Fisiologia Do Sistema Nervoso - Alice Gonçalves PDF

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Fisiologia do Sistema Nervoso

Profa. Dra. Alice Gonçalves Lima

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EMBRIOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO
FERTILIZAÇÃO
Formação do zigoto

CLIVAGEM DO ZIGOTO

GASTRULAÇÃO
Surgem as 3 camadas germinativas:
•ectodermaorigina epiderme, SNC, SNP, retina, dentre outros
•endodermaorigina epitélio de revestimento das vias respiratórias, trato
gastrintestinal, fígado, pâncreas.
•mesodermaorigina capas de músculo liso, forma maioria do sistema
cardiovascular, fonte das células do sangue e medula óssea, músculos estriados,
órgãos reprodutores e excretores

NEURULAÇÃO
Formação do tubo neural
1. espessamento do ectoderma acima da notocordaplaca neural
2. forma-se sobre a placa neural o sulco neural
3. aprofundamento do sulco neural forma a goteira neural
4. fusão dos lábios da goteira neural forma tubo neural SNC 2
5. as cristas neurais originam SNP
Sequência de formação do tubo neural

I- placa neural
II- sulco neural
III- goteira neural
IV- tubo neural e cristas neurais

3
4
3.2 Vesículas primordiais

Medula primitiva

5
Telencéfalo
Prosencéfalo  Cérebro
Diencéfalo

Mesencéfalo  Mesencéfalo

Metencéfalo  Cerebelo e ponte


Rombencéfalo
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Mielencéfalo  Bulbo
DIVISÃO DO SN - CRITÉRIOS ANATÔMICOS

Sistema nervoso central:

Encéfalo: Cérebro (telencéfalo)


Diencéfalo
Cerebelo
Tronco encefálico (mesencéfalo, ponte, bulbo)

Medula espinal

Sistema nervoso periférico:

Nervos: espinais e cranianos

Gânglios

Terminações nervosas

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DIVISÃO DO SN - CRITÉRIOS FUNCIONAIS

Sistema Nervoso Central


Interneurônios

Sistema Nervoso Periférico


Sistema nervoso somático
Neurônio Aferente
Neurônio Eferente

Sistema nervoso visceral


Neurônio Aferente
Neurônio Eferente = SN autônomo
Simpático
Parassimpático

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TECIDO NERVOSO
• Função
- Controla e coordena as funções
de todos os sistemas do
organismo.
- Recebe estímulos, interpreta-os
e desencadeia respostas
adequadas.

• Constituição
Tecido nervoso neurônios
(cél. nervosas)
neuróglia
(cél. da glia)

Machado (2002)
Neurônios

• Definição
- São células específicas para a função
nervosa.
- Percebem, processam e enviam
informações.
- Não se multiplicam e não se regeneram.

Machado (2002)
Neurônios
• Regiões especializadas
- Corpo celular: porção mais volumosa onde se
localiza o núcleo, e o citoplasma com suas organelas
(pericário). Local de recepção de estímulos por meio
de contatos sinápticos.
- Dendritos: do grego, déndron = árvore, geralmente
são curtos e ramificados. Especializados em receber
estímulos.
- Axônio: do grego, áxon = eixo, prolonga// longo e
fino, de comprimento variável, é especializado em
gerar e conduzir o potencial de ação. Na sua porção
terminal estabelece conexões com outros neurônios ou
com células efetuadoras, e alguns ainda especializam-
se em secreção.

Machado (2002)
Neurônios
• Classificação morfológica
-Multipolares: vários dendritos e um
axônio. Correspondem a maioria dos
neurônios.
Ex: neurônio motor.
-Bipolares: dois prolongamentos
deixam o corpo celular – um dendrito e
um axônio.
Ex: neurônios da retina.
-Pseudo-unipolares: um
prolongamento deixa o corpo celular e
logo divide-se em dois – um central e
um periférico.
Ex: neurônio sensitivo localizado no
gânglio da raiz dorsal.

Machado (2002)
Neuróglia
microglia
• Definição
- São as células mais freqüentes do tecido
nervoso - proporção entre neurônios e células
gliais pode variar de 1:10 a 1:50.

- Compreende células que ocupam


os espaços entre os neurônios, com astrócit
funções de sustentação, revestimento o
ou isolamento, modulação da
atividade neuronal e defesa.

