Interface - Extensão Universitária
Interface - Extensão Universitária
Interface - Extensão Universitária
Banca Examinadora
Instituição: ____________________________________
A Extensão Universitária como uma das funções acadêmicas que, numa relação de
reciprocidade com a comunidade, estabelece a aliança entre o saber empírico e o
acadêmico, integrando a produção e a sistematização do conhecimento como um
processo de aprendizagem significativa. Nesse contexto torna-se, promotora da
integração ensino, pesquisa e extensão. Refletindo sobre as condições sociais,
econômicas e políticas da sociedade brasileira, identifico, na análise de dispositivos
legais, a evolução histórica do conceito de Extensão Universitária, indispensável
para a real compreensão do seu significado e importância no cenário acadêmico.
Essa reflexão envolve o pensamento de Freire, especialmente o revelado na obra
Extensão ou Comunicação?, representando um marco conceitual relevante nesse
percurso. A relação homem-mundo, essencial para se compreender a obra de Freire
e o conceito de Extensão, é analisada numa visão sociolingüística. Nesse contexto
idêntico, o contraponto entre ‘formação solidária’ e formação individualista’, expressa
uma determinada visão de mundo. Considerando a ‘formação solidária’, identifico a
‘cultura interdisciplinar como processo de integração da ação universitária. Num
esforço de ‘metamemória’, apresento a Extensão Universitária na Universidade São
Judas Tadeu, utilizando como referencial a análise de artigos divulgados na mídia,
objetivando, num movimento de reflexão – ação – reflexão, desvendar a práxis e a
incorporação do conceito apresentado.
In a relation of reciprocity between the comunity and the university, the Univesity
Extension establishes a alliance between the emperic and academic knowledge
integrating the production and the systematization of the knowledge, it results in a
significant learning process. In this context it becomes, promoter of the integration
between education, research and extension. Reflecting on the social, economic and
politic conditions of the Brazilian society, in an analyze of legal devices, we identify,
the historical evolution of the concept of University Extension, indispensable for the
real understanding of its meaning and importance in the academic scene. This
reflection involves the thought of Freire, especially disclosed in the research
"Extension or Communication?", representing an excellent conceptual landmark to
understand the Freire's research and the concept of Extension, is analyzed in a point
of view sociolinguistic. In this identical context the counterpoint between "solidary
formation" and "individualistic formation", expressing a determined world vision.
Considering the "solidary formation", I identify the "inetrdiscipline culture" as a
process of integration of the university action. In a metamemory effort I present the
University Extension in the São Judas Tadeu University, using as referencial an
analysis of articles divulged in the media, objectifying, in a movement of reflection -
action - reflection, to unmask the práxis and the incorporation of the presented
concept.
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................11
CAPÍTULO I ....................................................................................18
CAPÍTULO II ...................................................................................45
ANEXOS ....................................................................................................................95
ANEXO I..................................................................................................................97
ANEXO II.................................................................................................................97
ANEXO III................................................................................................................97
11
INTRODUÇÃO
1
BRASIL, LEI Nº 9.394/96 – Diretrizes e bases da Educação Nacional. Promulgada em 20.12.1996.
São Paulo: Cortesia da Editora do Brasil.
2
Plano Nacional de Extensão Universitária. Edição Atualizada Brasil 2000/2001. Fórum dos Pró-
Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e SESu - MEC
12
3
Decreto Nº 19.850, de 11 de abril de 1931.
4
Decreto Nº. 19.851, de 11 de abril de 1931 - Dispõe que o ensino superior no Brasil obedecerá, de
preferência, ao sistema universitário.
5
Decreto Nº 19.852, de 11 de abril de 1931 - Dispõe sobre a organização da Universidade do Rio de
Janeiro
24
6
Fernando de Azevedo, Afranio Peixoto, A. de Sampaio Doria, Anisio Spinola Teixeira, M. Bergstrom
Lourenço Filho, Roquette Pinto, J. G. Frota Pessôa, Julio de Mesquita Filho, Raul Briquet, Mario
Casassanta, C. Delgado de Carvalho, A. Ferreira de Almeida Jr., J. P. Fontenelle, Roldão Lopes de
Barros, Noemy M. da Silveira, Hermes Lima, Attilio Vivacqua, Francisco Venancio Filho, Paulo
Maranhão, Cecilia Meirelles, Edgar Sussekind de Mendonça, Armanda Alvaro Alberto, Garcia de
Rezende, Nobrega da Cunha, Paschoal Lemme, Raul Gomes.
