
Resilio unilateral a extino do contrato por ato voluntrio da parte no culposa.
Resilio bilateral a hiptese em que nenhuma das partes quer continuar com o
contrato (distrato). Tem eficcia ex nunc. O distrato deve ter a mesma forma do contrato
Resciso a extino do contrato por culpa de uma das partes.
No compromisso de compra e venda, a resciso somente poder ocorrer por culpa
do compromissrio comprador, se ele no cumprir com a obrigao de pagar as parcelas. A
resciso tem efeito ex tunc. No pode ser efetuada pela parte; somente pode ser declarada
pelo juiz.
6.5.2. Bem imvel
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de perdas e danos.
6.6.2. Direito de seqela com prerrogativa real
O compromissrio comprador pode ir atrs do bem onde quer que ele esteja.
6.6.3. Aes reais
Ambos se valem dessa tutela porque, normalmente, o compromissrio comprador
o possuidor direto e o promitente vendedor o possuidor indireto.
6.6.4. Transmissibilidade causa mortis
Com a morte, seja do compromissrio comprador ou do promitente vendedor, seus
herdeiros devem dar continuidade ao compromisso; a morte no gera perda de continuidade.
6.6.5. Cessibilidade
Apesar de o compromisso de compra e venda no poder ser alienado, ele pode ser cedido.
Tanto o compromissrio comprador quanto o promitente vendedor podem ceder seus direitos.
O compromissrio comprador faz cesso de um dbito seu, no havendo necessidade da
anuncia do promitente vendedor para realizar a cesso. O Decreto-lei n. 58/37 estabelece uma
solidariedade para os cessionrios (todos cumprem solidariamente a obrigao, criando um
vnculo de solidariedade do dbito). A cesso no est vinculada ao registro. A cesso com
registro garante ao cessionrio o direito de exigir do promitente vendedor a escritura definitiva,
sob pena de adjudicao compulsria. Com uma cesso sem registro, o cessionrio fica
dependente do cedente (promitente vendedor) para obter a escritura definitiva, visto no ser
titular de direito real.
Por sua vez, o promitente vendedor poder ceder seu crdito, entretanto ter,
obrigatoriamente, que notificar o compromissrio comprador.
6.6.6. Imisso na posse
No momento em que ocorre o compromisso, salvo regras excepcionais, o
Compromissrio comprador tem a posse direta.
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solidariedade perfeita: em que os vrios coobrigados esto unidos pela mesma relao
causal com o credor, gerando, sempre, uma diviso proporcional;
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A relao de garantia, quer a hipoteca, quer o penhor, quer a anticrese, no pode ser
autnoma.
7.3.2. Princpios
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pode haver divrcio direto desde que haja, no mnimo, 2 anos de separao
de fato;
A Lei 6.515/77 tambm est revogada com o advento e entrada em vigor do novo
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Vida em comum
Fidelidade
Assistncia mtua
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Nos casos em que a celebrao for feita por autoridade incompetente, o casamento
anulvel (artigo 1.550, inciso VI, do Cdigo Civil); no entanto a anulabilidade deve ser
desconstituda em dois anos, caso contrrio o casamento passa a ter validade (artigo 1560,
inciso II, do Cdigo Civil).
2.4.4. Justia de Paz
Integrante do Poder Judicirio, eletiva, temporria e remunerada, ou seja, o Juiz de
Paz ser eleito, ter um mandato de quatro anos e receber remunerao. A Justia de Paz
est prevista na Constituio Federal, mas ainda no foi regulamentada por lei, portanto,
o Juiz de Casamentos quem faz a celebrao.
2.5. Espcies
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alm do consentimento dos pais, necessrio o suprimento de idade pelo juiz. Em qualquer
caso de casamento de menores, o regime adotado ser sempre o de separao de bens
(artigos 1.641, inciso III, do Cdigo Civil).
Aps essas providncias, o cartrio providenciar a publicao de editais de
proclamas com prazo de 15 dias, chamando os interessados para impugnarem ou no a
habilitao. Ainda que no haja impugnao, o Ministrio Pblico verificar todas as
habilitaes para que se d seqncia ao processo. Somente quando houver impugnao o
Juiz se manifestar. No havendo impugnao, ser expedida pelo cartrio uma Certido
de Habilitao que ter validade por trs meses. Com a celebrao do casamento, ser
expedida pelo cartrio a Certido do Registro de Casamento. Essa certido do Registro de
Casamento (artigo 1.543, caput, do Cdigo Civil) a prova de que foi celebrado o
casamento. Caso se percam todos os registros, pode-se comprovar o casamento com outros
documentos. Neste caso, a prova deve ser judicial e o casamento reconhecido pelo Juiz.
A lei tambm dispe sobre a comprovao do casamento na posse do estado de
casados (artigos 1.545 a 1.547 do Cdigo Civil). A posse do estado de casados uma
situao de fato em que o homem e a mulher se comportam como casados. Essa posse
uma prova adicional do casamento.
2.7. Impedimentos Matrimoniais
Os impedimentos previstos no artigo 1.521 esto ligados capacidade e legitimao
para a prtica do ato. So impedimentos matrimoniais certos fatos ou circunstncias
previstos em lei que impedem o casamento de algumas pessoas. Se essas circunstncias
impeditivas se concretizarem, tero como conseqncia, dependendo do caso, a nulidade
do casamento, a anulao do casamento ou a aplicao de certas sanes aos contraentes.
Os impedimentos tm graduaes, podendo ser mais graves ou menos graves. Os
artigos 1.521 e 1.523, dispem sobre os impedimentos, que so em nmero de dezesseis e
divididos em dois grupos, de acordo com o grau de sua gravidade. So eles:
a) impedimentos dirimentes absolutos (artigo 1521, incisos I a VII, do Cdigo
Civil):
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d) Inciso IV
No podem se casar irmos e colaterais at o 3. grau.
e) Inciso V
No podem se casar o adotado com o filho do adotante. Isso porque os mesmos so
irmos.
f) Inciso VI
No podem se casar pessoas casadas. O segundo casamento no se convalida com a
dissoluo do primeiro casamento nem com a viuvez. A nulidade absoluta do primeiro
casamento, no entanto, convalida o segundo casamento.
g) Inciso VII
No podem se casar o cnjuge sobrevivente com o autor de homicdio ou tentativa
contra seu consorte.
2.7.2. Impedimentos suspensivos
Esses impedimentos apenas suspendem o casamento, no incidindo qualquer sano
como ocorria no sistema anterior, sendo que o legislador estabeleceu quatro hipteses em
que o patrimnio de uma pessoa no pode, pelo casamento apenas, se confundir com o
patrimnio de outra. O legislador foi bastante flexvel pois autorizou que o juiz suprisse as
hipteses suspensivas quando verificasse que a proteo desnecessria.
a) Artigo 1523, inciso I, do Cdigo Civil
No podem se casar viva ou vivo, se houver filhos do casamento anterior, antes
de fazer o inventrio. O caso desse inciso (casamento de vivo(a) antes de ser feito o
inventrio) acarretar a perda do usufruto dos bens dos filhos. Portanto, para que incida a
suspenso necessrio que existam filhos do cnjuge falecido; que da morte do cnjuge
anterior no tenha sido feito inventrio; que existam bens a serem partilhados e que
existam outros herdeiros na linha descendente ou ascendente.
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quando o casamento tiver como um dos cnjuges pessoa enferma mental sem o
necessrio discernimento para os atos da vida civil. A hiptese rara pois a
debilidade mental deve ser constatada pelo prprio oficial de registro civil ou
pelo Juiz de Paz.
c) Anulao
Prevista em seis hipteses:
consentimento;
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MDULO XVIII
DIREITO CIVIL
1. EFEITOS JURDICOS DO CASAMENTO
Esta matria tratada no Cdigo Civil em seus artigos 1.565 a 1.570. outros efeitos
jurdicos so previstos no Captulo da Filiao (artigos 1.569 a 1.606) e no Captulo das
Disposies Patrimoniais (artigos 1.639 a 1.710). nenhuma distino feita entre o homem
e a mulher, pois o novo Cdigo Civil est alinhado com o artigo 226, 5., da Constituio
Federal./88 que estabelece o princpio da igualdade dos cnjuges na vigncia da sociedade
conjugal.
1.1. Efeitos Pessoais
Dizem respeito aos direitos e deveres de ambos os cnjuges, dispostos no artigo
1.566, do Cdigo Civil.
Por fora do artigo 1.565 os cnjuges so companheiros e responsveis pelos
encargos da famlia e tm por obrigao decidir o planejamento da mesma, j que o 2.
do artigo 1565 est em consonncia com o artigo 226, 7., da Constituio Federal/88.
1.2. Efeitos Sociais
Atingem no s as pessoas dos cnjuges, mas tambm a sociedade. O casamento
tem como efeitos sociais:
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Civil);
com o casamento a pessoa se emancipa (artigo 5., pargrafo nico, inciso II, do
Cdigo Civil).
cnjuge passa a ter com os parentes do outro um vnculo jurdico por afinidade
(artigo 1.595, do Cdigo Civil).
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a) Inciso I
Fidelidade a confiana depositada no outro cnjuge. Uma das formas mais graves
da infidelidade o adultrio (encontro sexual fora do casamento). O adultrio tem como
conseqncia a separao do casal, e na esfera penal considerado como crime. Alm do
adultrio propriamente dito, que de difcil prova, existem, ainda:
b) Inciso II
A convivncia em residncia com animus definitivo pressuposto do casamento.