Machado (2002)
Neuróglia
• SNC
-Astrócitos: Forma de estrela. Sustentação e isolamento de neurônios.
Cicatrização. Controle dos níveis de potássio extraneuronal. Armazenamento de
glicogênio no SNC.
-Oligodendrócitos: Formação da bainha de mielina em axônios do SNC.
-Microglia: Fagocitose removendo células mortas, detritos e microorganismos
invasores. Participam do processo de defesa.
-Células ependimárias: Se modificam e formam nos ventrículos cerebrais os
plexos corióideos – formação do líquido cerebrospinal.

• SNP
-Células de Schwann: Formação da bainha de mielina e de neurilema em
axônios do SNP. Regeneração das fibras nervosas.
-Células satélites: Envolvem pericários dos neurônios dos gânglios sensitivos e
do SNA.

Machado (2002)
Organização do Tecido Nervoso

Substância cinzenta: Predomina Corpos


celulares de neurônios e núcleos de
células da glia

Substância branca: Predomina axônios de


neurônios e núcleos de células da glia

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Fibra nervosa
• Definição
Axônio com seus envoltórios de origem glial.
-Fibras nervosas mielínicas = axônios envolvidos pela bainha de mielina
(complexo lipoprotéico). Condução mais rápida do impulso nervoso,
saltatória.
-Fibras nervosas amielínicas = axônios sem bainha de mielina. Condução
mais lenta do impulso nervoso.
-No SNC = fibras nervosas reúnem-se em feixes denominados tratos,
fascículos ou lemniscos.
-No SNP = fibras nervosas reúnem-se em feixes formando os nervos.

Machado (2002)
MENINGES-BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA-
LÍQUIDO CEREBROSPINAL E VENTRÍCULOS
MEDULA ESPINAL

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Função da medula:
• Porta de entrada da informação sensorial
• Porta de saída da informação motora
• Integração dos reflexos

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TRONCO ENCEFÁLICO
IMPORTÂNCIA FUNCIONAL:
 Local onde se encontram os centros sensitivos e motores dos nervos
cranianos (núcleos).
 10 dos 12 pares de nervos cranianos fazem conexão com o tronco
encefálico.
 Passagem das vias sensoriais para o prosencéfalo.
 Passagem das vias motoras originadas no prosencéfalo.
CONSTITUIÇÃO DO TRONCO ENCEFÁLICO:
Substância cinzenta fragmentada (aparecimento de um grande número
de fibras transversais), formando-se massas isoladas – núcleos dos
nervos cranianos (substância cinzenta homóloga à da medula) e
núcleos próprios do tronco.
Substância branca - vias pelas quais os impulsos percorrem as diversas
áreas do SNC – tratos, fascículos e lemniscos (conjunto de fibras
nervosas).
Formação reticular: estrutura intermediária entre substância cinzenta e
branca (rede de fibras e corpos de neurônios), que preenche o espaço
situado entre os núcleos e tratos mais compactos.
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TRONCO ENCEFÁLICO

MESENCÉFALO:
Contém regiões relacionadas à
atividade motora somática (núcleo
rubro e substância negra);
audição (núcleo do colículo
inferior);
visão - reflexos visuais (colículo
superior) e influencia no reflexo
pupilar e de acomodação do olho
(área pré-tectal).
Núcleos de nervos cranianos: III e
IV.

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PONTE:
Processa informações motoras do córtex
cerebral e remete-as para o cerebelo.

Os núcleos pontinos de nervos cranianos


processam informações sensitivas da face
e controlam a contração dos músculos
envolvidos na expressão facial, movimento
lateral dos olhos e a mastigação.

Relaciona-se também com a audição,


posição da cabeça e equilíbrio.

Núcleos de nervos cranianos: V a VIII.

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BULBO:
Contribui para o controle dos movimentos dos olhos
e da cabeça;
coordena a deglutição;
auxilia na regulação da atividade cardiovascular
(centro vasomotor), respiratória (centro respiratório)
e visceral;
regula a postura e está relacionado à aprendizagem
motora (complexo olivar inferior).

Núcleos de nervos cranianos: V, VII a XII.

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CEREBELO
GENERALIDADES:
Faz parte do sistema nervoso supra-segmentar
juntamente com o cérebro.
Como o cérebro apresenta um córtex de
substância cinzenta que envolve um centro de
substância branca (corpo medular do cerebelo).

Do ponto de vista fisiológico, o cerebelo difere


fundamentalmente do cérebro
porque funciona sempre em nível involuntário e
inconsciente, sendo sua fun-
Ção exclusivamente motora.

