CERQUEIRA GOMES e MERHY, 2014. Pesquisadores IN-MUNDO - Um Estudo Da Produção Do Acesso e Barreira em Saúde Mental PDF
CERQUEIRA GOMES e MERHY, 2014. Pesquisadores IN-MUNDO - Um Estudo Da Produção Do Acesso e Barreira em Saúde Mental PDF
CERQUEIRA GOMES e MERHY, 2014. Pesquisadores IN-MUNDO - Um Estudo Da Produção Do Acesso e Barreira em Saúde Mental PDF
Pesquisadores IN-MUNDO
Um estudo da produção do acesso
e barreira em saúde mental
Coleção Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde
Pesquisadores In-Mundo
Um estudo da produção do acesso
e barreira em saúde mental
1ª Edição
Porto Alegre, 2014
Editora Rede UNIDA
Coordenador Nacional da Rede UNIDA Comissão Executiva Editorial
Alcindo Antônio Ferla Janaina Matheus Collar
João Beccon de Almeida Neto
Coordenação Editorial
Alcindo Antônio Ferla Arte Gráfica - Capa
Andantes
Conselho Editorial Kathleen Tereza da Cruz
Alcindo Antônio Ferla Blog: http://saudemicropolitica.blogspot.com.br
Emerson Elias Merhy
Ivana Barreto Diagramação
João José Batista de Campos Luciane de Almeida Collar
João Henrique Lara do Amaral
Julio César Schweickardt Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da
Laura Camargo Macruz Feuerwerker Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor
Lisiane Böer Possa no Brasil em 2009.
Mara Lisiane dos Santos
Márcia Cardoso Torres
Marco Akerman
Maria Luiza Jaeger
Ricardo Burg Ceccim
Maria Rocineide Ferreira da Silva
Rossana Baduy
Sueli Barrios
Vanderléia Laodete Pulga
Vera Kadjaoglanian
Vera Rocha
Bibliografia
ISBN 978-85-66659-20-7
1. Saúde mental 2. Atenção à saúde 3. Saúde pública I. Gomes, Maria Paula Cerqueira
II. Merhy, Émerson Elias III. Título IV. Série
NLM WM30
Apresentação ......................................................................... 3
Apresentação - Emerson
Emerson Merhy e Paula Merhy e Paula Cerqueira.........................7
Cerqueira
Uma pesquisa e seus encontros: a fabricação de intercessores e o
Uma pesquisa e seus encontros: a fabricação de intercessores e o
conhecimento como produção - Paula Cerqueira, Emerson Merhy,
conhecimento como produção............... 17
Ermínia Silva, Ana Lúcia Abrahão, Leila Vianna, Mônica Rocha, Nereida
Santos,Paula
Maria Magda Chagas,
Cerqueira Cláudia
Gomes, Tallemberg,
Emerson Merhy, MariaErmínia Thereza
Silva, Ana Santos,
Lúcia
Angela Carla....................................................................................25
Abrahão, Leila Vianna, Mônica Rocha, Nereida Santos, Magda Chagas, Cláudia
Tallemberg, Maria Thereza Santos, Angela Carla da Rocha Schiffler
CRISE – Um conceito constitutivo para a saúde mental - Ricardo
Moebus...........................................................................................43
Crise – Um Conceito Constitutivo Para a Saúde Mental........................30
Acesso Moebus
Ricardo às multiplicidades do cuidado como enfrentamento das
barreiras em saúde mental: Hitórias de R -Maria Paula Cerqueira
Acesso às
Gomes, multiplicidades
Rosemary CalazansdoCipriano,cuidado José comoTadeu enfrentamento
Freire,Emerson das
barreiras
Elias em Ana
Merhy, saúde mental:
Lúcia Abrahão,história de R....38
Erminia Silva, Leila Vianna e Claudia
Tallemberg......................................................................................55
Maria Paula Cerqueira Gomes, Rosemary Calazans Cipriano, José Tadeu
Freire,Emerson Elias
Interferindo nos Merhy, Ana Lúcia
microprocessos deAbrahão, Erminia
cuidar em saúdeSilva, Leila -Vianna
mental Ângelae
Claudia Tallemberg
Carla da Rocha Schiffler, Ana Lúcia Abrahão......................................89
Interferindo
O usuário-guianosnos
microprocessos
movimentos de deuma
cuidar emde
Rede saúde mental....63
Atenção Psicossocial
em um Município do Rio de Janeiro - Monica Rocha, Leila Vianna,
Ângela Carla da Rocha Schiffler, Ana Lúcia Abrahão