25
7
Criada inicialmente pelo Decreto Nº 8.319, de 20 de outubro de 1910, atual Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro.
8
Criada inicialmente pelo Decreto Nº 6.053, de 30 de março de 1922, atual Universidade Federal de
Viçosa
27
Esse princípio foi preservado em 1944 com o Decreto 16.787, que inclui no
referido Centro a Universidade Rural, mantendo os mesmos objetivos anteriormente
propostos e permanecendo vinculado ao Ministério da Agricultura.
Em 1937, a Lei 452 institui a Universidade do Brasil, especificando claramente
as funções de ensino e de pesquisa:
9
Decreto Nº 32.886, de 1953
10
Decreto Nº 40.229, de 1956
11
Decreto Nº 42.427, de 1957
12
Decreto Nº 42.670 de 1957
13
Decreto Nº 43.804 de 1958
14
Decreto Nº 47.041 de 1959
15
Decreto Nº 49.088 de 1960
16
Decreto Nº 48.232 de 1960
17
Decreto Nº 48.518 de 1960
28
18
LEI Nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961 - Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Art.
69. Nos estabelecimentos de ensino superior podem ser ministrados os seguintes cursos - c) de
especialização, aperfeiçoamento e extensão, ou quaisquer outros, a juízo do respectivo instituto de
ensino abertos a candidatos com o preparo e os requisitos que vierem a ser exigidos.
29
19
Decreto Nº 49.973, de 1961
20
Decreto Nº 50.079, de 1961
21
Decreto Nº 50.211, de 1961
22
Decreto Nº 50. 212, de 1961
23
Decreto Nº 50.673, de 1961
24
Decreto Nº 69, de 1961
25
Decreto Nº 383, de 1961
26
Estatuto – Lei nº 4.881 –A , de 1965
30
27
LEI Nº 5.539, de 27 de novembro de 1968, Estatuto do Magistério Superior - Art. 5º - Haverá
apenas uma carreira docente, obedecendo ao princípio de integração entre ensino e pesquisa.
28
LEI Nº 5.540 - Publicada no DOU de 29.11.1968 - Fixa normas de organização e funcionamento do
ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências.
32
29
Artigo 6º, item II, do Decreto Nº 64.900, de 29 de julho de 1969, que aprova o Estatuto da
Universidade Federal da Bahia.
30
Decreto Nº 62.927, de 28 de junho de 1968.
33
31
Brasil. Conselho Federal de Educação. Indicação nº 4/69. Documenta 100, abr/1969.
34
32
Decreto Nº 66.281, de 1970
35
33
Decreto Nº 66.355, de 1970
34
Decreto Nº 66.539, de 1970
35
Decreto Nº 66.555, de 1970
36
Decreto Nº 66.810, de 1970
37
Decreto Nº 66.598, de 1970
38
Decreto Nº 66.651, de 1970
39
Decreto Nº 66.650, de 1970
40
Decreto Nº 67.048, de 1970
41
Brasil. Conselho Federal de Educação. Pareceres nº 1.293/73, Documenta 153, ago/1973 e nº
4120/74, Documenta 169, dez/1974.
36
Através da Lei 6.310, de 1975, foi instituída a Fundação Projeto Rondon, com
personalidade jurídica de direito privado, vinculada ao Ministério do Interior, mas
constando explicitamente que se trata de Extensão Universitária; e estabelece a sua
integração com as demais diretrizes do Ministério da Educação e Cultura:
42
Decreto Nº 85.487, de 11 de dezembro de 1980 - Dispõe sobre a carreira do magistério – Art. 1º e
4º.
