Aulas 15 - Prescrição

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CARREIRA JURÍDICA

Direito Penal - Módulo I


Aula 15
Rogério Sanches

PRESCRIÇÃO
15.1.
1. CONCEITO

É a perda, em face do decurso do tempo, do direito de o Estado punir


(prescrição da pretensão punitiva) ou executar a punição já imposta
(prescrição da pretensão executória).

É uma garantia do cidadão contra o excesso punitivo do Estado,


evitando a hipertrofia da punição, a eternização do direito de punir ou
executar punição.

Sendo matéria de ordem pública, deve ser conhecida, ainda que de


ofício, pelo juiz (CP, art. 61).

Decadência Prescrição Perempção

Atinge diretamente o
Atinge diretamente o direito de punir ou Atinge o direito de
direito de ação. executar punição já prosseguir na ação.
imposta.
Só ocorre nos crimes de
Pode ocorrer tanto nas
ação penal privada e
ações penais públicas Só ocorre nos crimes
nos crimes de ação
(condicionadas ou não), de ação penal privada
penal pública
quanto nas ações penais (exclusiva ou
condicionada a
privadas (não importando personalíssima).
representação do
a espécie).
ofendido (6 meses).
Pode ocorrer a qualquer
Sempre ocorre antes da momento, inclusive após Só ocorre após o início
ação penal. o transito em julgado da da ação.
sentença.

Em regra, todos os crimes prescrevem, mas há exceções, a seguir


estudadas.

2. HIPÓTESES (EXCEPCIONAIS) DE IMPRESCRITIBILIDADE

Os casos de imprescritibilidade são excepcionais e devem estar


expressos na CF/88:

a) Racismo: art. 5º, XLII CF/88 e Lei nº 7.716/89;

b) Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem


constitucional e o Estado Democrático: art. 5º, XLIV CF/88.

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Os dispositivos acima consistem em mandados constitucionais de


criminalização. A Constituição não cria crimes, nem comina penas, mas
pode estabelecer patamares mínimos a serem observados pelo legislador
ordinário ao elaborar a lei.

2.1. Cuidado: o crime de tortura prescreve

A tortura, embora grave e equiparada a crime hediondo, não é


imprescritível, pelos seguintes motivos:

 Não há dispositivo legal que preveja ser a tortura um crime


imprescritível e o legislador (nem mesmo através de emenda
constitucional) criar outras hipóteses de imprescritibilidade
porque a prescrição é uma garantia fundamental do cidadão
contra o Estado;

 O Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que prevê que os


crimes de competência do Tribunal Penal Internacional (dentre
os quais, a tortura) são imprescritíveis. “(...) Majoritariamente,
contudo, compreende-se que o Estatuto de Roma é tratado
com status de norma supralegal, sem força suficiente para
afastar a garantia implícita constitucional da prescritibilidade”1.

Outrossim, o STJ reconhece a imprescritibilidade da tortura no âmbito


cível.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de


que "As ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de
atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar de exceção são
imprescritíveis. Inaplicabilidade do prazo prescricional do art. 1º do Decreto
20.910/1932." (EREsp nº 816.209/RJ, Relatora Ministra Eliana Calmon,
Primeira Seção, in DJe 10/11/2009).

3. FUNDAMENTOS DA PRESCRIÇÃO

a) o decurso do tempo leva ao esquecimento do fato;

b) o decurso do tempo leva à recuperação do criminoso;

c) o Estado deve arcar com sua inércia;

d) o decurso do tempo enfraquece o suporte probatório

Em resumo, o tempo faz desaparecer o interesse social de punir.

1CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 4ª ed.
Salvador: JusPODIVM, 2016, p. 319-320.

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4. ESPÉCIES DA PRESCRIÇÃO

Existem duas principais espécies de prescrição:

(A) Prescrição da pretensão punitiva, que ocorre antes do trânsito


em julgado da sentença, extinguindo o direito de punir do Estado, quer
impedindo-o de acionar o Poder Judiciário na busca da aplicação da lei penal
ao fato cometido pelo agente, ou, caso exercido o direito de ação, é
impedido de ver julgado, definitivamente, o processo em curso. A prescrição
da pretensão punitiva apresenta quatro formas:

 Propriamente dita (em abstrato), tratada no art. 109 do


CP;
 Superveniente, disposta no art. 110, §1º;
 Retroativa, prevista no art. 110, §1º;
 Virtual ou antecipada (criada pela jurisprudência).

(B) Prescrição da pretensão executória (art. 110, caput, do CP),


esta posterior ao trânsito em julgado, impedindo o Estado de executar a
punição (pena ou medida de segurança) imposta na sentença definitiva,
subsistindo, porém, os efeitos secundários da condenação.

ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO

PPP PPE

PPPA

PPPR

PPPS

PPPV

4.1. Prescrição da Pretensão Punitiva em Abstrato (propriamente


dita) (PPPA)

Pela Prescrição da Pretensão Punitiva em Abstrato, o Estado anuncia


qual o prazo de que dispõe para punir determinado crime, observando-se o
seguinte critério: quanto mais grave o delito, maior a pena máxima

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abstratamente prevista para sua punição, culminando em um prazo


prescricional mais largo (prazo prescricional variará de acordo com a pena
máxima prevista em abstrato).

Por ser instituto eminentemente penal, deverá ser aplicado, para fins
de cômputo dos prazos prescricionais, o artigo 10 do Código Penal: “O dia
do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e
os anos pelo calendário comum”.

Sendo incerto o “quantum” da pena que será fixada na sentença, o


prazo prescricional é resultado da combinação da pena máxima prevista
abstratamente no tipo e a escala do art. 109 do CP, da qual se pode extrair
a seguinte tabela:

Máximo da Pena (em anos) Prazo prescricional (em anos)


>12 20
>8 até ≤12 16
>4 até ≤8 12
>2 até ≤4 8
=1 até ≤2 4
<1 3

Cuidado: a Lei nº 12.234/10 alterou a tabela do art. 109 CP, mais


precisamente o seu inciso VI:

Antes da Lei nº 12.234/10 Depois da Lei 12.234/10


VI: Prescreve em 2 anos se o VI: Prescreve em 3 anos se o
máximo da pena é inferior a 1 ano. máximo da pena é inferior a 1 ano.