Nereida Santos, Maria Paula Cerqueira Gomes, Emerson Elias Merhy,
Maria Alice Bastos
O usuário-guia Silva, Mariana
nos movimentos de Sant
uma ‘Anna
rede de Costa,
atenção Letícia Amadeu
psicossocial
Gonçalves e Silva, Juliana Kaminski do Prado...................................105
em um município do Rio de Janeiro ......................75
As diversas formas de experimentação da crise no encontro entre
trabalhadores e usuário na produção do cuidado em um CAPS no
Monica Rocha, Leila Vianna, Nereida Santos, Maria Paula Cerqueira Gomes,
Estado do Rio de Janeiro - Magda de Souza Chagas, Claudia Tallemberg,
Emerson Elias Merhy, Maria Alice Bastos Silva, Mariana Sant ‘Anna Costa, Letícia
Maria Carolina
Amadeu GonçalvesSouza, Eliene
e Silva, Fernandes
Juliana da Prado
Kaminski Do Paz...............................135
O pesquisador IN-MUNDO e o processo de produção de outras formas
As diversas formas de experimentação da crise no encontro entre
de investigação em saúde - Ana Lúcia Abrahão, Emerson Elias Merhy,
trabalhadores e usuário na produção do cuidado em um CAPS no
Maria Paula Cerqueira Gomes, Claudia Tallemberg, Magda de Souza
Estado do Rio de Janeiro................98
Chagas, Monica Rocha, Nereida Lucia Palko dos Santos, Erminia Silva,
Leila
MagdaVianna...................................................................................155
de Souza Chagas, Claudia Tallemberg, Maria Carolina Souza, Eliene
Fernandes da Paz
Posfácio........................................................................................171
O pesquisador
Sobre In-Mundo e o processo de produção de outras formas
os autores...........................................................................173
de investigação em saúde (a título de fechamento, depois de tudo que
escrevemos).........................112
Ana Lúcia Abrahão, Emerson Elias Merhy, Maria Paula Cerqueira Gomes, Claudia
Tallemberg, Magda de Souza Chagas, Monica Rocha, Nereida Lucia Palko dos
Santos, Erminia Silva, Leila Vianna dos Reis
Apresentação
Olá,
Convidamos você a uma viagem! Uma viagem de
descobertas a outras formas de produzir conhecimento
onde o mundo e a vida estão em conexão com objeto a ser
pesquisado.
Os artigos que serão apresentados narram os efeitos
da pesquisa intitulada “Acessibilidade na atenção à crise nas
redes substitutivas de cuidado em saúde mental no estado
do Rio de Janeiro, do edital Pesquisa para o SUS: Gestão
compartilhada em saúde (PP-SUS) – 2010/FAPERJ.1
1 O Edital PPSUS- pesquisa para o SUS , financiado pelo Departamento de
Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde- DECIT e Secretaria Estadual
de Saúde e Fundação Estadual de Auxilio a Pesquisa no Estado do Rio
de Janeiro, apresenta como proposta construir junto a Universidades,
pesquisadores e trabalhadores da rede pública a discussão de temas
relevantes para o desenvolvimento e fortalecimento do SUS .Nesta
perspectiva, no ano de 2009 a SES-RJ , DECIT e FAPERJ realizaram
uma oficina com temas relevantes para o SUS, sendo um deles Saúde
Mental. Esta oficina teve como objetivo elencar eixos de pesquisa
e construir um Edital a partir dos mesmos. Um dos critérios para
avaliação de projetos foi a parceria entre trabalhadores da Secretaria
Estadual de saúde, no caso a Coordenação Estadual de saúde Mental
Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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Nesse livro apresentamos como quatro Redes de
Atenção Psicossocial (RAPs), de municípios do Estado
do Rio de Janeiro envolvidos nessa pesquisa, sustentam
a acessibilidade e a produção do cuidado na atenção à
crise em saúde mental. Procuramos aqui ir para além de
só entender essa dinâmica do ponto de vista da relação
entre demanda e oferta por serviços de saúde, tentando
trazer para a cena do objeto de estudo a noção de acesso e
barreira no plano do cuidado em si.