Pode-se dispensar, entretanto, a vida em comum por consenso, convenincia ou
necessidade. A falta desse dever o abandono do lar que no exige mais o tempo de dois
anos. necessrio que o abandono seja voluntrio (animus de permanecer fora do lar) e
injusto (que no seja motivado pelo outro cnjuge).
O artigo 1.569 do Cdigo Civil estabelece que o domiclio do casal ser escolhido
por ambos os cnjuges, admitindo-se uma ausncia ocasional para atender encargos
pblicos, para o exerccio de profisso ou para atender interesses particulares relevantes.
c) Inciso III
Auxlio, colaborao de um para com o outro. Desmembra-se em assistncia
material e assistncia moral.
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d) Inciso IV
A guarda, sustento e educao dos filhos decorre do chamado ptrio poder, que o
direito-dever dos pais.
e) Inciso V
Estabeleceu o Cdigo Civil ainda o respeito e a considerao mtuos. Tal disposio
irrelevante, pois a mtua assistncia tem todo o aspecto moral, de forma que apenas
reforou o legislador algo que j havia estabelecido.
2.1. Direitos e Deveres patrimoniais
Os artigos 1.642 a 1.652 do Cdigo Civil estabelecem efeitos obrigacionais,
contratuais para que marido e mulher possam contratar de maneira livre, ou estabelecendo
uma interdependncia entre eles.
bom ainda ressaltarmos o comando do artigo 1.568 que determina que para
manuteno da famlia os cnjuges devem concorrer, na proporo de seus bens e do
rendimento do trabalho, qualquer que seja o regime estabelecido. Isso significa que sempre
haver um rateio entre marido e mulher para manuteno da famlia, a no ser que as
prprias pares estabeleam de maneira contrria no pacto antenupcial.
Vejamos as disposies patrimoniais:
a) Artigo 1.647, inciso I, Cdigo Civil
O marido no pode, sem consentimento da mulher, qualquer que seja o regime de
bens, com exceo do regime da separao absoluta ou da participao final nos aqestos
(artigo 1.656 do Cdigo Civil), alienar ou onerar bens imveis ou direitos reais sobre
imveis. A aquisio, entretanto, permitida. Quanto ao compromisso de compra e venda,
existem duas correntes que tratam do assunto. Uma entende que necessria a outorga e
outra entende que no. Alienar, nesse caso, tem o sentido amplo de transmitir a posse do
bem para outra pessoa. A alienao proibida qualquer que seja o regime de bens, visto
que essa proibio visa proteo do patrimnio familiar.
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Legal: tm-se dois tipos que decorrem da lei. O regime da comunho parcial o
regime legal na falta de conveno (artigo 1.640, caput, do Cdigo Civil). Esse
regime tambm chamado de regime comum. Essa situao existe desde a Lei
do Divrcio (Lei n. 6.515/77), antes dela vigorava o artigo 258 do Cdigo Civil
de 1916, que dispunha que o regime legal seria o da comunho universal. O
regime da separao de bens obrigatrio est previsto para certas pessoas. No
artigo 1.641, caput, existem trs hipteses em que a lei obriga o regime de
separao de bens.
3.2. Princpios
3.2.1. Princpio da liberdade (artigo 1.639, "caput", do Cdigo Civil)
Significa autonomia de vontade, que uma das caractersticas da celebrao de um
contrato. Deve haver a livre vontade para a celebrao do contrato. Ainda, os nubentes tm
liberdade para estabelecer qual regime de bens querem adotar.
Essa liberdade s existe para os nubentes, visto que os cnjuges devem,
obrigatoriamente, submeter-se ao regime convencionado. O Cdigo Civil autoriza at
alterao do regime de bens, porm depende de autorizao judicial e motivo justo. Essa
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reservados eram aqueles adquiridos pela mulher com produto exclusivo do seu trabalho,
sendo propriedade exclusiva dela, no havendo comunicao com os bens do marido,
qualquer que fosse o regime de bens.
A aplicao dos bens reservados s se mantm para as mulheres que tm direito
adquirido com o casamento anterior a 1988 ocasio em que o benefcio no mais se
justificou.
Bens dotais so aqueles oferecidos pela mulher ao marido para que este os administre
em nome da famlia, devendo ser devolvidos mulher no caso de separao. Os bens
parafernais esto dispostos no Captulo do Regime Dotal, e so bens particulares da mulher
que no se confundem com os bens dotais. Os bens dotais, estabelecido pelo regime dotal, na
prtica nunca tiveram efetividade no Brasil, mais ainda hoje podem ser estabelecidos j que
as partes tm plena liberdade de estabelecer o regime que lhes aprouver.
3.4. Regime da Comunho Universal de Bens
Disposto no artigo 1.667 do Cdigo Civil, nesse regime comunicam-se todos os
bens, presentes ou futuros, e tambm as dvidas referentes a esses bens, que se transmitem.
O artigo 1.668, entretanto, traz algumas excees de incomunicabilidade de bens.
H um rol muito extenso que vai do inciso I (bens doados ou herdados com a clusula de
incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar) ao inciso V (os bens referidos nos
incisos V a VII do artigo 1.659).
At 1977, o regime da comunho universal de bens era o regime legal na falta de
conveno entre os nubentes.
3.5. Regime da Comunho Parcial de Bens
O regime de comunho parcial de bens , hoje, o regime legal na falta de conveno
ou na falta de exigncia de regime obrigatrio de separao de bens (artigo 1.640, caput,
do Cdigo Civil).
o regime pelo qual se comunicam os aqestos a ttulo oneroso, desde que no
sejam sub-rogao de bens anteriores. Aqestos so os bens adquiridos na constncia do
casamento, no se comunicando os bens anteriores de cada cnjuge.
Os bens adquiridos a ttulo gratuito no se comunicam (doao e herana), salvo se
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houver disposio em favor de ambos os cnjuges (ex.: doao para a filha e o genro).
Os bens no podem ter sido adquiridos com o produto da alienao de bens
anteriores (exemplo: venda de um imvel adquirido antes do casamento para comprar
outro imvel aps o casamento. Esse segundo bem no se comunica).
O artigo 1.660 dispe os bens que se comunicam e o artigo 1.659 dispem os bens
que no se comunicam. Os frutos civis do trabalho se comunicam tanto no regime da
comunho universal como no regime da comunho parcial (artigo 1.660, inciso V, do
Cdigo Civil).
As benfeitorias feitas em imveis adquiridos antes do casamento se comunicam.
Tambm a acesso se comunica, desde que feita na constncia do casamento. Os frutos dos
bens particulares comunicam-se; entretanto, os produtos so incomunicveis.
3.6. Regime da Separao de Bens
Disposto nos artigos 1.687 e 1.688, pode ser convencional ou legal. Nesse regime,
os bens no se comunicam.
3.6.1. Convencional
Feito por pacto antenupcial, convencionam-se quais bens no sero comunicveis.
Existem duas espcies de regime de separao convencional de bens:
3.6.2. Legal
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Disposto no artigo 1.641, incisos I a III. Ainda que haja disposio em contrrio,
no ser vlida. Haver a obrigatoriedade do regime de separao de bens nos seguintes
casos:
a) Inciso I
Nos casamentos celebrados mesmo havendo as causas suspensivas estabelecidas.
b) Inciso II
Nos casamentos de pessoas com mais de 60 anos. Pelo sistema anterior os homens
tinham que ser maiores que 60 anos e as mulheres tinham que contar com mais de 50 anos.
J sob a tica da Constituio Federal de 1988 a uniformizao nos 60 anos era a melhor
soluo.
c) Inciso III
No casamento de qualquer pessoa que precise de autorizao judicial para se casar.
Nesse regime de separao obrigatria, entende-se que os aqestos se comunicam.
3.7. Regime Dotal
A matria apenas se mantm por questo histrica.
Vinha disposto o regime nos artigos 278 a 314 do Cdigo Civil de 1916. Consistia
no oferecimento de um dote pela mulher, ou algum por ela, ao marido apenas para que ele
administrasse os bens dotais, aplicando rendas em favor da famlia e aps restitua os bens
a quem houvesse institudo (podia ser convencionado um prazo para restaurao ou caso
ocorresse separao).
Esses bens eram chamados de bens dotais. Os bens particulares da mulher que no
se comunicassem e no fizessem parte do dote, ficariam sob a administrao dela, e eram
chamados de bens paradotais. As doaes entre os cnjuges no se confundiam com o dote
e eram permitidas, salvo se o regime fosse o da separao obrigatria.
3.8. Regime de Participao Final nos Aqestos
um regime hbrido ou misto, pois na vigncia da sociedade conjugal temos as
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regras da separao total de bens, com livre administrao pelos cnjuges. Porm, com a
dissoluo da sociedade conjugal ou pela morte, ou pelo divrcio, ou pela separao
judicial, ou mesmo em caso de nulidade, voltamos a ter o regime de comunho parcial de
bens, pois as partes passam a ter direito sobre a metade de todos os bens (artigo 1.672 do
Cdigo Civil).
MDULO XIX
DIREITO CIVIL
1. DISSOLUO DA SOCIEDADE CONJUGAL (Lei n. 6.515/77)
A dissoluo da sociedade conjugal a extino da sociedade por uma causa
superveniente em que os efeitos no se ultimam, no se esgotam. H trs formas de
extino:
a) Por culpa
Nesse caso, a inexecuo gera responsabilidade civil. Ocorre a inexecuo por culpa
somente na separao judicial litigiosa culposa (artigo 1.572, caput, do Cdigo Civil). Quando
ocorre culpa, somente poder ser aplicada sano a uma das partes.
b) Sem culpa
Pode ser voluntria (resilio da sociedade conjugal) ou involuntria (resoluo da
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sociedade conjugal).
