0 - Retornando Ao Primeiro Amor
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EXPLANAÇÃO
1. O caráter glorioso de Cristo (2.1)
a) O remetente e o destinatário da carta (vs.1a)
A palavra anjo, no grego άγγελος (aggelos), significa “mensageiro, aquele
que anuncia ou ensina algo”. Nesse caso, refere-se ao presbítero da igreja de
Éfeso.3 Conforme é descrito na passagem, Jesus instruiu João a escrever uma
breve carta destinada aquele que representava a igreja em Éfeso.
Todavia, foi o Senhor Jesus que instituiu aos presbíteros a responsabilidade
de serem os líderes da igreja (Ef 4.11), cuja função é administrá-
la/supervisioná-la, ensinar a Palavra de Deus, orar, visitar os irmãos e zelar
pela vida de todos, seguindo o exemplo de Cristo, como o supremo e o bom
pastor que é (Jo 10.11). Assim sendo, os presbíteros também prestarão contas
a Deus das almas que estiveram sob a égide deles (Hb 13-17b).
b) O contexto de Éfeso (vs.1a)
Éfeso era a capital e a cidade mais rica e importante da província Romana da
Ásia menor. “Era tanto um centro comercial quanto religioso (muitas vezes
chamado de o mercado da Ásia) e também político”.4 Eles cultuavam a deusa
Ártemis ou Diana, uma deusa da fertilidade e da abundância. Diana foi
identificada com a deusa grega Ártemis, que depois absorveu a sua
identificação.
O templo da deusa Diana constituía uma das sete maravilhas do mundo
antigo; era uma das grandes atrações turísticas daquela época. Uma das
indústrias mais importantes de Éfeso era a fabricação de imagens dessa deusa
(At 19-24, 31,38). Por conseguinte, Éfeso era uma cidade mística,
supersticiosa e também um dos centros do culto ao imperador Domiciano.
Paulo chegou nesta cidade no final de sua segunda viagem missionária
(At.18-18-19), por volta do ano 52 d.C., iniciando sua terceira viagem
missionária, permanecendo lá por 3 anos (At 20-31). A estadia de Paulo em
Éfeso foi a sua mais longa permanência em um só lugar em comparação com
suas outras viagens missionárias.
A maioria dos judeus e gentios que residiam em Éfeso rejeitaram a
mensagem do apóstolo, onde se tornaram seus perseguidores hostis e
implacáveis (At 19.23-41). Por outro lado, alguns receberam de bom grado
o Evangelho e foram convertidos por Deus.
Houve sinais de avivamento em Éfeso (At 19-18, 19). Ao ouvirem o
Evangelho, as pessoas denunciavam publicamente as suas obras; romperam
totalmente com o ocultismo, queimando seus livros mágicos; o Evangelho
espalhou-se dali por toda a Ásia menor.5
Não obstante, após ter sido preso em Roma, por volta do ano 62 d.C., Paulo
escreve uma carta aos Efésios, onde Timóteo estava pastoreando a igreja na
época, combatendo falsas doutrinas disseminadas por alguns falsos mestres,
entre eles, Himeneu e Alexandre, os quais eram provavelmente presbíteros
em alguma das congregações em Éfeso (1Tm 3.3-20).
Depois de 40 anos em que a igreja de Éfeso havia sido fundada,
possivelmente por Priscila e Áquila (At 18.18-26), o apóstolo João se muda
para lá e se torna o pastor dos Efésios, em meados do ano 90 d.C.. Agora,
“na segunda geração de crentes, Jesus envia uma carta à igreja, mostrando
que ela permanecia fiel na doutrina, mas já havia se esfriado em seu amor”.6
c) O poder de Cristo na sua igreja (vs.1b)
O verbo conservar διατήρηση (kratein), no grego, “sinaliza que Jesus tem
poder e autoridade para guardar seus servos. Todo o seu povo está em sua
mão, a fim de que nenhum dano ocorra a qualquer um deles fora da sua
vontade”.7 Cristo não preserva somente as sete estrelas, que representam os
presbíteros das sete igrejas da Ásia, mas, também, toda a igreja. Jesus tem a
sua igreja em suas mãos, que indica poder para agir e governar (1.16). Não
é uma instituição denominacional visível que está na mão de Cristo; antes, a
sua igreja invisível, que é composta por cada eleito individualmente
espalhado por todo o mundo que se reúne como “igreja local/institucional”
para cultuá-lo. Esta é a igreja que Cristo protege.
