Apostila Procedimentos Contabeis I
Apostila Procedimentos Contabeis I
Apostila Procedimentos Contabeis I
CONTAS
Preparar um balanço após a ocorrência de cada operação da empresa, visava demonstrar a contínua
igualdade da Equação do Patrimônio (A = P + PL) e explicar efeitos de alguns eventos sobre os elementos do
patrimônio. Na prática, porém, há dificuldade de se preparar um balanço após cada operação. Em qualquer
empresa, tais operações se sucedem a cada instante e é muito oneroso, atualmente, em processo de registro
que permita a apresentação instantânea de seus resultados. Por outro lado, as pessoas interessadas nos
balanços, como administradores, acionistas, entidades governamentais, etc, contentam-se apenas com os
balanços periódicos que são confeccionados com dados fornecidos pelos registros das operações.
Em geral, as operações ocasionam aumentos e diminuições no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido,
e que são registrados em Contas.
RAZÃO
Antigamente, as contas eram registradas nas páginas de um livro chamado Razão. Depois, passaram a ser
registradas em folhas ou fichas soltas. Hoje, estão na memória do computador, mas continuam com a mesma
denominação, Razão. O importante é que em cada conta se mantenha a história da movimentação do
componente do ativo, do passivo ou do patrimônio líquido a que se refere.
Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do Ativo, do Passivo e do Patrimônio
Líquido. Cada uma dessas contas será distinguida das demais por sua denominação. Por exemplo, o dinheiro
em mãos será representado pela conta Caixa.
Podemos, também, representar diversos elementos de características semelhantes em uma mesma conta,
a qual receberá o nome que melhor represente os elementos agrupados.
Ex:
O conjunto formado por cadeiras, mesas, máquinas de escrever etc, registra-se na conta
denominada Móveis e Utensílios.
O conjunto de pequenas despesas, sem necessidade de discriminação. Receberia o nome de
Despesas diversas ou Despesas Gerais etc.
A prática aconselha a numeração ou codificação das contas de
forma racional e bem planificada.
Para simplificar as ilustrações, explicações e resoluções de problemas, utiliza-se uma representação
gráfica de conta simples, que será denominada Conta em T ou Razonete em T ou simplesmente Razonete.
DÉBITO CRÉDITO
O lado esquerdo de uma conta é chamado o lado do débito; o lado direito de uma conta é chamado o lado
do crédito. Um lançamento no lado esquerdo da conta é denominado lançamento a débito ou débito; um
lançamento no lado direito da conta é denominado lançamento a crédito ou crédito. Utilizam-se também os
verbos creditar e debitar.
(Título da Conta)
(Lado do (Lado do
Débito) Crédito)
A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta, em um determinado período,
é denominado Saldo. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos créditos, a conta terá um saldo devedor.
Se acontecer o contrário, a conta terá um saldo credor.
LANÇAMENTOS a DÉBITO e a CRÉDITO DAS CONTAS
As contas possuem dois lados (esquerdo e direito); dessa forma, os aumentos podem ser registrados de
um lado e as diminuições no outro. A Natureza da conta é que irá determinar o lado a ser utilizado para os
aumentos e o lado para as diminuições.
CONTAS DE ATIVO
Os elementos que compõem o Ativo figuram no lado esquerdo do Balanço. Em coerência, as contas de
Ativo (Bens e Direitos) sempre devem apresentar saldo devedor.
Para que uma conta de Ativo tenha saldo devedor, é necessário que os aumentos e as diminuições nela
ocorridos sejam assim registrados:
Qualquer conta de Ativo
Débito Crédito
Aumentos Diminuições
CONTAS DE PASSIVO
Como as contas do Passivo aparecem sempre no lado direito do Balanço, deve acontecer com elas o
inverso do que acontece com as do Ativo, isto é, os aumentos e diminuições do Passivo (Obrigações) devem
ser registrados da seguinte maneira:
Diminuições Aumentos
Como o Patrimônio Líquido Positivo ocupa o lado direito do Balanço, o funcionamento de suas contas será
igual ao funcionamento das do Passivo, ou seja:
Diminuições Aumentos
Quando o Patrimônio Líquido em seu valor total for negativo, estará no lado esquerdo do Balanço, junto
com o Ativo, subtraído do Passivo, com o saldo devedor. Aumenta-lo com o sentido de melhora-lo significa
diminuir esse saldo devedor, o que só pode ser feito mediante um lançamento a crédito.