Pela via voluntria, a sociedade poder ser dissolvida:
Pela via involuntria, h o divortium bona gratia, disposto no artigo 1572, 2., do
Cdigo Civil, em que as partes gostariam de continuar a sociedade conjugal, entretanto,
por um fato superveniente no h como permanecerem juntas, como no caso de doena
grave ( chamada de separao remdio).
1.1. Diferenas entre a Separao Judicial e o Divrcio
A separao judicial e o divrcio j estiveram regulados na Lei n. 6.515/77. Essa lei
sofreu algumas alteraes quando entrou em vigor a Constituio Federal/88 que no seu
artigo 226, 6., ampliou o conceito de divrcio. Com o advento do Novo Cdigo Civil, a
Lei 6515/77 foi revogada e a matria foi toda tratada pelo Cdigo Civil.
A separao judicial est estabelecida nos dispositivos do Cdigo Civil, pondo fim
aos deveres de coabitao e fidelidade recproca e ao regime de bens (artigo 1.576 do
Cdigo Civil). Com a separao judicial, entretanto, haver, ainda, um vnculo permanente
entre as partes, sendo possvel, inclusive, restabelecer a sociedade conjugal. No caso de
reconciliao, o regime de bens ser o mesmo anteriormente adotado com o casamento.
A separao judicial pe fim a dois dos cinco deveres: o de coabitao e o de
fidelidade. Podem persistir, entretanto, os deveres de assistncia mtua, criao de filhos e
respeito e considerao. Tambm pe fim ao regime de bens, que cessa com a sentena que
dissolve a sociedade conjugal.
Esses efeitos podero retroagir data da separao de corpos. A separao de corpos
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est prevista nos artigos 1575 e seguintes do Cdigo Civil. Existe um entendimento,
adotado pela doutrina e jurisprudncia, que alarga o conceito do artigo 1575 combinado
com o artigo 1576, ambos do Cdigo Civil, no qual poder haver a cessao do regime de
bens, inclusive, com a separao de fato por longo tempo, no podendo se falar em
comunicao de bens.
O divrcio pe fim ao casamento civil, extinguindo o vnculo conjugal e os efeitos civis
do casamento religioso (artigo 1571, 1. e 2., do Cdigo Civil), permitindo, com isso,
novas npcias no casamento civil, visto que algumas igrejas no admitem a extino do
casamento. Nesse sentido, desaparecem os deveres do casamento.
No dado aos divorciados a reconciliao e o restabelecimento conjugal. No
divrcio, s haver o restabelecimento conjugal por meio de um novo casamento, podendo
haver um novo regime de bens, visto que no h o restabelecimento da sociedade conjugal
anterior.
O divrcio foi introduzido no Brasil de forma restrita, entretanto, com a
Constituio Federal/88 ele foi ampliado, sendo mais facilitado. Poder se dar de duas
formas: por converso ou direto.
O divrcio, seja direto, seja por converso, no admite discusso sobre culpa e no
se admite a reconveno para discutir se houve ou no o prazo.
2. SEPARAO JUDICIAL
Basicamente, existem duas espcies de separao judicial: a separao judicial
consensual (artigo 1.574 do Cdigo Civil) e a separao judicial litigiosa (artigo 1.572 do
Cdigo Civil).
2.1. Separao Judicial Consensual
aquela que decorre de acordo de ambos os cnjuges, por meio de uma petio
conjunta estabelecendo as clusulas da separao judicial consensual para o juiz. Deve-se
estabelecer a guarda dos filhos, visitas, alimentos e, ainda, se a mulher ir continuar a usar
o nome de casada.
Em qualquer tipo de separao judicial, o juiz obrigado a tentar uma separao
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consensual.
No basta, porm, o pedido dos cnjuges, devendo haver um prazo temporal, que
de um ano (artigo 1.572 do Cdigo Civil) de vigncia da sociedade conjugal. Esse prazo
um requisito objetivo. Pela antiga Lei n. 6515/77 o prazo era de dois anos (artigo 4.).
Antes desse prazo, no se pode pedir separao consensual, entretanto, podero ser pedidas
medidas cautelares (exemplo: separao de corpos, que poder ser consensual). Essa
cautelar, de acordo com o artigo 806 do Cdigo de Processo Civil, caducaria; entretanto, h
entendimento de que a cautelar poder ser prorrogada at que se complete o prazo legal.
Interposta a petio inicial, o juiz far, num primeiro momento uma oitiva em
separado e, aps, uma oitiva conjunta. Somente haver participao dos advogados na
tratativa de composio quando houver expressa requisio das partes. Aps a oitiva, o juiz
dever ratificar o acordo e remeter ao Ministrio Pblico. Ouvido o Ministrio Pblico, o
juiz homologar o acordo.
2.1.1. Obrigao Alimentar
A obrigao alimentar nasce da obrigao da mtua assistncia. Se o casamento foi
celebrado antes da Constituio Federal/88, o marido possui uma obrigao legal de
sustentar a esposa. Aps a Constituio Federal/88, surge uma obrigao natural, ou seja,
haver um ato voluntrio, no havendo obrigao legal. Se uma das partes, entretanto,
voluntariamente se obriga, essa obrigao prolonga-se no tempo.
Nos dois casos haver a clusula penal, pela qual o culpado pela dissoluo da
sociedade conjugal ter obrigao de alimentar.
A obrigao alimentar extingue-se pela morte, novo casamento ou unio estvel do
credor. O enriquecimento do credor no extingue a obrigao alimentar (Pontes de Miranda
alegava que extinguia, entretanto a Lei n. 6.515/77 no contemplou essa hiptese).
Tambm o empobrecimento do devedor no extingue a obrigao.
No poder haver renncia aos alimentos, visto que esse um direito de ordem
pblica (Smula n. 379 do Supremo Tribunal Federal). Poder haver uma dispensa
temporria, mas nunca renncia. O Superior Tribunal de Justia entretanto, entende que
essa smula est revogada, visto a igualdade de direitos prevista na Constituio
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Federal/88. Cuidado com o artigo 1.707 do novo Cdigo Civil que veda a renncia ao
direito a alimentos.
Quanto transmissibilidade dos alimentos no caso de morte do devedor, havia dois
entendimentos:
Hoje a questo tranqila j que o artigo 1700 determina: "A obrigao de prestar
alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do artigo 1694".
2.2. Separao Judicial Litigiosa
Prevista no artigo 1572, caput, do Cdigo Civil, litigiosa, visto que no h acordo
entre as partes quanto s clusulas do casamento, havendo ainda culpa por uma das partes
que praticou grave violao dos deveres do casamento e tornou insuportvel a vida em
comum. No h prazo exigido para o exerccio da separao culposa que pode ocorrer no
primeiro dia do casamento. requerida por um dos cnjuges em face do outro,
fundamentada em uma das causas previstas em lei.
2.2.1. Separao judicial litigiosa por culpa
Disposta no artigo 1572, caput, do Cdigo Civil, semelhante ao antigo desquite
litigioso em que se exigia culpa grave. O antigo desquite se baseava em quatro
fundamentos:
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adultrio;
tentativa de morte;
conduta desonrosa: a antiga injria grave; a situao que gera prejuzo moral ou
material ao outro cnjuge durante o casamento (exemplos: atividade criminosa,
embriaguez habitual, envolvimento com vcios etc.);
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de vista prtico.
Efeitos da culpa
A culpa na relao de famlia no gera indenizao civil. No se aplica o artigo
389 do Cdigo Civil, mas poder se aplicar o artigo 186 do Cdigo Civil. A
indenizao moral/material no ser cabvel na esfera de famlia e, sim, somente na
rea cvel.
H dois efeitos da culpa (clusulas penais legais):
grave doena mental, de cura improvvel, de um dos cnjuges, por dois anos,
com manifestao posterior ao casamento.
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um deles poder requerer a separao. No caso de grave doena mental, deve haver
a impossibilidade da continuao da vida em comum.
O requerente da separao judicial sem culpa perde o direito meao dos bens que
o outro trouxe ao casamento. S haver, entretanto, essa penalidade quando o regime for de
comunho total de bens (artigo 1572, 3., do Cdigo Civil).
Nos casos de separao judicial litigiosa, a audincia de conciliao obrigatria
antes da instruo. O prazo para a contestao comea a correr da audincia de tentativa de
conciliao.
Com relao separao por culpa, h trs correntes sobre a revelia:
Nos casos de separao judicial litigiosa sem culpa (separao remdio ou separao
falncia), no haver confisso ficta, tendo em vista a necessidade de prova concreta da
ruptura ou da doena.
2.2.3. Efeitos da separao judicial litigiosa
Fim do regime de bens. No implica a partilha dos bens, que poder ser feita
posteriormente.
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artigo 1.719, inciso III: proibia que o concubino fosse inserido no testamento.
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MDULO XX
DIREITO CIVIL
1. PARENTESCO E FILIAO
1.1. Parentesco
Parentesco um vnculo jurdico imaterial e permanente que liga uma pessoa a um
ascendente comum.
1.1.1. Espcies
H quatro espcies de parentesco.
a) Parentesco consangneo
Antigamente, fora do casamento, havia dois tipos de parentesco: o natural (filhos
daqueles que, embora no casados, no tinham nenhum impedimento matrimonial) e
o esprio (filhos daqueles que no eram casados e possuam impedimentos
matrimoniais). Esses ltimos podiam ser adulterinos, incestuosos ou sacrlegos
(quando um dos pais havia feito voto de castidade).