Essa pesquisa foi construída do começo ao fim, por
meio de uma cooperação de trabalho entre um coletivo
que incluiu: trabalhadores dos Serviços de Saúde Mental
dos cinco municípios do estado, a Coordenação de Saúde
Mental do Estado do Rio de Janeiro, o Laboratório de
Estudo, Trabalho e Assistência em Saúde (LETRAS) do IPUB
(Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de
Janeiro) e pesquisadores da Linha de Pesquisa Micropolítica
do Trabalho e o Cuidado em Saúde, da Pós-Graduação em
Clínica Médica da UFRJ.
Os resultados aqui apresentados são frutos do
trabalho desse coletivo durante os dois anos de pesquisa.
Nesse período foram realizados encontros mensais com
o coletivo descrito acima e também produzido uma
agenda de trabalho regular nos municípios. A construção
metodológica privilegiou o aspecto qualitativo, com
destaque para o acompanhamento do usuário guia e como
no seu nomadismo vai se abrindo novas redes de cuidado
que são construídas e inventadas para fora do próprio
sistema de saúde e, às vezes, para vencer as barreiras
produzidas no próprio sistema de saúde. Os resultados
apontaram para múltiplas histórias constituídas na rede
e a Universidade, na aproximação dos laços entre gestão, produção do
cuidado, política e formação. No Edital de 2010 um dos Eixos propostos
foi o de acessibilidade e barreira na rede CAPS, para o qual a presente
pesquisa foi selecionada.
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Pesquisadores IN - MUNDO
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de conexão existencial do usuário. Uma multiplicidade
em que as equipes puderam desconstruir e reconstruir o
cuidado, explorar lembranças acerca do usuário guia e do
seu processo de cuidado nas redes de saúde mental, em
busca tanto de práticas instituídas, quanto de narrativas
que aportam novas linhas de investigação que ampliam a
rede de conexões desses usuários.2
A realização da pesquisa permitiu explorar fenômenos
já conhecidos e com muitas acumulações, mas que ainda
apresentam interfaces inexploradas do mundo do cuidado.
As ferramentas empregadas, nesta abordagem qualitativa,
seguiram a seguinte construção da investigação:
Levantamento bibliográfico e análise documental
sobre a atenção em saúde mental no Brasil e no mundo.
Construção de equipe de “pesquisadores do local”, a partir
dos profissionais de saúde dos municípios, campo, da
pesquisa.
Para o trabalho de campo foram selecionados além
da equipe de pesquisa, denominados de “pesquisador
apoiador”, “pesquisadores locais” nos municípios. O
“pesquisador apoiador”, foram profissionais vinculados à
Coordenação de Saúde Mental do Estado do Rio de Janeiro,
ao LETRAS do IPUB e pesquisadores da Linha de Pesquisa
Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde.
Os “pesquisadores locais” foram selecionados a partir
dos critérios: conhecer a rede de saúde mental investigada;
estar envolvido com o caso guia a ser investigado e
apresentar experiência ou formação em saúde mental.
Outra ferramenta empregada na investigação foi a
produção do Kit do Pesquisador, construído e debatido com
Sujeitos da pesquisa
Primeiras oficinas
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Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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assim prosseguir com a investigação. Rolnik (200611) chama a
atenção para esse singular modo do cartógrafo se constituir
no próprio processo de produção do conhecimento a que
está exposto, bem como a construção de seus eixos guias,
suas cartas náuticas, ou seja, suas caixas de ferramentas de
trabalho.
Nesses movimentos foi possível emergir narrativas que
não haviam sido documentadas. Informações que surgiram
e que não havia qualquer registro sobre elas. Tratam-se das
narrativas e ou práticas linguageiras, ou seja, produção dos
acontecimentos na hora em que estes são relatados para
alguém. Este tipo de narrativa/prática traz o sujeito para
outro lugar, retirando-o do lugar de profissional que fala e
vai para o linguageiro. O esclarecimento da importância da
narrativa do linguageiro fez com que o coletivo, de forma
geral, conseguisse identificar o quanto de material sobre
o caso já se tinha disponível e que não fora considerado
como fonte de conhecimento e, consequentemente, não
fora registrado. (DELEUZE e GUATTARI, 199512)
Dessa forma o coletivo foi se apropriando de
determinados conceitos que, por sua vez, foram colocados
nas “caixas de ferramentas” (MERHY e ONOCKO, 199713)
dos pesquisadores locais e apoiadores.