38
43
LEI Nº 7.732, de 14 de fevereiro de 1989 - Art. 1º Ficam extintas: II - a Fundação Projeto Rondon,
fundação pública vinculada ao Ministério do Interior;
39
44
Portaria nº 637, de 13 de maio de 1997. - Dispõe sobre o credenciamento de universidades. - Art.
4º A solicitação de credenciamento como universidade deverá ser acompanhada de projeto do qual
deverão constar os seguintes quesitos: (...) X - descrição das atividades de extensão desenvolvidas
nos últimos dois anos.
41
45
Brasil. Ministério da Educação -Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Avaliação Externa de Instituições de
Educação Superior - Diretrizes e Instrumento – Brasília, Novembro de 2005
45
46
O anexo II apresenta a obra em arquivo digital da Biblioteca Digital Paulo Freire, da Universidade
Federal da Paraíba, disponibilizado no CD anexado a este trabalho.
48
associativa. Dessa maneira é que ele abre o caminho para o estudo dos ‘campos
lingüísticos’, como definido por Trier (apud GUIRAUD, 1972, p.85).
Guiraud, explicitamente citado por Freire (2002, p.21), destaca:
Freire insiste que a primeira reflexão crítica de seu estudo vem incidindo
sobre seu ‘campo associativo de significação’, enfatizando a relevância do método
para a compreensão exata do termo e obviamente da ‘força operacional dos
conceitos’, afetando a essência do fazer.
Essa análise explicita o sentido do termo extensão e indica o caminho a ser
desvelado na obra, possibilitando a compreensão e a comparação do conceito de
extensão com o de comunicação, analisado no decorrer deste capítulo.
Freire reafirma que não se trata de um ‘purismo lingüístico’. Essa forma de
análise permanece ligada à semântica estrutural, presente no período em que a obra
Extensão ou Comunicação? foi escrita, como esclarece Guiraud:
2.2 - A SOCIOSSEMIÓTICA
Segundo Pais,
Têm-se:
S1 <estudante> = ([+conhecimento] x [+capacitação profissional] x
[+ascensão social] x [+ socialização])
S2 <professor> = ([+salário] x [+reconhecimento profissional] x [+gratificação
psicológica] x [+ascensão social])
S3 <instituição/mantenedora> = {([+ prestação de serviço] x
([+reconhecimento público] x [+recursos financeiros])}
cooperação competição
Formação Formação
individualista
solidária
Marginalização do sistema
É esta força operacional dos conceitos que pode explicar que alguns
extensionistas, ainda quando definam a extensão como um que-fazer
educativo, não se encontrem em contradição ao afirmar: “persuadir
as populações rurais a aceitar a nossa propaganda” [...] A nós, não
nos é possível persuadir a aceitarmos a persuasão para a aceitação
da ‘propaganda’ como uma ação educativa. Não vemos como se
possa conciliar a persuasão para a aceitação da propaganda com a
educação, que só é verdadeira quando encarna a busca permanente
que fazem os homens, uns com os outros, no mundo em que e com
que estão, de seu Ser Mais. (grifo nosso)Persuadir, assim como
propaganda, são termos que aparecem conciliados com a conotação
fundamental que, de um ponto de vista semântico, encontramos no
termo extensão. Jamais, por isto mesmo, conciliáveis com o termo
educação, tomada esta como prática da liberdade. (FREIRE, 2002, p.
23-24).
47
Para melhores esclarecimentos, consultar Pedagogia do Oprimido, São Paulo: Paz e Terra, 2005.