Com a Constituio de 1988, essa distino entre filhos naturais e filhos esprios foi
descartada.
b) Parentesco por afinidade
o parentesco entre um cnjuge e os parentes do outro cnjuge. H uma relao de
pessoalidade, visto que o vnculo s criado diretamente, ou seja, o cnjuge
parente dos parentes do outro cnjuge, entretanto, os parentes de um cnjuge no
tero parentesco com os parentes do outro cnjuge (no h a figura, por exemplo, do
concunhado).
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Na linha reta, esse parentesco indissolvel (sogro e sogra com genro e nora).
c) Parentesco legal
aquele advindo de adoo.
d) Parentesco espiritual
o parentesco entre todos aqueles que tenham vnculo pelo batismo. Foi um
parentesco expresso no Cdigo Cannico.
1.2. Filiao
um parentesco em linha reta de primeiro grau. Sob o aspecto material, a filiao
absolutamente idntica, ou seja, todos os filhos so iguais dentro do sistema jurdico.
Porm, obviamente os filhos advindos do casamento tm uma constituio distinta dos
filhos advindos fora do casamento, pis a presuno pater is s pode ser aplicada para os
filhos advindos do casamento.
Alm disso, as igualdades entre os filhos tambm so igualdades no Direito Pblico,
quer para limitaes, quer para concesses. H, entretanto, diferenas sob o aspecto formal,
havendo uma classificao quanto origem (filhos havidos no casamento e filhos fora do
casamento).
O Cdigo de 1916 distinguia os filhos em legtimos, legitimados, ilegtimos e
adotivos. O filho ilegtimo podia ser natural ou esprio (que pode ser adulterino ou
incestuoso).
O filho legtimo era aquele havido e concebido durante o casamento dos pais. Era
uma presuno de legitimidade que estava disposta no artigo 338 do Cdigo Civil de 1916.
O novo Cdigo Civil, muito embora entenda que todos os filhos so legtimos, continua a
presumir concebidos na constncia do casamento os filhos nascidos 180 dias aps a data do
casamento ou nos 300 dias subseqentes dissoluo do casamento.
O filho ilegtimo era aquele concebido por pais no casados e que no chegavam a
se casar. O filho ilegtimo poderia ser natural, quando os pais no tivessem impedimentos
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para o casamento, ou esprio, quando os pais tivessem impedimentos para se casar. O filho
ilegtimo esprio poderia ser adulterino (filho de amantes) ou incestuoso (filho de parentes
ou afins em linha reta). O filho esprio, de acordo com o artigo 358 do Cdigo Civil de
1916, no poderia ser reconhecido, no tendo os direitos dos filhos legtimos ou naturais.
Essas restries, entretanto, desapareceram. O artigo 358 do Cdigo Civil de 1916 foi
revogado pela Lei n. 7.841/89. Hoje toda a matria histrica.
1.2.1. Reconhecimento de filhos havidos no casamento
Para os filhos advindos do casamento, aplicam-se as regras dos artigos 1.596 a
1.606 do Cdigo Civil.
H uma presuno pater es quem justae nuptiae demonstrant (o pai aquele que se
apresenta na constncia do casamento artigo 1597 do Cdigo Civil 180 dias aps o
incio do casamento e 300 dias aps o fim do casamento). No primeiro caso (180 dias aps
o incio do casamento), o cartrio registrava com a anuncia do pai. A me poderia
registrar sozinha, e o pai poderia ingressar com uma ao negatria para a desconstituio
do registro. O pai no poderia negar a paternidade se houvesse a posse do estado de filho
(artigo 1.604 do Cdigo Civil). A posse do estado de filho implicava trs situaes:
As causas de pedir dessa ao somente poderiam ser a falta de relao sexual por
impotncia coeundi e generandi, a separao judicial sem reconciliao e a ausncia. No
poderia ser invocada a exceptio plurium concubentius (vrias relaes sexuais da mulher).
O novo Cdigo Civil continuou retrgrado autorizando o marido a contestar a paternidade,
porm no podendo falar exclusivamente no adultrio da mulher (artigo 1.600), o que
irrelevante, pois com os exames modernos de paternidade qualquer alegao (causa de
pedir) legtima desde que fundamentada. Alis, essa a posio do Superior Tribunal de
Justia.
O novo Cdigo Civil no s manteve a presuno de paternidade, alis, vrios
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autores entendiam que por fora da Lei n. 8560/92 tal presuno j no existia mais, como
ampliou a presuno a presuno. Alis, em matria de famlia muita coisa foi dita e escrita
sem o devido estudo e cuidado que o tema merecia.
Hoje, alm das presunes temporais do artigo 1597, incisos I e II, temos outras trs
presunes:
havidos por fecundao artificial homloga, mesmo que falecido o
marido;
havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embries excedentrios,
autorizao do marido.
1.2.2. Reconhecimento de filhos havidos fora do casamento
A Lei n. 8.560/92 dispunha sobre o reconhecimento da filiao de filhos havidos
fora do casamento. Antigamente, os filhos adulterinos no podiam ser reconhecidos,
entretanto, hoje, qualquer filho havido fora do casamento poder ser reconhecido das
seguintes formas: voluntria, administrativa, judicial. A Lei n. 8.560/92, apesar de na estar
totalmente revogada, est derrogada pelos artigos 1.607 a 1.617, o que significa que em
parte est revogada e parte continua em vigor.
a) Reconhecimento voluntrio
aquele que se d por vontade do genitor. Pode ser feito por cinco meios:
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particular autntico.
b) Reconhecimento administrativo
aquele pelo qual a me registra a criana e aponta o nome do pai, que chamado
pelo juiz e reconhece o filho. A me comparece ao Registro Civil e aponta o nome do pai.
O Cartrio no pode registrar, tendo em vista que o pai casado. A me deve assinar um
termo, que enviado ao Juiz-corregedor do Cartrio. O juiz instaura um procedimento
administrativo e notifica o suposto pai para comparecer em Juzo em 30 dias.
Se o suposto pai comparecer em Juzo, ele poder aceitar ou no reconhecer o filho.
No caso de aceitar, o juiz faz um termo e manda reconhecer. Se o suposto pai no
reconhece administrativamente ou no comparece em Juzo, o juiz manda os autos ao
Ministrio Pblico para que se promova uma ao de investigao de paternidade.
c) Reconhecimento judicial
A me ou o Ministrio Pblico ingressa com uma ao de investigao de
paternidade, que segue o rito ordinrio. No caso de a me ingressar, o Ministrio Pblico
funcionar como custus legis.
A ao de investigao de paternidade aceita cumulao com pedidos de alimentos e
petio de herana. No caso de petio de herana, exige-se o ingresso no inventrio, com
reserva de bens para garantir a herana do filho investigado. Essa ao admite qualquer
tipo de prova. A percia fundamental para se provar a paternidade.
1.3. Efeitos do Parentesco
1.3.1. Impedimentos matrimoniais
O artigo 1.521 do Cdigo Civil dispe alguns impedimentos por conta do
parentesco. O inciso I dispe que no podem se casar descendentes e ascendentes. O inciso
IV dispe que no podem se casar irmos e colaterais at o 3. grau. Nos casos dos
colaterais at o 3. grau, entretanto, podero se casar se houver autorizao judicial baseada
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em laudo mdico. Essa matria bastante discutvel pois muito embora os autores que j
tratam do novo Cdigo Civil entenderem que o Decreto n. 3.200/41 continua em vigor,
recepcionam a hiptese sem esclarecer o porque. Todas as leis especiais esto revogadas se
incompatveis com o novo Cdigo Civil ou se no forem expressamente ressalvadas por
ele. Portanto, os colaterais em terceiro grau no podem se casar de acordo com o novo
Cdigo Civil, no podendo estar recepcionado o Decreto-lei n. 3200/41.
1.3.2. Alimentos
H um dever de assistncia material. A lei estabelece, em alguns casos especiais, as
pessoas que devem alimentos a outras. Entre essas pessoas, incluem-se os parentes.
Os ascendentes e descendentes devem alimentos entre si. Esse direito decorre do
direito natural (artigos 1.694 e 1.696 do Cdigo Civil). O artigo 1.697 do Cdigo Civil
dispe que, na falta de ascendentes, devem alimentos os avs ou bisavs.
O dever de alimentar recproco, isso significa que o pai poder requerer alimentos
aos filhos. O artigo 1.696 do Cdigo Civil dispe que os pais necessitados devem ser
assistidos pelos seus filhos maiores. Se os filhos menores tiverem condies de assistir os
pais, devero tambm faz-lo.
Os irmos tambm se devem assistncia (artigo 1.697 do Cdigo Civil). Um irmo
poder acionar o outro na falta de ascendentes ou descendentes. Os colaterais at 3. grau
no tm dever jurdico de assistncia.
1.3.3. Sucesso hereditria
O direito herana assegurado, constitucionalmente, prioritariamente aos
parentes. A sucesso normal entre os parentes. Pode ser legtima (quando h previso na
lei) ou testamentria. O artigo 1.829 do Cdigo Civil dispe sobre os herdeiros legtimos: I
descendentes; II ascendentes; e IV colaterais at o 4. grau (primos). Os descendentes
prximos tm prioridade sobre remotos.
