Unifei - Famílias de Besouros Da Reserva Biológica Municipal Da Serra Dos Toledos
Unifei - Famílias de Besouros Da Reserva Biológica Municipal Da Serra Dos Toledos
Unifei - Famílias de Besouros Da Reserva Biológica Municipal Da Serra Dos Toledos
WINKLER
Equipe:
Profa. Dra. Simone Policena Rosa CPF 128.229.358-31 (Coordenadora)
Ms. Tania Aparecida de Souza Barbosa CPF 772.195.976-45 (Bióloga Técnica)
Jaqueline de Paiva Viana CPF 129.099.146-40 (Aluna de Iniciação Científica)
Vigência: 01/2018-01/2019
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Famílias de besouros da Reserva Biológica Municipal da Serra dos Toledos
coletados em armadilha malaise e extrator winkler
RESUMO
INTRODUÇÃO
Estudos recentes sugerem que ainda restam muitas espécies a serem descobertas
no Bioma Mata Atlântica. A análise de coletas realizadas ao longo de cinco anos em
remanescentes florestais do Estado de São Paulo revelou a descoberta de quase mil
novas espécies de insetos, além de novos registros de táxons para a região Neotropical
(Talamone, 2009). A pesquisa também encontrou diferenças na diversidade de florestas
do interior e da Serra do Mar, alertando para o fato de que os programas de conservação
para essas áreas devem ser distintos. O estudo da biodiversidade do Bioma Mata
Atlântica é, portanto, uma tarefa prioritária e necessária para sua preservação. No
Estado de Minas Gerais esses estudos são ainda mais urgentes, tendo em vista que nos
últimos cinco anos o Estado foi apontado com os maiores índices de desmatamento de
Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica, 2014).
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Por sua diversidade e abundância os besouros (Coleoptera, Insecta, Arthropoda)
representam uma importante componente dos ecossistemas tropicais e são geralmente
representativos da fauna de insetos nesses ambientes. Eles compõem o mais
diversificado grupo de organismos vivos e são imprescindíveis para a avaliação da
diversidade faunística nessas regiões. As estimativas são de que existam cerca de
350.000 espécies de besouros descritas e um número ainda maior de espécies que ainda
não foram catalogadas.
Coleoptera compreende cerca de 170 famílias, dentre as quais 105 ocorrem no
Brasil. Aproximadamente 23% dos metazoários e 35% do total de todos os insetos
conhecidos são coleópteros, conhecidos popularmente como besouros. Para ser ter um
ideia, o número de espécies de besouros conhecidos é cerca de 90 vezes o número de
mamíferos (Casari & Ide, 2012; Marinoni & Dutra, 1997; Lawrence & Newton, 1995).
É consenso entre a grande maioria dos autores que a ordem Coleoptera é
monofilética. Entre suas principais autapomorfias destacam-se a redução do esternito
abdominal I; segmentos terminais do abdômen invaginados; escleritos expostos
estreitamente conectados uns aos outros e élitros com mecanismos específicos de
encaixe com o pterotórax. Coleoptera é classicamente dividido em 4 subordens,
Archostemata, Myxophaga, Adephaga e Polyphaga. Várias análises filogenéticas
demonstraram a monofilia desses clados, entretanto, as relações filogenéticas entre eles
ainda são alvo de controvérsias (Vanin & Ide, 2002; Beutel & Haas, 2000).
Os besouros apresentam uma ampla diversificação morfológica e ocupam todos
os habitats terrestres e de água doce e até mesmo ambientes litorâneos. Eles
desempenham papeis importantes nas comunidades florestais, na reciclagem de
nutrientes e nas cadeias alimentares, seja como predadores ou como presas. Muitos
adultos alimentam-se de frutos e exsudados de plantas, incluindo néctar e contribuem
nos serviços de polinização. Algumas espécies competem diretamente com o homem
tendo, portanto, importância econômica. Estes causam danos à agricultura, pastagens,
danificam madeiras, couro, grãos e sementes estocados. Por outro lado, várias espécies
têm grande importância no controle biológico de artrópodes pragas e plantas nocivas
(Freitas et al., 2006; Leivas & Fischer, 2008).
Por sua diversidade, abundância e importância ecológica os besouros adultos são
componentes significativos em estudos de composição de invertebrados terrestres e são
potenciais indicadores de comunidades florestais (Freitas et al., 2006). A biodiversidade
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de coleópteros, assim como a maioria dos organismos que compõem uma comunidade,
é afetada pela perda ou fragmentação de hábitats, pelas mudanças climáticas e pela
introdução de espécies invasoras (Gullan & Cranston, 2017).
Os imaturos de Coleoptera apresentam grande diversificação em suas histórias
de vida e nichos ecológicos, diferentes daqueles dos adultos. São encontrados em
praticamente todos os habitats de água doce e terrestres e algumas espécies habitam
regiões litorâneas. As larvas possuem grande variação de estratégias alimentares,
incluindo espécies fitófagas, necrófagas, xilófagas, predadoras e parasitas. O estágio
larval é geralmente o período mais longo do ciclo de vida dos besouros. Nesse estágio o
organismo possui locomoção restrita, representando principlamente a fase trófica do
indivíduo. As estruturas morfológicas das larvas são únicas e temporárias, sendo
eliminadas durante a metamorfose para o estágio adulto. A pupa dos coleópteros são
adécticas e, em sua maioria, exaratas e também apresentam caracteres próprios. Assim
como as larvas, podem ser encontradas em uma grande variedade de ambientes expostos
ou dentro de casulos e câmaras pupais (Costa et al., 1988)
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OBJETIVOS
- Contribuir para o conhecimento da fauna de besouros em remanescentes de
Mata Atlântica.
