Mat Did A Tico 58592
Mat Did A Tico 58592
Mat Did A Tico 58592
APOSTILA
GESTÃO E ELABORAÇÃO DE
PROJETOS SOCIAIS
ESPÍRITO SANTO
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INTRODUÇÃO
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comunidade escolar e local – dar a sua contribuição para que, através de
ações complementares à escola.
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caráter instrumentalista cujo meio é a autonomia pessoal, independentemente
do contexto no qual se encontra o indivíduo.
c) A educação social é uma prática social que medeia a socialização dos
indivíduos. Para articular a sua prática educativa, a educação social
obtém fundamentos científicos na pedagogia social. Esta, portanto,
articula a intervenção sobre o seu objeto através da educação social, o
que lhe confere uma natureza epistemológica de tecnologia
socioeducativa e, por seu lado, encontra as balizas científicas na
pedagogia social. Assim, a função socializadora é em si mesma, o
objeto de intervenção da educação social. QUINTANA (1998) atribui à
educação social o desenvolvimento da ação educativa que atua sobre
a sociedade. A forma de materializar um dos objetos que são
específicos da pedagogia social é cuidar da correta socialização do
indivíduo.
d) a educação social propõe ações alheias ao subsidiário e ao
assistencial. A dimensão educativa da educação social é a que traz qualidade
de vida e bem-estar social ao indivíduo (PARCERISA, 1999). A sua didática
deve promover no indivíduo a sensibilização e tomada de consciência das
suas necessidades não sentidas para que estas possam ser percebidas e
procuradas (necessidades exprimidas). A educação social deve intervir
naquelas circunstâncias que geram situações de necessidade nas pessoas,
sendo esta precisamente a função preventiva, a qual, logicamente, deve
antepor-se à cronificação dos problemas.
Para finalizar, queremos fazer nossas as palavras de PETRUS (1994):
Para muitos autores a educação social é hoje sinônimo de socialização
correta, seja ela socialização primária, secundária ou terciária, ou seja, a
educação seria o processo de transformação do indivíduo biológico em
indivíduo social, seria a aquisição das capacidades para participar e integrar-
se no grupo no qual lhe corresponde viver.
Contudo, a educação social, para além de solucionar determinados
problemas de convivência, tem uma função não menos importante, que é a
4
de ser um instrumento igualitário e de melhoria da vida social e pessoal.
Estamos convencidos de que só uma estratégia criativa e inovadora de
proteção e educação social poderá evitar o risco de conviver com situações
injustas e conducentes a atitudes violentas, já que a violência social, em
múltiplas ocasiões, é a expressão da insatisfação sentida por um setor da
população que se vê privado da possibilidade de fazer parte dessa sociedade
do bem-estar a que tem direito.
5
– Como socialização: a educação social é entendida, por alguns, como
o processo que torna possível a integração social dos indivíduos, assimilando
as normas, valores e atitudes que lhes permitem uma convivência
normalizada. Nesta perspectiva, este tipo de educação consistiria numa
aprendizagem social que permitiria ao homem e à mulher a entrada no grupo
social.
Cabe aqui falar de três tipos de socialização: a socialização primária é
a que se produz, fundamentalmente, no núcleo familiar e refere-se à
aprendizagem afetiva dos
comportamentos do grupo; a socialização
secundária é o resultado das interações
que se produzem em nível do
ecossistema, com grupos mais gerais e
menos afetivos (escola).
Com este tipo de socialização
consegue-se interiorizar o sistema de
valores que as instituições se encarregam
de transmitir; por último, falamos de
socialização terciária para nos referirmos
a ressocialização, reeducação social, etc.,
ou seja, o processo mediante o qual se
pretende que um indivíduo se reintegre na
sociedade depois de ter revelado condutas antissociais, associais ou
dissociais.
– Como aquisição de competências sociais: a educação social
entendida deste modo é uma ação educativa que procura que os indivíduos
pertencentes a uma determinada sociedade se formem e adquiram as
habilidades e competências sociais, consideradas necessárias para alcançar
a integração social. Educar para a participação social implica,
fundamentalmente, melhorar as relações em todos os âmbitos relacionais da
pessoa, é preparar o homem para atuar com habilidade social no campo das
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relações laborais, é gerar mudanças de atitude, face à cultura e às outras
culturas, é, finalmente, assumir os princípios básicos de uma justa
convivência social.
– Como didática do social: nesta perspectiva a educação social é uma
intervenção sócio comunitária em função de problemas e de determinadas
orientações institucionais. Vista desta maneira, é algo parecido a uma ciência
da intervenção face aos problemas sociais. É uma didática do social.
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cuja má qualidade, a falta de formação de seus agentes, a pouca
infraestrutura onde ocorre, dentre outros inúmeros fatores, também é
responsável pela pobreza, pela desigualdade e exclusão social, não só no
Brasil, mas em todas as regiões latino-americanas.