FUNÇÕES:
•Manutenção do equilíbrio e da postura:
•Controle do tônus muscular:
•Aprendizagem motora:
•Controle de movimento voluntários:

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DIENCÉFALO
Aspectos Gerais

O termo diencéfalo significa “cérebro entre”, referindo-se


a sua situação entre os hemisférios cerebrais e o tronco
encefálico. O diencéfalo e o telencéfalo formam o
cérebro, que corresponde, pois ao prosencéfalo. O
diencéfalo compreende as seguintes partes: tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas em relação ao
Terceiro ventrículo.

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Tálamo

São duas massas de forma ovóide, de substância cinzenta,


na porção látero-dorsal do diencéfalo .

Funções:
É dividido em cinco grupos de núcleos:
1. Grupo anterior: comportamento emocinal
2. Grupo posterior: linguagem, audição e visão
3. Grupo lateral: motricidade e sensibilidade
4. Grupo mediano: funções viscerais
5. Grupo medial: ativação do córtex cerebral

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Hipotálamo
É constituído fundamentalmente de substância cinzenta
que se agrupa em núcleos.

Percorrendo o hipotálamo existem sistemas variados de


fibras dos quais se destaca o fórnice (fórnix), que percorre
de cima para baixo cada metade do hipotálamo, dividindo
este em área medial e lateral.

O hipotálamo pode ser dividido ainda por 3 planos frontais


em : supra-óptico, tuberal e mamilar.

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Núcleos hipotalâmicos

hipotálamo supra-óptico
1. núcleo supraquiasmático,
2. núcleo supra-óptico,
3. núcleo paraventricular.
hipotálamo tuberal
1. núcleo ventromedial,
2. núcleo dorsomedial,
3. núcleo arqueado.
hipotálamo mamilar
1. núcleos mamilares,
2. núcleo posterior

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Conexões do hipotálamo

1. Sistema límbico (hipocampo, corpo amidalóide, área


septal): comportamento emocional.

2. Área pré-frontal: também relacionada com


comportamento emocional.

3. Vísceras através de conexões aferentes e eferentes com


os neurônios da medula e do tronco encefálico.

4. Hipófise

5. Conexões sensoriais com áreas erectogênicas (mamilo e


órgão genitais), córtex olfatório e retina

6. Conexões monoaminérgicas com a formação reticular. 37


Funções do hipotálamo

1.Controle do sistema nervoso autônomo:

2. Regulação da temperatura corporal:

3. Regulação do comportamento emociona

4. Regulação do sono e da vigília

5. Regulação da ingestão de alimentos

6. Regulação da ingestão de água

7. Regulação da diurese

8.Regulação do sistema endócrino

9. Geração e regulação de rítmos circadianos


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Subtálamo

Pequena área situada na parte posterior do diencéfalo na


transição com o mesencéfalo.

O subtálamo apresenta formações cinzentas e brancas


sendo a mais importante o núcleo subtalâmico importante
na regulação da motricidade somática.

Lesão deste núcleo produz síndrome conhecida como


hemibalismo, caracterizada por movimentos anormais
das extremidades.

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Epitálamo

Localizado na parte superior e posterior do diencéfalo e


contém formações endócrinas e não endócrinas.

Formações endócrinas: glândula pineal

Formações não endócrinas:


1. núcleo da habênula,
2. comissura das habênulas,
3. estrias medulares,
4. comissura posterior

Funções da glândula pineal:


1. Secreção de melatonina. Ação da luz sobre a pineal
2. Ação antigonadotrópica da pineal
3. Regulação dos ritmos circadianos 40
Corte transversal do cérebro de um bovino afetado
mostrando a coloração róseo-cereja da substancia cinzenta
do córtex telencefálico e dos núcleos da base.
TELENCÉFALO

Compreende os dois hemisférios cerebrais separados


pela fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é
formado pelo corpo caloso;

Cada hemisfério possui cavidades: ventrículos laterais


D e E que se comunica, como o terceiro ventrículo;

Cada hemisfério possui três pólos: frontal, occipital e


temporal e três faces: súpero-lateral (convexa), lateral
(plana) e face inferior (base do cérebro).

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CENTRO BRANCO MEDULAR
Em corte horizontal do cérebro, o centro branco medular aparece como
uma área de substância branca de forma oval, constituído de fibras
mielínicas, que podem ser classificadas da seguinte maneira:

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Classificação das áreas corticais
1.Classificação anatômica do córtex: divisão do cérebro em sulcos,
giros e lobos

2. Classificação filogenética:
-arquicórtex: hipocampo (sobrevivência, agressão)
-paleocórtex: úncus e giro parahipocampal ( emoções)
-neocórtex: todo o resto do córtex (inteligência)

3. Classificação estrutural: baseada em características histológicas


quanto aos tipos celulares, número de camadas, dentre outros. Assim,
o córtex pode ser dividido em várias áreas citoarquiteturais, havendo
vários mapas de divisão.