Os descendentes, ascendentes e o cnjuge so considerados herdeiros necessrios,
ou seja, eles tm direito, necessariamente, a no mnimo metade da herana (artigo 1.846 do
Cdigo Civil). Essa metade a que tm direito no objeto de testamento.
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1.3.4. Afinidade
Est prevista na lei como uma espcie de parentesco. um parentesco por fico
legal. A lei estabelece um vnculo que une um cnjuge e os parentes do outro cnjuge. S
existir afinidade se houver casamento ou unio estvel; nos casos de concubinato e unio
estvel, no h afinidade (artigo 1.595 do Cdigo Civil). Os parentes por afinidade so
cunhados, sogras, sogros, genros, noras, enteados, madrastas e padrastos.
C
pai
me
pai
me
casados
A
irmo
irmo
filho
filho
filho
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Civil; artigos 100, inciso I, 852 e 733, do Cdigo de Processo Civil, e Lei n. 5.478/68).
2.1. Conceito
Os alimentos no se referem to-somente ao sustento da pessoa, mas tambm a
outras necessidades. Por esse motivo, podem ser definidos como prestaes peridicas
devidas por fora de lei, de uma pessoa a outra, a fim de atender s suas necessidades
bsicas para uma vida digna.
2.2. Classificao
2.2.1. Espcies
a) Alimentos naturais
So aqueles que se referem ao prprio sustento da pessoa.
b) Alimentos civis
Visam ao atendimento das necessidades bsicas para uma vida digna (sustento,
moradia, vesturio, sade, educao, transporte e lazer).
2.2.2. Quanto forma de pagamento
a) Alimentos in natura
O pagamento feito com o prprio bem que atende necessidade (exemplos: cesta
bsica, casa etc.).
b) Alimentos in pecunia
O pagamento realizado em dinheiro para que se atenda necessidade. Nesse caso
ser fixado um valor.
2.2.3. Processualmente
a) Alimentos provisionais
Requeridos na cautelar.
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b) Alimentos provisrios
Concedidos no incio da lide, liminarmente, como pedido de tutela antecipada.
c) Definitivos
Concedidos na sentena.
2.3. Caractersticas
a) Personalssimo
Somente cabe pessoa que tem direito ao alimento.
b) Indisponvel
No se pode passar o direito a terceiros.
c) Irrenuncivel
No se pode renunciar, tendo em vista que se estar renunciando ao prprio direito
vida.
d) Imprescritvel
No h prazo prescricional para requerer o direito a alimentos.
e) Irrepetvel
Os alimentos so irrestituveis, ou seja, se a pessoa recebe indevidamente, quem
pagou os alimentos no pode requerer a restituio do valor pago.
f) Mutvel
Admite reviso, por meio de uma ao revisional, que pode visar exonerao,
reduo ou aumento dos alimentos.
2.4. Requisitos
2.4.1. Legitimidade
Devem ser legtimos, tanto o autor quanto o ru. Podem pedir alimentos:
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companheiros;
2.4.2. Necessidade
Deve-se provar a necessidade do alimentando.
2.4.3. Capacidade
Deve-se verificar se o alimentante possui condies financeiras de alimentar.
2.5. Aes de Alimentos
2.5.1. Cautelar de alimentos provisionais
Prevista no Cdigo de Processo Civil, no artigo 852, o meio de que se valem os
cnjuges como medida preparatria de uma ao principal, reclamando uma prestao
alimentar de carter provisrio. Alm dos alimentos para sustento, podem-se requerer
tambm os alimentos para o custeio da demanda. Como uma ao cautelar, depende de
uma ao principal, que dever ser proposta em 30 dias.
2.5.2. Ao especial de alimentos
Prevista na Lei n. 5.478/68, obedece a um rito sumrio. A petio inicial de
alimentos pode ser proposta por meio de advogado ou diretamente pela parte. Quando for
proposta diretamente pela parte, o juiz, ao despachar, deve nomear um advogado, pela
assistncia judiciria, para acompanhar o processo.
O juiz fixa, liminarmente, alimentos provisrios, que podem ser modificados na
sentena quando forem fixados os alimentos definitivos. Esses alimentos provisrios
podem ser revistos no decorrer do processo. Fixados os alimentos provisrios, esses sero
devidos a partir da citao do ru. No despacho inicial, alm da fixao de alimentos
provisrios, o juiz deve marcar a audincia de conciliao, instruo e julgamento.
Se o ru for revel, a revelia induz o reconhecimento dos fatos; e o juiz pode julgar
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trs formas, que esto previstas nos artigos 733 do Cdigo de Processo Civil, 17 a 19 da
Lei de Alimentos, e 5., inciso LXVII, da Constituio Federal:
Desconto na fonte: prioritria se o alimentante for assalariado (salrios e
rendas).
Usufruto de bens do devedor: utilizado quando o devedor no tiver renda
fixa.
A priso somente pode ser decretada uma vez para cada dbito. O pagamento da
dvida extingue a priso. H uma tendncia da doutrina e da jurisprudncia de somente
admitir priso por dvidas de 3 meses atrasados. Esses trs meses devem ser contados da
data do ingresso do pedido.
A deciso do juiz deve ser fundamentada, e a priso somente poder ser decretada se
o devedor no pagar a dvida ou no justificar por que no o fez. O recurso contra essa
deciso do juiz o agravo de instrumento, sendo admitido, tambm, habeas corpus.
3. PTRIO PODER, TUTELA E CURATELA
Esses trs institutos, embora sejam distintos entre si, destinam-se representao de
certas pessoas que, em razo da idade, sanidade mental ou situao, no podem exercer
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estvel, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de algum deles, o
outro o exercer com exclusividade. Pargrafo nico. Divergindo os pais quanto ao
exerccio do poder familiar, assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para soluo do
desacordo".
3.1.3. Ptrio poder sobre a pessoa dos filhos (artigo 1.634 do Cdigo Civil)
Cabe aos pais a criao e educao dos filhos, isto , prestao de assistncia
material e moral.
Cabe aos pais dar consentimento para os filhos casarem (pode ser suprido pelo
juiz).
A alienao dos bens depende de autorizao judicial, para evitar que haja
dilapidao dos bens dos menores.
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O Cdigo Civil, em seu artigo 932, inciso I, dispe sobre a responsabilidade dos
pais pelos atos dos filhos, que estiverem em seu poder e companhia, que causem danos a
terceiros. Essa responsabilidade presumida e solidria.
3.1.6. Suspenso ou perda do ptrio poder
Ocorrem nos casos de infraes graves dos deveres do ptrio poder. A perda supe
atos mais graves do que aqueles que levam suspenso. A perda permanente e a
suspenso temporria.
3.1.7. Extino do ptrio poder
Pode ocorrer por fatos materiais ou humanos. A extino do ptrio poder se d com
a morte do filho ou dos pais. Tambm se d no caso de ausncia prolongada, em que no se
tenha notcia do paradeiro da pessoa. O artigo 6. do Cdigo Civil dispe que a
personalidade civil da pessoa extingue-se no caso de morte; e presume-se a morte para
certas situaes, como no caso de ausncia. Ainda, a extino do ptrio poder pode se dar
com a emancipao ou com a maioridade do menor.
A adoo tambm faz cessar ou extinguir o ptrio poder em relao aos pais
biolgicos e faz nascer o ptrio poder em relao aos pais adotantes.
D-se, tambm, a suspenso ou extino do ptrio poder quando os pais praticam
atos lesivos pessoa ou aos bens do menor. Atos menos graves geram suspenso e atos
mais graves geram extino do ptrio poder. A suspenso temporria e a extino
permanente, entretanto nenhuma delas definitiva, ou seja, mesmo no caso da extino,
pode-se restituir o ptrio poder aos pais do menor.
A extino do ptrio poder desvincula os pais biolgicos do menor, entretanto
permanecem os impedimentos matrimoniais e as obrigaes pelo sustento do filho.
A suspenso ou a extino pode inabilitar o ptrio poder em relao a todos os filhos
e no somente quele sobre o qual recaiu o ato lesivo.
3.2. Tutela
3.2.1. Consideraes gerais
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A tutela tratada nos artigos 1.728 a 1.766 do Cdigo Civil. Aparece no Estatuto da
Criana e do Adolescente como uma hiptese de colocao do menor em famlia substituta.
Tambm cuidam da tutela os artigos 1.194 e 1.198 do Cdigo de Processo Civil.
Quanto competncia, deve-se examinar o artigo 129 do Estatuto da Criana e do
Adolescente, que dispe quais casos devem ser de competncia do Juzo da Infncia e da
Juventude (menor em situao irregular). Caso o menor esteja em situao regular, a
competncia da Vara da Famlia.
3.2.2. Conceito
Em geral as doutrinas do um conceito bem simplificado, vendo a tutela como uma
forma de representao dos incapazes quando os pais no puderem dar esta representao.
Tutela um encargo deferido por lei a uma pessoa capaz (tutor), para a
representao de um menor incapaz (tutelado ou pupilo) que seja rfo ou que esteja com
os pais impedidos de exercer o ptrio poder, para cuidar da pessoa do menor incapaz e
administrar seus bens.
Trata-se de um encargo, tambm chamado de funo, que obrigatrio. Todavia,
esse encargo obrigatrio admite escusas, quando se tm motivos justos que esto
dispostos no Cdigo Civil. Esse encargo obrigatrio deve ter um prazo mnimo de dois
anos. Aps os dois anos, pode-se pedir a substituio da tutela ou prorrog-la. O rol das
escusas que esto dispostas no Cdigo no taxativo. Esse encargo mais uma obrigao
do que um direito.