Logo, segue-se que qualquer aumento em Patrimônio Líquido seja este positivo ou negativo em
determinado momento, será regido por crédito, e qualquer diminuição, por débito.
Observações:
1. Uma empresa possui ou não Passivo (obrigações); não existem dívidas negativas.
2. O Patrimônio Líquido (Ativo – Passivo), entretanto, pode ser positivo, nulo ou negativo.
Efetua-se um lançamento a:
CONTAS Débito Crédito
De para para
Ativo Aumentar Diminuir
Passivo Diminuir Aumentar
Patrim.Líquido Diminuir Aumentar
A essência do método, universalmente aceito, é que o registro de qualquer operação implica que a um
débito numa ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas, de forma que
a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. “Não há débito(s) sem
crédito(s) correspondente(s)”.
1. Diversas pessoas resolveram, 20-7-x2, fundar uma sociedade anônima, com o Capital totalmente
integralizado em dinheiro no ato de $ 17.000, dividido em 1.700 ações de $10 cada uma. Com a
entrada do dinheiro para a sociedade, o Ativo CAIXA foi aumentado (debita-se CAIXA) e o
Patrimônio Líquido também foi aumentado (credita-se CAPITAL).
Caixa Capital
17.000 17.000
Se as operações acima tivessem sido representadas em contas reais e não nos razonetes simplificados,
teríamos o seguinte:
CAIXA Código 101
Data Operações Débito Crédito D/C Saldo
20-7-x2 Capital 17.000 D 17.000
Lembremo-nos: Ativo, se existe, tem saldo devedor. Logo, ao aparecer saldo em dinheiro onde não havia
nada, há que se debitar o Caixa. Por outro lado, se o Patrimônio Líquido é positivo, tem que estar no lado
direito do Balanço; logo saldo credor. Assim ao passar de zero para o valor positivo de $ 17.000, provoca um
Crédito na Conta Capital.
Terrenos Caixa
6.200 17.000 6.200
10.800
3. Venda de Terrenos: O gerente resolveu vender um dos lotes ao Sr. A.Silva, em 27 de julho, por $ 3.100,
isto é, pelo mesmo valor que havia custado à empresa. Nenhum dinheiro foi recebido do Sr, Silva nessa data,
porém a empresa adquiriu o direito de cobrar $ 3.100 do Sr. Silva. Conseqüentemente:
• O Ativo Terrenos ficou diminuído – credita-se Terrenos
• O Ativo ficou aumentado pelo aparecimento de um direito: debita-se Títulos a Receber.
3.100
4. Compra de Materiais: em 28 de julho, foram adquiridos, do Sr. Figueiredo, a prazo, materiais pelo preço
de $ 7.800. Como resultado, temos que:
• Debitar Estoques
• Creditar Contas a Pagar
Estoques Fornecedores
7.800 7.800
5. Compra de Móveis e Utensílios: No mesmo dia, foram adquiridos, também a prazo, do Sr. Figueiredo,
duas mesas, quatro cadeiras, um computador e uma impressora, pelo preço de $ 5.000. todos estes elementos
podem ser representados pela conta de Ativo, Móveis e Utensílios. Logo:
• Debita-se Móveis e Utensílios
• Credita-se Contas a Pagar
6. Em 30 de julho, foi recebida do Sr. Silva parte de sua dívida, $ 2.200. Assim:
• Debita-se Caixa
• Credita-se Títulos a Receber
7. Foi pago, em 31 de julho, ao Sr. Figueiredo, parte da dívida para com ele, $ 7.000. Assim;
• Debita-se Contas a Pagar
• Credita-se Caixa
As contas Títulos a Receber e Contas a Pagar e outras do mesmo tipo são sempre usadas
independentemente do número de devedores ou credores. Os saldos dessas contas representarão, dessa
forma, os totais de débitos e créditos da empresa para com terceiros. Tais contas, que englobam débitos e
créditos de diversas pessoas, ou mesmo contas que englobam operações de tipo diferente, mas da mesma
natureza, são denominadas contas Coletivas. Essas contas podem ser desdobradas em diversas subcontas,
quando necessário.
