A Globalização: Objeto Cultural Não Identificado - Texto de Nestor Garcia Canclini
A Globalização: Objeto Cultural Não Identificado - Texto de Nestor Garcia Canclini
A Globalização: Objeto Cultural Não Identificado - Texto de Nestor Garcia Canclini
Quem não se amolda a este modelo como Iraque, Iran, Libia, Albania,
seriam exilados da história. Outros países que tentam adaptar-se estariam
confirmando com sua readaptação a validade universal deste paradígma, como China,
Cuba e Vietnan. Esta é a visão de alguns intelectuais, do Grupo dos Sete, de empresas
e bancos do primeiro mundo que estão conduzindo a política econômica. As crises
deste modelo em vários países, como México desde 1994, Russia e Sudeste asiático
em 1997, no Brasil em 1998 e os conflitos sociais agravados em todas as partes do
mundo, geram dúvidas sobre a consistência e benefícios deste modelo.
Para falar de globalização é necessário falar de gente que migra ou viaja, que
não vive onde nasceu, que troca bens e mensagens com pessoas desconhecidas, ve
cinema e televisão de outros países ou conta histórias em grupo sobre o país que
deixou. Se reune para celebrar algo desconhecido ou se comunica por correio
eletrônico com outros, os quais não sabe quando voltará a ver. De certo modo,
sua vida está em outra parte. Pensar a globalização a partir de relatos que
mostram , junto com sua existência pública, a intimidade dos contatos
interculturais sem os quais não seria o que é.