Por ser mais gravosa, não retroage para prejudicar o réu. Somente
aqueles que cometeram crime com pena máxima inferior a 01 (um) ano
após 2010 serão atingidos pela alteração legislativa.

15.2.
4.1.1. Pena máxima em abstrato

Leva-se em consideração Não se leva em consideração


Qualificadora. Representa uma Circunstâncias judiciais (art. 59,
pena autônoma, distinta do tipo CP). O valor de uma circunstância
básico. judicial não tem previsão legal.
Agravantes e atenuantes.
Causas de aumento e diminuição
Atenção: (i) a atenuante da
Atenção: tratando-se de aumento
menoridade e da senilidade reduz o
ou diminuição variável (1/3 a 2/3,
prazo prescricional pela metade (art.
por exemplo) considerar o maior
115, CP); (ii) a reincidência não influi
aumento e a menor diminuição, uma
no prazo da prescrição da pretensão
vez que o objetivo é encontrar a
punitiva (súmula nº 220, STJ), muito
pena máxima em abstrato (teoria da
embora tenha importantes reflexos
pior das hipóteses).
quando da análise da prescrição da

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pretensão executória.

 Concurso de crimes?

Não se considera, para fins de prescrição, concurso de crimes. Em


caso de concurso material, concurso formal e de crime continuado, a
extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente
(art. 119, CP).

No concurso de crimes, cuidando-se de infrações de espécies diversas


cometidos por condutas distintas, ambas com violência física real, dos
institutos legais abaixo em princípio pode-se postular em favor do imputado
a prescrição isoladamente considerada2.

Acrescente-se que, “em caso de continuidade delitiva, a


prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se
computando o acréscimo decorrente da continuação” (súmula nº 497,
STF). O juiz deve considerar a pena aplicada para cada um dos delitos,
isoladamente, não calculando a prescrição com o aumento imposto pela
continuidade delitiva, de modo que o resultado seja mais benéfico ao réu.

4.1.2. PPPA: consequências

(i) Desaparece para o Estado seu direito de punir, inviabilizando


qualquer análise do mérito. O juiz, ao declarar a prescrição, não condena
nem absolve;

(ii) Eventual sentença condenatória provisória é rescindida, não se


operando qualquer efeito (penal ou extrapenal);

(iii) O acusado não será responsabilizado pelas custas processuais;

(iv) Terá direito à restituição integral da fiança, se a houver prestado.

4.1.3. PPPA: termo inicial

O termo inicial da prescrição da pretensão punitiva em abstrato é


disciplinado pelo artigo 111 do Código Penal:

Termo inicial da
Crime Art. 111
prescrição
Consumado Data da consumação3 Inciso I
Data do último ato
Tentado Inciso II
executório
Data em que cessou a
Permanente Inciso III
permanência4

2 Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-RS Prova: FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Processual
3 Aplica-se a teoria do resultado para fins de aferição do termo inicial da prescrição.

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Crime de bigamia,
falsificação ou alteração Data em que o fato se
Inciso IV
de assentamento de tornou conhecido5
registro civil
Nos crimes contra a Data em que a vítima
dignidade sexual de completar 18 (dezoito)
crianças e adolescentes, anos, salvo se a esse Inciso V
previstos neste Código tempo já houver sido
ou em legislação especial proposta a ação penal.
Jurisprudência
Data da prática do último
Crime habitual (aplicação analógica do
ato delituoso
art. 111, III, do CP)

O inciso V do art. 111 prevê que “Nos crimes contra a dignidade


sexual de crianças e adolescentes, previstos no Código Penal ou em
legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos,
salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal”.

O presente inciso foi introduzido pela Lei nº 12.650/12, não


alcançando fatos pretéritos. Buscou-se, com base na Carta Maior (art. 227,
§4º — “A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual
da criança e do adolescente”) a eficiência na punição do agressor, evitando
uma proteção deficiente do Estado.

Observações:

- Abrange crimes contra a dignidade sexual previstos em legislação


extravagante (ex. ECA, CPM);

- Ação penal:

1ª corrente – “proposta a ação penal” significa ação penal oferecida;

2ª corrente – “proposta a ação penal” significa ação penal recebida.


Trabalha em harmonia com o art. 117, I, do CP.

- Não se trata da imprescritibilidade, mas de termo inicial


diferenciado.

 Crime habitual

Crime habitual é aquele que exige reiteração de atos para a sua


tipificação, de modo que a prática de apenas um ato é indiferente ao direito
penal (ex. curandeirismo). Tratando-se de crime habitual, conta-se o prazo
da prescrição da data da prática do último ato delituoso (art. 111, III) (STF,

4 Considera-se o dia em que findou para o agente seu poder de disposição sobre a vítima. Ex.
no crime de sequestro, do dia em que a vítima foi libertada).
5 Decorre do fato de que esses crimes são de difícil descoberta, pois rodeados de precauções

e dissimulações. Se a eles fosse aplicado o disposto na letra “a” do art. 111, prescreveriam
com facilidade.

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Primeira Turma- HC 87987- Rei. Min. Sepúlveda Pertence - Dj.


23/06/2006).

15.3.

4.1.4. PPPA: causas suspensivas a interruptivas

Iniciado o prazo prescricional, é possível sua suspensão e


interrupção.

(A) Causas suspensivas

Estão previstas no art. 116 do CP. Resolvida a causa suspensiva, a


prescrição torna a correr, considerando-se o tempo já decorrido, ou seja,
congela-se a contagem o prazo.

CP, art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não
corre:

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que


dependa o reconhecimento da existência do crime 6;

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

O rol do artigo 116 não comporta analogia (que seria,


necessariamente, in malam partem, vedada entre nós). Por outro lado, não
podemos caracterizá-lo como rol taxativo já que há outras causas
suspensivas em nosso ordenamento jurídico.

Ex. art. 53, §§ 3º a 5°, da CF/88, que disciplina a suspensão de


processo contra parlamentares; art. 89, § 6°, da lei nº 9.099/95, que trata
da suspensão condicional do processo e consequente suspensão da
prescrição, nos casos que especifica etc.

O art. 366 do CPP, que regula a citação por edital no processo penal,
devendo ficar suspenso o curso prescricional durante este lapso (entende o
STJ, conforme súmula n° 415, que este período de suspensão é regulado
pelo máximo da pena cominada);

Súmula 415-STJ: O período de suspensão do prazo


prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.