Após a produção dos movimentos cartográficos
dos municípios pesquisados deu-se início ao processo de
construção coletiva da fase final da pesquisa. Nessa etapa
foi realizada uma oficina ampliada com todos os municípios
envolvidos de modo a apresentar as cartografias produzidas
para cada usuário-guia. As apresentações foram mediadas
por um intenso debate que procurou identificar os
11 ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas
do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989
12 DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs. São Paulo: Editora 34, 1995.
13 MERHY, E.E. e ONOCKO, R.. Agir em Saúde. São Paulo: Hucitec, 1997.
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Pesquisadores IN - MUNDO
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processos de pesquisa em cada município e os resultados
encontrados.
Em seguida a essa oficina, foram realizadas mais
5 oficinas temáticas, por município, para a análise em
separado dos dados de cada rede local. Cabe ressaltar
que apesar de realizadas separadamente, todo o coletivo
foi convidado a participar. Dessa forma, foi produzido o
Relatório Final, assim como a preparação de material para
a realização de um seminário realizado com a participação
de representantes dos serviços analisados na pesquisa, o
grupo de pesquisa, representantes da gestão municipal de
saúde e convidados estratégicos. O Seminário teve como
objetivo difundir os resultados do trabalho e fomentar
discussão ampliada sobre o tema. Foi um momento muito
importante para todo o coletivo da pesquisa e para a gestão
estadual. Novas questões foram produzidas, o universo
inicial da pesquisa foi ampliado, outros movimentos nas
redes de atenção em saúde mental disparados e, novos
desafios colocados. Essa publicação é um dos movimentos
disparados nesse processo.
Boa Viagem!
Emerson Merhy e Paula Cerqueira - 2014
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Uma pesquisa e seus encontros: a fabricação
de intercessores e o conhecimento como
produção
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Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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certo movimento de deriva, variação, “um ceder entre”,
pesquisadores, campo e objeto. Ferreira,(1999) apresenta
alguns sentidos do termo. A aposta pode ser compreendida
como jogo, disputa, “ajuste entre pessoas de opiniões
diversas onde o ganho depende do resultado da partida”.
Pode expressar desejo de “afirmar, sustentar, empenhar-se,
aperceber-se e dispor-se , como na frase: Apostaram-se para
resolver o problema”. Também pode encerrar o sentido de
“fixar-se ou colocar-se no seu posto” Tomamos as diversas
acepções de “ apostas” , como superfície em constante
variação, diagrama, jogo de forças, entre diferentes linhas:
de afirmação, de percepção, de fixação e de sustentação,
que atravessaram os percursos-vida de usuários e
repertórios clínico-institucionais das redes de cuidado em
todo o processo da pesquisa. (FERREIRA,1999,p:170)
A principal aposta sustentou-se no desejo de construir
um processo, no qual nos produzimos como pesquisadores
nessa experimentação. Que todo pesquisador é um sujeito
epistêmico na sua formação não temos dúvidas. No entanto
o revelador para nós, sujeitos pesquisadores, foi perceber
os atravessamentos de nossas implicações com o tema
da pesquisa. Nós, pesquisadores na dobra do sujeito do
epistêmico e implicado. Nós pesquisadores no entre do
saber e fazer. A micropolítica do trabalho e cuidado em
saúde se dá no espaço desse entre, fazer e saber, nessa
dobra. O trabalho vivo em ato, em saúde tem essa condição,
o saber se institui a partir do encontro com o outro, pois
todo e qualquer trabalho em saúde se faz no encontro, com
o usuário. (MERHY,2007)
“(...) olha que interessante, essa pesquisa
dispara zonas de visibilidade não só na
produção do cuidado, ela dispara na gestão,
na produção da gestão, na produção da
gestão pra dentro do município, pra dentro
do estado Em um município ela dispara fontes
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Pesquisadores IN - MUNDO
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de conexão do paciente em diferentes redes
para além da saúde. Em um outro ela dispara
questões sobre o trabalho em equipe e a
gestão do cuidado no cotidiano. Em outro ela
abre a possibilidade de olhar para a produção
de coletivos e para a forma como cada um se
coloca nesse coletivo. Em outro como nós da
equipe de apoio nos colocamos na conexão
com os municípios e suas equipes. Essa
pesquisa não é uma entidade, a pesquisa é
feita por nós”.(PPSUS,2013-pesquisador local)
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Pesquisadores IN - MUNDO
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O intercessor território, como tensor na pesquisa
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Pesquisadores IN - MUNDO
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Os efeitos da pesquisa em nós: a fabricação dos
intercessores
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Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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“(...) Este outro a quem é dado um diagnostico
conhece a gente muito melhor do que o
conhecemos, o quanto mesmo ele produz
vida muitas vezes não temos a mínima noção
disso”. (PPSUS,2013-pesquisador local)
Bibliografia
BERTUSSI, D.; BADUY, R.S.; FEUERWERKER, L. C. M.; MERHY,
E. E. Viagem cartográfica: pelos trilhos e desvios. In MATTOS,
R. A.; BAPTISTA, T. W. F. Caminhos para análise das políticas
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Pesquisadores IN - MUNDO
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de saúde, 2011. p.306-324. Online: disponível em www.
ims.uerj.br/CAPS.