Reafirmadas em estudos e pesquisas que comprovam esta relação,
seja por falta de recursos, instrumentos e ou mecanismos para a melhora de
qualidade da educação e o pleno êxito do aprendiz no que se refere ao seu
espírito crítico, criativo e participativo, a partir de uma aprendizagem
competente e consequente, ampla e inquietante, questionadora e discernida.
Há um movimento em marcha, na sociedade global, onde as
manifestações da sociedade civil se propõem, a novas crenças e capacidades
de organizar-se, mobilizar-se e conquistar, por si própria, aquilo que os
setores públicos não conseguem proporcionar, frente à pobreza e a exclusão.
No artigo 7° da Constituição Brasileira de 1988, há uma listagem de 34
itens que consagram a noção de que, além dos direitos políticos, os cidadãos
brasileiros também têm obrigatoriamente direitos sociais, que vão desde o
direito ao emprego e a educação até o direito ao atendimento, pelo setor
público, de suas necessidades de saúde, lazer, seguro social, dentre outros.
Parece óbvio, a execução destes direitos, mas ainda estamos muito
longe de começar a concretizar esta jornada. Na sociedade brasileira,
portanto os processos de exclusão passam por acesso a emprego, renda e
benefícios dos desenvolvimentos econômicos, restritos a determinados
segmentes da sociedade.
A economia brasileira se situa entre as mais desenvolvidas da região,
mas socialmente geram níveis de exclusão e desigualdade entre os países
piores do mundo, muitas pesquisas apontam de os pobres vivem com até
US$ 1 por dia por mês. A pobreza é urbana localizada nas periferias das
grandes cidades e constituída por pessoas em grande parte oriundas do
campo, ou de regiões pauperizadas do Brasil, como é o nordeste.
Há uma análise geral feita por especialistas de que não só a
desigualdade da renda no país é determinante, mas incluem a diferença de
11
educação. Com a escassez da educação, relacionada à pobreza, há
necessidade de reverter e alterar substantivamente esta situação: com
aumentos significativos de custos, programas focalizados nas necessidades,
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morais, com ênfase no meio ambiente e na ética, além da pluralidade cultural
balizadas pelo conhecimento científico, técnico e humanista na formação dos
aprendizes. A educação é uma atividade para vida, que ocorre na família, na
rua, na igreja, no trabalho, na escola e em todos os espaços sociais.
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Discursos plenos e transbordantes de metáforas, onde não escrevem
ou moldam conceitos, mas denunciam fatos acontecimentos existenciais,
carregados de emoção, profundidade e dignidade ética. Leem o mundo,
através dos sentidos, quando apreciam um quadro, quando veem uma
multidão se manifestando, quando dizem poesias de cordel, criadas no íntimo
do coração dilacerado ou retratam um folguedo infantil; ou ouvem o anúncio
de um ensino que badala ou os acordes da viola; tudo isto se refere à cultura
popular. Frei Beto, na contra capa da
Pedagogia da Autonomia afirma:
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falsas promessas a que os trabalhadores em geral se acostumaram,
exige-se dos intelectuais um esforço permanente de sobrepujar
modos de agir e de pensar adquiridos historicamente em nosso país,
configurados no que se tem cognominado de uma ‘filosofia tutelar’ –
exemplificada, entre outras, pelas características de autoritarismo, de
paternalismo, de clientelismo, de individualismo e de elitismo -, que
impede a solidariedade fundamental para a comunhão de interesses
e tem servido para atrasar a história irreparavelmente”.
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básicos de uma Pedagogia Social. Quando tratamos da educação não formal,
a comparação com a educação formal é quase que automática. O termo não
formal também é usado por alguns investigadores como sinônimo de informal.
Consideramos que é necessário distinguir e demarcar as diferenças entre
estes conceitos.
A princípio podemos demarcar seus campos de desenvolvimento: a
educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos
previamente demarcados; a informal como aquela que os indivíduos
aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro, clube,
amigos etc., carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e
sentimentos herdados: e a educação não formal é aquela que se aprende "no
mundo da vida", via os processos de compartilhamento de experiências,
principalmente em espaços e ações coletivos cotidianas.
Vamos tentar demarcar melhor essas diferenças por meio uma série
de questões, que são aparentemente extremamente simples, mas nem por
isso simplificadoras da realidade, a saber:
Quem é o educador em cada campo de educação que estamos
tratando?
Em cada campo, quem educa ou é
o agente do processo de
construção do saber? Na
educação formal sabemos que são
os professores. Na não formal, o
grande educador é o outro, aquele
com quem interagimos ou nos
integramos. Na educação informal,
os agentes educadores são os
pais, a família em geral, os
amigos, os vizinhos, colegas de
escola, a igreja paroquial, os
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meios de comunicação de massa etc.