(B) Causas de interrupção

As causas de interrupção da PPPA estão previstas no art. 117, incisos


I a IV, do CP. Têm elas o efeito de “zerar” a contagem do prazo
prescricional. Com efeito, a contagem da prescrição é interrompida:

6Exemplo: réu que, processado por bigamia, questiona no juízo cível a validade do primeiro
casamento.

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(i) Pelo recebimento [e não oferecimento] da denúncia ou da


queixa

Cabem, aqui, algumas observações:

(a) A doutrina diverge se a interrupção se dá com o despacho de


recebimento ou com a sua publicação em cartório.

(b) O recebimento de aditamento feito à denúncia para simples


correção de irregularidades, ou inclusão de corréu, sem que seja incluído
novo crime, não interrompe a prescrição7.

(c) No caso de aditamento que inclui novo delito, a interrupção do


prazo prescricional ocorre somente em relação ao novo fato denunciado.

(d) Havendo despacho judicial rejeitando a inicial, e recorrendo a


acusação, a interrupção da prescrição se verifica no dia em que há o
pronunciamento de reforma da instância superior, recebendo a inicial
ofertada.

Súmula 709, STF. Salvo quando nula a decisão de primeiro


grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da
denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.

(e) Anulado o despacho de recebimento da inicial, o novo


recebimento será o marco interruptivo, ou seja, “O recebimento de
denúncia por magistrado absolutamente incompetente não interrompe a
prescrição penal” 8.

STJ: "Quando a autoridade que receber a denúncia for incompetente em


razão de prerrogativa de foro do réu, o recebimento da peça acusatória será
ato absolutamente nulo e, portanto, não interromperá a prescrição.
Precedente citado do STJ: REsp 819.168-PE, Quinta Turma, DJ S/2/2007.
Precedente citado do STF: HC 63.SS6-RS, Segunda Turma, DJ 9/S/1986"
(APn 295/RR, Rei. Min. Jorge Mussi, DJe 12/2/2015).

(ii) Pela pronúncia

Tal decisão interrompe a prescrição não apenas do crime doloso


contra a vida, como também do conexo, começando a contar o novo prazo
prescricional a partir da sua publicação em cartório.

Súmula 191 do STJ. A pronúncia é causa interruptiva da


prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar
o crime.

7 STF- Segunda Turma- HC 109.63S/ES- Rei. Min. Ricardo Lewandowski - Dj. 21/11/2012.
8 Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TRE-PI Prova: CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário
- Judiciária

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(iii) Pela decisão confirmatória da pronúncia

A pronúncia e o acórdão confirmatório da pronúncia interrompem a


prescrição9.

DECISÃO DE SEGUNDO
DECISÃO DE
Recurso GRAU MANTENDO A
PRONÚNCIA
PRONÚNCIA

•Interrupção da prescrição •Interrupção da prescrição

(iv) Pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios


recorríveis

1ª Corrente (majoritária) – entende-se por “acórdão


condenatório” aqueles:

 Proferidos em ações penais originárias;


 Os reformatórios da absolvição de 1ª instância.

Para esta corrente, acórdão que apenas confirma a condenação de 1º


grau, mesmo que majore a pena, não interrompe:

O acórdão confirmatório da condenação, ainda que modifique a pena fixada,


não interrompe o curso do prazo prescricional (STJ - Sexta Turma - AgRg no
RESP 901.292 - Rel. Min. Assusete Magalhães - DJe 01/03/2013).

Nesse sentido esclarece Masson (2017, p. 1060)10:

No tocante ao acórdão condenatório, a interrupção se dá com a sessão de


julgamento pelo Tribunal competente, seja em grau de recurso da acusação,
seja nas hipóteses de competência originária11.

Em relação ao acórdão em sede recursal, cumpre salientar que somente se


pode taxá-lo de “condenatório” quando a sentença de 1ª instância foi
absolutória. Com efeito, o acórdão meramente confirmatório de uma
condenação em 1º grau não interrompem a prescrição12.

ATENÇÃO: diversamente do que ocorre em relação ao acórdão


confirmatório da pronúncia, não haverá nova interrupção da prescrição em
se tratando de acórdão confirmatório de condenação de 1º grau, mas
apenas reformatório.

Confirmação de pronúncia em 2ª Confirmação de condenação em

9 Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-SC Prova: FCC - 2017 - DPE-SC - Defensor Público
Substituto
10 MASSON, Cléber. Direito Penal Esquematizado: parte geral. 11ª ed. Rio de Janeiro:

Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, p. 1060.


11 STF, RHC 125.078/SP e informativo 776.
12 STF, HC 110.221/RJ e informativo 731.

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Instância 2ª Instância.
Interrompe a prescrição. Não interrompe a prescrição.

2ª Corrente: acórdão condenatório abrange decisões do Tribunal em


ação penal originária, decisão que reforma absolvição e decisão que
confirma condenação, mesmo que majore a pena.

Considera-se publicada a sentença quando o escrivão procede à


juntada desta aos autos (CPP, art. 389). Na sentença ou acórdão proferidos
na própria audiência ou sessão, a publicação ocorre neste ato.

4.1.5. PPPA: causas interruptivas e as “balizas prescricionais”

Combinados os arts. 111 e 117, encontra-se as balizas prescricionais.

 Delito processado por rito diverso do júri

0 0

Publicação da
Recebimento sentença ou
Data do fato da Inicial acórdão Trânsito em
(art. 111, CP) condenatório julgado
(art. 117, I)
(art. 117, IV)

PPPA PPPA PPPA

 Delito processado conforme o rito do júri

0 0 0 0

Publicação Dec. Conf. Cond. dos


Data do Rec. Pronúncia jurados Trânsito
Inicial da em
fato (Sessão de (Publicação
(art. 111, CP) (art. 117, I) Pronúncia julgamento) - art. 117, julgado
(art. 117, II) (art. 117, III) IV)

PPPA PPPA PPPA PPPA PPPA

Nas hipóteses até aqui apresentadas, a interrupção da prescrição


produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes
conexos, que sejam do mesmo processo, estende-se aos demais a
interrupção relativa a qualquer deles:

PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. 1.


PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. CRIMES CONEXOS. EXTENSÃO DOS
MARCOS INTERRUPTIVOS. ART. 117, § 1º, 2ª PARTE, DO CP. 2. RECURSO A

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QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. No caso de crimes conexos que sejam objeto


do mesmo processo, havendo sentença condenatória para um dos crimes e
acórdão condenatório para o outro delito, tem-se que a prescrição não é
contada separadamente, irradiando os efeitos interruptivos de ambos os
marcos para ambos os crimes, conforme disposto no art. 117, § 1º, 2ª
parte, do Código Penal. 2. Recurso ordinário em habeas corpus a que se
nega provimento. (RHC 40.177/PR, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 25/08/2015, DJe 01/09/2015)

O mesmo não ocorre em relação às causas interruptivas da pretensão


executória (artigo 117, §1º, do Código Penal).

4.1.6. PPPA: exemplo

Supondo que alguém cometa o delito do art. 134 d CP (pena de 6


meses a 2 anos). Da leitura do art. 109, V, do CP, extrai-se que o Estado
tem o prazo de 4 anos para receber a denúncia.

15.4.

4.2. Prescrição da pretensão punitiva superveniente ou


intercorrente (PPPS ou PPPI)

Esta espécie de prescrição encontra previsão no artigo 110, §1º, 1ª


parte, do Código Penal: “A prescrição, depois da sentença condenatória com
trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso,
regula-se pela pena aplicada [...]”.

Com efeito, uma vez fixada a reprimenda, ainda que provisoriamente,


transitando esta em julgado para a acusação (ou sendo o seu recurso
improvido), não mais existe razão para se levar em conta a pena máxima,
já que, mesmo diante do recurso da defesa, é proibida a reformatio in
pejus. Surge, então, um novo norte, qual seja, a pena recorrível
efetivamente aplicada. Portanto, a pena concreta, aplicada na sentença, é o
parâmetro para o cálculo da prescrição superveniente.

Súmula nº 146 do STF. "A prescrição da ação penal regula-se


pela pena concretizada na sentença, quando não há recurso da
acusação”.

4.2.1. Pressupostos da PPPS ou PPPI

A prescrição da pretensão punitiva superveniente possui as seguintes


características:

(i) pressupõe sentença ou acórdão penal condenatórios;

(ii) pressupõe trânsito em julgado para a acusação no que se


relaciona com a pena aplicada;

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(iii) tem como norte a pena concretizada na sentença;

(iv) os prazos prescricionais são os mesmos do art. 109 do CP;

(v) o termo inicial conta-se da publicação da sentença ou acórdão


penal condenatórios até a data do trânsito em julgada final;

Sendo espécie da prescrição da pretensão punitiva, a prescrição


superveniente tem os mesmos efeitos da prescrição da pretensão punitiva
em abstrato.

Majoritariamente, entende-se que esta espécie de prescrição pode ser


reconhecida ainda em primeiro grau, desde que a pena fixada tenha
transitado em julgado para a acusação.

Por fim, parte da doutrina admite que o recurso da acusação pode


modificar a prescrição da pretensão punitiva intercorrente, caso seja ele
provido e resulte em aumento de pena.

(A) PPPS: exemplo

Suponhamos que JOÃO furtou uma bicicleta estacionada na rua (art.


155, caput, do CP, punido com reclusão de 1 a 4 anos). Depois de
investigado e processado, foi condenado a 1 ano. Somente a defesa recorre,
tendo a pena transitado em julgado para o Ministério Público.

0 0

Data do fato Recebimento Sentença MP não


PPPA PPPA
(furto) da Inicial (01 ano) recorre

8 anos 8 anos PPPS

 Quanto tempo tem o Estado para julgar o recurso?

Com a publicação da sentença condenatória, interrompe-se a


prescrição (art. 117, IV, do CP). Sabendo que a pena transitou em julgado
para o MP, fala-se em PPPS. Levando em conta a pena em concreto — 1
ano — (e não mais a sanção máxima em abstrato), o Estado tem, a partir
da publicação da sentença condenatória, 4 anos (art. 109, V, do CP) para
julgar o processo em grau de recurso.

Se o Ministério Público, no caso, tivesse recorrido contra a


substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos, conformando-se com o quantum da reprimenda, evitaria a
PPPS?

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A doutrina moderna ensina que eventual recurso da acusação só evita


a prescrição superveniente se, buscando o aumento da pena, for provido e
a pena aumentada pelo Tribunal alterar o prazo prescricional

4.3. Prescrição da pretensão punitiva retroativa (PPPR)

Quando se tem uma pena aplicada em concreto e não havendo


recurso do Ministério Público, pode-se trabalhar com a PPPR, que combina a
pena aplicada com a tabela do art. 109. Analisa-se o lapso temporal
decorrido entre a sentença retornando-se até o recebimento da inicial,
levando-se em conta a pena efetivamente aplicada e o art. 109 do CP, de
modo que o prazo prescricional é contado retroativamente.

ATENÇÃO:

Antes da Lei 12.234/2010 Após a Lei 12.234/201013


A prescrição retroativa podia ter como A prescrição retroativa só pode ser
termo inicial data anterior ao reconhecida entre o recebimento da
recebimento da denúncia ou queixa. denúncia ou queixa e a condenação
(nos termos da nova redação do art.
110, §1º, CP).

Pena aplicada em
concreto em sentença
Recebimento da transitada em julgado
denúncia para a acusação

PPPR

Tal qual a prescrição intercorrente ou superveniente, a prescrição


retroativa tem por base a pena concreta, aplicando-se também a essa
modalidade a Súmula nº 146 do STF.

Anote-se que, por ser mais uma forma de prescrição da pretensão


punitiva, os seus efeitos são também os mesmos da superveniente (e da
abstrata).

Discute-se se esta espécie de prescrição pode ser reconhecida em 1º


grau (porque já existe sentença).

13Tendo em vista que a mudança legislativa é prejudicial ao réu, de modo que não se aplica
retroativamente. Fatos praticados antes desta lei permanecem com a possibilidade de
aplicação da prescrição retroativa com termo inicial anterior ao recebimento da denúncia ou
queixa.

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1ª Corrente: com a sentença, o juiz de 1º grau esgota sua


jurisdição, não podendo reconhecer a PPPR.

