Como Fazer A Auto Avaliação de Escolas?
Como Fazer A Auto Avaliação de Escolas?
Como Fazer A Auto Avaliação de Escolas?
Provérbio Chinês
Aprender
Mangualde 2004
Mangualde 2004
Resumo
Introdução
a estas questões não é unânime, uma vez que, para uns são ciências, para outros não o
são, e ainda para outros ainda não o são mas virá o dia em que o serão. Ainda, segundo
Avanzini (1978, p.107) a “passagem do singular para o plural não é apenas um
pormenor gramatical ou uma comodidade terminológica; ela tem um sentido e um
alcance propriamente epistemológicos”. De facto não existe uma única ciência da
educação mas sim várias, que são plurais, tal como o seu objecto é também ele amplo e
complexo, portanto só mediante uma abordagem pluridisciplinar se pode compreender e
esclarecer.
No domínio das ciências sociais, a questão do método agudizou-se com o fim do
consenso positivista. Para o campo epistemológico que rompeu com o positivismo a
questão constituiu em procurar alternativas teóricas processuais que garantissem a
consistência e a especificidade do conhecimento científico, sem cair na rua do senso
comum. Após décadas de hegemonia dos métodos quantitativistas, como alternativa
assiste-se a um retorno dos métodos qualitativos e técnicas que se lhe adequavam. Tal
retorno não é sinónimo do regresso ao debate relativo à dicotomia
quantitativo/qualitativo. Pretende sim,
“o reconhecimento da necessidade e da possibilidade de a educação poder contribuir para a
evolução transformadora das sociedades e dos homens, escapando à coerção das estruturas e de
determinismos entretanto descobertos pelas ciências humanas no seu conjunto
imobilizantes”.(Carvalho, 1991, p.27).
Na investigação educativa reflecte-se a reflexão epistemológica que se tem
vindo a manifestar ao longo dos anos, desde o início dos anos 60. Assim, o debate
paradigmas quantitativo e qualitativo marca fortemente a investigação educativa, debate
esse que reflecte o debate entre Ciências Naturais (paradigma racionalista, positivista) e
Ciências Sociais (paradigma naturalista) e o dualismo epistemológico reforçado com o
positivismo kantiano.
A tradição científica de índole quantitativo associada ao tempo de Galileu
identifica a explicação científica com a explicação causal, atribuindo pouco relevo às
finalidades; é uma tradição positivista que enfatiza o explicar. A investigação
quantitativa segue os parâmetros das Ciências Naturais de carácter experimental,
situando-se filosófica e historicamente, no positivismo de Comte (1798-1853) e no
empirismo de Stuart Mill (1806-1873). Caracteriza-se por reconhecer uma realidade
exterior ao investigador, existe por isso uma relação de distância e independência
concretizada pelo uso do método hipotético-dedutivo e pela crença que a educação é um
fenómeno idêntico aos fenómenos das Ciências Exactas e Naturais, em que tudo é
passível de generalizações. Portanto, à luz do positivismo, a investigação científica é
nomotética, o conhecimento é questionado através de hipóteses causais e
humana, não se pode abordar cientificamente sem atender igualmente aos aspectos da
compreensão dado que o essencial da educação é a comunicação entre os seres.
Depois de uma profunda reflexão metodológica os resultados foram entre outros:
concluir que uma vez que não há um caminho real para conseguir acesso à verdade,
todos devem ser tentados, desde que seja possível. Não pode por isso existir em
educação um saber metodologicamente homogéneo, dada a complexidade e a
diversidade das vertentes educacionais que a constituem. Ganha força o conceito de
pluralismo metodológico entendido como “a combinação, por exemplo, entre métodos
qualitativos e quantitativos e, consequentemente, o uso articulado de várias técnicas de
investigação” (Santos, 1993, p.83). Por natureza, a educação é “um processo instável e
multidimensional cujos desenvolvimentos concretos se entrelaçam com as vicissitudes
das concepções que em volta dela se tecem” (Carvalho, 1991 p.29).