Esse encargo poder ser deferido por lei ou por testamento (tutela testamentria);
nesse caso, o juiz nomear o tutor que foi indicado pelos pais do menor, por testamento.
O tutor deve ser capaz. Em geral, o que a lei determina que o tutor seja um parente
prximo, que tem preferncia na tutela (artigo 1.731 do Cdigo Civil).
A representao legal pode abranger a representao (at os 16 anos) e a assistncia
(aps os 16 anos). necessrio que o menor seja rfo (morte ou ausncia dos pais) ou que
os pais no tenham condies de exercer o ptrio poder.
O tutor tem os mesmos direitos e deveres que os pais tm em relao ao menor.
Esses direitos e deveres, entretanto, no possuem a mesma plenitude. O tutor necessita de
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autorizao judicial para compra e venda de bens, deve prestar contas da administrao dos
bens do tutelado e oferecer uma garantia. Essa garantia se exerce pela chamada
especializao de bens em hipoteca legal, para a garantia dos bens e rendimentos do
menor. Essa especializao de bens em hipoteca legal tem sido mitigada pelo legislador. O
Estatuto da Criana e do Adolescente praticamente liberou essa obrigao, tendo em vista
que h uma grande dificuldade em se encontrar um tutor que tenha bens para dar em
garantia. O Estatuto da Criana e do Adolescente
legtima: aquela que decorre da ordem prevista na lei (artigo 1.731); a tutela
exercida pelos parentes do menor;
dativa: aquela exercida por nomeao judicial, que pode recair sobre
qualquer pessoa idnea.
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ao ndio no civilizado.
3.2.5. Cessao da tutela
Em geral, a tutela cessa com a maioridade civil do menor. Pode cessar, tambm, pela
emancipao, j que essa antecipa a maioridade. Quando o menor estiver sob tutela, a
emancipao exige sentena judicial, antes da qual o juiz ouvir o tutor.
Pode ainda cessar a tutela nos casos de legitimao, reconhecimento ou adoo.
Quando se fala em legitimao, diz respeito aos menores nascidos antes do casamento e
que se legitimam com o casamento dos pais (hoje no h mais essa expresso). Se o menor
no era reconhecido pelo pai e estava sob tutela, quando for reconhecido, o pai passa a ter
o ptrio poder, cessando a tutela. O pai adotante tem pleno ptrio poder, portanto, se o
menor estiver sob tutela, essa cessar.
3.2.6. Cessao das funes do tutor
Ocorre quando cessam as funes do tutor, mas o menor ainda deve permanecer sob
tutela. Nesse caso, deve-se substituir o tutor. Cessa a obrigao de continuar como tutor:
Com o trmino do prazo: quando h prazo determinado, que deve ser, no
requerimento de algum.
Remoo ou destituio: d-se por deciso judicial quando o tutor for
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pais ou tutor;
cnjuge ou companheiro;
filhos capazes;
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curador especial).
Citado o interditando, o juiz marca um interrogatrio com ele. Esse interrogatrio
poder ser feito no Frum (quando o interditando puder se locomover) ou em qualquer
outro lugar.
Aps o interrogatrio, aguarda-se o prazo de defesa. O interditando pode constituir
um advogado, ou o prprio Ministrio Pblico pode ser seu defensor (quando no for o
requerente). Quando o Ministrio Pblico o requerente e o interditando no constitui
advogado, h nomeao de um curador lide.
O juiz nomeia um perito psiquiatra para verificar se existe a incapacidade alegada e
qual o grau de incapacidade (a interdio pode ser plena ou relativa). O juiz pode dispensar
a percia se houver provas suficientes nos autos que comprovem a incapacidade (por
exemplo: laudo oficial).
Se houver mais provas a produzir, o juiz dever marcar uma audincia de instruo
e julgamento, que pode ser dispensada caso haja provas incontestveis em relao
incapacidade do interditando.
A sentena declara a incapacidade, o grau de incapacidade e nomeia um curador
definitivo. A sentena, entretanto, fica sujeita averbao no Registro Civil, visto que na
Certido de Nascimento da pessoa ir constar sua incapacidade, para resguardar interesses
de terceiros. A sentena de interdio deve ainda ser publicada pela imprensa local,
tambm para resguardar interesse de terceiros. O incapaz, ento, passa a ser conhecido
como interdito.
O curador nomeado deve oferecer algumas garantias (especializao de bens em
hipoteca legal e prestao de contas). Pode haver, entretanto, dispensa dessas garantias.
A interdio pode cessar com a recuperao da capacidade pelo curatelado
(levantamento da interdio). O pedido pode ser feito pelo prprio interditando no mesmo
Juzo que declarou a interdio. Pode-se dar, ainda, a substituio do curador ou a sua
remoo.
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MDULO XXI
DIREITO CIVIL
1. DIREITO DAS SUCESSES
Elencado no Livro V, da Parte Especial do Cdigo Civil, o Direito das Sucesses abrange
os artigos 1.784 a 2.027. Alm do Cdigo Civil, a prpria Constituio Federal, em seu artigo
5., inciso XXX, garante o direito de herana. Tambm o Cdigo de Processo Civil apresenta
regras com relao a inventrios e partilhas (artigos 982 a 1.045 do Cdigo de Processo Civil).
A abertura da sucesso ocorre com a morte do titular do direito, que transmite,
imediata e automaticamente, a posse e a propriedade dos bens aos herdeiros. Essa abertura
tambm chamada delao, e informada pelo princpio da saisine.
Sucesso a transmisso dos bens de uma pessoa para outra, podendo ser inter
vivos ou causa mortis.
A sucesso causa mortis tambm chamada sucesso hereditria. O sucessor a
ttulo universal (herdeiro) continua, de direito, com a posse do seu antecessor (artigo 1.207
do Cdigo Civil). Assim, pode fazer uso das aes possessrias.
A sucesso hereditria d-se em favor dos sucessores legtimos (previstos na lei) ou
testamentrios (nomeados pelo testador).
O Princpio da Saisine foi acolhido no artigo 1.784 do Cdigo Civil (Le mort saisit
le vif A morte transfere a posse ao vivo).
Como conseqncia desse princpio, a capacidade para suceder a existente ao
tempo da abertura da sucesso, que se reger conforme a lei ento vigente (artigo 1.787 do
Cdigo Civil).
O herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que por apenas um instante, recebe a
herana e a transmite aos seus sucessores, mesmo se morrer no momento seguinte.
2. SUCESSO HEREDITRIA
2.1. Conceito
A sucesso hereditria consiste na transmisso de bens de uma pessoa, em razo de
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da morte;
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Herana o conjunto de bens, direitos e obrigaes deixados por uma pessoa aos
seus sucessores (sentido genrico).
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b) Sucesso testamentria
Modalidade de sucesso que surge de atos de ltima vontade, praticados pelo de
cujus para que valham depois de sua morte. Opera-se, em geral, por meio de testamentos e
codicilos (artigos 1.857 a 1.990 do Cdigo Civil).
2.3. Sucessores
Tambm chamados herdeiros e legatrios, verdadeiras espcies do gnero sucessor,
so os beneficirios da herana, tanto por sucesso legtima quanto por sucesso
testamentria, seja a ttulo universal ou singular.
2.3.1. Herdeiro legtimo
O herdeiro legtimo pode ser universal, se nico herdeiro; ou ter direito parte ideal
dos bens deixados, se houver mais de um sucessor. Enquanto no concretizada a partilha, a
herana indivisvel (artigo 1.791 do Cdigo Civil). Com efeito, o Cdigo Civil considera
o direito sucesso aberta bem imvel por fico legal, ainda que todos os bens deixados
sejam bens mveis.
A cesso de direitos hereditrios perfeitamente possvel; entretanto, o sucessor no
pode ceder um determinado bem, visto que no paira direito sobre bens definidos. Por ser
considerada bem imvel por fico legal, a cesso deve ser feita por escritura pblica
(artigos 1.793 a 1.795, do Cdigo Civil).
2.3.2. Herdeiro testamentrio
O herdeiro testamentrio aquele indicado no ato de ltima vontade do de cujus.
Subdivide-se em institudo e legatrio. O herdeiro institudo herdeiro a ttulo universal; o
legatrio herdeiro a ttulo singular, visto que tem direito a uma coisa certa (legado).
Se o bem deixado ao legatrio for infungvel, ele adquire seu domnio desde logo; se
fungvel, somente aps a partilha. Quanto posse, ele pode requerer aos herdeiros
institudos quando da abertura da sucesso, mas esses no so obrigados a entregar antes de
se certificarem de que o esplio solvente.
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civil, seus herdeiros recebem a herana como se o indigno morto fosse, e este fica privado
de administrar os bens recebidos por seus herdeiros.
4.2.3. Excluso testamentria
O testador pode excluir o sucessor, desde que seja herdeiro necessrio (ascendente
ou descendente) do direito herana, por meio do instituto denominado deserdao, em
razo de fatos no to graves quanto os de indignidade, mas que ofenderam o testador,
assim dispostos nos artigo 1.961 e seguintes do Cdigo Civil. Assim como a indignidade, a
deserdao depende de ao para produzir os seus efeitos, ao esta a ser proposta pelos
demais herdeiros.
4.3. Renncia da Herana
Renunciar manifestar a vontade de no figurar no rol de herdeiros.
A renncia retroage data da abertura da herana (morte do de cujus),
considerando-se o renunciante como se nunca tivesse existido.