William Barclay diz que a nossa segurança e nossa própria vida depende de
estarmos sustentados por Jesus. Quando a igreja se submete ao controle de
Cristo, sua doutrina e sua vida deixou de correr perigo.8
João 10.28-29 – Dou-lhes a vida eterna, e jamais perecerão (perder a salvação);
e ninguém as arrancará da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim (as
ovelhas), é maior do que todos; e ninguém poder arrancá-las da mão de meu
Pai. (Almeida Século 21)
*Não existiam somente sete igrejas na Ásia menor, isto é, em cada cidade
mencionada não tinha uma congregação apenas, mas sim várias delas
espalhadas por cada cidade. Simplesmente o número sete aqui é um
simbolismo, e descreve a totalidade das igrejas.
CONCLUSÃO
4. Uma promessa de Cristo aos vencedores (2.7)
a) Um chamado a obediência (vs.7a)
Depois dos elogios, da avaliação critica e da exortação, Jesus agora conclui
sua mensagem a igreja de Éfeso convocando-os os a aplicarem todo o
conteúdo descrito nesta carta na vida prática e mostrando o resultado
doravante a essa aplicação.
A primeira expressão, quem tem ouvidos para ouvir, denota a capacidade de
uma pessoa ouvir e uma disposição acompanhada de dar ouvidos. A segunda
expressão, ouça o que o Espírito, é uma ordem para ouvir atentamente e de
maneira obediente às palavras de Jesus ditas por meio do Espírito.30
A última expressão, diz as igrejas, significa que a mensagem desta carta não
foi restrita somente a igreja de Éfeso, mas foi destinada e se aplicava as
outras igrejas das outras cidades da Ásia menor e também se aplica a igreja
de todas as épocas.
* A expressão quem tem ouvidos, ouça, foi usada muitas vezes por Jesus
durante ser ministério terreno (Mt 11.15; 13.9, 43; Mc 4.9,23; Lc 8.8;14.35;
ver também Ap 13.9). Aqui uma versão extensa aparece com as palavras o
que o Espírito diz às igrejas, ocorrendo em cada uma das 7 cartas (2.7, 11,
17, 29; 3.6, 13, 22).
NOTAS:
1. Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 20.
2. Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 151.
3. James Strong. Dicionário do Novo Testamento Grego, pág 2029.
4. Rubens Szczerbacki. Revelando os Mistérios do Apocalipse, pág 45.
5. Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 20.
6. Ibid.
7. Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 151.
8. William barclay. Apocalipse, pág 71.
9. Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 151.
10.Ibid, pág 152.
11.Russel Norman Champlin. Apocalipse, pág 387.
12.Fritz Rienecker e Cleon Rogers. Chave Linguística do Novo Testamento
Grego, pág 607.
13.Rubens Szczerbacki. Revelando os Mistérios do Apocalipse, pág 47.
14.Russel Norman Champlin. Apocalipse, pág 387.
15.Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 22.
16.Bíblia de Estudo MacArthur. Notas de Rodapé, pág 1780.
17.Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 22.
18.Rubens Szczerbacki. Revelando os Mistérios do Apocalipse, pág 48.
19.Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 154-155.
20.Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 22.
21.Ibid.
22.Michael Wilcock. A mensagem de Apocalipse, pág 18.
23.Adolph Pohl. Comentário Esperança, Apocalipse, pág 57.
24.Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 155-156.
25.Fritz Rienecker e Cleon Rogers. Chave Linguística do Novo Testamento
Grego, pág 607.
26.Simon Kistemaker. Apocalipse, pág 156.
27.Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 24
28.Ibid.
29.Rubens Szczerbacki. Revelando os Mistérios do Apocalipse, pág 49.
30.Hernandes Dias Lopes. Apocalipse, pág 24.