DIÁRIO
É este um livro no qual são registradas todas as operações contabilizáveis de uma entidade, em ordem
cronológica e com a observância de certas regras.
PARTIDAS DE DIÁRIO
O método universalmente usado em todos os sistemas contábeis é o método das Partidas Dobradas.
A expressão partidas dobradas não indica duplicidade ou repetição de um mesmo registro. Sempre que
ocorre um fato dois ou mais elementos do patrimônio eram alterados equivalentemente, permitindo equilíbrio
constante, e conseqüentemente, a adoção da fórmula:
A disposição dos requisitos segue a ordem indicada. Primeiramente inscreve-se a data de operação, na
sucessão dos fatos registrados. A seguir, intitulação das contas. Quando da escrituração manual nas partidas
de Diário, a conta debitada é colocada em primeiro lugar e a conta creditada abaixo daquela.
No exemplo citado, a conta Estoques de Mercadorias é a conta debitada e a conta Caixa é a conta
creditada.
O histórico compreende a descrição sumária do fato registrado. Sua redação obedece ao estilo mercantil,
com referencia expressa ao instrumento ou documento que o consubstanciou. Deve-se evitar o supérfluo;
todavia, a partida, no conjunto de seus requisitos, tem de proporcionar, por sua leitura, uma representação
exata e completa das operações escrituradas.
As partidas de Diário que contem uma única conta a débito e uma única conta a crédito são chamadas
Partidas de 1ª Fórmula. Partidas de 2ª Fórmula são as compostas de uma conta a débito e duas ou mais
contas a crédito.
Exemplo: No lançamento do dia 3, a conta Estoques de Mercadorias foi debitada pelo total de $ 5.900 e as
contas Caixa e Fornecedores são as creditadas, respectivamente, por $ 3.400 e $ 2.500.
Partidas de 3ª Fórmula são as compostas de duas ou mais contas a débito e uma só a crédito.
Exemplo:
Nas contas coletivas são englobados os créditos e débitos de terceiros para com a entidade. Nesse caso, a
entidade precisa manter registros adicionais para o controle de cada devedor e cada credor, separadamente.
Para tal finalidade, existem livros auxiliares de razão que funcionam como desdobramento das contas
coletivas. Costuma-se dizer que as contas coletivas funcionam no Razão como registros sintéticos e os livros
auxiliares correspondentes como registros analíticos.
Há também o livro auxiliar do Razão chamado de Livro Caixa. Esse livro contém as mesmas informações
globais que a conta Caixa do Razão, porém é mais completo nos históricos das operações e deve ser
escriturado simultaneamente com as operações, a fim de permitir a conferência imediata das existências, a
qualquer momento.
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
A Denominação método das partidas dobradas deriva do fato de a escrituração de cada operação ser feita
sempre por meio de um débito e um crédito de igual valor. Pelo mesmo motivo, o valor total dos saldos
credores deve ser igual ao valor total dos saldos devedores.
É costume procurar verificar essas igualdades periodicamente, relacionando todas as contas em
demonstrativos chamados de Balancetes de Verificação do Razão, Balancetes de Verificação ou Balancetes.
Por exemplo, em 31-7-19x9, o Balancete de Verificação da Cia. Brasília de Radiadores é o seguinte:
Este é um exemplo do balancete de verificação do tipo mais simples, de duas colunas apenas.
Os outros tipos são mais completos na evidenciação de dados de interesse para o leitor. Assim, o
balancete chamado de seis colunas apresenta saldos do balancete anterior, o movimento de débitos e créditos
do período que medeia o anterior e o atual e, finalmente os saldos atuais.
O balancete mais completo é o de oito colunas, no qual aparecem os saldos anteriores, o movimento e os
saldos do período, e finalmente, os saldos atuais.
EXERCICIO DE FIXAÇÃO
Abaixo estão mencionadas as transações da Cia K. Cilda Ltda, com inicio das atividades em 01/09/X1.
Pede-se
Fazer as partidas de diário
Transporta-las para os razonetes
Levantar o Balancete de Verificação
Levantar o Balanço Patrimonial
(a) O investimento incial de capital efetuado pelos proprietários / investidores e seus aumentos posteriores ou
desinvestimentos (devoluções de capital) feitos na entidade;
(b) O resultado obtido do confronto entre contas de despesas e receitas dentro do período contábil
RECEITA
Entende-se por receita um entrada de elementos para o Ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a
receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, produtos ou a prestação de serviços. Uma
receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais como
aluguéis
A obtenção de uma receita resulta, pois, num aumento no de Patrimônio Líquido.