57
• mecanismos de
dominação
• ética científica
Vem sendo • processos de
• isenção
conquista
• dúvida descartados
• preservação do
sistemática
por poder
burocrático
Valores fundamentais:
Novos objetos de valor:
• busca da verdade
• status
• construção do saber
• poder
• melhorias das
• prestígio
condições de vida
Adjuvante –
Comunicação
Oponente –
Extensão
Destinatário Destinador
(Universidade/ Mantenedora)
Sujeito
Objeto de valor
(Comunidade - População)
(Melhoria da qualidade de vida)
61
Destinatário
Objeto de valor
(reconhecimento público /
responsabilidade social)
Sujeito Destinador
(Universidade / Mantenedora) (População / Comunidade)
Processo de
t d (visão social)
inclusão
prática teoria
Visão
Visão da
acadêmica,
comunidade
intramuros
extramuros
‘
não teoria não prática
Processo de
alienação
estagnação
Caos
Destinatário Destinador
(Professor)
Objeto de valor
Sujeito (+ conhecimento, + capacitação
(Aluno) profissional)
_________________________________________________________________________
Destinatário
Destinador
(aluno)
Sujeito
Objeto de valor
(Professor)
(+ conhecimento, + salário)
td
cooperação competição
formação
formação
solidária
individualista
‘
não competição não cooperação
Caos
Figura 8: Formação Individualista X Formação Solidária
Essa reflexão favorece um ‘olhar’ sobre a sua própria ação, esse ‘olhar
interdisciplinar’ impele a rever, num esforço de metamemória, a ação como
extensionistas.
Essa é a análise que se apresenta no próximo capítulo, uma reflexão sobre a
ação, identificando meu percurso na Universidade São Judas Tadeu.
68
48
Conceito apresentado por Jean-Yves Leloup no seminário: Deus? Espiritualidade na Educação e
na Saúde, realizado em 07 de setembro de 2004 em São Paulo
74
49
Em anexo a relação dos artigos publicados de 1998 a 2006
50
Os projetos que constam do site em julho de 2006, estão relacionados, por linhas de extensão no
CD anexo
75
espírito foi realizada uma entrevista, pelo aluno José Nilton Lima Fernandes, com os
Profs. Drs, Paulo Freire e Ana Maria Saul, em 02 de maio de 1995, época em que
estavam a frente da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, como proposta
da disciplina de Estrutura e Funcionamento de Ensino, ministrada pela Profª Dinéia
Hypólitto.
Esse, entre outros conteúdos, foram dando respaldo conceitual para a
implantação do Núcleo de Projetos Educacionais, braço extensionista do referido
curso. Nesse material Freire afirma que uma escola que pretende ser democrática, é
uma escola cuja cotidianidade, mesmo que não conste do currículo, gira em torno da
gestação, da criação de certos procedimentos, de certos saberes que a escola deve
tratar.
Trabalhando com esses conceitos, como afirma Freire na mesma entrevista,
todo tipo de prática não pode escapar às relações, nos sujeitos da prática, as
relações mútuas de responsabilidade e de expectativa, não podíamos, educandos e
educadores, deixar de assumir a nossa responsabilidade na prática pedagógica.
Nesse espírito, todo o corpo docente do curso assumiu a responsabilidade de,
envolver-se com entidades da comunidade, desenvolver projetos educacionais que
servissem de ‘matéria prima’ para a sistematização de novos conhecimentos, e
desvelar, na atuação concreta, uma ‘formação solidária’.
Na edição do ‘Jornal São Judas’, nº. 63 de abril de 1998, temos a notícia que
o Núcleo de Projetos Educacionais está consolidando uma série de projetos
iniciados em 1977. As edições de maio e de junho apresentam outras notas sobre as
parcerias para a aplicação de projetos educacionais, Ao analisar o conteúdo dessas
notícias, citando que são desenvolvidos por alunos do curso de Formação de
Professores, fica evidente a preocupação em demonstrar o atendimento à
comunidade,
A primeira nota refere-se ao projeto Aprender a Pensar, em parceria com a
Associação Profissionalizante da Bolsa de Mercadorias e Futuros – ABM&F,
aplicado em decorrência de um projeto pedagógico gestado nas minhas aulas de
Didática, envolvendo alunos oriundos dos cursos de Psicologia e de Filosofia. Outro
referia-se a parceria com o Centro Público de Formação Profissional de Vila
Prudente, envolvendo vários projetos e alunos de diferentes procedências.