Onde se educa? Qual é o espaço físico territorial onde transcorrem os
atos e os processos educativos? Na educação formal estes espaços
são os do território das escolas, são instituições regulamentadas por
lei, certificadoras, organizadas segundo diretrizes nacionais. Na
educação não formal, os espaços educativos localizam-se em
territórios que acompanham as trajetórias de vida dos grupos e
indivíduos, fora das escolas, em locais informais, locais onde há
processos interativos intencionais (a questão da intencionalidade é um
elemento importante de diferenciação). Já a educação informal tem
seus espaços educativos demarcados por referências de
nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião, etnia etc. A casa onde
se mora, a rua, o bairro, o condomínio, o clube que se frequenta, a
igreja ou o local de culto a que se vincula sua crença religiosa, o local
onde se nasceu etc.
Como se educa? Em que situação, em qual contexto? A educação
formal pressupõe ambientes normatizados, com regras e padrões
comportamentais definidos previamente. A não formal ocorre em
ambientes e situações interativos construídos coletivamente, segundo
diretrizes de dados grupos, usualmente a participação dos indivíduos é
optativa, mas ela também poderá ocorrer por forças de certas
circunstancias da vivência histórica de cada um. Há na educação não
formal uma intencionalidade na ação, no ato de participar, de aprender
e de transmitir ou trocar saberes. Por isso, a educação não formal
situa-se no campo da Pedagogia Social- aquela que trabalha com
coletivos e se preocupa com os processos de construção de
aprendizagens e saberes coletivos. A informal opera em ambientes
espontâneos, onde as relações sociais se desenvolvem segundo
gostos, preferências, ou pertencimentos herdados.
Qual a finalidade ou objetivos de cada um dos campos de educação
assinaladas?
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Na educação formal, entre outros objetivos destacam-se os relativos ao
ensino e aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados,
normalizados por leis, dentre os quais se destacam o de formar o indivíduo
como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e competências várias,
desenvolver a criatividade, percepção, motricidade etc.
21
série de processos tais como:
Consciência e organização de como agir em grupos coletivos;
A construção e reconstrução de concepção (s) de mundo e sobre o
mundo,;
A contribuição para um sentimento de identidade com uma dada
comunidade;
Forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas
capacita-o para entrar no mercado de trabalho);
Quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes
a educação não formal resgata o sentimento de valorização de si
próprio (o que a mídia e os manuais de autoajuda denominam,
simplificadamente, como a autoestima); ou seja dá condições aos
indivíduos para desenvolverem sentimentos de autovalorização, de
rejeição dos preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem
para de ser reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos),
dentro de suas diferenças (raciais, étnicas, religiosas, culturais etc.);
Os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, os
indivíduos aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca.
22
Acontece ao longo da vida, constitui um processo permanente e
contínuo e não previamente organizado (Afonso, 2002).
Keis, Lang, Mietus e Tiapula (apud Brembeck, 1974) ainda fazem uma
sutil diferenciação entre educação informal e incidental. Para eles, este termo
diz respeito “a algumas experiências educacionalmente não intencionais, mas
não menos poderosas”.
Os resultados são tão comuns e são produzidos tão completamente
sem consciência ou intenção que são comumente pensados como sendo
‘naturais’ ou ‘inerentes’. “O fato é que são aprendidos”, “as mesmas
experiências ou similares podem ser conscientemente examinadas e
deliberadamente incrementadas através de conversa, explanação,
interpretação, instrução, disciplina e exemplo de pessoas mais velhas, de
pares e de outros, tudo dentro do contexto de vivência individual e social do
dia-a-dia.
Alguns incrementos podem pretender ser educativo, mas as próprias
experiências não são planejadas conscientemente para isso. Alguns
incrementos de experiências da vida real constituem a educação informal”.
Fazem parte deste rol de aprendizagens e conhecimentos a percepção
gestual, moral, comportamentos, provenientes de meios familiares, de
amizade, de trabalho, de socialização, midiática, nos espaços públicos em
que repertórios são expressos e captados de formas assistemáticas. Tais
experiências e vivências acontecem, inclusive, nos espaços
institucionalizados, e a apreensão se dá de forma individualizada, podendo,
posteriormente, ser socializada.
1997:50).
A educação formal tem objetivos claros e específicos e é
representada principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de
uma diretriz educacional centralizada como o currículo, com estruturas
hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos
fiscalizadores dos ministérios da educação.
A educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos
burocrática. Os programas de educação não formal não precisam
necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão”.
24
Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de
aprendizagem.
Toda educação é, de certa forma, educação formal, no sentido de ser
intencional, mas o cenário pode ser diferente: o espaço da escola é marcado
pela formalidade, pela regularidade, pela sequencialidade. O espaço da
cidade (apenas para definir um cenário da educação não formal) é marcado
pela descontinuidade, pela eventualidade, pela informalidade. A educação
não formal é também uma atividade educacional organizada e sistemática,
mas levada a efeito fora do sistema formal. Daí também alguns a chamarem
impropriamente de “educação informal”.
São múltiplos os espaços da educação não formal.