DESPESA
Entende-se por despesa o consumo de bens ou serviços, que, direta ou indiretamente ajuda a produzir
uma receita. Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passivo, uma despesa é realizada com a finalidade de se
obter uma receita cujo valor se espera seja superior à diminuição que provoca no Patrimônio Líquido.
RESULTADO
Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o Resultado do período contábil será
positivo (lucro), que irá aumentar o Patrimônio Líquido. Se as despesas forem maiores que as receitas, esse
fato ocasiona um prejuízo que diminuirá o Patrimônio Líquido.
Obedecendo o método das partidas dobradas, as contas de Patrimônio Líquido obedecem a seguinte
regra: os aumentos são registrados por créditos e as diminuições por débitos.
Em decorrência dessa regra geral, as receitas obtidas, por aumentarem o Patrimônio Líquido deverão
ser creditadas em contas de receitas. As Despesas incorridas por diminuírem o Patrimônio Líquido, deverão
ser debitadas em contas de despesa.
Uma despesa é portanto, elemento que diminui o resultado (e, consequentemente o Patrimônio
Líquido), enquanto uma receita é elemento que aumenta o resultado (e o Patrimônio Líquido, por decorrência)
PERÍODO CONTÁBIL
O resultado exato de uma empresa, somente poderá ser apurado no final de sua vida, após a venda de
todo o seu Ativo e o pagamento de suas obrigações para com terceiros. O resultado do empreendimento será
medido pela diferença entre o Patrimônio Líquido apurado no final da sal vida e o Patrimônio Líquido inicial,
considerados também aumentos de capital e distribuições de lucros havidos durante esse período.
Entretanto a administração não pode esperar para que a empresa seja liquidada ou encerrada, a
informação do resultado de várias operações deve ser fornecida em intervalos regulares, de tempo de um ano,
de seis meses, de três meses, de um mês. Assim a Contabilidade registra e resume todas as mudanças no
Patrimônio Líquido que ocorrem durante o período escolhido e apresenta o resultado obtido.
O período contábil, espaço de tempo escolhido para que a Contabilidade mostre a situação patrimonial
e financeira na evolução dos negócios da empresa, quando de uma ano é também denominado de exercício
social .
Para finalidades externas, o período normalmente é de uma ano e, na maioria das vezes corresponde
ao ano calendário (01/01 a 31/12). Para finalidade internas as informações dos resultados devem ser
elaboradas em intervalos menores, por exemplo mês a mês, a fim de que a administração acompanhe o
desenvolvimento dos negócios, por meio de demonstrações elaboradas.
Toda empresa necessita fazer a apuração de resultados pelo menos uma vez ao ano. O Lucro ou
Prejuízo de um exercício esta na dependência do confronto das contas de receita e despesa, e esse resultado
líquido é apurado na conta denominada de Resultado.
Para efeito de apurar o resultado da empresa, as contas de receita e despesa são periódicas, isto é,
somente deverão conter registros para um ano ou períodos menores, o que significa que todas as contas de
receita e despesa devem possuir saldo zero no início dos períodos.
Para que isso ocorra, no final de cada período deve-se proceder o encerramento das Contas de
Resultado. O encerramento das contas de receita é efetuado pela transferência (débito) de seus saldo
credores para crédito da conta Resultado do Exercício. As contas de despesas são encerradas pela
transferência (crédito) de seus saldo devedores para débito da Conta de Resultado.
Ocorrendo Lucro ou Prejuízo, o resultado será transferido para a conta Lucros ou Prejuízos
Acumulados.
Suponhamos que uma empresa prestadora de serviços, encerre seu exercício a cada final de mês,
apurando o resultado, durante o mês de outubro de X2, ocorreram as seguintes operações:
resultado, é conseguida por meio da adoção do regime de competência de exercícios, que refletirá nas
demonstrações Balanço e Resultado do Exercício a situação mais próxima possível do real.
No regime de competência, atenção especial deve ser dada ao reconhecimento do fato gerador da
receita e despesa. Por exemplo, o fato gerador da despesa de material de escritório é o consumo dele, e
não a compra ou pagamento. Em alguns sistemas mais simples, todavia, pela imaterialidade dos
valores envolvidos, pode-se aceitar o registro como despesa já no ato da aquisição. Entretanto, o
correto é fazer o registro pelo consumo.