2ª Corrente: tratando-se de matéria de ordem pública, o juiz de 1º


grau pode reconhecer a PPPR de ofício ou provocado pelas partes.

Nessa linha, seriam trilhadas as seguintes etapas:

1. O juiz sentencia;

2. Aguardo o trânsito em julgado para o Ministério Público;

3. Declara a PPPR.

4.3.1. PPPR: exemplo

Supondo que alguém seja condenado a um 1 ano de reclusão pelo


delito do art. 171, caput, do CP (punido com reclusão de 1 a 5 anos).
Havendo trânsito em julgado para o Ministério Público, tem-se a pena em
concreto de 1 ano de reclusão (PPPR = 4 anos). Se entre o recebimento da
denúncia e o trânsito em julgado da sentença para o MP tiver decorrido
prazo superior a 4 anos, deverá ser reconhecida a PPPR.

Se o Ministério Público, no caso, tivesse recorrido contra a


substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de
direitos, conformando-se com o quantum da reprimenda, evitaria a
PPPR?

Se o Ministério Público não recorre contra a quantidade da pena,


contentando-se com essa, pode ser trabalhada desde logo a PPPR.

Como já estudamos na PPPS, eventual recurso da acusação só evita a


prescrição retroativa se, buscando o aumento da pena, for provido e a pena
aumentada pelo Tribunal alterar o prazo prescricional.

Existe corrente em sentido contrário lecionando que basta o


provimento do recurso da acusação para impedir o reconhecimento da
modalidade prescricional em análise.

PPPR PPPS
Conta-se da publicação da sentença Conta-se da publicação da sentença
condenatória para trás. condenatória para frente.

4.4. Prescrição da pretensão punitiva em perspectiva, virtual,


antecipada ou por prognose (PPPV)

Trata-se de criação jurisprudencial, sem amparo legal, que tem por


finalidade a antecipação do reconhecimento da prescrição retroativa.

14
CARREIRA JURÍDICA
Direito Penal - Módulo I
Aula 15
Rogério Sanches

O seu fundamento reside na falta de interesse de agir do Estado no


prosseguimento da ação penal cuja sentença, dadas as circunstâncias do
crime e condições do próprio réu, será fixada em patamares mínimos,
conduzindo o juízo, no futuro, ao certo reconhecimento da prescrição
retroativa.

Antevendo a (certa) PPPR, sustenta-se ser possível a sua


antecipação, declarando-a mesmo antes do final do processo.

4.4.1. PPPV: exemplo

JOÃO, réu primário e portador de bons antecedentes, é denunciado


pelo crime de furto simples, cuja pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

A instrução processual já suplantou 4 anos. Não ocorreu a prescrição


da pretensão punitiva em abstrato (PPPA = 8 anos), mas, certamente
ocorrerá a retroativa (PPPR = 4 anos). E que o réu, primário e de bons
antecedentes, não sofrerá pena acima do mínimo (ou, mesmo que acima do
mínimo, não ultrapassará 2 anos).

Com base nesse raciocínio, é possível reconhecer a PPPR em


perspectiva ou de forma antecipada, sem que se aguarde, de fato, a
prolação da sentença condenatória.

Qual o interesse do Estado continuar agindo se, ao final, já antevê a


extinção do seu direito de punir?

Muito embora o esforço doutrinário, os tribunais superiores não têm


reconhecido essa espécie de prescrição, tendo o STJ, inclusive, firmado seu
posicionamento através da súmula nº 438:

“É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da


pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética,
independentemente da existência ou sorte do processo penal”.

4.5. Prescrição da pretensão executória

Art. 110, CP - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença


condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados
no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é
reincidente.

Trata-se de prescrição de pena “in concreto" (pena efetivamente


imposta), que tem como pressuposto sentença condenatória com trânsito
em julgado para ambas as partes (decisão definitiva, irrecorrível) e que se
verifica dentro dos prazos estabelecidos pelo artigo 109 do Código Penal, os
quais são aumentados de 1/3, se o condenado é reincidente.

15
CARREIRA JURÍDICA
Direito Penal - Módulo I
Aula 15
Rogério Sanches

ATENÇÃO!

Na PPE, se o condenado é reincidente, o prazo prescricional é


aumentado em 1/3, não a pena.

Prescrição da pretensão executória ou prescrição da condenação: É a


perda, em razão da omissão do Estado durante determinado prazo
legalmente previsto, do direito e do dever de executar uma sanção penal
definitivamente aplicada pelo Poder Judiciário.

– Forma de contagem: A prescrição da pretensão executória da pena


privativa de liberdade é calculada com base na pena concreta, fixada na
sentença ou no acórdão, pois já existe trânsito em julgado da condenação
para a acusação e para a defesa (...) O Estado não tem mais a expectativa
de aplicação da pena máxima (em abstrato), pois o seu limite para execução
é o da pena definitiva. Deve, portanto, exercer o direito de punir dentro do
prazo correlato à pena concreta, pois depois não mais poderá fazê-lo.

– Reincidência: Na hipótese de reincidência, devidamente reconhecida na


sentença ou no acórdão, o prazo prescricional aumenta-se de um terço (art.
110, caput, do CP). Esse aumento é aplicável exclusivamente à prescrição
da pretensão executória. A propósito, estabelece a Súmula 220 do STJ: “A
reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”.14

Havendo concurso de delitos (concurso material, formal ou


continuidade delitiva), a prescrição incidirá sobre cada crime isoladamente,
(art. 119, CP), com a ressalva de que, na hipótese de continuidade delitiva,
desconsidera-se o aumento decorrente da continuação (súmula nº 497,
STF).

4.5.1. PPE: consequências

Reconhecida esta espécie de prescrição, extingue-se a pena aplicada,


sem, contudo, rescindir a sentença condenatória (que produz efeitos penais
e extrapenais, a exemplo da reincidência).

PPP PPE
Ocorre antes do trânsito para as duas Pressupõe condenação transitada para
partes, evitando coisa julgada as duas partes (coisa julgada)
Rescinde eventual condenação A sentença condenatória não é
rescindida
Impede qualquer efeito da condenação Extingue a pena aplicada, preservando
(penal ou extrapenal). os demais efeitos da condenação
(penais e extrapenais)

4.5.2. PPE: termo inicial

14MASSON, Cléber. Código Penal comentado [livro digital]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 468-469.