- Prover dados para futuros estudos taxonômicos e filogenéticos em Coleoptera
- Contribuir para o conhecimento da biota da Reserva Biológica Municipal da
Serra dos Toledos, para seu manejo e preservação.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de coleta e frequência. As coletas serão realizadas pelo menos uma vez por mês
na Reserva Biológica Municipal da Serra dos Toledos, no município de Itajubá,
mediante autorização do Ibama e da autoridade local.
Coletas com malaise. Serão amostrados dois pontos ao longo da trilha principal da
Rebio Serra dos Toledos, em diferentes altitudes, portanto, serão empregadas duas
armadilhas de interceptação do tipo malaise. As armadilhas contendo álcool 92-99%
serão trocadas pelo menos uma vez por mês. Os insetos e outros artrópodes obtidos
nestas amostras serão triados e armazenados em álcool 70-90%. Os besouros serão
triados e identificados em nível de família e serão armazenados em álcool 92-99% em
freezer a -20oC para preservação de material genético para futuros estudos moleculares.
Os espécimes de besouros serão morfoespeciados e, quando possível, identificados em
nível de gênero ou espécie.
Coletas com extrator Winkler. A cada expedição quatro pontos serão amostrados ao
longo da trilha principal da reserva, abrangendo microhabitats diversos em áreas úmidas
e secas. A serrapilheira e a camada superficial do solo serão peneiradas em um
concentrador (sifter). O material particulado resultante e os organismos presentes serão
segregados com a utilização de quatro extratores de Winkler, por um período de um a
três dias. Esse material será coletado a seco, para preservação das larvas de besouros.
As larvas assim obtidas serão criadas em laboratório para a obtenção dos adultos.
Besouros adultos e outros artrópodes serão triados e preservados em álcool 92-99%
As excursões de coleta serão realizadas ao menos uma vez por mês. Para o
transporte até o local da coleta, será utilizado veículo do(a) coordenador(a) do projeto.
Este projeto deverá ser submetido às demandas regulares da FAPEMIG e do CNPq.
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ATIVIDADES E CRONOGRAMA
EQUIPE
Docente: Professor(a) Dr(a)., coordenador(a) do projeto e orientador(a)
Técnico(a) colaborador(a): Biólogo(a) Mestre(a)
Aluno(a) de Iniciação Científica
RESULTADOS ESPERADOS
Diretos
Descrições de novos imaturos e/ou adultos de Coleoptera, que serão divulgadas
por meio de artigos científicos em revistas indexadas e reuniões científicas.
Orientação de alunos de Iniciação Científica.
Indiretos
Ampliação do conhecimento acerca da biologia de adultos e imaturos de
espécies de coleópteros da região Neotropical, provendo novos dados que contribuirão
para a filogenia e classificação de Coleoptera.
Contribuição para o conhecimento da fauna de insetos de remanescentes do
Bioma Mata Atlântica.
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Incremento da coleções zoológicas didática e de referência da Universidade
Federal de Itajubá.
Recursos e bolsas de Iniciação Científica por meio da submissão deste projeto
junto às demandas regulares das agências de fomento (Fapemig ou CNPq) e editais
internos da UNIFEI.
REFERÊNCIAS
Beutel, R. G. & F. Haas. Phylogenetic relationships of the suborders of Coleoptera
(Insecta). Cladistics, v. 16, n.1, p. 103-141, 2000.
Casari, C. & Ide, S. Coleoptera. In Rafael et al. (ed.). Insetos do Brasil: Diversidade e
Taxonomia. Ribeirão Preto, Editora Holos, 810p, 2012.
Costa, C. & Ide, S. Importância e significado taxonômico e filogenético dos caracteres
dos imaturos de Insecta em especial dos Coleoptera. In: Contribuciones
taxonômicas en órdenes de insectos hiperdiversos.1 ed. México, D.F.:
Unam, Ribes-Cyted, v.1, p. 37-55, 2008.
Costa, C.; S. A. Vanin & S. A. Casari–Chen. Larvas de Coleoptera do Brasil. São
Paulo: Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, V + 282 p., 165 pls,
1988.
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http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-
brasileiros/mata-atlantica/unidades-de-conservacao-mata-atlantica?start=10.
Acessado em 13/11/2017.
Flauzino, B. K. Degradação do solo pela erosão hídrica e capacidade de uso em sub-
bacia hidrográfica piloto no sul de Minas Gerais. 2012. 105 f. Dissertação
(Mestrado) – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2012.
Freitas, A. et al. Insetos como indicadores de conservação da paisagem. In: Rocha, C. F.
D.; Bergalo, H. de G.; Sluys, M. V. & Alves, M. A. dos S. (eds). Biologia da
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Gomes, L.P.L.N et al. Inventário de macroinvertebrados bentônicos da região da Serra
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Gullan,P. J. & Cranston, P.S. Insetos - Fundamentos da Entomologia, 5ª edição.
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Leivas, F.W.T & Fischer, M.L. Avaliação da composição de invertebrados terrestres em
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Lombardi, V. T. et al. Registros notáveis de aves para o sul do estado de Minas
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Marinoni, R.C. & Dutra, R.R.C.. Famílias de Coleoptera capturadas com armadilha
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Melloni, R., Guida, E.C., Andrade, M.R. & Melloni, E. G. P. Fungos micorrízicos
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Silva, T.F.; Melloni, R. Densidade e diversidade fenotípica de bactérias diazotróficas
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Talamone, R.S. Estudo pode revelar até mil novas espécies de insetos. Agência USP,
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Vanin, S. A. & Ide, S. Classificação comentada de Coleoptera. In: Costa, C., Vanin, S.
A., Lobo, J. M. & A. Melic (eds.). PrIBES 2002. M3M: Monografías
Tercer Milenio. p. 193-205, 2002.
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