Para efeito de uma apuração mais correta de resultados dentro de um exercício social, é
necessário que, além dos registros das operações normais, sejam feitos lançamentos de ajustes, no
fim do período, para a apropriação das despesas a pagar e receitas a receber.
Uma despesa a pagar é a que incorreu (o fato gerador ocorreu) dentro do período contábil, mas
ainda não foi paga; uma receita a receber é a que foi ganha (o fato gerador ocorreu) dentro do período
contábil mais ainda não foi recebida.
A ocorrência dessas despesas e receitas altera o Patrimônio Liquido do período contábil a que se
referem, apesar de às vezes ainda não haverem sido registradas na contabilidade, quer pela falta de
pagamento ou recebimento, quer pela falta de documentação de origem etc. É necessário, pois ao fim
de cada período contábil, o registro desses fatos, e para tanto, deverão ser observadas as seguintes
regras gerais para os lançamentos de ajustes:
a) “Se uma empresa obteve uma receita (ganhou), mas ainda não recebeu em dinheiro e tampouco
foi feito em qualquer registro contábil, debita-se uma conta do Ativo e credita-se uma conta do
Receita”;
b) “Se uma empresa incorreu numa despesa ainda não paga em dinheiro, e se nenhum registro
contábil foi realizado, debita-se uma conta de Despesa e credita-se uma conta de Passivo”.
Um exemplo de uma receita a receber é o proveniente da prestação de um serviço que não foi
faturado ao destinatário, e, conseqüentemente, não recebido, mas que deverá ser registrada por meio
de uma partida de diário de ajuste, partindo-se da regra geral anteriormente explicada:
Contas a Receber
a Serviços a Faturar
Faturado valor do serviço prestado
No período anterior conforme fatura nº $ 500.000
Despesas de Salários
a Salários a Pagar (Conta de Passivo)
Valor da folha de pagamento deste
Mês a ser paga no mês seguinte $ 800.000
Salários a Pagar
a Caixa
Valor pago relativo à folha de
Pagamento do mês anterior $ 800.000
Outras despesas poderão ser objeto desse tipo de ajustes, tais como as incorridas com aluguéis,
impostos e taxas, juros etc.
Se um desembolso beneficiar mais de um exercício contábil, deverá ser debitado a uma conta de
Ativo. Ao final de cada período, é necessário determinar qual a parcela que foi usada ou consumida,
considerando-a, pois, despesa (aparecendo na Demonstração do Resultado do Exercício), e qual a
parcela ainda não usada ou assumida que se tornará despesa em períodos futuros e até lá continuará a
aparecer no Ativo do Balanço.
O procedimento contábil mais apropriado a ser usado em tais casos é o seguinte:
o na data do pagamento ou da criação da obrigação a pagar, debita-se o valor total da conta de
Ativo;
o no final de cada período beneficiado pelo gasto, transfere-se, do valor da conta do Ativo, por um
lançamento de ajuste, a parcela proporcional ao período beneficiado para uma conta de
Despesa.
Existem certos ativos oriundos de gastos realizados no período corrente que beneficiam o
exercício seguinte ou subperiodos de tal exercício. É o caso do prêmio seguro pago antecipadamente,
usualmente remunerando a seguradora por um ano de cobertura de seguro. Nesse caso, temos um
típico exemplo de Despesa paga antecipadamente classificavel ao Ativo Circulante (ativos realizáveis
no curso do exercício social subseqüente ao do Balanço). A partida de Diário seria:
Foz do Iguaçu, 30 de junho de 19x9.
Foz do Iguaçu,..................................
No último período, para se determinar o valor dos materiais consumidos – que será despesa no
atual exercício – e o valor dos que permanecem em estoque, para utilização nos períodos seguintes, a
empresa deverá proceder da seguinte forma (desde que não adote inventário permanente):
Deverá fazer um inventário das existências físicas em 31 de dezembro e valoriza-las pelo custo de
aquisição:
O ajuste da depreciação é feito por meio de um débito em uma conta de despesa – Despesa de
Depreciação/Equipamentos – e o crédito em uma conta separada – Depreciação
Acumulada/Equipamentos (Retificadora do Ativo Equipamentos).