BONDIA, JORGE LARROSA Notas sobre a experiência e o
saber da experiência. Rev. Bras. Educ. [online]. 2002, n.19,
pp. 20-28.
DELEUZE, G. Nietzsche a e filosofia. Trad. Ruth Joffily e
Edmundo Fernandes Dias. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1976.
----------------. O abecedário de Gilles Deleuze. Entrevista
com G.Deleuze. Editoração: Brasil, Ministério da Educação,
TV Escola, 2001. Paris: Éditions Montparnasse, 1997, VHS,
459minDELEUZE, G. Espinosa: filosofia prática. Ed. Escuta.
São Paulo, 2002.
DELEUZE, G. e GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e
esquizofrenia, Vol. 1. Rio de Janeiro: editora 34, 1995.
FAPERJ/PPSUS – Acessibilidade na Atenção a Crise nas
Redes Substitutivas de Cuidados em Saúde Mental no
Estado do Rio de Janeiro, relatório final, 2013 (mimeo).
FERREIRA, ABH, Dicionário Aurélio Básico da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 214 Ed
Nova Fronteira, 3º edição, Rio de Janeiro,1999.
FOUCAULT, M, Verdade e Poder, in Machado, R, Microfísica
do Poder, Ed Graal, Rio de Janeiro, 11ª Edição, 1995.
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: Cartografia do
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HAESBAERT, R; BRUCE, G. A desterritorialidade na obra de
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LANCETTI, A. Clínica Peripatética. Hucitec. SP. 2006.
MATUS, C. Política e Planejamento de Governo. Brasília.
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Editora IPEA, 1993.
MERHY, E. E. Saúde: a cartografia do T rabalho Vivo. São
Paulo: Hucitec, 2002.
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ato, 2007. Disponível em: <https://sites.google.com/site/
paginadomerhy/>.
________ e Franco, T.B – Mapas analíticos, um olhar sobre a
organização e seus processos de trabalho. 2007. Disponível
em: <https://sites.google.com/site/paginadomerhy/>.
RODRIGUES, H.C.B, Pesquisas e Práticas Psicossociais 6(2),
São João del-Rei, agosto/dezembro 2011 p..236
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CRISE – Um conceito constitutivo para a
saúde mental
Ricardo Moebus
As reflexões que se seguem são fruto de uma etapa
integrante do rico debate que se estabeleceu a partir de
uma pesquisa sobre acesso e barreiras ao atendimento em
saúde mental no Rio de Janeiro, durante a qual este mesmo
conceito crise se apresentou como importante ferramenta
delineadora do próprio objeto desta pesquisa, assim como,
se prestava a ser decisivo na definição de critérios de eleição
de clientela e organização de serviços e redes de serviços
em saúde mental.
Começo resgatando algumas indicações que Foucault
nos dá da função deste conceito na história médica e
psiquiátrica, indicando dois pontos que podem nos ajudar
particularmente a delinear a importância e amplitude da
noção de crise.
O primeiro ponto é que, na velha medicina das crises,
seja grega, latina ou medieval, sempre há um momento
em que a verdade da doença aparece, e este momento é
Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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precisamente a crise, e não há nenhum outro momento em
que a verdade da doença possa ser de tal forma apreendida.