Tratava-se de integrar alunos com diferentes formações iniciais na formatação
de propostas que propiciassem a ‘troca de saberes’ entre eles e com a realidade
76
Diz ela:
Sou ex-aluna dos cursos de Filosofia e de Formação de Professores
dessa Universidade e gostaria de agradecer pela proficiência dos
cursos que freqüentei. Sinto-me recompensada e verdadeiramente
satisfeita por ter feito parte, como aluna, desta instituição que me
tornou uma profissional-cidadã. [...] Os ensinamentos recebidos nos
dois cursos proporcionaram-me conhecimentos para trabalhar com
as diferenças em sala de aula, planejar o curso e conciliar as
necessidades e saberes de cada uma das classes.
Outro artigo publicado na edição nº. 111, de agosto de 2003, o ‘SOS Direito’,
relata o serviço de atendimento jurídico especialmente voltado para os portadores de
deficiência física, destaca: a iniciativa é mais um esforço da Universidade em buscar
a integração entre o mundo acadêmico e a comunidade, gerando simultaneamente
oportunidades de aprendizado prático para os estudantes e benefícios para a
população.
Como podemos notar, as ações extensionistas foram sendo desenvolvidas
nas mais diversas áreas provocando a gradativa integração de alunos e professores
num ‘clima interdisciplinar’.
Na edição nº. 113 de outubro de 2003, temos o registro, em encarte especial,
do evento Ciclo de Estudos Sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, que
envolveu alunos e professores de várias áreas do conhecimento, além de
convidados especiais. O encarte destaca o depoimento da Pró-reitora de Extensão,
enfatizando o papel da Universidade de formar profissionais capazes de entender a
necessidade de proteção social a esse grupo, referindo-se a formação do
profissional – cidadão conceitua-o como aquele comprometido com o seu tempo,
com a sociedade, com a comunidade além dos muros da universidade.Já a
capacitação em serviço promove uma transformação no estágio, exigindo uma
participação ativa do estudante.
Nos anos seguintes, as revistas anuais, destinadas ao vestibular,
permanecem mencionando as ações de Extensão Universitária, como um diferencial
da Universidade, com destaques como: Descobrir, aprender e compartilhar e Para
colocar em Prática.
Dentre os vários artigos publicados em 2004, destaco o da edição nº. 117, do
mês de abril, que apresenta o título: ‘Universidade lança Programa de
Aprimoramento para Graduados em 34 áreas’, especificando que oferece
oportunidade de aprofundamento de conhecimento para os jovens profissionais logo
após a conclusão do curso, desenvolve habilidades específicas e promove
atividades que permitem ampla fundamentação teórica e a possibilidade de exercício
prático em determinadas áreas de estudo; [...] o traço comum aos 34 projetos é o
envolvimento dos estudantes em projetos que trabalham direta ou indiretamente com
a comunidade. Em abril de 2005 o exemplar de nº. 125 apresenta os novos
programas de aprimoramento, dando continuidade à atividade.
82
51
Os núcleos estão descritos em arquivo eletrônico anexado a este trabalho e disponibilizado no ‘site’
da instituição
83
Considerações Finais
seu lento reflexo na prática acadêmica, bem como a difícil compreensão do papel da
Extensão Universitária nesse processo.
Nessa busca pelo conceito de Extensão Universitária e da interface com a
cultura interdisciplinar, ficou evidente a ‘força operacional dos conceitos’,
expressando uma ‘visão de mundo’; essa evidência aproximou o pensamento de
Freire com o de Pais, possibilitando uma análise sociossemiótica desse contexto.
A leitura dos discursos da publicidade institucional das entidades
universitárias demonstrou que, ora lembram a formação solidária como acesso à
cidadania, ora modificam a tônica, destacando as possibilidades individuais de
empregabilidade, enfatizando uma formação individualista.
Freire destaca os perigos da eficácia discursiva que neutraliza a criticidade.
Ficou claro que o processo de uma aprendizagem significativa exige uma presença
curiosa do sujeito em face do mundo.
Na busca pelo conceito de Extensão Universitária revelou-se o de formação
solidária e, em decorrência da interdisciplinaridade, representou um caminho, que
identifico na ação educativa de um grupo de alunos e professores da Universidade
São Judas Tadeu. Foram adquirindo uma ‘cultura interdisciplinar’, percebendo-se um
cunho prático imprimido nas atividades curriculares, privilegiando a observação da
realidade com a posterior reflexão baseada nas teorias.52 Esse movimento permeou
a formatação da Extensão Universitária na USJT, demonstrado na divulgação, pela
mídia, dos seus projetos.