O crédito não deve ser feito diretamente na conta do Ativo (Equipamentos), porque é um valor
calculado aproximadamente, atribuído e também para que não seja cancelado o custo histórico do
investimento.
O lançamento de ajuste em 31 de dezembro será o seguinte;
Despesas de Depreciação/Equipamentos
a Depreciação Acumulada/Equipamentos
Depreciação do equipamento para o ano de 19x9 $ 300.000
Ativo $ $
Equipamentos 3.000.000
(-) Depreciação Acumulada/ Equipamentos 300.000 2.700.000
Deve-se observar que, quando o saldo da conta Depreciação Acumulada igualar-se ao valor do
item Ativo, objeto da depreciação, o lançamento de ajuste cessará porque já terá sido apropriado o total
de seu custo. Assim, desde que o item do Ativo não seja alienado ou baixado e ainda esteja prestando
serviços à empresa, deverá figurar no balanço da seguinte forma:
Ativo $ $
Equipamentos 3.000.000
(-) Depreciação Acumulada/ Equipamentos 3.000.000 -0-
Ocorre, em certas ocasiões, o recebimento antecipado de valores por conta de serviços a serem
executados ou vendas de bens a serem atendidas.
ADIANTAMENTOS DE RECEITAS
Adiantamentos de Clientes representam recebimentos adiantados que vão gerar um Passivo, por
representarem a obrigação da prestação de serviço futuro, ou de entrega posterior de bens.
O valor desse recebimento deverá se creditado em uma conta de passivo, cujo título expresse
claramente tratar-se de um adiantamento de cliente, com valor recebido antecipadamente. O
procedimento contábil mais correto para o caso é o seguinte;
• na data do recebimento do valor, credita-se uma conta de passivo; a débito de caixa;
• ao final de cada período, a parte do valor dos serviços prestados, ou o valor dos bens
entregues nesse exercício, deverá ser transferida, por meio de um lançamento de ajuste,
da conta de adiantamento de cliente para a conta de receita de exercício.
Uma empresa recebe $ 1.000.000 antecipadamente para prestar serviços futuros. Desde que esse
recebimento beneficie mais de um período contábil, ele deverá ser creditado em uma conta de Passivo,
da seguinte maneira:
Caixa
a Adiantamentos de Clientes (Conta de Passivo)
Recebido pelo serviço a ser prestado à firma X,
Conforme recibo nº 0248 $ 1.000.000
No fim do período, deverá ser feito um lançamento de ajuste, apropriando-se como receita do
exercício o valor dos serviços já prestados.
Adiantamentos de Clientes
a Receita de Serviços
Apropriação da receita, correspondente à parte
Dos serviços prestados neste período $ 600.000
Em resumo, podemos dizer que as Despesas podem ser classificadas de duas formas;
a) Método da conta mista: consiste em se utilizar uma única conta, que poderá ser chamada Mercadorias
ou Estoque de mercadorias ou outra similar, para registrar todas as operações com mercadorias
(estoques inicial e final, compras, vendas, devoluções de compras e devoluções de vendas).
b) Método da conta desdobrada, consiste em utilizar as três contas básicas: Estoque de mercadorias
(registra os estoques inicial e final), Compra de Mercadorias e Venda de Mercadorias.
A empresa poderá optar por um dos dois métodos, mas não poderá utilizar ambos ao mesmo tempo, para não
prejudicar a uniformidade de seus registros contábeis.
Seja qual for o método utilizado, a empresa poderá, ainda, adotar um dos seguintes sistemas:
a) Inventário permanente: consiste em controlar permanentemente o valor do estoque de mercadorias.
Assim, a cada compra efetuada, seu custo é incluído no estoque e a cada venda efetuada, seu custo é
diminuído do estoque, permitindo que o estoque de mercadorias fique atualizado constantemente.
b) Inventário periódico: por este sistema o valor do estoque só é conhecido no final do período,
mediante levantamento (inventário) físico realizado.
Essas são as considerações relativas aos métodos de contabilização das operações com mercadorias, assim
usaremos o método da conta desdobrada com inventário periódico.
a) Compras de mercadorias:
Exemplo: Compra de mercadorias, cfe nf n.º 341, do fornecedor G. Lado Ltda no valor de R$ 10.000,00 a
vista.