Além das próprias escolas (onde pode ser oferecida educação não -
formal) temos as Organizações Não governamentais (também definidas em
oposição ao governamental), as igrejas, os sindicatos, os partidos, a mídia, as
associações de bairros, etc. Na educação não formal, a categoria espaço é
tão importante como a categoria tempo.
O tempo da aprendizagem na educação não formal é flexível,
respeitando as diferenças e as capacidades de cada um, de cada uma. Uma
das características da educação não formal é sua flexibilidade tanto em
relação ao tempo quanto em relação à criação e recriação dos seus múltiplos
espaços.
Trata-se de um conceito amplo, muito associado ao conceito de
cultura. Daí ela estar ligada fortemente a aprendizagem política dos direitos
dos indivíduos enquanto cidadãos e à participação em atividades grupais,
sejam esses adultos ou crianças.
Segundo GOHN (1999:98-99), a educação não formal designa um
processo de formação para a cidadania, de capacitação para o trabalho, de
organização comunitária e de aprendizagem dos conteúdos escolares em
ambientes diferenciados. Por isso ela também é muitas vezes associada à
educação popular e à educação comunitária.
25
A educação não formal estendeu-se de forma impressionante nas
últimas décadas em todo o mundo como “educação ao longo de toda a vida”
(conceito difundido pela UNESCO), englobando toda sorte de aprendizagens
para a vida, para a arte de bem viver e conviver.
“A difusão dos cursos de autoconhecimento, das filosofias e técnicas
orientais de relaxamento, meditação, alongamentos etc. deixaram de ser
vistas como esotéricas ou
fugas da realidade.
Tornaram-se estratégias de
resistência, caminhos de
sabedoria. É também um
grande campo de educação
não formal” (GOHN,
1999:99).
Não se trata, portanto,
aqui, de opor a educação
formal à educação não
formal. Trata-se de conhecer
melhor suas potencialidades
e harmonizá-las em benefício
de todos e, particularmente,
das crianças.
Gostaria, a seguir, de
me referir a um exemplo concreto de um espaço cada vez mais utilizado para
na educação tanto formal quanto não formal. Trata-se do ciberespaço da
formação propiciado pelo avanço das novas tecnologias.
26
A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: CAMPOS E
PROBLEMAS
27
A educação não formal também tem conseguido um grande campo na
difusão dos cursos de autoconhecimento, das filosofias e técnicas orientais de
relaxamento, meditação, alongamentos etc. deixaram de ser vistas como
esotéricas ou fugas da realidade. Tornaram-se estratégias de resistência,
caminhos de sabedoria.
A Educação transmitida pelos pais na família, no convívio com amigos,
clubes, teatros, leitura de jornais, livros, revistas etc. são considerados como
temas da educação informal. O que diferencia a educação não formal da
informal é que na primeira existe intencionalidade de dados sujeitos, em criar
ou buscar determinadas qualidades e/ou objetivos.
A educação informal decorre de processos espontâneos ou naturais,
ainda que seja carregada de valores e representações, como é o caso da
educação familiar que ocorre nos espaços de possibilidades educativas no
decurso da vida dos indivíduos, como a família, tendo, portanto caráter
permanente. Mas o termo informal não abrange as possibilidades da
educação não formal que se destaca neste texto, ou seja, as ações e práticas
coletivas organizadas em movimentos, organizações e associações sociais.
Usualmente se define a educação não formal por uma ausência, em
comparação ao que há na escola (algo que seria não intencional, não
planejado, não estruturado), tomando como único paradigma à educação
formal. Conclui-se que os dois únicos elementos diferenciadores que têm sido
assinalados pelos pesquisadores são relativos à organização e à estrutura do
processo de aprendizado.
Os espaços onde se desenvolvem ou se exercitam as atividades da
educação não formal são múltiplos, a saber: no bairro-associação, nas
organizações que estruturam e coordenam os movimentos sociais, nas
igrejas, nos sindicatos e nos partidos políticos, nas Organizações Não
governamentais, nos espaços culturais, e nas próprias escolas, nos espaços
interativos dessas com a comunidade educativa etc. Entretanto, as categorias
de espaço e tempo também têm novos elementos na educação não formal
porque usualmente o tempo da aprendizagem não é fixado a priori, e sim são
28
respeitadas as diferenças existentes para a absorção e reelaboração dos
conteúdos, implícitos ou explícitos, no processo ensino-aprendizagem.
Na educação não formal a cidadania é o objetivo principal, e ela é
pensada em termos de coletivo. Organizam-se processos de acesso à escrita
e à leitura - por meio de métodos de alfabetização - para coletivos
específicos, a saber: grupos de trabalhadores, grupos de jovens, adultos etc.
Ou organizam-se processos de reciclagem ou formação, segundo
determinadas demandas sociais.
Algumas Características da Educação Não formal: Metas,
e Metodologias
29
trabalho realizado;
Construção de metodologias que possibilitem o acompanhamento do
trabalho de egressos que participaram de programas de educação não
formal;
Criação de metodologias e indicadores para estudo e análise de
trabalhos da educação não formal em campos não sistematizados.