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Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a


acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional;

II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da


interrupção deva computar-se na pena.

Sobre o art. 112 do Código Penal comenta Masson (2014, p. 477-


478):

O dispositivo em exame consagra três critérios, dois no inciso I, e outro no


inciso II.

– 1º critério: Do dia em que transita em julgado a sentença


condenatória para a acusação. Essa regra se afigura contraditória, mas é
extremamente favorável ao réu. De fato, a prescrição da pretensão
executória depende do trânsito em julgado para ambas as partes, mas, a
partir do momento em que isso ocorre, seu termo inicial retroage ao trânsito
em julgado para a acusação. É o que se infere da 1ª parte do inciso I.

– 2º critério: Do dia da revogação da suspensão condicional da pena


ou do livramento condicional. Com a revogação do sursis ou do
livramento condicional, o juiz determina a prisão do condenado. A partir de
então, o Estado tem um prazo, legalmente previsto, para executar a pena
imposta (inciso I, parte final). Recorde-se que, com a revogação do sursis, o
condenado deverá cumprir integralmente a pena que lhe foi aplicada, e com
base nela será calculada a prescrição da pretensão executória. Já em relação
ao livramento condicional, a revogação pode considerar ou não o tempo em
que esteve solto o condenado (art. 88 do CP). Nesse caso, é com amparo na
pena, total ou em seu restante, que deverá ser aferida a prescrição da
pretensão executória.

– 3º critério: Do dia em que se interrompe a execução, salvo quando


o tempo da interrupção deva computar-se na pena. Esse critério,
previsto no inciso II do art. 112 do CP, abrange as seguintes situações: a)
Fuga do condenado, no regime fechado ou semiaberto, abandono do regime
aberto, ou descumprimento das penas restritivas de direitos: a prescrição
começa a correr a partir da data da evasão, do abandono ou do
descumprimento, calculando-se em conformidade com o restante da pena; e
b) Superveniência de doença mental (art. 41 do CP): interrompe-se a
execução, mas esse período de interrupção é computado como cumprimento
da pena, pois o condenado foi acometido de doença mental, necessitando de
transferência para hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou, à falta,
a outro estabelecimento adequado15.

15MASSON, Cléber. Código Penal comentado [livro digital]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2014.

17
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(a) do dia em que transita em julgado a sentença


condenatória para a acusação

O STJ já proferiu decisão exigindo-se o trânsito em julgado para


ambas as partes para fins de início da contagem do prazo prescricional da
PPPE (HC 137924/SP). Rogério Sanches Cunha discorda, defendendo que
tal posicionamento vai de encontro ao princípio da legalidade.

Somente nesta primeira hipótese ainda não há o início do


cumprimento da pena, mas já se verifica PPE. Com efeito, a PPE pressupõe
trânsito em julgado para as duas partes, mas seu termo inicial retroage à
data do trânsito em julgado para a acusação.

Cuidado: há decisão isolada da 5ª Turma do STJ concluindo que o


termo inicial da PPE se dá com o trânsito em julgado para as duas partes.

(b) do dia em que foi revogado o sursis ou o livramento


condicional

A suspensão condicional da pena (art. 77, CP) e o livramento


condicional (art. 83, CP) são incidentes da execução penal e, durante esses
incidentes, não corre a prescrição. Porém, revogado um desses benefícios,
conforme o estabelecido no artigo 112, inciso I, 2ª parte, do Código Penal,
a prescrição começa a correr da data em que passa em julgado a sentença
revocatória.

(c) do dia em que o preso evadiu-se do cárcere

O inciso II do art. 112 estatui que a prescrição da condenação


começa a correr do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o
tempo de interrupção deva computar-se na pena. Por exemplo, fugindo o

18
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réu, a prescrição começa a correr a partir do dia de sua fuga, considerando


o restante da pena a cumprir.

Sobre a prescrição, é correto afirmar que em caso de revogação do


livramento condicional, a prescrição é regulada pelo resto de pena a
cumprir16.

4.5.4. PPE: causas suspensivas

A PPE pode ser suspensa enquanto o condenado está preso por outro
motivo, conforme art. 116 , parágrafo único. Explica Masson (2014, p.
482): “Se o Estado ainda não pode exigir do condenado o cumprimento da
pena, porque ele está preso por outro motivo, não seria correto nem justo
impossibilitá-lo de exercer, no futuro, seu direito de punir. Sua omissão
não é voluntária, mas compulsória”17.

4.5.5. PPE: causas interruptivas

As causas interruptivas da PPE são: (A) o início ou continuação do


cumprimento da pena e (B) a reincidência.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

(..)

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

VI - pela reincidência.

– Inciso V – Início ou continuação do cumprimento da pena: Com a


condenação, ordena-se o início do cumprimento da pena, e, quando isso
efetivamente ocorre, interrompe-se a prescrição da pretensão executória. De
outro lado, se o cumprimento da pena foi interrompido, normalmente pela
fuga, ou ainda por outro motivo que possa se apresentar, o curso da
prescrição da pretensão executória será interrompido com a recaptura do
condenado (continuação do cumprimento da pena).

– Inciso VI – Reincidência: Nesse caso é importante adotar redobrada


cautela: a reincidência antecedente, ou seja, aquela que já existia por
ocasião da condenação, aumenta em 1/3 o prazo da prescrição da pretensão
executória (CP, art. 110, caput), enquanto a reincidência subsequente,
posterior à condenação transitada em julgado, interrompe o prazo
prescricional já iniciado. Opera-se a interrupção com a prática do crime,
embora condicionada ao trânsito em julgado da condenação. Consoante o
ensinamento de Antônio Rodrigues Porto: “O réu será considerado
reincidente quando passar em julgado a condenação pelo segundo crime;

16 Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público -
Reaplicação
17 MASSON, Cléber. Código Penal comentado [livro digital]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense;

São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 486.

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mas o momento da interrupção da prescrição, relativamente à condenação


anterior, é o dia da prática do novo crime, e não a data da respectiva
sentença. A eficácia desta retroage, para esse efeito, à data em que se
verificou o segundo delito”. Destarte, se for absolvido pelo crime posterior,
não será interrompida a prescrição da pretensão executória. Existe, contudo,
posição em sentido contrário: como decorrência do princípio da presunção
de não culpabilidade (art. 5º, LVII, da CF), a interrupção deve ocorrer
somente a partir do trânsito em julgado da condenação pelo segundo
crime18.