Registro no livro diário:
Compras de mercadorias
a Caixa
Nota fiscal n.º 341 de G. Lado Ltda R$ 10.000,00
Assim, toda vez que a empresa comprar mercadorias, a conta a ser debitada será Compra de
mercadorias e a conta a ser creditada poderá ser Caixa, BCM, fornecedores ou Duplicatas a pagar,
conforme o caso.
Compras anuladas (devolução de compras): consiste na devolução total ou parcial das mercadorias
adquiridas, tendo em vista fatos desconhecidos no momento da compra. Ex.:
Nossa devolução de parte da compra de mercadorias do fornecedor G. Lado Ltda, conforme nossa nota fiscal
n.º 001 no valor de R$ 2.000,00; o fornecedor nos devolveu a importância em dinheiro. Registro no livro diário:
Caixa
a Compras Anuladas
Nossa devolução de parte das mercadorias adquiridas do
fornecedor G. Lado Ltda, cfe nossa nf 001 R$ 2.000,00
Fretes e seguros sobre compras: correspondem à importância para diretamente ao fornecedor ou uma
empresa transportadora, referente a despesas com seguros e transportes.
Ex.:
Pago a Transportadora Já Fui S/A a importância de R$ 500,00 referente a fretes e seguros, cfe conhecimento
de transporte n.º 115.
Fretes e seguros sobre compras
a Caixa 500,00
Fretes e seguros pagos a Transp. Já Fui, cfe conhecimento N.º 115 R$ 500,00
c) Vendas de mercadorias:
Ex.: Nossas vendas de mercadorias, à vista, cfe nossas notas fiscais de n.º 001 a 025, no valor de R$
15.000,00. Registro no livro diário:
Caixa
a Venda de Mercadorias 15.000,00
Venda de mercadorias cfe nossas notas fiscais n.º 001 a 025 R$ 15.000,00
Assim , toda vez que ocorrer vendas de mercadorias durante o ano, a conta a ser creditada, será sempre
Venda de mercadorias e a conta a ser debitada poderá ser caixa, clientes ou duplicatas a receber conforme o
caso.
Vendas anuladas (devolução de vendas): é comum as empresas receberem de seus clientes mercadorias
em devolução total ou parcial, por motivos também desconhecidos no momento da venda. Ex.: Recebemos do
cliente Ronaldo Oliveira, em devolução, mercadorias no valor de R$ 6.000,00, referente a parte de nossa
venda através das notas fiscais 001 a 025 , foi restituído ao cliente o valor em dinheiro.
Registro no livro diário:
Vendas Anuladas
a Caixa
Devolução de vendas recebida do cliente Ronaldo Oliveira ref
Parte das nfs 001 a 025 R$ 6.000,00
Lucro Bruto é a diferença entre a receita líquida de venda de bens ou serviços e o custo das
mercadorias vendidas ou dos serviços prestados.
Para apurarmos no final do ano o resultado da conta Mercadorias, precisamos inicialmente verificar no livro
Razão os saldos das contas utilizadas durante o ano para o registro das operações com mercadorias.
Suponhamos que o saldo dessas contas em uma determinada empresa, em 31 de dezembro tenham sido os
seguintes:
Pelo método por nós adotado, ou seja, conta desdobrada com inventário periódico, para apurarmos o resultado
da conta Mercadorias em 31 de dezembro, além das contas acima (que representam o estoque inicial e as
compras e vendas de mercadorias efetuadas no período), precisamos conhecer o valor das mercadorias em
estoque no último dia do ano. Com esse objetivo é feita uma contagem física (inventário) das mercadorias.
Supondo que o inventário físico realizado em 31 de dezembro tenha sido de R$ 12.000,00, vamos estudar dois
processos de apuração: extracontábil e contábil.
• Apuração extracontábil
1ª Fórmula:
CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial de mercadorias
C = Compras de mercadorias
EF = Estoque Final de mercadorias
Assim temos:
CMV = 5.000 + 20.000 – 12.000 = 13.000
2ª Fórmula:
RCM = V – CMV
Onde:
RCM = Resultado da Conta Mercadorias
V = Vendas de mercadorias
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas – apurado pela 1ª fórmula
Assim temos:
RCM = 23.000 – 13.000 = 10.000
Sendo o RCM positivo (o valor das vendas supera o valor do custo), ele corresponde a lucro. Esse lucro é o
Lucro Bruto do Exercício, ou seja, o lucro apurado nas vendas.