Aprendizado gerado pela vontade do receptor;
Mapeamento das formas de educação não formal na
autoaprendizagem dos cidadãos (principalmente jovens no campo da
autoaprendizagem musical).
Metodologias
30
Na educação não formal, as metodologias operadas no processo de
aprendizagem parte da cultura dos indivíduos e dos grupos. O método nasce
a partir de problematização da vida cotidiana; os conteúdos emergem a partir
dos temas que se colocam como necessidades, carências, desafios,
obstáculos ou ações empreendedoras a serem realizadas; os conteúdos não
são dados a priori. São construídos no processo. O método passa pela
sistematização dos modos de agir e de pensar o mundo que circunda as
pessoas. Penetra-se portanto no campo do simbólico, das orientações e
representações que conferem sentido e significado às ações humanas. Supõe
a existência da motivação das
pessoas que participam. Ela não se
subordina às estruturas
burocráticas. É dinâmica. Visa à
formação integral dos indivíduos.
Neste sentido tem um caráter
humanista. Ambiente não formal e
mensagens veiculadas "falam ou
fazem chamamentos" às pessoas e
coletivos, e as motivam. Mas como
há intencionalidades nos processos
e espaços da educação não formal,
há caminhos, percursos, metas, objetivos estratégicos que podem se alterar
constantemente.
Há metodologias, em suma, que precisam ser desenvolvidas,
codificadas, ainda que com alto grau de provisoriedade, pois o dinamismo, a
mudança, o movimento da realidade segundo o desenrolar dos
acontecimentos, são as marcas que singularizam a educação não formal.
Qualquer que seja o caminho metodológico construído ou reconstruído
é de suma importância atentar para o papel dos agentes mediadores no
processo: os educadores, os mediadores, assessores, facilitadores,
monitores, referências, apoios ou qualquer outra denominação que se dê para
31
os indivíduos que trabalham com grupos organizados ou não.
Eles são fundamentais na marcação de referenciais no ato de
aprendizagem, eles carregam visões de mundo, projetos societários,
ideologias, propostas, conhecimentos acumulados etc. Eles se confrontarão
com os outros participantes do processo educativo, estabelecerão diálogos,
conflitos, ações solidárias etc.
Eles se destacam no conjunto e por meio deles podemos conhecer o
projeto socioeducativo do grupo, a visão de mundo que estão construindo, os
valores defendidos e os que são rejeitados. Qual o projeto político-cultural do
grupo em suma.
Para finalizar a primeira parte deste texto destacamos que
diferenciamos a educação não formal de outras propostas educativas, que
também se apresentam como educação social, mas que tem um caráter
conservador. A maioria dessas propostas se voltam para os grupos sociais
dos excluídos objetivando, na maior parte das vezes apenas inseri-los no
mercado de trabalho, com práticas assistencialistas apoiadas por políticas
sociais compensatórias.
Entendemos a educação não formal como aquela voltada para o ser
humano como um todo, cidadão do mundo, homens e mulheres, numa
perspectiva da emancipação, numa pedagogia libertadora e não integradora a
uma dada ordem social desigual.
Em hipótese NENHUMA a educação não formal substitui ou compete
com a Educação Formal, com a educação escolar. Poderá ajudar na
complementação dessa última, via programações específicas, articulando a
escola e a comunidade educativa localizada no território de entorno da
escola.
A educação não formal tem alguns de seus objetivos próximos da
educação formal, como a formação de um cidadão pleno, mas ela tem
também a possibilidade de desenvolver alguns objetivos que lhes são
específicos, via a forma e os espaços onde se desenvolvem suas práticas, a
exemplo de um conselho ou a participação em uma luta social, contra as
32
discriminações, por exemplo, a favor das diferenças culturais etc.
Resumidamente podemos enumerar os objetivos da educação não
formal como sendo: uma educação para cidadania. Esta educação abrange
os seguintes eixos:
Educação para justiça social;
Educação para direitos (humanos, sociais, políticos, culturais etc.);
Educação para liberdade;
Educação para igualdade;
Educação para democracia;
Educação contra discriminação;
Educação pelo exercício da cultura, e para a manifestação das diferenças
culturais.
34
dos conselhos e dos colegiados escolares, mas, usualmente, exercitam um
pacto do silêncio, não participando de fato e servindo de "modelo passivo"
para outros setores da comunidade educativa que compõem um colegiado.
Por que eles se comportam assim? Porque, na maioria dos casos, estão
presentes para referendar demandas corporativas, ou para fortalecer
diretorias centralizadoras.
Como elo mais fraco do poder, eles participam para "compor", para dar
número necessários aos colegiados, contribuindo com esse comportamento
para não construir nada e nada mudar. Por que isso ocorre? Porque, embora
os colegiados sejam um espaço legítimo e de direito, e uma conquista para o
exercício da cidadania, até por serem previstos em lei, essa cidadania tem
que ser qualificada e construída na prática.
Os projetos políticos dos representantes dos diferentes segmentos e
grupos, seus valores, visões de mundo etc. interferem na dinâmica desses
processos participativos. Para terem como meta projetos emancipatórios, eles
devem ter como lastro de suas ações os princípios da igualdade e da
universalidade. Os colegiados devem construir ou desenvolver essa
sensibilidade por meio de um conjunto de valores que venham a ser refletidos
em suas práticas.
Sem isso, temos uma inclusão excludente: aumento do número de
alunos nas escolas e estruturas descentralizadas que não ampliam de fato a
intervenção da comunidade na escola. Temos setores que pretensamente
estão representando o interesse público, mas que na realidade defendem o
interesse de grupos e corporações, ou a manutenção do poder tradicional,
cujo papel é exercer o controle, a vigilância em razão de uma falsa
participação ordeira e voltada para a responsabilização da comunidade (pais,
mães e outros mais) nas ações em que o Estado se omite (vide SILVA, 2003).
Não se deve perder de vista que, por intermédio dos Conselhos, a
sociedade civil exercita o direito de participar da gestão de diferentes políticas
públicas, tendo a possibilidade de exercer maior fiscalização e controle sobre
o Estado, em suas políticas públicas. Os fóruns são frutos das redes tecidas
35
nos anos 70/80 que possibilitaram aos grupos organizados olhar para além da
dimensão do local; têm abrangência nacional e são fontes de referência e
comparação para os próprios participantes.
As assembleias e plenárias têm ganhado formatos variados que vão de
encontros regulares e periódicos entre especialistas, interessados e gestores
públicos, como no caso da saúde, a observatórios e grupos semi-
institucionalizados do orçamento participativo. As novas práticas constituem,
assim, um novo tecido social denso e diversificado, tencionam as velhas
formas de fazer política e criam novas possibilidades concretas para o futuro,
em termos de opções democráticas.
As novas práticas de interação escola/representantes da sociedade
civil organizada devem ser examinadas à luz dos processos da educação não
formais caracterizados na primeira parte deste texto. São aprendizagens que
estão gerando saberes. Processos difíceis, tensionados mas educativos para
todos, pelo que trazem de novo, pela resistência ou pela reiteração obstinada
do velho, que não quer ceder à pressão das novas forças.
36
igrejas...) está se fortalecendo, não apenas como espaço de trabalho, mas
também como espaço de difusão e de reconstrução de conhecimentos. Como
previa Herbert Marshall McLuhan (1969), na década de 60, o planeta tornou-
se a nossa sala de aula e o nosso endereço.
O ciberespaço rompeu com a ideia de tempo próprio para a
aprendizagem. O espaço da aprendizagem é aqui, em qualquer lugar; o
tempo de aprender é hoje e sempre. Hoje vale tudo para aprender. Isso vai
além da “reciclagem” e da atualização de conhecimentos e muito mais além
da “assimilação” de conhecimentos. A sociedade do conhecimento é uma
sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem.
As consequências para a escola, para o professor e para a educação
em geral são enormes. É essencial saber comunicar-se, saber pesquisar, ter
raciocínio lógico, saber organizar o seu próprio trabalho, ter disciplina para o
trabalho, ser independente e autônomo, saber articular o conhecimento com a
prática, ser aprendiz autônomo e a distância.
Nesse contexto, o professor é muito mais um mediador do
conhecimento, diante do aluno que é o sujeito do sua própria formação. O
aluno precisa construir e reconstruir conhecimento a partir do que faz. Para
isso o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e
apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos. Ele deixará de ser
um lecionador para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem.
O professor se tornou um aprendiz permanente, um construtor de sentidos,
um cooperador, e, sobretudo, um organizador da aprendizagem. É aquele
que “cuida” da aprendizagem.
O “cuidado” (Boff, 1999) é uma categoria essencial na tarefa de
educador.
37
Não se trata do cuidado no sentido assistencial, mas do cuidado no sentido
da atenção e da responsabilidade ético-política do educador. De nada
adiantará ensinar, se os alunos não conseguirem organizar o seu trabalho,
serem sujeitos ativos da aprendizagem, auto disciplinados, motivados. E não
é suficiente oportunizar o acesso e a permanência na escola para todos: o
direito à educação implica o direito de aprender.
Hoje as teorias do conhecimento estão centradas na aprendizagem.
Mas só aprendemos quando nos envolvemos profundamente naquilo que
aprendemos, quando o que estamos aprendendo tem sentido para as
nossas vidas. Conhecer e aprender são processos “autopoiéticos” (Maturana
& Varela, 1995), auto-organizativos. Só conhecemos realmente o que
construímos autonomamente.
Frente à disseminação e
à generalização da informação,
é necessário que a escola e o
professor, a professora, façam
uma seleção crítica da
informação, pois há muito lixo e
propaganda enganosa sendo
veiculados. Não faltam, também na era da informação, encantadores da
palavra que desejam tirar algum proveito, seja econômico, seja religioso, seja
ideológico. Isso é válido tanto para a educação formal quanto para a
educação não formal.
Para que serve o conhecimento?
O conhecimento serve primeiramente para nos conhecer melhor, a
nós mesmos e todas as nossas circunstâncias. Serve para conhecer o
mundo. Serve para adquirirmos as habilidades e as competências do mundo
do trabalho; serve para tomar parte nas decisões da vida em geral, social,
política, econômica. Serve para compreender o passado e projetar o futuro.
Finalmente, serve para nos comunicar, para comunicar o que conhecemos,
para conhecer melhor o que já conhecemos e para continuar aprendendo.
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Conhecer é importante porque a educação se funda no conhecimento
e este na atividade humana. Para inovar é preciso conhecer. A atividade
humana é intencional, não está separada de um projeto. Conhecer não é só
adaptar-se ao mundo. É condição de sobrevivência do ser humano e da
espécie. Antes de conhecer o sujeito se “interessa” (Habermas). É “curioso”, é
“esperançoso” (Freire).
“aprender é gostoso, mas exige esforço”, como dizia Paulo Freire no primeiro
documento que encaminhou aos professores, na forma de carta, quando
assumiu a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em janeiro de
1989.
Não podemos estabelecer fronteiras muitas rígidas hoje entre o formal
e o não formal. Na escola e na sociedade, interagem diversos modelos
culturais. O currículo consagra a intencionalidade necessária na relação
intercultural preexistente nas práticas sociais e interpessoais. Uma escola é
um conjunto de relações interpessoais, sociais e humanas onde se interage
com a natureza e o meio ambiente.
Os currículos monoculturais do passado, voltados para si mesmos,
etnocêntricos, desprezavam o “não formal” como “extraescolar”, ao passo que
os currículos interculturais de hoje reconhecem a informalidade como uma
característica fundamental da educação do futuro.
O currículo intercultural engloba todas as ações e relações da escola;
engloba o conhecimento científico, os saberes da humanidade, os saberes
das comunidades, a experiência imediata das pessoas, instituintes da escola;
39
inclui a formação permanente de todos os segmentos que compõem a escola,
a conscientização, o conhecimento humano e a sensibilidade humana,
considera a educação como um processo sempre dinâmico, interativo,
complexo e criativo.
PROJETOS SOCIAIS
40
Visam a melhorar as condições de vida dos beneficiários; são
ações planejadas e coerentes entre si.
A escola continua tendo o papel central no processo educativo, mas
pode partilhar responsabilidade criando um espaço de corresponsabilidade
em ações que visem a aprofundar o que já está sendo ensinado. Mas por que
trabalhar com projetos?
Quando um grupo de voluntários decide aliar-se à escola para
estabelecer uma parceria, nada mais justo e conveniente do que partir dos
desafios existentes e, numa atuação solidária e cooperativa, colocar mãos à
obra. Aí entra o projeto que é o planejamento das ações a serem
desenvolvidas para fazer frente às
necessidades detectadas – num
levantamento prévio – pela
comunidade escolar e pelos
próprios voluntários.
O projeto tem, então, o
propósito de costurar ações e
participações, direcionando-as
para um objetivo comum que se
pretende alcançar. Somam-se forças e maximizam-se resultados sempre que
se tem um horizonte único, tarefas integradas e definição clara do papel a ser
desempenhado por cada uma das partes envolvidas. E, até que se
estabeleça uma relação de confiança e de cooperação entre escola e
voluntários é prudente ir se aproximando aos poucos.
Transparência e compromisso dos voluntários com a proposta são
fatores que reforçam a credibilidade e abrem portas. Por outro lado, uma
reunião, uma oficina, atividades recreativas, entre tantas outras
possibilidades, são ações pontuais que abrem espaço para se pensar e
realizar um projeto coletivo.
Por esse caminho é possível saber mais a respeito da realidade e das
necessidades das crianças e jovens brasileiros e definir metas e passos do
41
projeto. É por aí, também, que se consegue maior envolvimento e, com isso,
maior probabilidade de sucesso.
44
Elaboração de Projetos Sociais
45
1. Roteiro básico para apresentação de projetos:
Metas
A metas, que muitas vezes são confundidas com os objetivos
específicos, são os resultados parciais a serem atingidos e neste caso podem
e devem ser bastante concretos expressando quantidades e qualidades dos
objetivos, ou QUANTO será feito. A definição de metas com elementos
quantitativos e qualitativos é conveniente para avaliar os avanços.
Ao escrevermos uma meta, devemos nos perguntar: o que queremos?
Para que o queremos? Quando o queremos?
Quando a meta se refere a um determinado setor da população ou a
47
um determinado tipo de organização, devemos descrevê-los adequadamente.
Por exemplo, devemos informar a quantidade de pessoas que queremos
atingir, o sexo, a idade e outras informações que esclareçam a quem estamos
nos referindo.
Cada objetivo específico deve ter uma ou mais metas. Quanto melhor
dimensionada estiver uma meta, mais fácil será definir os indicadores que
permitirão evidenciar seu alcance.
Nem todas as instituições financiadoras exigem a descrição de
objetivos específicos e metas separadamente. Algumas exigem uma forma ou
outra.
e) Metodologia
A metodologia deve descrever as formas e técnicas que serão
utilizadas para executar o projeto.
A especificação da metodologia do projeto é a que abrange número de
itens, pois respondem, a um só tempo, as questões COMO? COM QUE?
ONDE? QUANTO?
A Metodologia deve corresponder às seguintes questões:
a) Como o projeto vai atingir seus objetivos?
b) Como começarão as atividades?
c) Como serão coordenadas e gerenciadas as atividades?
d) Como e em que momentos haverá a participação e envolvimento direto
do grupo social?
Deve se descrever o tipo de atuação a ser desenvolvida: pesquisa,
diagnóstico, intervenção ou outras; que procedimentos (métodos, técnicas e
instrumentos, etc.) serão adotados e como será sua avaliação e divulgação.
É importante pesquisar metodologias que foram empregadas em
projetos semelhantes, verificando sua aplicabilidade e deficiências, e é
sempre oportuno mencionar as referências bibliográficas.
Um projeto pode ser considerado bem elaborado quando tem
metodologia bem definida e clara. É a metodologia que vai dar aos
avaliadores/pareceristas, a certeza de que os objetivos do projeto realmente
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tem condições de serem alcançados. Portanto este item deve merecer
atenção especial por parte das instituições que elaborarem projetos.
Uma boa metodologia prevê três pontos fundamentais: a gestão
participativa, o acompanhamento técnico sistemático e continuado e o
desenvolvimento de ações de disseminação de informações e de
conhecimentos entre a população envolvida.
f) Cronograma
O cronograma responde a pergunta QUANDO?
Os projetos, como já foram comentados, são temporalmente bem
definidos quando possuem datas de início e término preestabelecidas. As
atividades que serão desenvolvidas devem se inserir neste lapso de tempo.
O cronograma é a disposição gráfica das épocas em que as atividades
vão se dar e permite uma rápida visualização da sequencia em que devem
acontecer.
g) Orçamento
Respondendo à questão COM QUANTO? O orçamento é um resumo
ou cronograma financeiro do projeto, no qual se indica como o que e quando
serão gastos os recursos e de que fontes virão os recursos. Facilmente pode-
se observar que existem diferentes tipos de despesas que podem ser
agrupadas de forma homogênea como, por exemplo: material de consumo;
custos administrativos, equipe permanente; serviços de terceiros; diárias e
hospedagem; veículos, máquinas e equipamentos; obras e instalações.
No orçamento as despesas devem ser descritas de forma agrupada,
no entanto, as organizações financiadoras exigem que se faça uma descrição
detalhada de todos os custos, que é chamada memória de cálculo.
h) Revisão Bibliográfica
Referências bibliográficas que possam conceituar o problema, ou servir
de base para a ação, podem e devem ser apresentadas. Certamente darão
ao financiador uma noção de quanto o autor está inteirado ao assunto, pelo
menos ao nível conceitual/teórico.
49
A EMPRESA E SEU PAPEL SOCIAL
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Esses fundos são chamados éticos porque favorecem empresas social
e ambientalmente corretas. Há dois anos o Figs encontrou apenas dois
fundos desse tipo. No final do ano passado já eram 60 fundos que
movimentavam US$ 15 bilhões de dólares.
Um fato que me chamou a atenção definitivamente para o avanço da
responsabilidade social entre os segmentos profissionais foi o último
congresso anual dos contabilistas. Pelo menos três mil profissionais da área
examinaram pela primeira vez o papel social do contador. Certamente, há
alguns anos, um tema desse tipo não atrairia mais que uma dezena de
contadores.
A sociedade civil vem assumindo uma clara posição ao enfrentar os
problemas sociais ao invés de deixá-los para o Estado. Assim, impõe-se às
empresas uma mudança no processo de condução desses assuntos, que
assumem uma posição mais estratégica na medida em que afetam a imagem
corporativa. Vale lembrar que os brasileiros estão cada vez mais predispostos
a punirem empresas que não sejam socialmente responsáveis.
A responsabilidade social das empresas aproxima as pessoas dos
problemas sociais e os tornam mais reais do que pareciam quando só o
Estado participava. Nesse
novo contexto, as
questões sociais ganham
um caráter prático porque
colocam as pessoas, e
não a instituição estatal,
em contato direto com a
problemática social dos
nossos tempos.
Responsabilidade
51
Social
53
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
AFONSO, Lucia. Oficinas em dinâmica de grupo: um método de
intervenção psicossocial. Belo Horizonte: Edições do Campo Social, 2002.
ARMANI , Domingos.Como elaborar projetos? Guia Prático para a
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