Não se deve confundir a reincidência anterior, que provoca aumento


do prazo prescricional (art. 110, caput, CP) com a reincidência posterior à
condenação, que é causa interruptiva da pretensão executória.

4.5.6. PPE: exemplo

JOÃO foi condenado ao cumprimento da pena de 1 ano e 6 meses de


reclusão porque praticou furto simples (art. 155 do CP).

Reconhecido reincidente na sentença, o Ministério Público não


recorreu. A defesa também se mostra conformada, transitando em julgado
a pena para as duas partes.

O prazo da PPE, contado do trânsito para a acusação (e não para as


duas partes), será aumentado de 1/3 (art. 109, V = 4 anos + 1/3).

Suponhamos que JOÃO era primário, mas após a condenação


definitiva pratica novo crime. Será, agora, considerado reincidente (art. 63
do CP), interrompendo-se a prescrição (art. 117, VI), isto é, todo o prazo da
PPE começa a correr novamente, do dia da interrupção, sem o aumento de
1/3 (nesse caso, não existe decisão declarando sua reincidência).

Se JOÃO cumpriu dois meses da pena (de um total de 1 ano), mas


foge, da fuga começa novo prazo da PPE, porém levando em conta o
restante da pena a cumprir (= 10 meses) que, na tabela do art. 109 do CP,
resulta num prazo de PPE de 3 anos (inc. VI).

4.5.3. Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação


do livramento condicional

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento


condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da
pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

O art. 113 consagra o princípio penal segundo o qual “pena cumprida é pena
extinta”. Assim, tendo o condenado cumprido parte do débito

18MASSON, Cléber. Código Penal comentado [livro digital]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 486.

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correspondente à infração penal por ele cometida, o cálculo prescricional


levará em conta somente o tempo restante da pena aplicada na sentença ou
no acórdão, pois o Estado não tem mais o poder de executar a parte da
pena já cumprida19.

19MASSON, Cléber. Código Penal comentado [livro digital]. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 479.

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4.5.7. Resumo

SUSPENSÃO
PRESCRIÇÃO TERMO INICIAL INTERRUPÇÃO
(causa impeditiva)

a) Dia em que o crime se


consumou;

b) Tentativa: dia em que


cessou a atividade
criminosa;

c) Crimes permanentes a) Recebimento


e habituais: quando da denúncia ou
a) Enquanto não
cessa a permanência ou queixa;
resolvida questão
PPP: hab.;
b Pronúncia; prejudicial
d) Bigamia e (obrigatória ou
a) PPPA
falsificação /alteração c) Confirmação facultativa);
de assentamento no da pronúncia;
b) PPPS
registro civil: data do b) Enquanto o
conhecimento do fato. d) Publicação agente cumpre
c) PPPR da sentença ou pena no
e) nos crimes contra a acórdão
estrangeiro.
dignidade sexual de condenatórios
crianças e adolescentes, recorríveis.
previstos neste Código ou
em legislação especial, da
data em que a vítima
completar 18 (dezoito)
anos, salvo se a esse
tempo já houver sido
proposta a ação penal.

a) Trânsito em julgado
de sentença
condenatória para
acusação;
a) Início ou a) Enquanto o
b) Trânsito em julgado
continuação do condenado está
da sentença que revoga
cumprimento da preso por outro
PPE suspensão condicional
pena; motivo.
(total da pena) da pena
ou livramento
b) Reincidência
condicional (resto da
pena);

c) Interrupção da
execução.

22
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4.5.8. Prescrição e atos infracionais

A prescrição também atinge atos infracionais, prescrevendo estes no


mesmo prazo do crime correspondente. E o que dispõe a súmula nº 338 do
STJ: “A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas”.

4.5.9. A prescrição da pena de multa

Segundo disposição do artigo 114 do Código Penal, a prescrição da


pena de multa ocorrerá: (A) em 2 (dois) anos, quando a multa for a única
cominada ou aplicada e (B) no mesmo prazo estabelecido para prescrição
da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou
cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

Extraímos do artigo cinco hipóteses de prescrição no caso de multa,


sendo três da pretensão punitiva e duas da pretensão executória.

Vejamos.

São hipóteses de prescrição da pretensão punitiva da multa:

HIPÓTESE PRESCRIÇÃO FUNDAMENTO

Opera-se em dois anos,


Pena pecuniária é a
contados nos termos Art. 114, l, CP
única cominada
do art. 111 do CP

Pena de multa
cominada
Prescreve junto com a
cumulativamente com Art. 118, CP
pena mais grave
pena privativa de
liberdade*

Pena de multa
cominada Prescreve junto com a
Art. 118, CP
alternativamente com pena de prisão
pena de prisão

*Ainda que a pena privativa de liberdade seja convertida em restritiva de


direitos, não é possível aplicar o artigo 114, l, CP. Neste sentido: “pena
restritiva de direitos é de natureza jurídica distinta da pena de multa.
Inaplicabilidade, portanto, do inciso I do art. 114 do CP. Disposição legal que
estabelece, de modo particularizado, o prazo prescricional de 2 (dois) anos
para a pena de multa, quando essa multa 'for a única cominada ou aplicada',
o que não é a hipótese dos autos”. (STF — Primeira Turma - HC 101669 -
Rel. Min. Dias Toffoli - DJe 30/11/2010)

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São hipóteses de prescrição da pretensão executória da multa:

HIPÓTESE PRESCRIÇÃO FUNDAMENTO

Pena de multa aplicada


Prescreve junto com a
cumulativamente com
pena privativa de Art. 118, CP
pena privativa de
liberdade, mais grave.
liberdade.

Prescreve em dois
Pena de multa é a
anos, contados da data
única aplicada na Art. 114, CP
do trânsito em julgado
sentença.
para a acusação.

4.5.10. A redução dos prazos prescricionais

Os prazos prescricionais podem ser reduzidos de metade nas


hipóteses mencionadas no artigo 115 do Código Penal. A prescrição
reduzida pode ocorrer caso o criminoso seja, ao tempo do crime, menor de
21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

O artigo 115 se aplica a todos os prazos prescricionais, inclusive


aqueles previstos na legislação especial e incide sobre todas as
modalidades de prescrição (punitiva e executória).