A renncia deve ser expressa e solene. Faz-se por escritura pblica ou por termo nos
autos, no se admitindo renncia tcita. A renncia, ainda, no pode ser condicional,
parcial ou a termo. possvel, todavia, renncia da herana e aceitao do legado, ou viceversa; entretanto, numa ou noutra situao, deve ser feita na totalidade da herana ou do
legado.
Sendo o herdeiro casado, a doutrina diverge quanto necessidade da outorga uxria para
renncia da herana. Para uma primeira posio, entende a outorga ser necessria, tendo em
vista tratar-se de bem imvel, segundo o artigo 80, inciso II, do Cdigo Civil (majoritria). Para
outros, no h necessidade da outorga, pois no se trata de alienao de bens.
O direito sucesso aberta considerado bem imvel (artigo 80, inciso II, do
Cdigo Civil), independentemente dos bens que componham a herana.
4.3.1. Espcies de renncia
So as seguintes as espcies de renncia:
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qualquer ato que signifique aceitao tcita. Essa renncia deve ser pura e
simples, feita em benefcio do monte. Assim, com a renncia, os bens sero
repartidos entre os demais herdeiros. Nessa modalidade de renncia, recolhe-se
apenas o imposto causa mortis.
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RENNCIA PRPRIA
RENNCIA IMPRPRIA
Dispensa-se a outorga uxria
necessria a outorga uxria
Incide o imposto causa mortis (40% ao Incide o imposto causa mortis e o ITBI
Estado sobre bens imveis)
5. HERANA JACENTE
De acordo com os artigo 1.819 e seguintes, herana jacente aquela para a qual no
aparecem herdeiros, sejam legtimos ou testamentrios, ou, ainda que existentes, so
excludos da herana (deserdao, indignidade).
Publicados os editais, e no comparecendo nenhum herdeiro no prazo de um ano, a
partir do primeiro edital, a herana passa de jacente para vacante.
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Procedimento de Arrecadao
O pargrafo nico do artigo 1.822 do Cdigo Civil est em consonncia com o
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Herdeiros
Os efeitos da abertura da sucesso provisria em relao a terceiros no-herdeiros
so:
de Miranda.
Caso o ausente aparea, cessam, imediatamente, as vantagens dos sucessores
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os herdeiros podem intentar aes prprias contra terceiros, inclusive no que diz
respeito a doaes inoficiosas do ausente em vida;
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MDULO XXII
DIREITO CIVIL
1. VOCAO HEREDITRIA
1.1. Introduo
A sucesso legtima, determinada por lei, ocorre em caso de inexistncia, ineficcia ou
caducidade do testamento e em relao aos bens no compreendidos no testamento. Nesses
casos, a lei convoca pessoas da famlia do de cujus, de acordo com a ordem que a prpria lei
estabelece para receberem a herana na falta dessas pessoas, os bens iro para o Poder Pblico.
A sucesso legtima, ressalte-se, representa a vontade presumida do de cujus e
possui carter supletivo.
1.2. Ordem de Vocao Hereditria
Trata-se de relao preferencial, estabelecida pelo ordenamento, dos indivduos que
sero chamados para suceder o de cujus. O chamamento feito por classes e , em regra, a
classe mais prxima exclui a mais remota (ordem preferencial).
Artigo 1.829 do Cdigo Civil. A sucesso legtima defere-se na ordem seguinte:
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1.2.2. Descendentes
Descendentes so parentes em linha reta do de cujus, que dele descendem.
Exemplos: filhos, netos, bisnetos etc.
Considerando o disposto no artigo 227, 6., da atual Constituio Federal,
alm dos artigos 1.832 a 1.835, todos os descendentes so tratados de maneira igualitria.
Atualmente, portanto, todos herdam em igualdade de condies.
bom ressaltarmos as seguintes regras gerais:
1. - Todos os descendentes herdam por cabea ou representao, onde os mais
prximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representao (artigo 1.833 do
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Cdigo Civil);
2. - A transmisso ad infinitum;
3. - Estando todos os herdeiros em mesmo grau, alm de herdarem por cabea,
herdam a mesma cota parte;
4. - Em havendo cnjuge sobrevivente, existe o direito de concorrncia.
Temos os seguintes requisitos para a concorrncia do cnjuge:
1 Regime de bens o regime de bens deve ser o da comunho parcial de bens,
desde que existam bens particulares ou o regime da separao total de bens ou ainda o
regime da participao final nos aqestos com bens particulares.
2 Estado civil - o casal no pode estar separado judicialmente, divorciado ou
separado de fato h mais de dois anos. Caso ocorra esta ltima hiptese, deve demonstrar o
sobrevivente que no era culpado da separao.
Entre as regras da concorrncia temos:
O cnjuge herda o mesmo quinho dos demais descendentes, no podendo sua cota
ser inferior a , se for ascendente de todos os herdeiros com que concorrer. Portanto,
morrendo o pai, a me tem direito a em concorrendo com seus seis filhos, cabendo a
cada um deles a diviso em seis partes dos remanescentes. Porm, caso a mulher
herdeira no seja me de todos os seis filhos, ter direito a 1/7 de toda a herana.
1.2.3. Ascendentes
Ascendentes so parentes em linha reta do falecido, dos quais ele descendia.
Exemplos: pais, avs, bisavs etc.
Artigo 1.836 do Cdigo Civil:
Na falta de descendentes, so chamados sucesso os ascendentes, em
concorrncia com o cnjuge sobrevivente.
Diversamente do que ocorre na sucesso dos descendentes, no caso dos ascendentes
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8.971 ampliou o rol de herdeiros disposto no artigo 1.603 do Cdigo Civil de 1916 quando
determinou a transmisso do patrimnio ao companheiro sobrevivente, e no aos
colaterais, se inexistirem descendentes ou ascendentes.
A esse respeito observara o Prof. Carlos Roberto Gonalves: A promulgao da Lei
n. 9.278/96 e a manuteno de dispositivos da Lei n. 8.971/94 que no conflitam com
aquela acabaram por conferir mais direitos companheira do que esposa. Essa ltima
poder ter o usufruto vidual ou o direito real de habitao, dependendo do regime de bens
adotado no casamento, enquanto aquela poder desfrutar ambos os benefcios.
Atualmente o companheiro s participa da sucesso dos bens adquiridos
onerosamente e na vigncia da unio estvel. bom observarmos que a unio estvel deve
estar vigente com a morte do titular para que o companheiro herde.
Entre o alcance temos:
1. - O companheiro herda a mesma cota do filho, caso o filho seja seu, alm de ser
do prprio "de cujus";
2. - O companheiro herda a metade do que competir ao filho, caso todos os filhos
do de cujus no tenham vnculo parental consigo. Por exemplo, caso o companheiro
concorra com quatro filhos, e os quatro so s do de cujus, herdar 1/8 da herana. Porm,
se um filho tambm for seu, e os outros trs s do de cujus, herdar 1/5 da herana.
3. - Caso concorra com qualquer outro herdeiro do companheiro, ter direito a 1/3
da herana.
4. - Caso inexistam herdeiros sucessveis, herdar toda a herana, inclusive os bens
anteriores a unio estvel e adquiridos a titulo gratuito.
1.2.5. Colaterais
Artigo 1.639 do Cdigo Civil:
Se no houver cnjuge sobrevivente, nas condies estabelecidas no artigo 1830,
sero chamados a suceder os colaterais at o quarto grau.
Na classe dos colaterais, os mais prximos excluem os mais remotos. Exceto uma
hiptese disposta na lei, na sucesso dos colaterais no h direito de representao. Esse s
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ocorre em favor de filhos de irmos, que concorrem com seus tios (artigo 1.640 do Cdigo
Civil). Exemplo: se o de cujus deixou dois irmos e sobrinhos, filhos de um outro irmo
pr-morto, a herana ser dividida em trs partes: duas partes cabero aos irmos e uma
parte caber aos sobrinhos, que a dividiro entre si.
O ordenamento distingue, para efeito de sucesso colateral, o irmo germano (filho
do mesmo pai e da mesma me) do irmo unilateral (apenas um dos progenitores o
mesmo). Desse modo, a herana do unilateral circunscrita metade do que couber ao
irmo germano. No caso de tios concorrerem com filhos de irmo unilateral, esses s
recebero metade do quinho cabente aos tios, pois, por direito de representao, recebem
o que caberia ao pai.
Artigo 1.643 do Cdigo Civil:
Em falta de irmos, herdaro os filhos desses. Assim, apesar de sobrinhos e tios
serem parentes colaterais em terceiro grau, a lei d preferncia aos primeiros.
Observao: se o falecido deixar apenas quatro sobrinhos, sendo dois filhos de
irmos unilaterais e dois de irmos germanos, a diviso da herana ser feita por seis:
atribuem-se duas pores simples para os unilaterais e duas dobradas para os germanos.
1.2.6. Poder Pblico
Artigo 1.844 do Cdigo Civil:
No sobrevivendo cnjuge, nem parente algum sucessvel, ou tendo eles
renunciado herana, essa se devolve ao Municpio ou ao Distrito Federal, se localizada
nas respectivas circunscries, ou Unio, quando situada em territrio federal.
O Poder Pblico apenas recolhe a herana na falta de herdeiros, no lhe sendo
reconhecido o direito da saisine.
2. SUCESSO TESTAMENTRIA
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O testamento pode ser sobre parte dos bens, aplicando-se ao restante a sucesso
legtima.