(FOUCAULT, 2006)
O interessante é que Foucault se utiliza deste exemplo
da velha medicina das crises para demonstrar uma passagem
da tecnologia da verdade-prova ou verdade-acontecimento,
para outra tecnologia da verdade-conhecimento, verdade
que se constata, a verdade da demonstração. Temos então
esta dicotomia, por um lado, uma verdade demonstração, e
por outro, esta que não é dada na forma da descoberta, mas
na forma do acontecimento, que não é da ordem do que é,
mas da ordem do que acontece, uma verdade descontínua
que poderia ser chamada, nas belas linhas de Foucault, de
verdade-raio, por oposição à verdade-céu, demonstrativa,
constante, constituída, que está universalmente presente,
como sintetiza Foucault:
“Eu gostaria de fazer valer a verdade-raio
contra a verdade-céu, isto é, mostrar por
um lado como essa verdade-demonstração
– cuja extensão, cuja força, cujo poder que
ela exerce atualmente é absolutamente inútil
negar -, como essa verdade-demonstração,
identificada, grosso modo, em sua tecnologia,
com a prática científica, como essa verdade-
demonstração deriva na realidade da
verdade-ritual, da verdade-acontecimento,
da verdade-estratégia (...).” (FOUCAULT,
2006.p. 303)
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Pesquisadores IN - MUNDO
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É nesta linha que temos a produção teórica e real dos
CAPS, Centros de Atenção Psicossociais, como elementos
centrais na reorganização assistencial das redes de atenção
em saúde mental, tendo como uma característica destes
novos serviços, mais uma vez, terem sido planejados como
serviços de atenção às crises.
Mas com qual referência conceitual estes serviços
se organizam em função da noção de crise? Esta é uma
resposta que se multiplica e se reinventa em mais de mil e
seiscentos serviços CAPS instituídos no Brasil.
Sem desconsiderar uma multiplicidade real
vivenciada nos CAPS, podemos agrupar este ressurgimento
da importância crucial da crise em saúde mental em básica
e generalizadamente, três concepções principais.
Em primeiro lugar, uma concepção que ressurge no
século XX, modificada, e o atravessa chegando até os dias
atuais.
Esse ressurgimento teria ocorrido, de forma mais
sistemática, a partir das publicações de Erich Lindemann’s,
que desde 1944 passa a desenvolver uma “teoria da crise”
em psiquiatria, a partir do acompanhamento de pacientes
que sofrem as conseqüências psicológicas de terem
vivenciado uma tragédia, uma catástrofe. (BATTEGAY, 1995)
Esta concepção apresenta-se tributária das tentativas
da psiquiatria de superar sua lacuna etiológica, este vácuo
que dificulta enormemente à psiquiatria instalar-se naquela
perspectiva da verdade-demonstração junto ao restante da
medicina.
Tal noção empresta à crise uma dimensão etiológica
do sofrimento psíquico, obtendo um efeito interessante
de permitir aos usuários dos “crisis services” se manterem
fora do estigma da doença mental, a partir do momento
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Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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que tais serviços se organizam mais como cuidado,
atenção preventiva às pessoas que passaram por situações
limites, do que como tratamento de doentes. Esta é uma
característica que será reivindicada, por exemplo, pelos ex-
combatentes de guerra, sobretudo a partir do pós segunda
guerra mundial.
É nesta linha que serviços de atenção a crises surgem
em Amsterdam em 1931, em Viena nos anos quarenta, nos
Estados Unidos nos anos cinqüenta e, disseminadamente
pela Europa nos anos setenta. (BATTEGAY, 1995)
Essa concepção pode ser aproximada do que será
cunhado nosograficamente como Transtorno de Stress pós-
traumático, tentativa de estabelecer um quadro nosológico
apontando fundamentalmente para sua suposta etiologia.
Um dos problemas decorrentes de uma concepção
como esta é que tal causalidade, a princípio centrada nas
tragédias, vai sendo expandida, pouco a pouco incluindo
as mais variadas situações estressantes da vida cotidiana,
como perder um emprego ou divorciar-se, ampliando cada
vez mais as ofertas de serviços, como as unidades de crise
para adolescentes, os centros de atenção às crises da meia-
idade, os programas de intervenção em crise, dentre outros.
Produz-se assim um amplo leque de serviços que
trabalham, em um primeiro momento, com a idéia de
prevenção do adoecer psíquico em situações, ocasiões,
momentos, supostamente mais difíceis ou críticos, e,
em um segundo momento, com a prevenção de recaídas
ou de reinternações, tomando a crise como agudização,
surgimento ou recrudescimento de uma sintomatologia
psiquiátrica.
Esta concepção de crise caminha em direção à sua
definição pelo viés da ameaça social, da periculosidade, do
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Pesquisadores IN - MUNDO
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ônus inclusive financeiro das agudizações, da necessidade de
um controle, de uma intervenção de emergência que possa
abortar a crise, combatê-la antes mesmo que ela venha a
existir, reivindicando assim, como apontava Foucault, esta
legitimidade para a psiquiatria de se justificar pela proteção
da sociedade, pela preservação de suas forças produtivas,
pela otimização de seus recursos humanos.