Ano: 2018 Banca: MPE-MS Órgão: MPE-MS Prova: MPE-MS - 2018 -


MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto

Assinale a alternativa correta.

A) A prescrição da pretensão punitiva é interrompida pela


reincidência penal.

A opção A está incorreta porque, segundo a súmula 220 do Superior Tribunal


de Justiça, "A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão
punitiva". A leitura do Artigo 110, caput, do Código Penal, deve ser feita à
luz da súmula do referido Tribunal.

B) A sentença penal condenatória interrompe a prescrição da


pretensão punitiva, ainda que anulada integralmente.

A opção B está incorreta porque um ato nulo não pode produzir efeitos
jurídicos.

C) A prescrição retroativa e a intercorrente têm como pressuposto a


pena concreta, ocorrendo esta entre a publicação da sentença condenatória
e o trânsito em julgado para a defesa, enquanto aquela é apurada da
sentença condenatória para trás.

24
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A opção C está correta. Há posicionamento pacífico do STJ que diz que o


termo inicial da prescrição da pretensão executória é a data do trânsito em
julgado da sentença condenatória para a acusação, ainda que a defesa tenha
recorrido e que se esteja aguardando o julgamento desse recurso. Aplica-se
a interpretação literal do Artigo 112, I, do Código Penal considerando que
ela é mais benéfica ao condenado.

Porém, o posicionamento do STF é contrário. O Entendimento da 1ª Turma


do STF É que o início da contagem do prazo da prescrição somente se dá
quando a pretensão executória pode ser exercida. Se o Estado não pode
executar a pena, não se pode dizer que o prazo prescricional já está
correndo. Assim, mesmo que tenha havido trânsito em julgado para a
acusação, se o Estado ainda não pode executar a pena (ex: está pendente
uma apelação da defesa), não teve ainda início a contagem do prazo para a
prescrição executória. É preciso fazer uma interpretação sistemática do
Artigo 112, I, do Código Penal. Ver mais em:STF. 1ª Turma. RE 696533/SC,
Rel. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/2/2018
(Info 890).

D) Não se se considera como marco para fins de cálculo da prescrição


pela pena em concreto o indeferimento na origem do recurso
extraordinário, porque inadmissível, sendo considerado como marco a
decisão do Supremo Tribunal Federal que confirma a decisão do Tribunal de
Justiça.

A opção D está incorreta porque o marco inicial será a data de escoamento


do prazo para interposição de recurso admissível. Tal entendimento foi
consolidado no Recurso Especial 1643318/SP.

E) A prescrição da pretensão punitiva é calculada sobre o total da


pena.

A opção E está incorreta pois existem modalidades de pretensão que levam


em consideração a aplicação da pena em concreto, como a prescrição
retroativa, e não a aplicação da pena em abstrato.

Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: CESPE -


2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto

Acerca da extinção da punibilidade, assinale a opção correta.

A) Transitada em julgado a sentença condenatória, a prescrição corre


também durante o tempo em que o condenado estiver preso por outro
motivo, salvo se a pena estiver sendo cumprida no estrangeiro.

Item (A) - Nos termos do parágrafo único do artigo 116 do Código


Penal, “Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição
não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro
motivo". A assertiva contida neste item está errada.

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B) A extinção da punibilidade de crime que seja pressuposto,


elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro crime não se
estende a este e, tratando-se de crimes conexos, a extinção da punibilidade
de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena
resultante da conexão.

Item (B) - A assertiva constante neste item corresponde ipsis litteris ao que
se encontra previsto no artigo 108 do Código Penal. A assertiva contida
neste item está correta.

C) Para fins de prescrição, tratando-se de concurso de crimes, a


extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente,
sendo considerada para efeitos de reincidência a sentença que conceder o
perdão judicial.

Item (C) - A primeira da assertiva contida encontra-se positivada no artigo


119 do Código Penal. Por outro lado, nos termos do artigo 120 do Código
Penal, a "A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para
efeitos de reincidência." Assim, em razão da afirmação contida na segunda
parte deste item, a alternativa está errada.

D) Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, a prescrição


regula-se pela pena aplicada e, se o crime for hediondo, os prazos
aumentam em um terço, ainda que o condenado não seja reincidente.

Item (D) - Não há previsão legal no Código Penal, na Lei de Crimes


Hediondos (Lei 8.072/90 ou em qualquer outro diploma legal, acerca do
alargamento dos prazos prescricionais em razão da hediondez do delito. A
assertiva contida neste item está errada.

E) Após o trânsito em julgado da sentença condenatória para a


acusação ou após o não provimento de seu recurso, a prescrição regula-se
pela pena aplicada, podendo o termo inicial ser a data anterior à da
denúncia ou à da queixa.

Item (E) - Nos termos do artigo 110, §1º, do Código Penal, com a redação
conferida pela Lei nº 12.234/2010, “a prescrição, depois da sentença
condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de
improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em
nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou
queixa." A assertiva contida neste item está errada.

Ano: 2015 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2015 -


MPE-SP - Promotor de Justiça

Mévio, com 20 (vinte) anos de idade, por sentença publicada no dia


05 de março de 2013, na qual reconheceu-se sua reincidência, foi
condenado à pena de 01 (um) ano e 02 (dois) meses de reclusão, mais
multa, por crime de receptação dolosa praticada em 12 de fevereiro de

26
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2012, tendo a decisão transitado em julgado para o Ministério Público em


30 de março de 2013. Em 05 de maio de 2015, ao julgar apelo interposto
em seu favor, o Tribunal:

A) deve julgar o mérito e não reconhecer a ocorrência de prescrição


pois, por ser Mévio reincidente, assim reconhecido na sentença, o prazo
prescricional é acrescido de 1/3 (um terço), conforme determina o art. 110,
caput, do Código Penal.

B) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em razão da


ocorrência da prescrição intercorrente da pretensão executória estatal.

C) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em face da


ocorrência da prescrição intercorrente da pretensão punitiva estatal.

D) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em face da


prescrição retroativa da pretensão punitiva estatal.

E) deve decretar a extinção da punibilidade de Mévio em virtude da


prescrição retroativa da pretensão executória estatal.

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