• Apuração contábil
Para contabilizar o Resultado da Conta Mercadorias, tanto no Diário, como no Razão ou Razonete, vamos
tomar como roteiro as duas fórmula apresentadas e proceder os lançamentos, seguindo a ordem em que as
contas aparecem nas respectivas fórmulas.
Comecemos pelo Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Como essa conta não foi movimentada durante o
ano, vamos abrir um Razonete para ela:
Veja o saldo das contas envolvidas nesse lançamento em seus respectivos razonetes
CMV = EI + C - ...
A transferência do saldo da conta Compra de Mercadorias para a conta CMV é feita através do seguinte
lançamento:
CMV = EI + C – EF
O valor do Estoque Final é apurado mediante levantamento físico efetuado em 31 de dezembro; logo até o
presente, esse valor não foi registrado pela Contabilidade, porém o seu registro é simples:
3. Estoque de Mercadorias
a Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
Registro do Estoque Final, cfe inventário físico realizado R$ 12.000,00
Chegamos assim ao final da fórmula do CMV; não há mais nenhuma conta a ser lançada, assim o
saldo da conta CMV deverá coincidir com o valor apurado extracontabilmente.
O próximo passo é preceder da mesma maneira com a segunda fórmula, o RCM. Essa conta também
não foi movimentada durante o ano; por isso, vamos abrir um razonete para ela neste momento
4. Vendas de Mercadorias
a Resultado da Conta Mercadorias (RCM)
Resultado da Conta
Vendas de Mercadorias
Mercadorias (RCM)
4 23.000, S 23.000, Note que, após este lançamento, a conta
4 23.000,
Vendas de Mercadorias ficou com saldo igual
a zero, pois teve seu saldo igual a zero, pois
teve seu valor transferido para a conta RCM.
RCM = V - CMV
Custo das Mercadorias Note que após este lançamento, a conta Custo das Mercadorias Vendidas,
Vendidas (CMV) tendo seu saldo transferido para a conta Resultado da Conta Mercadorias,
1 5.000, 3 12.000, ficou com saldo igual a zero.
2 20.000, Como na fórmula não há mais nenhuma conta a ser lançada, o saldo da
conta RCM deverá coincidir com o valor apurado através dos cálculos
S 13.000, 5 13.000, extracontábeis. Se o saldo for devedor, corresponderá a Prejuízo Bruto, ou
seja, prejuízo sobre vendas; se for credor, corresponderá a Lucro Bruto, ou
seja, lucro sobre vendas.
Resultado da Conta Note que após todos esses procedimentos, aparecem com saldos apenas
Mercadorias (RCM) os Razonetes das seguintes contas:
5 13.000, 4 23.000, • Estoque de Mercadorias: com saldo devedor de R$ 12.000,00, cujo
valor corresponde ao Estoque Final de Mercadorias existente em 31 de
dezembro;
S 10.000, • Resultado da Conta Mercadorias (RCM): com saldo credor de R$
10.000,00, cujo valor corresponde a Lucro Bruto.
A conta Estoque de Mercadorias representa Bens; portanto, é uma
conta Patrimonial e deve constar no Balanço Patrimonial no Grupo do Ativo
Circulante.
A conta Resultado da Conta Mercadorias (RCM) que representou o Lucro Bruto com vendas, terá o seu saldo
transferido para a conta Resultado do Exercício no momento da Apuração do Resultado Líquido do Exercício.
PRÁTICA:
1. Saldo das contas da empresa Silva & Silva Ltda, extraídos do Livro Razão em 31/12:
2. Saldo das contas da empresa Santos & Santos Ltda, extraídos do Livro Razão em 31/12:
Sabendo que o estoque final, conforme inventário físico realizado, foi de R$ 5.000,00, calcule e contabilize o
Resultado da Conta Mercadorias.
3. Saldo das contas da empresa Oliveira & Oliveira Ltda, extraídos do Livro Razão em 31/12:
4. Saldo das contas da empresa Pereira & Pereira Ltda, extraídos do Livro Razão em 31/12:
5. Saldo das contas da empresa Lima & Lima Ltda, extraídos do Livro Razão em 31/12: