Artigo - Utilização de Acupuntura em Pacientes Portadores de Gagueira

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UTILIZAÇÃO DE ACUPUNTURA EM PACIENTES PORTADORES DE GAGUEIRA

COMO FORMA DE AUXILIO NO TRATAMENTO

Patrícia Ferreira de Araujo

[email protected]

Nome do Orientador

Este artigo científico é requisito parcial para obtenção do certificado de Especialização em


Acupuntura do curso de Pós-graduação Lato-Sensu do Instituto de Pós-Graduação (IPGU).

Resumo

Esta pesquisa tem por objetivo proporcionar uma visão geral sobre a gagueira, e durante as
definições dessa patologia constatou-se que existem ainda muitas dúvidas, e essas dúvidas
esbarram na falta de uma compreensão clara sobre esse tema, onde ainda não foi definido se o
tratamento deve ser voltado à patologia ou ao indivíduo. A partir dessas descrições será proposto
um roteiro de leitura que prioriza o atendimento ao indivíduo através de uma correlação entre a
terapia fonoaudiologia e a acupuntura, utilizando uma técnica de relaxamento que visa a
diminuição dos pontos de tensão existentes no paciente gago, tornando mais fácil a sua
recuperação.

Palavras–chave: Gagueira, Tratamento, Relaxamento, Acupuntura.

Introdução

Pouco se conhece sobre o “mito” gagueira, ela é uma patologia muito antiga e de muitas
incidências, vários foram os estudos realizados sobre esse assunto, porém a sua causa específica
ainda não foi encontrada, existem várias teorias para o seu tratamento e até a própria definição é
um problema. Mas o que é indiscutível para a maioria dos profissionais que estudam essa
patologia é a presença de tensão específica e geral na grande maioria dos gagos e que através de
um relaxamento, onde os pontos de tensão que atrapalham a fluência da fala são dissolvidos, o
gago tem maior êxito na terapia, aumentando suas chances de se tornar fluente.
Não importa qual técnica será utilizada para se efetivar o relaxamento, o essencial é compreender
o gago com seus conflitos e adaptar a técnica a cada paciente de forma individual, criando uma
interação que proporcione segurança e equilíbrio na relação do gago com o terapeuta e com ele
próprio.
Nesse projeto será apresentada a técnica de relaxamento como forma de auxilio no tratamento da
gagueira, que se dará principalmente á partir da teoria de Isis Meira onde a autora descreve que
dissolvendo a tensão e equilibrando os estados de mente do gago a fluência se torna possível.
A acupuntura usada nos pacientes com gagueira será discutida, com a intenção de que
associando a técnica de relaxamento e de equilíbrio psicofísico para se tratar a gagueira, com os
benefícios da acupuntura, chegaremos a uma técnica de relação para facilitar os transtornos
causados pela gagueira.

Definição da Gagueira

Segundo Blodstein (JAKUBOVICZ, 1997), a gagueira se define como uma luta interna do
indivíduo gago. É um momento de dúvida sobre suas habilidades gerais principalmente em se
expressar ou em qualquer outro elemento da fala. Ela se origina nas primeiras experiências desse
indivíduo como falante e é estritamente ligada a estresse no ato de comunicação.
Perkins (BARBOSA, 1998), diz que a gagueira é um distúrbio da fluência que ocorre a partir de
interrupções anormais no fluxo da fala, sendo sentida pelo indivíduo gago como um descontrole
que acontece de forma involuntária.
Borel Maissony (JAKUBOVICZ, 1997), classifica a gagueira com sendo uma falha na expressão
verbal, onde vários pontos se encontram alterados, como o ritmo e a melodia, sem que para isso
haja uma alteração dos órgãos articulatórios. Só acontece na presença de um interlocutor e está
ligada a fatores psicológicos e a conflitos interiores do indivíduo.
A gagueira é uma patologia complexa e instigante a ser analisada por clínicos e terapeutas que se
interessam pelo assunto. Isso acontece tanto pela confusão de dados que a compõe como pelo
sofrimento que é sentido pelo gago principalmente nessa época de valores em que todos
sofremos exigências constantes. (PARRELLÓ, 1995).
“A gagueira tem sido nomeada como mistério, charada. É mais do que isso: é um quebra cabeça
complicado, multidimensional, faltando muitas peças” (RIPER, 1997).
Para Riper (1997), há uma enorme dificuldade em definir a gagueira exatamente, porque a única
pessoa que sabe como ela realmente é, é o próprio indivíduo que gagueja. A gagueira se
caracteriza por uma falha no ciclo de fluência que resulta em emoções negativas que são
condicionadas. A gagueira é definida por ela como um conjunto de sintomas observáveis e não
observáveis (como ansiedade e antecipação).
Regina Jakubovicz (1997) diz que a gagueira é primaria a todos os outros sintomas que
apareceram com o distúrbio, como o envolvimento emocional que acompanha a pessoa gaga no
ato de falar. Então, o que justifica a gagueira é a própria gagueira, já que sem ela o indivíduo
teria outra trajetória como falante.
Casanova (1996) define a gagueira como sendo um transtorno da linguagem que se associa a
dificuldades do pensamento, da motricidade, da emoção e da afetividade, um transtorno no ato
de falar que se caracteriza por uma interrupção no ritmo que pode ser mais ou menos intensa.
A gagueira pode ser definida como uma ruptura involuntária na tentativa continuada do gago em
produzir a fala.
Albert Murphy (apud JAKUBOVICZ, 1997), afirma que os bloqueios e as repetições que
acontecem substancialmente na gagueira também acontecem em indivíduos normais, não gagos,
mas sempre que isso acontece em pessoas fluentes é porque ela naquele momento vive uma
situação de medo e ansiedade e a interrupção no ciclo fluente da fala acontece como uma defesa.
Então a gagueira transparece aquilo que a pessoa é, o que ela sente naquele momento o que ela
pensa sobre si ou o que ela acha que as pessoas pensam sobre ela.
Para Souza (2000), as definições de gagueira são inúmeras e cada autor a partir de seus estudos e
suas observações tem um ponto de vista diferente. Para muitos desses autores a própria definição
já é um problema uma vez que sintomas adversos se transformam em uma patologia por isso a
definição é muito subjetiva.

Quando ocorre a gagueira

A gagueira é produzida pela tentativa de não gaguejar, ou seja, quanto mais se tenta controlar a
fala, mais o indivíduo vai gaguejar.
De acordo com Dinville (1993), a gagueira ocorre quando há uma quebra no fluxo da fala,
quando a fluência é interrompida. A gagueira se caracteriza por repetições ou prolongamento de
um som, de uma sílaba, por postura articulatória inadequada e por esforço motor visível, além de
uma tentativa de evitar o ato de falar.
Conforme Jakubovicz (1997), quando ocorre a gagueira a frequência da fala está alterada, há
mais prolongamentos que o normal, além de repetições e posições articulatórias fixas. Durante a
fonação se percebe um esforço motor intenso, há medo de falar e tensão muscular,
principalmente dos músculos articulatórios.
Ocorre a gagueira quando há perturbação da fluência e padrões de tempo anormais da fala,
inapropriado para a idade do indivíduo, caracterizado por ocorrências frequentes de um ou mais
dos seguintes aspectos: repetições; prolongamentos de sons; interjeições; palavras partidas
(pausa dentro da palavra); bloqueio audível ou silencioso; circunlocuções (substituição de
palavras para evitar as que são problemáticas); palavras produzidas com excesso de tensão física;
repetição de palavras completas. Todos esses aspectos são considerados, nesses estudos a partir
de um observador externo (FRIEDMAN, 2001).

Fatores fisiológicos que ocorrem com a gagueira

Riper (1997), fala das emoções negativas como a ansiedade, a frustração, a vergonha e o medo
tomam conta da pessoa no momento da gagueira, quando ela tenta falar e percebe que está
bloqueada.
As pessoas com gagueira intensa normalmente apresentam fatores fisiológicos ligados a ela
como: ritmo cardíaco alterado, anormalidades na pulsação e na respiração, alterações na
composição e na distribuição sanguínea, além de uma tensão corporal geral e localizada,
tremores, dilatação das pupilas e ondas cerebrais anormais.
Para Jakubovicz (1997), vários estudos foram realizados para observar o que acontece com o
corpo no momento da gagueira, nos estudos eletromiográficos constatou-se que há uma tensão
exagerada em vários músculos.
Muitos gagos usam de excessivos movimentos gestuais para tentar se expressar melhor podem
ser: assovios, ruídos, pigarros movimentos faciais corporais etc.
Segundo Souza (2000), a gagueira se caracteriza por sintomas como um esforço visível durante a
respiração, bloqueios que podem ser de intensidades variáveis, além das sincinesias que vão
desde um leve tremor na área dos lábios a sobrancelhas, movimentos anormais do globo ocular,
da língua, do maxilar até movimentos que podem acometer todo o corpo. O paciente pode
desviar o olhar durante a fala e apresentar rubor, palidez e sudação excessiva.

Atitude emocional do gago

Os gagos tentam evitar e fugir de palavras que para eles são difíceis e de situações temidas
ligadas ao ato de falar. Eles criam estratégias para se esquivarem de suas dificuldades e
substituem palavras temidas por outras que para eles pareçam mais fáceis. Podem fingir que
estão pensando para ganhar tempo. Alguns gagos se tornam hábeis nesses truques, com isso há
um aumento da ansiedade e da tensão.
Pessoas que gaguejam tendem a ter, ou usar, uma linguagem menos complexa para facilitar a
compreensão do que querem expressar, uma vez que sua fala se apresenta entrecortada.
As dificuldades que aparecem com a gagueira aumentam a tensão do indivíduo e se criam
componentes psicológicos com gravidade individual (DINVILLE, 1993).
Com os fracassos do gago na tentativa de manter uma fala fluente, ele passa a se achar incapaz
de se comunicar, se intitula como imperfeito e inferior às pessoas fluentes. A gagueira começa a
dominar seus dias e seus sonhos se tornam irreais.
Para lidar com a gagueira, alguns gagos se tornam indiferentes, outros tentam se satisfazer
criando uma vida de fantasias, alguns usam o problema da gagueira como uma chantagem e
ganham privilégios especiais. Quase todos diminuem suas aspirações e se adaptam a um estilo de
vida onde a gagueira possa ser mínima e uma possível perturbação emocional não exista
(RIPER, 1997).
Para Meira (2002), o gago se sente coagido diante a gagueira. Diante de um ouvinte sua tensão
aumenta e ele se torna mais ansioso. Ele também sente o que se manifesta através da angustia, da
ansiedade ou do medo diante de outras situações ou outras possibilidades que não sejam a
gagueira.

As tensões e emoções ligadas ao gago

Muitas vezes a gagueira é descrita por “emoções” que são próprias do indivíduo gago, outras
vezes essas “emoções” são tidas como a própria gagueira, porém essas “emoções” sentidas pelo
gago são também comuns as do indivíduo fluente, eles não tem personalidades diferentes.
Não se pode relacionar os estados de mente de um gago com a própria gagueira. O estado de
mente de um gago correlaciona-se sempre primeiramente com um sintoma, a tensão.
Para cada músculo tenso existe uma emoção envolvida que corresponde a relação entre o
emocional (afetividade) e a tensão.
No início a pessoa gaga não consegue perceber toda essa emoção contida, ela só será sentida e
desenvolvida durante a terapia quando sua consciência se interagir completamente com seu
corpo e consequentemente com a gagueira.
O gago não consegue perceber sua situação de ser-no-mundo, e a cada momento de frustração
que ocorre com a gagueira, gera uma maior ansiedade e consequentemente ele gagueja mais, isso
aumenta sua tensão.
Podemos definir três áreas que se relacionam com o gago, são elas: a afetividade, a tensão
muscular e a tensão visceral, porém nem sempre a relação entre essas áreas é sentida pelo gago.
Durante as manifestações de gagueira, há um aumento evidente na tensão corporal.
A tensão e a afetividade criam uma relação que só vai fazer-se sentir claramente quando o gago
aumentar a consciência de seu corpo.
Com a atenção do gago voltada a essas três áreas, e com uma consciência maior de seu corpo ele
vai conseguir identificar a intensidade e a localização dos principais pontos de tensão no se
corpo.
É claramente visível que quando esses indivíduos se apresentam em equilíbrio, tranquilidade, e
ausência de estados afetivos intensos há uma relação que melhora a fluência da fala.

Principais pontos de tensão que prejudicam o gago

A tensão na região oral: Em todos os gagos pesquisados contatou-se tensão na região oral. São
grupos musculares diferentes. Esses músculos tensos são “escolhidos” por cada indivíduo que
apresenta a gagueira e que também terão essas tensões de intensidades distintas.
Com a terapia o gago começa a localizar os pontos de tensão. As principais características da
tensão oral são evidenciadas por:
• Poucos movimentos articulatórios
• Falta de coordenação dos movimentos
• Tremores musculares
• Incapacidade de realizar alguns movimentos
• Fadiga e dor após um tempo de articulação
• Movimentos atípicos
• Posturas tensas para realizar os movimentos.
Toda essa tensão existente não ocorre apenas no momento da gagueira. Essas tensões se tornam
visíveis mesmo na ausência da tentativa da fala fluente, pois já estão instaladas nesses
indivíduos.
A tensão na região cervical: A tensão cervical também é observável em todos os gagos, ela é
muito intensa e talvez por isso seja “a tensão” que o gago consegue perceber com maior
facilidade.
As intensidades das tensões são percebidas de forma variável para cada indivíduo. Alguns
músculos que se mostram tensos aparecem em todos os gagos, porém para outros gagos esses
mesmos grupos musculares podem não se mostrar tensos, ou se apresentam com intensidades de
tensão variada.
A postura tensa é a principal característica da tensão cervical que normalmente envolvem
alterações como:
• Contração do ombro.
• Elevação do ombro.
• Dor muscular.
• Movimentos anormais do pescoço.
A tensão na região cervical também é sentida mesmo sem a tentativa de verbalização.
A tensão na região diafragmática : A tensão diafragmática se caracteriza principalmente por uma
alteração respiratória, que é comum a todos os indivíduos gagos. Parece que ela é o centro
principal da tensão, impedindo uma expressão livre e altera a coordenação no ato de falar.
Apesar de ser a principal tensão ela é dificilmente percebida pelo gago, sua manifestação é sutil e
poucas vezes evidente para essas pessoas.
O gago com tensão diafragmática pode apresentas alterações como:
• Inspirar o ar segurá-lo nos pulmões e tentar falar quase sem ar.
• Tentar falar na inspiração ou ainda prende o ar na saída bloqueando a fala.
É importante ressaltar que cada gago “mapeia” seus pontos de tensão, porém muitos têm
características próximas, na grande maioria a tensão diafragmática é a mais importante, mas
também, de acordo com a severidade da gagueira podem-se observar tensões fortes em outros
pontos.
A tensão em outras áreas do corpo: Quanto maior o grau de tensão do gago, mais severa se
mostrará sua gagueira. Na gagueira muito intensa outros pontos de tensão também podem ser
percebidos como nos olhos, nos braços nas pernas e na região pélvica. Muitas vezes se constata
uma tensão geral, sem evidencia de severidade nessas áreas citadas.
A relação entre as áreas de tensão: As três áreas principais de tensão (oral, cervical e
diafragmática) trabalham de forma coordenadas, e essa coordenação é fundamental para uma fala
fluente.
Sempre que um desses grupos musculares entra em tensão, outro grupo muscular
automaticamente se tenciona o que impede uma coordenação adequada necessária para a fala
fluente.
Essa situação também ocorre com o relaxamento, quando um grupo muscular relaxa outro grupo
muscular também sofre a relaxação.
Quanto maior a gagueira maior serão as regiões atingidas pela tensão.

O relaxamento como forma de terapia na gagueira

A descoberta de que a gagueira se envolve por tensões como fenômeno requer uma atenção
maior para estudá-la em sua própria essência.
Perceber os pontos de tensão dissolvê-los e permanecer consciente aos fenômenos da gagueira é
indispensável para se chegar à gagueira pura e então o caminho para facilitá-la será mais simples.
O terapeuta deve caminhar com o gago num sentido de profundidade fazendo com que o
paciente tome consciência de seu corpo, de suas dificuldades e de suas tensões, aprendendo a
conviver com a gagueira.
Na terapia não se trabalha a cura ou o desaparecimento da gagueira, deve-se criar um novo
comportamento do gago perante as suas dificuldades e dissolver seus pontos de tensão.
É preciso desenvolver junto ao gago um mapeamento de suas tensões, adequar sua postura
corporal para todas as situações, mesmo que não seja durante a fala, identificar as intensidades
dessas tensões, as características inadequadas de sua fala e associar todos esses sintomas a seus
estados de mente.
Para Mainsonny (1989), o relaxamento é essencial nas medidas terapêuticas utilizadas nos gagos,
tanto na criança como no adulto.
O relaxamento pode ser compreendido como uma terapêutica que deverá um lugar especial no
tratamento da gagueira.
A maioria dos terapeutas utiliza o relaxamento, sobretudo em indivíduos muito tensos podendo
associar várias sessões da terapia ao relaxamento o que levará o individuo a encontrar a
segurança mental e física necessária a uma boa reeducação.
Para Dinville (1993), o objetivo do relaxamento consiste na conscientização no ato de contrair e
descontrair, fazendo com que o indivíduo reduza a ansiedade e a tensão em relação ao seu
distúrbio da fala e que consiga manter o controle de sua musculatura e de sua mente de maneira
global e específica.
Devem-se observar os pontos de maior tensão no paciente adaptando o método utilizado.
Finalmente relaxar significa se soltar, desembaraçar, atingir um nível de soltura plena.
Através do relaxamento podemos perceber uma diminuição da angustia, controle emocional,
produzindo uma resposta positiva a nível mental, e para um bom resultado no tratamento da
gagueira.
O relaxamento é uma forma de terapia de descondicionamento que consiste essencialmente em
provocar um relaxamento voluntário que permita atuar sobre as crises de gagueira.
Realmente os indivíduos que gaguejam necessitam de uma educação psicomotora que façam
com que a motricidade e a linguagem evoluam ao mesmo tempo. Na maioria dos casos, a
experiência nos mostra que, isoladamente, o relaxamento não basta para eliminar os bloqueios e
as inibições, ela só será uma ajuda eficaz se estiver associada ao ato de falar.
Caminhando junto ao gago na sua trajetória de dissolução de tensões e pensando na gagueira
como um fenômeno é mais fácil chegar a sua essência pura e traçar trajetórias para uma terapia
eficiente que levará o gago a uma liberdade das ansiedades e tensões acumuladas sobre a
gagueira.

A acupuntura como tratamento para a gagueira

Segundo Ross (1995), a acupuntura (acus = agulha; punctura = punção) consiste na inserção de
agulhas muito finas, na profundidade de alguns milímetros, em pontos da pele especificamente
determinados.
Diretamente sob a pele existe uma rede de nervos, disposta em toda a sua extensão (parte do
sistema nervoso autônomo), que recebe e transmite todos os impulsos oriundos de partes mais
profundas do corpo. Quando uma percepção é recebida de um órgão “doente”, soa um alarma
nos terminais nervosos sob a pele. Este fato pode ser sentido como distúrbio, que pode se tornar
doloroso quando o local da pele é pressionado. Estas mudanças geram uma pequena diferença de
potencial elétrico, que podem ser inclusive registradas por meio de aparelhos específicos. Os
mais importantes filetes dessa rede nervosa correm ao longo do que chamamos "meridianos de
energia", e é sobre eles que a maioria dos pontos de acupuntura se situam.
Segundo Maciocia (1996), a acupuntura é uma técnica de tratamento que consiste no estímulo de
pontos determinados da superfície da pele.
A acupuntura deve ser feita, de preferência, no início dos sintomas. O lado preventivo da
acupuntura consiste na possibilidade de ir contra a doença antes que ela se manifeste em sua
plenitude, isto é, no estágio onde sabemos que estamos quase ficando doentes, mas ainda não há
sintomas concretos, na fase de mal estar que precede a doença.
Não é proibido (pelo contrário) associar a acupuntura a outros tratamentos como Fisioterapia,
Fonoaudiologia, remédios alopáticos, psicoterapia, homeopatia, geralmente são beneficiados pela
associação com a acupuntura, ocorrendo desde a aceleração e a facilitação de processos
terapêuticos até a redução das doses dos remédios utilizados.
Alguns pacientes podem se sentir sonolentos e relaxados após a sessão. Pontos muito sensíveis
podem se tornar dolorosos se manipulados em excesso, porém a dor resultante tende a melhorar
com o passar do tempo.
O pensamento ocidental tende a separar a mente do corpo e, também, o espiritual do material. Na
concepção da Medicina Tradicional Chinesa cada um dos pares, a mente e o corpo, o espírito e a
matéria, são tidos como tendo uma intercomunicação contínua.
Ross (1995), diz que podem ser utilizados neste processo, agulhas, ventosas, massagens, e até o
calor proveniente da queima da moxa, preparada à partir da erva artemísia (moxabustão).
Uma agulha muito fina é colocada de uma maneira confortável e segura no ponto sensível. As
fibras dos nervos do sistema nervoso autônomo são estimuladas: o impulso vai para os centros
nervosos distribuídos ao longo da coluna e do cérebro e de lá retorna para o órgão doente,
restabelecendo, assim, seu equilíbrio normal.
Se pressionarmos fortemente um ponto doloroso em nosso corpo, poderemos verificar em alguns
casos o alívio momentâneo da dor. O objetivo da acupuntura é transformar este alívio
momentâneo em permanente. Favorecendo também através destes estímulos que o organismo
crie condições internas para retorno de seu equilíbrio ou alívio de suas desordens.
Favorece que as manifestações físicas e psíquicas sejam tratadas com igual importância e como
uma só entidade. E que, além da preocupação com o tratamento de doenças instaladas a
acupuntura permite uma atuação na prevenção, corrigindo previamente os desequilíbrios e os
excessos. Isto significa que a acupuntura deveria favorecer a busca do que permanece além da
desarmonia. Ou seja, a compreensão e a busca do autoconhecimento.
O corpo humano possui 360 pontos distribuídos em linhas chamadas pela medicina chinesa de
meridianos
Segundo Maciocia (1996), baseia-se no uso dos pontos da acupuntura que se situam sobre os
canais, localizados abaixo da superfície do corpo, em lugares anatômicos específicos e que
representam os pontos nos quais o fluxo de substâncias dentro dos canais podem ser ajustados a
fim de promover a harmonia.
O reconhecimento da acupuntura sistêmica está diretamente associado com o modelo de
identificação uma vez que proporciona as formas do diagnóstico fundamental, o diagnóstico
chinês está fundamentado no princípio básico de que os sinais sintomas refletem a condição dos
Sistemas Internos, utilizando não somente os sinais e sintomas, mas também muitas outras
manifestações para formar um quadro de desequilíbrio presente em uma determinada pessoa.
Muitos dos denominados sintomas e sinais da Medicina Chinesa não seriam considerados, tais
como na Medicina Ocidental.
De acordo com a ideia básica do diagnóstico chinês, praticamente tudo (pele, compleição, ossos,
Meridianos, odores, sons, estado mental, preferências, emoções, língua, pulso, hábitos, fluídos
corpóreos) reflete o estado dos Sistemas Internos e podem ser utilizados no diagnóstico.

O Relaxamento através da acupuntura como tratamento da gagueira

Entre as terapias complementares conhecidas, destaca-se a acupuntura, uma técnica antiga da


Medicina Tradicional Chinesa, que tem por finalidade o diagnóstico de doenças e a promoção de
cura a partir do estímulo da força de autocura do corpo.
Contudo, podemos definir um único tipo de tratamento para a gagueira, pois cada indivíduo
apresenta a tensão e suas frustações em áreas e meridianos específicos no seu organismo, por
isso é indispensável uma avaliação prévia e bem detalhada para se elaborar um plano de
tratamento individualizado para cada necessidade do paciente, além da associação com um
tratamento fonoaudiólogo e suas várias técnicas que se adequem a cada tipo de gagueira
apresentada.

Formação e Regulamentação da Acupuntura no Brasil


A tradição chinesa vem se transformando ao longo das últimas décadas, de modo que nela
coexistem ideias e práticas de diversos períodos históricos. Atualmente, ela tende a se subdividir
em especialidades relativamente isoladas entre si, assim com acontece na biomedicina, devido
em parte, à tentativa de experimentar cientificamente os resultados de cada terapêutica (LUZ, D,
2012).
Em muitos países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Alemanha, a
acupuntura já foi regulamentada como multiprofissional (BRASIL, 2003). No Brasil, o processo
de regulamentação tanto em décadas anteriores quanto na atualidade, está cercada de resistências
e lutas por monopólio no que diz respeito ao seu exercício (XIMENES; MARTINI, 2009).
Sobre a construção do seu campo no país, este apresenta alguns elementos de conflito: num
primeiro momento, a negação de sua eficácia terapêutica pelo Estado e Instituições de Saúde
versus a pressão exercida pelo crescimento de sua demanda pela sociedade; depois a aceitação da
eficácia de intervenção conduzindo a conflitos inter e intracategorias profissionais pelo direito ao
exercício da prática, e por fim o processo de institucionalização de produtos e serviços de saúde,
do seu ensino e formação profissional, versus associações e conselhos de regulação do exercício
da profissão (SOUZA, 2008).
As propostas que dizem respeito à formação do acupunturista seriam três: a que prevê cursos em
níveis médio, superior e de pós-graduação para alunos com graduação na área de saúde; a que
limita a formação ao nível de pós-graduação para profissionais com graduação na área de saúde;
e a proposta de que apenas os médicos sejam considerados aptos para a formação em acupuntura.
No caso dos profissionais de nível médio, estes seriam considerados técnicos e exerceriam a
função sob orientação de acupunturistas com formação superior (NASCIMENTO, 1998).
Existem cursos de especialização supervisionados por alguns Conselhos Federais dos
profissionais de saúde e cursos técnicos reconhecidos pelas Secretarias de Educação no Rio de
Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. O Ministério da Educação (MEC) autorizou
em 2000 o funcionamento do Curso Superior de Acupuntura do Instituto Mineiro de Acupuntura
e Massagem (IMAM), em Belo Horizonte, e reconheceu em 24/2/2003 os diplomas de
acupuntura da Universidade Estácio de Sá. Há um consenso entre os acupunturistas de lutar por
uma formação profissional em nível superior de modo que a longo prazo, vá diminuindo o
número de técnicos (BRASIL, 2003).
Muitas das disputas entre as profissões, antes travadas principalmente nos locais de trabalho,
hoje atingem a esfera pública e chegam à opinião pública e ao Poder Judiciário, que passou a ser
cada vez mais acionado para resolver disputas coletivas entre as profissões (GIRARDI; SEIXAS,
2002). Contudo, essas disputas não implicam necessariamente na aceitação plena da diferente
racionalidade, uma vez que o recorte biomédico é hegemônico no setor (DALLEGRAVE, 2011).
A expansão da acupuntura dentro do ocidente vem mostrando uma tendência muito mais à
complementaridade em relação a medicina convencional do que à sua rejeição. (FRÓIO, 2006).
Pode-se tomar como exemplo o que ocorre na saúde suplementar, onde um grande número de
convênios credencia somente profissionais acupunturistas com formação em medicina, o que faz
pensar na manutenção da lógica hegemônica de categorização da doença pelo modo ocidental de
pensá-la (DALLEGRAVE, 2011).
A luta médica para a obtenção de monopólio restrito no exercício da acupuntura envolve a
resistência das corporações médicas face à emergência de outras práticas de cuidados à saúde
não subordinadas ao paradigma ou à autoridade cultural da medicina convencional ou ainda ao
monopólio médico (NASCIMENTO, 1998). Assim, para além do interesse pela questão
humanitária o campo da saúde e da medicina também se interessa pela questão econômica e
comercial, sendo a medicina um meio de ganhar a vida em um mercado muito competitivo.
(FRÓIO, 2006, NASCIMENTO, 1998).
Historicamente a acupuntura começou a ser praticada no Brasil, primeiramente, pelos imigrantes
chineses que chegaram ao Rio de Janeiro em 1810, mas a difusão da acupuntura no país ocorreu
de forma mais efetiva nos anos 50 pelo fisioterapeuta francês Frederico de Spaeth, cofundador da
Associação Brasileira de Acupuntura e do Instituto Brasileiro de Acupuntura, primeira clínica
institucional de acupuntura no Brasil (PEREIRA, 2010).
A partir da década de 80, sua regulamentação passou a ser amplamente discutida. Em 1982, o
Ministério do Trabalho e Emprego elaborou a Classificação Brasileira de Ocupações, com a
ocupação de acupunturista, tendo sido feita uma nova versão através da Portaria nº397/2002,
descrevendo a profissão de acupunturista como independente de qualquer classe profissional,
inclusive a médica, com registro nº 3221-5 (KUREBAYASHI, 2009).
A partir da década de 80, sua regulamentação passou a ser amplamente discutida. Em 1982, o
Ministério do Trabalho e Emprego elaborou a Classificação Brasileira de Ocupações, com a
ocupação de acupunturista, tendo sido feita uma nova versão através da Portaria nº397/2002,
descrevendo a profissão de acupunturista como independente de qualquer classe profissional,
inclusive a médica, com registro nº 3221-5 (KUREBAYASHI , 2009).
Em 1985, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) foi o primeiro a
reconhecer oficialmente a acupuntura como recurso terapêutico e especialidade do fisioterapeuta
registrada na carteira profissional. Outros Conselhos fizeram suas próprias regulamentações: em
1986 o Conselho Federal de Biomedicina; em 1995 o Conselho Federal de Enfermagem e o de
Medicina; em 2000 o Conselho Federal de Farmácia; no ano de 2001 o Conselho Federal
Fonoaudiologia, e em 2002 o Conselho Federal de Psicologia (PEREIRA, 2010).
Existem algumas leis regionais que implantam acupuntura no serviço público de saúde como
prática multiprofissional, como por exemplo, a Lei 3181/99 do Estado de Rio de Janeiro e a Lei
nº. 5741 de Guarulhos. Também há leis que criam Conselhos Municipais de Acupuntura com
representantes multiprofissionais, como a Lei N.º 5756/01 de Guarulhos e a Lei Nº 13.472/02 de
São Paulo (BRASIL, 2003).
Contudo, a falta de uma legislação nacional específica tem provocado dúvidas e conflitos
interprofissionais e entre conselhos de categorias profissionais da área da saúde, que criam
disposições, por meio de pareceres ou resoluções, mas que não são Leis regulamentadoras do
exercício da acupuntura (KUREBAYASHI; FREITAS, 2008).