A variedade de tipos de prática no âmbito educativo implica por sua vez uma
variedade de tipos de investigação científica. Essa diversidade de modos de apreensão
científica é necessária e pertinente, dado a natureza do objecto de análise e o nível em
que se situa essa análise. Sendo a investigação educativa uma investigação do “porquê”
é necessário recorrer não apenas a uma única metodologia mas antes a uma pluralidade
metodológica, tal como Postic e De Ketele (1998a) defenderam “a utilização de
estratégias que melhor se adaptem às questões colocadas pela investigação,
independentemente dos paradigmas”. São necessárias perspectivas metodológicas que
“captem as realidade educativas na sua complexidade, tal como se apresentam, com
todas as suas particularidades e concreções” (Caride e Meira, 1995, p.138) evitando que
o investigador formule ideias simplificadoras, abstractas e intelectualizadas. A mesma
complexidade da educação dever implicar a complementaridade dos paradigmas, com
vista à integração de estratégias diversificadas e de procedimentos de investigação,
como objectivo de conseguir graus de abertura e de uma pluralidade em sintonia com a
caracterização das próprias realidades educativas. Miles e Huberman (1984, p.20) são
da opinião de que não deve existir uma dicotomia epistemológica ao nível das
abordagens de investigação positivista e interpretativa; deve sim existir:
“um continuum metodológico entre qualitativo e quantitativo. Segundo eles, a distinção
paradigmática só permite a construção de barreiras que entravam a sua liberdade de movimentos e impede
o progresso das questões metodológicas de ordem prática».
2.2.Paradigmas subjacentes ao Projecto Educativo
Dada a pouca experiência, pretende-se com esta parte a observação e o
envolventemente num processo de análise interpretativa, perante um conjunto de tarefas
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
CONHECIMENTO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO
INTERNA / EXTERNA
PROJECTOS
CURRICULARES
DE ESCOLA
DE TURMA ACTIVIDADES ACTIVIDADES
CULTURAIS RECREATIVAS
Conclusão
ALMEIDA, João F.; PINTO José M. (1995). A investigação nas Ciências Sociais. 5.ª
ed. Lisboa: Editorial Presença.
AVANZINI, Guy (1978). A pedagogia no século XX. 2.º vol. Lisboa: Moraes Editores.
GIL, Carlos A. (2002). Como elaborar projectos de pesquisa. 4.ª ed. São Paulo: Atlas
Editora.
MILES, Matthew B.; HUBERMAN, Michael (1984). Drawing valid meaning from
qualitative data: toward a shared craft. In Educacional researcher, p.20, cit por
LESSARD-HEBERT, Michelle; GOYETTE Gabriel; BOUTIN Gérald (1990).
Investigação qualitativa: fundamentos e práticas. Lisboa: INSTITUTO PIAGET,
p.34.
POSTIC, Marcel; De Ketele, J.-M (1988a). Observer les situations éducatives. Paris :
PUF, cit. por PACHECO, José A. (1995). O pensamento e a acção do professor.
Porto: Porto Editora, p.21.
POSTIC, Marcel; De Ketele, J.-M (1988b). Observer les situations éducatives. Paris :
PUF, cit. por ALTET, Marguerite (2000). Análise das práticas dos professores e das
situações pedagógicas. Porto: Porto Editora, p.37.
RANGEL, Manuel (sem data). Áreas Curriculares Não Disciplinares. Porto: Porto
Editora.
SANTOS, Boaventura Sousa (1993). Introdução a uma Ciência Pós-Moderna. 3.ª ed.
Porto: Edições Afrontamento.
SILVA, Adelina L.; SÁ, Isabel (1997). Saber estudar e estudar para saber. 2.ª ed..
Porto: Porto Editora.
SIMÃO, Ana M. Veiga (2002). Estudo Acompanhado: uma oportunidade para aprender
a aprender. In Reorganização Curricular do Ensino Básico: Novas Áreas
Curriculares. Lisboa: Ministério da Educação - Departamento da Educação Básica, p.
67-90.
ZENHAS, Armanda et al. (2001). Ensinar a estudar Aprender a estudar. 2.ª ed.
Porto: Porto Editora.
Decretos-lei