O conceito de Extensão Universitária associou-se ao de Cultura
Interdisciplinar, atribuindo-lhe uma função essencial no processo de aprendizagem.
Seriam oportunos novos estudos aprofundando essa correlação.
Não pretendi analisar todos os aspectos dessa interface, mas espero que
através desta pesquisa qualitativa possa ter revelado que é pelo presente que se
explica o passado e que, avaliando o passado, podemos reconstruir o presente.
52
Parecer da Comissão de reconhecimento do Curso de Formação de Professores da USJT.
86
Referências Bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 31.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
______. Pedagogia do Oprimido. 40.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
______. Conscientização, São Paulo: Cortez, 1979.
______. Educação & Atualidade Brasileira, São Paulo: Cortez, 2001.
______ & GUIMARÃES, Rosa, Aprendendo com a Própria História II. 2.ed. São
Paulo: Paz e Terra, 2002.
GENTIL, Pablo (org.) Universidades na Penumbra: Neoliberalismo e
Reestruturação Universitária. São Paulo: Cortez, 2001.
GERALDI, João Wanderley. Ser, Falar e Conhecer – ‘Essencialidades’ em Paulo
Freire. Recife: V Colóquio Internacional Paulo Freire, 2005.
GURGEL, Roberto Mauro. Extensão Universitária: Comunicação ou
Domesticação? São Paulo: Cortez, 1986.
JANNUZZI, Gilberta Martino. Confronto Pedagógico: Paulo Freire e Mobral. São
Paulo: Cortez, 1979.
JANTSCH, Ari Paulo & BIANCHETTI, Lucídio (org.) Interdisciplinaridade: Para
Além da Filosofia do Sujeito. Petrópolis: Vozes, 1999.
JUSTO, Henrique. Carl Rogers – Teoria da Aprendizagem – Aprendizagem
Centrada no Aluno. Porto Alegre: Livraria Santo Antônio, 1975.
LELOUP, Jean-Yves. Se Minha Casa Pegasse Fogo, Eu Salvaria o Fogo. São
Paulo: Editora UNESP, 2002.
LINHARES, Célia e TRINDADE, Maria de Nazaret (org.) Compartilhando o Mundo
com Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2003.
LÜCK, Heloisa. Pedagogia Interdisciplinar. Fundamentos Teóricos metodológicos.
Petrópolis: Vozes, 1998.
LÜDKE, Menga & ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisa em Educação: abordagens
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MACHADO, José Nilson. Educação: Projetos e Valores. São Paulo: Escrituras,
2001.
______. Cidadania e Educação. São Paulo: Escrituras, 2002.
______. Epistemologia e Didática: As Concepções de Conhecimento e Inteligência
e a Prática Docente. São Paulo: Cortez, 2002.
MENDONÇA, Ana Waleska P.C., “A Universidade no Brasil”. In.: Revista Brasileira
de Educação, nº 14. Rio de Janeiro, 2000.
NOGUEIRA, Adriano (org.) Estendendo fronteiras – A Extensão e a Pesquisa na
Formação do Pesquisador. Taubaté: Cabral Editora Universitária, 2001.
PAIS, Cidmar Teodoro. “Semiótica e multidisciplinaridade: percursos entre
sociossemióticae semiótica da cultura”. In.: Revista da Associação Brasileira de
Semiótica, Regional Rio Grande do Sul, Porto Alegre: ABS, 1991.
______. “A terminologia técnico-científica perante o plurilingüismo, o
multiculturalismo, o transculturalismo e a liberdade acadêmica: proposições
semântica-cognitivas”. In.: Anais da 54º Reunião Anual da SBPC, Goiás, 2002.
88
53
A Legislação citada encontra-se na integra em arquivo digital, Anexo 1, disponibilizado no CD
anexado neste trabalho.
90
ANEXOS
96
CD
97
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III