A Acupuntura no Sistema Único de Saúde

Sobre acupuntura nos serviços públicos de saúde, alguns marcos podem ser destacados até
implantação da PNPIC em 2006: a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) realizada no ano de
1986 que determinou em seu relatório final a introdução de práticas alternativas de assistência à
saúde no âmbito dos serviços de saúde, possibilitando ao usuário o acesso democrático de
escolher a terapêutica preferida (BRASIL, 2006a).
Em 1988, as Resoluções da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação
(CIPLAN) - nº 4, 5, 6, 7 e 8/88, fixaram normas e diretrizes para o atendimento em Homeopatia,
Acupuntura, Termalismo, Técnicas Alternativas de Saúde Mental e Fitoterapia (BRASIL,
2006a).
Em 1995, ocorreu a instituição do Grupo Assessor Técnico-Científico em Medicinas Não-
Convencionais, por meio da Portaria GM Nº 2543, de 14 de dezembro de 1995, editada pela
então Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006a).
A 10ª Conferência Nacional de Saúde (1996) aprovou em seu relatório final, a incorporação ao
SUS, em todo o país, de práticas de saúde como a Acupuntura, Fitoterapia, e Homeopatia,
contemplando as terapias alternativas e práticas populares (BRASIL, 2006a).
Em 1999, o Ministério da Saúde por meio da Portaria GM Nº 1230 de outubro de 1999, inseriu
na tabela de procedimentos do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) a
consulta médica em Acupuntura e Homeopatia (BRASIL, 2006a). Contudo, essa inserção
ocorreu de forma unilateral, codificando apenas a consulta médica, o que desencadeou a
centralização do atendimento por médicos, dificultando assim, que os acupunturistas das demais
classes profissionais de saúde pudessem registrar sua produção no sistema (PEREIRA, 2010).
No ano 2000, a 11ª Conferência Nacional de Saúde recomendou a incorporação das práticas não
convencionais de terapêutica como Acupuntura e Homeopatia na Atenção Básica, especialmente,
na Rede Programa Saúde da Família (PSF) e Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Em 2003 houve a formação de um Grupo de Trabalho no Ministério da Saúde com o objetivo de
elaborar a Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares (PMNPC) ou
apenas MNPC no SUS (atual PNPIC). Neste mesmo ano o Relatório final da 12ª CNS deliberou
para a efetiva inclusão da MNPC no SUS (atual PNPIC) (BRASIL, 2006a; PEREIRA, 2010).
Em 2005 o Decreto presidencial de 17/02/05 (2005) criou o Grupo de Trabalho para elaboração
da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2006a).
As experiências existentes na rede pública de saúde começaram a ocorrer de modo desigual,
descontinuado e, muitas vezes, sem o devido registro, sem fornecimento adequado de insumos
ou de ações de acompanhamento e avaliação, devido à ausência de diretrizes específicas
(BRASIL, 2005). Diante disso, houve a implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas
e Complementares (PNPIC) a partir de 2006 pelo Ministério da Saúde com intuito de reduzir as
diferenças regionais na oferta de ações de saúde e a ampliar as possibilidades de acesso a
serviços de maneira mais equânime (BRASIL, 2006a).
A PNPIC estabeleceu que a Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura pode ser praticada na
rede pública por qualquer profissional de saúde devidamente especializado em entidades
credenciadas e que atendam aos critérios de cada conselho profissional (BRASIL, 2006a).
A característica multiprofissional da acupuntura também foi ressaltada pela Portaria nº 154, de
24 de janeiro de 2008, que criou os Núcleos Apoio à Saúde da Família (NASF), e gerou
oportunidade para que outros profissionais que atuam em parceria com as Equipes de Saúde da
Família, como médicos ginecologistas, pediatras e psiquiatras, educadores físicos, nutricionistas,
acupunturistas, homeopatas, farmacêuticos, assistentes sociais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
psicólogos e terapeutas ocupacionais, registrassem sua produção no SUS (SANTOS, 2009).