Uma segunda concepção de crise, florescendo também
no século XX, irá incluir neste conceito inclusive a oferta de
serviços psiquiátricos em dada época e lugar, considerando
um valor-limite relativo a estas e outras contingências, para
além do qual, variados problemas psicológicos, sociais, de
relação, etc, passam a ser reconhecidos como crise.
Temos então, um nível de sofrimento, distúrbio, miséria
pessoal, tensão, atrito, diversidade de comportamento, e,
sobretudo, intolerância e violência em determinado tecido
social, para além do qual, opera-se um direcionamento
para o circuito psiquiátrico. (BATTEGAY, 1995)
Uma concepção assim permite superar a simplificação
e o reducionismo da crise aos sintomas, indo de encontro a
uma existência de sofrimento, com toda a complexidade e
desafio que o continuar a vivê-la implica.
A crise salta do sintoma psiquiátrico ou da mera
circunstancialidade estressante para toda uma rede de
relações e conflitos e a constituição de uma sensibilidade
social a certos limites, a partir dos quais, determinada
população reconhece o direcionamento ao circuito
psiquiátrico como caminho.
Enquanto na primeira concepção, os serviços se
organizam basicamente em busca de uma normalização
rápida e de uma prevenção da piora dos sintomas, na
segunda, encara-se a crise como evento histórico que
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Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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deve retornar ou integrar-se à história individual de cada
caso, buscando construir um espaço social de manobra,
redefinição ou tolerância.
Uma terceira definição de crise traz a inclusão da
subjetividade nesta noção. A crise passa a ser considerada
como um encontro entre um sujeito que se apresenta como
testemunha de seu próprio fracasso; e um serviço que se
oferece a este sujeito, na intenção de, ao acolhê-lo, permitir
o advento de um processo criativo emergente, a criação de
alternativa a este fracasso.
A crise subjetiva seria definida pela impossibilidade,
em dado momento, de haver um mínimo de discurso, uma
crise que parece retomar a dimensão de acontecimento,
porém agora acontecimento da redução da dimensão
discursiva, da falha na tentativa de simbolização,
subjetivação. (Hemmler,1994)
Nesta direção, retoma-se, ainda que de forma parcial
e alterada, a tradição produtiva da crise, agora, disparadora
do trabalho que levará da crise subjetiva à subjetivação da
crise.
Na organização dos novos serviços de saúde mental
como os CAPS, uma variedade de matizes destes e de outros
desenvolvimentos conceituais vão compondo uma aquarela
bastante variada, mas um eixo comum vem norteando a
eleição do cuidado às crises, como linha mestra que possa
enfrentar justamente esta justificativa central do recurso
aos métodos restritivos, custodiais, ou simplesmente
normalizantes.
É por identificar a crise como momento privilegiado
da captura manicomial, que os serviços substitutivos se
empenharam em contrapor a esta captura, um acolhimento
possível, abrindo uma via de mão dupla na qual, a crise,
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Pesquisadores IN - MUNDO
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em uma direção, deve abrir acesso ao serviço de saúde, ao
atendimento, ao cuidado, e, em outra direção, deve abrir
acesso ao sujeito que sofre, ao emergir de sua multiplicidade
singular.
Assim, encontramos a crise nesta encruzilhada de um
duplo acesso, acesso ao cuidado em seu processo, acesso
ao sujeito em seu excesso.
Conceito operador e analisador, também da
disponibilidade e da abertura dos serviços para as
necessidades do usuário.
Neste sentido a crise se coloca ao lado do acolhimento,
e já não há mais espaço para uma concepção tradicionalista
do atendimento ambulatorial, que tomava a crise
justamente pelo seu inverso de abertura de possibilidades,
quando se considerava que se o paciente estava em crise,
então não é possível atendê-lo, mas sim se necessitará de
encaminhá-lo do hospital psiquiátrico, alimentando uma
dicotomia na qual o tratamento externo, ambulatorial,
aberto e plural só acontece fora da crise, e quanto está
advém em toda sua potência, em toda sua intensidade,
justamente quando o usuário mis precisa, se encaminha
para o isolamento hospitalar.
Bibliografia
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54
Acesso às multiplicidades do cuidado como
enfrentamento das barreiras em saúde
mental: Hitórias de R
Introdução
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59
Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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Conhecer o modo de funcionamento dessa rede no
manejo às situações de crise revela inúmeras situações
vividas por usuários que mostram de que modo a
acessibilidade se configura tanto para, garantir em muitas
situações o benefício do cuidado necessário e pertinente,
quanto apontar que mesmo em situações aparentemente
tão ímpar em termos de ofertas, em quantidade e qualidade
de cuidado, há a produção de barreiras efetivas ao acesso
que se precisa.