Pode o testamento estabelecer outras disposies, alm da disposio referente a
bens. O artigo 1.848 do Cdigo Civil dispe que o testador pode estabelecer restries aos
bens (impenhorabilidade, incomunicabilidade, usufruto em favor de outrem etc). Pode
tratar, tambm, de assuntos no ligados ao patrimnio, por exemplo, o reconhecimento do
filho.
O testamento , tambm, ato causa mortis, ou seja, produz efeitos somente aps a
morte do testador.
3.2. Caducidade do Testamento
Caducidade a perda da eficcia do testamento, por ocorrncia de fato
superveniente que torne prejudicado o objeto testado.
3.3. Capacidade Testamentria Ativa
Capacidade testamentria ativa a capacidade para testar. Essa a regra; a
incapacidade a exceo.
So incapazes para testar (artigo 1.860 do Cdigo Civil):
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os menores de 16 anos;
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Podero ser acrescentadas ao rol do artigo 1.860 do Cdigo Civil as pessoas jurdicas,
pois ante o artigo 1.857 do mesmo instituto considera-se testamento o ato revogvel pelo qual
algum ....
3.4. Capacidade Testamentria Passiva
Capacidade testamentria passiva a capacidade para adquirir por testamento.
A regra a capacidade, onde so capazes de receber por testamento todas as
pessoas, fsicas ou jurdicas, existentes ao tempo da morte do testador e no havidas como
incapazes (artigos 1.798 e 1.799 do Cdigo Civil).
A incapacidade exceo. So incapazes para adquirir por testamento apenas as
pessoas mencionadas nos artigos 1.799 e 1.801, ambos do Cdigo Civil.
3.5. Formas de Testamento
O testamento ato solene, exigindo forma escrita e requisitos ad substantiam, cuja
inobservncia torna nula a manifestao de ltima vontade. No se admite, portanto,
testamento fora dos modelos legais.
Os testamentos classificam-se em:
ordinrios;
especiais.
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4. CODICILO
Codicilo ato de ltima vontade pelo qual o testador, em documento escrito, sem
testemunhas, dispe sobre coisas de pequeno valor (artigo 1.881 do Cdigo Civil).
Revoga-se o codicilo por outro codicilo, ou pela elaborao de testamento posterior,
de qualquer natureza, sem confirm-lo ou modific-lo. A falta de referncia ao codicilo, no
testamento posterior, importa revogao tcita daquele (artigo 1.884 do Cdigo Civil). O
testamento, contudo, no pode ser revogado por um codicilo.
MDULO XXIII
DIREITO CIVIL
1. DISPOSIES TESTAMENTRIAS
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1.1. Introduo
Abre-se o processo de inventrio para se cumprir o testamento.
Antes de se abrir o inventrio, deve-se examinar a validade formal do testamento.
O Cdigo de Processo Civil, em seu artigo 1.125 e seguintes, estabelece
fundamentos importantes acerca dos testamentos e codicilos:
Testamento pblico: conforme estabelece o artigo 1.128 do Cdigo de Processo
Civil, quando o testamento for pblico, qualquer interessado, exibindo-lhe o
traslado ou certido, poder requerer ao juiz que ordene o seu cumprimento. O
rgo do Ministrio Pblico ser ouvido (artigo 1.126 do Cdigo de Processo Civil).
reconhecimento de filhos;
nomeao de tutor;
criao de fundao;
deserdao;
perdoar o indigno;
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Nada obsta a que o testador recorra ao testamento apenas para disposies nopatrimoniais.
1.3. Regras sobre as Disposies Testamentrias
Os artigos 1.899, 1.902, 1.904, 1.905, 1.906, 1.907 e 1.908, todos do Cdigo Civil,
tm carter eminentemente interpretativo. A interpretao das clusulas testamentrias visa
suprir eventuais falhas do testador.
Entre todas as regras interpretativas, a mais importante est disposta no artigo 1.899
do Cdigo Civil: quando a clusula testamentria for suscetvel de interpretaes
diferentes, prevalecer a que melhor assegure a observncia da vontade do testador.
O Cdigo Civil, em seus artigos 1.898 e 1.900, estabelece regras proibitivas.
As regras permissivas encontram-se nos artigos 1.897 e 1.911, ambos do Cdigo
Civil.
2. LEGADOS
2.1. Conceito
Legado uma coisa certa e determinada da herana deixada pelo testador a algum,
ou seja, o legatrio, em testamento ou codicilo. O legatrio recebe a ttulo singular.
Quando o bem (certo e determinado) atribudo a herdeiro legtimo denomina-se
pr-legado ou legado precpuo.
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quando h legado de coisa mvel que se determine pelo gnero ou pela espcie
(artigo 1.915 do Cdigo Civil).
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em juzo cvel, no se configura a indignidade. Quanto segunda parte, a qual se refere a crimes
contra a honra (calnia, difamao e injria), entendem alguns que o verbo incorrerem conduz
concluso de que o reconhecimento da indignidade, nesses casos, depende de prvia
condenao no juzo criminal. Outros, no entanto, com maior razo, a dispensam, com
fundamento no artigo 935 do Cdigo Civil, bem como por no ter o termo o alcance
mencionado.
As causas mencionadas como hipteses de excluso da sucesso devem ser provadas em
ao ordinria promovida por qualquer interessado na sucesso. O Municpio, se tiver direito
herana com a excluso do sucessor, poder ingressar com ao de excluso do herdeiro.
Se ningum alegar a excluso da herana, o juiz no poder excluir o herdeiro de ofcio,
salvo se houver prova em processo criminal, tendo em vista que a sentena condenatria
criminal faz prova no cvel.
O artigo 1.816 do Cdigo Civil aborda os efeitos da excluso, dispondo que esses
so pessoais, ou seja, no se transmitem a outras geraes. O indigno perder o direito
herana; entretanto, seus sucessores no o perdero. Os descendentes do herdeiro indigno
podero receber o quinho que caberia a este, caso no fosse indigno (sucesso por
representao). Assim, nos termos da lei, o indigno considerado como se morto fosse
para efeitos de recebimento da herana pelos seus descendentes (resqucio da antiga morte
civil). Tambm se torna indigno para receber estes bens dos seus descendentes (se estes
vierem a falecer antes), e no ter direito ao usufruto e administrao dos bens recebidos
por seus descendentes.
1.1.1. Perdo do indigno (artigo 1.818 do Cdigo Civil)
A lei prev a possibilidade de o testador perdoar o indigno, ou seja, dispor expressamente
que, apesar da indignidade, o herdeiro no dever ser excludo da herana. Esse perdo dever
ser feito por ato autntico (escrito e assinado) do autor da herana ou por testamento.
O artigo 1.817 do Cdigo Civil dispe sobre os atos praticados pelo herdeiro indigno
(herdeiro aparente) dispondo que sero vlidos se houver boa-f do terceiro que contratar com o
indigno, cabendo, contudo, ao de indenizao contra o indigno, por parte dos outros herdeiros.
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1.2. Deserdao
A deserdao decorre da vontade do testador. Deve haver uma disposio expressa do
testador excluindo o herdeiro (artigos 1.961 e seguintes do Cdigo Civil), desde que presente
alguma das causas previstas em lei. A deserdao possvel somente aos herdeiros necessrios
do autor da herana.
As causas para deserdao sero as mesmas da indignidade, previstas no artigo 1.814 do
Cdigo Civil e nos artigos 1.962 e 1.963.
O artigo 1.962 do Cdigo Civil dispe que, alm das causas mencionadas no artigo 1.814,
autorizam a deserdao dos descendentes por seus ascendentes:
ofensas fsicas;
injria grave;
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b) Substituio fideicomissria
Verifica-se a substituio fideicomissria quando o testador nomeia um favorecido e,
desde logo, designa um substituto, que recolher a herana, ou legado, depois daquele. A
substituio fideicomissria pode ser compendiosa quando combinar com a vulgar.
2.2. Substituio Fideicomissria
A substituio fideicomissria, segundo estabelece o artigo 1.951 do Cdigo Civil,
consiste na instituio de herdeiros ou legatrios, com a obrigao de, por sua morte, a certo
tempo ou sob condio preestabelecida, transmitir a uma outra pessoa a herana ou legado.
A
(fiducirio)
(fideicomissrio)
fideicomitente: testador;
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4.1. Inventrio
4.1.1. Conceito
O inventrio processo judicial destinado a apurar bens deixados pelo finado, com
finalidade de proceder-se partilha.
Constitui processo judicial de carter sempre contencioso, e deve ser instaurado no ltimo
domiclio do autor da herana (artigo 96 do Cdigo de Processo Civil).
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4.1.2. Espcies
comum: para bens do esplio quando o valor for igual ou inferior a 2 mil
OTNs.
o cnjuge suprstite;
o herdeiro;
o legatrio;
o testamenteiro;
o credor do esplio;
a Fazenda Pblica;
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Colao: a conferncia dos bens doados em vida pelo autor da herana para
calcular o valor desta. O bem doado colacionado no inventrio (artigo 1.014
do Cdigo de Processo Civil).
4.2. Partilha
Terminado o inventrio, os bens so partilhados entre os herdeiros e cessionrios,
separando-se a meao do cnjuge suprstite. Havendo apenas um herdeiro, faz-se a
adjudicao dos bens.
Conforme estabelece o artigo 1.022 do Cdigo de Processo Civil, findo o inventrio,
o juiz facultar s partes que formulem o pedido de quinho e, em seguida, proferir, no
prazo de dez dias, o despacho de deliberao da partilha.
4.2.1. Espcies
A partilha pode ser:
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