Objetivos

Objetivo Geral

Proporcionar uma visão geral sobre a gagueira, e durante as definições dessa patologia através de
uma correlação entre a terapia da acupuntura.

Objetivos Específicos
• Caracterizar os profissionais que indicaram a acupuntura como primeira opção de
formação, em relação à ocupação, sexo, idade, religião, local de trabalho e formação;
• Identificar o conhecimento e uso da acupuntura e relacionar com o interesse em formação
em acupuntura;
• Compreender o gago com seus conflitos e adaptar a técnica a cada paciente de forma
individual

Justificativa
As Medicinas Tradicionais, Alternativas e Complementares (MT/MAC) tem ocupando espaço na
oferta dos serviços privados e públicos de saúde, bem como, em outras esferas e classes sociais.
Ela tem sido vista como material de especulação, opção terapêutica ou objeto de estudo no meio
científico, reforçando a ideia de que o sistema biomédico pode conviver com outras formas de
cuidado (OTANI; BARROS, 2009; SOUSA et al., 2012; SOUSA; VIEIRA, 2005;
THIAGO;TESSER, 2010).

Material e Método

Para realização dessa revisão de literatura, foram valorizados praticamente todos os trabalhos
encontrados que guardavam relação de interesse com o tema proposto. Como base de consulta
foram utilizados materiais da área de neurologia, neurologia, linguagem, Fonoaudiologia assim
como artigos de revistas científicas, além de livros sobre o assunto. As palavras chaves utilizadas
para tal busca foram Fonoaudiologia, Acupuntura Gagueira e Tratamentos.

Conclusão

A princípio este projeto proporcionou uma relação entre a teoria de relaxamento para o
tratamento da gagueira com a acupuntura, que é um estudo que tende a equilibrar corpo e mente
com técnicas que irão dessensibilizar os pontos de tensão que ocorrem durante a gagueira, pois
os estados de mente do gago podem determinar uma melhora ou uma piora na gagueira.
Com uma teoria gradativa de relaxamento, no caso utilizando a acupuntura, vão desaparecendo
do gago, o medo, a ansiedade, a tensão, levando a um estado de equilíbrio, de maneira que a
gagueira passa a não interferir de forma direta na sua vida.
No trabalho de Isis Meira e mostrado uma metodologia que aborda tanto o gago, seus
sentimentos e suas atitudes relacionadas com a gagueira, como as alterações de seu corpo que se
dão de formas atípicas a tensão de grupos musculares pré-determinados pelo paciente. E então o
trabalho com a acupuntura ajudará a tratar esse distúrbio da comunicação.
Esse trabalho mostra a confluência de dados que existe sobre a gagueira e uma visão de terapia
com o relaxamento que pode auxiliar a melhora dos resultados.
O trabalho terapêutico com o gago deve considerar o paciente como um todo, observando seu
interior, suas atitudes e suas reações. Talvez entendendo um pouco mais e desmistificando a
gagueira se torne mais fácil ajudar esses pacientes.
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