Von Ecônomo - 109 áreas


Casal Vogt - 200 áreas
Brodmann - 52 áreas; conhecidas e utilizadas na clínica e pesquisa
médica.
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Classificação das áreas corticais
4. Classificação funcional:

Áreas de projeção: são aquelas que recebem ou dão


origem a fibras relacionadas diretamente a sensibilidade
ou com a motricidade.

Área de associação secundária unimodais: são áreas


relacionadas, indiretamente, com uma modalidade
sensorial ou com a motricidade.

Área de associação terciária supramodais: estão


envolvidadas com atividades psíquicas superiores como
memória, processo simbólicos e pensamento abstrato
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NÚCLEOS DA BASE

APRESENTAÇÃO E FUNÇÃO

Conjunto de núcleos situados em diferentes regiões do SNC


(telencéfalo, diencéfalo e mesencéfalo), que têm conexões entre si e
participação no sistema de controle motor.

A função geral dos núcleos da base é a de planejamento motor,


organizando as coordenadas para o início e o término do movimento
voluntário: o disparo inibitório de seus axônios eferentes seria um “freio”
permanente de movimentos indesejados.

A necessidade de realizar um movimento interromperia esse “freio” e


“liberaria” os comandos motores corticais para as estruturas ordenadoras
do movimento.

Também participam da regulação de funções psíquicas.


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ASSIMETRIA DOS HEMISFÉRIOS E PLASTICIDADE
NEURAL

Aspectos anatômicos

2/3 da população humana tem região do lobo temporal


50% maior no lado esquerdo que no direito;

Assimetria aparece na 30ª. semana de gestação;

Na mulher a comissura anterior e o corpo caloso


posterior é maior do que nos homens;

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ASSIMETRIA DOS HEMISFÉRIOS E PLASTICIDADE NEURAL

Aspectos funcionais

Assimetria é menos
pronunciada em
mulheres;

A lesão de áreas em
um hemisfério pode
suscitar o
desenvolvimento das
funções perdidas por
áreas no mesmo ou
outro hemisfério.

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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Introdução
•Contribui para a manutenção da homeostasia por meio de influências
neurais sobre músculo liso,miocárdio e glândulas.

•Denominação se refere à independência do controle consciente, ao fato


de se “autogovernar”.

•Também recebe as denominações de:


Vegetativo: referente ao controle autônomo da função nutritiva.
Visceral: referente ao controle das vísceras.
Involúntário:referente ao controle feito de forma inconsciente.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Divisão simpática (ou toracolombar):

Sistema nervoso simpático aumenta a utilização dos recursos


energéticos e é mais ativo durante o estresse e o exercício, nos
prepara para a situação de “lute ou fuja”.

Neurônio pré-ganglionar:
corpos celulares: localizados na coluna celular intermédio-lateral
da medula espinal entre segmentos T1 a L2 ou L3.

Axônios: relativamente curtos, terminam na cadeia ganglionar


simpática (ou paravertebral), localizada bilateralmente ao longo da
coluna vertebral ou nos gânglios pré vertebrais (celíaco,
mesentérico superior e inferiror), localizados no abdômen.

Neurônio pós-ganglionar:
Axônios: relativamente longos inervam os órgão efetores.

Observação: medula adrenal faz parte da divisão simpática e


é funcionalmente similar ao neurônio pós-ganglionar.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Divisão parassimpática (ou craniossacral)

Sistema nervoso parassimpático promove a restauração dos


estoques de energia do organismo aumentando a digestão e a
absorção, está associado ao conceito de “repouse e digira”.

Neurônios pré-ganglionares:
Corpos celulares: localizados em núcleos encefálicos e nos
segmentos sacrais da medula espinal entre S2 a S4
Axônios: fazem parte dos nervos cranianos: NC III(oculomotor), NC
VII (facial), NC IX (glossofaríngeo), NC X (vago) e dos nervos que
emergem entre S2 a S4 da medula espinal.

Neurônios pós-ganglionares
Corpos celulares: estão em gânglios localizados sobre ou próximos
ao órgão efetor.
Axônios: são relativamente curtos.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Neurotransmissores e receptores

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