As ordens dessas situações são muito variadas e
vividas de modos muito singulares pelos usuários que estão
vinculados à rede de saúde mental desse município. Porém,
há alguns deles que são bem analisadores para um projeto
de investigação desse tipo, que são aqueles que nos seus
modos de “andar pela rede de cuidado” vão apontando de
maneira muito ruidosa as dinâmicas dos acessos às redes
e ao cuidado. Esse grupo de usuários é constituído por um
conjunto de pacientes muito graves clínica e socialmente,
muitas vezes comprometidos na sua autonomia, no seu
caminhar a vida no dia-a-dia, pela sua condição de ser um
cidadão que vive com sofrimento mental de modo intenso.
Como já apontado, quando alguns desses usuários
necessitam entrar para outras redes de cuidado não
tipicamente da saúde mental, vivenciam situações muito
traumáticas em termos de acesso a bons cuidados. Sem
dúvida, o temor que um usuário um pouco mais agressivo,
ou em situação de crise, provoca em profissionais de
saúde, por exemplo, da rede básica, faz com que salte à
vista atitudes de discriminação de ordem molecular, ali no
encontro em ato, que provoca um desequilíbrio significativo
na construção de modos de cuidar de forma cidadã e
terapêutica. (MERHY, 2006-b)
Há que reconhecer, também, que muitas vezes
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60
Pesquisadores IN - MUNDO
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os serviços substitutivos, como os CAPS não funcionam
24 horas, o que dificulta uma oferta de acolhimento
aos usuários que necessitam de uma intensividade de
cuidado, provocando certos deslocamentos desse mesmo
usuário para a porta de outros serviços de saúde, como
os da Urgência e Emergência, que não têm instalada,
como regra, grande competência em operar o mundo das
tecnologias leves relacionais, necessárias para a produção
de um acolhimento inclusivo e terapêutico. Explodem aí
situações dramáticas no campo da acessibilidade e do
desinvestimento na produção do cuidado (CAMPOS, 2000;
MERHY, 2002).
Neste cenário, a pesquisa tomou como objetivo geral
mapear e analisar as barreiras e acessos ao atendimento às
situações de crise e sua continuidade nas redes substitutivas
de saúde mental no estado do Rio de Janeiro.
Percurso metodológico
As Ferramentas de Pesquisa
Sujeitos da Pesquisa
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72
Pesquisadores IN - MUNDO
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Tentando Sintetizar Algumas de suas Histórias de Vida
Bibliografia
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87
Interferindo nos microprocessos de cuidar
em saúde mental
Introdução
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90
Pesquisadores IN - MUNDO
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A construção da investigação
Pontos Finais
Bibliografia
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103
O usuário-guia nos movimentos de uma
Rede de Atenção Psicossocial em um
Município do Rio de Janeiro
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118
Pesquisadores IN - MUNDO
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trabalho. Só, sem a inclusão dessa estratégia no projeto
terapêutico, visando somente cumprir seu objetivo
imediato. As dificuldades que emergiram nos passeios, no
plano da micropolítica dos afetos e dos encontros não foram
suficientemente exploradas e discutidas coletivamente,
com a equipe.
- “Aí quando eu decidi parar ele internou,
quando ele voltou, nós ficamos um período
sem se falar. Ele não falava comigo, me olhava
de cara amarrada.”
Considerações Finais
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134
As diversas formas de experimentação da
crise no encontro entre trabalhadores e
usuário na produção do cuidado em um
CAPS no Estado do Rio de Janeiro
Introdução
Considerações
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151
Maria Paula Cerqueira Gomes e Emerson Elias Merhy
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(...) por este momento. A minha vida mudou
com a saúde mental, sobretudo, quando eu
tive a oportunidade de pensar criticamente
essa experiência.”
Bibliografia
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152
Pesquisadores IN - MUNDO
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153
O pesquisador IN-MUNDO e o processo de
produção de outras formas de investigação
em saúde (a título de fechamento, depois
de tudo que escrevemos)50
Introdução
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168
Pesquisadores IN - MUNDO
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Bibliografia
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170
Posfácio
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172
Sobre os autores
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176
Coleção Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em
Saúde
www.redeunida.org.br